domingo, 2 de dezembro de 2012

O que você vai fazer em 21 de dezembro?- Déa Januzzi‏

Com o fim do calendário maia nesta data, especialistas, místicos e terapeutas alternativos contam como estão se preparando para o anunciado fechamento de um ciclo e sobre mudanças que estão em curso 

Déa Januzzi
Estado de Minas: 02/12/2012 
Fim do mundo ou o despertar de uma nova consciência? Queiram ou não os mais céticos, 21/12/12 “é uma data simbólica, que aponta na direção de um processo de renovação em pleno curso”, garante o psicólogo e antropólogo Roberto Crema, que também é reitor da Universidade Internacional da Paz (Rede Unipaz), em Brasília. Ele cita o filósofo francês François Julian para explicar o conceito de transformações silenciosas, “uma mudança que ocorre rapidamente por um processo longo, sutil e discreto. Não podemos apressar nem prever cronologicamente o nascimento da borboleta de uma nova consciência que brotará da crisálida da crise global contemporânea”.

Em Belo Horizonte, muitas pessoas vão parar, pelo menos, para refletir sobre a data. Para o físico Renato Las Casas, coordenador do Grupo de Astronomia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), será um dia muito especial. Na sexta-feira, 21, ele estará transmitindo ao vivo as teorias de fim do mundo em seu programa na Rádio Inconfidência, das 21h`às 22h. Ele convidou para essa data um físico da Nasa e ex-aluno dele, o brasileiro Ivair Gontijo, que liderou um grupo de pessoas que construíram várias partes do robô Curiosity, que desceu no planeta Marte em 5 de agosto. Ao ser indagado sobre o fim do mundo, Ivair brincou: “Vai ser muito inconveniente se o mundo acabar em 21 de dezembro, porque tenho uma palestra agendada nesse dia aí em Belo Horizonte”. 

A herborista Magdala Ferreira Guedes, a Magui, vai abrir as portas do Sítio Sertãozinho, em Moeda, na Grande BH, para amigos e convidados, que vão fazer meditação com os nomes sagrados de Deus. Nada muito diferente do que ela faz desde 1985, quando recebeu um chamado para fazer pão em uma fazenda de recuperação de dependentes químicos em Goiás, época em que morava naquele estado. Ao retornar a Belo Horizonte e se mudar para Moeda, Magui confirmou que o ato de fazer o pão era mais do que um simples trabalho voluntário. “Ali tinha força, conexão. Era um ritual com muito poder.” Foi então que ela começou a intencionar as massas e as coisas ocorreram.” Magui é uma dessas pessoas que trabalham sem parar para que haja o despertar de uma nova consciência. “Em um ambiente acolhedor, ela recebe os convidados para fazer o pão, tocar a massa com paciência e devoção. No contexto criado por ela, o que é válido para transformar o trigo e fazer a massa também é válido para tornar a massa humana que há em nós em algo vivo, nutritivo e bom,” disse o psicólogo Wolber Alvarenga sobre o trabalho dela. 

O psicoterapeuta e astrólogo Rodrigo Goston acredita na abertura de um portal a partir dessa data, que “vai nos conectar com o amor. É um renascimento, a ressurreição real de Cristo dentro de nós”. Mas essa mudança já está em curso há tempos. As pessoas não aguentam mais tanta violência. “Todos querem fugir da cidade. As pessoas estão buscando terapias alternativas, tudo o que é natural. Nunca se falou tanto em nutrição, em autoconhecimento. Essa data, portanto, é um bom momento para lembrar que eu tenho uma família chamada humanidade. Sou metafísico, portanto, não posso viver só no material.”

O engenheiro eletrônico Eduardo Chianca, autor do livro Frequências de luz, fala da alta vibração do cinturão de fótons que começa a partir dessa data e em como harmonizar o corpo e a mente para o despertar espiritual, que inclui contato com a natureza, alimentação mais natural possível, desapego, vida simples, meditação e exercícios físicos regulares.

Eterna fascinação pelo fim dos tempos 
Especialistas preveem uma mudança de conexão do ser humano consigo próprio, em busca do autoconhecimento e de um profundo despertar para a espiritualidade
 
“A mudança é interna”, diz Magdala Ferreira Guedes, chamada carinhosamente por todos de Magui. No Sítio Sertãozinho, em Moeda, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ela estará no dia 21 com o marido, Orestes, os filhos, amigos e convidados, em um terreno de sete hectares, entre pés de buganvilles, gardênias, lavanda e mirra. O casal, que decidiu morar entre as montanhas, cultiva a agricultura orgânica, que vai para a mesa na forma de uma culinária variada, em que predominam legumes, verduras e alimentos curativos, valorizados pelo toque mágico das especiarias de Magui.

Ela é uma espécie de guardiã da montanha, escuta o que a Terra tem para dizer. É lá, em meio ao perfume de flores e ervas, de um pôr do sol divino, que ela acolhe as pessoas que chegam da cidade cansadas e muito aceleradas. “Elas vêm com um ritmo que não é o de uma pessoa, carregando uma dor que não suportam mais e tentam achar um meio termo.” O tom de Magui é de acolhimento. “A gente recebe almas. São seres que enxergamos de forma completa, com corpo, mente e espírito.” 

A dama das ervas sabe que “a cura hoje não é a liberação de um sintoma, mas uma tomada de consciência de que algo profundo na vida das pessoas tem que se transformar. Isso se ela se permitir se abrir para rever valores”. Magui sabe que as pessoas precisam de um lugar simples e harmônico para marcar um encontro com elas mesmas. A proposta do Sertãozinho é desintoxicar, descansar, respirar, deixar o coração bater no compasso certo. “São momentos de silêncio e de conexão profunda com o ser.
Magui, portanto, está tranquila. “Vejo a data como mais um passo no processo de mudança. Cada vez mais o ser humano está sendo convocado para se conectar com a partícula divina que ele traz em si. Este é o momento”, diz.

ALTA IRRADIAÇÃO O engenheiro eletrônico Eduardo Chianca deixou a profissão para se dedicar à terapia de frequências de luz, uma técnica holística baseada no conceito de uma ciência cocriativa, na qual são usados recursos físicos e metafísicos disponíveis na natureza. Com essa técnica, ele quer tratar e curar o ser humano em sua totalidade, ou seja, nos aspectos físico, energético, emocional, mental e espiritual. “Em nossa essência, somos formados por um campo de energia magnética, inserido em um universo quântico e holográfico.” No dia 21, Eduardo Chianca estará na Paraíba, sua terra natal, com certeza atendendo quem quiser dar esse salto quântico.

O processo de mudança de Chianca começou em 1987, quando houve a chamada convergência harmônica, de 16 para 17 de agosto daquele ano. “Pela primeira vez entramos no alinhamento do cinturão de fótons de Alcione, a principal estrela da constelação das plêiades, da qual nosso sistema solar faz parte, em uma órbita que dura 26 mil anos. Na metade desse período – a cada 13 mil anos – o nosso sistema solar cruza essa alta irradiação do cinturão de fótons. A última vez foi na era astrológica da constelação de Ofiúco, ou Serpentário, o que, em termos bíblicos, foi o tempo do paraíso na Terra, com Adão e Eva.”

Segundo Chianca, nos últimos 12 mil anos imperou a era das trevas, ou noite galática que os vedas chamam de kali yuga. “Nesse período, o nosso hemisfério direito (lado feminino, da intuição), ligado à glândula pineal, ficou adormecido. Daí a preponderância do hemisfério esquerdo (masculino), racional, lógico, analítico e materialista. Por causa disso, a humanidade foi se afundando no materialismo e se desconectando de sua origem divina.”

Para o terapeuta, a partir do dia 21 “entraremos totalmente na alta irradiação de frequências de luz, que vai ativar, de forma surpreendente, a glândula pineal e, consequentemente, o hemisfério cerebral direito, intuitivo, sensível e feminino. Resgataremos, então, a espiritualidade perdida e vamos experimentar a expansão da consciência,” garante.

HARMONIZADAS Uma nova ordem já pode ser sentida e vista de várias formas. “Uma delas é o surgimento de uma nova raça chamada crianças índigo e cristal, seres naturalmente mais evoluídos, inteligentes e sensíveis.” Chianca destaca também a busca pela espiritualidade e autoconhecimento “como nunca se viu na história da humanidade. Prova disso é a quantidade de livros, sites, blogs, conferências, workshops sobre novas terapias energéticas e também a busca de medicamentos alternativos, a atração pela filosofia oriental e pela verdade. Como disse o mestre Jesus, a verdade vos libertará dos velhos dogmas religiosos limitadores. O novo tempo chega também com novos paradigmas científicos da física clássica newtoniana, materialista. Hoje, há uma ciência energética baseada na física quântica, na Teoria da Relatividade, de Albert Einstein e na moderna teoria dos universos paralelos e das supercordas”.

Para explicar a força da natureza, Chianca diz que há comprovações científicas de que na lua cheia as pessoas que estão harmonizadas têm grandes insigths, mas as desequilibradas emocionalmente praticamente enlouquecem, daí a expressão “lunáticas”. Segundo estatísticas da polícia dos Estados Unidos, há um aumento de 30% na criminalidade nos dias de lua cheia. “A irradiação das plêiades é muito maior do que a da lua cheia, consequentemente, as pessoas que estiverem desequilibradas energeticamente, com os chacras e meridianos bloqueados, assim como os corpos sutis – aura – desarmonizados, sofrerão negativamente a alta vibração do cinturão de fótons, que começa em 21 deste mês.”

Os sintomas de ordem física que as pessoas energeticamente despreparadas vão sentir, segundo ele, são: dores de cabeça, tonteira, labirintite, enxaqueca e fibromialgia. “Emocionalmente, as pessoas desarmonizadas vão ter irritabilidade, síndome de pânico, ansiedade e depressão.” Ele aconselha aos buscadores espirituais que mantêm os corpos e campos energéticos harmonizados que meditem, pois vão passar por uma sensação de bem-estar, em um profundo despertar espiritual. E dá dicas para que as pessoas se preparem para essa nova era. “Evitar carnes vermelhas, alimentos processados, industrializados e refinados, do tipo açúcar, arroz, trigo e pão brancos. O mesmo para bebidas alcóolicas e cigarros. Levar uma vida simples, fugir da confusão e dos modismos, além de praticar o desapego nas relações. Aprender a amar sem apego e, por fim, entrar em contato direto com a natureza.”

Alinhamento dos planetas 
Para quem vasculha o céu pelo menos duas vezes ao dia, às 5h da manhã e no mesmo horário à tarde, o universo tem seus segredos. O astrônomo Renato Las Casas sabe disso. Do terraço aberto de sua casa, no Bairro Carlos Prates, na Região Noroeste, que ele chama de Observatório de Astronomia de BH (OABH), ele observa detalhes das crateras da Lua e abre espaço para as crianças do bairro. Com um pequeno telescópio italiano refratário Konus, ele contradiz as afirmações dos místicos sobre um alinhamento de planetas em 21 deste mês. “Vai ser muito chué. Enquanto existir o sistema solar, nunca vai ocorrer um alinhamento de planetas 100%.” 

O que as pessoas vão ver no céu nesse dia? “Se você olhar para o alto à meia-noite vai ver Júpiter. Quando for meio-dia e você olhar para o céu verá o Sol e, se a atmosfera não estiver carregada, poderá ver os planetas que estão mais próximos dele, no caso Saturno que estará bem perto. Não tão perto do astro, estarão Mercúrio e Vênus, e mais distantes Urano e Netuno. Nada de fenomenal. Os planetas vão estar todos espalhados em um ângulo superior a 20 graus. Alinhamentos como esse ocorrem um a cada 10 anos.”

Em meio aos cães da raça boxer, com nomes como Lua e Gaminedes (uma das luas de Júpiter), Siderius Núncios (mensageiro das estrelas), Luneta e Galileu, o astrônomo Renato Las Casas explica que a interação da Terra com os planetas se dá de duas formas. “Por meio da luz do Sol que se reflete no planeta e vem até nós, ou por meio da força gravitacional que os planetas exercem uns sobre os outros. Mesmo se alinharmos todos os planetas, essa força gravitacional não será capaz de alterar nem em um milímetro o nível das marés.”

Carimbo energético 
Convocado para falar sobre o dia 21, o psicoterapeuta e astrólogo Rodrigo Goston fez o mapa astral da data, jogou runas, consultou as cartas do tarô e montou uma mesa cigana, com frutas, taça de vinho e punhais, para finalmente se conectar com os anjos, seus guardiões. Antes, harmonizou o ambiente com aroma de menta, para dizer que “este é um momento de celebração, mas muito solene. Momento de escutar a própria canção interna. Cada um de nós será uma espécie de nota dourada nessa festa, que vai nos conectar com o sagrado coração da Terra”.

No mapa astral, Rodrigo localizou Saturno no meio do céu, que “chama a todos para a responsabilidade sobre a nossa vida. Saturno é o nosso pai interno, nosso mestre. Às 9h13 desse dia, no horário de verão, começa o solstício de verão, portanto “as pessoas deveriam entrar em contato com a energia do Sol, ir para perto da natureza, colocar os pés em contato com a terra, desligar todos os aparelhos eletromagnéticos, principalmente se houver chuva com raios, e não cair na tentação dos excessos, seja de comida ou de bebida”.

Sob os raios da lua crescente, Rodrigo pede às pessoas que recarreguem as energias, “mas de uma forma mais leve, ao som da Nona sinfonia de Beethoven ou alguma música clássica como as Quatro estações, de Vivaldi, que elevam o padrão vibratório. Agora, é só sintonizar com as boas vibrações do número 12. “É só lembrar que são 12 meses no ano, eram 12 apóstolos e o dia 21 (que é o 12 invertido) do 12/2012. É uma espécie de carimbo energético, pois o planeta ganha uma outra assinatura a partir dessa data.” 

É só especulação? 
Dos Estados Unidos, o físico da Nasa Ivair Gontijo falou ao caderno Bem Viver sobre as especulações do fim do mundo. Ele disse que “o nosso maior desafio como espécie que habita a biosfera terrestre continua tão grande hoje quanto no passado. É nossa a responsabilidade e o desafio de achar soluções para nossos problemas e nossas desavenças”.

Ele concorda com os astrônomos de que não haverá um alinhamento dos planetas no dia 21. Eles estarão espalhados pelo sistema solar, com Júpiter de um lado da Terra, Saturno do outro, Marte e Netuno a quase 90 graus dos outros. Mesmo se houvesse um perfeito alinhamento de todos os planetas na mesma direção, também não faria a menor diferença. “A atração gravitacional do Sol sobre a Terra é muito maior do que a de todos os planetas juntos.” 

Segundo Ivair, “em todos os séculos sempre houve alguém prevendo o fim do mundo, que teima em não acabar, não é mesmo?”, constata. “Durante nossas vidas já tivemos pelo menos meia dúzia de previsões de que o mundo ia acabar e não aconteceu nada. Em 21 de dezembro de 2012 não vai ser diferente. O astrônomo Carl Sagan, criador do documentário de TV Cosmos, dizia que devemos, sim, ser fascinados com o universo, já que somos poeira estelar. Ele fazia alusão à nossa conexão com o resto do universo, que é profunda e fascinante.

“Os átomos de ferro que fazem parte da molécula de hemoglobina dão a cor vermelha ao sangue que corre dentro de suas veias. Esses átomos foram sintetizados na explosão de uma estrela supernova nas imediações de onde, bilhões de anos mais tarde, uma grande nuvem de gás e poeira começou a condensar e formou uma nova estrela Sol. Dos restos desse processo formaram-se todos os outros planetas e com mais um bilhão de anos a vida começava no planetinha azul, o terceiro mais próximo da nossa estrela Sol. Por um processo de seleção natural essas formas de vida primitiva evoluíram e produziram essa criatura humana dotada de consciência e curiosidade, e que busca explicações.”

Baseado em seu conhecimento do sistema solar e de astronomia, o físico da Nasa afirma que não há nenhum apocalipse em vista. “Infelizmente, o calendário maia foi usado por muita gente para ganhar dinheiro. O último episódio foi em 2009, quando Hollywood fez o filme 2012, espalhando ainda mais essas ideias, que são claramente incorretas.” 

Para entender os cálculos dos maias, ele explica: “Em todas as culturas e épocas sempre houve pessoas mais curiosas que notaram os ciclos dos dias e anos e mudanças das posições das estrelas no céu. Isso era muito mais comum antes da invenção da iluminação elétrica. Os maias, ao longo de vários séculos, criaram três maneiras de contar a passagem dos dias: a contagem curta, de 260 dias; o ano normal, de 365 dias, e a contagem longa, baseada em múltiplos de 20. Por exemplo, 20 anos (360 x 20) era chamado de 1 katun ou 7.200 dias.”

O próximo múltiplo, chamado de 1 baktun, era formado for 20 katuns (20 x 20 x 360 dias = 144mil dias). “O que vai acontecer em 21 de dezembro é que estaremos completando o décimo terceiro baktun, ou seja, é uma virada do calendário parecido com a passagem de 31 de dezembro de 1999 para 1º de janeiro de 2000, que, no caso do nosso calendário decimal, marcou o fato de que o segundo milênio estava terminando e o próximo começando. Só isso. Os maias na verdade não fizeram profecia nenhuma de que o mundo ia acabar no fim do 13º baktun, tanto que eles até tinham o nome para o próximo ciclo, ainda maior: 20 baktuns formariam 1 piktun. Ou seja, esse povo criou um calendário sofisticado em que era possível descrever e imaginar datas de um futuro distante.”

O físico da Nasa avisa: “Devemos sim ser fascinados pela capacidade inventiva desse povo e honrar sua memória. O 21 de dezembro marca o solstício de inverno no Hemisfério Norte, que é o dia mais curto do ano ao Norte do Equador. Os maias sabiam disso. O Sol se põe na constelação de Sagitário nesse dia e, por coincidência, o planeta fica na direção do centro da Via Láctea que é a nossa galáxia. Note que eu disse na direção do centro, porque o centro da galáxia está a mais de 30 mil anos-luz de distância. Os catastrofistas juntam essa informação com o calendário maia para dizer que o Sol vai arrastar a Terra para o centro da galáxia, ou coisas parecidas que não têm nenhum fundamento científico. A propósito, os maias não sabiam sobre galáxia e que ela tinha um centro, isso só foi descoberto no século 19 e início do século 20, com observações de luz infravermelha e da posição de aglomerados globulares de estrelas.”

PALAVRA DE ESPECIALISTA » Magia do tempo 
Gilda Paoliello - Psiquiatra/psicanalista

“As pessoas precisam de soluções mágicas pela dificuldade em ouvir os próprios desejos e se perguntarem o que fazer com isso ou como alcançá-los. Daí a fascinação pelos oráculos e previsões apocalípticas de fim dos tempos. Se os tempos chegam ao fim, elas não precisam se preocupar com a frustração das não realizações, das derrotas, da própria pequenez. Afinal, o ser humano é mesmo limitado e a finitude está perto. Esperar que a magia do tempo resolva a própria vida é tirar a responsabilidade quanto ao próprio destino. Estar em dia com o próprio desejo, querer realizá-lo, usar a esperança para construir a oportunidade de transformação são boas demonstrações de nossa saúde mental. Como dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade: ‘As pessoas preferem uma tragédia a uma mudança’”.

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