sábado, 6 de julho de 2013

Joaquim Barbosa usou cota do STF para viajar ao Rio

folha de são paulo
DE BRASÍLIAO presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, usou a cota de passagens a que tem direito na corte para viajar ao Rio de Janeiro, seu Estado de origem, no início do mês passado.
Na ocasião, ele assistiu ao jogo amistoso entre Brasil e Inglaterra, no estádio do Maracanã.
Uma decisão administrativa de 1995 regulamentou cota de passagens aéreas para os ministros viajarem para o Estado de origem, caso dessa viagem de Barbosa.
Reportagem da "Agência Estado" mostrou que o ministro usou a passagem e aproveitou para assistir ao jogo no camarote do casal de apresentadores da TV Globo Luciano Huck e Angélica.
Em nota divulgada ontem, o STF negou que Barbosa tenha viajado para assistir ao jogo do Brasil.
"O ministro retornou para a sua residência no Rio de Janeiro, como faz regularmente há mais de dez anos, desde que empossado no Supremo", afirma a nota do tribunal.
De acordo com o STF, Barbosa teve seu deslocamento, em avião de carreira, pago pelo Supremo por ser uma prerrogativa de todos os ministros da corte e de outros tribunais.
O Supremo informou que o gasto com a passagem está dentro do limite anual de gastos para os deslocamentos.
"A cota de passagens é anual e tem validade independentemente do recesso judiciário ou períodos de licença", diz o texto.
    Sob pressão, governo vai abrir dados sobre uso de aviões da FAB
    Nomes de autoridades, datas, destinos e motivos das viagens com a frota oficial serão divulgados na internet
    Custo de deslocamentos e identificação de passageiros ficarão em sigilo; nova medida só vale para o Executivo
    FERNANDA ODILLADE BRASÍLIAO governo federal decidiu divulgar na internet informações sobre o uso de aeronaves oficiais depois que um ministro e os presidentes da Câmara e do Senado usaram aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) para ir a uma festa na Bahia e ao jogo da seleção brasileira no Rio.
    Folha revelou os três casos nesta semana. O ministro Garibaldi Alves (Previdência) e o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), deram carona a amigos e parentes para o Rio, onde assistiram à final da Copa das Confederações, no Maracanã.
    Já Renan Calheiros (PMDB-AL), que preside o Senado, foi com sua mulher para a festa de casamento da filha do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo, em Trancoso. Todos decidiram ressarcir a União depois que as viagens foram reveladas.
    Decreto de 2002, que disciplina o uso das aeronaves da Aeronáutica, autoriza o vice-presidente, presidentes do Senado, da Câmara e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministros de Estado e comandantes das Forças Armadas a usar aviões "por motivo de segurança e emergência médica; em viagens a serviço; e deslocamentos para o local de residência permanente".
    A decisão do governo de dar transparência vale apenas para viagens de integrantes do Poder Executivo. Atualmente, nenhum detalhe das viagens em aviões oficiais é público.
    "Vamos abrir, não há por que não dar transparência. Não estou falando da Câmara e do Senado, mas do governo federal, que é o que me compete", disse à Folha o ministro Jorge Hage (Controladoria-Geral da União).
    Ainda está em discussão se os dados serão divulgados no site da Aeronáutica ou do Ministério da Defesa.
    Custos e lista de passageiros devem permanecer sob sigilo, assim como detalhes de voos relacionados à missões de segurança ou defesa.
    Hage afirma que o governo vai "colocar no ar" dados como o nome da autoridade que solicita o avião da FAB, a quantidade de passageiros, dia, hora e destino, bem como se o motivo da viagem é por uma emergência médica, a serviço ou para o local de residência do solicitante.
    São essas informações que as autoridades são obrigadas a apresentar no pedido encaminhado à Aeronáutica, conforme prevê o decreto que regulamenta o uso de aeronaves oficiais.
    No pedido, não é obrigatório listar o nome dos passageiros. A FAB alega que não arquiva informações sobre quem entra na aeronave juntamente com as autoridades.
    No momento da decolagem, todos os passageiros se identificam, mas depois a Aeronáutica afirma que descarta as informações.
    "Não sei se a Aeronáutica vai mudar seu entendimento em relação aos custos, que ela afirma ter natureza estratégica, ou aos passageiros", afirmou Hage.
    Ontem, ele se reuniu com o ministro Celso Amorim (Defesa) para tratar da transparência dos voos oficiais solicitados por autoridades.
    PRAZO
    Hage afirma que Amorim se mostrou aberto a colocar no ar as informações "já nas próximas semanas".
    Questionado por que o governo decidiu só agora divulgar os dados de voos oficiais, Hage explica que a ideia é "ir gradualmente dando transparência a tudo".
    "Decidimos priorizar isso depois de receber ofício solicitando a relação dos voos da FAB requisitados por autoridades", explicou o ministro, se referindo ao pedido feito pelo senador João Capiberibe (PSB-AP).

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