quinta-feira, 29 de maio de 2014

Zapeando e zoando - Ana Clara Brant

Marcius Melhem fala do sucesso do humorístico Tá no ar - A TV na TV. Ator diz que a ideia foi criar um programa para que Marcelo Adnet mostrasse seu talento



Ana Clara Brant
Estado de Minas: 29/05/2014


Marcius, que é formado em jornalismo e durante 15 anos cobriu o mercado financeiro (João Miguel Júnior/Divulgação)
Marcius, que é formado em jornalismo e durante 15 anos cobriu o mercado financeiro

Apesar de não estar mais envolvido com as notícias, ele revela que sente falta do meio e que levou muita coisa dos tempos do jornalismo para a televisão (João Miguel Júnior/Divulgação)
Apesar de não estar mais envolvido com as notícias, ele revela que sente falta do meio e que levou muita coisa dos tempos do jornalismo para a televisão
Marcius Melhem cria vários personagens no programa humorístico: do apresentador de auditório ao compositor Mozart (João Miguel Júnior/Divulgação)
Marcius Melhem cria vários personagens no programa humorístico: do apresentador de auditório ao compositor Mozart


O principal destaque de Tá no ar – A TV na TV, na Globo, cujo penúltimo episódio da primeira temporada vai ao ar hoje à noite, é sem dúvida Marcelo Adnet. Mas quem idealizou o programa que caiu no gosto do público e da crítica e, principalmente, pensou em algo para que o humorista ex-MTV brilhasse foi o ator e roteirista Marcius Melhem, de 42 anos. “A ideia inicial foi minha, mas depois mudamos um pouco o conceito. Desde o começo, pensei em escrever um programa em que o Adnet pudesse mostrar todo o repertório dele, seja como ator, cantor ou imitador. E não é só ele quem está brilhando. Acho que todo o elenco, de uma maneira geral”, ressalta Marcius, que além de atuar, é um dos roteiristas de Tá no ar.

A atração, que estreou no começo de abril, tem sido muito comparada com o extinto TV Pirata, já que também satiriza situações e personagens típicos da televisão, além do fato de o espectador ter a sensação de assistir TV sem o domínio do controle remoto.

Mesmo com o horário um pouco ingrato, já que vai ao ar às 0h10 de quinta para sexta, a audiência da atração superou as expectativas. Tanto é que a segunda temporada já está praticamente assegurada. No fim do segundo semestre, os atores entram em estúdio para gravar. “É um programa com alguns méritos. Ele tem uma linguagem e um formato muito diferente. É ágil, dinâmico, muito bem realizado, tem uma boa direção, e você realmente acredita que está mudando de canal, porque cada série, cada quadro, tem a sua luz própria, seu cenário. É uma junção de fatores que explica esse sucesso. Sem falar nessas magias que só acontecem em televisão”, diz.

Com quase três meses no ar, e “zoando” de tudo e todos, Marcius Melhem conta que a única reação negativa com relação ao programa ocorreu na semana passada, quando exibiram uma paródia do seriado Friends, intitulada Crentes, no qual brincaram com algumas peculiaridades e comportamentos dos evangélicos. “Foi uma minoria mais barulhenta que reclamou, pois boa parcela dos evangélicas pediu até mais humor. A gente brinca com todas as religiões, seja com o budismo, o catolicismo ou com os evangélicos. Não há perseguição específica a ninguém. Aliás, brincamos com tudo. Não somos rancorosos. Somos democráticos”, enfatiza o humorista.

Mercado financeiro
Marcius, que é formado em jornalismo e durante 15 anos cobriu o mercado financeiro – que foi sócio da Agência Leia de Notícias, especializada em conteúdo para economia –, diz que nem passava pela sua cabeça se tornar artista. Descobriu por acaso a vocação para ator. “Era um bom aluno e focado no jornalismo. Comecei a fazer curso de teatro no Tablado como se fosse uma espécie de academia. Em vez de malhar, ia para o curso de interpretação”, lembra.

Apesar de não estar mais envolvido com as notícias, ele revela que sente falta do meio e que levou muita coisa dos tempos do jornalismo para a televisão. “Essa coisa de escrever sob pressão. Ter de fazer roteiro, escrever um programa, dividir tarefas; ajuda muito no momento de comandar uma equipe. Na hora de criar os quadros, principalmente os do jornal do Tá no ar, ajuda demais, porque o jornalismo dá muito material. Quando entrei na TV, a coisa foi me consumindo muito, mas sinto saudade da adrenalina daqueles tempos. Sou viciado em notícias, compro todos os jornais e revistas. É uma grande paixão”, revela.

Talento múltiplo, Marcius se desdobra como ator – inclusive com participações em novelas como Caminho das Índias, Da cor do pecado e Mulheres apaixonadas –, roteirista, jornalista, humorista e dublador. Deu voz a personagens dos desenhos Meu malvado favorito, da série Osmar, a primeira fatia do pão de forma, exibida pelo Gloob, e da animação Bons de bico, entre outros. “Precisava ganhar dinheiro, e a dublagem surgiu para isso. Mas até hoje continua”, diz.

E ele não para. O último programa de Tá no ar será exibido dia 5 de junho, e quem pensa que ele entrará de férias está enganado. Durante o Mundial, o artista vai participar da Central da Copa diariamente, dando palpites e comentando os jogos. “Tive essa experiência em 2010 e na Copa das Confederações do ano passado e foi bem bacana”, revela o flamenguista roxo, que anda meio desiludido com o time.

Quando o torneio mais importante de futebol do planeta acabar, ele começa a escrever a segunda temporada de Tá no ar. “Não tem muito descanso não. Vamos fazer o roteiro, gravar, e no fim do ano já começa a divulgação do filme Os cara de pau, que estreia no dia 25 de dezembro”, avisa.

Dr. SUS, uma sátira que faz rir e põe o dedo na ferida da saúde pública brasileira (João Miguel Júnior/Divulgação)
Dr. SUS, uma sátira que faz rir e põe o dedo na ferida da saúde pública brasileira


três perguntas para...

Marcius Melhem ator e  roteirista


Como você define o Tá no ar?

É um programa de humor que dialoga com o que está acontecendo com universo da TV e levanta algumas questões que estão aí na sociedade. A gente fala de padrão Fifa, de seriados policiais, de seriados médicos, de programas sensacionalistas. A gente aborda o universo infantil e a violência. O programa dialoga com o seu tempo. E ainda expõe discursos oficiais e não oficiais.

É complicado fazer humor nos tempos de hoje, em que tudo deve ser politicamente correto?
É, sim, difícil fazer humor no país nesse momento. As pessoas estão com os ânimos muito exaltados. Como o programa brinca com tudo, inclusive com ele mesmo, foi muito bem acolhido. A gente brinca com tudo e, brincando, levantamos questões para a sociedade discutir, sem deixar de levar diversão.

Você sempre foi um cara engraçado?
Eu era uma criança engraçada. Entrei na adolescência sendo um cara engraçado, fui um adulto engraçado, mas aí, quando entrei na televisão, fiquei mais sério. De verdade. Na vida, agora, sou mais sério. Interessante isso não é?

TeVê

TV paga


Estado de Minas: 29/05/2014

 (Reprodução de internet )


Mil segredos

O SescTV vem apresentando uma série de programas sobre a escritora Clarice Lispector (foto), reservando para hoje, às 21h, uma rara entrevista que ela concedeu em 1977 ao repórter Júlio Lerner, da TV Cultura. Depois de gravada, Clarice pediu que a entrevista só fosse divulgada após sua morte. Ela foi ao ar 10 meses depois. Clarice morreu em dezembro de 1977, aos 57 anos.

Curta! junta Jean-Paul Sartre e Albert Camus


Literatura também está na pauta do canal Curta!, que exibe o documentário Viver com Camus, às 23h. Albert Camus é hoje o escritor francês do século 20 mais lido mundialmente. Para celebrar o centenário de seu nascimento – completado no ano passado –, esse documentário vai em busca de seus leitores apaixonados. A mesma emissora apresenta, às 23h, a segunda parte de Sartre por ele mesmo, com o perfil do pensador que é um ícone da filosofia.

Canal exibe biografia de Carmen Miranda


Documentário é a pedida também do canal Film&Arts, que exibe hoje, às 19h15, o documentário Carmen Miranda: bananas is my business, dirigido por Helena Solberg. A artista brasileira ficou famosa por seus trajes coloridos vibrantes e seus turbantes adornados com frutas. Ela tornou-se uma sensação internacional nos anos 1940, tanto nas rádios quanto na televisão e chegou a Hollywood sendo a artista mais bem paga dos Estados Unidos.

Um presente para os  fãs de Dominguinhos


Outro documentário que fala de música é tema hoje do Coletivation, às 20h, na MTV. Os apresentadores Kéfera e Patrick Maia recebem a cantora Mariana Aydar e a produtora Deborah Osborn, que falam sobre o filme que realizaram sobre o sanfoneiro Dominguinhos, morto em julho de 2013, aos 72 anos.

Drama, ação e humor  no pacote de cinema


No pacotão de cinema, o destaque é a sessão Clube do filme, às 22h, na Cultura, com o clássico As três noites de Eva, de Preston Sturges, com Barbara Stanwyck, Henry Fonda e Charles Coburn. No mesmo horário, o assinante tem mais oito opções: Terra prometida, no Telecine Pipoca; Seita mortal, no Telecine Action; Traffic, no Telecine Cult; Filha das sombras, na MGM; O clube das desquitadas, no Glitz; Os candidatos, na HBO 2; Rua da redenção, no Max Prime; e O grande Lebowski, no TCM. Outras atrações da programação: São Paulo Sociedade Anônima, às 21h30, no Arte 1; Invasores, às 22h30, no FX; e Transformers – O lado oculto da Lua, às 23h15, na Fox.


CARAS & BOCAS » Atriz vai à luta
Simone Castro



Bel Wilker afirma que sobrenome famoso não é sinônimo de trabalho certo (Rogério Pallatta/Revista Contigo!)
Bel Wilker afirma que sobrenome famoso não é sinônimo de trabalho certo

Aos 29 anos, a atriz Bel Wilker tenta escrever sua própria história. Apesar do sobrenome famoso, a filha dos atores José Wilker, que morreu em abril, e Mônica Torres, afirma que foi muito difícil conseguir trabalhar como atriz. Ela entrou, há alguns capítulos, na trama de Geração Brasil (Globo), em que interpreta a sensual Evangelina Rosa, personagem que tenta ganhar o coração do guru Brian Benson (Lázaro Ramos). “Não é porque sou filha do José Wilker e da Mônica Torres que ganho papéis a torto e a direita. Fui recusada em vários testes para novelas, como Belíssima, Insensato coração”, disse Bel em entrevista à revista Contigo! desta semana. Depois dos momentos difíceis com a perda repentina do pai, Bel, que atua na mesma trama da mãe – Mônica interpreta Susana, mas as duas não contracenam – e comemora a nova fase da profissão, também se prepara para outro evento importante: em setembro, subirá ao altar com o engenheiro Diogo Almeida. Bel faz planos: “Quero ser mãe também. Pelo Diogo, eu já estaria grávida, mas quero trabalhar mais. Quem sabe daqui a dois anos, não sei exatamente... De tudo na vida, quero mesmo é ser feliz!”.

ESCRITORA ANA MARIA  GONÇALVES NO IMAGEM


A escritora mineira, radicada na Bahia, Ana Maria Gonçalves, é a convidada do Imagem da palavra desta quinta-feira, às 22h30, na Rede Minas, em que vai falar sobre seu livro Um defeito de cor. Na obra, a história de uma africana que volta ao Brasil para procurar o filho perdido durante o período em que ainda era escrava. A trama é baseada em fatos reais e a autora fez uma grande pesquisa para escrever o livro, que fala sobre escravidão, trata de momentos importantes da história do país e discute o racismo.

SERIADO DE TV INSPIRA EXERCÍCIO DE BIOLOGIA


Game of thrones migrou da TV para a sala de aula. A saga épica que movimenta os fãs da atração exibida pelo canal HBO (TV paga) serviu de inspiração para um exercício de biologia com foco na intricada árvore genealógica dos muitos personagens. A questão de genética, elaborada pelo professor espanhol Carlos Lobato Fernández, pede: qual seria o tipo sanguíneo dos filhos de Ned Stark, um dos principais personagens da série norte-americana? O exercício já caiu nas redes sociais. O professor também encontrou uma maneira de seus alunos decorarem a tabela periódica elegendo um personagem da série para cada um dos 118 elementos químicos. Assim, o símbolo químico de titânio, Ti, representa o anão Tyrion Lannister. O professor, que dá aulas em Sevilha, na Espanha, mantém um blog de educação e ciência com dicas sobre como usar a série, criada a partir dos livros de George R. R. Martin, em aulas de biologia.


 (HBO/Divulgação-16/8/12)

BRASILEIRINHO NO ELENCO

E ainda em Game of thrones, uma curiosidade para fãs da série: Quem interpreta Robin Arryn, filho de Lysa Arryn (Kate Dickie) (foto) e único herdeiro da Casa Tully, é o ator brasileiro Lino Facioli, de 13 anos. Kate já se despediu da série em sua quarta temporada, que está no ar aos domingos, pela HBO (TV paga). Paulista de Ribeirão Preto, Lino mora em Londres com a família e estreou no cinema com o filme nacional O menino no espelho, ao lado de Mateus Solano e Regiane Alves, que será lançado em 15 de junho. Entre outros, participou também do longa O pior trabalho do mundo. Em cena de Game of thrones, chama a atenção o personagem Robin, já acrescido, sempre amamentado pela mãe. Ao site Uol, disse sobre Robin ser comparado ao rei Joffrey (Jack Gleeson), que já passou desta para melhor e era um dos personagens mais odiados da série: “Acho que o Robin já é odiado. Até eu o odeio às vezes. O Joffrey é sádico, faz as coisas com maldade, mas o Robin só é louquinho, sem noção. Como ele nunca foi machucado, não percebe que pode machucar os outros. Tudo para ele é um brinquedo. No fundo, ele só é chatinho”, definiu.

VIVA
A liga (Band), que se firma como um excelente programa jornalístico e de entretenimento.

VAIA
Trama de Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller) que não sai do lugar em Em família. 

Homens se separam mais das mulheres quando elas adoecem, mostra estudo

Males da desunião 
 
Ao analisar 2.717 casais de idosos, pesquisadores concluem que homens se separam mais das mulheres quando elas adoecem. Esse abandono pode agravar estado físico e psicológico delas 

 
Estado de Minas: 29/05/2014

Segundo o estudo norte-americano, muitas mulheres se separam porque preferem ser cuidadas por amigos e familiares  (STR/AFP - 24/8/2012)
Segundo o estudo norte-americano, muitas mulheres se separam porque preferem ser cuidadas por amigos e familiares 


Os laços construídos ao longo do vida parecem afrouxar justamente quando o corpo passa a sofrer mais com as complicações da idade. E geralmente são os homens que decidem cortar esses vínculos. A constatação é de um estudo feito na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Ao analisar 2.717 casais, cientistas concluíram que o risco de divórcio entre os mais velhos aumenta quando a esposa – e não o marido – fica doente. “As mulheres casadas com estado de saúde bem debilitado podem, ao mesmo tempo que sofrem com o impacto da doença, experimentar o estresse do divórcio”, comenta Amelia Karraker, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Social da universidade e responsável pela pesquisa.

Amelia e o coautor do estudo, Kenzie Latham, da Universidade de Indiana, analisaram dados sobre as milhares de uniões copilados pelo Instituto de Pesquisa Social Americano desde 1992. O instituto começou a coletar informações sobre a saúde de cada casal quando pelo menos um dos parceiros tinha mais de 50 anos. A partir dos relatórios, os pesquisadores começaram a relacionar o aparecimento de quatro enfermidades consideradas graves e que tinham um alto grau de incidência dentro do grupo de pesquisa: câncer, problemas cardíacos, doenças pulmonares e acidente vascular cerebral (AVC). Os males foram relacionados com adversidades nos relacionamentos daqueles que haviam ficado doentes.

Os resultados mostraram que, de um modo geral, 31% das uniões terminaram em divórcio no período analisado, sendo que em 15% dos casos, a mulher ficou doente. Além disso, a incidência de novas enfermidades crônicas foi aumentando com o tempo, com mais maridos do que mulheres desenvolvendo problemas de saúde. A pesquisadora explica que as mulheres acabam sendo, diante dessa situação, duplamente vulneráveis à dissolução conjugal em face das complicações na saúde. “Elas são mais propensas a ficar viúvas a partir do fato de que são os maridos que ficam doentes com maior frequência. Agora, se quem ficar doente for a mulher, aumenta-se muito a possibilidade de que o relacionamento acabe em divórcio”, explica.

Influência social Embora o estudo não tenha avaliado o porquê de o divórcio ser mais provável quando as mulheres ficam gravemente doentes, Amelia Karraker oferece algumas possíveis explicações ao fato. “As normas de gênero e as expectativas sociais sobre o que demanda o cuidado com o outro podem tornar mais difícil, para o homem, prestar cuidados ao cônjuge doente”, sugere.

Psicólogo e professor da Universidade Federal de Goiás, Cláudio Freitas, especialista no acompanhamento de casais idosos, acredita que as diferenças entre os gêneros, os costumes e as aspirações individuais acabam prevalecendo com o passar da idade. “E isso costuma aflorar quando o cônjuge fica doente. Mas, para a mulher, que muitas vezes passou todo o casamento se dedicando ao marido e aos filhos, ter de cuidar do companheiro pode não ser uma mudança tão grande de realidade”, compara.

Segundo Freitas, para o idoso, cujas preocupações muitas vezes giram em torno do provimento da família, essa situação pode ser desesperadora. “Além disso, a diferença de como a sociedade enxerga uma idosa separada e o ex-marido dela acaba fazendo com que os homens divorciados tenham mais escolhas, tanto de novas atividades quanto de potenciais novas parceiras.”

Ainda assim, a decisão de terminar a relação costuma partir delas, segundo as análises lideradas por Amelia. “A justificativa para isso pode ser o fato de que, quando as mulheres ficam doentes, os maridos não fazem um bom trabalho para cuidar delas, que acabam preferindo o apoio de amigos e familiares”, esclarece a pesquisadora.


Feliz contramão Nair e José Santos Golvea, de 71 e 68 anos, respectivamente, trilham um caminho distinto da estatística. A aposentada sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) há cinco anos, e o susto acabou por unir o casal que, à época, passava por dificuldades no relacionamento. “Depois de 38 anos de casados, a gente estava meio distante um do outro. Quando eu tive o AVC, o José parece que se assustou com a possibilidade de ficar sem mim e não quis me largar mais”, conta Nair, que, em decorrência do derrame, teve o lado esquerdo do corpo parcialmente paralisado e perdeu parte da audição.

Os sintomas do problema vascular começaram a aparecer ainda em casa, com Nair sentindo náuseas e dores de cabeça. José, que estava na rua, foi encontrá-la no hospital e “desde então, não saiu do lado” da mulher. “A ideia de que um problema como esse tenha nos unido novamente pode parecer estranha, mas chega a me fazer agradecer por ter passado por isso. Não imagino como seria ficar a velhice distante do companheiro da minha vida”, declara-se a aposentada.

Dada a crescente preocupação com os custos de saúde resultantes do envelhecimento populacional, o professor Cláudio Freitas acredita que é de vital importância que os legisladores estejam cientes dessa relação entre o agravamento da saúde e o risco de divórcio. “A oferta de serviços de apoio e especialização de cuidadores conjugais pode reduzir a tensão e evitar as separações em idades avançadas”, sugere o psicólogo.

Freitas alerta ainda que o impulso para encerrar a relação pode se dar por causa dos problemas de saúde, mas, na grande maioria das vezes, ficar sozinho não é uma boa opção para quem está doente. “Pode-se passar décadas, e o relacionamento vai ter fases boas e ruins. Por isso, é importante avaliar bem a situação e não generalizar os casos. Continuar o casamento, contanto que a união seja saudável, é sempre a melhor opção”, afirma.

Em alta

No Brasil, o divórcio na terceira idade tem crescido mais do que a média em outras faixas etárias. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em quase 10 anos, houve um aumento de 9,1% no número de separações e divórcios no país: cerca de 441 mil em 1999 e 482 mil em 2008. Desse total, a quantidade de pessoas que decidiram encerrar o relacionamento quando tinham mais de 60 anos de idade passou de 14,3 mil para 25,5 mil – um aumento de 79%.

Sem solidão

Confira as dicas do geriatra José Luiz Santos para que o divórcio na terceira idade não o transforme em uma pessoa solitária ou infeliz.

1. Faça a cabeça funcionar a mil: leituras, tapeçaria, palavras cruzadas e quebra-cabeças movimentam os neurônios, estimulam o cérebro e distraem

2. Namore muito: quando a mulher entra na menopausa, às vezes perde a motivação para a vida a dois. Se isso ocorrer, procure ajuda para se adaptar à fase, que pode ser tão ou mais satisfatória que a juventude. O sexo deve ser cultivado sempre

3. Divirta-se mais: não perca convites para festas, bailes e encontros com amigos para jogar conversa fora. A vida social faz um bem enorme e evita que a depressão entre em cena e roube momentos preciosos

4. Aceite as mudanças: depois do divórcio, a vida muda drasticamente. Depende de você se vai ser para pior ou melhor. A maneira mais eficiente de e adaptar a essa nova etapa é aceitar que nada vai ser como antes e admitir que haverá transformações

5. Procure ajuda profissional: se está difícil superar o rompimento, tente mudar de vida, de cidade, de endereço, reinvente-se. Quando todo o mais não der resultado, procure ajuda profissional 

INFECTOLOGIA » Crianças respondem menos aos antirretrovirais

INFECTOLOGIA » Crianças respondem menos aos antirretrovirais 
 
Estado de Minas: 29/05/2014


As crianças que nascem com o HIV são mais propensas a reagir negativamente aos antirretrovirais do que os adultos infectados. A constatação é de um estudo desenvolvido na Universidade de Tulane, nos Estados Unidos, com 450 garotos e garotas participantes do Cohort Study Pediatric HIV/Aids, um dos maiores projetos de acompanhamento de soropositivos menores de idade no país. Os pesquisadores acompanharam voluntários com idades de 7 a 16 anos em 14 cidades norte-americanas e descobriram que 74% tinham desenvolvido resistência a pelo menos um tipo de medicamento, e 30%, a no mínimo duas classes de remédio para o combate do vírus da Aids. No caso dos adultos, as porcentagens são de 36% e 12%, respectivamente.

“O problema com a resistência aos medicamentos é que, depois de desenvolvê-la, ela nunca vai embora”, observa Russell Van Dyke, líder do estudo. “Alguns pacientes nessa condição não têm opções de tratamento eficazes. O vírus resistente é a principal razão para a morte entre os jovens com HIV perinatal.” Dyke ressalta que a maioria das crianças estudadas respondia bem aos antirretrovirais mais recentes. Apenas uma tinha resistência a todos os tipos de medicamentos disponíveis.

O trabalho enfatiza a importância da adesão ao tratamento das drogas em crianças e adolescentes, um grupo que costuma ser menos atendido pelas ações governamentais de combate à Aids e apresentar mais recusa para dar prosseguimento à terapia. “Você desenvolve resistência quando tira alguns medicamentos, mas não todos. Assim, a pessoa tem um vírus que está se replicando mesmo tomando a medicação”, explica Dyke.

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) estima que haja, no mundo, 3,3 milhões de pessoas com até 15 anos que têm o vírus da Aids, sendo que apenas 650 mil, o equivalente a 19%, recebem o tratamento com antirretroviral. A maioria das crianças com Aids vive no continente africano. No planeta, segundo dados também da Unaids, há 35 milhões de pessoas soropositivas, sendo que 25 milhões vivem na África Subsaariana, e 1,5 milhão, na América Latina.

Eduardo Almeida Reis - Destrambelhamento‏

Meia branca fora das quadras de tênis é crime tão inqualificável, que a revista nem relacionou


Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 29/05/2014


Manchete do provedor Terra, dia 26 de abril: “Fernanda Lima diz que faz sexo ‘normal’ com Rodrigo Hilbert”. No meu entendimento de philosopho, manchetes desse tipo explicam e justificam todas as outras formas de loucura que existem por aí. Arnaldo Madruga, o príncipe dos psiquiatras, pode confirmar meu diagnóstico e aproveitar a oportunosa ensancha para explicar, à luz da moderna psiquiatria, o que é sexo normal.

Editada regularmente nos últimos 130 anos, uma revista inglesa sobre comportamento afirmou, dia desses, que um gentleman do século 21 deve fazer sexo com os cotovelos, não pode ter gatos nem usar sapatos marrons à noite. Meia branca fora das quadras de tênis é crime tão inqualificável, que a revista nem relacionou.
Realmente, gatos e gentlemen são excludentes, mas sexo com os cotovelos, que os debatedores do GloboNews em Pauta não entenderam, é de uma clareza meridiana: é aquele em que o cavalheiro, portanto um gentleman, fica por cima da lady com os cotovelos apoiados no colchão.

Considerando que o cotovelo, na rubrica anatomia geral, é a região em torno da articulação ou, mais especificamente, a parte posterior da articulação entre o braço e o antebraço, o sexo elegante não exclui os sovaquinhos feminis levemente peludos, sempre do aprazimento dos gentlemen.

Num dos romances que publiquei – modéstia à parte... deixa isso pra lá – inventei personagem nascida na Costa do Marfim, negra retinta, modelo profissional, que se relacionava amorosamente com outra modelo e tinha obsessão gulosa pelos dedos pés das parceiras e dos parceiros. Eis senão quando, bumba: a nova obsessão da cirurgia plástica norte-americana é com os pés, aumentando ou diminuindo o comprimento dos dedos, afinando os pés, eliminando joanetes, deformidade que em latim se chama hallux valgus.

Não por acaso, Fernanda Lima, 1,78m, que faz sexo normal com Rodrigo Hilbert, mãe de Francisco Hilbert e João Hilbert, modelo, atriz e apresentadora de tevê, gaúcha de Porto Alegre, foi registrada como Fernanda Cama Pereira Lima. Cama é lugar onde se pode deitar e dormir. Por derivação, em sentido figurado, significa relação sexual.

Brasil

Partindo de quem partiu, a denúncia é gravíssima e só faz confirmar os relatos que tenho recebido de ruralistas amigos. Aqui vão as credenciais do denunciante: paraibano, 71 anos de idade e 51 de profissão, jornalista, escritor e torcedor do Vasco, falha que perdoo por amizade e admiração. Depois de trabalhar no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle, de ter sido editor-chefe do Fantástico, de criar os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo, de escrever nove livros – Moacir Japiassu foi viver com a sua querida Marcia Lobo, também vascaína, no Engenho Maravalha, sítio localizado na estância climática de Cunha (SP), clima tropical de altitude Cwa, entre o Vale do Paraíba e Paraty (RJ).

De lá, uma vez por semana, Japi ilustra e encanta o jornalismo brasileiro com o seu Jornal da ImprenÇa, publicado pelo Comunique-se, que o Brasil pensante também acompanha a partir dos sábados pelo http:// antesqueeu meesqueca. webbly.com/ jornal-de-imprenccedila.html. Separei para evitar que o sistema sublinhe em azul e não caiba numa linha aqui do jornal, mas você deve digitar tudo junto desde http até html para ver que existe jornalismo inteligente no Brasil.

Alto de serra, frio siberiano, o Engenho Maravalha ficava numa região tranquila. De uns tempos para cá a violência surgiu com a corda toda e os crimes se sucedem como cidades brasileiras. Na cidade grande, sequestros, assaltos e homicídios são acompanhados ao vivo e em cores pelos repórteres nos helicópteros das tevês; na roça, os vizinhos ficam sabendo dos crimes no dia seguinte.

Cidade grande tem as polícias odiadas por todos aqueles que são os primeiros a telefonar para o 190; na roça, o socorro policial é praticamente impossível. Que fazer? Não sei e os governos também não sabem. Em cada bairro da Zona Leste da cidade de São Paulo há 700 mil pessoas assustadas com um crime na região, enquanto na roça os vizinhos são raros e distantes.

 O mundo é uma bola

29 de maio de 1385, a Batalha de Trancoso, entre portugueses e castelhanos, é o primeiro sinal da vitória dos portugueses durante o interregno da crise de 1383-1385. Interregno, no sentido de interrupção momentânea, caracteriza as relações luso-castelhanas. Deve ser duro para os espanhóis conviver, em seus gramados, com o craque português Cristiano Ronaldo. Por falar nele, falta pouquíssimo tempo para a Copa das Copas.

Em 1453, queda de Constantinopla conquistada pelo sultão otomano Mehmed II depois de um cerco de seis semanas, pondo fim ao Império Bizantino. Muitos acham que a data marca o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.

Em 1919, observação de variações nas posições das estrelas, durante o eclipse solar total, confirma a Teoria da Relatividade de Albert Einstein. Em 1953, Sir Edmund Hillary e o guia sherpa Tenzing Norgay são os primeiros a atingir o cume do Monte Everest. Hoje é o Dia Mundial da Energia.

 Ruminanças

“De todos os tipos de alpinismo, o social é o único que não apresenta riscos” (R. Manso Neto).