terça-feira, 19 de agosto de 2014

TeVê

TV paga

Estado de Minas: 19/08/2014



 (Fox Life/Divulgação)

Noite de estreias


A organizadora de casamentos Sandy Malone realiza o sonho de muitos casais levando a cerimônia para Vieques, uma paradisíaca ilha do Caribe. Assim é A ilha do casamento (foto), que estreia hoje, às 22h30, no canal Fox Life. No Discovery, às 23h10, estreia O caçador de pedras preciosas, em que o norte-americano Don Kogen monta expedições em busca de tesouros encravados na terra em locais praticamente inacessíveis na Tailândia, Turquia, Índia, Tanzânia e até no Brasil.

Boas alternativas em  pequenos formatos


Fundadora da Cisne Negro Cia. de Dança, a bailarina, coreógrafa e professora Hulda Bittencourt é a personagem de hoje da série Figuras da dança, às 21h, no canal Curta!. A mesma emissora exibe, às 22h45, a primeira parte de O arquiteto do século, sobre a vida e a obra de Oscar Niemeyer. Por falar em curta, o SescTV emenda dois filmes em sua sessão Curtadoc, às 21h: O que Bererico vai pensar?, de Diego Scarparo, e Abrasivo, de Lucas Gervilla.

Thiaguinho volta de  férias no Multishow


Ainda no SescTV, a série Movimento violão abre espaço hoje, às 20h, para o Duo Siqueira Lima e Orquestra Metropolitana, em concerto em homenagem ao compositor Sérgio Assad. No Multishow, às 20h30, Thiaguinho reassume o comando do programa Música boa ao vivo depois de três semanas de férias, recebendo Arlindo Cruz, Aviões do Forró e Molejo. E na MTV, às 21h30, vai ao ar um especial sobre os Video Music Awards 2014, que serão entregues no fim de semana. Já a HBO exibe o documentário A um passo do estrelato, com David Bowie, Ray Charles e Sheryl Crow, às 22h.

Off lembrou que hoje  é o Dia da Fotografia


O canal Off preparou para hoje, às 23h, um especial para marcar o Dia Mundial da Fotografia. No inédito The cinematographer project, 13 documentaristas produziram seu próprio curta sobre o mundo do skate em formas de takes fotográficos. Em seguida, à 0h10, o canal apresenta pela primeira vez Surfing lights, que mostra o fotógrafo esportista Marcelo Maragni clicando os surfistas Pedro Scooby e Adriano Souza Mineirinho em praias do Brasil e dos Emirados Arábes, com fontes de LED instaladas nas pranchas para produzir efeitos durante as manobras.

Cinema nacional em  alta na programação

O cinema brasileiro é destaque na programação nos canais Film&Arts (Quase dois irmãos, às 19h), Telecine Touch (Corda bamba – História de uma menina equilibrista, às 20h25), Telecine Fun (Qualquer gato vira-lata, às 22h), Telecine Pipoca (Hoje eu quero voltar sozinho, também às 22h) e Cine Brasil (Tapete vermelho, às 22h30). Melhor faz o Canal Brasil, que estreia a comédia Minutos atrás, com Vladimir Brichta e Otávio Müller, às 22h. No mesmo horário, o assinante tem mais cinco opções: Sequestro no espaço, no Max HD; Marcado, no Max Prime; Chumbo grosso, no Studio Universal; O procurado, no MGM; e A casa amaldiçoada, no TCM. Outras atrações da programação: A hora do rush 3, às 21h, no FX; Beijos que matam, às 22h10, no Glitz; X Men-Primeira classe, às 22h30, na Fox; e Morte no funeral, às 22h35, no Megapix.


ARAS & BOCAS » A vez da telinha
Simone Castro



Mônica Martelli estreia em setembro, no GNT, série sobre texto famoso assinado e interpretado por ela (Lívia Campos/Divulgação-29/8/11)
Mônica Martelli estreia em setembro, no GNT, série sobre texto famoso assinado e interpretado por ela
Os homens são de marte e é pra lá que eu vou, que já foi peça de teatro e filme, agora será transformado em série de TV. A partir de 25 de setembro, a atração estreia no GNT (TV paga) com 13 episódios, cada um com 30 minutos. A protagonista é a atriz Mônica Martelli, que interpreta Fernanda, uma organizadora de eventos que passa pelas maiores desventuras em busca de um grande amor. O texto é assinado por Mônica Martelli, que também já viveu a personagem no palco e na telona. Agora na TV paga, a produção terá direção geral de Susana Garcia, e conta com outros atores de peso, como Carmo Dalla Vecchia, Herson Capri, Luís Salém e Júlia Rabello.

NOVAS REVELAÇÕES NO
CASO DO GOLEIRO BRUNO


No TV verdade desta terça-feira, às 13h50, na Alterosa, a testemunha que foi decisiva para a Justiça condenar os envolvidos no Caso Bruno faz revelações chocantes sobre a morte de Eliza Samúdio. Com exclusividade para a TV Alterosa, ele afirma que ouviu dentro da prisão detalhes deste caso e resolveu contar tudo.

SÍLVIO SANTOS CONTINUA
ABSOLUTO NA LIDERANÇA


O SBT festeja hoje 33 anos de história e com a data inaugura um novo ciclo e a campanha ‘‘Quem compartilha felicidade, multiplica’’ ressaltando a parceria com a família brasileira. Outro motivo de comemoração são os índices de audiência, pois o mês de julho marcou a retomada da vice-liderança da emissora nas mais importantes faixas horárias do Painel Nacional de Televisão, a partir de dados fornecidos pelo Ibope, segundo a assessoria de comunicação do SBT. E quem tem muito para comemorar especialmente no quesito audiência é Sílvio Santos, apresentador e dono da emissora. Anteontem, o Programa Sílvio Santos venceu, mais uma vez, a série 24 horas (Globo), com 54% a mais de audiência, a maior desde a estreia. Na disputa das 23h23 à 0h02, Sílvio marcou 14 pontos, contra nove da série, que vai ao ar depois do Fantástico.

FRED PAIVA EMPLACA MAIS
UM ANO DE O INFILTRADO


A série O infiltrado, protagonizada pelo jornalista Fred Melo Paiva, colunista de esporte do jornal Estado de Minas, tem nova temporada garantida, com estreia a partir de 30 de setembro, no History (TV paga). Fred continua a enfrentar situações inusitadas, abandonando a zona de conforto para viver novas emoções.

TITIA VILÃ FAZ FOFOCA DA
SOBRINHA COM NAMORADO


Em Império (Globo), Cristina (Leandra Leal) ainda não sabe com quem está lidando dentro da própria casa. A venenosa titia Cora (Drica Moraes) vai comentar com Fernando (Erom Cordeiro), noivo de Cristina, que o romance deles pode acabar a qualquer momento. E entrega que o rival do advogado é o chef Vicente (Rafael Cardoso). O rapaz vai procurar Vicente no restaurante de Enrico (Joaquim Lopes) e ameaçará partir para a briga. A cena está prevista para ir ao ar no dia 28.

VENCEDORES TÉCNICOS

Já foram anunciados os vencedores do Creative Arts Emmy Awards, os prêmios técnicos do Emmy. O humorístico Saturday night live levou cinco troféus, seguido das séries Cosmos, Game of thrones, Sherlock e True detective, cada uma com quatro Emmys. Ficaram com três prêmios Orange is the new black e Os Simpsons. A cerimônia do Emmy, edição 2014, está marcada para dia 25 próximo em Los Angeles (EUA). Ao vivo, poderá ser acompanhada no Brasil pelo canal pago Warner.

VIVA
Daniel Zukerman deu um show no Pânico, da Band, com sua entrevista “nas alturas” com Mano Brown. Sempre desconfiado, o rapper falou sério, mas se divertiu.

VAIA
Pânico na Band aborda a atriz Laura Cardoso com pergunta boba e indiscreta, leva um fora e ainda faz piada da cena. Bastante deprimente. 

ESCLEROSE LATERAL AMIOTRóFICA » Todos contra ela

ESCLEROSE LATERAL AMIOTRóFICA » Todos contra ela Com adesão de celebridades mundiais, campanha do balde de gelo se torna viral na web e arrecada mais de US$ 15 milhões para ajudar em pesquisas de cura e tratamentos


Carolina Cotta
Estado de Minas: 19/08/2014


O jogador Neymar foi um dos famosos brasileiros que enfrentou o desafio da água gelada  (Reprodução/Instagram)
O jogador Neymar foi um dos famosos brasileiros que enfrentou o desafio da água gelada
Sabe aqueles desafios que pipocam no Facebook? A moda da vez, jogar um balde de água com gelo sobre a cabeça, vai um pouco mais longe e mobiliza personalidades mundiais por uma boa causa: ajudar portadores da esclerose lateral amiotrófica (ELA) e suas famílias. Entre as estrelas, o criador do Faceboook, Mark Zuckerberg, desafiou o criador da Microsoft, Bill Gates, que não se fez de rogado. Imitaram o gesto Justin Bieber, Steven Spielberg, Jennifer Lopez e o atacante português Cristiano Ronaldo, entre dezenas de celebridades. O primeiro brasileiro a aderir foi o jogador Marcelo, da Seleção Brasileira, que desafiou Luciano Huck, que indicou Preta Gil, Ivete Sangalo e Tiaguinho. Entraram na onda Neymar, Ronaldo Fenômeno, Ana Maria Braga, Fátima Bernardes e a über model Giselle Bundchen, só para dar alguns exemplos.

A campanha foi criada pela ALS Association, entidade que arrecada fundos para tratar e pesquisar a cura da ELA. Quem joga o balde de gelo ou água na cabeça faz também uma doação de até US$ 120 (ou qualquer quantia a mais) e desafia outras três pessoas a fazer o mesmo, num prazo de 24 horas. No ano passado, a mesma campanha arrecadou “apenas” US$ 1,7 milhão. Em 2014, já foram US$15,6 milhões, em pouco mais de 15 dias, segundo publicação ontem no site oficial da associação.

O principal motivo para viralizar a causa foi o fato de personalidades com grande número de seguidores terem entrado na brincadeira. O primeiro a fazer explodir a campanha foi o americano Peter Frates, ex-jogador de beisebol, diagnosticado com a doença em 2012. Ele postou o vídeo em 31 de julho, mas sem jogar o balde na cabeça, pois, como disse na postagem, “água gelada e ALS não combinam”.

O corpo atrofiado  A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença degenerativa, irreversível e rara. Segundo Antônio Pereira Gomes Neto, chefe do serviço de neurologia da Santa Casa, e coordenador da residência médica na área, em algum momento – e por uma causa ainda não muito clara, apesar de existirem várias hipóteses – determinadas células do sistema nervoso começam a desaparecer, a envelhecer e morrer antes da hora. No caso da ELA são as células do corno anterior da medula espinhal. A médula é um prolongamento do cérebro.

Os estímulos nervosos nascem no córtex cerebral, em um neurônio, e atravessam o cérebro até chegar à medula, onde precisa se conectar a outra célula nervosa e, a partir daí, distribuir os estímulos para as várias regiões do corpo. O que ocorre na ELA é que esse segundo neurônio, o localizado na medula, começa a desaparecer de maneira assimétrica, interrompendo a distribuição dos estímulos. Se a área onde isso ocorre está mais perto do cérebro os efeitos são mais graves.

A principal consequência é a perda de força e atrofia muscular. “Quem alimenta os músculos são as fibras nervosas que nascem nesse segundo neurônio. Com o tempo, essa atrofia muscular é dramática”, alerta o médico, segundo o qual os pacientes começam a parar de se movimentar, deglutir e têm dificuldade até para respirar.

O único medicamento disponível consegue aumentar em cerca de três meses a estabilidade da doença e a expectativa de vida, que, em geral, é de três anos, embora existam casos de pessoas convivendo com a doença há mais de duas décadas, caso do físico inglês Stephen Hawking. O aparecimento da doença, que atinge um a cada 100 mil pessoas por ano, é mais comum a partir dos 50 e 60 anos. Os sintomas mais comuns são fraqueza, dificuldade de deglutição, alteração da voz e atrofia muscular. (Colaborou Júlia Boynard)

Chuva de dólares

O polêmico ator Charlie Sheen não só aceitou o desafio do balde, com também jogou sobre si mesmo, em vez de gelo, a bagatela de US$ 10 mil. Como parte da brincadeira, desafiou a equipe da série Two and a half men, Chuck Lorre, Jon Cryer e o seu substituto Ashton Kutcher, com quem brigou várias ocasiões, a fazer doações da mesma quantia. E você, se não for provocado por algum amigo e, mesmo assim, quiser doar para a campanha, entre no site alsa.org e siga os passos. 

Bom para a saúde, ruim para o bolso‏

Bom para a saúde, ruim para o bolso 
 
Produtos que fazem bem ao organismo custam até 168% mais que os tradicionais e podem fazer a compra da família ficar 60% mais cara. Dica é mesclar o consumo e buscar o que está na safra
Luciane Evans

Estado de Minas: 19/08/2014


Em busca de uma vida saudável, consumidores têm tentado mudar seus hábitos e selecionam com mais rigor o que colocam à mesa. Com benefícios que vão desde o emagrecimento até prevenções para doenças, alimentos como os orgânicos e os integrais estão cada vez mais disponíveis nas redes varejistas e recomendados por médicos e nutricionistas. Mas, a receita para o bem estar pode fazer mal ao bolso. A pedido do Estado de Minas, o site Mercado Mineiro elaborou pesquisa para calcular quanto custa ser saudável em Belo Horizonte. Para isso, foram comparados os preços dos produtos convencionais com os que são mais benéficos para a saúde. A diferença é alta. Um item orgânico, por exemplo, pode custar até 168,64% mais do que um tradicional e, em uma compra dando preferência a eles e aos integrais, o consumidor pode pagar quase 60% a mais no fim da conta.

Para quem procura, há à venda na capital desde alface até achocolatado orgânico. São muitos os produtos que, dependendo do estabelecimento, anunciam em sua composição levar menos (ou nenhum) ingrediente químico. Na pesquisa do Mercado Mineiro, foram selecionados 10 itens vendidos em nove supermercados da cidade e, segundo o diretor executivo do site, Feliciano Abreu, os preços ainda são “salgados” demais. “Estão fora da realidade do brasileiro. Como uma família com cinco filhos vai se alimentar de arroz integral? Os preços desanimam qualquer um”, comenta. Feliciano diz que, no levantamento, foram pesquisados estabelecimentos da Região Centro-Sul, onde a oferta desses produtos era maior, e também de estabelecimentos em outras regiões de BH, onde, em muitos lugares, não havia tantos itens do tipo.

O que mais chama a atenção na comparação (veja quadro) é a diferença de um suco orgânico para um convencional. A variação é de 168, 64%. Outro item que também é destaque é o açúcar mascavo que, segundo defendem profissionais da nutrição, é benéfico por ter mais vitaminas e minerais na sua composição. Mas ao ser comparado com o açúcar cristal, há uma variação de 102,71%. A alface, tão comum na mesa dos brasileiros e recomendada como fonte de saúde, quando adquire a orgânica o consumidor chega pagar 88,34% mais do que aquela em que foram usados produtos químicos para o seu cultivo.

Na hora da compra, o consumidor questiona o que vale mais: saúde ou dinheiro. A princípio, a qualidade de vida pesa mais para Flávia do Valle Oliveira, corredora e funcionária pública, de 52 anos. Com problemas no intestino, ela vem optando, por exemplo, em comprar produtos sem glúten e paga mais do que o dobro por eles. Ela confessa que, com os alimentos saudáveis, sua compra no supermercado já aumentou em 30%. Por isso, ela diz que não dá para consumir esses itens durante toda a semana. “Penso nos benefícios, mas, tenho revezado essas compras. Tem dias que compro os convencionais e dias que opto pelos mais saudáveis”, diz.

CREDIBILIDADE Na avaliação da presidente do Movimento das Donas de Casas e Consumidores de Minas Gerais, Lúcia Pacífico, o preço inviabiliza a opção pelos alimentos saudáveis. “Os valores são muito além do que as pessoas, geralmente, podem pagar. E além do mais, como vamos garantir que um produto é tudo aquilo que ele está prometendo ser?”, questiona. Essa é uma dúvida comum diante dos orgânicos.

No mercado desde 1994, a Fradhe Orgânicos, empresa familiar da produtora Mônica Pletchette, é voltada para a comercialização de verduras, legumes e frutas in natura. Mônica diz que, geralmente, para as folhas, há uma variação de preço de 40% a mais do que as folhas que não são orgânicas. “Os legumes são um pouco mais caros, mas as frutas chegam a custar 80% mais”, compara. Ela comenta que a produtividade dos produtos orgânicos é menor e, como não são usados produtos químicos, a despesa por mão de obra é alta. “O processo é manual, então, tudo se torna mais oneroso do que aqueles produzidos em larga escala e com uso de agrotóxicos. Além disso, o certificado para os produtos orgânicos tem um custo elevado, está na faixa de R$ 2,5 mil por ano.” Para ela, esses são um dos fatores que elevam os preços desses alimentos.

“O orgânico vai muito além do que um produto produzido na roça”, diz. Mônica acredita que, se houver mais consciência do consumidor para a importância desses produtos para a saúde, é possível que o preço diminua. Para Feliciano Abreu faltam incentivos políticos para a agricultura no país. “Os alimentos saudáveis deveriam ser de acesso popular e não restrito a uma classe que pode pagar”, afirma. Ele comenta também que é preciso, para uma maior confiança do consumidor, uma fiscalização rigorosa desses itens.

De olho na procedência

Uma estratégia para driblar os preços é buscar os alimentos orgânicos que estão na safra ou os naturais que não têm o certificado de orgânico e, geralmente, são encontrados nas feiras nos bairros. Para a nutricionista Ana Cristina Mendes Muchon, professora da Faculdade de Educação de Bom Despacho (Faceb/Unipac) e mestre em saúde coletiva, porém, é preciso que o consumidor conheça a procedência. “Outra dica é ter uma horta em casa”, diz.

Ela explica que nem todo alimento natural é orgânico. “O orgânico requer um processo produtivo mais oneroso e há, no produto, a certificação. Já o natural não tem o certificado.” Segundo ela, os alimentos integrais, ricos em fibras, são fundamentais para o bom funcionamento do intestino e de todo o sistema digestivo, além de ajudar no tratamento da obesidade, ao dar uma saciedade maior. “Além disso, eles, assim como o orgânico, fazem bem ao organismo, evitam doenças cardiovasculares e até mesmo o câncer.

A nutricionista também defende que as pessoas reflitam que, apesar do preço, a busca por produtos mais saudáveis é um investimento na saúde, o que pode gerar lucros mais adiante. “Se você tem condições de pagar por um alimento sem agrotóxico, compre. Mas se não tem, tente, ainda que com os produtos tradicionais, balancear a alimentação, colocando mais frutas, verduras, sementes e legumes na dieta”, recomenda. 

Controlar a importação

Incentivos deveriam se concentrar na compra de máquinas e equipamentos


Rômulo Francisco Vera Del Carpio
Professor do MBA de gestão de comércio
exterior e negócios internacionais da Fundação Getulio Vargas/Faculdade IBS
Estado de Minas: 19/08/2014




O consumo de produtos estrangeiros não para de crescer. O Coeficiente de Penetração de Importações (CPI) registrou aumento de 22,5% no primeiro trimestre, indicando crescimento de 0,4 ponto percentual em relação a 2013, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A importação é um ponto favorável porque ajuda a controlar a inflação brasileira. Porém, essa relação comercial é mais vantajosa na compra de produtos que não são produzidos no Brasil e em setores como a indústria que precisa de máquinas, peças e componentes. Nesse caso, é possível aproveitar a taxa de câmbio e os incentivos oferecidos pelo governo para redução de impostos.

Em abril, o Diário Oficial da União (DOU) publicou uma resolução da Câmara de Comércio Exterior (Camex) reduzindo o Imposto de Importação de um grupo de bens de capital de 14% para 2%. Atualmente, muitas indústrias estão renovando seu maquinário e trazendo outros, mais modernos. Apesar de ser positiva a aquisição desses produtos, é importante pontuar que a compra deve ser mais controlada nos setores de calçados, vestuários e pequenos importados. É preciso reconhecer essa medida como um incentivo à indústria nacional para tentar fazer face à chinesa, que possui processos industriais mais baratos e o custo de mão de obra também menor. Além disso, devemos reconhecer, eles conseguem tudo isso mantendo um alto nível de qualidade. Os sapatos chineses, por exemplo, já são aceitos em lojas de grife na Itália. Competir com a China é difícil para as indústrias, que podem não resistir se não avançarem em uma velocidade adequada para enfrentar essa concorrência. Hoje, muitas empresas brasileiras estão produzindo na China e com maior qualidade. Essas indústrias estão se transformando em importadoras, porque mandam a matéria-prima para os chineses, que entram com a fabricação e devolvem o produto acabado. Isso faz com que as indústrias nacionais paguem apenas pelo valor agregado. A grande preocupação é que isso atinja outros setores, o que pode ocasionar um alto índice de desemprego no Brasil. A rigor, a indústria nacional tem de se aprimorar. Parte desse problema é a alta tributação. Em muitos países, trabalha-se somente com um imposto. Os custos da produção e da logística no Brasil são mais altos. Outro ponto que precisa ser repensado é como controlar a entrada de produtos pela fronteira, que apresentam uma concorrência desleal para o país. Alguns brasileiros ultrapassam a cota limite e compram uma grande quantidade de produtos no Paraguai para comercializarem aqui. O que não é culpa dos paraguaios, uma vez que, estando em seu próprio país, não têm a obrigação de controlar isso.

Em suma, o conceito da importação mudou porque era visto pela economia com algo negativo. Hoje, o país concede incentivos para a aquisição de produtos que vão facilitar a sua produção industrial. É claro que esse processo precisa de equilíbrio e o governo deve estabelecer medidas para controlar melhor as práticas de envio de matéria-prima e compra dos produtos prontos. Isso incentivará as indústrias a produzir aqui por um custo menor, por meio da diminuição dos tributos para evitar o aumento de mão de obra onerosa e o fechamento de empresas. Trata-se, portanto, de uma guerra pela competitividade, em que a economia nacional sairia vencedora.

Doença mental agravada pelo trabalho - Maria Inês Vasconcelos

Doença mental agravada pelo trabalho

Maria Inês Vasconcelos
especialista em direito do trabalho

Estado de Minas: 19/08/2014 


Tema que não sai da mídia e é bastante polêmico é a questão das doenças mentais causadas ou agravadas pelo trabalho e de eventual responsabilidade civil do patrão, quando comprovado o nexo de causalidade entre a patologia e o trabalho.
É público e notório que certas condições nocivas no ambiente de trabalho provocam e estão a provocar danos seríssimos à saúde mental do trabalhador, fazendo com que uma legião de doentes pipoque pelos consultórios psiquiátricos da cidade, vitimada por síndrome do pânico, depressão, transtorno de ansiedade aguda, síndrome Burnout e outras patologias psíquicas, todas elas impulsionadas por condições adversas de trabalho.

Pois bem, se presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do empregador e, sobretudo, o nexo causal entre o trabalho e a doença, caberá ao patrão o dever de reparação aos danos experimentados pelo empregado em sua saúde mental. Ele terá que pagar indenização ao empregado se for comprovado na ação judicial que a doença foi decorrente do trabalho.

Tema que suscita discussões é se persistirá a responsabilidade também nos casos em que o trabalho somente agrava a doença mental. A resposta é afirmativa, pois só o fato de a doença sofrida pelo trabalhador ser fundada em mais de uma causa não afasta a sua caracterização como patologia ocupacional, se pelo menos uma delas tiver relação direta com o trabalho, assim agindo para fazer eclodir ou agravar a doença; é o que está contido no artigo 21 da Lei 8.213/1991, que versa sobre a teoria da concausa.

O termo é técnico, mas é de fácil compreensão. Concausa são fatos ou circunstâncias que se somam à causa para gerar o evento final. Ou seja, são outras causas que contribuem para o resultado, no caso, a doença mental. Assim, por exemplo, se o empregado tem uma tendência fisiológica à depressão, mas ainda assim, por sofrer todo tipo de pressão e agressões ao seu aparato psíquico no trabalho, vem a sucumbir em sua resistência mental por essas adversidades, ainda assim, persistirá o dever de indenizar, pois in casu, o ambiente laboral agravou a doença pré- existente ou mesmo incubada.
A conclusão a que se chega, portanto, é a seguinte: se a doença mental for fundada em mais de uma causa, uma intra e outra extraocupacional, por exemplo, tal situação não afasta a sua caracterização como patologia ocupacional, desde que pelo menos uma dessas causas esteja intensamente ligada com o trabalho.

O desembargador mineiro Luís Otávio Linhares Renault, com a grandeza que lhe é peculiar, nos autos do processo 1242-20005-035-03-00-0 registrou que: “Para fins de fixação da responsabilidade empresarial, na concausa, não se mede, necessariamente, a extensão de uma e de outra cousa, já que ambas se somam, se fundem-se agrupam para desencadear a doença[...]”.

Que fique claro, portanto, que se condições nocivas do ambiente de trabalho tiverem atuado, pelo menos como concausa, em relação ao dano causado no psiquismo do trabalhador restará configurado o nexo de causalidade para o efeito de caracterização da doença ocupacional, com suas repercussões legais. Esse é o entendimento que tem sido adotado pela doutrina mais abalizada e também nas decisões proferidas na maioria dos pretórios brasileiros.