sábado, 12 de janeiro de 2013

Rubens Paiva foi assassinado no Exército, diz membro de comissão

FOLHA DE SÃO PAULO

Para Fonteles, há provas de que deputado foi morto pela ditadura
DE BRASÍLIAO coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Claudio Fonteles, divulgará em fevereiro ou março um texto de sua autoria segundo o qual há provas documentais de que o deputado federal Rubens Paiva foi morto por agentes da ditadura militar no interior de um prédio do Exército no Rio.
Crítico da ditadura, Paiva desapareceu em janeiro de 1971, aos 41 anos de idade.
A versão oficial que o Exército mantém até hoje é que Paiva fugiu das mãos dos militares no Rio. Papéis que têm vindo a público ao longo dos anos e depoimentos testemunhais, contudo, indicam que Paiva foi morto sob tortura nas mãos do Exército.
Fonteles afirmou ao programa da jornalista Miriam Leitão, no canal GloboNews, e ao portal "iG" que há documentos no Arquivo Nacional que apontam para o assassinato de Paiva no interior do DOI-Codi, um dos principais centros da repressão militar à esquerda na época da ditadura (1964-1985).
O coordenador reconheceu que ainda não há pistas do destino dado ao corpo pelos militares nem os nomes dos autores do crime.
Em novembro, a Folha revelou que documentos entregues à Polícia Civil do Rio Grande do Sul pela família do coronel Júlio Miguel Molinas Dias, morto a tiros quando chegava em sua casa em Porto Alegre (RS), ajudariam a confirmar a morte de Paiva nas mãos da ditadura militar.
Dias comandou o DOI-Codi do Rio no fim da década de 70 e no início dos anos 80. Um dos documentos confirmou que Paiva chegou a dar entrada no DOI-Codi.

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