segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Gays russos não encontram refúgio, causando furor no Ocidente

folha de são paulo
DAVID M. HERSZENHORN
DO "NEW YORK TIMES", EM MOSCOU
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Se este artigo estivesse sendo publicado por um jornal russo, teria classificação de censura 18 --como um filme pornográfico-- e deveria conter o seguinte alerta: "Este artigo contém informações inadequadas para menores de 18 anos, de acordo com a legislação russa".
Alertas como esse, anexos a quaisquer artigos que discutam a homossexualidade ou os direitos dos gays, são resultado de uma lei que nominalmente "protege" as crianças ao proibir "propaganda de relacionamentos sexuais não tradicionais", mas que é entendida de modo mais amplo como esforço para reprimir a homossexualidade e o incipiente movimento russo de defesa dos direitos dos gays.
A lei, assinada em junho pelo presidente Vladimir Putin, deflagrou condenação internacional e apanhou o Kremlin de surpresa ao causar uma controvérsia política tóxica, que as autoridades desejavam desesperadamente evitar nos meses que antecedem a Olimpíada de Inverno de Sochi, em 2014.
A última olimpíada disputada em solo russo, em 1980, foi prejudicada por um boicote relacionado à invasão do Afeganistão pela União Soviética.
O furor inclui um boicote à vodca russa em bares gays de todo o Ocidente e alguns apelos por um boicote total aos jogos de Sochi. Além de colocar os organizadores na defensiva, a lei atraiu atenção internacional generalizada para as circunstâncias cruéis sob as quais a maioria dos homossexuais vive na Rússia atual.
A despeito da riqueza deslumbrante e da cultura vibrante de cidades como Moscou e São Petersburgo, a Rússia continua a ser um país no qual discriminação e até violência contra os gays são em geral toleradas.
"O que está acontecendo agora na Rússia contradiz o lugar do país no mundo", diz Anton Krasovsky, âncora de televisão que foi demitido de seu posto na KontrTV, uma estação estatal de TV, em janeiro, depois de anunciar que era gay durante um telejornal ao vivo, afirmando estar cansado de mentir sobre sua vida e se declarando ofendido com o projeto de lei.
Poucos homossexuais russos reconhecem abertamente sua orientação sexual, e aqueles que o fazem são frequentemente alvo de intimidação. Quando alguns gays realizaram um protesto contra a lei de propaganda se beijando diante da Duma, a câmara baixa do Legislativo, policiais assistiram sem interferir a ataques contra eles conduzidos por partidários do projeto, religiosos e hostis à homossexualidade.
Cerca de 88% dos russos apoiam a proibição à propaganda de homossexualidade, de acordo com pesquisa conduzida em junho pelo Centro de Opinião Pública Pan-Russo.
Uma pesquisa conduzida em abril pelo Centro Levada constatou que 35% dos russos consideram que a homossexualidade seja uma doença e que 43% a encaram como um mau hábito, resultado de criação indevida pelos pais ou sintoma de abuso.
No mês passado, o patriarca Cirilo, líder da Igreja Ortodoxa, classificou o casamento homossexual como "um perigosíssimo pecado do apocalipse".
As declarações contraditórias de importantes funcionários russos sobre as formas de aplicação da nova lei durante os jogos contrariaram as garantias do Comitê Olímpico Internacional (COI) de que os atletas e espectadores gays nada teriam a se preocupar quanto a isso, e resultaram em severas críticas aos organizadores, que solicitaram esclarecimentos do Kremlin.
Já surgiram comparações com a Alemanha nazista como anfitriã da olimpíada de 1936, dentro e fora da Rússia, uma das quais feita por Jay Leno durante entrevista com o presidente Barack Obama no "Tonight Show", na semana passada.
"Uma coisa que me chocou quanto à Rússia", diz Leno ao presidente, "é que de repente a homossexualidade é ilegal. Poxa, está parecendo a Alemanha. Vamos prender os judeus. Vamos prender os gays. Vamos prender os negros. As coisas começam assim, afinal".
As autoridades russas afirmam que as críticas são injustas e imprecisas. Em 1993, a Rússia revogou uma lei da era soviética que definia a homossexualidade como crime.
"Não estamos falando de impor sanções contra a homossexualidade", disse Putin, defendendo a nova lei em uma entrevista coletiva em junho. "O objetivo é proteger s crianças".
Ele acrescentou que "a lei não restringe de maneira alguma os direitos das minorias sexuais. Elas são membros plenos de nossa sociedade e não sofrem qualquer discriminação".
Os defensores dos direitos dos homossexuais discordam, afirmando que a lei é imprecisa e pode ser usada para prender qualquer pessoa que pareça apoiar os direitos dos gays.
Os críticos dizem que a repressão russa aos direitos dos gays é parte de um padrão que também inclui o aperto da pressão sobre grupos da sociedade civil e medidas de limitação da influência estrangeira --tudo isso em aparente descompasso com os esforços russos para sediar eventos internacionais, como os recém-completados Jogos Universitários Mundiais, em Kazan, e o mundial de atletismo em curso em Moscou.
Além de Sochi, a Rússia sediará a Copa do Mundo de 2018 e é candidata a organizar a Exposição Mundial de 2020. Perguntado se a questão dos direitos dos homossexuais poderia prejudicar essa candidatura, o primeiro-ministro assistente Arkady Dvorkovich respondeu que a Rússia estava competindo com Dubai, nos Emirados Árabes Unidos (EAU), onde a homossexualidade é ilegal.
Tradução de PAULO MIGLIACCI

JUlio&Gina - Quadrinhos

folha de são paulo Julio&Gina - Caco Galhardo
CHICLETE COM BANANA      ANGELI
ANGELI
PIRATAS DO TIETÊ      LAERTE
LAERTE
DAIQUIRI      CACO GALHARDO
CACO GALHARDO
NÍQUEL NÁUSEA      FERNANDO GONSALES
FERNANDO GONSALES
MUNDO MONSTRO      ADÃO ITURRUSGARAI
ADÃO ITURRUSGARAI
BIFALAND, A CIDADE MALDITA      ALLAN SIEBER
ALLAN SIEBER
MALVADOS      ANDRÉ DAHMER
ANDRÉ DAHMER
GARFIELD      JIM DAVIS
JIM DAVIS

HORA DO CAFÉ      ALVES
ALVES

Os senadores prometerão ser éticos? - Renato Janine Ribeiro


Causou choque a recusa do senador Lobão Filho, relator do regimento do Senado, a incluir a palavra "ética" no compromisso que os membros da Casa prestam ao tomar posse. O assunto ressoou até no jornal espanhol "El País". Disse o parlamentar que ética é questão subjetiva, com significados diferentes conforme a pessoa. Ele está errado e direi por quê. Mas também erram alguns críticos seus - os que não têm dúvidas sobre o que é certo ou errado, postura que só vale numa visão bem simplista da ética.
Como professor de ética, sempre insisto que ela não consiste numa lista pronta, que nos limitaríamos a obedecer. Tal lista existe e se chama lei. Leis são votadas pelo poder competente, sendo sua violação punida pela Justiça. O que importa é cumprir a lei, pouco importando por quê.
Mas a ética é diferente. Exige muito mais. A lei pede apenas a obediência nos atos; na ética, também está em pauta a intenção. Para o sistema legal, é suficiente que eu pague os impostos, não mate, agrida ou furte ninguém; mas essa obediência externa, se faz de mim um não criminoso, não me torna uma pessoa ética. Porque, se acatei as leis só por medo do castigo, não foi por amor a elas, nem por respeito aos outros, meus próximos.
Várias mudanças nestas épocas foram éticas
Por ser exigente, a ética incomoda. Ética é antes de mais nada isso: uma enorme perturbação. Interpela os indivíduos, para que eles se tornem pessoas. Eu me explico. Cada um de nós é, em seu corpo, um ser único, indivisível. Isso é o indivíduo. Mas, dizendo isso, só descrevo um fato. Já a palavra "pessoa" é mais que isso. Designa um titular de direitos e obrigações. Saio da descrição e entro na prescrição. Um indivíduo nunca chegará a pessoa, se não assumir seus deveres e direitos. O que a ética cobra de cada um de nós é esta responsabilidade pelos atos.
Não basta, pois, cumprir ordens. Há pessoas, sobretudo as de religiosidade superficial, para quem tudo o que deve ser feito está nos mandamentos divinos. Elas os cumprem à risca. Mas, quando se limitam a obedecer o que está escrito, sem pôr nada em questão, não chegam ao nível ético. Uma coisa é tratar os Dez Mandamentos como lei - outra, como preceitos morais ou éticos. Porque, quando você os considera pela ética, tem de aprofundar. Por exemplo, o que quer dizer "não matarás"? É apenas "não tire a vida de outro ser humano" - ou deve incluir "socorra quem estiver ameaçado de morte"? É consenso que não devo matar ninguém, salvo legítima defesa; mas, se deixo matarem alguém, não estarei sendo cúmplice de assassinato? Essa conclusão me parece lógica, mas não é trivial ou óbvia. E mais ainda: e se "matar" também for "deixar uma pessoa morrer, quando tenho condições de ajudá-la", por exemplo, saciando sua fome? Neste caso, se não contribuo para minorar a fome mesmo de quem eu não conheço, estou matando. Ou ainda: se voto num candidato ou partido indiferente à fome, também estaria matando. Pode haver divergências nestas conclusões, mas vale o princípio de que "matar" não é apenas o que é óbvio (você usar a faca ou o revólver para tirar uma vida), porém pode significar várias outras coisas.
Mais um ponto. A maior parte dos dez mandamentos começa pelo "não": isso sugere que, para ser ético, seria suficiente nada fazer de mau. Mas vamos expandir. Num regime ditatorial, não colaborar com a repressão é digno; mas basta? Não fará parte da ética lutar contra a ditadura? Num país assolado pela miséria e marcado pela corrupção, é ético o indiferente? Ou, para ser ético, tenho que combater esses dois flagelos?
A corrupção, como insistimos alguns há muitos anos, mata. Corruptos podem ser pessoalmente adoráveis, porque não enfiam a faca ou atiram em ninguém. Mas matam. Igualmente a miséria. Pode haver diferenças políticas no modo como enfrentamos miséria e corrupção, mas enfrentá-las é um imperativo ético.
Por isso, quando discutimos a ética, ela não é nada óbvia. Daí, a inanidade de expressões como "ética vem do berço", como se as pessoas nascessem já decentes ou não (se assim fosse, não teríamos por que condenar quem é antiético, porque a pessoa teria nascido desse jeito - e nada poderia mudar...). Ou mesmo o absurdo de supor que a ética vem só da família - o que dispensaria quem cresceu sem família, ou com má formação familiar, da responsabilidade de ser ético. De modo geral, quem tem muita certeza sobre a ética é porque obedece ao que lhe foi ensinado como se lei fosse. Ou seja, não percebe o que a ética é, nem que ela é mais exigente do que qualquer lei.
Mas este campo de incerteza que há na ética, quando saímos da superfície e do óbvio, não justifica o senador. Ele deveria saber que é bem essa imprecisão do ético, essa sua capacidade de expansão, esse progresso para cobrir sempre novos significados, que lhe confere valor. Nestas décadas, muitos avanços nossos, como o desprezo que passamos a ter pelo assédio sexual ou moral, pelo preconceito racial ou de gênero, decorreram de questionamentos éticos. Nossa sociedade foi cedendo no moralismo, na moral das aparências, para se tornar mais exigente na ética dura. É um "work in progress", um trabalho em andamento, e é um dos grandes motores do desenvolvimento social. Já se tornou obsceno tolerar a miséria. A carteirada perdeu a graça. A corrupção se tornou feia. A exigência ética em relação a políticos obviamente introduz um elemento de insegurança jurídica, mas isso é essencial na ética, não é secundário nela. Faz parte da ética nos interpelar, nos tirar da zona de conforto, nos questionar. Por isso mesmo, ela precisa estar presente no compromisso dos senadores.
Renato Janine Ribeiro é professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo. Escreve às segundas-feiras
E-mail: rjanine@usp.br


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Livro conta como a imagem dos dinossauros foi modificada por estudos recentes

folha de são paulo
A reinvenção dos dinos - 
REINALDO JOSÉ LOPES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
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A informação, convenhamos, é um tanto chocante. Pode fazer com que muita gente sinta que a sua infância foi uma enorme mentira. Mas não se pode fugir dos fatos: brontossauros não existem.
A rigor, o sepultamento científico do brontossauro, ou Brontosaurus excelsus, aconteceu em 1903, quando o paleontólogo americano Elmer Riggs publicou uma pesquisa mostrando que o bicho, então o maior dinossauro conhecido, não tinha características suficientemente únicas para merecer um gênero só para si.
Na verdade, ele era muito parecido com o Apatosaurus ajax, espécie descrita antes. E, como o nome mais antigo é o que vale na nomenclatura científica, o caso estava encerrado: o certo era "apatossauro".
Editoria de arte/Folhapress
Só que, em 1905, o museu de história natural da Universidade Yale (EUA) resolveu exibir sua impressionante reconstrução do esqueleto do bicho, o primeiro do tipo a ser visto pelo público leigo. E o nome original, o de brontossauro, foi usado na exposição. É claro que o sucesso da mostra foi suficiente para que o nome "errado" fosse consagrado em (quase) todos os livros infantis sobre dinossauros publicados desde então.
Isso inclui os livros que um garoto de Nova Jersey chamado Brian Switek devorava nos anos 1980. O menino virou escritor, blogueiro e paleontólogo amador - chegou até a se mudar para Utah, no desértico sudoeste dos EUA, só para ficar mais perto das principais jazidas de fósseis do país. E resolveu batizar seu novo livro de "My Beloved Brontosaurus" ("Meu Amado Brontossauro").
O "gancho" para o título, claro, é a enrolada história do nome do dino, que Switek conta em detalhes na obra. No livro, os "finados" brontossauros são uma espécie de símbolo das múltiplas mudanças de imagem pelas quais os dinossauros têm passado nas últimas décadas.
RECAUCHUTADOS
A lista de características "recauchutadas" é longa, a começar pela postura dos próprios apatossauros e assemelhados. Paleontólogos do século 19 tinham certeza de que bichos com pescoço e cauda tão compridos --sem falar no tamanho do tronco-- mal conseguiam suportar o próprio peso e, para aguentar o tranco, precisavam ficar dentro d'água, mas reavaliações de seus esqueletos indicam que sua postura era ereta e elegante mesmo em terra firme.
Também caiu totalmente por terra a ideia de que os dinos eram basicamente lagartos supercrescidos, com metabolismo lento e "sangue frio". Quando postos sob o olhar do microscópio, os ossos desses animais revelam um padrão acelerado de crescimento, que só podia ter sido sustentado caso eles tivessem "sangue quente" como nós. Não faz muito sentido pensar neles como se fossem répteis, portanto.
Da mesma maneira, um dado que parecia ficar totalmente restrito ao terreno da especulação - afinal, que cor eles tinham? - passou a ser investigado de forma muito mais sólida nos últimos anos graças à identificação, nos fósseis de dinos, da preservação de melanossomos, pequenos "sacos" de pigmento que são uma das formas de dar cor aos seres vivos.
Os melanossomos, aliás, só foram identificados graças a outro elemento central da nova imagem dos dinossauros, o aparecimento cada vez mais frequente de fósseis com penas (as estruturas celulares costumam estar associadas à penugem dos dinos). Hoje, já se contam tantas espécies de dinossauros com penas, distribuídas ao longo dos mais variados ramos da árvore genealógica do grupo, que é possível imaginar que as penas tenham sido a regra na aparência desses animais, mesmo no caso das formas grandalhonas, como os tiranossauros.
O livro aborda outros temas fascinantes, como o sexo dos dinossauros (há técnicas hoje para saber se determinado bicho era macho ou fêmea) e seus sistemas de comunicação. Mas a principal mensagem da obra aparece quando Switek aborda a origem e o sumiço dos bichos.
No primeiro caso, enquanto antes se acreditava que os dinos viraram os principais vertebrados terrestres graças às suas patas eretas e ágeis, os estudos mais recentes indicam que uma série de outros animais desenvolveram essas características mais ou menos na mesma época, embora tenham se extinguido --em parte, foi graças a um lance de dados da evolução que os dinossauros ganharam o estrelato.
E um lance de dados parecido --o corpo celeste que atingiu nosso planeta há 65 milhões de anos-- é o principal suspeito de ter eliminado o grupo. Isso, diz Switek, mostra por que estudar dinossauros é mais do que um passatempo de crianças ou nerds incorrigíveis: a ascensão e queda desses gigantes ajudam a enxergar a fragilidade e a contingência da vida na Terra.
"MY BELOVED BRONTOSAURUS (269 págs.)
AUTOR Brian Switek
EDITORA Scientific American/Farrar, Straus and Giroux
PREÇO R$ 25,25 (livro eletrônico)

Marcelo Gleiser

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A ideia que redefiniu o mundo


 

O mês passado marcou o centenário da publicação do modelo do átomo pelo físico dinamarquês Niels Bohr, com seus famosos saltos quânticos. Desde então, e de forma inesperada, a física quântica tomou conta do mundo, dominando as transformações tecnológicas que definem grande parte da história do século 20: radioatividade e energia nuclear, bombas atômicas e termonucleares, transistores e semicondutores, lasers, tecnologias digitais, como as usadas em seu celular ou laptop, CDs, DVDs, enfim, os produtos que usamos no nosso dia-a-dia e que são todos derivados das propriedades da matéria ao nível atômico e subatômico.
O interessante é que o modelo atômico de Bohr é meio absurdo, uma colagem de ideias clássicas e quânticas, fruto da intuição genial do único cientista capaz de confrontar Einstein. Bohr imaginou o átomo como um minissistema solar, com o próton no centro e o elétron circulando à sua volta. Seu modelo servia apenas para o átomo mais simples que existe, o de hidrogênio. Nisso, Bohr seguiu o protocolo dos físicos, de sempre buscar um problema mais fácil para começar.
Bohr sabia que o átomo não era um simples sistema solar: planetas giram em torno do Sol por bilhões de anos praticamente sem perder energia; já o elétron cairia rapidamente no próton, ao menos segundo a física clássica, que descrevia como cargas elétricas opostas se atraem.
Bohr teve que inventar para o átomo novas regras que necessariamente iriam contra a física clássica. Corajosamente, apresentou sua ideia sugerindo algo inusitado: o elétron só poderia estar em algumas órbitas, separadas no espaço como os degraus de uma escada. Da mesma forma que você não pode ficar entre dois degraus, o elétron não pode ficar entre duas órbitas. Pode apenas pular de uma para outra, como nós pulamos entre degraus de uma escada. Esses são os famosos saltos quânticos.
E o que determina essas órbitas? Mais uma vez, encontramos a incrível intuição de Bohr: como os elétrons giram em torno do próton em órbitas circulares, eles têm o que chamamos de "momento angular", uma quantia que mede a intensidade de movimentos circulares. (Por exemplo, quando uma patinadora no gelo gira com os braços estendidos e depois encolhe os braços sua velocidade de giro aumenta --essa é uma consequência da conservação de momento angular.)
Bohr sugeriu que o momento angular do elétron devesse ser "quantizado", isto é, só podia ter certos valores discretos, dados pelos números inteiros (n=1, 2, 3...). Se L é o momento angular, a fórmula de Bohr é L = n (h cortado), onde h cortado é a famosa constante de Plank, que o físico alemão havia introduzido em 1900 e que aparece em todos os processos quânticos.
A sacada genial de Bohr foi misturar conceitos da física clássica com a nova física quântica, criando uma teoria híbrida do átomo. Com ela, Bohr resolveu um antigo mistério da física, relacionado com a radiação que um elemento químico emite quando aquecido, que aparece apenas em algumas cores (ou melhor, frequências).
Os pulos dos elétrons entre as órbitas são acompanhados da emissão e absorção de "fótons", as partículas de luz que Einstein havia proposto em 1905. A teoria de Bohr capturou a essência dos átomos, suas órbitas discretas, explicando suas emissões ou espectro quantizado. Uma nova física para um novo século, que continua nos surpreendendo até hoje.
Marcelo Gleiser
Marcelo Gleiser é professor de física e astronomia do Dartmouth College, em Hanover (EUA). É vencedor de dois prêmios Jabuti e autor, mais recentemente, de "Criação Imperfeita". Escreve aos domingos na versão impressa de "Ciência".

Mulher que matou Vitor Gurman recupera direito de dirigir

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Justiça autoriza também Gabriela Guerrero a ir a bares e danceterias; crime foi em 2011
DE SÃO PAULO
A nutricionista Gabriella Guerrero Pereira recuperou na Justiça o direito de voltar a dirigir e a frequentar bares e casas noturnas.
Em 2011, ela atropelou e matou o administrador Vitor Gurman, 24, na Vila Madalena, na zona oeste.
Em maio, a Justiça havia determinado que Gabriella não poderia dirigir nem ir a bares e casas noturnas e que teria que comparecer ao fórum para informar sobre as suas atividades.
A decisão havia sido tomada após o programa "CQC", da TV Bandeirantes, exibir vídeo em que a nutricionista aparecia dirigindo com a habilitação vencida.
As três medidas cautelares impostas a Gabriella já haviam sido suspensas em junho em caráter liminar e foram definitivamente cassadas na última terça-feira.
Segundo o advogado de Gabriella, José Luis de Oliveira Lima, a nutricionista ganhou na Justiça o direito de voltar a dirigir, mas ainda precisa recuperar a sua carteira de habilitação na esfera administrativa.

Ronaldo Lemos

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Novos gadgets apontam o futuro das 'mídias ninjas'

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Na semana passada, a Mídia Ninja deu o que falar ao participar do "Roda Viva".
Para aqueles que já acompanham o trabalho dos seus integrantes, como Bruno Torturra e Pablo Capilé, o programa da TV Cultura não trouxe muitas novidades. Mas serviu para expor suas ideias e práticas para além da cobertura das manifestações.
Poucas perguntas foram voltadas para a linguagem que a Mídia Ninja domina: imagens em primeira pessoa geradas por celular. Esse tipo de registro veio para ficar e vai evoluir junto com a tecnologia. Um exemplo é o jornalista Tim Pool, da revista "Vice", que está usando o Google Glass para a cobertura protestos. Já fez isso no Egito e Istambul.
A vantagem do Glass é que ele tem vários aplicativos úteis em momentos de tensão. Além de mapas, permite fazer tradução em tempo real (Tim usou o recurso para conseguir uma máscara de gás em momento de aperto). Outro ponto positivo é que os óculos inteligentes do Google permitem transmitir os confrontos com a polícia deixando as mãos desocupadas, o que faz diferença.
Um fato curioso: o único lugar em que a cobertura com Glass não deu certo foi o Brasil. Ele tentou, mas a conexão por celular era tão ruim que não foi possível fazer a cobertura ao vivo por aqui.
Tim fez também experimentos com um drone-quadricóptero (que ele chamou de "Ocucóptero"), para cobrir os movimentos "Occupy". O aparelho custa hoje cerca de US$ 600, preço que tende a cair. Esses "brinquedos" vão acabar gerando novas mídias, ninjas ou não. E tensionar as fronteiras do jornalismo e da privacidade.
ronaldo lemos
Ronaldo Lemos é diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV e do Creative Commons no Brasil. É professor titular e coordenador da área de Propriedade Intelectual da Escola de Direito da FGV-RJ. Foi professor visitante da Universidade de Princeton. Mestre em direito por Harvard e doutor em direito pela USP, é autor de livros como "Tecnobrega: o Pará Reiventando o Negócio da Música" (Aeroplano). Escreve às segundas na versão impressa de "Ilustrada".

Luli Radfahrer

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As novas mentes da Renascença

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Você já deve tê-los visto por aí. Jovens criativos, cujos talentos distribuídos entre áreas tão diversas quanto música e sociologia não parecem se encaixar nas gavetinhas reservadas para a arte. Eles são vistos com desconfiança e desprezo pelos mais velhos. Quem se diz cineasta e bailarino precisa ser medíocre em ao menos uma das áreas, para conforto dos egos alheios.
No entanto, florescem. Criados livres de um aprendizado restrito, compartimentalizado e unidisciplinar, jovens que cresceram com a internet tiveram, pela primeira vez na história, tutores incansáveis, de capacidades infinitas, oscilando entre canais quando necessário.
Não é fácil ser polivalente hoje em dia. O conhecimento necessário para ser especialista em uma área é formidável, a ponto de praticamente não sobrar tempo para outros interesses. Para piorar, quanto mais sofisticado é o conhecimento, mais difíceis são os conceitos e os jargões.
Nada de novo para a geração Pokémon, que enfrenta desafios com o empenho dedicado a games. Curiosos e incansáveis, esses monstrinhos crescidos rodeados de estímulos e opções têm em si um pouco de médico e de louco. Sua forma de pensar é chamada de "mente da Renascença", em referência a um período em que, depois de séculos isoladas, as pessoas voltaram a compartilhar conhecimento.
A visão multimídia não é exclusiva da Renascença. Pitágoras, na Grécia antiga, cresceu na ilha de Samos entre tutores e navios, e sua curiosidade e formação vasta o ajudaram a influenciar áreas tão diversas quanto filosofia, ética, política, matemática, religião e música.
No século 18, Goethe teve aulas de diversas línguas ainda na infância. Bom desenhista e leitor ávido, virou poeta, novelista, dramaturgo, cientista, filósofo e diplomata. Sua teoria sobre a natureza das cores, seus textos científicos e obras literárias, como "Fausto" e "Werther", encantaram o mundo e inspiraram composições de Mozart, Beethoven, Schubert, Mahler e tantos outros. Seus ensaios filosóficos influenciaram Hegel, Schopenhauer, Nietzsche, Jung e Wittgenstein. Até Darwin se deixou levar por suas ideias.
O símbolo do raciocínio da Renascença é, naturalmente, Leonardo da Vinci. Pintor, escultor, arquiteto, músico, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, geólogo, cartógrafo, botânico e escritor, ele imaginou helicópteros, tanques, calculadoras e baterias solares em seus cadernos, sem se preocupar em publicá-los, ou mesmo se os protótipos poderiam ser executados.
Exceções em suas épocas, esses tipos são cada vez mais comuns. Munidos de pensamento crítico, multidisciplinar e inquisitivo, falando um créole multimídia que impressionaria James Joyce, são eles que construirão novas formas de arte, ciência e entretenimento, cada vez mais integradas, humanas.
Parte cientistas, parte humanistas, parte artistas e parte empresários, eles retratam uma geração desconfortável por não se adequar a modelos arcaicos de aprendizado e prática profissional.
Seu desconforto alerta para uma realidade em que ninguém pode mais se dar ao luxo de se isolar em sua especialidade. Como na vida, o aprendizado surge da colisão de ideias, por mais disparatadas que pareçam ser no início.
Luli Radfahrer
Luli Radfahrer é professor-doutor de Comunicação Digital da ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP há 19 anos. Trabalha com internet desde 1994 e já foi diretor de algumas das maiores agências de publicidade do país. Hoje é consultor em inovação digital, com clientes no Brasil, EUA, Europa e Oriente Médio. Autor do livro "Enciclopédia da Nuvem", em que analisa 550 ferramentas e serviços digitais para empresas. Mantém o blog www.luli.com.br, em que discute e analisa as principais tendências da tecnologia. Escreve a cada duas semanas na versão impressa de "Tec" e no site da Folha.

Tv Paga



Estado de Minas: 12/08/2013 

 VIDA SAUDÁVEL
O Discovery Home & Health estreia hoje duas séries sobre famílias vigiadas em segredo para descobrirem os próprios hábitos alimentares e como algumas doenças podem ser curadas apenas com alimentos. A primeira novidade é Comendo escondido, que vai ao ar às 19h30. Às 21h, é a vez de Comer é o melhor remédio.


Bananas de Pijamas de volta ao Discovery Kids
Novidade do Discovery Kids: estreia hoje, às 9h30, a segunda temporada de Bananas de Pijamas. Sucesso na década de 1990, a série de animação volta à TV com os mesmos personagens, os irmãos B1 e B2. Em cada episódio, eles interagem com os amigos Rato de Boné, Topsy, o canguru bochechudo, Charlie, o macaco criativo, e Bernardo, o cão velho e sábio, para superar desafios próprios da infância com os quais os pequenos assinantes se identificam.

A situação está feia para  os caçadores de jacarés
Outra produção que volta à telinha é Mergulhados no pântano, emplacando a quarta temporada no canal A&E, às 22h. No primeiro episódio, os texanos T-Roy Broussard e Harla “Bigfoot” Hatcher tentam impor seu estilo na Luisiana para conquistar o título de o Rei do Pântano. Mas um furacão encurtou a temporada de jacarés e ninguém está disposto a levar o desafio na esportiva.

Dois grandes filmes em pequenos formatos
A série Faixa curtas, do SescTV, exibe películas de ficção de curta e média-metragem, às 21h. Para hoje, a emissora reservou os curtas Pendular (2009) e Um sentido bélico para as coisas belas (2010). O primeiro filme, dirigido por Julia Murat, conta a história de casal que discute o sentido da felicidade em um relacionamento amoroso. O segundo, de Afonso Nunes, retrata manifestações imagéticas reveladas em um espaço geográfico limitado, onde personagens enfrentam isolamento e angústia.

Besson denuncia drama  de ativista em Mianmar
Às 22h, o Telecine Premium estreia Além da liberdade, do francês Luc Besson, com Michelle Yeoh, David Thewlis e Jonathan Raggett. O filme narra o drama real de Aung San Suu Kyi, ativista condenada à prisão domiciliar por 15 anos por lutar pela democracia em Mianmar (antiga Birmânia). No Universal Channel, dose dupla de Denzel Washington, em O colecionador de ossos (18h30) e O livro de Eli (19h50). Na faixa das 22h, o assinante tem mais oito opções: Responda isto!, na HBO 2; O implacável, no Max Prime; Um drink no inferno, no Studio Universal; 10.000 a.C., no Space; Direito de amar, na MGM; Rosas da sedução, no Glitz; O legado Bourne, no Telecine Pipoca; e Monty Python – O sentido da vida, no Telecine Cult. Outras atrações: Shame, às 22h10, no Max; e As aventuras de Agamenon, o repórter, às 22h30, no Megapix.

Radiação para detectar câncer‏

Substância [18f] fluorclorina será testada em humanos, pela primeira vez no Brasil. Experiência ocorrerá na UFMG, até o fim do mês 



Felipe Canêdo


Estado de Minas: 12/08/2013 

Pela primeira vez no Brasil, testes de imagem para detectar o desenvolvimento de células cancerígenas usando a substância radioativa [18f] fluorclorina serão ministrados em humanos. Os exames serão organizados pelo Centro de Imagem Molecular (Cimol) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais e devem ocorrer até o fim deste mês. Eles serão realizados em pacientes com câncer de próstata voluntários e contribuirão para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) passe a permitir sua comercialização no Brasil.

Se tudo correr bem no chamado “ensaio clínico” – quando o fármaco é testado em humanos –, o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e sediada no câmpus da UFMG, em Belo Horizonte, passará a produzir e comercializar a [18f] fluorclorina. “Essa substância já é utilizada na Europa há alguns anos e recentemente teve seu uso liberado para uso clínico nos Estados Unidos”, explica o professor e coordenador de Medicina Nuclear do Cimol, Marcelo Mamede. Segundo ele, os exames de tomografia por emissão de pósitrons (PET, na sigla em inglês) podem possibilitar diagnósticos mais precoces do que fazem as tomografias e as ressonâncias magnéticas. Mamede conta também que a [18f] fluorclorina já foi testada em animais no Brasil.


No procedimento, o radiofármaco é injetado no paciente e se espalha por seu corpo. O paciente passa a emitir radiação, que é medida pelo aparelho de PET, e as áreas onde há maior reprodução de células emitem maior radiação. A partir disso, é possível fazer uma imagem de tumores. “Você tem a pele ou o osso, e quando você vai fazer o diagnóstico, quando o tumor começa a crescer, a estrutura muda de tamanho, de forma, de conformação. Mas nas tecnologias já estabelecidas, como tomografias e ressonâncias, há restrições em tamanho, em características e, eventualmente, só é possível fazer o diagnóstico depois de um tempo. Quando eu pego a PET usando radiofármacos, consigo fazer esse diagnóstico antes”, frisa Mamede.


O ensaio clínico, que deve ser concluído até o fim de setembro, já foi aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa em Seres Humanos da UFMG e será feito em três grupos de 100 pessoas. O primeiro grupo consistirá de pacientes já diagnosticados com câncer de próstata mas que ainda não fizeram nenhum procedimento de tratamento, como quimioterapia ou cirurgia. O segundo será de pacientes que tiveram a próstata retirada (prostatectomizado) e que posteriormente foram diagnosticados com um leve aumento de PSA (Prova do Antígeno Prostático), que pode indicar reincidência de tumores. E o terceiro será composto de pacientes com alto risco para câncer de próstata, que fizeram biópsia guiada por ultrassom transrretal mas o resultado foi negativo. Os pacientes participantes serão selecionados pelas equipes de urologia do Hospital das Clínicas da UFMG e do Hospital Luxemburgo, ambos na capital mineira.


O resultado esperado do exame é que ele possa diagnosticar mais pacientes com câncer de próstata e com maior precisão. Marcelo Mamede destaca que a quantidade da droga a ser administrada não faz mal ao indivíduo. “Senão o teste fica com uma conotação de cobaia. Não é uma cobaia. Nós já sabemos que o princípio ativo dele funciona, mas há uma exigência da Anvisa no Brasil. Há dados suficientes na literatura que comprovam que a [18f] fluorclorina funciona, o que nós estamos fazendo é replicando um ensaio que foi confirmado lá fora”, garante.

VIDA CURTA O professor explica também que a meia vida da [18f] fluorclorina – período de decaimento, tempo em que metade da massa da substância radioativa desintegrará – é curto e, portanto, até hoje não era possível importar a substância para o Brasil e, assim, fazer o exame. “O produto tem que ser utilizado a uma distância de no máximo duas horas de onde foi produzido. Sua meia-vida é de cerca de 100 minutos”, afirma. “Então, se importássemos a [18f] fluorclorina da Europa ou dos Estados Unidos, quando ela chegasse aqui teríamos só água”, brinca o professor.


Uma desvantagem do exame com esse tipo de fármaco é o preço, muito mais alto do que o de uma tomografia. “Custa cerca de R$ 4 mil . Uma tomografia custa de R$ 400 a R$ 600”, ele calcula. Outra aplicação eficaz do exame e já comprovada em outros países é para pacientes com uma espécie de tumor agressivo no cérebro chamado glioblastoma multiforme. “Vamos fazer outro ensaio clínico, posteriormente, com esse tipo de pacientes”, promete o professor. Mais uma possível aplicação do [18f] fluorclorina é para detectar tumores de câncer de mama. “O que queremos com o ensaio clínico que vai ser realizado agora é gerar dados para subsidiar a Anvisa para que ela permita que essa substância seja comercializada no país”, acrescenta Mamede.


Outra tecnologia já empregada no país e que consiste em um princípio semelhante é a que usa o radiofármaco [18f]-FDG (fluorodesoxyglucose). Segundo Mamede, a reprodução de células consome muita glicose, então, em locais onde há grande reprodução de células, eles são destacados nas imagens de tomografia com essa tecnologia. Dessa maneira é possível detectar tumores com maior precocidade. Os exames que usam [18f]-FDG também são uma espécie de PET.



três perguntas para...

Carlos Corradi, chefe de Urologia do Hospital das Clínicas da UFMG e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia


1 - Qual será a importância da realização desse ensaio clínico com a [18f] fluorclorina?
Esse ensaio será importante porque nos permitirá avaliar se esse exame consegue diagnosticar o câncer de próstata como nós esperamos. Vamos fazer um estudo, sem ônus nenhum para o paciente, e ver a qualidade do teste. Se ele corresponder às expectativas, vamos entregar os resultados para a Anvisa que poderá então permitir a comercialização da [18f] fluorclorina no Brasil.

2 - E esse tipo específico de exame ajuda em que?
O câncer de próstata é o câncer mais frequente no homem. E nem sempre é fácil de diagnosticá-lo, às vezes a gente faz uma biópsia e ela dá negativo, mas é fundamental diagnosticar esse tipo de câncer precocemente. Sem dúvida, esse exame vai nos dar mais informações. A chance de uma pessoa se curar aumenta muito se o diagnóstico é feito antes da metástase. Nesse caso a chance de cura é de 90%.

3 - O PET é um exame caro. Quando ele é mais recomendado?
Quando foi feita uma biópsia e o resultado deu negativo, mas o PSA do paciente está alterado. O PSA aumentado não significa que o paciente tem um câncer, o PSA aumentado é uma alteração na próstata. E também quando o paciente já tem um câncer e você quer ver como está a doença naquele momento, ver que procedimento é mais adequado, se é cirurgia, se é radioterapia, se é remédio.