quinta-feira, 4 de julho de 2013

Jovens fazem vídeos para falar de sexo e até transexualidade

folha de são paulo
SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

Um projeto que tem apoio da Fundação Carlos Chagas resolveu colocar o melhor interlocutor possível para falar sobre temas de sexo com os jovens: os próprios jovens.
Em um conjunto de cinco vídeos disponíveis no YouTube (www.youtube.com/user/DarVozaosJovens), eles falam sobre temas como gravidez precoce, violência sexual e transexualidade.
Os "atores" têm de 14 a 19 anos, a maioria de escolas públicas paulistas, e estão participando de um projeto do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
"Fizemos um diagnóstico e vimos que existe muito material em livros, vídeos e afins sobre sexo. O problema é que esses materiais tem uma linguagem muito formal", explica Thais Gava, responsável pelo Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas.
Mais de 50 jovens se inscreveram para o projeto. Ao todo, 19 foram selecionados.
O grupo escolheu os temas dos vídeos e fez um curso de produção dos roteiros que durou mais de 80 horas, em julho do ano passado.
Depois, os jovens escreveram os seus roteiros e foram às gravações com ajuda de um apoio técnico do projeto.
Nos vídeos, alguns encenam. Outros contam sua própria história: "Eu apanhava quase todo dia na escola. Foi por causa disso que parei de estudar", conta um aluno transexual no vídeo "Essa é a minha vida" --o mais assistido até o momento.
De acordo com Gaya, a ideia é debater temas que fazem parte do dia a dia dos jovens "sem tabu".
Um desses temas, que mais chama atenção pelo impacto que tem na vida escolar, diz Gaya, é a homofobia.
"Se o jovem não vai à escola por causa de discriminação ele sofrerá consequências."
A ideia agora é divulgar os vídeos em escolas públicas e particulares e incluir o material na formação de professores. "Não podemos partir do pressuposto de que o professor sabe lidar com questões de sexualidade", diz Gaya.

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