sexta-feira, 23 de novembro de 2012

EUA podem cortar US$ 50 bilhões da ciência


RAFAEL GARCIA

EM WASHINGTON

Barack Obama foi o candidato preferido dos cientistas na última eleição presidencial dos EUA e quase não ouviu críticas vindas da comunidade de pesquisa durante a campanha.
Antes mesmo de iniciar seu segundo mandato, porém, o presidente e seu partido já sofrem pressão do meio acadêmico para evitar uma catástrofe iminente: um corte de US$ 50 bilhões no orçamento federal dedicado à ciência.
Esta redução, uma queda de 17,2%, é aquilo que os recursos de pesquisa de fins não-militares devem sofrer nos próximos cinco anos caso os cortes de verbas necessários para equilibrar as contas do governo poupem a pesquisa e o desenvolvimento na área de defesa.
Atingindo o país que detém um quinto da produção científica do mundo, valor do corte equivaleria a cerca de cinco vezes o do acelerador de partículas gigante LHC.
Essa estimativa de redução saiu de uma análise da AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência), que calculou quanto o orçamento federal de ciência deve perder se o contigenciamento -os cortes draconianos de verba previstos para iniciarem 2013- atinjam com mais força a área militar.
Se os cortes forem equilibrados, ainda assim a fatia abocanhada pelo contigenciamento seria de US$ 22 bilhões (veja gráfico nesta pág.). O melhor cenário -um no qual o orçamento de pesquisa militar e civil seria compensado por cortes em outras áreas- seria o de manter os níveis de gastos equivalentes aos de 2012.
Isso significaria desistir da curva de crescimento no investimento em ciência que se desenhou na virada do milênio. Os gastos retrocederiam ao nível de 2002, quando foram investidos US$ 60 bilhões.
Como esse teto já foi fixado pela Lei de Controle do Orçamento no ano passado, sobra pouca margem de manobra para melhora a não ser a gangorra dos gastos militares e civis.
"Ainda resta algum interesse de certos grupos, sobretudo na Câmara dos Representantes [controlada pelo Partido Republicano], em proteger o lado da defesa na equação e mover parte ou todos os cortes para o lado não-defesa", afirma Matt Hourihan, autor do relatório da AAAS sobre a situação de financiamento à ciência. Essa situação pode mudar até 2017, porém, periodo de vigência do contingenciamento. "Quaisquer decisões futuras vão depender de quem controla a Casa Branca, o Congresso, as comissões de orçamento e como suas prioridades vão evoluir."
O Partido Democrata, de Obama, cuja candidatura recebeu o apoio de 68 cientistas vencedores do prêmio Nobel, deve sofrer imensa pressão agora para usar todas as suas cartas na tentativa de evitar o pior no corte de verbas para pesquisas não militares.
"Os cortes de orçamento draconianos embutidos no abismo fiscal fazem dano generalizado à pesquisa e ao desenvolvimento, bem como à proteção e à regulação ambiental" diz Angela Anderson, uma das diretoras da UCS (União dos Cientistas Preocupados). A entidade está engajada agora em fazer pressão para evitar que, além da ciência, a política de energia dos EUA sofra com os cortes.
Os números dos cortes no primeiro ano do período de contingenciamento devem ser negociados no Congresso dos EUA até o fim do ano.
CAPACIDADE OCIOSA
Com uma redução da verba americana para pesquisa, seria natural que cientistas em países em desenvolvimento passassem a se preocupar também. Muitas das oportunidades de trabalho para grupos sem verba surgem de programas de colaboração em grandes projetos internacionais. Há dinheiro americano em quase todos os megaprojetos de ciência.
No Brasil, porém, o secretário de políticas e programas de pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre, diz não estar preocupado.
"Já estamos distantes do ponto em que a colaboração com os EUA fazia diferença importante no conhecimento cientifico brasileiro", disse o cientista. Para ele, uma queda grande no investimento americano em pesquisa, se ocorrer, pode ter até o efeito contrário, porque a comunidade acadêmica passaria a ter uma "capacidade ociosa", e buscaria ajuda fora para preenchê-la. "Como o Brasil tem tido recursos para participar de colaborações com seus meios próprios, menos recursos na mão de pesquisadores norte-americanos significaria mais oportunidades de colaboração."

Cientistas veem bom momento para avanço americano na política do clima

RAFAEL GARCIA
EM WASHINGTON

Se há pouca chance de o crescimento do orçamento federal de pesquisa ser retomado nos EUA, ao menos uma outra demanda da comunidade científica parece estar num momento favorável: o avanço na política para o aquecimento global.
Após sua reeleição, Barack Obama já mencionou duas vezes que promete retomar a agenda com mais força. A avaliação dos pesquisadores é que hoje há uma parcela maior do eleitorado que vê a mudança climática como problema grave, e isso ajudará o presidente em medidas mais concretas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa.
O problema, claro, ainda é a maioria republicana na Câmara dos Representantes.
"Certamente, há alguns congressistas que não vão querer sentar-se à mesa para discutir esse tipo de iniciativa, mas acho que há uma oportunidade maior nos próximos anos para tratar da mudança climática", diz Joanne Carney, diretora para assuntos legislativos na AAAS.
Segundo ela, diminuiu o medo de que a política ambiental prejudique a economia, e algumas propostas para promover a redução de emissões já tem maior aceitação. "Soluções como a taxa de carbono podem ser um caminho que eles vão considerar."
Obama explorou pouco durante a campanha as suas duas principais iniciativas para reduzir as emissões de gases-estufa: regras para banir a produção de carros que bebem muito combustível e o veto a novas usinas a carvão que emitem emita mais de 450 kg de CO2 para cada megawatt-hora de energia elétrica gerada.
A segunda medida, na prática, foi uma abertura para inundar o mercado de energia com gás de xisto, menos poluente que o carvão, e descrito por sua administração como um "combustível de transição" para as energias renováveis.
"O problema é que estamos descobrindo cada vez mais coisas preocupantes sobre a extração de gás de xisto", diz Angela Anderson, da UCS. "Às vezes ela prejudica a qualidade e a disponibilidade da água e também libera gás metano, que é um potente gás de efeito estufa. O gás de xisto precisa de um arcabouço regulatório mais rígido."
Esse combustível barato é visto como um problema também por prejudicar a inserção de mercado de energias renováveis como eólica ou solar.
A união de cientistas, porém, defende que o presidente comece a atacar as emissões pelo lado financeiramente mais fácil, pressionando o fechamento de usinas a carvão subsidiadas que não produzem mais energia a preços competitivos.
Cientistas também acreditam que Obama terá mais espaço para negociar a entrada dos EUA num sonhado acordo global com metas de redução de emissões.
"É o segundo mandato dele, e ele não vai ser reeleito, então não tem mais compromisso em ter posição timida na questão ambiental", diz Carlos Nobre, do MCT. "Só que ele tem de se engajar construtivamente, e não travando a pauta, que tem sido a política dos EUA desde a Rio-92. Não adianta mais os EUA quererem ter liderança só nos debates de economia e de segurança, imaginando que o debate do clima --que tem a ver com tudo isso-- pode ser travado".

Um comentário:

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