I Globo 25/11/2013
CL Gente Boa
Os bastidores da gravação do especial de Roberto Carlos, que desta vez foi ainda mais especial
Tatá Werneck, toda cheia de intimidade e chamando Roberto Carlos de “Roberts”, foi um dos momentos mais engraçados da gravação, anteontem, do especial de final de ano do cantor — desta vez em versão “de gala” pelos 40 anos que o programa completa agora. Vai ao ar dia 25 de dezembro.
“Roberto, eu não sei como vou pagar essa roupa, mas obrigada. Dividi em 10 vezes no cartão de umatia, mas estou muito feliz. Estou de calcinha-short e não respiro há uma semana, mas estou muito honrada”, brincou ela. A plateiaadorou e aplaudiu com vontade.
A entrada dos convidados era por um tapete azul, e não vermelho, como de praxe. Nos bastidores, todos foram aconselhados a evitar pronunciar o nome do lugar da gravação, Cidade das Artes. A sonoridade do “das artes” lembra aquela palavra que Roberto não fala de jeito nenhum. Podia dar algum bode...
Na primeira fila do show, ficaram estrategicamente posicionados os atores do elenco de “Amor à vida”: Mateus Solano, Paola Oliveira, Suzana Vieira etc. Cantavam juntos, riam. Suzana, que certa vez teve suas pernas elogiadas por Roberto, mandava beijos para ele.
Uma das primeiras atrações, Anitta já foi logo quebrando o gelo: “Eu só estou fingindo que não estou nervosa. Agradeço muito não só por mim, mas por toda a galera de dancee funk. E eu também sou romântica viu, Roberto?” Era a deixa para eles dançarem, juntinhos, ao som de “Olha”. Em seguida, emendaram num mashup de “Show das Poderosas” e “Se você pensa”.
Anitta estava realmente nervosa, e o número teve de ser regravado. “Desafinei pelo menos umas cinco vezes, gente”, disse ela, ganhando a simpatia da plateia, que a aplaudiu depois que tudo deu certo.
O show teve também a participação de Lulu Santos, que usava terno azul, meias e cinto vermelhos, e foi logo fazendo uma declaração de amor. “Eu tinha 11 anos quando vi você tocar na Jovem Guarda. Ali eu decidi ser o que eu sou hoje. Te amo”. Lulu ainda puxou coro de “Ei, ei, ei, Roberto é nosso Rei”.
Tiago Abravanel apareceu vestido de Tim Maia para lembrar o início da carreira de Roberto, nos anos 50, quando ele e o síndico montaram a banda The Sputniks. A plateia cantou junto “Não quero dinheiro”, com maior empolgação no refrão “eu só quero amar, só quero amar, só quero amar...”. Depois do show, Tiago — filho de Cintia, a filha “de número um” de Silvio Santos —, recusou lugar nas primeiras fileiras para ficar ao lado da família, lá no fundão.
O momentinho tenso da noite foi quando, para promover o lançamento do EP “Reimix”, Roberto apresentou algumas de suas canções próprias em batida eletrônica, com a participação de músicos e DJs como Memê, Junior (aquele da Sandy) e MauMau.
“Agora a barra pesa”, brincou RC. E pesou mesmo. Foi preciso repetir duas vezes a gravação para tudo sair como deveria.
De vez em quando, quem aparecia em cena era Marcelo Adnet. “Vocês perceberam que eu tô aqui meio de tapa buraco, né?”, brincou, enquanto ajustes técnicos eram resolvidos, nas três horas de gravação.
Adnet fez seu show solo, numa apresentação de stand up comedy, com imitações e improvisos. “Vocês se assustaram quando ficaram sabendo que era para vir de roupa chique?”, perguntou.
“Vou dar um conselho aos homens: não cruzem as pernas. Todo mundo sabe que por trás de todo terno Armani, há uma meia da Renner”, brincou ele, olhando para Mateus Solano.
No fim da festa, Flávia Alessandra, Zeca Camargo, Serginho Groisman e boa parte dos atores de “Amor à vida” seguiram para um jantar de comemoração no Gero. Roberto, que peninha, não apareceu.
Qual é a música?
Pesquisa sobre o gosto musical do carioca feita com 1.501 moradores da cidade trouxe resultados surpreendentes. Entre os cinco gêneros mais votados, a presença do gospel em terceiro lugar (17,1%), um pouquinho à frente do rock (17%), e do samba (16,4%), foi o que mais chamou a atenção. O estudo, uma parceria da Secretaria municipal de Cultura e da JLeiva Cultura & Esporte, será apresentado hoje, no Imperator.
Aliás e a propósito
O pagode — e aí não há grandes surpresas — é o ritmo que o carioca mais gosta, com 36,5% da preferência dos entrevistados. A MPB vem em segundo, com 32,38%. Quem gosta de pagode? Cariocas com Ensino Médio(42,65%) e Ensino Fundamental (38,46%) completos. Já a MPB é a preferida dos que disseram ter ensino superior completo (48,22%).
Esse cara é ele
Na indicação espontânea de seu artista do coração, Roberto Carlos (olha ele aí de novo), foi o mais lembrado, com 5,39% das lembranças. Ele vem seguido pelos pagodeiros Thiaguinho (4,4%) e Zeca Pagodinho (3,27%). Os grupos Revelação (2,71%) e Sorriso Maroto (2,16%) aparecem em quarto e quinto lugares, à frente de Belo (2,1%). A primeira mulher a figurar na lista é Anitta, com 2,04% das menções.
Rouba-se de tudo
Se, na areia, correntes e celulares são os alvos das gangues dos arrastões, na Pedra do Arpoador os ladrões anda atacando... as plantas. “Estão levando as mudas que planto”, diz Joel Rodrigues, guardião daquele pedaço de paraíso que tem sofrido tanto. Joel já plantou 270 árvores, entre pitangueiras, coqueiros, aroeiras, entre outras.
Tem ladrão na festança
Roubaram o iPhone da apresentadora Gloria Maria, dias atrás, durante o casamento de Erika dos Mares Guia, filha do ex-ministro do Turismo Walfrido dos Mares Guia. Gloria deixou o celular sobre a mesa, foi dançar, e quando voltou... cadê? A festança, em Punta del Este, que jornais uruguaios dizem ter custado R$ 3 milhões, durou dois dias e teve show de Dionne Warwick. O dress code dos convidados era “beach gorgeous”.
O tema é: fã maluco
Depois de Maitê Proença e Fernanda Paes Leme, outra famosa topou participar de um vídeo do Porta dos Fundos. A cantora Ivete Sangalo grava esta semana com os humoristas. O tema será “fã maluco”.
Até 2019
Vai continuar se chamando Vivo Rio, pelo menos até 2019, a casa de espetáculos no Aterro do Flamengo administrada pelo grupo Tom Brasil. A empresa de telefonia renovou patrocínio por mais seis anos.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Os grandes temas a debater - RENATO JANINE RIBEIRO
VALOR ECONÔMICO - 25/11/2013
Inclusão social, corrupção e melhora dos serviços públicos deveriam ser os grandes temas da próxima campanha eleitoral
Quais serão os grandes
temas da disputa eleitoral, em 2014? De tanto se discutir filiação
partidária e minutos no horário eleitoral, acaba-se esquecendo o que
considero decisivo: a disputa pela hegemonia. Uma eleição não é só
apuração de votos. É a luta pela alma dos cidadãos, na fórmula de Marco
Aurélio Nogueira. Se tivéssemos um consenso forte entre os partidos -
como no último pleito afirmava Plinio Sampaio, do PSOL, ao acusar Dilma,
Serra e Marina de serem farinha de um único saco - apenas discutiríamos
qual deles é mais apto a cumprir uma agenda comum. Mas nossa política
está dividida. Sustentarei que temos três grandes temas para a sociedade
debater; a questão é quais candidatos querem tratar de cada um deles.
O primeiro é o da
inclusão social. Está no horizonte há décadas; desde Itamar Franco, os
governos agiram nesse rumo. Mas só o governo Lula o inscreveu como
política de Estado, como prioridade de governo. A inclusão fez os cem
milhões de brasileiros que viviam na grande pobreza ou miséria, em 2005,
baixarem em apenas cinco anos para metade desse número. Não acredito
que em algum lugar do mundo já tenha havido ascensão social de tantos em
tão pouco tempo. Mas esse inegável êxito dos governos petistas não está
concluído. Restam dezenas de milhões no patamar mais baixo. O tema
continua candente.
O segundo tema é o da
corrupção. Aqui temos - infelizmente - um carimbo temático. Quem é pelo
governo destaca seu sucesso na inclusão social. Quem é contra ressalta a
corrupção. A crítica à corrupção do governo (federal, apenas) é o
grande tema da oposição. Se a inclusão social gera apoio ao PT, a
corrupção reúne o ódio a ele. Mas não importam nossas simpatias
políticas: é um assunto importante. Há corrupção no país, embora não
tenhamos indicadores objetivos para saber quem é mais corrupto. E a
corrupção desmoraliza a política. Não pode ser tolerada. Foi um grave
erro dos petistas relegar esse assunto a um segundo plano na discussão
pública. Levou muitos a acreditar que só lhe deram importância enquanto
estavam na oposição, virando a casaca mal chegaram ao governo. Não há
como deixá-lo de lado.
O terceiro ponto é o
que, a meu ver, foi trazido pelas ruas este ano: a exigência de serviços
públicos de qualidade. Alguns amigos meus se incomodaram com as
manifestações, considerando-as conservadoras. Não concordo, como não
concordo com a desqualificação das queixas da classe média. Pagamos
impostos para ter educação, saúde, transporte e segurança públicos. Mas
estes não têm qualidade. Daí que a classe média pague - uma segunda vez -
pelos mesmos serviços: põe os filhos em escolas particulares, paga
plano de saúde, compra carro, contrata segurança na rua ou no prédio.
Está aí a raiz de seu descontentamento com os impostos e com o governo
federal, e não apenas, ou não essencialmente, em ideologias
conservadoras. É justo, é necessário, a classe média indignar-se com
isso. E sobretudo os pobres, que não podem pagar a mais: nosso maio
começou com o clamor por transporte coletivo bom e barato para eles. A
questão dos serviços públicos deverá estar na ordem do dia. Sustento que
esse é o próximo grande desafio para a democracia brasileira, que foi
capaz de conquistar as liberdades (1985), a estabilidade monetária
(1994) e avançar significativamente na inclusão social (desde 2003).
Agora, a questão para as eleições: que candidatos, que partidos podem falar de cada um destes assuntos?
O PT continua sendo o
melhor para falar em inclusão social, mas Aécio sabe muito bem que
precisa disputar nessa área - rompendo com a rejeição de parte de sua
base ao Bolsa Família. Seu mote pode ser: completar a inclusão social e
ir além das medidas de emergência. Já a corrupção é um tema que o PT
hoje subdiscute, enquanto as oposições o hiperdiscutem. Há exageros dos
dois lados, mas é improvável que esse tema mude de dono. Quanto à
qualidade dos serviços, que deverá logo tornar-se a bola da vez, o PSDB
fala mais a respeito. Prometeu inúmeras vezes um choque de gestão
(assunto do qual o PT pouco fala), mas é certo que os tucanos não
mostram sucessos nesse capítulo. Quanto à Rede + PSB, tem estado omissa
sobre os três pontos, o que me deixa cético, hoje, quanto a suas chances
eleitorais.
Por ora, a oposição
prefere falar aos empresários, não se sabendo ainda o que conseguirá
propor ao eleitorado. O governo também corteja o capital, mas fala mais
aos eleitores.
Porque nosso sistema
eleitoral é curioso. Estamos agora no turno zero, em que os candidatos -
sobretudo de oposição - fazem o tour do capital, para granjear apoio e
financiamento. Os dois turnos, porém, são junto ao povo, cujas
prioridades não são as dos ricos. O PT é o mais popular - embora sem ter
maioria absoluta - nas urnas. Mas depois há um terceiro turno, que dura
três anos, até as eleições seguintes, e de novo o dinheiro se faz
ouvir. Equilibrar demandas sociais justas e o liberalismo inato dos
empresários é um grande desafio. Por ora, prevalece a conversa com o
dinheiro. Mas em breve os candidatos terão de falar ao povo, e os
principais temas devem ser os que apontei.
É uma lástima que na
última semana, em vez de discutirmos o futuro do país, tenhamos sido
pautados pela questão da vida ou morte do deputado José Genoino. A
execução das sentenças dividiria, de qualquer forma, a opinião.
Portanto, esse assunto, por ser delicado, deveria ter sido tratado com a
delicadeza necessária. Não o foi. O que aconteceu - e o que poderá
acontecer - só aumentará o ódio no debate político brasileiro. A
campanha se prefigura sombria.
O segundo tema é o da corrupção. Aqui temos - infelizmente - um carimbo temático. Quem é pelo governo destaca seu sucesso na inclusão social. Quem é contra ressalta a corrupção. A crítica à corrupção do governo (federal, apenas) é o grande tema da oposição. Se a inclusão social gera apoio ao PT, a corrupção reúne o ódio a ele. Mas não importam nossas simpatias políticas: é um assunto importante. Há corrupção no país, embora não tenhamos indicadores objetivos para saber quem é mais corrupto. E a corrupção desmoraliza a política. Não pode ser tolerada. Foi um grave erro dos petistas relegar esse assunto a um segundo plano na discussão pública. Levou muitos a acreditar que só lhe deram importância enquanto estavam na oposição, virando a casaca mal chegaram ao governo. Não há como deixá-lo de lado.
O terceiro ponto é o que, a meu ver, foi trazido pelas ruas este ano: a exigência de serviços públicos de qualidade. Alguns amigos meus se incomodaram com as manifestações, considerando-as conservadoras. Não concordo, como não concordo com a desqualificação das queixas da classe média. Pagamos impostos para ter educação, saúde, transporte e segurança públicos. Mas estes não têm qualidade. Daí que a classe média pague - uma segunda vez - pelos mesmos serviços: põe os filhos em escolas particulares, paga plano de saúde, compra carro, contrata segurança na rua ou no prédio. Está aí a raiz de seu descontentamento com os impostos e com o governo federal, e não apenas, ou não essencialmente, em ideologias conservadoras. É justo, é necessário, a classe média indignar-se com isso. E sobretudo os pobres, que não podem pagar a mais: nosso maio começou com o clamor por transporte coletivo bom e barato para eles. A questão dos serviços públicos deverá estar na ordem do dia. Sustento que esse é o próximo grande desafio para a democracia brasileira, que foi capaz de conquistar as liberdades (1985), a estabilidade monetária (1994) e avançar significativamente na inclusão social (desde 2003).
Agora, a questão para as eleições: que candidatos, que partidos podem falar de cada um destes assuntos?
O PT continua sendo o melhor para falar em inclusão social, mas Aécio sabe muito bem que precisa disputar nessa área - rompendo com a rejeição de parte de sua base ao Bolsa Família. Seu mote pode ser: completar a inclusão social e ir além das medidas de emergência. Já a corrupção é um tema que o PT hoje subdiscute, enquanto as oposições o hiperdiscutem. Há exageros dos dois lados, mas é improvável que esse tema mude de dono. Quanto à qualidade dos serviços, que deverá logo tornar-se a bola da vez, o PSDB fala mais a respeito. Prometeu inúmeras vezes um choque de gestão (assunto do qual o PT pouco fala), mas é certo que os tucanos não mostram sucessos nesse capítulo. Quanto à Rede + PSB, tem estado omissa sobre os três pontos, o que me deixa cético, hoje, quanto a suas chances eleitorais.
Por ora, a oposição prefere falar aos empresários, não se sabendo ainda o que conseguirá propor ao eleitorado. O governo também corteja o capital, mas fala mais aos eleitores.
Porque nosso sistema eleitoral é curioso. Estamos agora no turno zero, em que os candidatos - sobretudo de oposição - fazem o tour do capital, para granjear apoio e financiamento. Os dois turnos, porém, são junto ao povo, cujas prioridades não são as dos ricos. O PT é o mais popular - embora sem ter maioria absoluta - nas urnas. Mas depois há um terceiro turno, que dura três anos, até as eleições seguintes, e de novo o dinheiro se faz ouvir. Equilibrar demandas sociais justas e o liberalismo inato dos empresários é um grande desafio. Por ora, prevalece a conversa com o dinheiro. Mas em breve os candidatos terão de falar ao povo, e os principais temas devem ser os que apontei.
É uma lástima que na última semana, em vez de discutirmos o futuro do país, tenhamos sido pautados pela questão da vida ou morte do deputado José Genoino. A execução das sentenças dividiria, de qualquer forma, a opinião. Portanto, esse assunto, por ser delicado, deveria ter sido tratado com a delicadeza necessária. Não o foi. O que aconteceu - e o que poderá acontecer - só aumentará o ódio no debate político brasileiro. A campanha se prefigura sombria.
Tv Paga
Estado de Minas: 25/11/2013
Música na telinha
O cantor Naldo Benny (foto), ou simplesmente Naldo, é o destaque de hoje à noite do canal Multishow, com o regsitro de uma apresentação realizada em julho em São Paulo e que terá seus melhores momentos exibidos às 20h30. Amanhã, às 21h, o canal Bis mostra tudo na íntegra. Em tempo: no canal Arte 1, hoje será reprisado o especial Paulinho da Viola – Meu tempo é hoje, às 18h, e o concerto Tchaikovsky gala, com a Orquestra Filarmônica de Leningrado, às 21h30. E no Canal Brasil, às 18h45, o programa Espelho recebe o quarteto mineiro Toca de Tatu.
Muitas atrações para cinéfilos de plantão
Outra estreia de hoje está no pacote de filmes. Às 22h, o Telecine Premium exibe a comédia O idiota do meu irmão, estrelada por Paul Rudd, Elizabeth Banks e Zooey Deschanel. Também merece destaque o drama Tudo vai dar certo, do dinamarquês Christoffer Boe, à 0h30, na Cultura. Na faixa das 22h, o assinante tem mais 10 opções: Behind the candelabra, na HBO HD; Chernobyl, na HBO 2; A toda prova, no Telecine Action; Atividade paranormal 4, no Telecine Premium; Excesso de bagagem, no ID; Meninas malvadas, no Studio Universal; London, no Sony Spin; Novo mundo, no Max Prime; O lutador, no TCM; e Quem quer ser um milionário?, na MGM. E ainda: O livro de Eli, às 19h55, no Universal Channel; As loucuras de Dick e Jane, às 23h, no Comedy Central; e Xica da Silva, à 0h15, no Canal Brasil.
SescTV exibe vídeos e curtas-metragens
“Vídeo: linguagens, tecnologias e as novas possibilidades” é o programa de hoje da série Videobrasil na TV, às 23h, no Sesc TV. A produção traça um retrato da cena de vídeo no Brasil no início dos anos 1980, época em que começava a popularização do suporte, e pesquisa como o vídeo foi absorvido por artistas e produtores independentes com o objetivo de construir novas estéticas para a imagem em movimento. Como aperitivo, a partir das 21h, a Faixa curtas emenda os filmes Areia (2008), de Caetano Gotardo; e Dov’è Meneghetti (1989), de Beto Brant.
Bio pega onda com Guilherme Tâmega
No segmento dos documentários, uma das novidades é um especial do canal Bio, às 18h45, com o perfil de Guilherme Tâmega, hexacampeão mundial de bodyboarding. No Canal Brasil, às 22h, a sessão É tudo verdade apresenta o longa Serra Pelada – A lenda da montanha de ouro, dirigido por Victor Lopes. No mesmo horário, a HBO exibe Como sobreviver à praga, sobre ativistas radicais portadores do vírus HIV que enfrentam a comunidade médica dos Estados Unidos.
A&E aposta em série policial da vida real
Ao longo da semana, o canal A&E vai mostrar ação real nas ruas em episódios inéditos de Polícia 24h. Serão três episódios especiais, hoje, quarta e sexta-feira, sempre às 20h. Os documentários acompanham o trabalho dos profissionais da área da segurança pública em ações cotidianas, desde um incêndio até a preparação para o esquema de policiamento durante uma partida de futebol, passando por brigas de casais e operações antidrogas.
CARAS & BOCAS » A ficha caiu
CARAS & BOCAS »
A ficha caiu
Simone Castro
Estado de Minas: 25/11/2013
Finalmente, Franz (Bruno Gagliasso) diz a Amélia (Bianca Bin) que sabe o vilão que o pai dele é |
Em Joia rara (Globo), Franz (Bruno
Gagliasso), enfim, confessa a Amélia (Bianca Bin) que lamenta e se sente
culpado por não ter enxergado quem realmente é seu pai, Ernest (José de
Abreu), e as coisas ruins que ele é capaz de cometer. O rapaz garante
que vai recuperar a guarda da filha, Pérola (Mel Maia). Franz fica
horrorizado quando descobre os motivos que forçaram Iolanda (Carolina
Dieckmann) a se casar com Ernest. Para desespero de Sílvia (Nathalia
Dill), ele decide sair de casa. Ela teme que a atitude do marido possa
comprometer seus planos de vingança. Ernest não acredita quando vê
Franz, Amélia e Pérola saírem da mansão de mãos dadas, em direção ao
cortiço. Ele promete vingança, mas o trio está feliz demais para se
importar com qualquer coisa.
CARLOS CASAGRANDE E SEUS TEMPOS DE ESCOLA
O ator Carlos Casagrande é o convidado do Tempos de escola, amanhã, às 22h30, no canal Futura (TV paga). O período escolhido para a entrevista é de 1979 a 1982, quando Carlos estudou na Escola Estadual Tomé Teixeira, na cidade de Itararé, em São Paulo. Filho de uma professora de matemática, ele foi aluno assíduo e estudioso. Com amigos do período escolar, o ator lembra momentos no colégio, como os shows que fazia no palco perto da cantina, cantando e tocando violão, e sua primeira moto, aos 17 anos. Por meio de fotos da época, ele recorda os desfiles organizados pela escola e conta como a cidade inteira ia para a rua assistir às crianças passarem.
MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA DÁ MUITO O QUE FALAR
O Brasil das Gerais, hoje, às 19h30, na Rede Minas, fecha a série em comemoração ao Mês da Consciência Negra abordando as ações afirmativas permanentes que são realizadas em Belo Horizonte, ou seja, ações públicas, privadas ou independentes que têm como objetivo combater a discriminação. Para falar sobre o tema, entre outros, João Angoleiro, mestre de capoeira d’Angola e representante da Associação Cultural Eu Sou Angoleiro, e Roberto Raimundo, representante da Cidade Hip-Hop.
OMBROS E BRAÇOS NA MIRA DO SUPERBONITA
Christiane Torloni é a convidada do Superbonita desta segunda, às 21h30, no GNT (TV paga). A edição é dedicada aos braços femininos. Para muitas mulheres, essa é uma parte do corpo que passa despercebida, para outras é motivo de muita preocupação estética. Mas, no fundo, o que toda mulher quer é ter os braços e ombros definidos. A atriz vai falar sobre o assunto na atração, que mostrará também tratamentos e dicas para eliminar de vez as gordurinhas localizadas, a flacidez, manchas e sardas.
REMAKE COMEÇA A SER GRAVADO EM JANEIRO
Meu pedacinho de chão, remake de Benedito Ruy Barbosa, substituta de Joia rara (Globo), começa a ser gravada em janeiro. O original, exibido em 1971, também é do autor. Na época, a trama rural foi protagonizada pela atriz René de Vielmond. No elenco da nova versão está confirmada a participação de Juliana Paes, que retorna da licença-maternidade do segundo filho. A estreia será em março.
Mais uma
A mansão do bilionário Walden (Ashton Kutcher) será palco de mais uma conquista do bon vivant, na série Two and a half men. Segundo o site TV Line, a atriz Odette Annable engrossará o elenco no papel de uma nova chefe de Walden, que acabará muito ligada a ele. Vale lembrar que ele quase foi fisgado, na temporada anterior, por Zoey (Sophie Winkleman).
Os melhores momentos, porém, girarão em torno de Alan (Jon Cryer), que ainda vive na mansão em Malibu, comprada por Walden depois da morte do irmão de Alan, o inesquecível Charlie (Charlie Sheen). No Brasil, a atração é exibida pela Warner.
viva
Globo repórter na terra da rainha da Inglaterra. Ótimo trabalho de Glória Maria.
vaia
A tal comunidade de Além do horizonte (Globo). Paraíso da felicidade? Não parece.
simone.castro@uai.com.br
CARLOS CASAGRANDE E SEUS TEMPOS DE ESCOLA
O ator Carlos Casagrande é o convidado do Tempos de escola, amanhã, às 22h30, no canal Futura (TV paga). O período escolhido para a entrevista é de 1979 a 1982, quando Carlos estudou na Escola Estadual Tomé Teixeira, na cidade de Itararé, em São Paulo. Filho de uma professora de matemática, ele foi aluno assíduo e estudioso. Com amigos do período escolar, o ator lembra momentos no colégio, como os shows que fazia no palco perto da cantina, cantando e tocando violão, e sua primeira moto, aos 17 anos. Por meio de fotos da época, ele recorda os desfiles organizados pela escola e conta como a cidade inteira ia para a rua assistir às crianças passarem.
MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA DÁ MUITO O QUE FALAR
O Brasil das Gerais, hoje, às 19h30, na Rede Minas, fecha a série em comemoração ao Mês da Consciência Negra abordando as ações afirmativas permanentes que são realizadas em Belo Horizonte, ou seja, ações públicas, privadas ou independentes que têm como objetivo combater a discriminação. Para falar sobre o tema, entre outros, João Angoleiro, mestre de capoeira d’Angola e representante da Associação Cultural Eu Sou Angoleiro, e Roberto Raimundo, representante da Cidade Hip-Hop.
OMBROS E BRAÇOS NA MIRA DO SUPERBONITA
Christiane Torloni é a convidada do Superbonita desta segunda, às 21h30, no GNT (TV paga). A edição é dedicada aos braços femininos. Para muitas mulheres, essa é uma parte do corpo que passa despercebida, para outras é motivo de muita preocupação estética. Mas, no fundo, o que toda mulher quer é ter os braços e ombros definidos. A atriz vai falar sobre o assunto na atração, que mostrará também tratamentos e dicas para eliminar de vez as gordurinhas localizadas, a flacidez, manchas e sardas.
REMAKE COMEÇA A SER GRAVADO EM JANEIRO
Meu pedacinho de chão, remake de Benedito Ruy Barbosa, substituta de Joia rara (Globo), começa a ser gravada em janeiro. O original, exibido em 1971, também é do autor. Na época, a trama rural foi protagonizada pela atriz René de Vielmond. No elenco da nova versão está confirmada a participação de Juliana Paes, que retorna da licença-maternidade do segundo filho. A estreia será em março.
Mais uma
A mansão do bilionário Walden (Ashton Kutcher) será palco de mais uma conquista do bon vivant, na série Two and a half men. Segundo o site TV Line, a atriz Odette Annable engrossará o elenco no papel de uma nova chefe de Walden, que acabará muito ligada a ele. Vale lembrar que ele quase foi fisgado, na temporada anterior, por Zoey (Sophie Winkleman).
Os melhores momentos, porém, girarão em torno de Alan (Jon Cryer), que ainda vive na mansão em Malibu, comprada por Walden depois da morte do irmão de Alan, o inesquecível Charlie (Charlie Sheen). No Brasil, a atração é exibida pela Warner.
viva
Globo repórter na terra da rainha da Inglaterra. Ótimo trabalho de Glória Maria.
vaia
A tal comunidade de Além do horizonte (Globo). Paraíso da felicidade? Não parece.
simone.castro@uai.com.br
EDUARDO ALMEIDA REIS - Son dos...
Estado de Minas: 25/11/2013
Contei-lhes de um amigo que foi parado numa estrada paraguaia – automóvel novo, documentos em dia, extintor, pneu sobressalente, ferramentas, tudo perfeito. O patrulheiro pediu para ver o triângulo, que lá estava virgem, quando o paraguaio informou: “Pero, acá, son dos”.
Dois triângulos! Um para botar lá atrás, bem longe, outro para botar lá na frente, bem longe, na hipótese de o automóvel enguiçar numa curva. O patrulheiro acabou levando uns trocados, que não estava interessado em multar ninguém. Ainda bem que nunca vimos cena parecida em nosso país grande e bobo.
Lembrei-me do achaque paraguaio há pouco, procurando no Google uma frase de personagem do Eça: “Aqui na casa, para a bordoada, só eu”. Encontrei-a no Orkut sabe o leitor de quem? Do seu amigo philosopho. É o segundo que encontro em meu nome, esse último sem foto, mas com as fotos de dois amigos, uma bela morena e um doutor em ciência da computação, na lista dos “meus” seguidores. Quer dizer: tenho pelo menos dois perfis no Orkut, que nunca frequentei. E a frase do Eça lá está citada por mim aqui no Estado de Minas.
Pois muito bem: aqui na casa, para o automóvel, só o Vrum e os seus meninos. Mas, porém, todavia, contudo resolvi contar episódio ocorrido mês passado, que dá ideia da maluquice no comércio automobilístico norte-americano.
Na Flórida, amigo meu tinha um Saab 2.0 T, embreagem, cinco marchas, turbo, com 130 mil km rodados. A Saab deixou de fabricar automóveis e sua única oficina especializada ficou a 200 quilômetros da cidade em que vive o meu amigo. Diante disso, ele caprichou na lavagem do carro e publicou as fotos num site pedindo US$ 5,5 mil pelo Saab.
Domingo, logo cedo, véspera de feriado nos EUA, pintou em sua casa uma família americana para ver o carro: pai, mãe, filho de 16 anos, que se interessava pelo Saab turbo de câmbio manual, duas irmãs e uma tia. O menino, que já tinha carteira, deu duas voltas nas ruas próximas levando no Saab uma parte da família, retornou à casa do vendedor e disse: “O carro é meu. Vou buscar os cinco e quinhentos”.
Véspera de feriado, bancos fechados, ficou difícil pegar os US$ 5,5 mil em caixas eletrônicos, mas o menino é tinhoso, queria o Saab, reuniu a família inteira visitando caixas eletrônicos e reapareceu no final da tarde com US$ 5,5 mil em notas de US$ 20. Feliz da vida, foi-se embora com o Saab.
Números
Caribenha, a Ilha de Hispaniola foi habitada pelos taínos desde o século VII, descoberta por Cristóvão Colombo em 1492 e dominada por franceses e espanhóis durante três séculos. É dividida entre a República Dominicana e o Haiti, que ocupa um terço da área. Os dois terços da República Dominicana totalizam pouco mais que 44 mil quilômetros quadrados, contra 27 mil do nosso glorioso estado de Alagoas, com os seus políticos eleitos em 102 municípios.
Independente da Espanha desde 1821, foi dominada pelo Haiti até 1844, quando se livrou do vizinho para ser reconquistada pela Espanha em 1861 e restaurar sua independência em 1865. Agora, o Tribunal Constitucional dominicano retirou a cidadania de 250 mil descendentes de haitianos, que se tornaram apátridas.
Jornal carioca publicou quadro sobre os contrastes entre os vizinhos Haiti, doravante H neste belo philosophar, e a República Dominicana, RD para facilitar nosso entendimento. População: 9,9 milhões no H, contra 10,2 milhões na RD. Abaixo da linha de pobreza: 80% H, contra 34,4% RD. Expectativa de vida: 62,8 R, contra 77,6 RD. IDH: 0,456 (baixo) H, contra 0,702 (médio) RD. PIB per capita: US$ 1.300 R, contra US$ 9.800 RD. Desemprego: 40,6% R, contra 14,7% RD.
São números assustadores em países vizinhos, o Haiti, que fala creole e francês, e a República Dominicana, de fala espanhola. Compete ao leitor analisar as causas e concausas do fenômeno. Só entendo de charutos e posso atestar que a República Dominicana produz bons charutos à venda nos Estados Unidos por uma tuta e meia.
A título de curiosidade, informo ao pacientíssimo leitor que o Brasil fechou o ano de 2012 com um PIB per capita de R$ 22.402, algo em torno de US$ 10.180, um pouquinho mais que os US$ 9.800 da República Dominicana, donde se conclui que estamos em situação bem melhor que a do Haiti.
O mundo é uma bola
25 de novembro de 1120, Guilherme Adelin, herdeiro de Henrique I, da Inglaterra, morre no naufrágio do White Ship. Era o único filho legítimo do rei Henrique.
Em 1845, José Maria Eça de Queirós nasce, na Póvoa do Varzim, o que faz do dia de hoje, para um philosopho amigo nosso, o mais importante de todo o calendário. Em 1865, a vila de São Paulo do Muriahé foi elevada à categoria de cidade. Muriaé é a terra natal do deputado Bráulio Braz, que antigamente me telefonava no dia do meu aniversário, mas deve ter brigado comigo.
Hoje é o Dia do Doador Voluntário de Sangue, bem como o Dia da Baiana do Acarajé.
Contei-lhes de um amigo que foi parado numa estrada paraguaia – automóvel novo, documentos em dia, extintor, pneu sobressalente, ferramentas, tudo perfeito. O patrulheiro pediu para ver o triângulo, que lá estava virgem, quando o paraguaio informou: “Pero, acá, son dos”.
Dois triângulos! Um para botar lá atrás, bem longe, outro para botar lá na frente, bem longe, na hipótese de o automóvel enguiçar numa curva. O patrulheiro acabou levando uns trocados, que não estava interessado em multar ninguém. Ainda bem que nunca vimos cena parecida em nosso país grande e bobo.
Lembrei-me do achaque paraguaio há pouco, procurando no Google uma frase de personagem do Eça: “Aqui na casa, para a bordoada, só eu”. Encontrei-a no Orkut sabe o leitor de quem? Do seu amigo philosopho. É o segundo que encontro em meu nome, esse último sem foto, mas com as fotos de dois amigos, uma bela morena e um doutor em ciência da computação, na lista dos “meus” seguidores. Quer dizer: tenho pelo menos dois perfis no Orkut, que nunca frequentei. E a frase do Eça lá está citada por mim aqui no Estado de Minas.
Pois muito bem: aqui na casa, para o automóvel, só o Vrum e os seus meninos. Mas, porém, todavia, contudo resolvi contar episódio ocorrido mês passado, que dá ideia da maluquice no comércio automobilístico norte-americano.
Na Flórida, amigo meu tinha um Saab 2.0 T, embreagem, cinco marchas, turbo, com 130 mil km rodados. A Saab deixou de fabricar automóveis e sua única oficina especializada ficou a 200 quilômetros da cidade em que vive o meu amigo. Diante disso, ele caprichou na lavagem do carro e publicou as fotos num site pedindo US$ 5,5 mil pelo Saab.
Domingo, logo cedo, véspera de feriado nos EUA, pintou em sua casa uma família americana para ver o carro: pai, mãe, filho de 16 anos, que se interessava pelo Saab turbo de câmbio manual, duas irmãs e uma tia. O menino, que já tinha carteira, deu duas voltas nas ruas próximas levando no Saab uma parte da família, retornou à casa do vendedor e disse: “O carro é meu. Vou buscar os cinco e quinhentos”.
Véspera de feriado, bancos fechados, ficou difícil pegar os US$ 5,5 mil em caixas eletrônicos, mas o menino é tinhoso, queria o Saab, reuniu a família inteira visitando caixas eletrônicos e reapareceu no final da tarde com US$ 5,5 mil em notas de US$ 20. Feliz da vida, foi-se embora com o Saab.
Números
Caribenha, a Ilha de Hispaniola foi habitada pelos taínos desde o século VII, descoberta por Cristóvão Colombo em 1492 e dominada por franceses e espanhóis durante três séculos. É dividida entre a República Dominicana e o Haiti, que ocupa um terço da área. Os dois terços da República Dominicana totalizam pouco mais que 44 mil quilômetros quadrados, contra 27 mil do nosso glorioso estado de Alagoas, com os seus políticos eleitos em 102 municípios.
Independente da Espanha desde 1821, foi dominada pelo Haiti até 1844, quando se livrou do vizinho para ser reconquistada pela Espanha em 1861 e restaurar sua independência em 1865. Agora, o Tribunal Constitucional dominicano retirou a cidadania de 250 mil descendentes de haitianos, que se tornaram apátridas.
Jornal carioca publicou quadro sobre os contrastes entre os vizinhos Haiti, doravante H neste belo philosophar, e a República Dominicana, RD para facilitar nosso entendimento. População: 9,9 milhões no H, contra 10,2 milhões na RD. Abaixo da linha de pobreza: 80% H, contra 34,4% RD. Expectativa de vida: 62,8 R, contra 77,6 RD. IDH: 0,456 (baixo) H, contra 0,702 (médio) RD. PIB per capita: US$ 1.300 R, contra US$ 9.800 RD. Desemprego: 40,6% R, contra 14,7% RD.
São números assustadores em países vizinhos, o Haiti, que fala creole e francês, e a República Dominicana, de fala espanhola. Compete ao leitor analisar as causas e concausas do fenômeno. Só entendo de charutos e posso atestar que a República Dominicana produz bons charutos à venda nos Estados Unidos por uma tuta e meia.
A título de curiosidade, informo ao pacientíssimo leitor que o Brasil fechou o ano de 2012 com um PIB per capita de R$ 22.402, algo em torno de US$ 10.180, um pouquinho mais que os US$ 9.800 da República Dominicana, donde se conclui que estamos em situação bem melhor que a do Haiti.
O mundo é uma bola
25 de novembro de 1120, Guilherme Adelin, herdeiro de Henrique I, da Inglaterra, morre no naufrágio do White Ship. Era o único filho legítimo do rei Henrique.
Em 1845, José Maria Eça de Queirós nasce, na Póvoa do Varzim, o que faz do dia de hoje, para um philosopho amigo nosso, o mais importante de todo o calendário. Em 1865, a vila de São Paulo do Muriahé foi elevada à categoria de cidade. Muriaé é a terra natal do deputado Bráulio Braz, que antigamente me telefonava no dia do meu aniversário, mas deve ter brigado comigo.
Hoje é o Dia do Doador Voluntário de Sangue, bem como o Dia da Baiana do Acarajé.
Cientistas captam partículas de alta energia vindas de regiões diferentes
Sinais inéditos do espaço
Pela primeira vez, cientistas captam neutrinos de alta energia vindos de toda parte do cosmo. Identificação das partículas subatômicas pode ajudar na compreensão da origem do Universo
Isabela de Oliveira
Estado de Minas: 25/11/2013
Brasília – Em 2010, um laboratório batizado de Ice Cube foi inaugurado no meio do Polo Sul com o objetivo de “pescar” partículas vindas do espaço. Os dados que o superdetector colheu valeram o investimento de US$ 272 milhões feito pela Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos, dizem os cientistas envolvidos no projeto. Isso porque, pela primeira vez, a máquina conseguiu captar neutrinos de alta energia vindos de pontos distantes do cosmo, csegundo descreve um artigo publicado na edição de sexta-feira da revista Science. A façanha deve ajudar os cientistas a entenderem mais detalhadamente como ocorreu o Big Bang (a expansão acelerada que deu origem ao universo) e inaugurar uma nova fase da astronomia.
Os neutrinos são partículas subatômicas, quase sem massa, que pouco interagem com outros tipos de matéria, e tiveram um papel crucial na formação do universo. Os anunciados agora podem ter surgido da explosão de uma supernova ou do próprio Big Bang. Ou seja, há chances de que os pesquisadores tenham colhido alguns “fragmentos” do fenômeno que deu início a tudo que existe. Isso abre perspectivas incríveis de estudo. “Eu gostaria de poder dizer, dentro de 20 anos, que essa descoberta marcou o início da era da astronomia de neutrinos”, diz Olga Botner, integrante da equipe de 276 pesquisadores envolvidos no projeto.
Os especialistas conseguiram identificar precisamente 28 neutrinos entre 2010 e 2012. Eles tinham energia acima de 30 trilhões de teraeletrovolts (TeV), um milhão de vezes superior a partículas semelhantes observadas em 1987, geradas por uma supernova. Em altas energias, esse elemento se torna uma ferramenta única para o estudo espacial. A maior parte do conhecimento sobre o cosmo veio da análise da radiação eletromagnética, que conta com informações sobre ondas de rádio, raios X e raios gama. No entanto, até chegar aos cientistas, essa radiação é absorvida por interações com a matéria e a luz estelar, por exemplo. Isso faz com que algumas regiões do universo só possam ser alcançadas pela observação de neutrinos, uma vez que eles pouco interagem com outros tipos de matéria.
Apesar da importante descoberta, os autores sabem que ainda têm muito pela frente, incluindo identificar com precisão a origem das partículas. “Estamos muito entusiasmados com a possibilidade de explorar fronteiras desconhecidas. No entanto, antes que esse sonho se torne realidade, precisamos melhorar nossas técnicas. Até agora temos sido incapazes de identificar as fontes de nossos neutrinos de alta energia. Para isso, precisamos melhorar a nossa resolução angular e coletar mais amostras”, diz Botner. Para isso, a equipe do Ice Cube propõe triplicar o volume da matriz usada na pesquisa. Isso deve levar à construção de novos superdetectores, que formarão uma rede instalada no fundo do Mar Mediterrâneo.
Para Peter Leroy Faria, doutor em astrofísica e curador de astronomia do Museu de Ciências Naturais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, a identificação é um passo importante na compreensão do espaço. “Essas partículas constituem uma forma de radiação fundamental para estudarmos a estrutura do espaço. Elas são marcadores importantes da formação de tudo. Os neutrinos encontrados por esses pesquisadores podem ser, sim, resultados do Big Bang, mas é bem provável que sejam de uma supernova que explodiu na vizinhança”, ressalta o especialista, que não participou do estudo.
Pela primeira vez, cientistas captam neutrinos de alta energia vindos de toda parte do cosmo. Identificação das partículas subatômicas pode ajudar na compreensão da origem do Universo
Isabela de Oliveira
Estado de Minas: 25/11/2013
O laboratório Ice Cube, instalado no Polo Sul: identificação de 28 neutrinos que podem ter sido gerados durante o Big Bang |
Brasília – Em 2010, um laboratório batizado de Ice Cube foi inaugurado no meio do Polo Sul com o objetivo de “pescar” partículas vindas do espaço. Os dados que o superdetector colheu valeram o investimento de US$ 272 milhões feito pela Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos, dizem os cientistas envolvidos no projeto. Isso porque, pela primeira vez, a máquina conseguiu captar neutrinos de alta energia vindos de pontos distantes do cosmo, csegundo descreve um artigo publicado na edição de sexta-feira da revista Science. A façanha deve ajudar os cientistas a entenderem mais detalhadamente como ocorreu o Big Bang (a expansão acelerada que deu origem ao universo) e inaugurar uma nova fase da astronomia.
Os neutrinos são partículas subatômicas, quase sem massa, que pouco interagem com outros tipos de matéria, e tiveram um papel crucial na formação do universo. Os anunciados agora podem ter surgido da explosão de uma supernova ou do próprio Big Bang. Ou seja, há chances de que os pesquisadores tenham colhido alguns “fragmentos” do fenômeno que deu início a tudo que existe. Isso abre perspectivas incríveis de estudo. “Eu gostaria de poder dizer, dentro de 20 anos, que essa descoberta marcou o início da era da astronomia de neutrinos”, diz Olga Botner, integrante da equipe de 276 pesquisadores envolvidos no projeto.
Os especialistas conseguiram identificar precisamente 28 neutrinos entre 2010 e 2012. Eles tinham energia acima de 30 trilhões de teraeletrovolts (TeV), um milhão de vezes superior a partículas semelhantes observadas em 1987, geradas por uma supernova. Em altas energias, esse elemento se torna uma ferramenta única para o estudo espacial. A maior parte do conhecimento sobre o cosmo veio da análise da radiação eletromagnética, que conta com informações sobre ondas de rádio, raios X e raios gama. No entanto, até chegar aos cientistas, essa radiação é absorvida por interações com a matéria e a luz estelar, por exemplo. Isso faz com que algumas regiões do universo só possam ser alcançadas pela observação de neutrinos, uma vez que eles pouco interagem com outros tipos de matéria.
Apesar da importante descoberta, os autores sabem que ainda têm muito pela frente, incluindo identificar com precisão a origem das partículas. “Estamos muito entusiasmados com a possibilidade de explorar fronteiras desconhecidas. No entanto, antes que esse sonho se torne realidade, precisamos melhorar nossas técnicas. Até agora temos sido incapazes de identificar as fontes de nossos neutrinos de alta energia. Para isso, precisamos melhorar a nossa resolução angular e coletar mais amostras”, diz Botner. Para isso, a equipe do Ice Cube propõe triplicar o volume da matriz usada na pesquisa. Isso deve levar à construção de novos superdetectores, que formarão uma rede instalada no fundo do Mar Mediterrâneo.
Para Peter Leroy Faria, doutor em astrofísica e curador de astronomia do Museu de Ciências Naturais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, a identificação é um passo importante na compreensão do espaço. “Essas partículas constituem uma forma de radiação fundamental para estudarmos a estrutura do espaço. Elas são marcadores importantes da formação de tudo. Os neutrinos encontrados por esses pesquisadores podem ser, sim, resultados do Big Bang, mas é bem provável que sejam de uma supernova que explodiu na vizinhança”, ressalta o especialista, que não participou do estudo.
Inimigo oculto - Humberto Siqueira
OMS alerta comunidade médica sobre o gás
radônio, segundo maior causador de câncer de pulmão. Ele gera partículas
alfa-radioativas, que ficam no ar e são inaladas
Humberto Siqueira
Estado de Minas: 25/11/2013
A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou o alerta durante o último Congresso Europeu de Oncologia: o gás radônio é o segundo maior causador de câncer de pulmão no mundo, atrás apenas do tabagismo. Considerado um inimigo oculto, o gás radiotivo é inerte, inodoro, incolor e insípido. Originário da quebra natural do urânio, rádio e do tório, presente em solos e rochas, só pode ser detectado com equipamentos de ponta.
De acordo com o coordenador do Laboratório de Radioatividade Natural da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Thomas Ferreira da Costa Campos, que organizou a cartilha Consequências do gás radônio na saúde humana, esses elementos naturais podem ser encontrados em qualquer parte do mundo. “Quanto maior for o teor de rádio no solo, maior o potencial de aparecimento de níveis elevados de radônio dentro de construções acima desse solo. Consequentemente, não se deve perguntar ‘e xiste Radônio aqui?’, mas sim, ‘quanto de radônio tem nesse ambiente?’”, explica.
O gás é responsável por 55% da radiação que o ser humano recebe ao longo de sua vida. Conforme explica o oncologista André Márcio Murad, pesquisador e coordenador do Serviço de Oncologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC/UFMG), o gás que sai do solo entra em construções por tubulações, fendas e rachaduras, se acumula e atinge concentrações que podem ser danosas à saúde, sendo maior em casas, pavimentos térreos e em andares inferiores dos edifícios.
O gás gera partículas alfa-radioativas que permanecem no ar e são posteriormente inaladas, depositando-se no epitélio das vias aéreas. “Tais partículas, quando em contato a longo prazo com o tecido que reveste o interior do pulmão, pode oxidar o DNA, levando ao câncer de pulmão. Ao ar livre, o radônio não é um risco importante para a saúde, por se diluir no ambiente”, afirma Murad, que dirige também o Centro Avançado de Tratamento Oncológico (Cenantron).
O oncologista explica que a suspeita de outras causas para o câncer de pulmão, além do tabagismo, surgiu diante da queda do número de fumantes no mundo nos últimos anos. “Na década de 1970, cerca de 30% da população mundial fumava, hoje o percentual é em torno de 15%. Mas o número de casos de câncer de pulmão não reduziu na mesma proporção. Por essa razão, especialistas do mundo todo começaram a buscar outras causas. E chegou-se ao radônio”, diz.
A OMS estima que de 5% a 15% das mortes ligadas a esse tipo de tumor ocorre entre fumantes, e de 25% a 30% entre não fumantes está relacionada com o gás. O câncer de pulmão é o mais frequente no mundo, e o que mais mata. Por ano são 1,6 milhão de novos casos e 1,4 milhão de mortes. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam esse tipo de câncer como o mais comum entre todos os tumores malignos, apresentando aumento de 2% ao ano em sua incidência mundial. No Brasil, a doença leva a óbito aproximadamente 22 mil pessoas, anualmente. Altamente letal, a sobrevida média cumulativa total em cinco anos varia entre 13% e 21% em países desenvolvidos, e entre 7% e 10%, nos países em desenvolvimento.
PROBABILIDADES Para Thomas Campos, a chance de desenvolver o câncer é como uma pessoa cega lançando dardos contra determinado alvo. “Se a pessoa lança apenas um de cada vez, provavelmente levará bastante tempo para acertar. Por outro lado, se a pessoa lançar um punhado de dardos ao mesmo tempo, a probabilidade de acertar é bem maior. Essa analogia pode ser usada para entender que para uma partícula alfa atingir uma célula pulmonar de uma maneira que cause câncer, vai depender da dose e do tempo de exposição”, esclarece.
Entidades internacionais, como a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), classificam o radônio como carcinógeno de classe I, o que indica alto risco à saúde. Segundo a OMS, o radônio expõe todos os povos a um risco sanitário que pode ser facilmente prevenido, mas que, até agora, era tratado como um assunto que não chamava a atenção. Um estudo realizado em residências em 2000 apontaram Suécia, Noruega, Finlândia e República Tcheca como os países onde foi detectada a maior presença de radônio. O frio facilita a concentração do gás, especialmente em ambientes calafetados e aquecidos artificialmente, já que ficam fechados.
Para combater o problema, a organização aposta na informação, com campanhas dirigidas aos políticos e à opinião pública. O projeto terá duração de três anos e, entre as medidas propostas, podemos citar a avaliação de riscos, a adoção de normas para reduzir a exposição e a concentração do gás como a despressurização do solo, selagem de pisos e paredes, tratamento de água contaminada, aumento da ventilação de porões e melhoria da ventilação interna e do movimento do ar.
Nível do gás em casas da RMBH preocupa
Belo Horizonte tem uma concentração média de radônio maior do que outras metrópoles, como Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Campinas. A conclusão é parte de um trabalho do programa de pós-graduação em Ciências e Técnicas Nucleares da Escola de Engenharia Nuclear da UFMG. Intitulado Distribuição da concentração de radônio em residências e outras construções da Região Metropolitana de BH, o estudo é fruto de uma parceria com o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN), órgão integrante da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). A primeira fase da pesquisa, divulgada em 2011, inclusive em reportagem do Estado de Minas, identificou que 15% das 540 residências e construções analisadas apresentaram concentrações do radônio superiores aos limites de 150 bequerel por metro cúbico (Bq/m³) e de 200 Bq/m³, preconizados pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Usepa) e pela Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP) como inofensivos à saúde humana._
“Pudemos concluir que a quantidade do gás presente nesse tipo de ambiente tem grande variabilidade de um lugar para outro. Os valores vão de 4,0 a 1.576 Bq/m³. Mas com a ressalva de que foram medidos a curto prazo (entre dois e sete dias) e em ambientes fechados. Por conta disso, passamos para uma nova etapa de trabalho, que deverá ser concluída no fim de 2014, em que teremos em mãos dados coletados a longo prazo, em períodos entre três e 12 meses”, esclarece Zildete Rocha, pesquisador do CDTN e um dos orientadores do trabalho.
Ele explica que o radônio está fortemente ligado às características geológicas do local, como tipo de solo e rocha da região. E Belo Horizonte está cercada por áreas de minério. “Além disso, a Região Metropolitana de BH (RMBH) está assentada em terreno cujo embasamento geológico é composto principalmente por rochas graníticas, que apresentam considerável concentração de radionuclídeos naturais”, acrescenta. Detectores de câmara de ionização de eletretos foram usados para medir a concentração do radônio. Moradores de Poços de Caldas, no Sul do estado, também precisam se atentar para o problema, já que a cidade abriga a primeira mineração de urânio brasileira.
Nível aceitável
O radônio pode ser dissolvido na água subterrânea e ser lançado no ar da residência durante o banho, lavagem de roupa e outras atividades que utilizam água. Casas com abastecimento de água subterrânea, seja pública ou proveniente de poços, são as mais propícias a estar contaminadas. Mas a preocupação maior não é o uso generalizado dessa água contaminada, nem mesmo sua ingestão, mas a infiltração do radônio no ar que respiramos além daquele que vem diretamente do solo. Seria necessário muito radônio na água para alterar a concentração do gás no ar. Isso porque 250.000 Bq/m3 presente na água aumenta apenas em 25 Bq/m3 no ar. Assim, ao se testar os níveis de radônio, deve-se optar pela medição da concentração no ar, por ser ela a que influencia mais sobre a saúde humana e animal.
Câncer de pulmão
Sintomas mais comuns
* Os sintomas são diferentes de acordo com a localização do tumor no pulmão. Entre eles:
Tosse, geralmente seca, com persistência por mais de três semanas, ou nos fumantes com tosse crônica quando ocorre mudança da mesma, tornando-se mais intensa ou em horários diferentes dos habituais;
Dispnéia (falta de ar) podendo estar relacionada aos esforços ou mesmo as atividades habituais como tomar banho e em alguns casos até mesmo no repouso. Surge de forma leve ocorrendo piora com o passar do tempo;
Dor torácica continua, podendo estar relacionada com os movimentos respiratórios ou com a posição;
Presença de sangue no escarro, juntamente com a tosse, sintoma também bastante associado a tuberculose;
Pneumonias de repetição ou “mal curadas”;
Inchaço no pescoço ou na face;
Perda significativa de peso;
Rouquidão por mais de sete dias.
Como se prevenir
Pare de fumar: 95% dos casos de câncer do pulmão em homens e 80% dos casos de câncer em mulheres são relacionados ao tabagismo;
Se você for fumante, consulte seu médico para que juntos, busquem alternativas e tratamentos para conseguir abandonar este hábito de risco;
Reduza a exposição a alguns elementos químicos, como amianto arsênico, berílio, cromo, radônio, níquel, cádmio e cloreto de vinila, encontrados em construção naval, mineradoras, isolantes térmicos e em fábricas de freios. Use equipamentos de segurança e exija da sua empresa medidas seguras de trabalho.
Diagnóstico da doença
O diagnóstico definitivo de câncer somente pode ser feito por meio de exame anatomopatológico (amostra do tecido que é submetido ao teste). A biópsia pode ser obtida por meio das seguintes técnicas:
Broncoscopia: exame endoscópico que introduz um
aparelho fino e flexível pela via aérea, permitindo a visualização do caminho que percorre o ar para os pulmões. A biopsia já é automaticamente solicitada nos casos que indicam alguma alteração;
Biopsia por agulha: feita com anestesia local e com auxilio
da tomografia, o radiologista pode alcançar a lesão com uma agulha e obter uma biópsia;
Toracoscopia (vídeo): procedimento cirúrgico no qual um tubo é introduzido dentro da cavidade torácica e com o auxílio do vídeo pode-se avaliar a cavidade torácica e, eventualmente, obter material para biópsia;
Mediastinoscopia: procedimento cirúrgico feito por um pequeno corte no pescoço, alcançando alguns locais dentro do tórax para obtenção de material para biópsia;
Toracocentese: procedimento simples com o qual se retira um pouco de líquido nos casos de aparecimento de líquido no pulmão (também conhecido por derrame pleural).
Fonte: Hospital de Câncer de Barretos (SP), um dos maiores centros oncológicos brasileiros.
Humberto Siqueira
Estado de Minas: 25/11/2013
A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou o alerta durante o último Congresso Europeu de Oncologia: o gás radônio é o segundo maior causador de câncer de pulmão no mundo, atrás apenas do tabagismo. Considerado um inimigo oculto, o gás radiotivo é inerte, inodoro, incolor e insípido. Originário da quebra natural do urânio, rádio e do tório, presente em solos e rochas, só pode ser detectado com equipamentos de ponta.
De acordo com o coordenador do Laboratório de Radioatividade Natural da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Thomas Ferreira da Costa Campos, que organizou a cartilha Consequências do gás radônio na saúde humana, esses elementos naturais podem ser encontrados em qualquer parte do mundo. “Quanto maior for o teor de rádio no solo, maior o potencial de aparecimento de níveis elevados de radônio dentro de construções acima desse solo. Consequentemente, não se deve perguntar ‘e xiste Radônio aqui?’, mas sim, ‘quanto de radônio tem nesse ambiente?’”, explica.
O gás é responsável por 55% da radiação que o ser humano recebe ao longo de sua vida. Conforme explica o oncologista André Márcio Murad, pesquisador e coordenador do Serviço de Oncologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC/UFMG), o gás que sai do solo entra em construções por tubulações, fendas e rachaduras, se acumula e atinge concentrações que podem ser danosas à saúde, sendo maior em casas, pavimentos térreos e em andares inferiores dos edifícios.
O gás gera partículas alfa-radioativas que permanecem no ar e são posteriormente inaladas, depositando-se no epitélio das vias aéreas. “Tais partículas, quando em contato a longo prazo com o tecido que reveste o interior do pulmão, pode oxidar o DNA, levando ao câncer de pulmão. Ao ar livre, o radônio não é um risco importante para a saúde, por se diluir no ambiente”, afirma Murad, que dirige também o Centro Avançado de Tratamento Oncológico (Cenantron).
O oncologista explica que a suspeita de outras causas para o câncer de pulmão, além do tabagismo, surgiu diante da queda do número de fumantes no mundo nos últimos anos. “Na década de 1970, cerca de 30% da população mundial fumava, hoje o percentual é em torno de 15%. Mas o número de casos de câncer de pulmão não reduziu na mesma proporção. Por essa razão, especialistas do mundo todo começaram a buscar outras causas. E chegou-se ao radônio”, diz.
A OMS estima que de 5% a 15% das mortes ligadas a esse tipo de tumor ocorre entre fumantes, e de 25% a 30% entre não fumantes está relacionada com o gás. O câncer de pulmão é o mais frequente no mundo, e o que mais mata. Por ano são 1,6 milhão de novos casos e 1,4 milhão de mortes. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam esse tipo de câncer como o mais comum entre todos os tumores malignos, apresentando aumento de 2% ao ano em sua incidência mundial. No Brasil, a doença leva a óbito aproximadamente 22 mil pessoas, anualmente. Altamente letal, a sobrevida média cumulativa total em cinco anos varia entre 13% e 21% em países desenvolvidos, e entre 7% e 10%, nos países em desenvolvimento.
PROBABILIDADES Para Thomas Campos, a chance de desenvolver o câncer é como uma pessoa cega lançando dardos contra determinado alvo. “Se a pessoa lança apenas um de cada vez, provavelmente levará bastante tempo para acertar. Por outro lado, se a pessoa lançar um punhado de dardos ao mesmo tempo, a probabilidade de acertar é bem maior. Essa analogia pode ser usada para entender que para uma partícula alfa atingir uma célula pulmonar de uma maneira que cause câncer, vai depender da dose e do tempo de exposição”, esclarece.
Entidades internacionais, como a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), classificam o radônio como carcinógeno de classe I, o que indica alto risco à saúde. Segundo a OMS, o radônio expõe todos os povos a um risco sanitário que pode ser facilmente prevenido, mas que, até agora, era tratado como um assunto que não chamava a atenção. Um estudo realizado em residências em 2000 apontaram Suécia, Noruega, Finlândia e República Tcheca como os países onde foi detectada a maior presença de radônio. O frio facilita a concentração do gás, especialmente em ambientes calafetados e aquecidos artificialmente, já que ficam fechados.
Para combater o problema, a organização aposta na informação, com campanhas dirigidas aos políticos e à opinião pública. O projeto terá duração de três anos e, entre as medidas propostas, podemos citar a avaliação de riscos, a adoção de normas para reduzir a exposição e a concentração do gás como a despressurização do solo, selagem de pisos e paredes, tratamento de água contaminada, aumento da ventilação de porões e melhoria da ventilação interna e do movimento do ar.
Nível do gás em casas da RMBH preocupa
Belo Horizonte tem uma concentração média de radônio maior do que outras metrópoles, como Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Campinas. A conclusão é parte de um trabalho do programa de pós-graduação em Ciências e Técnicas Nucleares da Escola de Engenharia Nuclear da UFMG. Intitulado Distribuição da concentração de radônio em residências e outras construções da Região Metropolitana de BH, o estudo é fruto de uma parceria com o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN), órgão integrante da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). A primeira fase da pesquisa, divulgada em 2011, inclusive em reportagem do Estado de Minas, identificou que 15% das 540 residências e construções analisadas apresentaram concentrações do radônio superiores aos limites de 150 bequerel por metro cúbico (Bq/m³) e de 200 Bq/m³, preconizados pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Usepa) e pela Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP) como inofensivos à saúde humana._
“Pudemos concluir que a quantidade do gás presente nesse tipo de ambiente tem grande variabilidade de um lugar para outro. Os valores vão de 4,0 a 1.576 Bq/m³. Mas com a ressalva de que foram medidos a curto prazo (entre dois e sete dias) e em ambientes fechados. Por conta disso, passamos para uma nova etapa de trabalho, que deverá ser concluída no fim de 2014, em que teremos em mãos dados coletados a longo prazo, em períodos entre três e 12 meses”, esclarece Zildete Rocha, pesquisador do CDTN e um dos orientadores do trabalho.
Ele explica que o radônio está fortemente ligado às características geológicas do local, como tipo de solo e rocha da região. E Belo Horizonte está cercada por áreas de minério. “Além disso, a Região Metropolitana de BH (RMBH) está assentada em terreno cujo embasamento geológico é composto principalmente por rochas graníticas, que apresentam considerável concentração de radionuclídeos naturais”, acrescenta. Detectores de câmara de ionização de eletretos foram usados para medir a concentração do radônio. Moradores de Poços de Caldas, no Sul do estado, também precisam se atentar para o problema, já que a cidade abriga a primeira mineração de urânio brasileira.
Nível aceitável
O radônio pode ser dissolvido na água subterrânea e ser lançado no ar da residência durante o banho, lavagem de roupa e outras atividades que utilizam água. Casas com abastecimento de água subterrânea, seja pública ou proveniente de poços, são as mais propícias a estar contaminadas. Mas a preocupação maior não é o uso generalizado dessa água contaminada, nem mesmo sua ingestão, mas a infiltração do radônio no ar que respiramos além daquele que vem diretamente do solo. Seria necessário muito radônio na água para alterar a concentração do gás no ar. Isso porque 250.000 Bq/m3 presente na água aumenta apenas em 25 Bq/m3 no ar. Assim, ao se testar os níveis de radônio, deve-se optar pela medição da concentração no ar, por ser ela a que influencia mais sobre a saúde humana e animal.
Câncer de pulmão
Sintomas mais comuns
* Os sintomas são diferentes de acordo com a localização do tumor no pulmão. Entre eles:
Tosse, geralmente seca, com persistência por mais de três semanas, ou nos fumantes com tosse crônica quando ocorre mudança da mesma, tornando-se mais intensa ou em horários diferentes dos habituais;
Dispnéia (falta de ar) podendo estar relacionada aos esforços ou mesmo as atividades habituais como tomar banho e em alguns casos até mesmo no repouso. Surge de forma leve ocorrendo piora com o passar do tempo;
Dor torácica continua, podendo estar relacionada com os movimentos respiratórios ou com a posição;
Presença de sangue no escarro, juntamente com a tosse, sintoma também bastante associado a tuberculose;
Pneumonias de repetição ou “mal curadas”;
Inchaço no pescoço ou na face;
Perda significativa de peso;
Rouquidão por mais de sete dias.
Como se prevenir
Pare de fumar: 95% dos casos de câncer do pulmão em homens e 80% dos casos de câncer em mulheres são relacionados ao tabagismo;
Se você for fumante, consulte seu médico para que juntos, busquem alternativas e tratamentos para conseguir abandonar este hábito de risco;
Reduza a exposição a alguns elementos químicos, como amianto arsênico, berílio, cromo, radônio, níquel, cádmio e cloreto de vinila, encontrados em construção naval, mineradoras, isolantes térmicos e em fábricas de freios. Use equipamentos de segurança e exija da sua empresa medidas seguras de trabalho.
Diagnóstico da doença
O diagnóstico definitivo de câncer somente pode ser feito por meio de exame anatomopatológico (amostra do tecido que é submetido ao teste). A biópsia pode ser obtida por meio das seguintes técnicas:
Broncoscopia: exame endoscópico que introduz um
aparelho fino e flexível pela via aérea, permitindo a visualização do caminho que percorre o ar para os pulmões. A biopsia já é automaticamente solicitada nos casos que indicam alguma alteração;
Biopsia por agulha: feita com anestesia local e com auxilio
da tomografia, o radiologista pode alcançar a lesão com uma agulha e obter uma biópsia;
Toracoscopia (vídeo): procedimento cirúrgico no qual um tubo é introduzido dentro da cavidade torácica e com o auxílio do vídeo pode-se avaliar a cavidade torácica e, eventualmente, obter material para biópsia;
Mediastinoscopia: procedimento cirúrgico feito por um pequeno corte no pescoço, alcançando alguns locais dentro do tórax para obtenção de material para biópsia;
Toracocentese: procedimento simples com o qual se retira um pouco de líquido nos casos de aparecimento de líquido no pulmão (também conhecido por derrame pleural).
Fonte: Hospital de Câncer de Barretos (SP), um dos maiores centros oncológicos brasileiros.
Assinar:
Postagens (Atom)