sexta-feira, 16 de maio de 2014

TeVê

TV PAGA » Invasão do humor



Estado de Minas: 16/05/2014


 (Warner/Divulgação)


Marcelo Adnet, Mariana Ximenes e Eduardo Sterblitch (foto) estrelam a comédia Os penetras, que estreia hoje, às 22h, no Telecine Premium. A trama: Marco Polo esperava ganhar uma grana ajudando Beto a reconquistar Laura. O que ele não poderia imaginar é que também se apaixonaria por ela, uma mulher tão sedutora e manipuladora quanto ele. Agora, Marco e Beto vão circular nas festas mais badaladas do Rio de Janeiro em busca de amor e dinheiro. A direção é de Andrucha Waddington.

Arte 1 exibe o clássico A
estrada da vida, de Fellini

O pacote de filmes está caprichado. No canal Arte 1, às 22h, será reprisado o clássico A estrada da vida, de Federico Fellini, ganhador do Oscar de filme estrangeiro e o Leão de Prata de direção no Festival de Veneza, em 1954. No mesmo horário, o assinante tem mais oito opções: O hobbit: uma jornada inesperada, no Telecine Action; A saga Crepúsculo – Amanhecer – Parte 2, no Telecine Pipoca; Oblivion, no Telecine Pipoca; Caça aos gângsteres, na HBO 2; Vidas que se cruzam, na MGM; Antes de partir, no TBS; O outro lado da rua, no AXN; e De passagem, no Canal Brasil. Outros destaques da programação: O Besouro Verde, às 21h30, no Universal Channel; Imortais, às 22h30, no Megapix; e Quarteto Fantástico, às 22h30, na Fox.

Canal Viva traz de volta
o seriado Carga pesada


A programação especial dos quatro anos do canal Viva continua hoje com mais a estreia do seriado Carga pesada, que foi sucesso na Globo entre os anos de 1979 a 1981 e, numa segunda fase, de 2003 a 2007. A produção narra as aventuras dos caminhoneiros Pedro (Antonio Fagundes) e Bino (Stênio Garcia) pelas estradas do Brasil. Toda sexta-feira, às 23h10.

SescTV resgata a poesia
de Ana Cristina Cesar

O canal Curta! apresenta hoje, às 19h40, o curta-metragem Vox populi, de Marcelo de Laffitte, que rendeu a Maitê Proença o prêmio de melhor atriz na Jornada Internacional de Cinema da Bahia, em 1997. Já às 23h30, a emissora exibe a segunda parte de Arquitetura da destruição, do sueco Peter Cohen. No SescTV, às 23h, o documentário Bruta aventura em versos resgata a trajetória da poeta e tradutora brasileira Ana Cristina Cesar, ícone da poesia marginal.

O som do vinil emplaca
mais uma temporada


Apresentada por Charles Gavin, a série O som do vinil chega à sua oitava temporada, que estreia às 21h30, no Canal Brasil. Serão mais 26 episódios, revelando detalhes da produção de álbuns de artistas nacionais, como Cazuza, que abre a nova fase com Ideologia, gravado em 1988, e que lançou os sucessos Brasil, Blues da piedade e Faz parte do meu show, além da faixa-título.



CARAS & BOCAS » Agora é nacional


Simone Castro


Apresentadoras Nandah e Ariella Bersan comandam programa que mistura fé, jornalismo e entretenimento     (Israel Castro/Divulgação)
Apresentadoras Nandah e Ariella Bersan comandam programa que mistura fé, jornalismo e entretenimento


Produzido há sete anos pela produtora de TV NS Rainha, da Paróquia Nossa Senhora Rainha, de Belo Horizonte, o programa Vai na fé terá a nova temporada, intitulada Vitrola da fé, em estreia nacional nesta sexta-feira, às 18h30, pela TV Canção Nova. A pauta mistura fé, entretenimento, jornalismo e uma dose de reality show, sempre com uma linguagem dinâmica, jovem, bem-humorada e uma proposta inédita na TV brasileira. A temporada, com 24 episódios, será semanal, e a cada dia uma banda ou cantor diferente terá o desafio de compor uma música, com um tema sorteado, em apenas algumas horas. Para tanto, o participante contará com o apoio de um padrinho surpresa, que será um grande nome da música católica. Tudo devidamente registrado para mostrar o entrosamento entre eles, mas também os conflitos que possam surgir. No primeiro programa, estará o cantor Luiz Felipe Barbedo, do Rio de Janeiro, que terá como madrinha a cantora e compositora Ziza Fernandes, do Paraná. A apresentação é por conta da jornalista mineira Ariella Bersan e da cantora católica Nandah, do Mato Grosso do Sul. Além da TV Canção Nova, o Vai na fé é exibido também na TV Horizonte, TV Evangelizar e TV Imaculada Conceição. A reprise na Canção Nova será aos domingos, às 19h30.


MENINA-FANTASMA NO
ELENCO DE CHIQUITITAS

Janu, uma garota arrogante e mimada, vizinha do Orfanato Raio de Luz, é a nova personagem da atriz mirim Anna Lyvia Oliveira Padilha, de 13 anos, que reforça o elenco da novela Chiquititas. Ela ficou conhecida em todo o Brasil depois de encarnar a Menina-Fantasma no elevador, em pegadinha do Programa Sílvio Santos no ano passado. A imagem dela assustando as pessoas repercutiu até em sites internacionais. Anna Lyvia foi convidada pelo próprio apresentador para participar da novela. Na trama, apesar de seu lado vilãzinha, a garota também mostrará a face sensível e se apaixonará por um dos meninos do orfanato.

SEGREDO DE GURU VAI
SER REVELADO EM BREVE

O capítulo de Geração Brasil (Globo) que vai ao ar dia 21 trará uma grande revelação: o segredo guardado a sete chaves de Brian Benson, guru vivido por Lázaro Ramos. O site oficial da trama dá conta de que Dorothy (Luís Miranda) irá pressionar o filho até descobrir tudo. Tudo começa quando Maria Vergara (Débora Nascimento), namorada de Brian, que já ameaçou contar ao mundo o que desconfia, vai atrás de Alex (Fiuk). O rapaz, que já foi desmascarado por Brian, logo se interessa pela história, a fim de dar o troco. E ouve o que a namorada conta sobre o tecnoguru. Quando Dorothy encontra o filho dopado e Alex em fuga, ela pressiona a nora, que explodirá e contará que “Brian jamás... jamás...”. A mãe perceberá logo do que se trata o problema: “Você quer dizer que o Brian nunca chegou em você e…? O Brian não...?”, questionará Dorothy, desesperada, temendo um escândalo e tanto.

TWO AND A HALF MEN
CAMINHA PARA SEU FIM

A próxima temporada da série Two and a half men, a 12ª, também será a última, anunciou a rede norte-americana CBS, de acordo com os sites The wrap e E! online. A comédia, protagonizada por Ashton Kutcher, que substituiu o então protagonista Charlie Sheen, demitido em 2011, depois de um desentendimento com os produtores, terá um final daqueles, já avisou Nina Tassler, diretora de entretenimento da emissora. “Um evento final do tamanho de uma temporada”, disse. A 11ª temporada da série foi vista por 9 milhões de pessoas nos Estados Unidos, onde acabou dia 8.

Reforço no CQC

O ator Lucas Salles, que recentemente interpretou Guto em Além do horizonte (Globo), vai se juntar à equipe de reportagem do CQC, da Bandeirantes. Ator e roteirista, Lucas, de 21 anos, também já atuou em filme e é conhecido por sua participação no Parafernália, canal de humor na internet. “Estou muito feliz por fazer parte de um projeto revolucionário. Digo revolucionário porque o CQC, além de nos divertir, toca o dedo na ferida de uma forma magnífica. É um trabalho que envolve cidadania, humor e política. É um passo muito importante para mim, espero que gostem”, diz o rapaz. O CQC vai ao ar, ao vivo, toda segunda-feira, às 22h.


viva

Júlia Lemmertz e Bruna Marquezine arrasaram na cena do confronto de Helena e Luiza, na trama de Em família.

vaia

Tramas de outros núcleos da novela, porém, não se desenvolvem. A história, de forma geral, é um marasmo só.


simone.castro@uai.com.br

PREMIAÇÃO » Uma noite para o samba

Estado de Minas: 16/05/2014 



Wilson das Neves conseguiu, afinal, o reconhecimento, aos 78 anos (Daryan Dornelles/Divulgação )

Wilson das Neves conseguiu, afinal, o reconhecimento, aos 78 anos

Em uma noite dedicada ao mais brasileiro dos ritmos – o samba –, a cerimônia de entrega do 25° Prêmio da Música Brasileira reuniu anteontem grandes nomes das artes no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Artistas renomados marcaram presença entre os agraciados: houve prêmios para figurinhas carimbadas como Ney Matogrosso, Cauby Peixoto, Ângela Maria, Edu Lobo, Gal Costa e Sérgio Reis.

Um dos destaques principais, até em razão do número de indicações, foi Wilson das Neves, premiado pela melhor canção (Samba para João) e álbum de samba (Se me chamar, ô sorte). Aos 78 anos, ele se disse emocionado com o reconhecimento: “Não pensava em nada disso, ainda mais a esta altura da vida”, disse. “A gente faz o que deixam a gente fazer”, brincou.

Entre os instrumentistas, a noite foi do bandolinista Hamilton de Holanda, premiado como solista e pelo álbum Mundo de Pixinguinha. “Mais do que um prêmio, é uma noite para a gente assistir a artistas que a gente gosta”, disse Holanda, que subiu ao palco para tocar com Paulinho da Viola. Também passaram pelo palco Maria Bethânia, Beth Carvalho, Baby do Brasil, Arlindo Cruz, Almir Guineto e Zeca Pagodinho.

Os pontos altos foram o clássico Vai morar com o diabo, cantada por Riachão e Criolo; e a atração internacional da noite, a beninense Angelique Kidjo, que dividiu o palco com o cantor Péricles – coube a ela representar o continente africano e compartilhar os vocais em inspiradas versões bilíngues para O canto das três raças e Sinfonia da paz.

AMOR CEREBRAL » Neurônio ligado a agressões paternas

Isabela de Oliveira
Estado de Minas: 16/05/2014 



Imagine-se quando bebê. Mas esqueça os cuidados e o aconchego recebidos pela família. Muito pelo contrário, tente se enxergar em uma casa onde irmãos e primos mais velhos desejam que você desapareça. Pode parecer um roteiro de filme de terror, mas esse é um dos comportamentos mais normais da natureza. Em meio a ameaças tão próximas, a vida de recém-nascidos de uma infinidade de animais, entre eles os ratos, depende que desperte o quanto antes no pai o sentimento de cuidado com a ninhada. Esse comportamento, entretanto, tem como pano de fundo um complexo mecanismo neurológico, descrito por pesquisadores da Universidade de Harvard na edição de ontem da revista Nature.

A pesquisa liderada por Zheng Wu confirma uma suspeita antiga entre os cientistas: a de que o sentimento de paternidade dos ratos é modulado pelo nariz. O órgão chamado vemeronasal funciona como um sensor que identifica os feromônios exalados pelos filhotes. Quando um gene desse sistema é deletado, o TRPC2, a substância química se torna indetectável e o comportamento agressivo contra os bebês é anulado. Wu também percebeu que a atividade de um subconjunto de neurônios da área pré-ótica medial (MPOA), no hipotálamo, é maior entre fêmeas e machos que já tiveram alguma experiência parental. Entretanto, são menos ativos nos machos virgens que convivem com recém-nascidos, o que sugere que a estrutura está envolvida na agressividade contra ninhadas.

“Esse subconjunto de neurônios da MPOA expressa uma substância chamada galanina. Quando o deletamos de ratos virgens e também dos que já foram pais e mães, percebemos que eles não apresentaram mais o comportamento parental. Entretanto, se ativamos esses neurônios nos machos que agem violentamente contra os filhotes, observamos que, além de se tornarem menos agressivos, passam a cuidar dos bebês”, diz Catherine Dulac, coautora do estudo.

Não está claro se o infanticídio fornece benefícios para machos virgens. Além disso, a agressividade dos pais ressurge 50 dias após o acasalamento, tempo necessário para que os filhotes nasçam e desmamem. Parece, portanto, que as interações sociais ligam ou desligam circuitos neurais específicos que determinam o comportamento de machos e fêmeas. “Queremos entender como esses neurônios controlam isso: ser pai é, por exemplo, construir o ninho, cuidar e defender seus bebês. Mas como isso é organizado no cérebro e por que esses neurônios não são ativados nos animais virgens?”

Cientistas conseguem cessar estragos da exposição a substâncias tóxicas

Droga interrompe os efeitos da radiação
Em teste com ratos, cientistas conseguem cessar estragos causados no aparelho digestivo pela exposição a substâncias tóxicas 

Bruna Sensêve
Estado de Minas: 16/05/2014


Durante as inspeções à usina de Fukushima, a proteção era obrigatória: o contato com agentes radioativos pode levar à morte (Reuters)

Durante as inspeções à usina de Fukushima, a proteção era obrigatória: o contato com agentes radioativos pode levar à morte


Brasília – Após 40 anos de operação, a usina de Fukushima Daiichi, no Japão, sofreu o maior acidente nuclear desde Chernobil. Em abril de 1986, a nuvem tóxica lançada ao ar por um reator no norte da Ucrânia matou diretamente 64 pessoas. Já no desastre de março de 2011, no Japão, a quantidade de radiação liberada foi 10 vezes menor e não houve óbitos diretos. Porém, em ambos, é quase impossível calcular o número de pessoas incapacitadas pela exposição descontrolada ou mesmo quantas perderam a vida em decorrência de doenças e males desenvolvidos anos depois. Por esse motivo, a exposição a substâncias radioativas continua a ser um problema de saúde pública e uma ameaça militar.

Entre os prejuízos ao corpo, está a síndrome de radiação aguda, também conhecida como doença da radiação, na qual doses elevadas de elementos tóxicos podem causar danos a órgãos vitais, incluindo a medula óssea e a estrutura gastrointestinal. A toxicidade da medula óssea por radiação pode ser atenuada com um transplante, mas não há tratamento aprovado para a toxicidade gastrointestinal. Uma possível solução vem do trabalho de Amato Giaccia e Cullen Taniguchi com colaboradores. Os pesquisadores do Departamento de Radiologia Oncológica da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, descobriram que uma classe de drogas desenvolvida recentemente para tratar outros males pode também ajudar a salvar vidas em graves situações radioativas, como as de Fukushima e Chernobil.

Trata-se da pequena molécula chamada dimethyloxallyl glicina (DMOG), cujos efeitos radioprotetores foram descritos na edição de ontem da revista científica Science Translational Medicine. Ela funciona como um inibidor de hidroxilases de prolil (PHD), regulando uma série de genes que promovem a integridade do tecido no trato gastrointestinal. O tratamento com a DMOG reforçou o tecido epitelial e evitou a perda de fluido e infecções em cobaias expostas à radiação.

Os camundongos que receberam a medicação 24 horas depois do contato letal sobreviveram. Os não tratados morreram em 10 dias. De acordo com os cientistas, a droga foi capaz de proteger os ratinhos contra danos gastrointestinais, o que a torna uma candidata promissora para o tratamento das exposições às radiações não planejadas. Os estudiosos também acreditam que a terapia poderá ser usada para prevenir pacientes com câncer da toxicidade gastrointestinal quando eles são submetidos à quimioterapia.


Cicatrização  Atualmente, não há terapias aprovadas pela agência de vigilância sanitária dos Estados Unidos (Food and Drug Administration – FDA) destinadas a tratar a síndrome gastrointestinal induzida por radiação. “Demonstramos, por meio de métodos genéticos e farmacológicos, que as proteínas PHD são reguladoras críticas da sensibilidade à radiação do trato intestinal”, resume Giaccia. Ele conta que os inibidores de PHD, como a DMOG, já eram conhecidos por promover a cicatrização do intestino após estresse químico. “Mas o nosso estudo mostra que essa molécula é capaz de proteção robusta e reprodutível contra doses supraletais de radiação ionizante para o abdômen ou mesmo o corpo inteiro”, garante.

O pesquisador reforça que os experimentos foram feitos somente em camundongos, portanto, a eficácia e a segurança da DMOG terá de ser confirmada em seres humanos antes de o medicamento ser usado na prática clínica. No entanto, mesmo sque seja considerado impróprio para uso humano, “a compreensão do seu mecanismo e o conhecimento de que a segmentação hidroxilases prolil pode atenuar a toxicidade radiativa serão de valor inestimável para o desenvolvimento de futuros tratamentos para proteger pacientes humanos da radiação”. Uma vez que os inibidores da PHD já estão sendo desenvolvidos para o tratamento de outras condições, como a anemia, ganha mais força a possibilidade dessa classe de droga ser usada como uma medida preventiva após a exposição à radiação de grande escala.

Saiba mais
Nível máximo de alerta
 
O acidente nuclear de Fukushima, em 2011, foi resultado de uma série de falhas de equipamentos da Central Nuclear de Fukushima I, no Japão. Receios de vazamentos de radiação levaram a uma evacuação de 200 quilômetros de raio ao redor da planta nuclear. Em 11 de abril, as autoridades japonesas designaram a magnitude do perigo em reatores 1, 2 e 3 no último nível da Escala Internacional de Acidentes Nucleares.  Medições realizadas pelo Ministério da Ciência e Educação japonês até 50 quilômetros do local do acidente apresentaram níveis de césio radioativo suficientes para causar preocupação. Alimentos produzidos na área foram proibidos de serem vendidos. Contaminação por plutônio foi detectada no solo em dois locais da central nuclear.

Estrago generalizado

Consiste em um conjunto de sintomas e sinais clínicos decorrentes da exposição do organismo à elevada quantidade de radiação. Tem sido detectado em trabalhadores do programa nuclear da União Soviética e também em indivíduos de áreas onde ocorreram acidentes nucleares. Clinicamente, essa síndrome divide-se em três apresentações: hematopoiéticas, gastrointestinais e neurológica/vascular. Os sintomas podem ou não ser precedidos por náuseas, vômitos, anorexia, diarreia, mal-estar generalizado e febre. A velocidade de início deles está relacionada ao tempo de contato com as substâncias tóxicas. 

DADOS DA OMS » Cresce expectativa de vida global

Estado de Minas: 16/05/2014 



Crianças brincam na Libéria, onde a expectativa passou de 42 para 62 anos  (Thierry Gouegnon/Reuters %u2013 3/2/13)
Crianças brincam na Libéria, onde a expectativa passou de 42 para 62 anos

Em todo o mundo, as pessoas estão vivendo mais. Uma menina nascida em 2012 deverá alcançar os 73 anos, e um menino chegar aos 68, de acordo com estatísticas publicadas ontem pela Organização Mundial de Saúde (OMS). São seis anos a mais de expectativa de vida em comparação a uma criança que nasceu em 1990. O relatório anual indica, ainda, que os países mais pobres foram os que fizeram maior progresso, com um aumento médio na expectativa de vida geral de nove anos nesse período. Seis nações registraram crescimento de 20 anos: Libéria (42 anos, de 1990, para 62, em 2012), seguida por Etiópia (45 para 64), Maldivas (58 para 77), Camboja (54 para 72), Timor Leste (50 para 66) e Ruanda (48 para 65). No Brasil, o incremento foi de oito anos, passando de 66, em 1990, para 74, em 2012.

“Uma importante razão para a expectativa global ter melhorado tanto é que menos crianças estão morrendo antes de completar 5 anos”, disse Margaret Chan, diretora-geral da OMS. “Mas ainda há um grande divisor entre os ricos e os pobres: as pessoas de países de alta renda continuam a ter muito mais chances de viver do que as de países pobres”, ressaltou. Um menino que nasceu em 2012 em uma nação rica deve viver 16 anos a mais que um garoto nascido em um país menos desenvolvido economicamente. Para garotas, a diferença é ainda maior: 19 anos.

Independentemente do lugar do planeta, as mulheres vivem mais que os homens. No Japão, as mulheres têm a maior expectativa de vida do mundo: 87 anos. São seguidas por Espanha, Suíça e Singapura, onde elas vivem 84 anos. Islândia, Suíça e Austrália são os países onde os homens vivem mais: em média, 80 anos. “Em nações de alta renda, muito do ganho na expectativa de vida se deve ao sucesso do enfrentamento de doenças crônicas. Menos homens e mulheres estão morrendo antes dos 60 de doenças cardiovasculares. Nações mais ricas estão melhorando o monitoramento da pressão alta, por exemplo”, disse Ties Boerma, diretor de estatísticas de saúde da OMS. O declínio do uso de tabaco também está ajudando as pessoas a viverem mais em vários países.

A fúria obscurantista de Guarujá - Cláudia Regina Miranda de Freitas

Cláudia Regina Miranda de Freitas Advogada, mestre em ciências penais pela UFMG, professora de direito penal da Faculdade Arnaldo Janssen

Estado de Minas: 16/05/2014



Tristes episódios vivenciamos com a onda de justiçamentos, que não têm sido raros, infelizmente. Esses criminosos que se autointitulam “justiceiros” impõem cruelmente o castigo a pessoas pelo simples fato de se acharem no direito de punir um suposto infrator. Ignoram que há instâncias formais de punição e que a elas devem recorrer, como ocorre em qualquer país civilizado. O último acontecimento dessa natureza divulgado pela imprensa, ocorrido no Guarujá, é de extrema gravidade, uma vez que tudo se deu devido à semelhança física da vítima, Fabiane, uma dona de casa de 33 anos, com um retrato falado de uma suposta sequestradora de crianças para participação em rituais de magia negra. Noticiou a imprensa que dezenas de pessoas enfurecidas investiram de forma covarde contra a vítima, amararam-na e na sequência a arrastaram até que sucumbisse ao estado de inconsciência após um espancamento coletivo. Pessoas assustadas com a violência chamaram a polícia tarde demais para evitar a morte da mulher.

Atitudes como essa demonstram que parte da sociedade brasileira retrocedeu ao obscurantismo experimentado no período da Idade Média, em que predominava a pena capital sem que fosse dada à vítima a oportunidade de se defender. O que é pior: parte da população aplaude a atuação de justiceiros ao argumento de que se o Estado não responde à demanda por justiça, que seja feita pelas próprias mãos. Nessa lógica, supostos autores de furtos são amarrados a postes, pichadores têm seus corpos pichados, bruxas por semelhança são arrastadas até a morte por uma multidão. É no mínimo assustador e nos força a reflexão. Nesse quadro, é essencial diagnosticar que, numa sociedade amedrontada e insegura, os meios de comunicação de massa respaldam políticas de tolerância zero e prestam um desserviço enorme à sociedade, fomentando condutas de autotutela.

Desde que ocorreu a separação entre a religião e o Estado, delegamos ao poder público o poder punitivo, de modo que toda e qualquer sanção só se legitima pela via jurisdicional. Assistimos impassíveis a uma inversão de valores em que virtudes como a prudência e a tolerância tornaram-se obsoletas, num contexto de truculência e incentivo a reações hostis. Sobre a tolerância, o filósofo André Comte-Sponville observa que o seu exercício significa renúncia a uma parte de sua cólera, de modo que só é virtuoso aquele que supera seu próprio interesse, seu próprio sofrimento em prol de outrem. Tolerância não é sinônimo de passividade, ao contrário, tudo o que ameaça efetivamente a liberdade e a paz é intolerável. Sejamos intolerantes com relação à crueldade e à ignorância daqueles que condenaram à morte a dona de casa.

Especificamente no caso do Guarujá, constatou-se que a reação de ódio que culminou com um desfecho trágico partiu de moradores da periferia da referida cidade, do mesmo bairro em que residia a vítima. Em sua maioria, são pessoas desassistidas pelo Estado em suas necessidades primárias, como educação de qualidade e segurança pública. O efeito deletério de gerações deixadas ao desamparo pelo poder público é o aumento da vulnerabilidade de determinados grupos de pessoas, manifestada em atitudes irracionais e que atentam contra a dignidade humana. Não seria exagero afirmar que o resgate da dívida social deve mirar as gerações que virão, já que é irreparável o dano já produzido e que permanecerá repercutindo socialmente.

Em tempos de tamanha hostilidade, evocar o respeito aos direitos humanos torna-se imprescindível, embora o senso comum se refira a ele com desprezo, desconhecendo a dimensão extraordinária que esse ramo do direito possui como um direito de todos os seres humanos, identificado, sobretudo, com a plenitude do direito à vida, não só sob o aspecto físico, mas também moral. Humanizar é preciso.

Horror - Eduardo Almeida Reis

A televisão nos mostrou inúmeras brasileiras de blusa e calça comprida com glúteos exagerados, transbordantes de untos, desproporcionais


Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 16/05/2014






Um médico tem formação superior à média/alta dos brasileiros. Se bem-sucedido, morando em belíssima casa na cidade de Três Saltos (RS), pode ser considerado homem rico. Sua atual mulher é belíssima enfermeira, profissão que implica desvelo, dedicação, carinho no tratamento de pessoas. Edelvânia Wirganovicz, de 40 anos, amiga da bela enfermeira, é profissional de assistência social, atividade que visa a proporcionar assistência a membros carentes de uma comunidade, seja material, de saúde, jurídico, educacional etc., isto é, serviço público ou privado de previdência e assistência, destinado a proporcionar melhoria de condições de vida a seus beneficiários. Edelvânia tem um irmão.

Além do médico, da enfermeira, da assistente social e do irmão, havia o filho do primeiro casamento do cirurgião, um menino de 11 anos, carinhoso e carente, estimado pelos coleguinhas e pelos professores do colégio em que estudava, morando com o pai e a madrasta na ótima casa.

O menino desaparece, amiguinhos, professores e alguns parentes se preocupam, 10 dias depois seu corpo é encontrado ensacado em plástico num buraco escavado em mata próxima de um riacho, a 80 quilômetros de Três Passos. São acusados e presos o pai médico, a madrasta enfermeira, a amiga do casal e seu irmão.

A mídia só respirou aliviada quando surgiu o “motivo” do crime: herança expressiva. Pela óptica do moderno jornalismo, o “motivo” atenua a barbaridade. Descobriu-se que o menino de 11 anos teria o direito de herdar a metade dos bens do pai. Quatro anos atrás, a mãe do menino suicidou-se ou foi suicidada no consultório do marido, poucos dias antes de assinar o divórcio que lhe daria a metade dos bens do casal. Metade que passou a pertencer ao menino, então com 7 anos.

Toda a história é tão horrorosa e tão espantosa a preocupação midiática com o “motivo” do crime, que só atenuando este suelto com um trecho do livro A Lanterna na popa, de Roberto Campos. De novembro de 1947 a março de 1948, o jovem diplomata Roberto morou mal em Havana, numa rua sem calçamento, levando mulher e dois filhos. Em suas memórias, conta que a leitura dos jornais cubanos lhe proporcionava raras gargalhadas. Houvera um crime hediondo. Um rapaz matara sua mãe a machadadas. A manchete dizia: “mató su madre, sin motivo justificado”.

Um outro, para roubar cinco pesos de uma velhinha, que remexia um caldeirão de sabão fervente, atirou-a na grande panela. A manchete dizia: “que barbaro consommé de viejita!” No mundo que aí está, herança expressiva deve ser “motivo” mais que justificado. Cinco pesos valem para temperar um consomê, caldo geralmente ralo de carne ou de galinha enriquecido com legumes, que se serve quente ou frio em porcelana apropriada.

Rotundidades – Traseiro, bumbum, popô – o sesso é muito estimável com a só condição de ser compatível com o resto do corpo. Sesso, minha gente, ortoépia (ê), do latim sessus,us “ação de sentar-se, assento, cadeira”. Num país grande e bobo, o sesso reforçado com 1.100ml de silicone em cada metade pode transformar sua portadora, Valesca Popozuda, em grande pensadora moderna, como vimos numa questão proposta a 400 alunos de filosofia.

Nas recentes manifestações, mais do que justas, de funcionários do IBGE, a televisão nos mostrou inúmeras brasileiras de blusa e calça comprida com glúteos exagerados, transbordantes de untos, desproporcionais – funcionárias que deveriam ser obrigadas, por lei, a usar vestidos, mesmo correndo o risco de ter as respectivas genitálias fotografadas por funcionário da Infraero no Aeroporto de Belém. Funcionário graduado, diga-se de passagem, chefe do setor de Tecnologia da Informação.

Cena filmada por terceiros: o alto funcionário da Infraero, com o seu tablet, filmando as partes pudendas de senhoras e senhoritas no aeroporto em que presta serviços à nação. Notícia que deve ter sido abafada, porque desapareceu da mídia televisada. E isso no último dia de março, pertinho da Copa das Copas.

O mundo é uma bola – 16 de maio de 1532: Thomas More renuncia ao cargo de Lord Chancellor da Inglaterra. São Sir Thomas Morus (1478-1535), homem público, diplomata, escritor, advogado e jurista ocupou vários cargos públicos, em especial o de Lord Chachellor, de 1529 a 1532, do rei Henrique VIII. É geralmente considerado um dos grandes humanistas do Renascimento. Foi canonizado em 1935.

Cá entre nós, que ninguém nos ouça: São Sir é título assaz original. Ele se dizia “de família honrada, sem ser célebre, e um tanto entendido em letras”. Casou-se com Jane Colt, enviuvou e se casou com lady Alice Middleton, mesmo sobrenome de Catherine Elizabeth Middleton, a linda Kate, duquesa de Cambridge, casada com o filho da princesa Diana e daquele bestalhão que conversa com as plantas e trocou Diana por uma idosa casada e desengonçada. São Sir More era bem-humorado, caseiro, ótimo pai e amigo dos seus amigos, entre os quais dois, dos mais destacados pensadores daquele tempo, Erasmo de Rotterdam e Luís Vives, humanista judeu nascido em Valência.

Deu aos filhos, homens e mulheres, educação excepcional, fazendo com que estudassem latim, grego, lógica, astronomia, medicina, matemática e teologia. Erasmo falou da família More: “Verdadeiramente, é uma felicidade conviver com eles”. Hoje é o Dia do Gari.

Ruminanças – “Se não tivéssemos orgulho, não nos queixaríamos do orgulho dos outros” (La Rochefoucauld, 1613-1670).

CARLOS HERCULANO LOPES » Sonho de um taxista

Estado de Minas: 16/05/2014 





O taxista e o passageiro rodavam num fim de tarde pelas ruas de Belo Horizonte, em direção ao Jardim América, quando passaram em frente a uma casa lotérica, que estava cheia, com a fila tomando um pedaço do passeio. Fazia um calor abafado, mas sem nenhum sinal de chuva. “Todo mundo à procura do sonho, não é amigo?”, disse o motorista, voltando-se para o homem a seu lado, tão absorto em pensamentos que demorou para dar a resposta. “É isso, todas as pessoas têm seus sonhos, não é mesmo?”.

E, antes que o motorista quisesse saber os seus, ele se adiantou com a pergunta. Ao que o outro, como se estivesse esperando, disse, mostrando ser uma pessoa de conversa fácil, acostumado ao convívio diário com estranhos: “Desde rapaz tive dois sonhos...”. E fez uma pausa, como se para causar suspense ou alimentar a curiosidade do ouvinte, que aproveitou para afrouxar o nó da gravata. “E quais são?”.

Mas no instante em que o taxista, cujo nome era Boschi, como mostrava a plaqueta de identificação, ia começar a revelá-los, foram parados por uma blitz. Vários soldados, alguns com metralhadoras nas mãos, tinham bloqueado parte da Avenida Getúlio Vargas, tornando o trânsito ainda mais lento. Documentos mostrados, tudo em dia com o carro, foi hora de prosseguirem viagem, não sem antes o motorista elogiar o trabalho da PM. “Tem de ser assim mesmo, a cidade está muito violenta”, disse.

“E os seus sonhos, amigo, quais são?”, adiantou-se novamente o passageiro, já deveras curioso, ao que o condutor, depois de abrir um largo sorriso, disse, não sem antes querer saber seu nome: “O primeiro, vou te contar, Carlos, e você pode até achar que é bobagem: é fazer um cruzeiro com minha mulher e meus netos, num desses navios chiques, transatlânticos mesmo, com direito a shows de Roberto Carlos e tudo mais”.

“E por que você não se dá esse presente? Pelo que ouvi dizer, não fica assim tão caro”, arriscou o passageiro, encorajando-o. “É, mas antes teria de acabar de quitar minha casa e conseguir ter uma placa, pois pago diária nesse carro, e ela não é barata”, contou o Boschi, como se já tivesse tido essa conversa com outros. Pelo menos foi a impressão que o homem teve, para em seguida indagar: “E o outro sonho, qual é?”. “Ah, esse é meio esquisito, mas se você quer mesmo saber, vou te contar.” Nisso o táxi foi fechado pelo carro de uma mulher, que estava falando ao celular. “É assim o dia todo, estou acostumado”, adiantou-se o motorista. “Meu outro sonho é conhecer a Itália.... Mas não a Itália toda, só um pedacinho de Milão, do qual meu pai não cansava de falar.” “Ele era de lá?”, perguntou o Carlos. “Sim, ele era, e veio para cá logo depois da guerra, sem ter onde cair morto.”

“Mas que pedacinho de Milão é esse do qual seu pai tanto falava?”, indagou o passageiro, já todo ouvidos. “Você pode até achar que sou doido. O velho tinha lutado na guerra, ele era um partisan e estava em Milão no dia em que penduraram o corpo de Mussolini e da amante, Clara Petacci, na Piazzale Loreto. É esse lugar que tenho vontade de conhecer, de tanto que meu pai falava disso e da cena que viu...”

“O que você está esperando que não vai até lá com sua mulher? Pegam um navio no Rio e pronto, olha o sonho realizado.” “Ah, meu amigo, mas para fazer isso só se eu ganhasse na mega, que por sinal, está acumulada”, emendou o Boschi.

Foi então que, por uma dessas coincidências, estavam passando em frente a uma outra casa lotérica, cuja fila, como a primeira, já não era tão grande. Nos minutos seguintes, aqueles dois homens, como velhos amigos, aproveitaram para fazer um joguinho.