sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Anne Hathaway tira proveito de uma cena de "Os Miseráveis"

folha de são paulo

Atriz se credenciou ao Oscar pela sequência em que canta a música 'I Dreamed a Dream'
RODRIGO SALEMENVIADO ESPECIAL A NOVA YORKAnne Hathaway, 30, é a grande favorita ao Oscar de melhor atriz coadjuvante por uma única sequência de "Os Miseráveis", de Tom Hooper.
Nela, Anne canta "I Dreamed a Dream", a canção mais famosa do musical. Ao longo da cena, ela vai se esfacelando emocional e fisicamente com a personagem, Fantine, a mulher que precisa vender o corpo para sustentar a filha.
"Não procurei por fatos tristes da minha vida para compor essa sequência. Só lembrei da pesquisa que fiz sobre escravidão feminina", revela a atriz, que cortou o cabelo e perdeu 12 quilos para o papel.
"Tenho uma regra: se não cresce de volta, então não tire. A única coisa que eles não podiam fazer era arrancar meus dentes", brinca a vencedora do Globo de Ouro e do prêmio Sindicato dos Atores.
"Se você não está disposta a cantar feito uma idiota e perder peso, então o papel não vale a pena", afirma.
Mas ela sabia que valia. Quando tinha sete anos, Anne viu sua mãe, Kathleen Ann, interpretar Fantine na versão teatral americana de "Os Miseráveis", nos anos 1980.
"Eu não imaginaria que a história voltaria para minha vida", diz a atriz.
Acostumada a cantar desde pequena, estudou na prestigiada escola de artes Vassar, em Nova York, e soltou a garganta em "Uma Garota Encantada" (2004).
Em 2006, virou estrela com "O Diabo Veste Prada". "Eu estava tão nervosa que não me permiti aproveitar a experiência", lembra-se Anne. "Aprendi que precisava lutar contra esse sentimento de insegurança. Se eu estava ali, era porque tinha algum mérito."


CRÍTICA MUSICAL
Com grandes interpretações e canções, filme é longo demais
RICARDO CALILCRÍTICO DA FOLHAPoucos gêneros cinematográficos esbarram tanto nas idiossincrasias de críticos e espectadores quanto o musical clássico -e, mais especificamente, as adaptações de blockbusters da Broadway para o cinema.
Tomemos o caso da vez: "Os Miseráveis". Para quem fica arrepiado só de pensar em personagens que soltam a voz sem motivo aparente, as quase três horas de cantoria ininterrupta e, em geral, lacrimosa do filme serão uma sessão de tortura.
Essa parcela do público sentirá uma estranha empatia com os sofrimentos de Jean Valjean (Hugh Jackman) - que já na primeira cena precisa carregar um enorme mastro sozinho- e Fantine (Anne Hathaway) -que tem os dentes arrancados sem anestesia.
Mas, para aqueles que têm Times Square como uma meca, "Os Miseráveis" é tudo que pediram ao Alá dos musicais: grandes interpretações, grandiosas canções, grandiloquentes cenários.
A esses, a ideia de que a máxima miséria deve ser retratada com a máxima opulência jamais parecerá contraditória, personagens que precisam solfejar cada nuance de seus sentimentos nunca serão excessivos.
Para quem gosta de um Fred Astaire aqui, um Gene Kelly acolá, mas tem alergia a qualquer tipo de pompa -como este crítico-, "Os Miseráveis" será simplesmente um filme longo, muito longo.

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