sábado, 12 de julho de 2014

MELHORES E PIORES DA COPA » O futebol agradece‏

MELHORES E PIORES DA COPA » O futebol agradece
 
Mundial teve viradas emocionantes, classificações na raça, novos ídolos e técnicos brilhando

Marcelo da Fonseca
Estado de Minas: 12/07/2014



O torcedor brasileiro ainda levará tempo para esquecer o tropeço histórico dentro de casa. Ao relembrar a Copa do Mundo de 2014, a goleada por 7 a 1 será a primeira lembrança do torneio. Mas durante os 30 dias de jogos houve mais do que isso. Viradas nos últimos minutos, talentos revelados e histórias de superação tiveram espaço nesse Mundial, antes mesmo da tão esperada decisão. Para a Argélia, a inédita vaga entre as seleções que se classificaram para a segunda fase representou uma grande conquista. Já os colombianos, que viram a ascensão de um novo ídolo, James Rodríguez, também fizeram bonito na Copa, assim como os norte-americanos que se classificaram em um grupo dificílimo. O esporte que era visto com desdém na terra do Tio Sam garantiu momentos de emoção e orgulho para milhares de torcedores. E os sul-americanos também deixam o Mundial com um saldo positivo fora de campo. Técnicos do continente, como Sampaoli e Pékerman, montaram equipes fortes e apostaram em táticas ofensivas em busca de vitórias. O mundo da bola comemora!

Desconhecido de muitos torcedores brasileiros, o armador James Rodríguez foi uma grata surpresa desse Mundial (LUIS ACOSTA/AFPs)
Desconhecido de muitos torcedores brasileiros, o armador James Rodríguez foi uma grata surpresa desse Mundial

Talento colombiano
Desconhecido de muitos torcedores brasileiros, o armador James Rodríguez foi uma grata surpresa desse Mundial. Desfalcados de seu principal jogador, o atacante Falcão García, o jovem camisa 10 assumiu o protagonismo dos Cafeteros e foi o responsável por um quarto dos gols colombianos. Em uma campanha história, Jaime Rodríguez encantou a torcida brasileira com sua habilidade e categoria. O gol contra o Uruguai, pelas oitavas de final, foi um dos mais bonitos do torneio até agora. A revelação colombiana deve atrair muitos olhares para o futebol francês a partir deste Mundial – ele joga no Monaco – e se tornar um dos grandes nomes do futebol.

Costa Rica, a grata surpresa
Se por um lado italianos e ingleses decepcionaram, a Costa Rica foi a surpresa positiva dessa Copa. A estreia, com vitória de 3 a 1 sobre o Uruguai, pareceu uma zebra daquelas que vez em quando ocorre no futebol. Mas, na segunda rodada, uma nova vitória dos Ticos sobre a Itália, por 1 a 0, deixou claro que os resultados improváveis no Grupo da Morte não foram por acaso. Na última rodada, os costarriquenhos empataram com a Inglaterra e passaram para a próxima fase na liderança do grupo. Invictos! No mata-mata eles mantiveram o bom futebol e só deixaram a competição na disputa por pênaltis contra a Holanda. Deixaram o Brasil invictos e como principal surpresa do torneio.

Fim do jejum argelino
As ruas lotadas de Argel para receber os jogadores demonstrou a importância histórica da campanha argelina no Brasil. Ao quebrar um jejum de 32 anos sem vitórias em Mundiais, vencendo a Coreia do Sul por 4 a 2, eles se classificaram para a segunda fase da competição pela primeira vez. E fizeram um jogo duro contra a Alemanha nas oitavas. No tempo normal o jogo ficou empatado. Na prorrogação, eles também dificultaram, e muito, a vitória dos alemães. Orgulhosa da campanha, uma multidão recebeu os jogadores no aeroporto da capital como verdadeiros heróis.

Paredão norte-americano
A Copa do Brasil será lembrada pelas atuações impecáveis dos goleiros. Apesar da alta média de gols na competição, desde a primeira fase até os últimos jogos, eles brilharam. Vários arqueiros tiveram performances memoráveis – Ochoa do México, Neuer da Alemanha, Navas da Costa Rica e Júlio César do Brasil –, mas foi o norte-americano Tim Howard quem mais chamou atenção. Contra a Bélgica, ele fez incríveis 16 defesas, o maior número em um jogo de Copa. Mesmo sem evitar a eliminação dos Estados Unidos, Howard foi eleito o homem do jogo e quase conseguiu levar os norte-americanos à próxima fase.

O estrategista do Chile
O estilo rápido, de marcação sob pressão e contra-ataques fulminantes adotado por Jorge Sampaoli, comandante do Chile, foi responsável pela surpreendente eliminação da atual campeã Espanha logo na primeira fase. E ele quase levou o La Roja mais longe. No jogo válido pelas oitavas, o Chile passou muito perto de eliminar o Brasil. Em jogo truncado e de intensa disputa tática, os chilenos tiveram chance de superar a Seleção. Bateu na trave! Depois da partida, a frustração de Sampaoli deixou claro o quanto o treinador queria ir mais longe, o quanto é obsessivo em vencer. O treinador do Chile mostrou no Brasil sua qualidade para comandar um time de futebol.

Salve América!
A força das arquibancadas pode ser uma das explicações para as boas atuações das equipes americanas nos gramados brasileiros. Tanto as seleções mais tradicionais, como Argentina, Chile e Colômbia, quanto as seleções com menos peso no futebol, como Equador, Costa Rica e Estados Unidos, estiveram bem representadas em todos os jogos. Os nossos vizinhos entraram no clima da torcida brasileira e apoiaram suas seleções em todos os momentos. O resultado foi a boa atuação dos americanos nos gramados, com 8 classificados para a fase de mata-mata. 

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