sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Empresas holandesas e brasileiras


KEES RADE
TENDÊNCIAS/DEBATES
Empresas holandesas e brasileiras
C&A, Philips, Shell e outras são tão consolidadas aqui que nem são vistas como holandesas. Às brasileiras, oferecemos impostos competitivos e infraestrutura
Os laços que unem Brasil e Holanda são antigos. Entre 1630 e 1654, uma parte considerável do Brasil -de São Luís a Salvador- esteve sob liderança holandesa. Essa herança ainda pode ser vista na arquitetura, no espírito pesquisador e no modo de vida dos brasileiros do Nordeste.
Hoje, esses laços históricos contribuem para o estabelecimento de uma relação moderna nos âmbitos político, cultural e econômico. Em números, o comércio bilateral registrou R$ 32,2 bilhões em 2010, o que representa um aumento de 32,6% em relação ao ano anterior.
A tendência é que esse número aumente ainda mais com a chegada dos grandes eventos esportivos ao país, já que a Holanda possui experiência em grandes competições internacionais. Além disso, o governo holandês vem investindo para ampliar esse intercâmbio e atrair cada vez mais empresas brasileiras.
Há empresas tão consolidadas no Brasil que os próprios brasileiros não as reconhecem como sendo holandesas. Podemos citar C&A, Philips, KLM, Shell, Makro, Heineken e Unilever, que possuem atuação expressiva e criam empregos locais.
Por outro lado, cada vez mais empresas brasileiras estabelecem sedes europeias na Holanda, país com bom clima para investimentos, ótima infraestrutura e força de trabalho desenvolvida. Exemplos: Petrobras, Braskem, Brasil Foods e Cutrale.
Com o objetivo de atrair ainda mais investimentos, a Agência Holandesa de Investimentos Estrangeiros (Netherlands Foreign Investment Agency) abrirá escritório em São Paulo para assessorar as empresas brasileiras que buscam um local ideal para seus projetos europeus.
A Holanda aparece em 7° lugar no Índice de Competitividade Global, compilado pelo Fórum Econômico Mundial, com clima fiscal competitivo e a terceira posição no IDH.
Os Países Baixos são o sexto principal parceiro comercial do Brasil (somando-se exportações e importações), atrás apenas de China, Estados Unidos, Argentina, Alemanha e Japão. Representam, também, o quarto principal destino das exportações de empresas brasileiras.
Os holandeses possuem longa história de negócios internacionais. Quinta maior nação exportadora, a Holanda tem o maior porto da Europa, Roterdã, e o terceiro maior aeroporto, Schiphol, em Amsterdã. Em 2011, o valor das exportações correspondeu a 84,2% do PIB.
Com os grandes eventos esportivos no Brasil, temos a expectativa de que a parceria entre os dois países seja ainda mais consolidada. A Holanda possui empresas especializadas na construção de equipamentos esportivos, tecnologia do esporte e a infraestrutura relacionada a instalações esportivas. Nas Olimpíadas de Londres, empresas holandesas trabalharam na construção de projetos estimados em R$ 3,4 bilhões.
De 19 a 23 de novembro, o príncipe de Orange, Guilherme Alexandre, e a princesa Máxima Zorreguieta estão no Brasil em visita oficial, acompanhados pelo ministro de Comércio Exterior e Desenvolvimento, pelo secretário de Estado da Educação, Cultura e Ciência e por uma missão de 150 empresas holandesas, uma das maiores da história.
Representantes de mais de 15 institutos de pesquisa e de universidades holandesas também participam da missão. O objetivo é estreitar ainda mais os laços econômicos entre os dois países, já intensos e sólidos.

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