quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Cozinheiro pouco conhecido chega ao topo do 'Michelin'

folha de são paulo


Edição 2013 do "Michelin" francês inclui mais um restaurante entre os três-estrelas



ANA CAROLINA DANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS
Atualizado em 20/02/2013 às 07h10.
Como todos os anos, o lançamento do guia "Michelin", o mais famoso do mundo, movimentou o universo da gastronomia francesa.
Neste ano, o único restaurante francês a subir ao topo foi o La Vague d'Or, em Saint Tropez, do pouco conhecido chef Arnaud Donckele, 35.
Ele entra, assim, para o seleto clube dos melhores restaurantes franceses, ao lado de chefs como Joël Robuchon e Alain Passard (leia mais aqui ).
Eric Feferberg/AFP
O chef Arnaud Donckele do restaurante "La Vague d'or", que recebeu três estrelas na edição de 2013 do Michelin francês
O chef Arnaud Donckele do restaurante "La Vague d'or", que recebeu três estrelas na edição de 2013 do "Michelin" francês
Donckele já trabalhou ao lado de Alain Ducasse e hoje faz uma cozinha que ele mesmo define como "feminina e viva".
Utiliza produtos locais, aposta em ervas e cítricos -os quais mistura a peixes pouco conhecidos.
O chef prova os pratos e preparos antes de servi-los em seu restaurante, que abre somente no jantar, durante a temporada de verão.
Emocionado com a conquista, disse à Folhaque "quer continuar fazendo uma cozinha regional e artesanal".
A edição 2013 do "Michelin", divulgada anteontem em Paris, também recompensa cinco novos restaurantes com duas estrelas, todos no interior da França.
"É um retorno às origens", disse o diretor internacional do guia, Michael Ellis. "Hoje, vemos que os chefs mais criativos, que fazem uma cozinha tradicional e ao mesmo tempo moderna, voltada para o 'terroir', estão no interior."
Nenhum três-estrelas foi rebaixado. Mas três caíram de duas para uma, entre eles o La Bigarrade, e 35 perderam a primeira estrela.
VOZ DISSONANTE
Ainda que o "Michelin" continue referência da gastronomia mundial, o centenário guia francês não escapa das críticas.
"Tenho a impressão de que o 'Michelin' parou no século passado", disse à Folha o crítico gastronômico do jornal "Le Figaro", François Simon, um dos mais reconhecidos do mundo.
"Existe um abismo enorme entre aqueles que cozinham para o cliente e os que cozinham para os guias. A verdadeira gastronomia francesa é muito mais simples, viva, humana e a preços mais razoáveis", afirma.

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