sábado, 6 de julho de 2013

Painel das Letras - Raquel Cozer

folha de são paulo
Leminski de saia
Não foi Graciliano Ramos nem Milton Hatoum o autor mais vendido no primeiro dia da tenda da Livraria Travessa, parceira oficial da Flip, em Paraty. O primeiro livro a esgotar foi “Rua da Padaria” (Record), da poeta Bruna Beber, que teve participação elogiada no evento. “É nossa Leminski”, disse o proprietário Ruy Campos, referindo-se ao recente sucesso de vendas do “Toda Poesia” (Companhia das Letras), do curitibano.

Ruy elogia a movimentação e planeja aumentar a equipe em Paraty em 2014. Mas é bom a rede, que estreou na Flip neste ano, substituindo a Livraria da Vila, ficar atenta. A Cultura desta vez fechou um acordo de cavalheiros com a Flip para poder estar presente na cidade, mas quer a parceria oficial no ano que vem.
A Flip gringa
A britânica Liz Calder, idealizadora da Flip, queria muito Chico Buarque na estreia do FlipSide, irmão inglês do evento paratiense, marcado para o período entre 4 a 6 de outubro em Snape Maltings, na costa leste da Inglaterra. O autor de “Leite Derramado” não aceitou, pelo mesmo motivo pelo qual recusou integrar a seleção de escritores brasileiros na Feira de Frankfurt: a prioridade é terminar o novo romance.

Mais autores dentre os 70 que representarão o país em Frankfurt, que acontece logo depois, já estão confirmados para o evento inglês. Entre eles Ferréz, Paulo Lins, Adriana Lisboa e Patrícia Melo, que se juntarão a estrangeiros como Ian McEwan e Ali Smith.

FÁBULAS? Depois dos contos de Grimm, a Cosac Naify lança neste semestre “Esopo: Fábulas Completas”, organizado e traduzido direto do grego por Maria Celeste C. Dezotti e ilustrado por Eduardo Berliner
Concentração? Quase só vai dar São Paulo no estande de editoras brasileiras na Feira de Frankfurt, em outubro. Das 109 confirmadas, 76 são paulistas. A concentração reflete o mercado nacional, lembra Karine Pansa, presidente da Câmara Brasileira do Livro.
Concentração 2? Não deixa de ser curioso que só 14 editoras sejam do Rio.
Off Frankfurt? Quem estreia no estande da CBL neste ano é o selo Off Flip, que completa cinco anos com foco em autores estreantes, incluindo vencedores do concurso literário anual que acontece em Paraty.
Off Frankfurt 2? “Nunca participamos de feiras internacionais, nem sei como funciona”, diz o editor Ovídio Poli Junior, que, na dúvida, levará oito títulos da casa para apresentar a estrangeiros.
A jato? A exemplo de Companhia das Letras e Objetiva, a Zahar lança o selo digital Expresso Zahar para textos curtos, custando até R$ 4,90.
Mais Nelson? O cineasta Nelson Pereira dos Santos terá outras homenagens no meio literário neste ano. Depois de levá-lo à Flip, o Itaú Cultural prepara para 21 de agosto a “Ocupação Nelson Pereira dos Santos”, celebrando os 50 anos do filme “Vidas Secas”.
Mais Nelson 2? E, em outubro, ele vai a Frankfurt, onde completará 85 anos.
Baixa discreta? As baixas de Michel Houellebecq e Karl Ove Knausgard não foram as únicas com que a Flip teve de lidar nesta edição. O dominicano Junot Díaz confirmou no início do ano e deu para trás em maio. Como já tinha desistido em 2009, a Flip esperou até o limite antes de anunciar o nome dele, então ninguém ficou sabendo.
Dois a menos? Depois de perder a chance de vender “O Mapa e o Território”, de Houellebecq, na Flip, a Record acabou segurando o lançamento de “É Assim que Você a Perde”, de Díaz. Ficou para o final deste mês.

Nenhum comentário:

Postar um comentário