terça-feira, 6 de maio de 2014

TeVê

TV paga
Estado de Minas: 06/05/2014


 (TV Brasil/Divulgação)
 Resgate histórico
O canal Futura lança hoje uma nova faixa de documentários biográficos. E começa com Getúlio Vargas (foto), que está em evidência com a recente estreia nos cinemas do filme de João Jardim e pela passagem dos 60 da morte do presidente (em 24 de agosto). O Bio.Futura vai ao ar toda terça-feira, às 23h. Ainda hoje, às 20h, a emissora apresenta o documentário Japo, que mostra como os índios da aldeia Sapukai, em Angra dos Reis (RJ), são apaixonados por futebol.



Boas opções também no pacote de curtas
Ainda no Futura, às 14h35, o Sala de notícias exibe o curta-metragem Visuais de Teerã, de Rafael Bacelar e Maria Pereira, destacando o trabalho de três artistas contemporâneos do Irã. No SescTV, às 21h, a sessão Curtadoc apresenta os filmes Los chicos invisibles, do argentino Mario Levit, e Pontos de vista: adotivo, de Rodrigo Souto. No canal Curta!, mais três atrações interessantes relacionadas às artes plásticas: O mundo segundo Anish Kapoor, em que o diretor Heinz Peter Schwerfel revela curiosidades por trás das obras do cultuado artista indiano, às 21h; Relâmpago, às 22h30, com um curta sobre o carioca Cildo Meireles, dirigido por Wilson Coutinho; e Caverna luminosa, de Mônica Simões, sobre a paulista Denise Milan, às 22h45.

Cantor Nasi explica o retorno da banda Ira!
Na parte musical, o destaque de hoje é a estreia da série Dance paradise, às 19h, no canal Bis, fazendo um giro pelos principais festivais de música eletrônica da Europa e do Brasil, especialmente São Paulo, Florianópolis e Rio de Janeiro, começando com Tomorrowland, na Bélgica. Às 20h30, o Multishow apresenta o segundo programa Música boa ao vivo, com Thiaguinho recebendo Paula Fernandes, Chitãozinho & Xororó e Victor & Leo. E às 23h30, na Cultura, Nasi fala sobre a volta da banda Ira!, em entrevista a Antonio Abujamra, no programa Provocações.

Outra que está de volta à telinha é Marinete
Para comemorar seus quatros anos, o canal Viva está resgatando várias produções de sucesso da Globo, e hoje é a vez da série A diarista, às 22h. É a chance de matar a saudade da atriz Claudia Rodrigues no papel de Marinete, que ganha a vida trabalhando como doméstica. Exibido pela Globo de 2004 a 2007, o programa mostra as trapalhadas da personagem, que vive se metendo em roubadas causadas pelo seu chefe Figueirinha (Sérgio Loroza). Também estão no elenco Dira Paes, Claudia Mello e Helena Fernandes.

Canal Brasil revisita o inferno de Carandiru
Na programação de filmes, o destaque é também brasileiro: o longa Carandiru, de Hector Babenco, às 22h, no Canal Brasil. No mesmo horário, o assinante tem mais oito alternativas: O homem bicentenário, no Sony Spin; Cowboys do espaço, no TCM; Duro de matar – Um bom dia para morrer, no Telecine Pipoca; Prenda-me se for capaz, no Telecine Touch; O justiceiro, no Cinemax; Batman – O cavaleiro das trevas ressurge, na HBO; Sherlock Holmes – O jogo de sombras, na HBO 2; e Clube dos cinco, no Glitz. E mais: Os safados, às 21h, no Comedy Central; Burlesque, às 22h30, no Megapix; e Fahrenheit 451, à meia-noite, na Cultura.


CARAS & BOCAS » Desgosto de filha

Simone Castro
simone.castro@uai.com.br



Luiza (Bruna Marquezine) viverá maus momentos na trama de Em família por causa de novo amor (Estevam Avellar/TV Globo)
Luiza (Bruna Marquezine) viverá maus momentos na trama de Em família por causa de novo amor
 Nos próximos capítulos de Em família (Globo), Luiza (Bruna Marquezine) sentirá na pele que não será nada fácil fazer com que sua família, especialmente sua mãe, Helena (Júlia Lemmertz), aceite seu envolvimento com Laerte (Gabriel Braga Nunes). A leiloeira, depois da revelação que a filha faz contando do romance, simplesmente passa a ignorar Luiza. Em certo dia, durante encontro na praia, Helena vira a cara para a moça. Isso deixa Luiza desolada. “A imagem da minha mãe virando a cara pra mim na praia não me sai da cabeça”, diz Luiza, realmente muito sentida. Afinal, ela também sabe que o primo foi o grande amor da mãe. A jovem teme que a mãe não a perdoe nunca. E a situação ficará ainda pior. Quando procurar a mãe para uma nova conversa, Luiza levará um tapa. Além de Helena, Virgílio (Humberto Martins) e Chica (Natália do Valle) não aceitam o namoro de Luiza e Laerte. Do lado do músico, sua mãe, Selma (Ana Beatriz Nogueira), também é contra. Por conta da situação, decide até sair da casa do flautista e morar na casa de repouso de idosos. Com tanta gente contra, Luiza não aguenta a pressão e pede a Laerte para darem um tempo.


ÍSIS VALVERDE ENFIM SE LIVRA DO COLAR CERVICAL
A atriz Ísis Valverde tirou ontem o colar cervical que usava desde janeiro, quando sofreu um grave acidente de carro, no Rio de Janeiro. Ela postou um texto sobre a Fênix, ave que na mitologia grega renasce das cinzas. O último trabalho de Ísis na TV foi na minissérie Amores roubados (Globo). Ela é cotada para estrelar a novela das sete que vai substituir Geração Brasil (Globo).

PRODUTORES CONFIRMAM QUATRO NOMES PARA SÉRIE
Os produtores de Grey’s anatomy, série exibida no Brasil pelo canal Sony (TV paga), confirmam quatro integrantes do elenco nas duas próximas temporadas, segundo o site TV guide. Trata-se dos atores Justin Chambers e James Pickens Jr. e das atrizes Chandra Wilson e Sara Ramirez. Os três primeiros estão na atração desde o início, interpretando os médicos Alex Karev, Richard Webber e Miranda Bailey. Já Sara Ramirez entrou para a série em seu segundo ano, no papel da doutora Callie Torres. Também seguem firmes e fortes os atores Ellen Pompeo, a doutora Meredith Grey, e Patrick Dempsey, o doutor Derek Shepherd, que formam um casal na trama.

JORNALISTA VAI REFORÇAR  EQUIPE DA BAND NA COPA

Patrícia Maldonado ficará mais um ano na Band, depois da recente renovação de contrato. A jornalista e apresentadora reforça o time de esportes da emissora e participará da cobertura da Copa do Mundo, além de integrar o Band esporte clube.


DIA DE NOVELA
“A nossa querida Fátima Bernardes  fez uma participação especial em Geração Brasil.” Assim, o colega do Encontro, Marcos Veras, deu o furo, durante o programa de ontem, sobre uma cena da novela das sete, que estreou ontem, da qual a apresentadora participará nos próximos capítulos. A emissora ainda não divulgou a data da participação da jornalista. Sabe-se que ela usará um vestido azul longo numa cena com o ator Murilo Benício, o Jonas Marra. No papel de uma jornalista, ela dará uma bronca no empresário. “Sofri tanto, gente, fiquei muito nervosa. Vocês não sabem como eu sofri. Eu interpretei eu mesma, não se assustem”, contou Fátima. A apresentadora ainda comentou: “Agora, eu vou contar uma história engraçadinha de bastidor. Ele disse ‘minha primeira novela da Denise’ (Saraceni, diretora de núcleo). E eu falei: ‘Ah, é a minha segunda, eu fiz Cheias de charme também’. Aquilo deu uma relaxada e eu consegui falar a minha frase”. Veras comemora: “Uma atriz incrível está se revelando”.


VIVA
O ator mirim Jean Paulo Campos em participação no The noite, sexta, no SBT/Alterosa. Ele é uma graça!


VAIA
Chica (Natália do Vale) na trama de Em família. Ela está sem função e perdeu espaço muito precioso.

LITERATURA » Voz do povo

LITERATURA » Voz do povo 

 
Estudo destaca a obra de Carolina Maria de Jesus, autora do best-seller Quarto de despejo. Lançado na década de 1960, o livro da esquecida mineira foi traduzido para 13 idiomas
Ângela Faria
Estado de Minas: 06/05/2014

A pesquisadora Elzira Divina Perpétua, professora da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), e a pequena – mas valente – editora belo-horizontina Nandyala fazem justiça a um talento esquecido da literatura brasileira. Esta noite, a especialista lança o ensaio A vida escrita de Carolina Maria de Jesus, resultado de vários anos de dedicação à obra da escritora mineira.

Catadora de papel semialfabetizada, mãe solteira de três filhos e favelada, Carolina de Jesus (1914-1977) tinha orgulho de ser poeta. Descoberta pelo jornalista Audálio Dantas no fim dos anos 1950, ela havia trocado a pobreza no Triângulo Mineiro pela miséria na favela paulistana do Canindé. Passou fome, criou a família sozinha e vivia num barraco forrado de papelão, mas nunca desgrudou de seus amados livros. Os diários dela deram origem ao best-seller Quarto de despejo (Editora Francisco Alves), lançado em 1960 e traduzido para 13 idiomas. Carolina escreveu outros quatro livros, mas seu sucesso foi efêmero. Ela deixou a favela e morreu pobre, no ostracismo.
Neste ano de seu centenário, Carolina de Jesus está apartada do mundo das letras. Pouco se fala dela nas universidades. É difícil encontrar nas livrarias seus dois volumes não esgotados: Quarto de despejo (Ática) e Diário de Bitita, lançado pela Bertolucci, pequena editora de Sacramento, terra natal da escritora. De 1961 para cá publicaram-se alguns ensaios, perfis biográficos e trabalhos sobre a autora – vários deles estão esgotados até em sebos.

ORIGINAIS Ex-professora da PUC Minas e do Unicentro Newton Paiva, Elzira Divina Perpétua pesquisa a obra de Carolina de Jesus desde 2000. Em seu ensaio, ela compara os escritos originais da moradora do Canindé ao best-seller editado pelo jornalista Audálio Dantas, mostrando que o processo de editoração criou, por assim dizer, uma “personagem” Carolina de Jesus. Moldada às convicções político-culturais de Dantas, ela surge denunciando injustiças, mas “como vítima social – objeto, e não sujeito –, desamparada por todos e resignada com sua sorte”, de acordo com Elzira.

A escritora mineira era muito mais do que isso, acredita a pesquisadora, ressaltando a peculiaridade e o valor literário de seus poemas, provérbios e demais escritos. “Carolina se debruça diariamente sobre seus cadernos não apenas para registrar a efervescência da favela, mas também para refletir sobre a realidade em que vivia e, sobretudo, registrar suas interrogações sobre a linguagem poética e extravasar, na escrita do cotidiano, os sonhos de escritora de que se alimentava. Nesses últimos está manifestado o desejo de ser reconhecida não como escritora do diário da favela, mas como poeta”, informa a professora da Ufop.

Parte dos manuscritos de Carolina ficou com Audálio Dantas. Outra parte é guardada por familiares. Há poemas, contos, romances e peças de teatro que merecem vir à luz não apenas em memória de Carolina, mas porque são capítulo importante da literatura popular brasileira. O livro de Elzira apenas entreabre um baú, que, tudo indica, ainda guarda um tesouro.

A VIDA ESCRITA DE CAROLINA MARIA DE JESUS

De Elzira Divina Perpétua
Editora Nandyala, 339 páginas, R$ 45
Lançamento hoje, às 19h. Café Cine Theatro Brasil Vallourec, Rua Carijós, 258, Centro.
Livros de Carolina de Jesus podem ser encontrados na Nandyala Livros (Av. Amazonas, 314, sala 1.407, Centro). Informações:
(31) 3281-5894.

Testemunha da história - Carlos Herculano Lopes

Testemunha da história
Carlos Herculano Lopes
Estado de Minas: 06/05/2014

Nos anos de chumbo, sobretudo depois da decretação do Ato Institucional nº 5 (AI-5) pelo então presidente da República general Arthur da Costa e Silva, militantes de esquerda resolveram partir para a luta armada como uma forma radical de se opor à ditadura militar. Eles alimentavam a esperança de derrotar o governo pelas armas. Entre os grupos que assim pensavam estava uma dissidência do Partido Comunista, o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), ao qual pertencia o jovem pernambucano Cid Benjamin, então com 22 anos, estudante de engenharia e vice-presidente da União Metropolitana de Estudantes (UME).

Entre as várias ações praticadas pelo “Oito”, como o grupo era chamado, a mais espetacular foi o sequestro, em 1969, de Charles Burke Elbrick, embaixador dos Estados Unidos no Brasil. Essa história está contada no livro Gracias a la vida, que Benjamin, um dos sequestradores, autografa hoje em Belo Horizonte. Ela foi tema também do filme O que é isso, companheiro? (1997), do diretor Bruno Barreto, baseado no livro homônimo do jornalista e ex-deputado Fernando Gabeira, outro militante do MR-8.

Em troca do embaixador foi exigida a libertação de 15 presos políticos – entre eles o jovem mineiro José Dirceu, que se tornaria chefe da Casa Civil do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Cid Benjamin afirma que o grupo estava disposto a matar o diplomata caso suas exigências não fossem cumpridas. “Mas, no fundo, tínhamos quase certeza de que não seria necessário acabar com a vida de Elbrick pela subserviência da ditadura militar ao governo dos Estados Unidos”, afirma o autor.


RECUSA O governo atendeu às exigências e o diplomata voltou para os EUA. Logo depois, os sequestradores foram presos. Benjamin diz que o americano era um boa-praça, de quem os militantes de esquerda acabaram ficando amigos durante os dias de cativeiro. “Ele se recusou a ajudar os militares a nos identificar por meio de fotos, dizendo que só nos viu encapuzados. E ainda nos elogiou ao nos chamar de jovens idealistas, além de ter criticado a tortura. Isso deixou o governo brasileiro muito irritado”, lembra Benjamin.
Em Gracias a la vida, o autor relata que sua prisão ocorreu em 21 de abril de 1970, no Rio de Janeiro. A polícia chegou até ele depois de torturar um de seus companheiros. Até ser trocado por outro diplomata sequestrado (o alemão Von Hollenben), Benjamin foi torturado por dois meses nas dependências do DOI-Codi e do Dops cariocas.

Cid Benjamin diz que a decisão de pegar em armas contra a ditadura foi equivocada, pois nenhuma das organizações clandestinas de esquerda tinha a mínima condição de derrotar os militares. “Mas a resistência ao regime foi correta. Embora a opção pela luta armada tenha sido política, ela foi legítima. Tenho muito orgulho de ter participado daquele momento da história”, conclui.

FORA DO PT
Um dos fundadores
do PT, Cid Benjamin se desligou da legenda por não concordar com os rumos adotados pelo partido. Depois de voltar do exílio, em 1979, ele trabalhou em diversos órgãos de imprensa como O Globo e Jornal do Brasil. Com 65 anos, ele atualmente
é filiado ao PSOL. 

OMS emite alerta para poliomielite‏

OMS emite alerta para poliomielite
Cristiana Andrade
Estado de Minas: 06/05/2014


Um dia depois de o Estado de Minas abordar em sua página de Saúde o drama de pessoas que sofrem com as consequências da poliomielite na vida adulta, convivendo com a pós-pólio (fase caracterizada por fraqueza muscular, dores intensas pelo corpo, fadiga, transtornos de sono, entre outros), a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou ontem emergência de saúde pública pelos casos de pólio que se propagaram em vários países. Desde janeiro, foram registrados casos de pólio no Afeganistão, Iraque e Guiné Equatorial.

Este ano, há apenas três países onde a doença é considerada endêmica: Afeganistão, Nigéria e Paquistão. Em 1988, eram mais de 125. Os países onde a doença foi detectada, e que estão incluídos nesse estado de emergência, são Afeganistão, Guiné Equatorial, Etiópia, Iraque, Israel, Somália e Nigéria. “A decisão para considerar que estão reunidas as condições para um estado de emergência foi unânime”, afirmou a OMS em um comunicado. “Se não for controlada, a situação poderá colocar em risco a erradicação global de uma das mais graves doenças que pode ser evitada por meio da vacinação.” A OMS estima que o maior risco de propagação da poliomielite está no Paquistão, Camarões e Síria, razão pela qual convocou as autoridades locais a agir.

O número de casos de pólio caiu mais de 99% desde 1988, passando de 350 mil para 406 casos notificados em 2013. A diminuição deveu-se ao esforço global para erradicar a doença. Entre janeiro e abril, habitualmente, período de baixa transmissão da pólio, três novos casos importados da doença foram detectados na Ásia (do Paquistão para o Afeganistão), no Oriente Médio (da Síria para o Iraque) e na África Central (do Camarões para a Guiné Equatorial), segundo a OMS.

O Ministério da Saúde brasileiro (MS) informou, por nota, que não há registro de casos de poliomielite no país desde 1990. Anualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) realiza campanhas de vacinação, com coberturas superiores a 95% da população, o que confere alto grau de proteção. Em relação ao comunicado da OMS, o MS diz que o alerta  não faz restrição de viagens para os países que tiveram circulação do vírus nos últimos meses (que são os mesmos para o alerta). Entretanto, recomenda aos brasileiros que queiram visitar esses locais que mantenham atualizada a caderneta de vacinas. A vacina contra a poliomielite está disponível gratuitamente nos postos de saúde.

ÍNDICE EXCEPCIONAL De acordo com o infectologista Carlos Starling, vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, o índice de cobertura vacinal do Brasil é excepcional, por isso, o risco de o país ter problemas com o vírus da pólio é pequeno. “Temos um programa de vacinação muito consistente, com uma população densamente imunizada, pois há controle há anos. Não vejo riscos.” Questionado sobre a Copa do Mundo, com o trânsito de muitos turistas no país, além das próprias seleções de futebol, incluindo homens de países onde o vírus da pólio está ativo, Starling acrescenta: “O alerta da OMS é importante para ficarmos atentos. Os vírus circulam pelo mundo, mas quando a população está imunizada, ele não tem chances de dispersão. Sobre os jogadores, eles são pessoa sadias, com rotina mais rígida em questão de saúde. Não fosse assim, cairiam no banco dos reservas”, brinca.

O infectologista diz que o país precisa, sim, ficar atento à Copa, mas em relação a outras doenças, como sarampo e Chikungunya, este último originário da Tanzânia e transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que repassa a dengue.

POR DENTRO DA PÓLIO
A DOENÇA
» A poliomielite é altamente contagiosa que afeta principalmente crianças com menos de 5 anos. Ela pode causar paralisia em algumas horas e, em alguns casos, ser fatal. Pode ocorrer sob a forma de infecção inaparente ou apresentar manifestações clínicas, frequentemente caracterizadas por febre, mal-estar, cefaleia, distúrbios gastrointestinais e rigidez de nuca, acompanhados ou não de paralisias.

O VÍRUS
» O vírus é do gênero Enterovírus, da família Picornaviridae. Ao gênero Enterovírus pertencem os grupos: Coxsakie (A, com 24 sorotipos, e B,
com 6 sorotipos), Echo (34 sorotipos) e Poliovírus (3 sorotipos). Os três sorotipos do poliovírus, I, II e III, provocam paralisia, sendo que o tipo I é o isolado com maior frequência nos casos com paralisia, seguido do tipo III. O sorotipo II apresenta maior imunogenicidade, seguido pelos sorotipos I e III. A imunidade é específica para cada sorotipo.

» É um vírus de alta infectividade, ou seja, a capacidade de se alojar e multiplicar no hospedeiro é de 100%; no entanto, tem baixa patogenidade: de 0,1 a 2,0% dos infectados desenvolvem a forma paralítica da doença.

TRANSMISSÃO
» Pode ser direta, de pessoa para pessoa, por meio de secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas, ou de forma indireta, por meio de objetos, alimentos, água etc., contaminados com fezes de doentes ou portadores do vírus.

» A suscetibilidade à infecção é geral, mas somente cerca de 1% dos infectados desenvolve a forma paralítica. Ressalta-se que os adultos, quando não imunes, ao sofrerem infecção pelo poliovírus, tem maior probabilidade de desenvolver quadros paralíticos do que as crianças. Crianças nascidas de mães imunes podem ser transitoriamente protegidas por transferência de anticorpos durante as primeiras semanas de vida. A vacinação completa (três básicas e dois reforços) produz imunidade duradoura na grande maioria dos indivíduos.

VACINAÇÃO
» É a única arma de prevenção da doença e foi o instrumento que viabilizou a erradicação do mal no continente americano. Existem dois tipos de vacina disponíveis, de alta eficácia: a vacina antipólio inativada e a de vírus vivos atenuados. O esquema de vacinação de rotina, na maioria dos estados, consta de três doses básicas, no segundo, quarto e sexto mês de vida, um reforço de seis
a 12 meses depois da terceira dose e outro aos 5 ou 6 anos de idade.

» A vacina usada é a oral de vírus vivo atenuado (OPV), contendo os três sorotipos. A vacinação de indivíduos imunodeprimidos deve ser feita com a vacina de vírus inativado (VIP).

» Anualmente, desde 1980, o Ministério da Saúde promove dias nacionais de vacinação contra a poliomielite, vacinando as crianças menores de 5 anos, independente das doses anteriores, objetivando, além do aumento da cobertura, a disseminação do vírus vacinal na comunidade.

Fonte: Secretaria de Estado de Saúde do Estado de São Paulo (SES-SP)