Com informações do MIT - 14/02/2013
Os circuitos genéticos bacterianos podem não apenas fazer cálculos, mas também lembrar dos resultados, que ficam codificados no DNA da bactéria. [Imagem: Liang Zong/Yan Liang]
Memória biológica
Há poucas semanas, cientistas coreanos surpreenderam o campo dabiologia sintética ao criar um"circuito genético", um circuito lógico feito com genes de bactérias.
O feito coroou uma série de trabalhos com as chamadasportas lógicas biológicas, em que as bactérias ganham uma lógica que permite que elas sejam programadas como computadores.
Agora, cientistas do MIT, nos Estados Unidos, deram um passo ainda mais radical nesse campo emergente e promissor, mas que também levanta uma série de preocupações.
Piro Siuti e seus colegas manipularam as células bacterianas de forma a não apenas dar-lhes lógica, mas também memória.
Ou seja, os circuitos genéticos bacterianos podem não apenas fazer cálculos, mas também lembrar dos resultados, que ficam codificados no DNA da bactéria.
E é uma lembrança persistente, já que o DNA vai passar ao longo de gerações, conforme os microrganismos se reproduzem.
Um dos objetivos de longo prazo da biologia sintética é criar microrrobôs vivos que entrem no corpo humano para detectar doenças. [Imagem: U.S. Fish and Wildlife Service]
Biológica e bio-memória
Até agora, os cálculos executados pelas portas lógicas bacterianas - o que pode ser algo tão simples quanto apontar se uma molécula está ou não presente no ambiente - transformam-se em resultados na forma de uma resposta específica, como a produção de uma proteína verde fluorescente (GFP).
Quando os cálculos são mais complexos, o que também já foi demonstrado experimentalmente, os resultados só duram enquanto o estímulo original está presente.
É aí que entra a inovação feita por Siuti e seus colegas.
Eles modificaram geneticamente a bactéria de forma que o circuito lógico seja alterado de forma irreversível pelo estímulo original, criando uma memória permanente do evento, ou do cálculo.
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