Estado de Minas: 05/03/2013
A divertida
personagem Mônica, criada por Maurício de Souza, está completando 50
anos agora em março. Quem consegue imaginar a menina baixinha, dentuça e
valentona, que protagonizou histórias inesquecíveis nas revistas em
quadrinhos ao longo desse tempo, como uma mulher de meia-idade?
Mesmo que o autor a tenha casado com o Cebolinha – como se sabe, quem mais levou as “coelhadas” da mocinha na infância –, há quem não acredite muito nesse casamento. Mas suponhamos que os dois tenham, de fato, se casado (afinal, dizem que os opostos se atraem) e estão juntos até hoje. Imaginemos que tiveram dois ou três filhos, ela tenha se formado em artes plásticas e seja, atualmente, dona de uma galeria de arte. Ou quem sabe tenha se tornado empresária bem-sucedida no ramo de turismo? Os que a conheceram bem quando criança poderão achar que ela continue mandona e mantenha o marido sob as rédeas. “Acho que ela se tornou uma Dilma”, ouvi de uma amiga, dia desses. Por que não? Porém, considerando que as pessoas mudam com o tempo, a Mônica pode também ter virado outra. Assim como o marido. Tudo é possível em se tratando da espécie humana.
Sugiro que esqueçamos, neste momento, a Mônica verdadeira – a filha de Maurício de Souza – que inspirou a criação da personagem. Tomemos a Mônica dos quadrinhos como uma invenção, um ser de ficção que acabou por ganhar realidade própria e autonomia em relação ao modelo. Assim, entramos no jogo e fica mais divertido. A partir daí, tudo pode ser imaginado com relação ao que ela teria se tornado aos 50 anos. Cada leitor poderá compor a sua Mônica particular.
Vou tentar esboçar aqui o perfil da minha Mônica cinquentona. Se ela continua baixinha, gordinha e invocada? Não, nem tanto. Mesmo acima do peso estipulado pelos padrões contemporâneos – que têm como referência as modelos magricelas das revistas e desfiles de moda –, ela sustenta uma elegância madura e sedutora nos seus quilos a mais. É dona do seu nariz e ajudou seu marido, o Cebola, a se tornar um homem forte e sem medos. Hoje, compartilham uma admiração mútua, cada um respeitando a força e a identidade do outro. Por isso continuam juntos depois de tantos anos.
Minha Mônica cinquentona gosta de viagens, vinhos e festas. Veste-se sem peruíce. De vez em quando, surpreende seus queridos com jantares originais e presentinhos imprevisíveis. Sai com as amigas às quintas-feiras só para falarem besteiras e curtir um final de tarde prazeroso. Leva o trabalho muito a sério, é sempre pontual e gosta de dar suas risadas, como a Irene de Caetano Veloso. Não pretende fazer plásticas, pois quer aproveitar cada fase da vida, sem artifícios. Tenta ser amiga dos filhos, na medida do possível. Tem seus momentos de tristeza sem motivo, suas baixas de energia, mas busca manter o prumo. Para conter um pouco a braveza intrínseca, entrou para a aula de boxe e, com isso, descarrega num saco de areia todos os seus ímpetos contidos. Atitude sábia, sem dúvida. Até seus filhos reconhecem isso e a incentivam a continuar na academia.
Não sei se fantasiei muito. Mas é assim que vejo a Mônica aos 50. E quem quiser entrar na brincadeira, que também invente a sua.
Mesmo que o autor a tenha casado com o Cebolinha – como se sabe, quem mais levou as “coelhadas” da mocinha na infância –, há quem não acredite muito nesse casamento. Mas suponhamos que os dois tenham, de fato, se casado (afinal, dizem que os opostos se atraem) e estão juntos até hoje. Imaginemos que tiveram dois ou três filhos, ela tenha se formado em artes plásticas e seja, atualmente, dona de uma galeria de arte. Ou quem sabe tenha se tornado empresária bem-sucedida no ramo de turismo? Os que a conheceram bem quando criança poderão achar que ela continue mandona e mantenha o marido sob as rédeas. “Acho que ela se tornou uma Dilma”, ouvi de uma amiga, dia desses. Por que não? Porém, considerando que as pessoas mudam com o tempo, a Mônica pode também ter virado outra. Assim como o marido. Tudo é possível em se tratando da espécie humana.
Sugiro que esqueçamos, neste momento, a Mônica verdadeira – a filha de Maurício de Souza – que inspirou a criação da personagem. Tomemos a Mônica dos quadrinhos como uma invenção, um ser de ficção que acabou por ganhar realidade própria e autonomia em relação ao modelo. Assim, entramos no jogo e fica mais divertido. A partir daí, tudo pode ser imaginado com relação ao que ela teria se tornado aos 50 anos. Cada leitor poderá compor a sua Mônica particular.
Vou tentar esboçar aqui o perfil da minha Mônica cinquentona. Se ela continua baixinha, gordinha e invocada? Não, nem tanto. Mesmo acima do peso estipulado pelos padrões contemporâneos – que têm como referência as modelos magricelas das revistas e desfiles de moda –, ela sustenta uma elegância madura e sedutora nos seus quilos a mais. É dona do seu nariz e ajudou seu marido, o Cebola, a se tornar um homem forte e sem medos. Hoje, compartilham uma admiração mútua, cada um respeitando a força e a identidade do outro. Por isso continuam juntos depois de tantos anos.
Minha Mônica cinquentona gosta de viagens, vinhos e festas. Veste-se sem peruíce. De vez em quando, surpreende seus queridos com jantares originais e presentinhos imprevisíveis. Sai com as amigas às quintas-feiras só para falarem besteiras e curtir um final de tarde prazeroso. Leva o trabalho muito a sério, é sempre pontual e gosta de dar suas risadas, como a Irene de Caetano Veloso. Não pretende fazer plásticas, pois quer aproveitar cada fase da vida, sem artifícios. Tenta ser amiga dos filhos, na medida do possível. Tem seus momentos de tristeza sem motivo, suas baixas de energia, mas busca manter o prumo. Para conter um pouco a braveza intrínseca, entrou para a aula de boxe e, com isso, descarrega num saco de areia todos os seus ímpetos contidos. Atitude sábia, sem dúvida. Até seus filhos reconhecem isso e a incentivam a continuar na academia.
Não sei se fantasiei muito. Mas é assim que vejo a Mônica aos 50. E quem quiser entrar na brincadeira, que também invente a sua.