sexta-feira, 29 de março de 2013

Lollapalooza Brasil 2013

folha de são paulo

Cake toca hits e divulga seu disco número um nos EUA
John McCrea, líder do grupo, ficou surpreso com sucesso tardio nas paradas
Cantor diz que admira Tom Zé, que chegou a dividir o palco com a banda nas turnês anteriores no Brasil
FABIAN CHACURCOLABORAÇÃO PARA A FOLHAVetarano dos anos 1990, o grupo americano Cake volta ao país como uma das atrações do Lollapalooza Brasil. A banda toca hoje do Jockey Club de São Paulo, no primeiro dos três dias do evento.
Na bagagem, traz seu mais recente álbum, "Showroom of Compassion" (2011), que alcançou uma inesperada façanha: atingir o primeiro lugar na parada americana em sua semana de lançamento.
O cantor e líder da banda, John McCrea, confessa ter sido surpreendido por essa performance comercial, em entrevista por telefone à Folha.
"Não acreditávamos que chegaríamos um dia ao primeiro lugar na parada americana, ainda mais se levarmos em conta que não lançávamos um álbum de inéditas há sete anos", diz, destacando que o disco foi lançado de forma independente.
"Achávamos que ninguém mais se lembrava de nós, pois hoje as bandas são esquecidas a cada semana, tudo acontece muito rápido".
MUITOS ESTILOS
Há mais de 20 anos na estrada, o Cake transita por muito estilos em seus álbuns, com direito a rock, pop, jazz, música country, latinidade e o que mais inventar McCrea, que explica a concepção musical de sua banda.
"Não nos prendemos a um único gênero, não nos restringimos a um estilo. Sempre quisemos fazer música criativa e boa de se ouvir ao mesmo tempo. Nem sempre conseguimos, mas tentamos."
Além de material próprio como o célebre hit "Never There", o Cake se notabilizou por covers incomuns, entre os quais "I Will Survive" (hit disco na voz de Gloria Gaynor) e "Perhaps, Perhaps, Perhaps" (hit latino do Trio Los Panchos vertido para o inglês e sucesso na voz da atriz/cantora Doris Day).
O vocalista é fã assumido do Brasil, que ele define como um país extremamente musical e de plateias ótimas e divertidas, e também confessa admirar e ser bastante influenciado por Tom Zé.
"Gosto muito dele, ouvia a obra de Tom Zé antes mesmo de criar o Cake. Ele é muito inovador, criativo, consegue alimentar nossa mente e nossa alma ao mesmo tempo com suas canções, algo muito difícil de se fazer."
McCrea diz que prefere tocar em espaços mais intimistas, mas que aprendeu a curtir a presença de sua banda em festivais. "Estamos muito entrosados, unidos, curtindo demais tocar ao vivo, frenéticos, bem altos e agressivos".


    Festival é o evento de pop no país com mais participação nacional
    Lollapalloza apresenta 45% de shows de artistas brasileiros em sua segunda edição
    Nova edição do festival dá visibilidade a brasileiros, com Criolo e Planet Hemp como atrações principais em seus palcos
    THALES DE MENEZESEDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”A segunda edição do Lollapalooza Brasil começa hoje no Jockey Club de São Paulo para consolidar o evento como o "mais brasileiro" dos festivais de rock no país.
    Criado há 20 anos nos Estados Unidos, pelo roqueiro Perry Farrell, o Loolapalozza foi transportado para o Brasil no ano passado e, já na estreia, programou 47% de artistas nacionais no line-up.
    Nesta segunda edição, com 33 brasileiros entre as 75 atrações previstas, o índice segue alto, 45%. Ganha do levantamento de outros festivais em todas as suas edições: 43% no Rock in Rio, 32% no SWU e 26% no Planeta Terra.
    FECHANDO A NOITE
    Em comparação ao evento do ano passado, o Lollapalooza de 2013 dá mais visibilidade a artistas nacionais. Dois nomes fecham a programação de um palco.
    Amanhã, Criolo encerra a noite no palco Alternativo, depois do show do Alabama Shakes. No domingo. é a vez do Planet Hemp fechar o palco Butantã. Em prestígio, só perderá para o Pearl Jam, que na sequência vai colocar um ponto final no evento, no palco Cidade Jardim.
    Também no domingo, a banda brasileira de folk Vanguart é destaque no Alternativo. Faz o penúltimo show do dia nesse palco, abrindo para o badalado Hot Chip.
    A maior participação da seleção brasileira no festival é no palco Perry, dedicado ao som eletrônico. Mais famoso da turma, DJ Marky se apresenta hoje, ao lado do músico e produtor BID.
    Durante os três dias, outros nove nomes nacionais passam por ali: Boss in Drama, Bruno Barudi, Classic, Database, Dirtyloud, Felguk, Lennox, Mix Hell e Whebba.
    A cena de rock independente é contemplada com apresentações de Agridoce (projeto paralelo de Pitty), Baia, Copacabana Club, Graforréia Xilarmônica, Holger, Ludov, República, Stop Play Moon, Tereza, Tokyo Savannah, Vivendo do Ócio, Wannabe Jalva e o show conjunto do cantor Lirinha com a banda Eddie.
    O palco Acesso é bem pequeno, montado para bandas iniciantes como Name The Band e Nem Liminha Ouviu.

      Toro Y Moi vai apostar na mistura de gêneros
      Nome forte da "chillwave", Chaz Bundick traz ao Jockey Club trabalho mais balançado
      COLABORAÇÃO PARA A FOLHAToro Y Moi é um dos nomes de ponta da "chillwave", estilo mais tranquilo, minimalista e reflexivo, embora dançante, da música eletrônica. Vai tocar amanhã, às 14h30 do Lollapalooza Brasil 2013, no palco Cidade Jardim.
      A "banda" é, na verdade, o nome atrás do qual se abriga o cantor, compositor, músico e produtor americano Chazwick Bundick, 26, seguidor dessa tendência eletrônica com influências de bandas oitentistas como Depeche Mode, Human League e OMD, entre outras.
      Chaz, que virá ao Brasil pela segunda vez -tocou no Planeta Terra de 2011-, terá a seu lado mais três músicos. Ele se incumbirá dos teclados e dos vocais e afirmou, em entrevista à Folha, por telefone, que contemplará o repertório de seus três discos, incluindo o mais recente, "Anything in Return".
      "Acho divertido tocar em festivais. Em termos musicais, procuro misturar boas melodias e boas batidas, o equilíbrio entre esses dois elementos é o que busco concretizar no meu trabalho, sempre."
      Embora admita a influência do pop eletrônico britânico dos anos 1980 em seu trabalho, o líder do Toro Y Moi se diz aberto a diferentes tendências musicais, sem se limitar a um único rumo.
      "Gosto de grupos de rock como Pavement e Weezer, do músico brasileiro Sergio Mendes, de vários artistas de bossa nova e da cantora Cherrelle. Procuro ouvir de tudo."
      TRÊS ÁLBUNS
      O Toro Y Moy lançou seu primeiro álbum em 2010 ("Causers of This") e logo se tornou bastante badalado entre fãs de música eletrônica.
      "Underneath The Pine" (2011) manteve o projeto em alta. Músicas como "Left Alone at Night", "I Will Talk to You" e "So Many Details" são bons exemplos do som criado por Chaz.
      "Anything in Return" atingiu a posição de número 60 na parada americana e é definido pelo produtor como um disco mais "funky" (balançado) do que os anteriores, com uma pegada que o aproxima do rhythm & blues moderno, mas do seu jeito.
      De mãe filipina e pai afro-americano, Chaz diz gostar de diversificar seu trabalho.
      "Sou músico, produtor, cantor, compositor e tenho meu próprio estúdio em casa. Gosto de todas essas funções, e também de produzir outros artistas." (FC)

        Tokyo Savannah mostra um rock fiel a bandas dos anos 1960 e 1970
        Influências do grupo paulistano incluem Kinks e Black Sabbath
        MIGUEL MARTINSCOLABORAÇÃO PARA A FOLHAEntre as atrações de hoje no palco Alternativo do Lollapalooza Brasil, Tokyo Savannah é a exceção à regra.
        Enquanto Copacabana Club, Crystal Castles e Passion Pit têm em comum a pegada dançante e o uso frequente de sons eletrônicos, o grupo paulistano formado em 2010 abre os trabalhos do palco com seu rock "selvagem e descontrolado", segundo define o vocalista e guitarrista Chico Mitre, 31.
        Ele, o baixista Joni Hurricane, 31, e o baterista Snoopy, 32, formam um power trio com riffs pesados de guitarra e letras em inglês, inspirado na sonoridade de bandas dos anos 1960 e 70 como Kinks, Black Sabbath e Ramones.
        Com apenas um álbum no currículo (homônimo, de 2011), o Tokyo Savannah lançou no último dia 20 o clipe da música "Wolves" no YouTube, e vai colocar para download outra faixa inédita, "Dirty Boogie", após a apresentação no Lolla.
        Elas vão estar no segundo disco da banda, com gravação prevista para agosto.
        Ao contrário do primeiro álbum, cujas músicas foram gravadas ao vivo em estúdio num clima de festa, dessa vez cada instrumento foi executado separadamente.
        "Foi muito legal a forma como o primeiro disco foi feito, enchemos o estúdio de amigos e fizemos um show 'private' para a galera", lembra Chico Mitre. "Mas dessa vez procuramos fazer com mais cuidado. A experiência da música gravada não precisa ser a mesma do show."
        Para o Lolla, a banda preparou um set list de 14 músicas, sendo cinco do primeiro álbum, oito novas e um cover: "Gratitude", dos Beastie Boys. "Está encaixadinho [o show]. Vai ter 40 minutos, nem muito curto, nem muito longo, até porque o pessoal não conhece bem a banda."
        Mesmo com a fidelidade ao rock, a banda cogita usar sintetizador e bateria eletrônica no segundo álbum.

          HOJE NO LOLLA PRINCIPAIS SHOWS
          Palco Cidade Jardim
          12h30 - Perrosky
          14h15 - Agridoce
          16h15 - Temper Trap
          18h30 - Flaming Lips
          21h30 - The Killers
          Palco Butantã
          13h15 - Holger
          15h15 - Of Monsters and Men
          17h15 - Cake
          20h - Deadmaus5
          Palco Alternativo
          13h15 - Tokyo Savannah
          15h15 - Copacabana Club
          17h15 - Crystal Castles
          20h - Passion Pit
          Palco Perry
          14h30 - Dirtyloud
          15h45 - Feed Me
          17h - Porter Robinson
          19h - DJ Marky & BID
          21h30 - Knife Party

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