sábado, 13 de julho de 2013

O design como expressão cultural - Walter Sebastião‏

Estado de Minas - 13/07/2013

Existe uma coleção em Belo Horizonte que merece atenção inclusive por desbravar, editorialmente, campo inédito: Cadernos de Estudos Avançados de Design, da Editora da Uemg. É publicação temática e já foram lançados pela série os títulos Multiculturalismo, Transversalidade, Sustentabilidade 1 e 2, Identidade, Método e Inovação. Até outubro, saem mais dois volumes, Humanismo e Emoção.

Cada livro traz, no geral, seis textos, equitativamente divididos entre autores do exterior, do Brasil e de Belo Horizonte. A publicação não é vendida, mas distribuída gratuitamente para instituições de ensino com graduação e programas de mestrado e doutorado. “Pode procurar na biblioteca delas que você vai encontrar”, garante Dijon Moraes Júnior, designer e reitor da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), criador da série.

A coleção surgiu da admiração de Dijon por atividade do Centro de Estudo Teoria e Cultura em Design, que conheceu na Escola Politécnica de Milão (Itália), durante sua formação. Ao voltar ao Brasil, em 2004, criou grupo inspirado no programa italiano. “A finalidade é aproximar docentes, pesquisadores e estudiosos, buscando construir avanço na pesquisa do design como forma de expressão e cultura material”, conta.

“Como design é atividade nova, dinâmica, fluida, há muitos temas complexos não consolidados”, observa o reitor. Não é publicação para iniciantes, observa. A distribuição entre autores do exterior, do Brasil e de Minas tem motivo: “Confrontar visões externas, revelar como o Brasil se posiciona quanto aos temas e inserir a Uemg em debate internacional”, explica.

Traduções

O sucesso da publicação levou à edição bilíngue. Números antigos vão ganhar traduções. O material editado nos Cadernos vem de encontro presencial realizado anualmente. O próximo deles, em 25 de outubro, terá como tema Design e história. Entre os convidados estão o finlandês Pekka Korvenmaa, o italiano Alessandro Biamonte e o cubano Sergio Peña.

“Estamos melhor no Brasil com relação a textos sobre história do design. Mas ainda há dificuldade de fazer prospecções, exatamente o que os Cadernos procuram fazer”, explica Dijon. Situação, observa, que leva a ter alunos criativos, mas sem cultura do design. Carência que o professor credita ao fato de o design ser área complexa e transdisciplinar por excelência. “Não há como fazer prospecção sozinho”, explica.

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