terça-feira, 15 de julho de 2014

TeVê

TV paga

Estado de Minas: 15/07/2014



 (Multishow/Divulgação)

Mascando clichês


O cantor Naldo Benny é o primeiro convidado de Fábio Porchat e Tatá Werneck em Tudo pela audiência (foto), que estreia hoje, às 22h30, no Multishow. A atração faz uma sátira aos formatos de auditório da TV, com assistentes de palco muito estranhas, entrevistas sobre sexo com famosos, quadros de namoro com casais homossexuais e dancinhas constrangedoras. Mais tarde, às 23h30, estreia a nova temporada de Papo calcinha.

A música é outra boa
pedida para esta noite


Ainda no Multishiow, às 20h30, a banda Calypso, o sertanejo Michel Teló e sambista Mumuzinho vão dar canja no Música boa ao vivo. No mesmo horário, o Arte 1 reprisa o documentário Pan – Cinema permanente, de Carlos Nader, sobre o poeta Waly Salomão, um dos letristas preferidos de Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia. No SescTV, às 20h, a série Movimento violão tem sequência com o recital de Franciel Monteiro e Aulus Rodrigues.

Futura traça o perfil
de Joaquim Nabuco


O Futura exibe hoje o documentário Entes da floresta, de Lillah Halla, no programa Sala de notícias, às 14h35. Já às 20h, em Cores do futebol, Laranja mecânica mostra um time amador de Brasília formado por veteranos que se reúnem semanalmente para treinar, investindo tempo e dinheiro do próprio bolso. Às 22h30, em Tempos de escola, Serginho Groisman conversa com o jogador Alessandro Nunes. E às 23h, a série + brasileiros apresenta a biografia do jornalista, escritor, diplomata e abolicionista Joaquim Nabuco, fundador da Academia Brasileira de Letras ao lado de Machado de Assis.

Documentário revela
segredos do Vaticano


Outro documentário interessante programado para hoje, às 23h, no Curta!, é O mundo segundo Anish Kapoor, sobre o famoso artista plástico indiano, considerado um multicultural mágico, perfeccionista estético e engenheiro do impossível. Mais cedo, às 21h, o canal Bio exibe o especial Acesso secreto: o Vaticano, que envereda pelas cúpulas abertas e suas escavações para investigar documentos sigilosos da guarda suíça.

Se uma série retorna,
duas vão se despedir


Se por um lado Chris O’Donnell e L. L. Cool J. voltam ao A&E na quinta temporada da série NCIS: Los Angeles, às 21h30, o canal Fox encerra outras duas produções esta noite: 24 horas: viva um novo dia, às 22h30, e Da Vinci’s demons, às 23h15.

Pacote de filmes tem
muitas surpresas hoje


Primeiro filme dirigido por uma mulher na Arábia Saudita, o drama O sonho de Wadjda, de Haifaa Al-Mansour, estreia hoje, às 22h, no Telecine Cult. É o destaque do pacote de filmes, ao lado de Dawson – Ilha 10 – A verdade sobre a ilha de Pinochet, do chileno Miguel Littin, também às 22h, no Canal Brasil. Já uma curiosidade é a exibição simultânea das duas versões de Vingador do futuro: a de 1990, com Arnold Schwarzenneger, no TCM, e a de 2012, com Colin Farrell, na HBO, ainda na faixa das 22h. No mesmo horário, o assinante tem mais seis boas opções: O concurso, no Telecine Premium; O legado Bourne, no Telecine Action; Terror na ilha, no Telecine Pipoca; Minority report – A nova lei, no MGM; Dizem por aí, na HBO 2; e Argo, no Max HD. Outras atrações da programação: Além da escuridão, às 22h30, no Megapix; Drive,também às 22h30, na TNT.


CARAS & BOCAS » Bodas de esmeralda
Simone Castro
Publicação: 15/07/2014


Nenê (Marieta Severo) e Lineu (Marco Nanini) brigam na comemoração dos 40 anos de casados (Paulo Belote/TV Globo)
Nenê (Marieta Severo) e Lineu (Marco Nanini) brigam na comemoração dos 40 anos de casados

Não é todo casal que comemora 40 anos de casados. Mas, apaixonados, Nenê (Marieta Severo) e Lineu (Marco Nanini) agitam toda a família com as bodas de esmeralda. Como forma de homenageá-los, Bebel (Guta Stresser) e Agostinho (Pedro Cardoso) oferecem uma viagem para Campos de Jordão, lugar onde passaram a lua de mel há quatro décadas. Mas, a chegada ao destino e um desentendimento entre os patriarcas dos Silva os leva a um encontro revelador. Eles se veem diante dos jovens e recém-casados Nenê (Maria Eugênia Pacheco) e Lineu (Wagner Santisteban), que vão descobrir tudo que os espera pelos próximos anos de vida a dois. Além disso, o casal na vida madura descobre que ganharam um tremendo presente de grego: Bebel e Agostinho também partem para a mesma viagem. Pensa que para por aí? Em busca da melhor suíte do hotel, os Carrara acabam invadindo um quarto vizinho e flagram nada menos do que Paulão (Evandro Mesquita) e Lurdinha (Maria Clara Gueiros), que resolveram tirar uns dias de folga e, por “coincidência”, foram parar no mesmo destino dos outros dois casais. O episódio 40 anos essa noite vai ao ar na quinta-feira em A grande família (Globo).

CAMPEONATO BRASILEIRO
NA MIRA DO ESPORTIVO


O Alterosa esporte traz o melhor da cobertura esportiva no estado, com os comentários da bancada democrática. Confira tudo o que vai rolar com a retomada do Campeonato Brasileiro depois do término da Copa do Mundo. E o desempenho da nossa Seleção no Mundial ainda vai render por muito tempo.

DESFECHOS PREVISÍVEIS OU
NEM TANTO DE EM FAMÍLIA


André (Bruno Gissoni) vai descobrir, na trama de Em família (Globo), que termina na sexta-feira, quem é sua mãe biológica. Como já havia sido ventilado há alguns meses, trata-se de Branca (Ângela Vieira), a cínica e debochada socialite, que já mostrou, em cenas anteriores, não ter gostado do rapaz. Ela, ainda, questionou o fato de ele ser adotado pela negra Dulce (Lica Oliveira). Já para Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller), o autor Manoel Carlos prepara, depois do “primeiro casamento gay da TV”, a “primeira noite de núpcias de um casal homossexual da TV brasileira”, segundo o site Notícias da TV. Depois da cerimônia da união, elas curtirão uma noite de amor no estúdio da fotógrafa. Tudo previsível, como se vê. O imprevisível tem a ver com um tiro que Laerte (Gabriel Braga Nunes) levará, na saída da igreja, depois de ter se casado com Luiza (Bruna Marquezine), segundo o site oficial da trama. Antes do evento, porém, especula-se, Shirley (Viviane Pasmanter) terá planejado uma fuga para ela e o noivo.

ESTRELA DE SÉRIE NA TV PAGA
É COTADA PARA DUAS TRAMAS


Já começaram as gravações de Lili, a ex, série do GNT (TV paga). Estrelada por Maria Casadevall, contará a saga de uma mulher separada que se muda para o apartamento vizinho ao de seu ex-marido e passa a atormentá-lo. A atriz, que foi revelada na novela Amor à vida (Globo), no papel de Patrícia, também estaria nos planos dos autores e diretores de duas tramas da emissora: Alto astral, substituta de Geração Brasil, e Babilônia, sucessora de Império, substituta de Em família. Ainda não há definição sobre o assunto.

CASAL SOFRE RESISTÊNCIA DAS
FAMÍLIAS PARA VIVER ROMANCE


Dona Tê (Inês Peixoto) ficará incomodada ao ver Gina (Paula Barbosa) e Ferdinando (Johnny Massaro) se beijando em Meu pedacinho de chão (Globo). Já Pedro (Rodrigo Lombardi), como forma de evitar que a filha fique na mira dos fofoqueiros da vila, exige do candidato a noivo que seu pai, Epaminondas (Osmar Prado), lhe peça a mão de Gina em casamento. Ocorre que o coronel é radicalmente contra a união do filho com a tal “mulher homem”.

EMMY NA TELINHA

Em 25 de agosto, segunda-feira, o Warner Channel (TV paga) transmitirá, ao vivo e com exclusividade, a cerimônia do Emmy 2014. Esta é a 66ª edição do prêmio que reconhece os melhores trabalhos e talentos da TV americana. A cerimônia será realizada no Nokia Theatre, em Los Angeles (EUA), e a transmissão terá início às 20h30, com apresentação do comediante e roteirista Seth Meyers (Saturday Night Live, Late Night with Seth Meyers). Antes, será exibido o pré-show com toda a movimentação no tapete vermelho. Os indicados ao Emmy foram anunciados na semana passada. Novamente, The Big Bang Theory e Game of Thrones lideram as listas nas variadas categorias.

VIVA
Programa Extra ordinários, do SporTV (TV paga): show de bola.

VAIA
Domingão do Faustão (Globo): programa mais chato da TV. 

Em nome da liberdade

Morre aos 90 anos a escritora sul-africana Nadine Gordimer, ganhadora do Nobel de Literatura de 1991. Romancista foi uma das maiores combatentes do regime do apartheid em seu país

Estado de Minas: 15/07/2014



Nadine Gordimer escreveu 30 livros, entre romances e ensaios, além de militar por causas libertárias na África do Sul (Berthold Stadler/AFP)
Nadine Gordimer escreveu 30 livros, entre romances e ensaios, além de militar por causas libertárias na África do Sul

“Não posso simplesmente maldizer o apartheid quando há injustiça humana em toda a parte”, disse, certa vez, a sul-africana Nadine Gordimer. A afirmação é um retrato exato da escritora que morreu domingo à noite, em casa, acompanhada dos filhos Hugo e Oriane. Ela tinha 90 anos e sofria de câncer no pâncreas. Por sua obra, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura de 1991. Seu maior inimigo, o regime de segregação racial de seu país, não obscureceu outra frentes de luta pela liberdade. Batalhou pela liberdade de expressão, esteve à frente de projetos para angariar recursos para vítimas da Aids, foi feminista e denunciou crimes ecológicos.

De acordo com um comunicado da família divulgado pelo escritório de advocacia Edward Nathan Sonnerbergs, Gordimer faleceu pacificamente enquanto dormia em sua residência em Johannesburgo. “Seu maior orgulho”, recordam os filhos no comunicado, “não foi apenas ganhar o Prêmio Nobel de Literatura, mas também ter testemunhado (no julgamento), em 1986, ajudando a salvar a vida de 22 membros do Congresso Nacional Africano, todos acusados de traição”.

Nascida em 20 de novembro de 1923, Nadine Gordimer era filha de imigrantes judeus oriundos da Europa Oriental. Ela cresceu em um bairro rico da pequena cidade mineradora de Springs, ao leste de Johannesburgo. Sua mãe, convencida de que ela sofria de uma doença cardíaca, retirou-a da escola. Nadine Gordimer se engajou ativamente na luta contra o apartheid depois da prisão de um amigo próximo, em 1960. Ela tornou-se membro do Congresso Nacional Africano, então proibido, e ajudou militantes procurados pela polícia.

Em boa parte de seus mais de 30 livros, Nadine abordou a situação social e política da África do Sul. Ela ficou ficou mundialmente famosa com o romance A filha de Burger, de 1980. Seu primeiro romance, The living days, saiu em 1953. Parte de sua obra, tanto ensaios como romances, foi traduzida para o português, por várias editoras. Atualmente, seis de seus livros estão em catálogo, todos pela Companhia das Letras.

O grande mérito dos livros de Nadine Gordimer está na capacidade de aliar força moral com realização literária. Em seus romances, contos e ensaios, ela nunca foi panfletária. Além disso, o drama de seus personagens não era dirigido por sua opções políticas, mas se tornavam mais pungentes pela força das circunstâncias de seu país. Era o destino dos indivíduos que carregava todos os elementos do drama humano. Para a escritora, o papel da literatura era evidenciar a roda da história a partir de vidas individuais.

Em vários de seus romances, os personagens são homens e mulheres brancos, pertencentes à elite sul-africana, que se encontram inseridos numa trama em que a realidade supera todas defesas aparentemente funcionais, até mesmo a culpa. Num mundo marcado pela injustiça, não há como garantir o funcionamento das instituições, dos valores morais, nem mesmo das boas intenções. Seus personagens não se sentem culpados pelo que fizeram os antepassados, mas responsáveis por superar o horror que eles deixaram como herança. Não são histórias de redenção, mas de responsabilidade, com tudo de mais difícil que essa opção carrega. Trata-se sempre, para Nadine, de afirmar a humanidade do homem ou deixar-se perder no horror. Ela nunca capitula, mesma à custa de muito sofrimento, como o pai que precisa aceitar que seu filho amado é um assassino.

Mandela Nadine Gordimer foi amiga de Nelson Madela (1918-2013) e uma das principais vozes contra o apartheid. Em 2006, a escritora foi a escolhida para entregar a Mandela a distinção Embaixador da Consciência, atribuída pela Anistia Internacional. Na época, a agência de notícias France Press reproduziu declarações de Nadine durante a cerimônia. “Mandela foi e é um revolucionário no melhor sentido da palavra”, afirmou sobre o ex-presidente da África do Sul. Ela destacou a independência intelectual de Mandela e sua aversão ao “politicamente correto”.

Ela continuou a escrever após o democratização do país, em 1994, sem hesitar, apesar de sua idade avançada, em apontar as falhas dos sucessores de Nelson Mandela no novo regime. Mas se recusou a acrescentar sua voz ao coro de críticas sobre a violência da sociedade – ao contrário de outros escritores brancos de seu país, como André Brink e J.M. Coetzee –, mesmo depois de ser vítima de um assalto, em 2006. “Um dos assaltantes me pegou pelo braço. Ele tinha um braço forte, firme e pensei: estas mãos não têm nada melhor para fazer do que roubar uma senhora de idade? Que confusão para estes quatro jovens homens, eles deveriam ter um emprego”, comentou na época ao jornal The Guardian.

Nadine organizou recentemente a coletânea de contos Contando histórias, que teve seus direitos revertidos para a Treatment Action Campaign, uma campanha para tratamento e prevenção da Aids. Em razão de seu prestígio, colaboraram alguns dos principais nomes da literatura contemporânea, entre eles seus colegas de Nobel José Saramago, Gabriel García Márquez, Günter Grass e Kenzaburo Oe. Nadine esteve no Brasil na 5ª edição de Festa Literária de Paraty, a Flip, em 2007, onde debateu política e literatura com o escritor israelense Amós Oz.

A escritora teve um compromisso sempre muito profundo com a realidade da África do Sul. Tinha adversários políticos e inimigos poderosos. Mas, como romancista, Nadine tinha uma tarefa ainda mais árdua: dar dimensão de universalidade a partir da vida das pessoas comuns, fossem elas vítimas ou algozes do regime racista de seu país. Por isso, o fim do apartheid não significou a superação de todos os problemas contra os quais militou por toda a vida, mas apenas o reordenamento das mesmas forças desumanizantes, sempre prontas a mostrar suas garras.

Criar uma literatura ao mesmo tempo universal e atemporal, partindo da dura realidade de seu país e de sua época, foi uma das maiores realizações da Nadine Gordimer. Quanto mais sul-africana, mais humana; quanto mais universal, melhor expressou a particularidade de sua terra e de sua gente.


Repercussão

É um nome da literatura universal e uma escritora branca africana que tem importância muito grande não só para o Prêmio Nobel, mas também pela postura que adotou de respeito absoluto pela herança negra encontrada pelos europeus. Também pela postura de oposição que ela sempre teve ao racismo e ao seu principal produto, o apartheid. Gordimer foi uma voz que apoiou o tempo inteiro o processo de Mandela. Ela viveu um momento fantástico e fez parte da história. E sempre com cuidado muito grande de não construir uma literatura panfletária e datada. São histórias que ficarão para o futuro.
Eduardo Assis Duarte
ensaísta, professor e pesquisador de literatura


Ela esteve envolvida com o movimento antiapartheid. O livro Burger’s daughter me impressionou pela dimensão política, incluindo a questão da culpa histórica. Pessoalmente, não acredito que herdamos os pecados dos nossos pais. Não temos que repartir a culpa pelos erros dos mais velhos, mas corrigi-los. Ela fez isso, e outro escritor sul-africano, J. M. Coetzee, também, ambos como opositores do regime.

Thomas Burns,
professor da Faculdade de Letras da UFMG


A escritora Nadine Gordimer foi uma mulher que, entre as tantas coisas que fez, sempre lutou contra o apartheid na África do Sul. Era feminista, amiga de Nelson Mandela, nunca fez concessões na sua literatura, nem abriu mão das suas convicções, nem das coisas nas quais acreditava. Fez uma literatura engajada, sem ser de um realismo ingênuo. Li alguns livros dela com muito interesse, entre eles Tempos de reflexão 1, de 1954 a 1989,  e Tempos de reflexão 2, de 1980 a 2008, publicados no Brasil pela Globo Livros.  
Noemi Jaffe,
escritora e crítica literária


• Nadine em português

Livros da escritora sul-africana em catálogo no Brasil


» A arma da casa

Harald e Claudia estão vendo televisão quando recebem a notícia de que seu filho, Duncan, está detido por ter cometido um crime. Para eles, a notícia é inacreditável. Aos poucos, porém, são obrigados a aceitar o que ninguém contesta: seu filho é um assassino. O drama familiar com momentos de thriller de tribunal se torna mais trágico por ser ambientado na África do Sul pós-apartheid, um país que tenta se livrar dos fantasmas do passado.

» Beethoven era 1/16 negro

Os textos reunidos no livro retratam a África do Sul em nova configuração social. Filiação, cor da pele e origem étnica já não são tão determinantes, mas continuam informando as identidades de indivíduos que agora têm a chance de repensar o passado. A nova configuração política do país faz negros, mulatos, imigrantes e mulheres assumirem papéis proeminentes. Até os brancos precisam reinventar uma identidade.

» De volta à vida
Saul Bannerman, um ecologista de 35 anos que luta contra a construção de uma central nuclear na África do Sul, recebe um diagnóstico de câncer na tireoide. A radioterapia a que se submete o torna radioativo. A esposa Berenice (Benni) e o filho ainda novo Nicholas (Nickie) visitam Paul, mas precisam manter certa distância por causa da radioatividade. Quando Paul volta para sua casa, as mudanças se precipitam na vida de todos da família.

» O engate
O romance desloca uma jovem branca e rica da África do Sul pós-apartheid para a desolação de uma aldeia miserável às margens do deserto, num país árabe de regime ditatorial. Julie Summers, filha de um banqueiro de Johannesburgo, conhece Abdu, um mecânico de pele escura, e se apaixona por ele. Trabalhando de forma ilegal na África do Sul, Abdu foi obrigado a ocultar seu verdadeiro nome, Ibrahim, a fim de permanecer clandestinamente no país.

» O melhor tempo é o presente
Amantes clandestinos no passado, devido às leis raciais que proibiam relações entre negros e brancos, Jabulile Gumede e Steve Reed vivem numa África do Sul democrática. Ambos foram ativistas que lutaram pelo fim do apartheid, e seus filhos nasceram em um tempo de liberdade. Mas os ideais de uma vida melhor para todos são ameaçados por tensões políticas e raciais.

» Ninguém para me acompanhar
Com o regime do apartheid ainda em vigor, a violência crescendo no campo e nas cidades, uma mulher dedica sua vida a uma fundação, lutando pelo acesso dos negros à terra. Quando o país começa a mudar e o regime dá sinais de perder força, ela deixa para trás sua antiga vida familiar, como se tudo o que viveu até então fosse apenas um trampolim para uma mutação mais significativa.

MEMÓRIA » Um homem de opinião - João das Neves completa 80 anos

MEMÓRIA » Um homem de opinião 

 
João das Neves completa 80 anos e prepara projeto de preservação de sua trajetória no teatro. Próximo trabalho do diretor e dramaturgo terá como personagem Madame Satã
Carolina Braga
Estado de Minas: 15/07/2014


Diretor de peças e musicais que marcaram época, João das Neves foi um dos criadores do show Opinião, que lançou a cantora Nara Leão   (Beto Novaes/EM/D.A Press)
Diretor de peças e musicais que marcaram época, João das Neves foi um dos criadores do show Opinião, que lançou a cantora Nara Leão

São três pequizeiros no quintal. O cheiro domina a casa e quem gostar do fruto do cerrado é só chegar. O diretor e dramaturgo carioca João das Neves apresenta com gosto o canto onde vive, em Lagoa Santa. As árvores frutíferas fazem parte do cenário que abriga boa parte da memória do teatro brasileiro. Tem o sossego necessário para criar. Dos 80 anos, completados em janeiro, pelo menos 23 foram vividos em Minas. Com uma discrição mais mineira que carioca, um dos fundadores do Teatro Opinião, um dos mais importantes da história do moderno teatro brasileiro, mantém sua atividade reforçando as convicções que tem sobre arte.

“Se você se contenta com o que já foi feito, acaba não tendo significado. A arte é uma crise, um questionamento e uma insatisfação constantes. Se paro dentro de uma forma que sei que está consagrada, deixa de ser arte e passa a ser um objeto morto”, ensina. É assim que demonstra energia renovada para os projetos que toca em 2014. São muitos, entre eles, a direção do novo espetáculo do Oficinão do Galpão Cine Horto e outro dedicado à recuperação do acervo que tem em casa.

Como João das Neves foi quem “fechou as portas” do Opinião, todo o material do grupo, ativo no Brasil entre 1964 e 1982, está com ele. Tem relíquias como fita de rolo com a gravação do musical Opinião (1964), que revelou Nara Leão, toda a repercussão na mídia de montagens como O último carro (1976) e fitas cassete com áudios das montagens, entrevistas, além de textos originais. “Estão guardados da maneira que posso guardar, mas inadequadamente”, reconhece.

O projeto Memória João das Neves – 50 anos de teatro brasileiro será coordenado pela cantora Titane, companheira do diretor, e contará com participações de profissionais especializados. A partir de agosto, será feito o levantamento de todo o material guardado para a recuperação, digitalização e posterior publicação na internet.

“Tenho escrito muita coisa a respeito do Opinião, quero organizar e tentar fazer um livro especificamente sobre o grupo”, adianta. João das Neves diz que tem escrito muito ultimamente. Tem texto inédito para adultos e crianças, cordéis comprometidos com a questão ambiental de onde mora, crônicas e poesia. “Não me considero um escritor profissional, a não ser na área de teatro. Escrevo pelo prazer.” O que vier depois disso, para João das Neves, é sempre lucro.

“O sucesso para a arte é como o poder para o político. Não é que não combinam. Só que se você adquire poder e se contenta com ele, o ideal político desaparece. Na arte é a mesma coisa. Pode ser um imenso artista e não ter o menor sucesso. Agora, se em algum momento o obtém, se se contenta com o que já fez e preserva a fórmula, nada mais terá a mesma força. Vai se perdendo como artista”, reflete. É com a disposição para o novo que o diretor encara a nova empreitada no Galpão Cine Horto.

Pesquisa Na verdade, João das Neves deveria ter sido o primeiro diretor do projeto Oficinão, criado em 1998, junto do espaço cultural mantido pelo Grupo Galpão, no Horto. Por incompatibilidade de agendas naquele momento, o encontro não deu certo. Agora, João das Neves assume o comando com os atores do Grupo dos Dez em cena. A companhia, dedicada à pesquisa dos espetáculos de teatro musical tipicamente brasileiros, escolheu se debruçar na vida e nos mitos em torno de um dos personagens mais controversos da história do Rio: Madame Satã.

“Essa figura é fascinante. Sou carioca, então é um universo muito conhecido”, diz. A montagem ainda encontra-se em fase inicial, de pesquisas e leituras. João das Neves será o responsável pela dramaturgia final, mas todo o processo será feito de maneira colaborativa. A equipe pesquisará a boemia carioca e textos de autores como João Silvério Trevisan. “A gente começa a ler e com essas leituras surgem as improvisações e, delas, os textos.”

Mostrar as contradições da sociedade é algo que sempre seduziu o teatro de João das Neves. Ainda que ele não tenha ideia do que, de fato, será o espetáculo, está certo de que esta característica estará presente. “É um personagem muito curioso. Para começo de conversa, era negro, forte, alto, sedutor, que respondia à violência com violência. É um marginal que tem a consciência de si mesmo”, explica.

Para João das Neves, o teatro é o lugar ideal para mostrar as contradições. “Dos meios inventados pelo homem, é o melhor, porque tem a imensa vantagem da comunicação direta. É um meio quente, porque estou diante das pessoas. Cada dia que se realiza é diferente. O veículo disso é o ator, que está vivo diante de você”, conlcui.


Da filosofia para o palco

Quando pensa em sua primeira experiência teatral, João das Neves descreve a cena com sorriso no rosto e um certo ar nostálgico. “Foi na escola. Tínhamos um jornal fundado por nós, alunos, chamado A Seiva, e tivemos a ideia de fazer um grupinho de teatro. Comecei como ator e o diretor era nosso professor de português”, lembra.

Na hora de escolher a profissão, o filho de farmacêutico chegou prestar vestibular para medicina e filosofia. “Fiquei na filosofia, mas, na época, a Dulcina abriu uma academia de teatro e me convidou para fazer parte do corpo docente com uma série de diretores italianos que trabalhavam no TBC de São Paulo, além de Maria Clara Machado, Cecília Meireles e outros. Aí, abandonei o curso e fui para o teatro”, conta. Nunca mais saiu.



SAIBA MAIS

Resistência

Fundado em plena ditadura militar, o grupo Opinião, como diz João das Neves, se voltou fundamentalmente para a complexidade da sociedade brasileira. “Mergulhar nesse mundo, compreendê-lo e propor por meio da atividade artística encaminhamentos e discussões aprofundadas desse universo”, sintetiza. Com o objetivo de criar um foco de resistência, o show musical protagonizado por Nara Leão, Zé Kéti e João do Vale marcou o nascimento da companhia, que teve em suas produções nomes como Augusto Boal, Millôr Fernandes, Flávio Rangel, Paulo Autran, Tereza Raquel, Oduvaldo Vianna Filho, Ferreira Gullar, Agildo Ribeiro, Odete Lara, Oswaldo Loureiro, Jofre Soares e Marieta Severo. Foi um teatro de resistência, com viés político amplo. “Um pensamento aberto à discussão e com uma preocupação artística muito forte.” 

Estude para ser crítico de cinema‏

Estude para ser crítico de cinema
Estado de Minas: 15/07/2014


A produtora Luana Melgaço está entre os professores do curso   (Túlio Santos/EM/D.A Press)
A produtora Luana Melgaço está entre os professores do curso

A renovação do universo cinematográfico diante do barateamento das ferramentas de produção e exibição audiovisual vem transformando cada vez mais cinéfilos em cineastas, autores de produções variadas em forma e discurso. Assim, a busca por cursos de história do cinema e linguagem cinematográfica também vem crescendo. Foi de olho nessa demanda que a UNA desenvolveu o curso de pós-graduação em crítica de cinema, que tem como objetivo formar especialistas conhecedores da linguagem e da história do cinema, e com a capacidade de articular esses conhecimentos de forma crítica.

O curso, que tem coordenação de Fausto Coimbra, é dirigido a jornalistas, produtores audiovisuais, professores e demais profissionais que desejam atuar como críticos de cinema. E também a pessoas interessadas em ampliar seus conhecimentos em história do cinema e linguagem cinematográfica e em desenvolver a capacidade de estabelecer análises críticas de produções audiovisuais.

O corpo docente é formado por Ataídes Freitas Braga, ator, roteirista, produtor, professor e pesquisador de cinema; Rafael Ciccarini, professor, editor da revista eletrônica Filmes Polvo e gerente de cinema da Fundação Clóvis Salgado; Carla Maia, integrante do coletivo Filmes de Quintal, que realiza o Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte (forumdoc.bh); e a produtora Luana Melgaço, responsável por projetos no coletivo Teia e nas produtoras Camisa Listrada e Quimera Filmes.

O curso tem previsão de início em agosto e encerramento em julho de 2015. As aulas serão ministradas na Rua Guajajaras, 175, Centro. Informações: (31) 3508-9100.

Mães em vigília‏

Mães em vigília

 
Mulheres contam sobre a angústia de viver 24 horas por dia ao lado de um filho internado e a esperança de poder levá-lo para casa. EM visitou os CTIs de três grandes hospitais do estado



Jefferson da Fonseca Coutinho
Estado de Minas: 15/07/2014


É uma situação triste, mas busco força em Deus e nas outras mães com as quais convivo aqui no CTI - Rosilene Custódia, 45 anos, mãe de João Pedro, de 1 ano e sete meses   (Fotos: Marcos Michelin/EM/D.A Press  )
É uma situação triste, mas busco força em Deus e nas outras mães com as quais convivo aqui no CTI - Rosilene Custódia, 45 anos, mãe de João Pedro, de 1 ano e sete meses



Rosana não sai de perto de Analu, de três meses, que nasceu prematura com problema no coração
Rosana não sai de perto de Analu, de três meses, que nasceu prematura com problema no coração



Danúbia ao lado de Ana Rafaela: a bebê nasceria quinta-feira, mas desde abril está  no CTI
Danúbia ao lado de Ana Rafaela: a bebê nasceria quinta-feira, mas desde abril está no CTI




Com as mãos ao céu, às 3h, a mãe de coração partido decidiu dar início a uma corrente de oração pela salvação da filha, nascida com 27 semanas de gestação. Danúbia, de 31 anos, começou sozinha e escolheu a madrugada, inspirada em Davi – personagem bíblico, de joelhos nas primeiras horas do dia. Não demorou para que outras mães em apuros, longe de casa, se juntassem à professora na fé e na esperança pelo livramento de seus rebentos do centro de tratamento intensivo (CTI). Histórias de amor sem igual, que se repetem em três das maiores casas de saúde de Minas Gerais.

O Estado de Minas esteve no Hospital Sofia Feldman, no Bairro Tupi, na Região Norte, no Hospital das Clínicas (HC), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Região Hospitalar, e no Hospital Municipal Odilon Behrens, no Bairro São Cristóvão, na Região Noroeste. A reportagem encontrou mulheres-fortalezas que não arredam a fé do leito de seus filhos – pequenos ou já crescidos –, monitorados 24 horas por dia.

No HC, Janair do Carmo Marques, de 45, não se abate ao ver Adriano do Carmo Marques, de 14, em recuperação de cirurgia no pulmão. Adriano tem bronquiolite obliterante desde os três meses. Janair se mantém firme ao lado dele, dia e noite, sem reclamar. “Para mim, até que é tranquilo. A angústia maior é dele, que fica querendo ir para casa”, diz. Dona de casa e profissional de serviços gerais, é uma das mulheres residentes no alojamento reservado aos pais dos pacientes do CTI. Recanto para cochilo apenas, já que, na maior parte do tempo, as mães estão de pé, ao lado dos leitos.

Colega de alojamento de Janair, Rosana Bezerra Pinto, de 24, também tem o olhar reluzente, de mãe dedicada. Está feliz pela recuperação de Analu, de três meses. A mocinha valente, nascida prematura, está se saindo muito bem depois da cirurgia no coração. Vinda de Bom Jesus da Lapa, na Bahia, Rosana teve o diagnóstico de toxoplasmose no sexto mês de gravidez. Com parentes em Belo Horizonte, a dona de casa veio a Minas em busca de melhor atendimento. Tudo pelo futuro da bebê. “Aqui, não me sinto desamparada em nenhum momento e minha fé em Deus só aumenta”, sorri.

Janair e Rosana comentam a passagem das cirurgias, em horas de espera sem fim. O procedimento cirúrgico de Adriano, no pulmão, levou quase 6 horas. Rosana aguardou duas horas em prece pela sorte de Analu, com veia aberta no coração. Para as duas, a vivência com as outras mães de CTI é outro ponto de apoio e coragem para dar conta das dificuldades. “Não somos as únicas. E nossos problemas não são os maiores. Volto transformada para a Bahia”, diz Rosana. Janair destaca a solidariedade dos seus familiares, mobilizados pela doação de sangue para a cirurgia do filho. Emociona-se ao contar que “toda a região do Bairro Paulo VI fez campanha pelo Adriano”.

POR UM FIO Danúbia da Costa Teixeira comemorou o aniversário deste ano na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Sofia Feldman, onde está desde o nascimento de Ana Rafaela, em 25 de abril, com 27 semanas e pouca chance de sobrevivência. Nada impossível para a fé de Danúbia, moradora de Farias, Zona Rural de Guanhães, no Vale do Rio Doce. Ana Rafaela passou 33 dias respirando com ajuda de aparelho. Anemia, refluxo e quatro transfusões de sangue. “Eu falo para ela: ‘fique bem quietinha porque você ainda não nasceu’. A previsão era 17 de julho”, conta a professora.

A corrente de oração na madrugada, que comoveu outras mães, foi iniciada numa segunda-feira, quando Ana Rafaela teve quatro apineias e quadro de anemia. “O mais difícil é você estar perto e não poder pegar a sua filha no colo. Já devo ter lavado de lágrimas aquela incubadora”, diz. Danúbia lamenta não ter podido vestir a bebê com a roupinha que preparou com tanto carinho para o dia do nascimento. Por outro lado, se apega a “pontos de luz”: “Oro, leio a Bíblia e converso com ela. Ela responde, olhando para mim e segurando a minha mão”, emociona-se.

Maria Lúcia de Souza Esteves, de 40, também está na corrente de oração da madrugada do Sofia Feldman. Suplica, especialmente, por dias melhores para o filho Lucas Gabriel – nascido em abril e internado desde então. O pequeno guerreiro nasceu com malformação do intestino e do esôfago. Com menos de um mês de vida, Lucas enfrentou duas cirurgias complexas. Em recuperação, o bebê tem quadro estável e a dona de casa já faz planos para voltar ao lar, em Francisco Badaró, no Vale do Jequitinhonha.

No Dia do Homem, atenção à saúde‏

No Dia do Homem, atenção à saúde


Evanius Garcia Wiermann
Oncologista, presidente da Sociedade Brasileira de
Oncologia Clínica (Sboc)
Estado de Minas: 15/07/2014



Comemora-se hoje, 15/7, no Brasil o Dia Nacional do Homem. A criação da data foi incentivada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e tem como objetivo incentivar os homens a cuidar da saúde de forma preventiva. Segundo estatísticas anuais da Organização Mundial da Saúde (OMS), os homens vivem, em média, seis anos a menos que as mulheres. Isso ocorre devido à falta de cuidados com a saúde e o desinteresse em consultas regulares. Os dados são ainda mais preocupantes. Em 2014, o Brasil deve registrar 576.580 novos casos de câncer. Do total, a previsão é que 52% da ocorrência da doença seja registrada entre homens, de acordo com levantamentos realizados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). Muitas doenças poderiam ser evitadas se os homens procurassem os centros de saúde com frequência, mas grande parte deles resiste a buscar ações preventivas. Uma das principais barreiras vem da cultura machista de achar que o homem é “forte” e que procurar ajuda é sinal de fragilidade. Consequentemente, os serviços de saúde seriam dirigidos para os mais frágeis, como as crianças, mulheres e idosos. O Ministério da Saúde vem criando políticas e ações para tentar quebrar esses paradigmas e aumentar a procura dos serviços de saúde pelos homens brasileiros. Ter cuidado consigo é extremamente importante. É essa lógica que nós, oncologistas, estamos tentando trazer para o sistema.

Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que os homens morrem mais cedo que as mulheres, vivendo aproximadamente até os 70 anos de idade. Dos 20 aos 40 anos, as causas da mortalidade são acidentes, violência e homicídios; após os 40 anos, entre os principais fatores, estão os acidentes vasculares cerebrais, infartos e o câncer de próstata.

Estudos demonstram que, embora as mulheres relatem piores condições de saúde que os homens, esse padrão é, na verdade, mais complicado. As diferenças de morbidade existentes entre os sexos podem variar, dependendo dos sintomas ou condições de saúde estudadas ou, então, segundo a fase do ciclo de vida que está em avaliação. Estudos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), anualmente, dizem que 62,3% das mulheres fazem consultas de rotina, em contrapartida, só 46,7% dos homens visitam os consultórios. As estatísticas também apontam que as mulheres buscam mais serviços para realização de exames de rotina e prevenção (40,3% mulheres e 28,4% homens), enquanto os homens procuram serviços de saúde principalmente por motivo de doença já manifesta (36,3% homens e 33,4% mulheres).
Ainda temos muito que progredir para incentivar o sexo masculino a buscar a prevenção. A criação de campanhas de conscientização em prol dessa causa é indispensável. O fato é que a dor ainda é o principal motivo que os leva a procurar um médico, mas, se os homens adotassem o hábito de ir a consultas de rotina e procurassem especialistas frequentemente, antes mesmo dos sinais da dor, os números poderiam ser mais favoráveis.