quinta-feira, 11 de setembro de 2014

TeVê

TV paga
Estado de Minas: 11/09/2014



 (Canal Futura/Divulgação )

A vida no Pantanal


Estreia hoje, às 22h, no canal Futura, o documentário Escola das Águas: o desafio pantaneiro. A produção acompanha o cotidiano de alunos e professores em um colégio da região do Pantanal do Paiaguás, em Mato Grosso do Sul. Separados de suas famílias, os alunos lidam com uma rotina e um calendário escolar diferenciados devido ao isolamento causado pela cheia dos rios. Roteiro e direção de Juliana Vicente.

O 11 de setembro sempre  será lembrado pelo terror

Outro documentário inédito é A good job: stories of the FDNY, que estreia às 20h, na HBO. Com relatos de bombeiros veteranos, o documentário mostra como é enfrentar o fogo em uma metrópole como Nova York. Entre eles o ator Steve Buscemi, que trabalhou no tal FDNY, o Corpo de Bombeiros da cidade. O 13º aniversário dos atentados terroristas que derrubaram as Torres Gêmeas será marcado também por outros dois documentários: Cães heróis, às 22h, no Animal Planet; e Policiais ao resgate, às 22h30, no NatGeo.

Os tubarões vão invadir a  tela do Discovery Channel


Setembro é também o Mês do tubarão no Discovery, que reservou para hoje dois documentários: Tubarão-branco assassino, às 22h20, e Mergulho com tubarões, às 23h10. No canal Curta!, às 20h30, será exibido o documentário A paixão segundo Callado, de José Joffily, sobre vida e obra do escritor Antonio Callado. Já às 21h30 é a vez de Victor Hugo, o olhar do artista, de Henry Colomer. E no Film&Arts, às 21h, estreia Os tesouros do Antigo Egito, com o jornalista e crítico de arte inglês Alastair Sooke. Em tempo: o mesmo Film&Arts exibe o concerto de 40º aniversário dos 12 Violoncelistas da Filarmônica de Berlim, às 17h, e estreia The Hollow Crown, inspirada nas peças de Shakespeare, às 22h.

Humor no Viva; culinária  e decoração no canal GNT


O Viva o Gordo volta hoje à programação do Viva, às 21h, para os fãs matarem a saudade não só de Jô Soares, mas também de veteranos do humor como Brandão Filho, Walter D'Ávila e Berta Loran. No canal GNT, às 20h, estreia a quarta temporada de Tempero de família, com Rodrigo Hilbert, seguido de Cozinheiros em ação, às 20h30; e Que marravilha! Risotos & sobremesas, às 21h, fechando com a estreia do designer Marcelo Rosenbaum no comando do Decora, às 22h.

Os sinos dobram por Gary  Cooper e Ingrid Bergman


No pacotão de filmes, o destaque é o clássico Por quem os sinos dobram, com Gary Cooper e Ingrid Bergman, às 22h, na Cultura. Outro clássico, Barbarella vai ao ar também às 22h, no Telecine Cult. Ainda na faixa das 22h, o assinante tem mais seis opções: Terapia de risco, na HBO 2; Jogos, trapaças e dois canos fumegantes, no Max Prime; Caçado, no Telecine Action; Percy Jackson e o mar de monstros, no Telecine Premiun; No rastro da bala, no MGM; e O exorcista, no TCM. Outras atrações da programação: Voo noturno, às 20h35, no Universal Channel; De olhos bem fechados, às 22h10, no Glitz; Cowboys & aliens, às 22h30, na Fox; Planeta dos macacos: a origem, também às 22h30, no FX; e Caçador de recompensas, igualmente às 22h30, na TNT.

CARAS & BOCAS » Louca por ele
Simone Castro

O ator Carmo Dalla Vecchia reforça o elenco de Império e vai conquistar o amor de vilã (Isac Luz/Ego-5/6/13)
O ator Carmo Dalla Vecchia reforça o elenco de Império e vai conquistar o amor de vilã

Nos próximos capítulos de Império (Globo), Maria Marta (Lília Cabral) vai ter motivos de sobra para esquecer, de vez, o marido. Revoltada com a traição do Comendador José Alfredo (Alexandre Nero), ela irá até o Monte Roraima, santuário que ele cultua, e vai furtar o diamante rosa, espécie de amuleto da sorte do milionário. Mas não será apenas um objeto de vingança que a dondoca encontrará no local. Entretida com o seu plano, ela não se dá conta de que uma tempestade se aproxima. O piloto a alerta, mas Maria Marta não se importa. Ele, então, vai embora. A ricaça, ao perceber que está sozinha no meio da chuva, se desespera. Até que um homem encapuzado aparece e ela, apavorada, desmaia. Ele a transporta para dentro da caverna. Ao acordar, Maria Marta pensa que o sujeito foi enviado pelo marido para maltratá-la. Ele nega e se apresenta como Maurílio (Carmo Dalla Vecchia). Trata-se do filho de Sebastião (Reginaldo Farias), aquele que deixou o mapa de sua fortuna para José Alfredo na primeira fase da novela. Maurílio conta que sempre vai visitar o túmulo do pai. Ela, então, não revela sua verdadeira identidade. Pouco depois, o piloto volta para resgatá-la e Maria Marta oferece uma carona ao moço. Eles trocam contatos e se despedem, sem querer, quase que com um selinho. No futuro, ela vai se apaixonar loucamente por ele. Os atores vão gravar as cenas em Carrancas e Cordisburgo, em Minas Gerais, no Monte Roraima da ficção, como parte do elenco já fez no início da trama.

JORNAL DA ALTEROSA TRAZ AS  PRINCIPAIS NOTÍCIAS DO DIA

Fique por dentro das principais notícias no estado e na capital com o Jornal da Alterosa – 1ª edição desta quinta-feira. A apresentação é de Laura Lima. A primeira edição do noticiário vai ao ar logo depois do Alterosa esporte.

SBT VAI MOSTRAR CENAS DE BARRACO DE PARTICIPANTE


Na segunda-feira, durante a gravação do programa Esse artista sou eu, do SBT/Alterosa, o participante Christian Chávez se revoltou com a avaliação e as notas dos jurados. O cantor mexicano, ex-integrante do grupo RBD, interrompeu a gravação para reclamar que os jurados não sabiam o que se passava nos bastidores da produção, o que deu início a uma discussão acalorada no palco da atração. Sobrou até para outro participante, o cantor Leo Maia, que foi acusado por Christian de destratar a equipe e de falta de profissionalismo. Na gravação de segunda, Christian se apresentou como MC Guimê e recebeu nota 4 dos jurados Carlos Eduardo Miranda, Cyz Zamorano e Thomas Roth. Já Leo Maia interpretou James Brown e ganhou nota máxima. De acordo com esclarecimentos do SBT, Leo e Christian chegaram a abandonar o palco, retornando depois de alguns minutos para finalizar a gravação do episódio. A nota da assessoria de imprensa do canal ressalta que não houve agressão física ou ameaças, como chegou a ser comentado nas redes sociais. “Somando-se o trabalho intenso de treinamento, preparação e caracterização realizadas a cada semana com o calor e a emoção das apresentações, a disputa fica agora ainda mais acirrada. O SBT vai exibir todo o ocorrido na atração daqui a algumas semanas e informa que, por ser um reality show, é normal que discussões aconteçam e não há sentido de ocultar cenas como essa”, afirmou a nota.

SENHOR DO TRÁFICO

O canal +Globosat (TV paga) estreia, dia 15, a série Pablo Escobar: o senhor do tráfico, que vai mostrar a trajetória daquele que é considerado o mais famoso traficante colombiano desde a infância, na cidade de Rionegro, em Antioquia, até sua morte, em 1993. Interpretado por Andrés Parra, Escobar, chefe do cartel de Medellín, tem destacado momentos cruciais marcantes de sua vida, como a parceria com o contrabandista Álvaro Prieto, e a posição no auge do tráfico internacional. A atração é baseada no livro La parábola de Pablo, de Alonso Salazar, e foi gravada, entre outras locações, em Miami, Bogotá, Medellín e Caribe. Os autores da série, Juana Uribe e Camilo Cano, são vítimas dos atos criminosos praticados pelo traficante e sua quadrilha. A direção da série, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 21h, é de Carlos Moreno.

VIVA
Adriana Calcanhoto no Mais você (Globo) de ontem. A cantora foi o fecho perfeito do programa, que contou, ainda, com o ótimo quadro “Dando um retoque”.

VAIA
Nada a ver exibir capítulos pra lá de enxutos de O rebu (Globo) depois dos últimos dois jogos da Seleção Brasileira. Antes não tivessem ido ao ar. 

O Astro

O astro Cauã Antunes, de 6 anos, rouba a cena em Rio, eu te amo, que estreia hoje no país. O jovem morador do Vidigal brilha entre os atores Harvey Keitel, Rodrigo Santoro e Wagner Moura


Carolina Braga
Estado de MInas: 11/09/2014



Cauã Antunes e o americano Harvey Keitel contracenam no Rio de Janeiro

 (Agência Febre/divulgação)
Cauã Antunes e o americano Harvey Keitel contracenam no Rio de Janeiro


O elenco pode até ser repleto de figuras ilustres. Mas o espectador de Rio, eu te amo vai se surpreender. Quem são Fernanda Montenegro, Wagner Moura, Cláudia Abreu, Rodrigo Santoro, Ryan Kwanten, Vanessa Paradis e Vincent Cassel perto de Cauã Antunes? A experiência desses veteranos é inquestionável – e a fama também –, mas a sinceridade com que o garoto de 6 anos, morador da favela carioca do Vidigal, se entrega ao papel do menino de rua que precisa falar com Jesus é tamanha que não sobram dúvidas. Ele é o melhor do filme, que estreia hoje em nove salas da Grande BH.

Cauã Antunes é o astro do episódio “Milagre”, dirigido pela libanesa Nadine Labaki e estrelado por ela e por Harvey Keitel, protagonista de O piano (1993). “Fiz testes com várias crianças, mas não encontramos nenhuma de que a Nadine gostasse. Ela achava que alguns atuavam demais, artificialmente. Queria um garoto com brilho no olhar, com energia. Ela bateu o pé. Aí, falei que o filho de um amigo poderia fazer”, conta Rosa Fernandes, produtora de elenco.

Rosa gravou o teste com Cauã e o enviou pela internet para a cineasta. “Quando eles se encontraram pela primeira vez, o Cauã olhou para a Nadine e soltou: ‘Rosa, a mulher é a maior gata’. Traduzi e ela adorou”, lembra a produtora. O menino tirou a empreitada de letra. “O que mais gostei foi da Nadine. Além de bonita, ela é muito gente boa”, conta ele. A comunicação, obviamente, dependia de tradutor. Para o menino, isso não foi problema. Depois da experiência no set, ele passou a frequentar aulas de artes cênicas em sua comunidade.

Popular


Ao ser perguntado sobre a experiência de se ver na tela, Cauã se limita a dizer: “Gostei”. Mas deixa entender que quer mais. Basta um passeio com o menino pelo Vidigal para constatar o quanto ele é popular, conta a produtora. “Ele conhece a comunidade inteira. Outro dia, enquanto passeava com ele, fui apresentada: ‘Esta é a Rosa, trabalha comigo’”, diverte-se. “A produção ficou um pouco insegura, porque ele é incontrolável”, revela. Deu tudo certo, mas...

O garoto, que tinha 5 anos durante as filmagens, fez além da conta. Alguns de seus cacos e improvisos entraram no filme. Numa cena, o personagem João faz o sinal da cruz e acrescenta: “Valeu?”. “Já estava cansado de gravar quando disse aquilo. Veio dele também a frase ‘esta mulher é bonita, mas é meio maluquinha’”, conta Rosa.

Rio, eu te amo faz parte do projeto Cities of love. A cada filme, uma cidade é escolhida para ser a protagonista do longa dirigido por profissionais de nacionalidades diferentes. Paris e Nova York foram algumas delas. Os diretores convidados para o episódio carioca são Andrucha Waddington (Brasil), Paolo Sorrentino (Itália), Fernando Meirelles (Brasil), Stephan Elliott (Austrália), John Turturro (EUA), Guillermo Arriaga (México), Sang Soo Im (Coreia), Nadine Labaki (Líbano) e os brasileiros Carlos Saldanha, José Padilha e Vicente Amorim.

 Belo e desafinado Ao reunir 10 episódios de 11 cineastas, o longa Rio, eu te amo é irregular. Bons atores não sustentam tramas inconsistentes, com raras exceções. Nadine Labaki surpreende

Carolina Braga
Estado de Minas: 11/09/2014

Vincent Cassel faz o papel de escultor de areia no episódio %u201CA musa%u201D, de Fernando Meirelles

 (Gui Maia Dan Behr/divulgação)
Vincent Cassel faz o papel de escultor de areia no episódio %u201CA musa%u201D, de Fernando Meirelles


É muito difícil que um projeto do naipe de Rio, eu te amo seja uniforme. Isso porque não apenas os resultados podem ser distintos, como também o objetivo de cada diretor convidado. Se há quem aproveite a oportunidade para experimentar linguagens, como Fernando Meirelles, outros optaram por narrativas clássicas, como Carlos Saldanha. Ainda que o especialista em animação explore mares nunca dantes navegados, não fez nada fora do comum em “Pas de deux”.

Rio, eu te amo começa com uma imagem cotidiana: Rodrigo Santoro e Bruna Linzmeyer acordando. A beleza natural da cidade é exaustivamente explorada tanto nos episódios quanto nas cenas que costuram as histórias. A reunião dos fragmentos evidencia a liberdade que cada cineasta teve para fazer o que bem quisesse. Todos passaram longe de histórias de amor tradicionais e deixaram a violência de lado, ainda que esses temas apareçam de outras formas ao longo do filme.

Episódios assinados por estrangeiros parecem mais redondos do que os brasileiros. A principal diferença está na minúcia do roteiro. O mexicano Guillermo Arriaga, por exemplo, consegue contar uma história com começo, meio e fim em “Texas”, mas sem abandonar ou exagerar na dose de drama e tensão. É o mesmo êxito alcançado pelo italiano Paolo Sorrentino em “Grumari”.

Entre os brasileiros, vê-se, nitidamente, a vontade de apresentar algo diferente da cinematografia conhecida. José Padilha – consagrado por Tropa de Elite – gerou polêmica ao causar desconforto à Arquidiocese do Rio de Janeiro, que chegou a tentar proibir algumas cenas do longa. No fragmento dirigido por ele, o personagem de Wagner Moura, ao sobrevoar o Cristo Redentor de asa-delta, resolve desabafar com o Todo Poderoso. Não há nada demais, além do cartão-postal em novos ângulos. É a revolta de um cidadão comum.

Em “A musa”, Fernando Meirelles transforma Vincent Cassel em um escultor de areia em Copacabana. O diretor ousa nos ângulos fechados e na fotografia estourada, deixando nítido que não pretende contar uma historinha convencional, e sim provar outras formas narrativas. É válido. Andrucha Waddington, por sua vez, parte de um argumento humanista: uma professora abandona o confortável lar da classe média para viver na rua. Seria algo sem brilho se ela não fosse interpretada por Fernanda Montenegro. Ela sempre arrasa.

Equilibrar diferentes olhares sobre o Brasil, em especial sobre o Rio de Janeiro, era o desafio. Assim, seria inevitável cair na visão que os gringos têm de nós. O australiano Stephen Elliott escolheu o Pão de Açúcar para contar a história de uma estrela de cinema que visita a Cidade Maravilhosa. Como se não bastasse a locação escolhida, ainda escalou Bebel Gilberto para o papel de cupido ao som de Eu preciso dizer que te amo. Ficou clichê demais.

Bem fez a libanesa Nadine Labaki, com sua história simples: um menino precisa falar com Deus, deixa recado com Jesus e aguarda o telefonema no orelhão de uma estação de ônibus. Sem inventar demais e contando com o surpreendente ator mirim Cauã Antunes, ela faz rir, emociona e, ao mesmo tempo, faz uma crítica social do país que não é o dela, mas soube compreender.



Corpo em cena

O Grupo Corpo, de certo modo, faz participação em Rio, eu te amo. Cassi Abranches, ex-bailarina da companhia, assina a coreografia de três minutos dançada por Rodrigo Santoro e Bruna Linzmeyer. Em momentos de sombra, Cassi faz par com Diogo de Lima, integrante do grupo. “Ver o Corpo foi uma das experiências mais bonitas da minha vida. Fui a BH conversar com eles e depois Cassi e o Diogo vieram ao Rio. Treinaram oito horas por dia: cada detalhe de mão, de passos. Deu muito certo”, comemora o diretor Carlos Saldanha. (Helvécio Carlos

EDUCAÇÃO » Portas abertas ao mundo‏

Universidades públicas e privadas de BH e do interior firmam parcerias e convênios, além de fortalecer a infraestrutura, para atrair mais professores e estudantes de outros países

Junia Oliveira
Estado de Minas: 11/09/2014

A Escola de Engenharia e outras unidades de ensino do câmpus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais, na capital, já recebem interessados em cursos de graduação e pós-graduação vindos do exterior (Euler Júnior/EM/D.A Press)

A Escola de Engenharia e outras unidades de ensino do câmpus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais, na capital, já recebem interessados em cursos de graduação e pós-graduação vindos do exterior

Foi-se o tempo em que o conhecimento se limitava aos muros das instituições de ensino superior. Na universidade do século 21, não há barreira geográfica. Seja aluno ou professor, hoje, sai na frente quem enxerga a sala de aula como parâmetro para ir além. Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), internacionalizar é a palavra da vez. Mais do que mandar estudantes para o exterior, ela quer trazer o mundo para dentro dela. Fazer dos câmpus um ambiente no qual todas as línguas são faladas e compreendidas é uma de suas principais metas. Um desafio e tanto, pois, historicamente, a balança das exportações supera, e muito, a das importações. Oferecer atividades em outros idiomas é uma das saídas, que estão sendo procuradas também por federais do interior e instituições particulares.

O número de estudantes da universidade, de graduação e pós-graduação, que deixaram o câmpus para fazer uma parte do curso em instituições estrangeiras mais do que triplicou nos últimos três anos, saltando de 391 em 2010 para 1.274 em 2013. Somente no primeiro semestre deste ano, 1.909 alunos foram selecionados para buscar conhecimento em outros países. Dados do governo federal revelam que a mineira é a primeira entre as universidades federais e a segunda instituição do país que mais envia alunos ao exterior pelo programa Ciência sem fronteiras: foram 1.561 de graduação, 296 de doutorado (dos quais 271 na modalidade sanduíche) e 110 pós-doutorandos.

Há cerca de 370 convênios em vigor, 131 programas de intercâmbio e 270 instituições parceiras de 38 países. No sentido contrário, o crescimento de estudantes vindos de outros países entre 2010 e 2013 não chegou a dobrar. Eram 375 há quatro anos e pulou para 510 ano passado. Este ano, 226 vieram para a graduação. Estudantes da Europa, América Latina e África são a maioria entre os estrangeiros em mobilidade na UFMG, responsáveis por 90% desse fluxo.

GRADUAÇÃO FORTE O reitor Jaime Arturo Ramírez afirma que duas frentes devem ser observadas para fortalecer as parcerias com universidades estrangeiras e atrair estudantes e pesquisadores de outros países. A primeira é identificar temas importantes para a UFMG e também para as possíveis parceiras. A outra é investir em infraestrutura para acolher quem vem de fora, além de oferecer atividades em outras línguas. “A UFMG vai adotar medidas para aumentar a internacionalização, mas sem perder de vista a formação e os grupos de pesquisas consolidados, senão, ninguém vai querer vir. Somos reconhecidos no exterior por causa da graduação forte, bem como a pós-graduação e as pesquisas, os nossos carros-chefes.”

O diretor de Relações Internacionais da UFMG, Fábio Alves, concorda que a universidade do futuro passa pela internacionalização. A ideia é promover ações multilíngues e multiculturais nos três câmpus da universidade: Pampulha, Saúde (na Região Hospitalar de BH) e Montes Claros (Norte de Minas), incentivando a o vaivém de estudantes e professores. Pensando nisso, três políticas foram adotadas para enfrentar o desafio.

REFERÊNCIAS Competir sim, mas se destacar nos rankings internacionais de educação é condição fundamental para atrair estrangeiros na visão do professor colombiano Luís Cano, de 35 anos. Pós-doutorando em física, ele deixou Bogotá há três anos e meio, depois de conhecer um professor da instituição num congresso. “As pessoas sempre olham os rankings, que são uma referência e fazem a diferença. E, assim, preferem a USP (Universidade de São Paulo, que ocupa a 150ª posição). Mas a UFMG está se tornando forte. É uma questão de tempo para essa situação mudar.”

“Vender-se para o mundo”, no melhor dos sentidos, é a estratégia que o venezuelano naturalizado espanhol Luís Castillo, de 31, sugere à UFMG para atrair mais estrangeiros. Aluno de doutorado, ele deixou a Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha, para se dedicar à pesquisa na área de tradução, na Faculdade de Letras.

De olho no espaço latino

O foco prioritário das ações na UFMG são o continente americano, principalmente o espaço latino. Uma das propostas sob coordenação das pró-reitorias de Graduação e Pós-Graduação é um novo modelo de oferta de disciplinas em inglês e espanhol. A medida ainda não foi definida, mas cogita-se oferecer matérias temáticas e de modalidade livre, que não integrem, necessariamente, a grade curricular. “Cultura, artes, mineração, demografia. É uma série de disciplinas que podem interessar pesquisadores e alunos estrangeiros e que trabalhem em interface com nosso contexto”, explica o diretor de Relações Internacionais, Fábio Alves.

O diretor acredita que essa será também uma oportunidade de os alunos brasileiros da UFMG desenvolverem proficiência linguística na interação com colegas de outros países e de criar um ambiente com várias línguas e culturas. A expectativa é de que o plano comece a ser implementado dentro de um ano. “Não é formação curricular em língua estrangeira. Queremos oferecer disciplinas que atraiam o aluno estrangeiro para integralizar o percurso curricular na universidade de origem dele.”

Professor de zoologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) Mário Cozzuol, argentino que mora no Brasil há 18 anos e em BH há oito, considera que atividades em outro idioma são menos importante se considerado o problema de estrutura, que vai da qualidade aos laboratórios e a alojamentos para quem vem de fora. “Muitas das condições de trabalho são precárias, mas a gente se vira. O difícil é comparar isso com outras instituições mais preparadas.”

Particulares investem




A internacionalização passa também pelas instituições particulares. Na Fumec, é grande o investimento para atrair mais estudantes e professores estrangeiros. Ela tem parcerias e convênios com instituições da Argentina e dos EUA para receber alunos de graduação, pós-graduação e de cursos de especialização. Cerca de 60 argentinos chegarão neste semestre para participar da Feira de Tecnologia Aplicada a Gestão Empresarial (Fetage).

Coordenadora do setor de Relações Internacionais, Climene Arruda diz que a oferta de módulos de pós-graduação em inglês e espanhol são outra estratégia para atrair estudantes estrangeiros. Projeto implantado recentemente e que tem gerado interesse de universidades dos EUA, Argentina, Colômbia e México são os cursos de português e de cultura brasileira para estrangeiros. “É um ganho acadêmico e um enriquecimento cultural muito grande para alunos e professores.”

No Centro Universitário Newton Paiva há uma aluna de Angola e dois professores estrangeiros nos cursos de engenharia – um da Rússia e outro do Peru. Parceria com a Universidade Livre da Colômbia para intercâmbio de estudantes e pesquisadores e promoção de palestras e eventos conjuntos e simultâneos nos dois países é uma das ações de investimento na internacionalização.

No Centro Universitário UNA, a parceria é com a Universidade da Flórida (EUA), que manda cinco alunos de engenharia para ficar um semestre em BH. O convênio foi firmado há dois anos e 20 estudantes já participaram. Na PUC Minas, há 60 alunos estrangeiros. De acordo com a Assessoria de Relações Internacionais, são 152 convênios bilaterais com universidades de todo o mundo. As vagas são concedidas em reciprocidade, tanto na instituição estrangeira quanto na PUC Minas, para alunos de graduação, pós-graduação e professores. (J.O)

Programas para romper barreiras


Mostrar ao mundo o que é feito no interior de Minas. Com essa meta, a Universidade Federal de Lavras (Ufla), no Sul do estado, quer deixar para trás as barreiras geográficas. A instituição lança um plano de internacionalização, que vai de premiações de docentes por publicações no exterior a acordos com instituições dos EUA e europeias para intercâmbio de professores de pós-doutorado. A Ufla investe em estrutura para receber pesquisadores estrangeiros. A primeira etapa, a construção de 30 quitinetes, estará pronta até o fim do ano. Há, ainda, um hotel com 80 leitos.

A Ufla terá ainda escritório na Bélgica, que servirá como base na Europa, com foco em agricultura, floresta, biotecnologia vegetal e animal e bioprocessamento. As mais recentes parcerias, segundo o reitor José Roberto Scolforo, são com universidades da Bélgica, Holanda e EUA . “Estamos plantando as bases para que a Ufla seja, daqui 20 ou 30 anos, uma das maiores do mundo.”

Na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), alunos estrangeiros poderão morar nas repúblicas federais. Este ano, a instituição, conveniada com mais de 40 universidades do exterior, recebeu 43 estudantes de diferentes nacionalidades. A proposta é que as repúblicas federais destinem vaga de acordo com a disponibilidade da casa. Assim, aquelas que têm número maior de lugares disponíveis terão prioridade na recepção dos estrangeiros.

FUTURO A internacionalização como perfil da universidade do século 21 foi um das conclusões do III Encontro Internacional de Reitores, no fim do mês passado, no Rio. Na ocasião, cerca de 40 acordos foram firmados entre instituições de ensino. As quatro universidades brasileiras mais bem conceituadas vão se juntar a quatro instituições espanholas para fortalecer a internacionalização. As federais de Minas (UFMG), do Rio Grande do Sul (UFRGS) e as estaduais de São Paulo (USP) e Campinas (Unicamp) firmaram parceria com as universidades Autônoma de Madri, de Barcelona, Carlos III e Pompeu Fabra.

Reitor da Carlos III, Daniel Peña disse que uma universidade internacional é aquela com proporção de pelo menos 50% dos alunos de outros países. Segundo ele, 40% de seus alunos têm experiência no exterior. “Há uma série de vantagens: fonte de renda, fonte de desenvolvimento para o país e foco de atração de empresas, que querem compartilhar pesquisas.” O reitor da Universidade de Oxford, na Inglaterra, Andrew Hamilton, foi além: “A internacionalização é a chance de a universidade lidar com desafios do século 21”. (J.O) 

Moda - Eduardo Almeida Reis

Um comentarista esportivo tem o descoco de entrar na casa do telespectador de sapatênis marrom e meia branca, como se meia branca tivesse cabimento fora das quadras de tênis


Estado de Minas: 11/09/2014



Obra muitíssimo bem o Sportv quando padroniza as roupas dos seus profissionais. Com a onda de frio, todos foram metidos em pullovers azul-claro. Jornalista é um perigo quando se veste por sua conta, o que se explica: preocupado com o trabalho e as altas cousas do espírito, não dá bola para suas roupas. Certa feita, na Academia Mineira de Letras, em solenidade com a presença do presidente da República, a segurança do presidente exigiu crachás para ingresso no auditório. O assessor de impressa do presidente conferia os crachás, visando a encaminhar os jornalistas para um espaço cercado por uma cordinha. Do lado de cá da cordinha, na condição de membro da Casa de Alphonsus de Guimaraens, que é também e muito a Casa de Vivaldi Moreira, recomendei ao assessor brasiliense: “Não precisa conferir os crachás: basta ver as roupas”.

Há exceções, é certo, que só fazem confirmar a regra. Nos jornalistas que entram em nossas casas através da tevê há roupas do arco da velha. A poderosa rede que engloba o Sportv não parece dar bola para as roupas e os cabelos dos seus funcionários. Um comentarista esportivo tem o descoco de entrar na casa do telespectador de sapatênis marrom e meia branca, como se meia branca tivesse cabimento fora das quadras de tênis.

Houve tempo em que fui amigo de diretores da poderosa rede e palpitava sobre a programação. Nas corridas de Fórmula 1, por exemplo, critiquei a mania de veicular os comerciais de tela inteira durante as provas. Desde aquele tempo acabaram com a besteira de indispor o telespectador com o anunciante, segurando os comerciais de tela inteira para depois de transposta a linha de chegada.

Se ainda apitasse por lá, recomendaria ao diretor que desse um trato nos cabelos de ótima apresentadora, moça bonita e pertinente, cujos cabelos empastados parecem sujos. Aquela juba e as meias brancas do colega da jovem desanimam qualquer cristão, aproveitando a embalagem para desgostar os ateus.

Leis eleitorais

Foto do senador Eduardo Matarazzo Suplicy (SP-PT) transportando nos ombros o médico Alexandre Padilha, o Pad da Operação Lava a Jato, candidato do PT ao governo de São Paulo, teria violado a lei eleitoral, pois a prática seria vedada pela Justiça Eleitoral que proíbe “a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga”. Cena fotografada em Carapicuíba, Região Metropolitana de São Paulo, no finalzinho de julho, cuja veiculação teria custado R$ 200 a um adepto do senador.

Duvido que alguém entenda as nossas leis eleitorais. Começam pelo absurdo de permitir que votem os maiores de 16 anos, inimputáveis quando praticam crimes hediondos. Ou bem o sujeito pode eleger governador, senador, presidente da República e responder pelos crimes que pratica, ou é inimputável e não pode votar.

A foto do senador nascido em 1941 cavalgado pelo candidato nascido em 1971, um médico que não tem o físico mirrado que se exige dos jóqueis, em vez de proibida deveria ser divulgada às expensas da própria Justiça Eleitoral. É muito mais instrutiva para o povo do que a foto do mesmíssimo senador vestindo uma calcinha feminina vermelha sobre as calças azuis de seu terno, por sugestão de uma repórter.

O petista Matarazzo Suplicy já ilustrou este pobre país produzindo o Supla, nome artístico do senhor Eduardo Smith de Vasconcelos Suplicy (São Paulo, 2 de abril de 1966), cantor, compositor, ator e apresentador de televisão. Depois disso, deixar-se cavalgar em Carapicuíba por um candidato ao governo de São Paulo é irrelevante. Cavalgado, não lhe sobra tempo para produzir outros Suplas ou vestir calcinhas vermelhas.

O mundo é uma bola

11 de setembro de 1297: liderados por William Wallace, os escoceses derrotam os ingleses na Batalha de Stirling Bridge durante a guerra pela independência. Até hoje os escoceses discutem esta bobagem de independência, como se fosse uma desonra fazer parte do Reino Unido.

Em 1565, fim do Cerco de Malta iniciado sem sucesso dia 10 de março daquele ano pelo Império Otomano. Tive no Rio um amigo, deputado baiano, que se orgulhava de uma comenda da Ordem de Malta. Comprava medalhas e comendas a montões, e vivia repetindo: “Dizem que é fácil, mas vai comprar”.

Em 1609, Henry Hudson descobre o Rio Hudson, local de pouso de um jato conduzido por piloto excepcional depois de perder as turbinas pelo choque com aves ao decolar de um dos aeroportos nova-iorquinos. Todos os passageiros foram salvos. Em 1875, fundação da Academia Mexicana de Línguas. O Google deve detalhar os objetivos do ínclito sodalício, mas o leitor não pode ter o menor interesse pela instituição mexicana.

Em 1968, lançamento da revista Veja, que tem prestado relevantes serviços ao Brasil, ainda que suas denúncias terminem em águas de bacalhau. Em 1985, maior acidente ferroviário de que há memória em Portugal: morreram 150 pessoas junto ao Apeadeiro de Moimenta-Alcachafe, freguesia de Moimenta de Maceira Dão, concelho de Mangualde, apeadeiro situado entre as estações de Nelas e Mangualde, num trecho de via única. Regionalismo português, apeadeiro é lugar onde não há estação, mas os trens param quando há passageiros para subir ou descer. Hoje é o Dia do Cerrado.

Ruminanças

“Mário de Andrade deixou discípulos que nunca o leram” (Guilherme Figueiredo, 1915-1997).

Por mais avanços no Supersimples - Luiz Barretto

Por mais avanços no Supersimples
Luiz Barretto
Presidente do Sebrae Nacional
Estado de Minas: 11/09/2014


Estamos a três meses e meio do fim de 2014, mas já é possível afirmar, sem receio, que este ano é um novo marco para o empreendedorismo brasileiro. No início de agosto, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei Complementar (LC) 147/14, que amplia o Supersimples, beneficiando aproximadamente 500 mil micro e pequenas empresas. Essa quinta atualização do Supersimples trouxe diversas novidades positivas para os empreendedores, em especial para os pequenos negócios antes impedidos de usufruir desse modelo tributário. O Supersimples surgiu com a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (LGMPE), de 2006, e entrou em vigor no ano seguinte. Ele unifica oito tipos de impostos e chega a reduzir a carga tributária, na média, em 40%. Com as mudanças, a adesão a ele fica condicionada ao porte e ao faturamento da empresa, e não mais dependendo da atividade.

Advogados, contadores e médicos estão entre as cerca de 140 atividades que poderão aderir ao Supersimples. A partir de 1º de janeiro de 2015, quando a lei entrará em vigor, as categorias do setor de serviços e profissionais liberais passam a se beneficiar desse regime fiscal. Ela também impede a cobrança da substituição tributária do ICMS de diversos produtos e setores da indústria e comércio. Com ela, os empreendedores devem pagar antecipadamente o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos produtos adquiridos, além do que já é pago no Supersimples, antes mesmo de saber se eles vão ser vendidos. Serão beneficiados pela limitação da substituição tributária pequenos negócios de segmentos como vestuário e confecções, brinquedos, couro e calçados, artigos de decoração, massas, biscoitos e materiais de construção.

A universalização do Supersimples resultou de um trabalho do Sebrae com a Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE) da Presidência da República e a Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa. Os avanços até agora nos motivam a prosseguir por atualizações na LGMPE, que criou o regime tributário especial. Os pequenos negócios geraram 85% da expansão dos postos de trabalho formal na última década e já respondem por mais de um quarto da geração de riquezas no Brasil, com condições de ampliar a participação no Produto Interno Bruto (PIB). Para isso, são essenciais a qualificação da gestão dos pequenos negócios e um ambiente legal favorável ao empreendedorismo. A Lei Geral é uma ordenação viva, que merece ajustes contínuos. Assim, o Sebrae e a SMPE já firmaram um termo de compromisso para elaborar um estudo, em 90 dias, para subsidiar um projeto de lei de aprimoramento do Supersimples. Para isso, vamos trabalhar em parceria com três fundações: Getulio Vargas, Dom Cabral e Instituto de Pesquisas Econômicas.

Há diversas questões que demandam análises mais aprofundadas para serem enfrentadas pelo governo federal. Vamos avaliar a transição para alíquotas menores nas tabelas do Supersimples, o que será um estímulo e tanto para o aumento da formalização. Queremos estudar também uma nova regra para tornar menos onerosa a transição para as empresas que atingem o teto de faturamento desse regime tributário: R$ 3,6 milhões por ano.

Referência positiva de reforma tributária, o Supersimples é um sucesso inquestionável. Desde sua criação, mais de 9 milhões de empresas aderiram a esse modelo tributário e pagaram aos governos federal, estaduais e municipais, até julho passado, um acumulado de R$ 272 bilhões. Em 2006, havia apenas 1,3 milhão de micro e pequenas empresas formais no Brasil. Aperfeiçoar o Supersimples é caminho seguro para o registro de indicadores cada vez mais expressivos de emprego, renda e arrecadação.

COLUNA DO JAECI » Dia inesquecível‏

COLUNA DO JAECI » Dia inesquecível

Para um recomeço depois do vexame no Mundial, está de bom tamanho, mas é preciso evoluir muito para chegar ao estágio da Argentina, do Chile e da própria Colômbia

Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 11/09/2014

Nova York – Hoje é 11 de setembro. Pela quarta vez, passo a data macabra na cidade que não dorme, conforme a música de Frank Sinatra. Não é fácil relembrar aquele 11 de setembro de 2001. Recém-casados, minha mulher e eu víamos as cenas da primeira torre do World Trade Center em chamas, quando, de repente, um avião entrou na segunda, com transmissão ao vivo pela CNN. Parecia filme, mas era real. Nem o melhor dos diretores e produtores imaginaria escrever história tão cruel e desumana. Um louco como Bin Laden, determinou a um grupo de xiitas que sequestrasse aviões e os jogasse contra prédios, matando civis. O corpo dele jamais foi mostrado, por não interessar aos norte-americanos que ele se tornasse um mártir para os seguidores. De qualquer forma, o mundo se viu livre do principal responsável pelas quase 3 mil vidas perdidas.

Mas Nova York superou o drama, apesar de não esquecê-lo. A vida segue e a cidade conserva seus encantos. Gosto muito dela. Sempre que a Seleção joga em Nova Jersey, aqui ao lado, me hospedo Manhattan. É bom caminhar pela Quinta Avenida, correr no Central Park, andar pela Broadway. Como fiz no dia seguinte à vitória do Brasil sobre o Equador por 1 a 0, em bela jogada finalizada por Willian. Há tempos não via o time em jogada ensaiada de cobrança de falta.

O primeiro tempo foi fraco. O segundo, eletrizante. Porque Dunga tirou o “água de salsicha” Oscar e Willian e pôs, juntos, Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart. Eles pareciam vestir a camisa do Cruzeiro, tamanho o entrosamento e a qualidade de ambos. O primeiro fez jogadas sensacionais, soltou-se e mostrou que chegou para ficar. Sorte do técnico, que tem agora um autêntico camisa 10. Um, não, tem dois e, se quiser, até três, com Philippe Coutinho e Paulo Henrique Ganso, que deverá ser chamado nos próximos jogos. Oscar não fará falta. Lento, medíocre, parece não ter empolgação e é apático do início ao fim.

Outro que tem se esforçado e jogado bem é Diego Tardelli. Só acho que está cumprindo muito uma função tática, ficando longe da área adversária. Muitas vezes o vi na própria área, marcando, dando carrinho, pondo a bola para escanteio. Numa necessidade, tudo bem, mas o tempo todo, não. Ele tem de ficar lá na frente, fazendo gols, dando passes. Mas tem sido útil e mostrado vontade incomum. Está em ótima fase. Acho que esses ingredientes levaram o Brasil às duas vitórias, que dão tranquilidade a Dunga para prosseguir com o trabalho.

Para um recomeço depois do vexame no Mundial, está de bom tamanho, mas é preciso evoluir muito para chegar ao estágio da Argentina, do Chile e da própria Colômbia. Os Estados Unidos sempre deram sorte ao Brasil quando ele joga por aqui. Desta vez, foi melhor do que a encomenda.

Se Dunga perceber que deve manter Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart juntos e pode ainda ter Philippe Coutinho ao lado dos dois, a Seleção vai começar a recuperar seu futebol de toque de bola, de jogadas bonitas, sem deixar de ser competitivo. Aos poucos, ela vai achando o time ideal. Esse zagueiro Marquinhos é excelente. Não entendo como o Paris Saint-Germain, dispondo dele, contratou o fraco David Luiz, que também é titular do Brasil. Há coisas que a gente não entende. Mas o destino às vezes joga a favor e a contusão de David Luiz abriu espaço para esse jovem de 21 anos, revelado pelo Corinthians e com boa passagem pela Roma.

Amanhã, embarco de volta rumo ao Brasil. Missão cumprida, tchau, Nova York. Até qualquer dia.