sexta-feira, 17 de maio de 2013

Quadrinhos

folha de são paulo

CHICLETE COM BANANA      ANGELI
ANGELI
PIRATAS DO TIETÊ      LAERTE
LAERTE
DAIQUIRI      CACO GALHARDO
CACO GALHARDO
NÍQUEL NÁUSEA      FERNANDO GONSALES
FERNANDO GONSALES
MUNDO MONSTRO      ADÃO ITURRUSGARAI
ADÃO ITURRUSGARAI
PRETO NO BRANCO      ALLAN SIEBER
ALLAN SIEBER
MALVADOS      ANDRÉ DAHMER
ANDRÉ DAHMER
GARFIELD      JIM DAVIS
JIM DAVIS

HORA DO CAFÉ      ALVES
ALVES

Programa Globo Universidade (TV Globo),sobre os Bacharelados Interdisciplinares(UFBA) - Naomar Almeida-Filho


Não percam! Enfim o BI da UFBA começa a ser reconhecido no plano nacional...
No próximo sábado (18/mai), o Programa Globo Universidade (TV Globo) exibirá matérias gravadas na UFBA no mês de março, sobre os Bacharelados Interdisciplinares. Serão apresentadas as bases pedagógicas dos cursos, a experiência vivenciada na UFBA através deste modelo de formação, entrevistas com professores e estudantes, além de gravações de atividades práticas e de extensão relacionadas aos BI. Não percam!
O programa vai ao ar nos seguintes canais e horários:

TV Globo:
Sábado – 07h15min

Globo News (TV fechada):
Sábado – 15h30min

Canal Futura (TV fechada/parabólica):
Sábados - 13h30min
Quarta-feira - 15h00min
Quinta-feira - 3h00min.

Videla e o medo na alma - Clovis Rossi


Videla e o medo na alma 

[folha de são paulo]


Jorge Rafael Videla, o maior símbolo da ditadura argentina do período 1976/83, morreu onde devia mesmo morrer: na cadeia.
Não é o caso de fazer um balanço do que foi esse terrível período da história argentina, prenhe, aliás, de períodos terríveis.
Só vou falar do medo, o medo tremendo que ditaduras injetam no corpo e na alma até de quem, como eu, nem argentino sou.
Medo que começou quando a Sucursal da Folha em Brasília iniciou as gestões junto à embaixada argentina para que eu obtivesse o visto de residência, já que havia sido designado correspondente do jornal em "mi Buenos Aires querido". Era 1980, Videla era o presidente de turno da ditadura. A informação inicial da embaixada foi a de que não me dariam o visto porque eu não era jornalista, "era militante".
Não era exatamente mentira. Nunca militei em partido algum, clandestino ou legal, nacional ou estrangeiro. Mas militava, sim, como voluntário em defesa dos direitos humanos, sob o generoso guarda-chuva da Arquidiocese de São Paulo, então comandada por dom Paulo Evaristo Arns.
Ser carimbado como militante pela ditadura argentina equivalia quase a uma sentença de morte.
Por isso, hesitei a princípio em assumir o posto, ainda mais pelo risco a que exporia toda a família.
Mas acabei indo, torcendo para que o fato de ser correspondente funcionasse como um habeas-corpus preventivo, embora precário.
Funcionou em termos. Até que, um dado dia, apresenta-se em meu apartamento Eduardo Pereyra Rossi (nenhum parentesco), um dos sete "comandantes", como os Montoneros, o grupo peronista dedicado à luta armada, chamava seus principais líderes.
Nessa condição, era um dos sete homens mais procurados pela máquina de matar montada pelos militares.
Eduardo me fora apresentado em São Paulo, durante as férias, por um amigo comum.
Conversamos um bom tempo. Ao despedir-se, me pediu que eu observasse da sacada até que ele dobrasse a esquina. Se fosse preso antes, que eu fizesse a correspondente denúncia.
Eduardo, naquele dia, dobrou a esquina, mas uns dez dias depois, foi morto em um suposto "enfrentamiento".
Aí, começaram os problemas mais sérios. Primeiro, um roubo no apartamento, quando estávamos todos fora, em que levaram notas de US$ 50 e USS$ 100, mas deixaram as de US$ 10.
Você conhece ladrão comum que deixa notas de dólar encontradas na mesma gaveta em que estavam as roubadas?
O objetivo, além do ganho material, era deixar a mensagem de que eu estava sendo vigiado e eles podiam fazer o que quisessem que não seriam molestados. Tanto que, depois de um segundo episódio similar, chamamos a polícia, que, no entanto, não procurou impressões digitais nas portas, alegando que em portas de madeira não ficam impressões digitais.
Depois, começou o seguimento na rua. Notei que um baixinho gordinho aparecia frequentemente em locais a que eu ia. Um dado dia, o baixinho gordinho apareceu na porta da galeria em cujo interior ficava a lavanderia a que eu levava a roupa (a família estava de férias no Brasil). Depois, reapareceu na estação do metrô perto de casa, e desceu na mesma estação que eu.
Havia marcado encontro com um advogado (comunista) da Liga dos Direitos do Homem, num café da praça Lavalle, no centro.
Entrei no café, sentei e, pelos janelões, vi que ao baixinho gordinho se juntara um mais alto, espigado, de óculos escuros, bolsa tipo capanga embaixo do braço. Ficaram olhando para o café, e eu olhando para eles.
O advogado não apareceu. Deduzi que havia sido preso, que meu nome e telefone estavam na agenda dele e que, por isso, eu estava sendo seguido.
Sai depois de uma hora de espera. Quando dei meia volta após um tumulto qualquer na pracinha, dei de cara com o baixinho gordinho, que me seguiu até a estação do metrô.
Pouco mais tarde, vou almoçar no café da esquina de casa. Não demora e entram o baixinho gordinho e o da bolsa capanga.
Não consigo comer, já aterrorizado. Vou à sede da Liga dos Direitos do Homem, saber do meu amigo advogado. Não estava, não aparecia há alguns dias. Parecia confirmar-se a minha dedução sobre sua prisão.
Desço e, no térreo, ao fechar a porta pantográfica do elevador (prédio antigo, elevador antigo), dou de cara com um gigante de 2 metros de altura. Pensei: "Agora, engrossaram e mandaram um bem grandão para me fazer desaparecer".
Era apenas a minha imagem refletida no espelho. O episódio me ensinou o efeito devastador que o medo provoca, em situações que você não pode controlar.
Avisei a Folha de tudo o que estava acontecendo, e o jornal achou prudente antecipar uma viagem já programada para a América Central, para cobrir as guerras em andamento. Fui e mesmo tendo caído duas ou três vezes em fogo cruzado entre a guerrilha e o Exército, em El Salvador, o medo não era tão devorador porque eu ao menos sabia quem era quem e de onde vinha o perigo.
Na guerra suja argentina, o terror era promovido pelas sombras de um Estado tomado por uma máquina de matar.
PS - Meu amigo advogado tinha apenas ido visitar a mãe doente no interior.
Clóvis Rossi
Clóvis Rossi é repórter especial e membro do Conselho Editorial da Folha, ganhador dos prêmios Maria Moors Cabot (EUA) e da Fundación por un Nuevo Periodismo Iberoamericano. Assina coluna às terças, quintas e domingos no caderno "Mundo". É autor, entre outras obras, de "Enviado Especial: 25 Anos ao Redor do Mundo" e "O Que é Jornalismo". Escreve às terças, quintas e domingos na versão impressa do caderno "Mundo" e às sextas no site.

O duque palestino - Diogo Bercito

folha de são paulo

Aos 79 anos, empresário vive em palacete em estilo de Veneza e diz se inspirar no herói grego Hércules para vencer os obstáculos a seus negócios
DIOGO BERCITOENVIADO ESPECIAL A NABLUS (CISJORDÂNIA)Munib al-Masry não deixa a reportagem pegar um segundo guardanapo em cima da mesa, durante a entrevista. "Use o mesmo." Depois, insiste em oferecer os bolinhos feitos em seu palácio. "Anda, você comeu pouco."
Aos 79 anos, aquele que é o palestino mais rico do mundo mantém a vista no império que ele ergueu durante as últimas décadas seguindo um comportamento rigoroso, conforme ele mesmo afirma.
Masry está à frente da Padico, holding de 35 empresas em diversos setores, com patrimônio US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2 bilhões), segundo ele próprio. Também fundou a Edgo, de serviços geológicos.
Fortuna e comportamento excêntrico colaram em Masry uma série de apelidos, entre eles "duque de Nablus", por causa da cidade natal, e "Rothschild palestino", em comparação com a família de banqueiros judeus.
"Mas eu prefiro ser chamado de vovô'", diz. "Gosto de ajudar os outros, de ouvir os problemas, de resolver."
Masry tem dois filhos, quatro filhas e 18 netos. "Meus filhos foram preguiçosos", critica. "Se eles tivessem tido seis filhos cada um, como eu, seriam 36 netos."
HÉRCULES
O empresário palestino recebe a reportagem em seu palácio de Nablus, construído no topo do monte Gerizim, com vista para o vale.
Apelidado "Bait Filastin" --em árabe, "casa palestina"--, o local é um marco na cidade. A inspiração é um palacete veneziano de Andrea Palladio (século 16).
No centro, uma estátua do herói grego Hércules trazida da França. O personagem é o modelo para o empresário diante dos obstáculos aos seus negócios, como os bloqueios israelenses à movimentação de bens e pessoas.
"Esperamos, esperamos. As frutas apodrecem. Mas isso tudo é parte da resistência. Imito Hércules na sua perseverança, paciência, força", afirma. "E esperança."
São os sentimentos que ele diz nutrir também em relação às negociações de paz entre israelenses e palestinos, a despeito de suas frustrações.
Após estudar nos EUA e trabalhar na Jordânia, Masry decidiu voltar à Cisjordânia, onde havia crescido, assim que foram estabelecidos os acordos de Oslo, em 1993.
"Eu achava que teríamos um Estado palestino imediatamente", afirma. "Pensei que eu teria um passaporte."
POLÍTICA
Ao voltar do exílio, Masry investiu em companhias que pudessem construir a infraestrutura para um futuro país. A Padico, que ele fundou em 1993, atua em turismo, construção, telecomunicação e parques industriais.
O território palestino da Cisjordânia, porém, ainda carece de conexão 3G, portos, aeroportos e livre trânsito para a faixa de Gaza --entraves a negócios locais, diz.
A Padico é a única empresa em que ele ainda está à frente. A Edgo está hoje com seus filhos. Além disso, afirma, só se dedica à política.
Amigo próximo de figuras como Yasser Arafat (1929-2004), presidente da Autoridade Nacional Palestina, e Abdullah 2º, rei da Jordânia, Masry é constantemente aventado pela imprensa local como um possível futuro primeiro-ministro palestino.
Ele desconversa. "Estou velho. Agora, queria ver uma jovem mulher como premiê. Precisamos de mudanças."
Novidades, segundo ele, para chegar à "liberdade" --sua palavra predileta.
"Para mim, significa poder expressar meus pensamentos, ter um país independente, contribuir com o mundo, viajar. Estou acostumado a me mover. Liberdade de movimento, de ideias. Quero poder ir a Jerusalém sem restrições", afirma.
JANTAR
Masry precisa se mexer. Tem um compromisso em Ramallah. Sugere prosseguir com a entrevista no carro. Ele responde às perguntas com dois celulares na mão, e se irrita quando a reportagem hesita em interrompê-lo. "Vai falando comigo enquanto estou no telefone."
Na passagem por um assentamento israelense, o carro é parado. Ele entrega o passaporte. Um soldado quer ver o documento do motorista. "Não", responde Masry. "Essa é minha casa, não precisamos mostrar os papéis."
O militar revida: "Não, essa não é sua casa. É minha terra. Você é meu convidado aqui. Você precisa ler meu livro sagrado para entender".
Masry, elogiado pelos esforços pela paz, parece ser colocado à prova pelo soldado, que tenta provocá-lo.
O empresário estende a mão direita e convida o soldado e sua mulher para jantarem em seu palácio, quando quiserem. "Mas, antes disso, me convide primeiro."

    Novo manual de psiquiatria é lançado em meio a críticas

    folha de são paulo

    RAFAEL GARCIA
    EM WASHINGTON

    O livro que orienta a atividade de psiquiatras do mundo inteiro ganha amanhã uma nova versão num lançamento com certo sabor de derrota.
    A quinta edição do DSM (Manual de Estatísticas de Diagnósticos) promete tornar mais coerentes os critérios de definição de transtornos mentais, mas deve deixar de nortear pesquisas que conectam a prática clínica à ciência de ponta feita nessa área da medicina.
    A festa de lançamento do livro ocorre no encontro anual da APA (Associação Psiquiátrica Americana), que começa amanhã em San Francisco e vai até quarta-feira (22).
    A declaração que criou um clima de desconforto para o evento, porém, partiu da periferia de Washington, onde fica o NIMH (Instituto Nacional de Saúde Mental), o principal organismo de financiamento à ciência psiquiátrica nos Estados Unidos, com orçamento anual de US$ 1,4 bilhão.
    Às vésperas do encontro, o diretor da instituição, Thomas Insel, disse que pretende distanciar do DSM o esforço de pesquisa básica em saúde mental.
    A ideia é criar, no longo prazo, um novo sistema diagnóstico dentro de um projeto capitaneado pela instituição, o RDoC (Critérios no Domínio da Pesquisa, sigla em inglês). É preciso pôr o manual da APA de lado por um pouco e começar o esforço do zero, diz o diretor. Do contrário não haveria modo de tornar a psiquiatria um ramo da medicina mais objetivo, mais baseado em biologia e mais científico.
    "Não podemos ter sucesso se usarmos como 'padrão ouro' as categorias do DSM", escreveu Insel no blog do instituto duas semanas atrás. Segundo ele, é preciso tentar ligar a neurobiologia com itens de diagnóstico mais simples, como um tipo específico de alucinação, e não com categorias de doenças impostas de cima para baixo, como a esquizofrenia. "O sistema de diagnóstico tem de ser construído sobre dados de pesquisas emergentes, não sobre as categorias atuais baseadas em sintomas."
    Seu texto ainda trazia uma mensagem que despertou preocupação na força-tarefa encarregada de atualizar o manual. "Muitos pesquisadores ligados ao NIMH, já estressados com cortes de orçamento e com a dura disputa por verbas de pesquisa, não acolherão essa mudança com bons olhos", alertou. "Alguns considerarão o RDoC um exercício acadêmico divorciado da clínica prática. Mas essa mudança será bem recebida por pacientes e suas famílias..."
    A declaração provocou reação por parte da APA, que reconhece ter sido incapaz de criar um sistema diagnóstico baseado em neurobiologia, promessa que vinha sido feita desde a década de 1970.
    As alterações da quinta edição do DSM em relação à quarta não contemplam esse objetivo. Apesar de alguns transtornos terem sido excluídos e outros criados (veja quadro abaixo.), a base do manual ainda está nos sintomas, e não na neurobiologia. Segundo a associação, porém, é preciso manter firme a prática clínica tradicional enquanto não há ciência suficiente para uma transição cuidadosa.
    "Esforços como o RDoC são vitais para o progresso contínuo de nossa compreensão coletiva sobre transtornos mentais, mas eles não podem nos servir aqui e agora, e não podem suplantar o DSM-5", escreveu David Kupfer, chefe da força-tarefa do DSM, num comunicado oficial. "O resultados do RDoC podem um dia culminar nas descobertas genéticas e neurocientíficas que vão revolucionar nossa área. Mas, até lá, devemos entregar a nossos pacientes uma outra nota promissória dizendo que algo vai acontecer alguma hora?"
    Anteontem, a APA e o NIMH tentaram aplacar o clima de animosidade emitindo um comunicado conjunto.
    "Todas as disciplinas médicas avançam por meio do progresso da pesquisa em caracterizar doenças e transtornos. O DSM-5 e o RDoC representam arcabouços complementares, e não concorrentes, para esse objetivo", diz o documento.
    As entidades também ressaltaram a importância de existir uma referência sólida de critérios para uso por planos de saúde e por governos. O Brasil usa a Classificação Internacional de Doenças, da OMS (Organização Mundial de Saúde), que é virtualmente igual ao DSM. Há um comitê de "harmonização" que trata de eliminar a incompatibilidade entre os dois sistemas.
    Editoria de Arte/Folhapress
    TESTES DE CAMPO
    Durante a troca de declarações públicas entre NIMH e APA, um assunto não mencionado pelas duas entidades foram os testes de campo para a criação de novos transtornos propostos durante a fase de elaboração do DSM-5.
    Esses trabalhos falharam em dar suporte à existência de algumas categorias, como o "transtorno misto de ansiedade e depressão", a "autoagressão não suicida" e a "síndrome do risco de psicose" (uma pré-esquizofrenia infantil). Nenhum destes deve entrar no manual.
    Sem uma injeção maior de verbas por parte do NIMH no futuro, é improvável que as próximas versões do DSM consigam testar tantas propostas de novos transtornos a cada revisão.
    Além de receber críticas por parte de quem defende uma psiquiatria mais biológica, o novo DSM-5 também será lançado em meio a ataques de entidades de classe de psicólogos.
    Uma petição que pedia ao manual para adotar uma abordagem mais humana e menos farmacológica na psiquiatria ganhou a assinatura de 14 mil profissionais de saúde. Essa demanda ganhou ainda mais força quando Allen Frances, psiquiatra chefe da força-tarefa que elaborou a edição anterior do DSM, juntou-se ao grupo.
    "Em minha opinião, o processo do DSM-5 foi obscuro, fechado e escorregadio --com restrições de confidencialidade, prazos estourados a toda hora, testes de campo descuidados, o cancelamento de um importante passo no controle de qualidade e muita pressa para a publicação", escreveu o psiquiatra em seu blog nesta semana. "O erro do DSM-5 foi tentar ir além do conhecimento atual."

    CARAS & BOCAS » Simone Castro


    Estado de Minas: 17/05/2013 04:00


    Último capítulo

    Chega ao fim, hoje, a saga de Salve Jorge (Globo), trama de Glória Perez que deu o que falar muito mais por conta de seus erros, derrapagens feias na audiência e uma história que, apesar do tema sério, tráfico de pessoas, não conseguiu conquistar o público. A autora reservou para o último capítulo os principais desfechos. Assim, o par romântico Theo (Rodrigo Lombardi) e Morena (Nanda Costa) terá o seu esperado final feliz, mas antes precisará encontrar a filha Jéssica, sequestrada a mando de Lívia Marine (Cláudia Raia), chefona do tráfico. O cavaleiro Theo sairá em busca da criança seguindo uma pista de que ela teria sido levada para a Capadócia. À revelia da polícia, contará com a ajuda de Ziah (Domingos Montagner) e, assim, encontrará o bebê. É o devoto de São Jorge na terra de seu santo protetor! O destino de Lívia também será selado. A bandida, depois de conseguir fugir do cerco da delegada Helô (Giovanna Antonelli) e sua equipe em Istambul, será presa em um país do Leste Europeu. A policial Jô (Thammy Miranda), disfarçada de dançarina, conseguirá prender Russo (Adriano Garib). E Wanda (Totia Meirelles), Irina (Vera Fischer) e o restante da quadrilha também irão parar no xadrez. Os demais núcleos não devem trazer novidades em seus desfechos. Final previsível para uma novela que deixou a desejar.

    FAUSTÃO ESTREIA DOMINGO SUA ‘DANÇA DOS FAMOSOS’


    A temporada 2013 do quadro “Dança dos famosos”, do Domingão do Faustão (Globo), estreia no domingo. Estão no páreo, entre outros, Tiago Abravanel, Bruna Marquezine, Cacau Protássio, Regina Duarte, Sandy, Luana Piovani e Gustavo Lima.

    PRODUÇÃO DA ENDEMOL É  DISPUTADA POR GLOBO E SBT


    A assessoria de comunicação do SBT divulgou nota em que informa que a emissora recebeu da Endemol uma proposta de venda de direitos para a produção do programa Your face sounds familiar (Seu rosto parece familiar). “Diante do interesse do SBT em produzir e exibir o programa, foram desenvolvidos vários contatos para a aquisição, ocorrendo no dia 26 de abril a conclusão das negociações e aquisição dos direitos, com a expressa e formal aceitação pelo SBT e Endemol Brasil, iniciando-se a fase de comercialização do plano de mídia junto a patrocinadores em potencial.” O comunicado informa, ainda, que a emissora foi surpreendida com a visita de uma pessoa, “Ana Languenberg, que se identificou como representante da Endemol Internacional, informando, verbalmente, que não poderia manter a venda dos direitos ao SBT por ter sido o formato negociado com a TV Globo.” De acordo com a nota, caso se confirme a transação, o “SBT buscará na Justiça o cumprimento integral das obrigações que foram assumidas pela Endemol, inclusive o ressarcimento dos prejuízos que vier a sofrer.” Segundo notas na imprensa, a Globo teria dito que não sabia que o reality estava sendo negociado com o SBT. No Your face sounds familiar, 10 celebridades convidadas se transformam em outros artistas para interpretar músicas famosas em todo o mundo.


    MELHOR ATOR INFANTIL

    Jean Paulo Campos (foto), que interpreta o doce Cirilo, em Carrossel, do SBT/Alterosa, venceu o prêmio de Melhor ator infantil por sua atuação na trama, no Prêmio Contigo de Televisão, um dos maiores da TV brasileira. A cerimônia foi realizada na segunda-feira, no Rio de Janeiro. O ator foi o único fora da turma “Globo” a ficar com um troféu. No mais, a grande vencedora foi Avenida Brasil, que ganhou como Melhor novela, Melhor atriz (Adriana Esteves), Melhor ator (Murilo Benício), Melhor ator coadjuvante (José de Abreu), Melhor atriz infantil (Mel Maia), Melhor autor (João Emanuel Carneiro) e Melhor direção. Totia Meirelles, pela sua vilã Wanda de Salve Jorge, venceu na categoria de Melhor atriz coadjuvante. Adriana Esteves, ao receber o prêmio, destacou a colega Débora Falabella, que interpretou a mocinha de Avenida Brasil: “Como não existiria Carminha sem Nina, quero compartilhar o prêmio com a Débora Falabella”, disse.

    VIVA
    Marco Pigossi, que interpreta Bento em Sangue bom (Globo), mostra a que veio a cada capítulo. O seu personagem tem química com todas as atrizes com quem contracena. Totalmente mérito do ator.

    VAIA
    Glória Perez, que em Salve Jorge desperdiçou bons atores com personagens horrorosos, desapareceu
    com outros sem se importar com quem os interpretava  e demonstrou não estar nem aí para o que pensa o telespectador.

    Tv Paga


    Estado de Minas: 17/05/2013 


    O dono da voz



    O Canal Brasil vai dar um presente esta noite para os fãs de Emílio Santiago (foto), morto em 20 de março, aos 66 anos. O cantor gravou uma de suas últimas entrevistas para o programa O som do vinil, apresentado por Charles Gavin. O primeiro episódio da nova temporada vai ao ar hoje, às 21h30. Mais tarde, à meia-noite, o ator Milhem Cortaz é o convidado de O estranho mundo de Zé do Caixão.

    Documentário denuncia escravidão nas Filipinas
    O canal CNN estreia nesta sexta-feira o documentário The fighter, que mostra os esforços da defensora dos direitos humanos Cecília Flores-Oebanda e do boxeador Manny Pacquiao contra a escravidão moderna nas Filipinas. Resultado de mais de dois anos de investigações, o documentário ainda examina todos os fatores que contribuem para o problema, como injustiça social, pobreza e globalização. Será exibido em duas partes, hoje e amanhã, às 8h.

    Descubra qual a origem  da gravata e do garfo
    O canal History apresenta hoje, às 16h45, o documentário Grande história e pequenas coisas, que revela detalhes sobre processos e artefatos como a gravata, o garfo e o botão. E por aí vai, relacionando coisas tão comuns que não despertam a atenção porque se tornaram parte da rotina das pessoas, que não conseguem mais viver sem elas.

    Nat Geo procura discos
    voadores mundo afora


    No Nat Geo, a pedida de hoje é Histórias de óvnis, às 19h. Desta vez com o relato de casos ocorridos em 1946, quando quase mil objetos estranhos foram vistos voando pelos céus da Suécia. Apesar de muitos testemunhos de que os objetos caíram nos lagos e de uma investigação minuciosa do governo, nenhum detrito jamais foi encontrado. Já em 1982, um piloto da Força Aérea portuguesa foi cercado por um óvni a mais de 1.500 metros por cerca de 30 minutos.

    Telecine estreia comédia  brasileira nada inocente


    Estreia às 22h, no Telecine Premium, a comédia Totalmente inocentes, produção brasileira estrelada por Fábio Assunção, Fábio Porchat, Ingrid Guimarães e Mariana Rios. No Telecine Pipoca, dose dupla de besteirol com American pie – O casamento (20h) e American pie – O reencontro (22h). No A&E, Steven Seagal emenda Ruas em guerra (20h) e Justiça letal (22h). No FX, quem comanda a noite é Will Smith em MIB – Homens de preto 2 (20h30) e Hancock (22h).

    Fellini é a melhor dica da programação de cinema


    Bom mesmo é Federico Fellini, com o clássico 8 1/2, às 21h30, no canal Arte 1. Na Cultura, o terror Deixa ela entrar retorna em versão dublada, às 22h. No mesmo horário, o assinante tem oito opções: Subterrâneos, no Canal Brasil; Ano um, no Sony Spin; Quero matar meu chefe, na HBO; O massacre da serra elétrica – O início, no Space; Vem dançar, no Glitz; Mais um ano, no Max; Jogos mortais, no TCM; e Norma Rae, no Telecine Cult. Outras atrações do pacote de filmes: Reflexões de um liquidificador, às 21h, no Cinemax; O âncora – A lenda de Ron Burgundy, às 21h30, no Universal; Rei Arthur, às 22h30, no Megapix; e Amigas com dinheiro, às 22h30, no Comedy Central.

    Os hispânicos são burros? - Moisés Naím

    folha de são paulo

    Os hispânicos são burros?
    Entre os cientistas sociais, não existe consenso quanto ao que os testes de QI medem de fato
    "O quociente intelectual (QI) médio dos imigrantes aos EUA é mais baixo que o da população de raça branca nativa. Essa diferença persistirá durante várias gerações. As consequências são a falta de assimilação socioeconômica entre os imigrantes de baixo QI, condutas de classe baixa, menor confiança social e um aumento no número de trabalhadores não qualificados no mercado de trabalho americano. A seleção de imigrantes de alto QI poderia melhorar esses problemas nos EUA e ao mesmo tempo beneficiaria os imigrantes que são mais inteligentes, mas carecem de educação em seus países de origem."
    É esse o resumo da tese de doutorado que Jason Richwine apresentou à Universidade Harvard em 1999 e que foi aprovada sem objeções por um comitê formado por três prestigiosos catedráticos da universidade. A tese fala de imigrantes em geral, mas suas conclusões se baseiam principalmente em uma análise do (baixo) QI dos hispânicos.
    Quando o antigo senador Jim DeMint, um dos líderes do Tea Party e indicado recentemente para a presidência da Heritage Foundation, precisou confiar a alguém a tarefa de liderar um estudo para atacar a reforma da política de imigração norte-americana, escolheu Jason Richwine, que escreveria o relatório em companhia de Robert Rector.
    Dylan Matthews, jornalista do "Washington Post", encontrou por acaso a tese de Richwine e publicou sua mensagem central. Dois dias mais tarde, Richwine renunciou ao seu posto na Heritage.
    Há diversas surpresas em tudo isso, mas a principal talvez se relacione aos padrões que Harvard segue para conferir doutorados. A tese de Richwine supõe que exista relação de causa e efeito entre duas variáveis difíceis de medir: inteligência e etnia. Entre os cientistas sociais, não existe consenso quanto ao que os testes de QI medem.
    Medem inteligência ou medem a capacidade de responder bem a esse tipo de teste? E, caso meçam inteligência, de que tipo de inteligência estamos falando?
    Mas, se a inteligência é difícil de medir, como medir a categoria que Richwine designou como "hispânicos"? Não se trata de uma categoria biológica, mas de uma definição popularizada pelo Serviço de Recenseamento dos Estados Unidos, que usa "hispânico" ou "latino" para se referir a "uma pessoa de origem cubana, mexicana, porto-riquenha, centro ou sul-americana ou de outra cultura e origem espanhola, independentemente de sua raça".
    Mas aqueles que desejam acreditar em estudos baseados em testes de inteligência se interessarão por um artigo publicado pela revista "Psychological Science" em 2012. Uma pesquisa que estudou quase 16 mil pessoas por diversos anos, no Reino Unido, determinou que "os níveis mais baixos de inteligência na infância prognosticam a presença de maior racismo na idade adulta".
    Em outras palavras, pessoas racistas quando adultas não se saíam muito bem em testes de inteligência quando crianças.
    Em resumo: se você acredita que os hispânicos são burros, precisa acreditar que os racistas também são. Ciência pura.

    SEM PRECONCEITO » Uma poliglota na faxina(homossexual assumida desde os 14 anos)-Arnaldo Viana‏

    Pernambucana com curso superior que morou na Europa e fala sete línguas é descoberta no serviço de limpeza do Mercado Central e vira recepcionista de turistas 


    Arnaldo Viana

    Estado de Minas:
    17/05/2013 




    Pernambucana com curso superior que morou na Europa e fala sete línguas é descoberta no serviço de limpeza do Mercado Central e vira recepcionista de turistas
     Na tarde de sexta-feira, 3 de maio, a morena magra Maria da Conceição da Silva, de 41 anos, encostou o carrinho de recolher o lixo nos corredores do Mercado Central, a vassoura, as luvas e foi cumprir o horário do lanche. O celular toca. Era uma ligação internacional, da Holanda. Ela atende e fala cerca de 40 minutos. Um dos colegas correu à segurança e avisou: “Há uma faxineira maluca, falando embolado”. O chefe da segurança a abordou e descobriu que a mulher não só falava holandês, como também inglês, espanhol, italiano e ainda conversa o básico em alemão e hebraico.

    Levada ao superintendente do mercado, Luiz Carlos Braga, a faxineira confirmou o que dissera ao chefe da segurança e ainda revelou que tem formação superior em contabilidade. “Quando vi o passaporte dela, as passagens pela Holanda e Alemanha, não tive dúvida. Mandei a Maria da Conceição largar a limpeza, passar um batom e assumir um lugar de recepcionista no guichê da Belotur, na entrada da Avenida Augusto de Lima.” É lá que a morena magra, pernambucana de Recife, está agora à espera dos turistas, que devem invadir o Brasil durante as copas das Confederações e do Mundo.

    Bem-vindo, welcome, bien viendo, welkome, bienne venutto. Que venham brasileiros, ingleses, norte-americanos, todos os cidadãos de língua espanhola e italiana, alemães, árabes. Serão bem recebidos pela nordestina humilde, delicada e sorridente. Mas como esta mulher, com tantas qualificações, foi parar na faxina do Mercado Central? É uma história longa de família pobre, surgiu sem estrutura, de apego, desapegos, mas nunca de desistência. Uma história de preconceito, que ela não enfrentou na Europa, onde morou por um bom tempo, mas no seu país natal, exatamente em Minas Gerais.

    “Sou filha de pais separados. Meus irmãos mais velhos foram doados à minha avó materna. Outro foi viver também com parentes. Minha mãe me doou ainda bebê, mas alguns dias depois se arrependeu e me buscou.” A mãe vivia do trabalho como doméstica. Maria da Conceição, aos 11 anos, foi trabalhar como recepcionista de um advogado. “Estudava em um colégio de freiras e, no escritório, fazia também serviços gerais e de datilografia.” Isso quase em meados dos anos 1980. A mãe, então, resolveu mudar para Fortaleza (CE).

    MUDANÇAS
    “Fui dar continuidade ao ensino fundamental em um colégio militar, com bolsa de estudos. A mãe resolveu mudar de novo. A convite da filha mais velha, casada com um caminhoneiro, foi para Elesbão Veloso (PI). De lá, Maria da Conceição foi para Teresina. Entrou no Colégio Salesiano, onde conclui o ensino médio e praticou esportes. “Cheguei à seleção de handebol da escola.” Outra mudança da mãe, para Campina Grande (PB), cidade na qual Maria da Conceição foi de tudo: doméstica, vendedora, representante comercial.

    Retornou para Elesbão Veloso e lá ajudava no sustento da casa como empregada até a mãe adoecer e morrer, meses depois, em 1991. Maria da Conceição, então com 18 anos, resolveu ir embora. “Queria ir para Tocantins, mas resolvi ir para Campina Grande. Formou-se em contabilidade, trabalhou em quase tudo o que apareceu pela frente. “Comecei no levantamento de estoque em uma loja de autopeças, depois fui para o balcão, onde aprendi muito. Fiz serviços hidráulicos e de servente de pedreiro. Fui doméstica e até na mecânica me arrisquei.”


    Professora de colegas da limpeza

    Em 2005, uma reviravolta na vida de Maria da Conceição. Ela trabalhava em manutenção de computadores. Por acaso, na rua, conheceu um espanhol, um alemão e uma holandesa, em viagem de intercâmbio no Brasil. “Com o inglês básico, que aprendi nos colégios e em cursinho, conversei com eles. Procuravam um lugar para morar temporariamente. Oferecei minha casa em troca de uma pequena ajuda. Aceitaram e nos tornamos amigos.” Os três estrangeiros foram embora, mas continuaram conversando com a pernambucana pela internet. “Numa dessas conversas, entrou uma mineira, 10 anos mais nova do que eu, que se tornaria minha companheira. Sou homossexual assumida desde os 14 anos.”

    As duas foram convidadas para uma viagem à Holanda. Lá, Maria da Conceição fez de tudo para sobreviver. Faxina, pintura e reforma de residências. “Fui bem recebida e orientada a estudar a língua local. Não só aprendi o holandês, como aprimorei o inglês e o espanhol. Estudei também o italiano e um marroquino maluco me ensinou alguma coisa de hebraico.” Maria da Conceição foi chamada para fazer um serviço de instalação de piso em Frankfurt e Düsseldorf e aprendeu o alemão.

    No ano passado, a família chamou a companheira mineira de volta. Maria da Conceição ficou na Holanda. “Mas não resisti ao inverno rigoroso e à saudade. Cheguei aqui em setembro e desde então procuro emprego.” Maria da Conceição experimentou o preconceito e a desconfiança mineira: “Você não é de Minas e não empregamos pessoas de fora. Veio da Europa, o que estava fazendo lá? Ah, você já passou dos 40. Você tem curso superior e aqui só empregamos quem tem, no máximo, o médio”.

    “Era isso o que ouvia quando mostrava o currículo em lojas, hotéis, empresas de faxina, restaurantes, supermercados. Um dia, estava perto do mercado e quase desistindo de pedir emprego. Resolvi entrar para comprar uma goma de tapioca. Foi agora, no dia 2.” Como dizem que no mercado tudo que se procura acha, Maria da Conceição conseguiu emprego. “Perguntei a uma pessoa da faxina se havia vaga e fui ao escritório. Mas não apresentei currículo e omiti a formação superior e o fato de falar outras línguas.” Foi admitida com salário em torno de R$ 800 e hoje no balcão de informações turísticas ganha em torno dos R$ 1,5 mil.

    Maria da Conceição não vê nenhum problema em voltar para a limpeza, de for preciso. “Voltaria para a faxina com muito orgulho. Continuarei humilde, simples, sempre aprendendo.” Ela acha importante compartilhar o que sabe e ensina inglês às colegas da limpeza no mercado. Maria da Conceição pede uma pausa na conversa para atender Terezinha Idelfino da Silva, de 75 anos, que chega ao guichê em busca de informação. Gostou, dona Terezinha? “Éla é ótima, muito simpática.” É preciso dizer mais?

    CASAMENTO GAY » Uma corrida aos cartórios Valquiria Lopes‏


    Estado de Minas: 17/05/2013 


     Na próxima quarta-feira, o decorador de eventos Jeferson Pinheiro Damásio, de 37 anos, vai vencer uma luta travada na Justiça em agosto. Em frente a um juiz de paz, ele e o companheiro, Éder Melo Barbosa Pinheiro, vão se casar no cartório e tornar oficial a união de quase dois anos. A celebração já deveria ter ocorrido, mas, mesmo com autorização judicial, não foi aceita no cartório, por ser considerada inconstitucional – já que se trata de pessoas do mesmo sexo. Ontem, o casal comemorou a marcação da data.

    O agendamento só foi permitido após a publicação da Resolução 175/2013 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O texto, que passou a vigorar ontem, obriga cartórios de todo o país a celebrar casamentos de homossexuais e a converter em casamento as uniões estáveis homoafetivas. Na corrida por informações, muitos gays visitaram os cartórios ontem em BH.

    Para o decorador, todos estão no caminho certo. “O país só ganhou com essa decisão, pois os gays foram reconhecidos como gente que também pode se unir e ter o direito ao casamento”, ressalta Jeferson. Ele e o companheiro vão se casar no 3º Cartório de Registro Civil, no Bairro de Lourdes, onde seis pessoas procuraram informações sobre o casamento gay, apenas ontem. O oficial de registro civil Luiz Carlos Pinto Fonseca, responsável pela unidade, prevê um aumento significativo dos pedidos, em atendimento à demanda até então reprimida. No entanto, ele acredita que em breve, será necessário especificar o sexo dos pretendentes na certidão, levando em consideração nomes comuns a homens e mulheres.

    Em nota no site do CNJ, o conselheiro Guilherme Calmon afirmou que alguns estados reconheciam a celebração do casamento gay e outros não. “A resolução consolida e unifica a interpretação de forma nacional e sem possibilidade de recursos”, disse. Caso algum cartório não cumpra a decisão, o casal interessado poderá levar o caso ao juiz corregedor da comarca.

    Até então, casais homossexuais da capital conseguiram apenas fazer o registro de união e adquiriam também, na Justiça, o direito de converter a união estável em casamento, mas sem celebração feita pelo juiz de paz. A  oficial de registro Letícia Franco, do cartório do Barreiro, diz que as uniões não eram feitas porque exigia o recurso na Justiça. Somente em dezembro, as conversões de casamentos foram autorizadas. Ainda assim, houve casos de recusa por parte do juiz de paz, como ocorreu com Jeferson e Éder.

    O presidente do Sindicato dos Oficiais do Registro Civil das Pessoas Naturais de Minas Gerais (Recivil-MG), Paulo Roberto Risso, é contra a decisão: “Acho que o casamento não é para pessoas do mesmo sexo. A instituição familiar vai ser falida com o casamento gay.”. O presidente do Instituto Brasileiro de Direito da Família (IBDFAM), Rodrigo Cunha, acredita que essa foi uma decisão importante do ponto de vista político.


    ENQUANTO ISSO...
    ... CNBB CRITICA DECISÃO DO CNJ

    A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) criticou ontem a decisão do CNJ que obriga os cartórios a registrar casamentos entre homossexuais. O presidente em exercício da entidade, dom José Belisário, disse que o posicionamento do conselho causou perplexidade e foi um equívoco de atuação. "Com essa resolução, o exercício de controle administrativo do CNJ sobre o Poder Judiciário gera uma confusão de competências, pois orienta a alteração do ordenamento jurídico, o que não diz respeito ao Poder Judiciário, mas sim ao conjunto da sociedade brasileira, representada democraticamente pelo Congresso Nacional, a quem compete propor e votar leis. As uniões de pessoas do mesmo sexo não podem ser simplesmente equiparadas ao casamento ou à família, que se fundamentam no consentimento matrimonial, na complementaridade e na reciprocidade entre um homem e uma mulher", acrescenta.