sexta-feira, 29 de março de 2013

Marco Feliciano diz que daria 'muito amor' a filho gay

folha de são paulo

Deputado diz que daria 'muito amor' a filho gay
DE SÃO PAULONo programa "Agora é Tarde", da Band, Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, negou que tenha algo contra os homossexuais.
"Se eu tivesse um filho gay, daria muito amor a ele. Afinal, filho é filho", afirmou Feliciano, que também é pastor e tem sido acusado de homofobia, em entrevista que seria exibida na madrugada de hoje.
Feliciano também negou que seja racista, outra acusação feita sobre ele por manifestantes que se opõem à sua permanência na presidência da comissão. "Não sou racista. Apenas escrevi uma afirmação bíblica que os negros foram amaldiçoados por Noé", disse.
Em 2011, o deputado disse no Twitter que africanos são descendentes de um ancestral "amaldiçoado por Noé". Depois, afirmou que foi mal interpretado.
No domingo, Feliciano apareceu em outro programa da Band, o "Pânico". Ele disse a Sabrina Sato que só deixa o cargo em caso de morte. "Estou aqui por um propósito, fui eleito por um colegiado. É um acordo partidário, acordo partidário não se quebra. Só se eu morrer", afirmou.
No dia anterior, Feliciano foi estrela de outro programa na TV -o game show "Mega Senha", da RedeTV!.

    Opositores não são democráticos, diz apoiador de Marco Feliciano
    Vice-presidente do PSC afirma que 'intolerante' é quem 'agride' e 'quer ganhar no grito'
    Pastor que preside a Comissão de Direitos Humanos vai trocar 4 dos 5 servidores de confiança do órgão
    MÁRCIO FALCÃODE BRASÍLIAPrincipal "fiador" do deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) no comando da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o vice-presidente do PSC, pastor Everaldo Pereira, criticou ontem o tom das manifestações contra seu correligionário e mandou recados a aliados que cobram a saída dele do posto.
    Feliciano é alvo de protestos de movimentos sociais que o acusam de ser homofóbico e racista. Ele nega.
    Anteontem, duas pessoas foram detidas na Câmara após Feliciano mandar prender um manifestante acusado de o chamar de "racista".
    "Essas pessoas é que não são democráticas", disse Pereira sobre os manifestantes, em entrevista à Folha.
    "O que a gente vê é que intolerante é quem agride, invade o gabinete, quer ganhar no grito. Se deixar o deputado trabalhar normalmente, vão verificar que não tem intolerância da nossa parte."
    Pereira disse que não há chances de Feliciano deixar o cargo, nem com um apelo dos líderes da Câmara, porque "foi eleito pela maioria da comissão e dentro da legalidade".
    O pastor tenta manter uma agenda normal de trabalho e já anunciou que vai trocar 4 dos 5 servidores de confiança da comissão. Dos 12 servidores concursados, dois pediram para sair com a chegada do pastor.
    Feliciano foi denunciado pelo Ministério Público ao STF (Supremo Tribunal Federal) por ter dito no Twitter que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à rejeição".
    Mas Pereira reforçou o discurso de que as falas de Feliciano consideradas preconceituosas foram distorcidas e representam apenas uma tese teológica. Everaldo diz que seu colega tem raízes negras. "O cara é crioulo, tem cabelo ruim, tem que passar negócio na cabeça. O cara é filho de negro. Foi uma declaração teológica no passado."
    O vice-presidente do PSC atacou "pessoas e partidos que jogaram a comissão fora, sem interesse pelos direitos humanos". A comissão é historicamente ligada ao PT, que presidiu o colegiado 13 vezes nos últimos anos, mas abriu mão dela para optar por outras três comissões.
    Questionado sobre a indicação dos deputados José Genoino (PT-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP), condenados no caso do mensalão, para a Comissão de Justiça, ele disse que preferia não avaliar a situação de outros partidos, mas alfinetou. "Se Feliciano fosse condenado pelo Supremo, nem seria indicado [para comissão] e possivelmente teria sido convidado a sair do partido."
    Diante da blindagem dos evangélicos a Feliciano, o PPS sugeriu a renúncia geral da comissão de Direitos Humanos. Se 10 dos 18 integrantes do colegiado renunciassem, teria que ser realizada uma nova eleição para a presidência. A ideia já teria sido analisada pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
    A avaliação de líderes é que isso não teria sucesso porque Feliciano teria apoio da maioria dos integrantes -outros quatro colegas são do PSC.

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