terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Produtos de verão chegam a subir mais que o dobro da inflação no ano

FOLHA DE SÃO PAULO

FOCO
Daniel Marenco/Folhapress
Josefa Lima Souza, vendedora em Ipanema (RJ), que aumentou o preço da cerveja
Josefa Lima Souza, vendedora em Ipanema (RJ), que aumentou o preço da cerveja
PEDRO SOARESDO RIOMais consumidos no verão, produtos como água, refrigerante, cerveja, sorvete e frutas pesaram mais no bolso do consumidor nesta temporada em que as temperaturas batem recordes. Alguns aumentos chegaram a mais que o dobro da inflação média.
Quem decidiu passar as festas e as férias fora também arcou com uma despesa maior: viagens aéreas e hotéis também subiram acima do IPCA-15 de 2012 -fechado em 15 de dezembro, o índice teve alta de 5,05%.
Dos itens típicos de verão, o maior reajuste foi o da cerveja nos supermercados: 13,33% no ano. Consumida fora de casa, a "loura" aumentou 12,95%.
O sorvete aumentou 12,50%. No Rio, bateu em 14,55%. As frutas ficaram 9,28% mais caras. Em Fortaleza, a alta chegou a 23,2%.
Vendedora da praia de Ipanema há 50 anos, Josefa Souza, a "Didi", 72, cobra R$ 5 pela lata de cerveja em sua barraca. No verão passado, o produto custava R$ 3,50.
"Já avisei a toda a clientela que ia aumentar o preço. Tudo subiu", diz, reconhecendo que aproveitou também para ganhar mais com a praia cheia.
IMPOSTOS
Segundo Luiz Roberto Cunha, economista da PUC-RJ, a cerveja sofreu com aumento de tributos (para compensar o IPI reduzido de veículos e linha branca), mas, sem dúvida, a demanda aquecida proporcionou reajustes. O mesmo ocorreu, diz, com outros produtos de maior consumo no verão.
As frutas, afirma, encareceram por causa da estiagem, que reduziu a produção e fez subir preços de alimentos de um modo geral. Já passagens aéreas e hotéis (alta de 7,55% em 2012) aumentaram na esteira de custos maiores (combustível) e procura acirrada, segundo Cunha.
Já o ar-condicionado e o ventilador tiveram altas inferiores à inflação. O açaí foi o único produto com queda de preço (1,04%), em razão da maior produção.
Na Grande São Paulo, que não é destino de veraneio, os reajustes foram mais moderados, em sua maioria.

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