quinta-feira, 18 de julho de 2013

Protestos não serão contra igreja, afirma porta-voz do Vaticano - FABIANO MAISONNAVE

folha de são paulo

ENVIADO ESPECIAL A ROMAO porta-voz do Vaticano,Federico Lombardi, disse ontem que, caso ocorram protestos durante a agenda do papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude, no Rio, eles "não serão contra o papa nem contra a igreja".
Ele previu uma "visita belíssima" e afirmou que o pontífice irá ao Rio com "serenidade" e "confiança.
O porta-voz informou ainda que o papa não alterará sua agenda durante a Jornada e dispensará o papamóvel blindado. As informações foram dadas em encontro com jornalistas para apresentar a visita de seis dias ao Brasil.
O porta-voz confirmou que o encontro oficial com a presidente Dilma Rousseff, na segunda-feira, será no Palácio Guanabara, e não na Base Aérea do Galeão, como tem sido cogitado pelos órgãos de segurança responsáveis pela proteção ao papa no Brasil.
Segundo ele, Dilma estará no aeroporto apenas para recepcioná-lo. No palácio, os dois devem discursar e depois se reunir em reservado.
Lombardi sugeriu, porém, que a palavra final da agenda caberá à organização local. "Eles saberão tomar as medidas oportunas para que tudo ocorra da melhor forma."
Policiais e militares avaliam que o Palácio Guanabara, alvo de vários protestos recentes, não é seguro. Outra preocupação é de que o papa fique preso no trânsito devido a manifestações. Eles não descartam o cancelamento de alguns compromissos ou mudanças de local para reduzir o deslocamento terrestre.
Sobre outro ponto controvertido, os gastos com o evento, estimados em até R$ 350 milhões, Lombardi evitou falar em valores, mas disse que a maior parte do dinheiro vai para trabalhadores e que a maioria da população apoia o evento por ser católica.
O porta-voz disse que o único evento fora da Jornada Mundial da Juventude será a visita a Aparecida (SP) na quarta-feira, devido à "devoção pessoal do papa" a Nossa Senhora.
    FRANCISCANAS
    Entre hermanos
    A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi a primeira a aceitar o convite da presidente Dilma Rousseff para ir ao Rio acompanhar o último dia da visita do papa Francisco. Havia dúvidas sobre a ida de Cristina por causa das eleições marcadas para outubro. A ideia era evitar especulações sobre o envolvimento político do papa argentino, que foi cardeal de Buenos Aires.
    Pero no mucho
    Já no Paraguai, o convite para a última missa de Francisco no Brasil foi feito ao presidente eleito Horacio Cartes, e não ao atual mandatário, Federico Franco. O gesto é visto como descortesia no meio diplomático. O Brasil cortou relações com o Paraguai desde o impeachment de Fernando Lugo, em junho de 2012.
    Deus tá vendo
    A professora mexicana Angel de María Soto, de 23 anos, foi presa por suspeita de tráfico de drogas enquanto viajava para o Brasil, onde pretendia participar da Jornada Mundial da Juventude. Após ela ter o passaporte extraviado em uma escala no Peru, autoridades disseram ter encontrado 10 kg de cocaína na bagagem da professora. Os advogados dela dizem que as acusações são falsas.
      Manifestação contra Cabral acaba em confronto
      DO RIOApós um início pacífico e sem tumultos, a dispersão de manifestação contrária ao governador do Rio, Sérgio Cabral, terminou ontem em confrontos entre um dos grupos que protestavam em frente ao prédio onde mora o político, no Leblon, zona sul do Rio, e a Polícia Militar.
      Lojas e agências bancárias das imediações foram depredadas e lixeiras, incendiadas.
      O enfrentamento começou entre grupo que mantinha o rosto coberto e policiais, que dispararam balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Manifestantes lançaram artefatos explosivos de fabricação caseira. Cinco policiais ficaram feridos até a conclusão desta edição, segundo a PM.
      Iniciada por volta das 17h30, a manifestação contava, no pico, com 500 pessoas. Quando começou a dispersão, por volta das 22h30, havia 200 manifestantes.
      Com a chegada dos manifestantes, que se espalharam pelas ruas do Leblon, comerciantes começaram a fechar as portas e clientes de bares e restaurantes com mesas correram, acuados, para dentro dos estabelecimentos.
      Um grupo depredou lojas e agências bancárias, quebrando vidros e saqueando roupas, sapatos e outros objetos. Um prédio da TV Globo foi atingido e teve vidros quebrados.
      Cerca de 60 policiais permaneciam no início da madrugada de hoje no entorno do prédio do governador, que chegou a atribuir o protesto a "adversários políticos".
      Outros agentes do Batalhão de Choque tentavam dispersar os manifestantes, que, após o tumulto, deixaram, em sua maioria, o local.

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