quarta-feira, 13 de agosto de 2014

MARTHA MEDEIROS - Onde fui amarrar meu bode?

Zero Hora - 13/08/2014

Sempre simpatizei com essa expressão, tanto que a uso direto em conversas entre amigos, mas nunca a relacionei com meu trabalho. Pois chegou o momento: onde fui amarrar meu bode na hora em que resolvi dar pitaco sobre Torres?

Não leio o que rola nas redes sociais, mas já soube que fui esculhambada num grau temeroso: não duvido que temperem minha casquinha de siri com soda cáustica caso eu ouse retornar à cidade.

Bom, aos fatos. Quarta passada, publiquei uma bronca por a praia da minha infância não ter realizado seu potencial, com a burrada de ter falado em beleza, charme e bom gosto quando se sabe que são valores relativos, e de ainda ter concluído o texto subestimando o estrago dos prédios altos à beira-mar, como quem diz: perdido por um, perdido por mil. Com 20 anos de colunismo nas costas, eu já deveria ter aprendido algumas coisinhas sobre o poder desastroso das ironias.

A boa notícia é que estou desinformada, segundo os moradores. É possível. Fui a Torres poucas vezes nos últimos anos, por no máximo 48 horas, sendo que a última foi em fevereiro deste ano, quando me hospedei na Prainha, que é onde a Torres real ainda equaliza com a Torres da minha fantasia.

Não circulei, não fiquei 10 dias, um mês, e por isso não sabia nada sobre o que me contaram: que a atual gestão está empenhada em corrigir os descasos das gestões anteriores, que Torres faz parte de uma Rota Gastronômica, que há muitos hotéis e pousadas de primeira linha, que turistas estrangeiros costumam visitar a cidade com frequência, que um cinema 3D será inaugurado em novembro, que não há mais areia sobre o calçadão e que eu sou uma toupeira, claro.

Assim como eu não sabia dessa evolução toda, talvez muitos brasileiros também não saibam, já que Torres não costuma ser indicada como destino turístico imperdível. A revista Claudia, publicação feminina de maior circulação do país, veiculou uma matéria na edição de julho cujo título foi “Seja bem-vindo, tchê!”, em que personalidades nacionais nascidas aqui (escritores, atores, atletas, blogueiros, apresentadores, chefs de cozinha) recomendavam os lugares que não se deve deixar de visitar no Rio Grande do Sul.

Eles citaram as cidades da Serra, os aparados, os vinhedos, o pampa, algumas cidades do Interior e a Capital. O esquecimento da mais bela praia do litoral gaúcho pode ter sido por causa do inverno, mas aconteceu: Torres foi mencionada uma única vez. Modestamente, por mim. Que minha defesa arrole isso nos autos.

Continuo achando que Torres merecia uma infraestrutura turística de muito mais qualidade, mas já que os moradores garantem que estão chegando lá, retiro o desânimo, peço desculpas pelo mau jeito e em breve voltarei à cidade para conferir in loco. Garçom, a minha caipirinha sem cianureto, por favor.

Ainda causando rebu

Ainda causando rebu Obra do dramaturgo e autor de novelas Bráulio Pedroso, que morreu em 1990 aos 59 anos, conquista interesse da nova geração. Escritor ajudou a modernizar a TV com suas tramas


Ana Clara Brant
Estado de Minas: 13/08/2014



 (Arte/Janey Costa)


“Um dia, uma novela que dure apenas um dia. Onde a situação passe de um personagem para outro numa corrente interminável.” As frases fazem parte de um caderno datado de fevereiro de 1971, chamado “Anotações para futuras histórias ou para histórias que nunca serão escritas”, que pertencia ao dramaturgo paulista Bráulio Pedroso (1931-1990). A ideia acima seria o início do processo de criação de O rebu, escrita três anos depois, como acredita um dos filhos do autor, o médico João Manoel Pedroso, de 49 anos, que guarda a relíquia. “Foi um momento de inspiração dele que acabou se concretizando em 1974 e se tornou um marco da TV brasileira. Ele mesmo achava que era a sua melhor novela e a mais difícil que escreveu. Não é à toa que ela continua tão contemporânea na nova versão. O rebu de 1974 era uma ideia extremamente moderna para a ficção. Até então, nunca tinha sido feito nada parecido e até hoje continua atual”, analisa.

Bráulio Pedroso mudou a história da teledramaturgia nacional. Não era fã de televisão e nunca tinha visto e muito menos escrito uma novela na vida. Em 1968, foi recomendado para Cassiano Gabus Mendes e Lima Duarte por sua amiga, a atriz Cacilda Becker, para trabalhar na extinta TV Tupi. O folhetim era nada mais nada menos do que Beto Rockfeller. Muitos críticos defendem que a produção marcou o antes e o depois das telenovelas brasileiras. “Assisti a alguns trechos do Beto Rockfeller quando criança, de Amizade colorida e do próprio O rebu para a nossa adaptação e sempre vi o Bráulio como um cara muito inquieto, ousado, moderno, que nunca ficou na sua zona de conforto e que tinha uma linguagem à frente do seu tempo. Ele já era assim no teatro e trouxe isso para a televisão”, constata o diretor da nova versão de O rebu, José Luiz Villamarim.

João Pedroso lembra de um episódio curioso envolvendo o pai. Quando ele foi convidado para escrever Beto Rockfeller, tinha acabado de sofrer um acidente de carro e teve que ser engessado do pescoço para baixo. Por causa disso, não tinha como datilografar os capítulos. A solução encontrada foi narrar a história que ia surgindo na cabeça, enquanto um funcionário recém-contratado, Paulo Ubiratan – então com 16 anos e que depois iria se tornar um dos mais prestigiados diretores do país – ia datilografando. “Uma das principais características do papai é que ele nunca gostou de fazer coisas iguais. O que deu certo em Beto... ele não repetiu e, no caso dessa obra especificamente, ele trouxe como novidades o merchandising e o público masculino. Em O rebu, a história se passava num só dia; em Super plá, ele fazia referências a super-heróis e alucinógenos. Ele sempre ousou”, analisa João Pedroso.

O público que não teve oportunidade de conhecer a criação de Bráulio Pedroso está sentindo um gostinho agora com a readaptação de um dos seus maiores sucessos, O rebu, exibida pela TV Globo, escrita por George Moura e Sérgio Goldenberg e dirigida por José Luiz Villamarim, o mesmo trio que assinou as séries O canto da Sereia (2013) e Amores roubados (2014). Os três tiveram acesso a dois capítulos apenas da primeira versão – até porque boa parte do restante foi consumida por um incêndio – e os autores leram todos os 112 capítulos da novela original. “Fizemos um fichamento para entender a lógica dos personagens e como Bráulio Pedroso contava aquela história. Foi uma experiência fascinante, pois eram scripts que estavam arquivados em microfilmes, escritos na máquina de datilografia, com correções a caneta. Uma realidade pré-computador. É incrível como ele conseguiu escrever uma novela inteira, com esse grau de continuidade, com tão poucos recursos”, observa George Moura.

Para ele, o que Bráulio trouxe de novidade para a teledramaturgia foi um retrato mais complexo e irônico da sociedade brasileira, sobretudo da elite, e um arrojo formal de como contar uma história. “Imagine que a versão original de O rebu é de 1974, muito antes dos seriados americanos como 24 horas e Lost, e já tinha uma estrutura de três linhas narrativas: o tempo da noite da festa, o dia seguinte, quando se dá a investigação policial, e os flashbacks, quando entendemos melhor, que são aqueles personagens e quais os motivos poderiam ter para matar a vítima, encontrada boiando na piscina”, analisa.

Crônica


Sérgio Goldenberg defende que Bráulio era um cronista, assim como boa parte dos autores de teatro dos anos 1960, e trouxe isso para as produções da TV. Também diretor e roteirista, ele conta que a equipe manteve muitas características da história principal nessa adaptação de 2014, como a festa, o antes e o depois, o crime, o corpo boiando na piscina, os encontros inusitados e alguns nomes de personagens, como Carlos e Lídia Braga e Maria Angélica. “Uma das principais mudanças foi sugerida pelo Villamarim. Em vez do Conrad Mahler ele pensou numa mulher, Ângela Mahler, já que estamos vivendo em tempos em que as mulheres ocupam cargos de liderança. Há também uma homenagem ao próprio Bráulio, já que o delegado, personagem do Marcos Palmeira, se chama Nuno Pedroso, e o nome completo do dramaturgo era Bráulio Nuno de Almeida Pedroso”, revela.

Já Villamarim destaca que a essência da trama foi mantida, mas houve uma acelerada na história e alguns toques de modernidade, como o uso das redes sociais. “A gente radicaliza em algumas coisas. Aumentamos os flashbacks, tem novos personagens, temos muitas idas e vindas. Esquentamos mais ainda a coisa e acho que daí se explica o tanto de gente que nem vê novela e que está assistindo a O rebu, principalmente o público jovem”, repara.

João Manoel Pedroso lembra que toda a família está muito feliz com o tratamento que deram ao novo O rebu, o que para ele não deixa de ser uma homenagem ao pai. Sem falar que o público que não conhecia a obra de Bráulio também está tendo a oportunidade de saber quem ele foi. “Acho que é um momento de resgate de sua obra. E é um movimento autêntico, que tem uma legitimidade muito maior. E essa equipe pegou um texto inovador e inovou mais ainda”, elogia.

Obra preservada

Praticamente todo o acervo de Bráulio Pedroso pertence hoje à Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, doado pela família do autor quando se completaram 10 anos de sua morte, em 2000. “Houve uma homenagem na época, organizada por nós e por alguns amigos, e entregamos tudo que tínhamos – textos de teatro, novelas, filmes, alguns cadernos de anotações e até a máquina de escrever. Só um dos cadernos ainda está comigo, que é justamente o que tinha a ideia original de O rebu”, revela o filho de Bráulio, João Pedroso. Há a intenção de relançar três publicações de peças de teatro escritas pelo dramaturgo, que nunca foram reeditadas. “Apesar de papai ter morrido muito cedo, com apenas 59 anos, ele produziu muito. Deixou um legado de mais de 30 peças, cerca de 15 novelas e vários casos especiais”, resume João.

Contador de histórias

Nascido em São Paulo em 30 de abril de 1931, aos 15 anos Bráulio Pedroso ganhou da família uma câmera e começou a fazer filmes experimentais. Em seguida, passou a atuar como assistente de direção, montador e crítico de cinema. Por causa de um problema de locomoção e de uma doença inflamatória crônica, espondilite anquilosante, que acomete articulações da coluna vertebral, abandonou os filmes e foi ser diretor da página de arte do jornal O Estado de S. Paulo. Escreveu para o teatro e chegou a ganhar o Prêmio Molière com O fardão, mas ficou marcado como um dos autores mais ousados da teledramaturgia. Deixou obras marcantes, como as novelas Beto Rockfeller, O cafona, O bofe, O rebu e Feijão maravilha. Morreu, em 1990, aos 59 anos, vítima de fratura nas vértebras cervicais, causada por uma queda no banheiro de sua casa.

Realidade em dois tempos

Ana Clara Brant

George Moura, José Luiz Villamarim e Sérgio Goldenberg: sem medo de experimentar

 (Estevam Avellar/Divulgação)
George Moura, José Luiz Villamarim e Sérgio Goldenberg: sem medo de experimentar


O trio formado pelos autores George Moura e Sérgio Goldenberg e pelo diretor José Luiz Villamarim, com a contribuição da belíssima fotografia de Walter Carvalho, vem revolucionando, assim como Bráulio Pedroso, a linguagem da televisão brasileira. Eles nem finalizaram O rebu, terceiro trabalho da equipe, que termina em 12 de setembro, e já estão de olho em uma quarta empreitada. “É uma parceria que tem muita afinidade, um casamento que vem dando certo. O legal é que são histórias bem distintas e a gente vem fazendo coisas diferentes em cada uma delas. É sempre um desafio e isso é muito bom. A gente estava precisando mesmo dar essa sacudida na teledramaturgia”, ressalta Villamarim.

Sérgio Goldenberg comenta que O rebu é uma trama muito intrincada e que eles tiveram que se preparar bem para escrever. Ele revela que os eventos mostrados no começo têm muito a ver com o que será apresentado no fim e que a cada capítulo a novela sempre vai surpreender. “Agora que o espectador já conhece um pouco da história de cada personagem, a trama vai se deslocar mais para o presente, para o dia seguinte ao da festa, e vamos ter vários pontos de vista e uma série de conflitos”, anuncia.

Os atores ainda estão gravando e, ao contrário das novelas convencionais, O rebu não é uma obra aberta. Toda a equipe da produção tem a preocupação de não vazar a informação de quem matou Bruno Ferraz, personagem de Daniel de Oliveira, que foi encontrado morto no início do folhetim. “Ainda estamos escrevendo os capítulos finais. De fato, trabalhamos com vários suspeitos e isso pode ser mudado até o último momento. Façam suas apostas. O bolão entre os telespectadores e na internet está bombando”, completa George.

 João Pedroso, filho de Bráulio, torce para que a assassina seja Ângela Mahler, papel de Patrícia Pillar, mesmo que, teoricamente, repita o criminoso da primeira versão, Conrad Mahler, interpretado por Ziembinski. “Acho que o fato de ela ter matado seria surpreendente mesmo assim. Ângela é muito fria, tem um quê de psicopata, de misteriosa. Acho que seria bacana um personagem forte como ela ser o assassino. Mas, para falar a verdade, todos são suspeitos e têm ótimos motivos para matar e isso que é a grande graça dessa novela”, diz.

três perguntas para...

George Moura
Roteirista

Quais as dificuldades em lidar com os dois tempos em que se passa a trama de O rebu?

É um delicioso quebra-cabeça, que está nos dando muito trabalho. O fundamental é deixar clara e intrigante para o telespectador essa maneira particular de contar uma história. No início, as pessoas acostumadas com novelas, que têm um narrativa mais cronológica, estranharam.

Como você vê o gênero novela atualmente? Ele está em crise, como muita gente diz?

Não vejo crise no gênero. Acho que a televisão aberta está passando por uma nova organização diante da diversidade de plataformas e conteúdos. A concorrência e a velocidade do mundo se acirram dia a dia. Mas, no Brasil, a novela tem vida longa.

Você nunca escreveu uma novela tradicional. Tem vontade?

Tenho um fascínio por narrativas curtas e fechadas. Talvez isso se dê por um método de escrita particular: escrevo e reescrevo muitas vezes em busca do tom preciso. Numa novela tradicional, isso se torna impossível, devido ao volume de capítulos. Acho que ficaria muito frustrado em escrever de outra maneira. Para ser franco, talvez, eu nem saiba fazê-lo. 

TeVê

TV PAGA » Amarelão

Estado de Minas: 13/08/2014


 (Fox/Divulgação)


Com um ligeiro atraso, o canal Fox vai comemorar o Dia dos Pais com Homer Simpson e sua família. No especial Noite amarela, a emissora emenda seis episódios temáticos da série de animação de Matt Groening a partir das 22h30. Anote aí os títulos selecionados: “City of New York vs. Homer”, “Homer caminhoneiro”, “Homer the father”, “Hello gutter, hello fadder”, “Todo pai tem uma juíza que é uma fera” e “Homer Simpson com problema de rim”.

Muitas alternativas para  quem quer ver um filme
O Telecine Cult dá sequência à mostra Ao mestre com carinho com mais dois diretores premiados: Sergio Leone, com Quando explode a vingança (19h10); e Quentin Tarantino, com Kill Bill – Volume 2 (22h). Na faixa das 22h, o assinante tem mais oito opções: América – Uma história portuguesa, no Canal Brasil; Além da escuridão – Star trek, no Telecine Premium; Espelho, espelho meu, no Telecine Fun; Aposta máxima, no Telecine Pipoca; Quase famosos, no Glitz; Homens e seu grande amor, no Max HD; Um lugar solitário para morrer, no Max Prime; e Tempos de violência, no MGM. Outras atrações da programação: Duro de matar – A vingança, às 21h50, no Megapix; Chamas da vingança, às 22h30, no FX; e Latitude zero, também às 22h30, no Cine Brasil.

Boa chance de conhecer
o cinema feito no Norte


A sessão A vida é Curta! desta noite traz três curtas-metragens realizados no Norte do Brasil. O primeiro é a crônica músico-visual Contratempo, de Bruno Jorge, ambientado em um boteco de Manaus. Em seguida, Dira Paes estrela Ribeirinhos do asfalto, de Jorane Castro, sobre uma moradora da Ilha do Combu, vizinha de Belém. O terceiro é o premiado Mãos de outubro, de Vitor Souza Lima, que fala sobre a grande festa católica que celebra o Dia de Nossa Senhora, a padroeira do Brasil. No ar às 20h, no canal Curta!.

Entrelinhas tem edição
gravada durante a Flip


O Entrelinhas exibe hoje, às 23h30, na Cultura, um especial sobre a Festa Literária Internacional de Paraty – Flip 2014. Apresentado por Manuel da Costa Pinto e Chris Maksud, o programa traz entrevistas com alguns dos escritores participantes da feira: Etgar Keret, Michael Pollan, Juan Villoro, Jhumpa Lahiri e Jorge Edwards. No Film&Arts, às 19h, vai ao ar um documentário sobre o estilo art nouveau, que surgiu em 1890 na Europa.

Jorge Aragão justifica
sua paixão pelo samba

Jorge Aragão é o convidado do Viva o sucesso desta quarta-feira, às 22h45, no canal Viva. O músico conta, entre outras coisas, como o samba entrou em sua vida e lembra os três anos em que foi vocalista do Fundo de Quintal. Ele entrou para o grupo em 1978, quando o amigo Neoci o levou para conhecer o bloco Cacique de Ramos, no Rio de Janeiro, onde tudo começou. Ao longo de sua trajetória, Aragão criou pérolas como Enredo do meu samba, Vou festejar e Coisinha do pai.


CARAS & BOCAS » Três décadas e muito mais



Patrícia Abravanel, grávida, e Sílvio Santos estrelam campanha de aniversário do SBT (Instagram Patrícia Abravanel/Reprodução Internet)
Patrícia Abravanel, grávida, e Sílvio Santos estrelam campanha de aniversário do SBT


Na terça-feira, o Sistema Brasileiro de Televisão – SBT completa 33 anos de história e momentos marcantes compartilhados com a família brasileira. Para festejar a data e dar início a um novo ciclo, a emissora prepara estratégias com o intuito de multiplicar ainda mais a percepção de um canal mais dinâmico e moderno. Dentre elas, a adoção de um novo conceito junto à plataforma “#Compartilhe”, com a campanha Quem compartilha felicidade, multiplica, que também inclui uma logomarca inovadora que representa a nova fase do SBT. Outro motivo para comemorar são os índices de audiência, pois o mês de julho de 2014 marcou a retomada da vice-liderança da emissora nas mais importantes faixas horárias do PNT (Painel Nacional de Televisão), a partir de dados fornecidos pelo Ibope, segundo a assessoria de comunicação do SBT. Ao longo das 24 horas, o SBT marcou 4,4 pontos de média e encerrou o período com uma audiência 10% superior ao índice da terceira colocada, que marcou 4,0 pontos. Ao comparar os dados com o mês de junho, o SBT foi a única emissora a obter crescimento: 2%. Em relação à campanha, estrelada por Sílvio Santos e Patrícia Abravanel, que está grávida, pai e filha, Glen Valente, diretor comercial e de marketing do canal, explica: “Identificamos que a emissora tem um forte engajamento junto ao público, que compartilha e multiplica em diferentes meios o nosso conteúdo. A nova campanha é sobre essa relação dinâmica e verdadeira que o SBT conquistou e fortaleceu ao longo dos anos.” Um novo logo, lançado em julho, começa a ser adotado na grade de programação a partir do dia 17. Como Sílvio e Patrícia, vários artistas também aparecerão multiplicados, reforçando o mote da campanha. E para festejar ainda mais esses 33 anos no ar, o SBT prepara grandes estreias, como Esse artista sou eu, dia 25; a quarta e última temporada da série de sucesso, Patrulha salvadora, com 13 episódios inéditos; a segunda temporada de Festival sertanejo. Em pré-produção já está Cúmplices de um resgate, nome provisório da novela que vai substituir Chiquititas, em 2015, nova adaptação de Ísis Abravanel e que será protagonizada pela atriz mirim Larissa Manoela. O SBT também entra com tudo na cobertura das eleições 2014, com realização de debates que serão mediados pelo jornalista Carlos Nascimento.

ALTEROSA NO ATAQUE FAZ
A ANÁLISE DO BRASILEIRÃO

Confira no Alterosa no ataque, de segunda a sexta-feira, às 19h15, na TV Alterosa, a análise rápida e franca do Campeonato Brasileiro. A atração também comenta outras modalidades esportivas.

CONEXÃO FUTURA FECHA
DUAS NOVAS PARCERIAS

O telespectador do canal Futura (TV paga) passa a acompanhar duas entradas mensais no programa Conexão futura, com duração de 25 minutos e exibição às 15h25, do conteúdo da revista Nova escola e do portal Porvir, parcerias firmadas recentemente. Além de indicarem pautas, fontes e experiências bem sucedidas, jornalistas dos dois veículos se conectam ao vivo, via internet, com o estúdio do Futura e participam das entrevistas com os especialistas convidados junto com o apresentador Cristiano Reckziegel. A participação da Nova escola começa hoje. Já o Porvir entra em cena no dia 20. O público também poderá interagir pelas redes sociais, enviando perguntas pelo Twitter (@canalfutura) ou Facebook do Futura. Os programas ficarão disponíveis no site www.futura.org.br.

ETERNO BRUXINHO MARCA
PRESENÇA NO CANAL PAGO

O ator Daniel Radcliffe, famoso pelo seu bruxinho Harry Potter, é o convidado do programa Coffe break desta quinta-feira, às 21h30, no canal E! (TV paga). Radcliffe, que iniciou sua carreira profissional aos 10 anos em Harry Potter e a pedra filosofal, contou que nunca se acomodou e buscou outros papéis, novos personagens, se envolveu com teatro e ganhou reconhecimento muito além de seu sucesso comercial com peças como Equus. No ano que vem, por exemplo, estreará Victor Frankenstein, uma nova versão do clássico de Mary Shelley.

DIAGNÓSTICO DA TRAIÇÃO

O documentário exclusivo O preço da traição é tema do Conexão repórter desta quarta-feira, às 23h15, no SBT/Alterosa. Roberto Cabrini investiga um dos fatos mais comuns da sociedade brasileira: a traição. Pesquisas apontam que a infidelidade cresceu em todo mundo nas últimas décadas. O fato é que a traição está por trás também de muitos crimes praticados, alguns até por violência extrema. O apresentador invetiga um caso que chocou o Brasil e relembra a história de duas irmãs que se envolveram com o mesmo homem, o que acabou em tragédia. Mais: os profissionais que se dedicam a descoberta dos casos de adultério, os abalos emocionais e as consequências para a família.

VIVA

Alexandre Nero (Comendador) e Lília Cabral (Maria Marta) arrasaram na cena em que José Alfredo consola, com um toque de mãos, a vilã, rejeitada pelo filho, em Império (Globo). Os atores mostram fina sintonia.


VAIA

Zorra Total (Globo) vai de mal a pior. Apesar do talento de Rodrigo Sant’Anna, Thalita Carauta, Fabiana Karla, Katiuscia Canoro e Nelson Freitas, não dá para centrar fogo apenas em personagens deles. Renovação já!

Previsível sim, mas muito perigoso‏

Previsível sim, mas muito perigoso 
 
Com alto grau de incidência no Brasil, o câncer de intestino começa como lesão benigna, mas pode ser fatal. Nova técnica endoscópica permite detecção mais certeira de lesões 
 
Silas Scalioni
Estado de Minas: 13/08/2014


O intestino é formado por duas grandes regiões: uma parte mais fina, o delgado, relacionada à digestão e a absorção dos alimentos, e o intestino grosso, responsável pela absorção da água, pelo armazenamento e eliminação dos resíduos da digestão. O câncer no intestino delgado é bastante raro. Porém, no intestino grosso, ou cólon, a doença é bem mais frequente. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão ligado ao Ministério da Saúde, o câncer de intestino já é, no Brasil, o segundo tumor mais incidente em mulheres e o terceiro em homens – este ano, serão 15.070 novos casos em homens e 17.530 em mulheres.

Discutir o problema e apontar soluções que amenizá-lo é motivo, nesta sexta-feira e sábado, na Associação Médica de Minas Gerais, do 9º Seminário Mineiro de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva de Minas Gerais. O encontro reunirá médicos de todo o país em torno de novidades relacionadas à coloproctologia, à gastroenterologia e à endoscopia digestiva, especialidades que previnem e tratam doenças ligadas ao intestino. Entre elas, está uma nova técnica endoscópica, ainda não disponível em Minas, mas que se mostra um grande avanço no combate à doença.

Segundo o endoscopista do Hospital Sírio Libanês José Luis Paccos, trata-se da endomicroscopia confocal, capaz de obter imagens de alta resolução da camada mucosa do trato gastrointestinal (do esôfago ao reto). A técnica (veja infografia) baseia-se na iluminação da mucosa com um laser, que é absorvido por um agente fluorescente, sendo a luz depois refletida para a captura das imagens, que ficam mais níticas e aumentadas. “Fazemos um exame em tempo real com a vantagem de a análise ser em nível celular, como num microscópio convencional. É uma técnica não invasiva, que detecta com toda a segurança várias doenças”, afirma José Luis Paccos. O exame é feito com o mesmo aparelho de endoscopia.

As principais contra-indicações do exame são gravidez, asma, insuficiência renal e antecedentes de alergia aos produtos utilizados no exame. O médico lembra que, apesar de ser uma técnica em desenvolvimento desde 2004, somente agora a endomicroscopia confocal está sendo regularizada pelos órgãos competentes e adotada comercialmente. “Poucos centros de saúde contam com equipamentos para realizá-la. Somente a Santa Casa de São Paulo, por meio do Centro Franco-Brasileiro de Ecoendoscopia, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, uma fundação de saúde do Rio Grande do Sul e agora o Hospital Sírio Libanês”, revela José Luis Paccos.

O médico ressalta que a técnica, ao atuar em nível celular, permite detecção bem mais precoce do câncer, evitando assim tratamentos mais pesados, como químio e radioterapia. E devido à ótima precisão, no caso de retirada de material para biópsia, consegue-se escolher com extrema capacidade apenas o que realmente precisa ser extraído, além de identificar também outras doenças inflamatórias.

Evolução lenta

       “O câncer de intestino começa sempre na forma de uma lesão benigna, que vai evoluindo lentamente até se transformar num tumor maligno. A fase de benignidade é longa, durante a qual é possível retirar a lesão (um pólipo) e, com isso, impedir sua degeneração e o aparecimento do câncer”, explica o médico José Celso Guerra, presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia de Minas Gerais.

     “Entretanto, trata-se de uma doença que se desenvolve silenciosamente. Quando se manifesta, o tumor já está razoavelmente grande, demandando cirurgia e terapias próprias de combate a cânceres e, dependendo da situação, a possibilidade de sobrevida é baixa”, revela ele.

    A qualquer alteração observada no ritmo intestinal, como constipação, diarreia constante, anemia, sangue ou catarro nas fezes, além de emagrecimento, é importante buscar ajuda médica, pois são indícios de que a doença pode estar presente. A colonoscopia é o principal exame para detectar alterações no intestino, identificando qualquer lesão precursora e retirando-a para biópsia.

    “A pessoa começa a ficar mais vulnerável a partir dos 40 anos e a possibilidade de desenvolver um câncer colorretal praticamente dobra a cada década seguinte. E caso haja parentes próximos, como pais, irmãos, tios ou avós, que desenvolveram a doença, o risco aumenta bastante”, avisa. Por esses fatores, exames de colonoscopia são obrigatórios nessa fase da vida.

      O câncer de intestino apresenta também fatores ambientais. Alimentação muito rica em gordura animal e em corantes e bem pobre em fibras favorece a incidência de câncer no intestino. Os defumados, da mesma forma que os corantes, também contêm substâncias carcinogenéticas. O melhor é se alimentar de cereais, ricos em fibras protetoras do intestino.  “Independentemente dos fatores, o importante mesmo é se precaver. Mesmo que não haja histórico familiar ou que não apresente nenhum sintoma relevante, vale a pena fazer uma primeira colonoscopia por volta dos 50 anos e, a partir do resultado, fazer uma programação de novos exames com o médico”, diz José Celso Guerra.

      Detectado um câncer, segundo ele, o grau da lesão é que vai determinar o procedimento. “Se for um tumor maligno, mas que ainda não invadiu a parede do intestino, basta retirá-lo. Caso já tenha invadido a parede, a cirurgia é necessária para extirpar parte do intestino e identificar o grau de invasão. Se necessário, é preciso então partir para sessões de quimioterapia e/ou radioterapia”, informa. No sábado ocorre ainda o VII Congresso Mineiro de Enfermagem em Endoscopia. 

Eduardo Almeida Reis - Bichos‏

Bichos

Dá para imaginar a cena doméstica. Dois mamíferos pouco inteligentes, o bípede triste fumando charutos, o quadrúpede deitado no chão da casa

Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 13/08/2014


Nunca morri de amores pelos bichos domésticos; isso não obstante, todos parecem gostar de mim. Talvez seja o cheiro dos charutos ou do leite de rosas, que frequentou meus sovacos durante séculos. À noite, a explicação é o ribombar do meu ronco. Nos acampamentos pantaneiros de caça, a matilha inteira dormia em volta da minha rede.

Anos atrás, forçado a ornejar diariamente sobre futebol, andei numa tristeza que o leitor nem pode imaginar. Preocupada, minha bela companheira, que precisava sair de casa para trabalhar, recomendou a compra de um cachorro que me fizesse companhia. Pensei num bulldog, mas fui procurar no ranking de inteligência canina e a raça está em 77º lugar entre as 79 avaliadas por Stanley Coren no livro The Intelligence of Dogs. A lista abrange cento e muitas raças, mas há diversas empatadas num mesmo patamar, como no 46º lugar: tibetan spaniel, foxhoud inglês, otterhound, american foxhound, greyhound e a griffon de aponte de pelo duro. A american foxhound era a preferida nas
caçadas pantaneiras.

Dá para imaginar a cena doméstica. Dois mamíferos pouco inteligentes, o bípede triste sentado numa poltrona fumando charutos, o quadrúpede deitado no chão da casa belo-horizontina babando no piso de ipê-tabaco. De acordo com o psicólogo veterinário Stanley Coren, as raças de cachorros mais inteligentes são, pela ordem: border collie, poodle, pastor alemão, golden retriever, dobermann, pastor de shetland, labrador, papillon, rottweiler e australian cattle dog.

Outro animal está entrando em moda nesta República Federativa. Não é barato: custa de 25 mil a 60 mil reais. Emerson Sheik, jogador de futebol, Ricardo Almeida, alfaiate do Lula, e Renata Scarpa, irmã do Chiquinho, já compraram os seus. Inspirados nessas celebridades, presumo que muitos brasileiros estejam na fila das encomendas dos macacos-prego vendidos pelo criador Vilson Zarembski. Como é possível viver sem um macaco-prego? Ricardo dorme com o dele na cama, Emerson tem uma babá só por conta do mico-de-topete e Renata, irmã do notório Chiquinho, tem um quarto para o seu amado macaquinho. Pensando bem, o bulldog babão seria maluquice menos grave.


Pátria amada

Mastigar um dos últimos biscoitos do atual estoque belgo-mineiro, recheado com jabuticaba, é bela ocasião para philosophar sobre a Copa das Copas, assunto que já conseguiu encher o saco da brasilidade. Não sei se o leitor atentou nos cabelos e nas tatuagens dos jogadores da Alemanha. Não havia um que não tivesse os cabelos cortados feito gente, sem as jubas indecorosas, inestéticas, presumivelmente pouco limpas de muitos atletas de outras seleções.

Dois atletas alemães exibiam tatuagens pequenas; ainda assim, condenáveis como toda e qualquer tatuagem. Só um tem tatuagem grande, mas é alemão de primeira geração, filho de turcos e se recusa a cantar o hino do país onde nasceu, foi criado e ficou rico: chama-se Mesut Özil. Mesut nunca foi nome alemão. Outrossim, não me lembro de ter visto um só atleta germânico usando brincos.

Mas o saldo, o legado turístico da Copa foi extraordinário. Depois de trabalhar com um número da ordem de 600 mil turistas com suas barracas e raros tostões nos bolsos, o governo concluiu que o número exato foi de 1.015.035, retificando logo depois para 846.699 vindos de 202 países. A ONU tem 193 países membros e os outros nove correm por conta da Fifa e da imaginação do nosso ministério do Turismo.

Admitamos que uns 15 mil fossem caixas-altas, como o ex-namorado de Luciana Gimenez, ou aquele sheik árabe, que aportou seu iate no Rio, além dos donos das centenas de jatinhos que andaram avoando por aqui. Os restantes são do padrão da dupla vista neste caderno Gerais, pág. 16, edição de 14 de julho: o engenheiro mecânico Ernesto Veintimilla, de 31 anos, e o biólogo Andrés Verdezoto, de 30, ambos equatorianos, que passaram por BH depois de pedalar 7.300 quilômetros vindos do seu país. Pedalaram em média 100 km/dia. Pois é: vieram de bicicleta. Dá para imaginar a fortuna que um turista transporta nos bolsos quando faz turismo pedalando 100 km/dia, o que gasta nos hotéis em que se hospeda e nos restaurantes em que se alimenta, as compras que faz para entupir aquelas sacolas penduradas nas bicicletas. Está salva a pátria!


O mundo é uma bola

13 de agosto de 1382: Tokhtamish invade e incendeia Moscou. O problema é que não faço a menor ideia de quem foi Tokhmish, o que me obriga a recorrer ao Google para descobrir que foi guerreiro mongol da linhagem de Gengis Khan por via de Jochi. Na condição de Khan, promoveu a unificação da Horda de Ouro com a Horda Branca em 1380 e fez as guerras contra os principados russos e Tamerlão, cavalheiro sobre o qual nunca ouvi falar. Em BH, conheci o Igor Tameirão, bom sujeito hoje radicado em Paris.

A partir da unificação das Hordas, a confusão foi tremenda e tomaria toda esta página do Estado de Minas, sem proveito para o leitor e para mim, que nos lixamos para as guerras dos mongóis contra os príncipes russos.

Aluno expulso por trote‏ - Junia Oliveira

Aluno expulso por trote
UFMG desliga um estudante e suspende três por um semestre por causa de brincadeiras com conotações nazistas e racistas promovidas por veteranos da Faculdade de Direito em 2013
Junia Oliveira
Publicação: 13/08/2014 04:00

Imagens do trote circularam pela internet e provocaram indignação: numa delas, alunos fazem saudação nazista ao lado de calouro amarrado; na outra, aluna acorrentada exibe cartaz com referência a Chica da Silva
 A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) anunciou ontem punição histórica para trotes na instituição. Brincadeiras de mau gosto feitas por veteranos com calouros no ano passado terminaram em expulsão. O conselho universitário concluiu processo administrativo aberto para investigar recepção com referências ao nazismo e de cunho racista a novos alunos da Faculdade de Direito, no início de 2013, e decidiu desligar o estudante Gabriel de Vasconcelos Spínola Batista. Os alunos Gabriel Augusto Moreira Martins, Gabriel Mendes Fajardo e Giordano Caetano da Silva foram suspensos por um semestre. Eles podem recorrer.

O trote ocorreu em 15 de março de 2013. Na época, duas fotos postadas em perfis do Facebook provocaram grande repercussão na internet. Uma delas mostrava um calouro amarrado com uma fita da cabeça aos pés numa pilastra e, ao lado dele, três alunos fazendo uma saudação nazista – um deles pintou um bigode semelhante ao do ditador alemão Adolf Hitler. Na outra, uma estudante com o corpo pintado de preto tinha uma corrente amarrada às mãos, puxada por um veterano, e uma placa escrito “Caloura Chica da Silva”, em referência à escrava mais famosa de Minas Gerais.

O estudante Gabriel Spínola foi expulso pela UFMG porque, na avaliação da comissão, teve papel mais ativo no trote. Já as suspensões foram decretadas por considerar que os outros três alunos foram incitados a participar. A UFMG informou que a decisão segue recomendação feita por comissão encarregada de conduzir o processo administrativo disciplinar instaurado contra os estudantes. Integrada pelos professores Adriana Goulart de Sena Orsini (presidente), Roberto Luiz Silva e Mariah Brochado Ferreira, todos da Faculdade de Direito, a comissão agiu de acordo com o regimento geral e com o estatuto da universidade, segundo a UFMG. Em seu parecer, a comissão considerou que as imagens “são repulsivas e remontam a situações simbólicas de discriminação histórica, além de atentar contra conquistas da liberdade, igualdade e diversidade garantidas juridicamente, o que não pode ser olvidado, especialmente em uma faculdade de direito”.


 
Por meio de nota, o reitor Jaime Ramírez considerou a punição adequada. “A universidade tem uma responsabilidade perante a sociedade e a comunidade e atos como esses não podem ser tolerados”, afirmou. Ele destacou ainda que o trabalho da comissão e a decisão do conselho universitário seguem as medidas adotadas recentemente, como a resolução que proíbe trotes estudantis e a instalação de comissões para analisar questões como os direitos humanos e o combate à discriminação, a adoção de regras para uso do nome social e a acessibilidade. “Todas elas são coerentes com os esforços empreendidos pela UFMG para criar cada vez mais um ambiente inclusivo e de respeito à diversidade e à diferença”, concluiu Ramírez.

Linha dura A reitoria adotou linha dura contra o trote. Estão formalmente proibidas as brincadeira de mau gosto, segundo a Resolução 06/2014, aprovada pelo conselho universitário. Quem desrespeitar as regras está sujeito a advertência, suspensão e expulsão. São consideradas trote atividades que envolvam ou incitem agressões físicas, psicológicas ou morais, resultem em coação física ou psicológica, humilhação e danos ao patrimônio público ou privado. E ainda que evidenciem opressão, preconceito ou discriminação, obriguem alunos ingerir bebida alcóolica ou demonstrem intolerância política, ideológica ou religiosa. O EM não localizou os alunos punidos.


LINHA DO TEMPO


   15 de março de 2013
Caloura é pintada de preto e recebe placa que a denominava escrava, na Faculdade de Direito da UFMG. Outro calouro foi amarrado num pilar e ao lado dele três veteranos fazem saudações nazistas, um deles com bigode ao estilo do ditador alemão Adolf Hitler.

   18 de março de 2013
Imagens do trote na UFMG vão para as redes sociais e causam indignação. Reitoria divulga nota de repúdio e garante que os responsáveis serão punidos.

   19 de março de 2013
Comissão de sindicância é criada para investigar o trote. Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MG) alerta para crimes de racismo e apologia ao nazismo.

   17 de maio de 2013
Relatório da comissão de sindicância é concluído, mantido em segredo e enviado quatro dias depois para a Advocacia Geral da União (AGU). Estudantes que participaram do trote negam conotação machista, racista ou nazista, em depoimento à comissão.

   10 de julho de 2013
UFMG confirma que 198 alunos da Faculdade de Direito foram indiciados pela instituição por participação no trote. Diretoria da faculdade abriu processo administrativo disciplinar contra eles.

   3 de outubro de 2013
UFMG informa que quatro dos 198 estudantes responderão a processo administrativo.

   12 de agosto de 2014
Conselho universitário desliga o aluno Gabriel de Vasconcelos Spínola Batista e afasta por um semestre Gabriel Augusto Moreira Martins, Gabriel Mendes Fajardo e Giordano Caetano da Silva.

A gravidez e o milagre da vida‏

A gravidez e o milagre da vida
Marco Melo
Estado de MInas: 13/08/2014


Quando vemos uma criança nascendo, sendo amamentada ou apenas dormindo no colo dos pais, não imaginamos o quanto é difícil se chegar a esses momentos. Isso porque, quando mantëm relações sexuais no período fértil, apenas 18% dos casais vão conseguir uma gravidez. A literatura médica comprova que, infelizmente, cerca de 20% dessas gestações terminarão em abortamento espontâneo, um processo considerado natural quando o embrião não é geneticamente capaz de evoluir. Isso faz com que as crianças que nasçam sejam consideradas verdadeiras campeãs. Esse processo seletivo pelo qual passam nossos bebês se inicia antes mesmo da concepção, isso é, da fertilização do óvulo pelo espermatozoide. No ato sexual, independentemente da posição adotada pelo casal, somente um terço do líquido seminal alcançará a cavidade endometrial, parte interna do útero, contendo os espermatozoides móveis candidatos a fertilizar o óvulo liberado pelo ovário no momento da ovulação. 

Ainda que se perca parte do líquido seminal durante o processo, o homem produz milhões de espermatozoides e, então, há o suficiente para a fecundação do óvulo. Porém, os gametas masculinos medem cerca de 5 micrômetros – 200 vezes menos do que 1 milímetro – e têm que passar pela cavidade endometrial e trompas uterinas, que medem cada uma entre 10 e 15 centímetros. Isso representa uma megamaratona a ser percorrida pelos espermatozoides. 
Afortunadamente, a natureza dá uma ajuda por meio de substâncias existentes no líquido seminal e no organismo feminino que impulsionam os espermatozoides em direção ao ovário e ajudam a nutri-los.

Após a ovulação, o óvulo será captado pela trompa, conduzindo-o à cavidade uterina. O líquido da trompa agora se tornará rico para o embrião, sendo responsável pela sua nutrição e fonte de energia para garantir seu desenvolvimento. Esse percurso, que dura cinco dias, é tempo suficiente para o seu desenvolvimento.

Depois de formado, o embrião precisará fixar-se ao endométrio, processo chamado de implantação embrionária, que é quando acontece uma verdadeira guerra no organismo da mulher. O sistema imunológico identifica o embrião como célula estranha ao corpo, ou seja, como um agressor em potencial, e começa um processo de ataque às células embrionárias. Por sua vez, o embrião passa a se defender produzindo uma série de substâncias químicas que tentarão frear essa agressão. Se isso acontecer do modo correto, o processo de implantação embrionária se dará de maneira eficaz e a gestação se iniciará.

Analisando essa sequência de fatos, acredito que fica mais fácil entender por que esse tema mistura fé e ciência; religião, no sentido de crer que algo maior esteja acontecendo, e conhecimento. Na origem da vida, fé, religião, ciência, conhecimento, lógica são fatos que não devem se confrontar ou competir, mas caminhar juntos. Por isso, creio no milagre da vida, momento enigmático que tentamos decifrar e conhecer melhor, na tentativa de poder ajudar casais que anseiam em experimentá-lo mas que, por algum motivo, não conseguem. Neste mês de agosto, em que comemoramos o Dia da Gestante (sexta-feira), é preciso reconhecer a beleza desse processo e, principalmente, a força da mulher que convive com esse turbilhão de experiências e muitos outros desafios durante os nove meses de gestação.

Há normas em excesso - Renato Tostes

Há normas em excesso
 No Brasil, são feitas quase duas alterações tributárias por hora
Renato Tostes
Estado de Minas: 13/08/2014


Segundo estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), são editadas no Brasil, em média, 37 normas tributárias por dia, ou seja, incríveis 1,57 norma tributária por hora. Essa alta rotatividade traz grandes problemas para um profissional específico: o contador. Para acompanhar esse ciclo e se manter atualizado, o contabilista teria que tirar pelo menos duas horas do seu dia para ler as novas propostas. Além dos atos tributários, o profissional precisa acompanhar outros atos legais, como normas contábeis (CVM, CPC, Banco Central, SUSEP, ANS), previdenciárias e trabalhistas, que interferem no dia a dia das empresas e contribuintes.  

Em outro levantamento feito pelo IBPT, foi demonstrado que desde 1988 (promulgação da Constituição Federal) foram editadas 275.095 normas relacionadas à área tributária, das quais 155.954 na esfera federal. Nossa legislação é uma das mais alteradas em todo o mundo e isso demonstra atualização por conta do mercado, mas faz com que os responsáveis se percam nos processos devido a tantas alterações. Para o profissional contábil, é praticamente impossível se manter antenado com o que acontece diariamente, uma vez que ele já cumpre rotinas que demandam tempo e concentração ao logo do dia e é muito difícil para ele parar tudo e conseguir lidar com tantas mudanças. A falta de conhecimento dessas normas afeta profundamente o bom andamento da gestão de uma empresa. O despreparo ou desconhecimento do profissional pode causar graves prejuízos financeiros, por meio de multas elevadas e autuações tributárias mediante comprovação de erro ou omissão de algum cumprimento legal. As penas aplicadas para quem não cumprir corretamente, independente do motivo, são muito altas, com multas chegando a 75% do valor do imposto não recolhido acrescido do valor de juros. Outro fato importante e para o qual o contribuinte deve ficar atento é a fiscalização do governo federal em relação ao andamento das contas das companhias. Hoje, a fiscalização do governo funciona em tempo real e é cada vez mais rigorosa. Por isso, ter um acompanhamento on-line evita atrasos, melhora a competividade e reduz prejuízos para as empresas. Para que os contribuintes não percam seu mercado devido a essa inconstância da legislação, uma solução que já está sendo adotada por diversas companhias é o uso de softwares de gestão contábil já integrados com as informações e alterações legais, que se atualizam diariamente a partir das novas normas estabelecidas. 


Esse recurso auxilia o contador na hora de realizar seus lançamentos aproximando as informações por enquadramento de empresas, por região, por regime tributário etc. Com o emprego de determinados softwares, é possível gerir e operacionalizar os negócios de forma prática e segura. As soluções mais novas atuam na integração das informações, garantindo segurança na atualização dos dados, otimizando os serviços e evitando erros, que, em muitos casos, podem acarretar multas e levar a empresa a sérios prejuízos.