quinta-feira, 3 de julho de 2014

TeVê

Estado de Minas: 03/07/2014 



 (Débora 70/Divulgação)

Novas parcerias


Na nona temporada de Zoombido, Paulinho Moska vai receber Clarice Falcão, Rappin’ Hood e Hermínio Bello de Carvalho, os uruguaios Jorge Drexler e Fernando Cabrera, e os argentinos Juana Molina e Fito Páez (foto), que está no programa de estreia, hoje, às 21h30, no Canal Brasil. O que não muda é o formato de conversa intimista com os convidados e duetos inéditos em cada episódio.

Programação do canal
GNT dá água na boca


Já na terceira temporada de Tempero de família, no canal GNT, Rodrigo Hilbert vai hoje até Saracuruna, em Duque de Caxias (RJ), para conhecer Ramon e sua noiva, Bruna. O casal ensina Rodrigo a preparar uma lasanha de três recheios e um delicioso brownie. O programa vai ao ar às 20h, e em seguida, às 20h30, é a vez de Diário do Olivier, ainda com edições especiais gravadas na Argentina, Chile e Peru.

NatGeo vai explorar o
vale da Mamba Negra


Quem é fã de Kill Bill já ouviu falar de mamba negra. Ela é considerada a cobra mais mortal do mundo, porque não se intimida com criaturas maiores, incluindo aí o homem, e por vezes persegue quem invade seu hàbitat. O NatGeo mandou uma equipe para o Mamba Valley, perto de Durban, na África do Sul, investigar o comportamento da serpente e mostra o resultado dessa aventura hoje, às 21h30.

Bio quer fazer contato
com os extraterrestres


Assuntos ligados à possibilidade de vida fora da Terra sempre geraram o interesse da mídia. E é justamente essa a inspiração de Hangar 1, série que o canal Bio estreia hoje, às 21h. A ideia é investigar arquivos com informações sobre a presença de óvnis no planeta. São mais de 70 mil itens reunidos durante quase meio século pela Mutual UFO Network, organização independente dedicada a investigar discos voadores, com mais de 3 mil associados e que trabalha na compilação, pesquisa e armazenamento desse material.

TV Cultura exibe hoje
um faroeste clássico


O western E o sangue semeou, dirigido por Anthony Mann em 1952, com James Stewart, Arthur Kennedy, Julie Adams e Roch Hudson no elenco é a atração de hoje do Clube do Filme, às 22h, na Cultura. No mesmo horário, o assinante tem mais oito opções: Reencarnação, no MGM; Tudo acontece em Nova York no Glitz; 4:44 – O fim do mundo, no Max; JFK, a história não contada, na HBO 2; Vizinhos imediatos de 3º grau, no Telecine Fun; A soma de todos os medos, no Telecine Action; Encontros e desencontros, no Telecine Cult; e As pontes de Madison, no TCM. Outros destaques da programação: Policarpo Quaresma, às 21h30, no Arte 1; Os agentes do destino, às 22h30, no Space; Predadores, às 22h35, no Megapix; e Thor, às 23h15, na Fox.


CARAS & BOCAS » Novo dia
Simone Castro

Kiefer Sutherland traz novas sequências de seu personagem, Jack Bauer, em última temporada do 24 horas (Kevork Djansezian/Reuters-13/1/14)
Kiefer Sutherland traz novas sequências de seu personagem, Jack Bauer, em última temporada do 24 horas
Na reta final, o reality SuperStar (Globo) já tem substituto para as noites de domingo: a série 24 horas, em sua última temporada, estrelada por Kiefer Sutherland. Com 12 episódios, o título da nona temporada é 24 horas: viva um novo dia. Jack Bauer, o personagem, é um foragido da Justiça que vive escondido há quatro anos em Londres, na Inglaterra. Mesmo assim, o agente federal dribla as forças americanas presentes na capital, durante visita do presidente, a fim de evitar um ataque terrorista. A atração, que havia encerrado expediente há quatro anos, também manteve, além de Kiefer, a atriz Mary Lynn Rajskub, que vive a agente da unidade contraterrorista Chloe O’Brian. Exibido no Brasil pela Fox (TV paga), a temporada estreou em 6 de maio, um dia depois do lançamento nos Estados Unidos. 24 horas: viva um novo dia estreia na Globo dia 20, logo depois do Fantástico.

ESPORTIVO ANALISA PRÓXMO
JOGO DA SELEÇÃO BRASILEIRA

O desafio do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo será tema de análise do Alterosa no ataque desta quarta-feira, na TV Alterosa. A equipe de Felipão vai encarar a Colômbia e o apresentador Jaeci Carvalho abre o verbo sobre os bastidores da Seleção. Cada um dos oito times classificados vão passar pelo crivo do programa. Afinal, o momento é de decisão. Alterosa no ataque é logo depois do Jornal da Alterosa – 2ª edição.

SHERLOCK VEM COM TUDO
EM QUARTA TEMPORADA


A BBC, emissora britânica, anunciou, pelo seu Twitter oficial, que vai entrar em produção a quarta temporada de Sherlock, série baseada no personagem de Arthur Conan Doyle e protagonizada por Benedict Cumberbatch e Martin Freeman. Antes dos episódios, a série também vai ganhar um especial. “Sentiu saudades? #Sherlock, o drama de sucesso da BBC, irá voltar para um especial, que será seguido por uma série de três novos episódios.” As filmagens serão realizadas em janeiro de 2015. Já a temporada, com três episódios de uma hora e meia cada, serão gravados alguns meses depois. “Estamos prontos para soltar a temporada mais chocante e surpreendente de Sherlock. A única coisa a esperar é o inesperado”, afirma o canal.

CHANTAGEM FAZ JONAS MARRA
ABRIR GUARDA PARA SUA MÃE

Em capítulo de Geração Brasil (Globo), no ar amanhã, Gláucia (Renata Sorrah) mostra que não se comove nem com a doença grave do filho, Jonas Marra (Murilo Benício). Ela descobre que o milionário mantém romance escondido com Verônica (Taís Araújo) e ameaça abrir o bico. Receoso do que isso pode significar com o rompimento do casamento com Pamela (Cláudia Abreu), Jonas decide receber os Marra da Taquara para um jantar em sua mansão, deixando a mulher e a filha Megan (Isabelle Drummond) sem entender nada. Mas, Jonas usa a máxima de que mais vale um inimigo, no caso sua mãe, bem perto. “É uma emoção inebriante ter vocês aqui hoje”, dispara ele, trocando um falso abraço com sua mãe.

 (Márcio de Souza/Globo-10/6/10)


SÓ SE FOR NA REPRISE

Quem sente saudades de Ana Paula Arósio pode conferir a última atuação da atriz na TV. É que o canal Viva (TV paga) vai reprisar, a partir do dia 22, a série Na forma da lei, exibida em 2010 na Globo, e protagonizada pela atriz, que viveu a promotora de Justiça Ana Beatriz. De lá para cá, a atriz recusou o papel de mocinha de Insensato coração, em 2011, que ficou com Paolla de Oliveira, e decidiu se afastar da telinha. Na verdade, já escalada, abandonou as gravações. Recentemente, a atriz teria recusado convites para voltar à cena. De certa forma, Ana Paula também se despediu da carreira artística. E vive reclusa com o marido em uma fazenda no interior de São Paulo, onde cria cavalos, sua grande paixão.

VIVA

Pituca (Geytsa Garcia) e Serelepe (Tomás Sampaio) na cena em que a menina corta os cabelos do amiguinho em Meu pedacinho de chão (Globo): linda!

VAIA


Edições corridas de Em família deixam cenas sem sentido. Exemplo foi a festa da qual participavam Chica (Natália do Vale) e Ricardo (Herson Capri): ficou no ar.

Surpresas em Paulínia‏

Número de inscrições e qualidade dos filmes leva os realizadores a pensarem na ampliação do evento, que terá sua sexta edição, no polo cinematográfico brasileiro, de 22 a 27 deste mês


Gracie Santos
Estado de Minas: 03/07/2014



Deborah Secco está em Boa sorte, ficção de Carolina Jabor que estará na mostra competitiva de Paulínia (Fotos: Paulínia Film Festival/Divulgação)
Deborah Secco está em Boa sorte, ficção de Carolina Jabor que estará na mostra competitiva de Paulínia


Nenhum filme mineiro foi selecionado para as mostras competitivas da sexta edição do Paulínia Film Festival (que terá também títulos internacionais). O diretor do evento, Ivan Melo, que está satisfeito com a qualidade e quantidade de obras inscritas (263 títulos brasileiros), disse que havia poucos longas do estado e nenhum que coubesse na programação. “Paulínia é diferente de todos os outros, é uma espécie de cereja do bolo, porque produzimos os filmes o ano inteiro e o festival é a festa que celebra isso. Então, é natural que tenhamos vários tipos de cinema. Não só o da nova geração, nem o da consolidada. Temos obras que representam o mercado brasileiro como um todo. Quem acompanhou nossa seleção desde o início vai ver que o recorte tem vários olhares, obras de vários estados.”

Mas Ivan Melo acredita que os mineiros que não entraram em Paulínia terão lugar garantido em outros festivais, assim como outros filmes de qualidade de outros estados que ficaram fora da lista (são nove longas e oito curtas, veja box). Para o diretor do festival, os eventos que vierem na sequência poderão se esbaldar. “Os grandes festivais brasileiros depois de Paulínia (na sequência virão Gramado, Brasília e Rio, além da Mostra de São Paulo que tem perfil diferente) vão ficar bem. O que tem filmes bacanas, com bons atores e diretores que não entraram no festival é surpreendente”, garante.

Surpreso com o número de inscritos, Ivan Melo assegura que “se Paulínia tivesse 10 dias, seriam 10 dias de filmes incríveis” e avisa que esta não é apenas a opinião dele, mas também a do curador do evento, o crítico Rubens Ewald Filho, e da secretária de Cultura de Paulínia, Mônica Trigo, incansável na luta para reerguer o evento, que chegou a ser suspenso por questões políticas, teve edição simbólica no ano passado (apenas para premiação dos filmes, diretores e atores que participaram das mostras anteriores) e, agora, está de volta, ao que parece, com força total. Tanto que serão distribuídos R$ 800 mil em prêmios para 20 categorias. O festival será promovido de 22 a 27 deste mês, no Theatro Municipal Paulo Gracindo e no Polo Cinematográfico da cidade paulista. A categoria de melhor filme dará R$ 300 mil ao vencedor. Já nos quesitos melhor direção, melhor curta-metragem e melhor longa-metragem segundo o júri popular, o prêmio é de R$ 50 mil em cada categoria.

Sangue azul, longa de Lírio Ferreira, é outro filme do festival
Sangue azul, longa de Lírio Ferreira, é outro filme do festival


Ampliada


Felizes com as 70 inscrições de longas e as 193 de curtas, os realizadores não descartam a possibilidade de a próxima edição ser ampliada. Os títulos internacionais e os filmes de abertura e encerramento, que serão exibidos fora de competição, serão anunciados até segunda-feira. Todas as sessões serão abertas ao público e terão entrada franca, sujeita a lotação do teatro. Além das mostras competitivas, serão exibidos seis filmes infantis: Amazônia, Meu pé de laranja lima, O pequeno Nicolau, Zarafa, A guerra dos botões e Minhocas – O filme.

“Minha expectativa em relação ao número de inscrições foi superada, o que prova que o festival não pode ser considerado frágil. Temos, por exemplo, um caso interessantíssimo, de uma diretora daqui de Paulínia (Fernanda Machado), que se formou na cidade. Saiu daqui, fez um longa (o documentário A neblina) e agora conseguiu aprovar o seu filme em meio a tantas obras importantes”, conta Mônica Trigo. A secretária aproveita para dizer que não apenas o festival, mas as atividades de todo o polo estão sendo retomadas, referindo-se aos seis estúdios, entre os quais o de animação e um na Escola de Magia do Cinema. O cronograma de filmagens deste ano ainda não foi definido.

Os longas brasileiros

A história da eternidade, de Camilo Cavalcante (ficção, PE)
Aprendi a jogar com você, de Murilo Salles (documentário, RJ)
Boa sorte, de Carolina Jabor (ficção, RJ)
Casa grande, de Fellipe Barbosa (ficção, RJ)
Castanha, de David Pretto (ficção, RS)
Infância, de Domingos Oliveira (ficção, RJ)
Neblina, de Daniel Pátaro e Fernanda Machado (documentário, SP)
Sangue azul, de Lírio Ferreira (ficção, PE)
Sinfonia da necrópole, de Juliana Rojas (ficção, SP)

Os curtas


De bom tamanho, de Alex Vidigal
Edifício Tatuapé Mahal, de Carolina Markowicz e Fernanda Salloum
Jessy, de Paula Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge
190, de Germano Pereira
O clube, de Allan Ribeiro
O bom comportamento, de Eva Randolph
O menino que sabia voar, de Douglas Alves Ferreira
Recordação, de Marcelo Galvão

O barato de ser humano

O músico Arnaldo Baptista completa 66 anos no domingo e comemora os 40 de seu disco mais importante, Loki?. Artista se mantém como referência para a nova geração

Mariana Peixoto
Estado de Minas: 03/07/2014



"Quando era criança, fingia que estava fazendo um show sozinho quando estava ensaiando no piano. É assim quando estou fazendo show. Ambiento-me com o público e faço o que vem na minha cabeça" . Arnaldo Baptista, músico e compositor


Lóki? Mas, que nada. Lucky, bicho. Arnaldo Baptista completa 66 anos neste domingo. Com seu jeito de menino grande, faz troça até mesmo do álbum que marcou o fim e o início de tudo. Lóki?, o maior clássico do músico que esteve à frente da mais genial banda brasileira, chegou aos 40 anos. Primeiro disco solo de Arnaldo Baptista, foi concebido em meio a seu então maior revés pessoal e profissional. Em 1974, seu casamento com Rita Lee acabou. Também não havia mais os Mutantes tais como foram criados na década anterior.

“Tinha um envolvimento com a vida que havia acabado: Mutantes, Rita Lee, Sérgio (Dias). Entrei em lóki, que virou lucky (sortudo). Fiquei contente por ter levado adiante a maneira como eu sentia a música, embora o Liminha (baixista, ex-Mutante, que gravou algumas faixas do álbum) achasse que o disco deveria ser meio Sergio Mendes, bossa nova. (O disco) traz, em casa música, um retrato diferente da minha vida na época”, afirma Arnaldo.

Álbum concebido, de acordo com ele, entre uma temporada na casa do artista plástico Antonio Peticov, em Milão (“ele fala de brincadeira que foi feito lá, mas só estudei na casa dele”), e um sítio na Cantareira, onde o então diretor artístico da gravadora Philips, Roberto Menescal, o encontrou arrasado, Lóki? é fruto do abuso das drogas, da desilusão, da tristeza, do desapontamento. A despeito (ou talvez por causa) disso, expressa o artista em seu auge. Sozinho, a bordo de um piano (com um baixo aqui e uma bateria ali, mas sem nenhuma guitarra), Arnaldo fez deste seu maior legado.

São 10 faixas que falam direto do artista em crise: “Venho me apegando ao passado/ E em ter você ao meu lado” (Será que eu vou virar bolor?); “A gente andou/ A gente queimou/ Muita coisa por aí” (Cê tá pensando que eu sou lóki?); “Até quando eu não sei/ sinto o barato de ser ser humano” (Desculpe); “Ontem me disseram que um dia eu vou morrer/ Mas até lá eu não vou me esconder” (Não estou nem aí). A bordo de seu piano, Arnaldo passeia, ora com raiva, ora com tristeza, mas sempre de maneira personalíssima, pelo samba, MPB, funk. “Muito do que aconteceu naquele momento foi em função do improviso, tanto que o LP foi gravado relativamente depressa”, acrescenta ele sobre o álbum registrado em 16 canais nos estúdios Eldorado, em São Paulo.

No entanto, não é Lóki? o álbum preferido de Arnaldo. Para ele, seu melhor registro é o que ocorreu oito anos mais tarde. “Mesmo que Lóki? tenha uma grande comunicação, Singin’ alone foi minha aventura pessoal, pois toquei todos os instrumentos. Foi nele que me encontrei na bateria e no contrabaixo”, acrescenta. Ambidestro – “fumo com a mão esquerda, escrevo com a direita, tenho uma bateria com dois bumbos e dois timbaus, então cada hora uso um lado” – o Arnaldo de hoje olha para o Arnaldo de ontem de maneira carinhosa. “Quando era criança, fingia que estava fazendo um show sozinho quando estava ensaiando no piano. É assim quando estou fazendo show. Ambiento-me com o público e faço o que vem na minha cabeça.” Malandro velho, não se mete no enguiço.

O passado
Diretor artístico da Philips (hoje Universal), Roberto Menescal admite que naquele 1974 havia uma dúvida na gravadora quanto a lançar um álbum solo de Arnaldo Baptista. “O pessoal dizia que ele estava numa fase difícil, não iria valer a pena. Na intuição, eu disse: ‘Quero fazer esse disco’.” Menescal saiu do Rio e foi encontrar Arnaldo num sítio na Cantareira. “Era uma casinha simpática. O Arnaldo realmente estava com um problema grande. Tinha hora que não aguentava, chorava de saudade da Rita. Era impressionante, e eu fiquei muito comovido com aquilo. Como ele estava numa deprê, houve hora que não conseguiu tocar. Liminha, se não me engano, foi quem tocou baixo em algumas músicas.” Para Menescal, Lóki? foi meio que “arrancado a fórceps”. Na ficha técnica de Lóki? Menescal divide a direção de produção com Marco Mazzola, então técnico de gravação em alta no meio graças a Krig-Ha Bandolo (1973), de Raul Seixas. “O que me chamou a atenção naquele momento eram os sons diferentes que ele fazia. Como é que aquele cara conseguia fazer aquilo?”, comenta hoje Mazzola, que acrescenta não ter feito interferência alguma no álbum. “O Arnaldo era muito maluco, mas ele tinha pré-concebido o disco todo na cabeça. O que fizemos foi dar amparo artístico.”

O músico com um amigo, em 1974, na Holanda     (Arquivo pessoa)
O músico com um amigo, em 1974, na Holanda


O presente

Há quatro anos representado pela galeria paulistana Emma Thomas, Arnaldo Baptista ganhou sua primeira exposição individual em 2012. Em novembro haverá outra, com curadoria de Márcio Harum. Este ano, ele foi ainda selecionado para ocupar o espaço Solo Project durante a 10ª edição da SP Arte, que ocorreu em abril. “Sua linguagem visual, expressa em desenhos, pinturas e colagens, se dá como contínuo da sua pesquisa musical e não raro são propostas para instrumentos, cantos e sons”, escreveu o curador Rodrigo Moura sobre os trabalhos apresentados na maior feira de arte da América Latina. Para a galerista Juliana Freire, sócia da Emma Thomas, o trabalho de Arnaldo não se encaixa nos padrões. “Esteticamente, ele é muito livre, ainda mais por ser artista autodidata. Seu trabalho fala de cinema, música, filosofia e tem uma maneira de ver o mundo tal qual ele expressa em sua música.” No entanto, Juliana afirma, ainda existe um bloqueio comercial em relação à sua obra. “Seu discurso é um pouco conceitual. Há pessoas que têm dificuldade em entender o Arnaldo. O importante é que mais se escreva sobre sua obra, pois nossa tentativa, junto com a Lucinha, é que seu trabalho seja visto e compreendido.”

Arnaldo Baptista: um artista a ser descoberto     (Emma Thomas/Divulgação)
Arnaldo Baptista: um artista a ser descoberto


O futuro
Artistas audiovisuais vão realizar clipes de canções de Lóki? e Singin’ alone (1982). Entre os nomes já confirmados para o projeto estão Paulo Henrique Fontenelle, diretor do documentário Lóki (2008), a mineira Carou Araújo, do Cabeças Flutuantes, e Almir Almas, videoartista e professor de direção da ECA/USP. Almas selecionou as faixas Ciborg e Jesus come back to Earth, ambas de Singin’ alone. “A ideia é fazer uma direção coletiva com um grupo de alunos, a partir do material que o próprio Arnaldo tem. Para os alunos é a oportunidade de conhecer a obra de um cara genial da música brasileira”, diz. Para a realização do projeto será promovida campanha via crowdfunding. Outra iniciativa, que deverá ser lançada no segundo semestre, deve reunir sete artistas convidados para gravarem, em São Paulo, uma música de Arnaldo.

O SHOW
Em 3 de agosto, às 19h, Arnaldo Baptista leva seu Sarau o Benedito? para o Cine-Theatro Brasil. Na apresentação solo, Arnaldo estará ao piano. Ingressos estão à venda – R$ 70 e R$ 35 (meia) – na bilheteria do teatro e no www.ingresso.com

OS DISCOS

A Universal Music lança, em 29 deste mês, caixa dos Mutantes com sete CDs: Os Mutantes (1968), Mutantes (1969), A divina comédia ou Ando meio desligado (1970), Jardim elétrico (1971), Mutantes e seus cometas no país dos Baurets (1972), Tecnicolor (1999) e Mande um abraço pra velha, este uma compilação de raridades. Preço: R$ 180. Relançado em 2009, Lóki? (foto) não ganha nova edição. A gravadora pretende recolocar o álbum em estoque nas lojas por causa da efeméride.

 (Universal/Reprodução)

Vaporização a laser para diminuir a próstata‏

Vaporização a laser para diminuir a próstata Técnica menos invasiva vem sendo usada nos casos de hiperplasia prostática benigna, caracterizada pelo aumento do órgão masculino

Augusto Pio
Estado de Minas: 03/07/2014



A hiperplasia prostática benigna (HPB) é um transtorno comum em homens com mais de 50 anos, chegando a atingir 80% destes. A doença é caracterizada pelo aumento da próstata, comprimindo a bexiga e obstruindo parcial ou totalmente a uretra, prejudicando, assim, o fluxo normal da urina. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o problema acomete cerca de 14 milhões de homens no país. De acordo com Bernardo Pace Silva de Assis, urologista do Pace Hospital e coordenador do Departamento de Endourologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU-Regional Minas Gerais), a HPB é uma doença silenciosa e que pode provocar infecção urinária e, em casos raros, evoluir para a insuficiência renal. Para tratar o problema, até então vinha sendo adotada a tradicional cirurgia com corte, que exigia um tempo maior de recuperação. Uma nova técnica que tem sido adotada é minimamente invasiva: ela vaporiza a próstata e reduz o tempo de cirurgia, internação e os riscos ao paciente. “Trata-se da Greenlight laser therapy (Terapia da luz verde a laser, na tradução livre), que reduz o tempo de recuperação quando comparado à cirurgia tradicional. Outra vantagem é a diminuição média do tempo de internação, de três dias, do método tradicional, para, em média, um dia com o laser”, garante o urologista.

Segundo Bernardo Pace, as primeiras gerações de equipamentos de laser empregadas em HBP, como o de neodymium-YAG, coagulavam o tecido iluminado, que nem sempre se desprendia e, por isso, não desobstruía a luz uretral. Por outro lado, o novo sistema Greenlight, que usa o laser KTP e o triborato de lítio, produz vaporização imediata e não apenas coagulação das massas glandulares intrauretrais, promovendo ampla cavitação local. A vaporização prostática a laser tem algumas vantagens, como a sondagem vesical (drenagem da urina por meio de sondas) e internações inferiores a 24 horas, menor incidência de complicações operatórias e pós-operatórias, ausência de sangramento, o que permite o uso em pacientes ingerindo anticoagulantes e maior proteção da equipe médica contra infecções transmitidas por contato com sangue de pacientes infectados.

“Nesse sentido, não deixa de ser significativo que tanto o Food and Drug Administration (FDA), órgão que regula medicamentos e tratamentos nos Estados Unidos, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil, aprovaram o Greenlight para emprego em hiperplasia prostática benigna. Nos EUA, já existem mais de 500 equipamentos em uso clínico”, acrescenta Pace.

SINTOMAS A maioria dos pacientes com HBP não requer tratamento. “Aqueles pacientes sintomáticos, que procuram o urologista, serão tratados conforme a severidade dos sintomas. Os levemente sintomáticos serão acompanhados clinicamente, ficando sob observação. Os moderadamente sintomáticos serão tratados com medicamentos que impeçam o crescimento prostático, como o finasteride e a dutasterida, ou que relaxem a próstata (drogas alfa-bloqueadoras). Nos pacientes severamente sintomáticos ou aqueles que, por qualquer razão, não possam tomar os medicamentos, está indicada a cirurgia.

A operação pode ser a prostatectomia aberta, na qual é necessária uma incisão no abdômen, e é retirada somente a parte central da próstata, a qual, justamente, comprime a uretra. As partes periféricas da próstata permanecem. Outro tipo de cirurgia pode ser empregada, como a ressecção transuretral da próstata, procedimento cirúrgico urológico usado para tratar a HPB, realizado por meio da visualização da próstata via uretra e remoção do tecido com bisturi elétrico. Ambas são cirurgias desobstrutivas”, explica Bernardo Pace.

O presidente da SBU/MG, Antonio Peixoto de Lucena Cunha, professor de urologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e coordenador do Serviço de Urologia do hospital-escola da instituição, esclarece que o tratamento da HPB não é complicada, geralmente é clinico (com medicação). “Quando há indicação de cirurgia devido às complicações ou falhas no tratamento clínico, temos várias opções. O padrão ouro, dos quais as demais técnicas procuram atingir resultados semelhantes, é a ressecção transuretral da próstata (RTU). Contudo, é um procedimento cirúrgico não isento de complicações, com limitações do volume da próstata. Com o desenvolvimento dos novos aparelhos, melhora da técnica e experiência do cirurgião, essas complicações têm diminuído cada vez mais.”


Métodos DIVERSoS Peixoto acrescenta que há, ainda, outros métodos para tratar a hiperplasia, como a plasmovaporização (consiste em usar um eletrodo de vaporressecção em forma de cogumelo invertido, que com uma voltagem maior vaporiza a próstata); a prostatectomia a laser, estando disponível vários tipos de fonte de laser (KTP laser, Green light 180-W XPS, Holmium-Yag Laser, Thulium YAG Laser, entre outros), a termoterapia e a ablação transuretral da próstata por agulha (Tuna), procedimento ambulatorial para tratar os sintomas urinários causados pela HPB.

Segundo o médico, todas as técnicas endoscópicas apresentam limitações, vantagens e desvantagens. A principal desvantagem é o elevado custo e a falta de comprovação de resultados a longo prazo. “Em próstatas volumosas, a melhor opção é a cirurgia aberta, por apresentar uma opção segura e eficaz, permitindo uma completa remoção do adenoma (HPB) e menores taxas de retratamento”, acrescenta Antonio Peixoto, ressaltando que a videolaparoscopia tem conquistado espaço no acesso das prostatectomias (remoção cirúrgica de parte ou de toda a próstata), com limitação do volume, porém com um futuro promissor.

“Nas cirurgias endoscópicas, o tempo de internação varia de um a dois dias, mas existem estudos e publicações com a realização desses procedimentos ambulatorialmente. Contudo, ainda não se definiu a vantagem desta alta precoce, uma vez que o paciente sai com sonda vesical. Nas prostatectomias abertas retropúbicas (incisão feita no abdômen inferior, com remoção da próstata), a internação é de dois a quatro dias, e nas suprapúbicas (abaixo do umbigo até a raiz do pênis), em torno de cinco a 10 dias”, esclarece Peixoto.

O especialista salienta que a evolução tecnológica possibilitou grandes avanços no tratamento da HPB nos últimos anos, com consequente diminuição dos riscos de transfusão, diminuição no tempo de internação e de cateterismo vesical. “Todos os procedimentos têm vantagens e desvantagens, diferentes fontes de energia podem ser utilizadas para remover ou destruir o tecido prostático que obstruiu a uretra. O médico urologista será capaz de orientar o paciente sobre qual procedimento será melhor para o seu caso. Apesar de termos ainda como padrão ouro a ressecção transuretral da próstata, existem outras alternativas, com vantagens e desvantagens, custos e benefícios, que devem ser levadas em consideração, cabendo ao paciente e seu médico analisarem e definirem em conjunto qual o melhor procedimento a ser realizado”, conclui.

Personagem da notícia
Jesus Costa,
72 anos, aposentado 
Qualidade de vida retomada
O aposentado Jesus Costa, de 72 anos, garante ter sido o primeiro paciente a ser operado em BH com a técnica do GreenLight laser therapy. “Antes da operação, a HPB me causava problemas de micção, pois levantava várias vezes para urinar ou, às vezes, queria fazê-lo e não conseguia, ou então não dava conta de segurar o jato, coisas desse tipo. O próprio médico me aconselhou a fazer a operação usando a nova técnica, cujo procedimento é feito pela uretra e com sedação. Como tinha receio dos outros métodos mais tradicionais, aceitei. Tudo foi muito rápido, pois fiz em um dia e, no outro, já estava em casa. Confesso que não senti nada, nenhuma dor. É claro que, durante o período de recuperação, tive que ter alguns cuidados, como não andar de bicicleta, a cavalo ou descer escadas. Às vezes, quando urinava, o canal uretral ardia um pouco, mas, de acordo com o médico, era assim mesmo. Hoje, sinto-me completamente normal, graças a Deus.” 

Vale tudo pela semifinal‏

Vale tudo pela semifinal
Cambistas vendem entradas para o Mineirão, na terça-feira, a R$ 3,5 mil e tem quem ofereça até credencial VIP por R$ 2 mil. Polícia Militar fecha o cerco, mas afirma que faltam provas

Luciane Evans
Estado de Minas: 03/07/2014



Nos jogos no Mineirão, a Polícia Militar recolheu ingressos perto do estádio, mas ninguém foi preso. Entradas são vendidas livremente na internet (Marcus Celestino/EM/D.A Press - 21/6/14  )
Nos jogos no Mineirão, a Polícia Militar recolheu ingressos perto do estádio, mas ninguém foi preso. Entradas são vendidas livremente na internet




Apesar de a comercialização dos ingressos para a Copa do Mundo fora do sistema oficial ser considerada crime, vale tudo na compra de tíquetes para o jogo da semifinal em Belo Horizonte. Há quem ofereça celular por entradas, cambistas que negociam a preços exorbitantes (cerca de R$ 3,5 mil cada) e até mesmo aluguel de credenciais VIP, no valor de R$ 2 mil cada. Apesar de a polícia garantir monitorar e fechar o cerco a esse tipo de conduta, nenhum cambista foi preso em Belo Horizonte durante o Mundial. Até mesmo o homem mais conhecido da polícia mineira por cometer esse tipo de infração, desde 1996, sendo detido dezenas de vezes, continua oferecendo seus serviços sem medo de punição.

Entre idas e vindas da cadeia, Júlio César dos Santos, mais conhecido como Negro Gato, negocia, do seu escritório no Luxemburgo, na Região Centro-Sul de BH, ingressos a R$ 3,5 mil, mas avisa: “Pode ser que, se o Brasil não ganhar da Colômbia, o preço caia”. Aceitando dinheiro ou cartão e levando até em casa, ele conta que está trabalhando dentro da lei e o que faz não é crime. “É comodidade. Pago meus impostos, gero emprego e não estou fazendo nada de errado. As pessoas que, por algum motivo, não podem ir ao jogo e têm os ingressos me procuram e eu vendo para elas. Para esta semifinal no Mineirão, por exemplo, que cobro R$ 3,5 mil, vou ganhar R$ 300 de comissão”, afirma, garantindo não ter nenhum esquema com pessoas ligadas à Fifa. “Sou um prestador de serviços. Quando eles me detêm, não há provas contra mim”, afirma.

Enquanto 11 pessoas foram presas em São Paulo e no Rio de Janeiro, acusadas de fazerem parte de uma quadrilha que chegava a faturar R$ 1 milhão por jogo da Copa do Mundo com a venda de ingressos, em BH, a falta de provas é que tem impedido a punição de cambistas. Detidos pela Polícia Militar, depois encaminhados para delegacias e conduzidos ao Juizado Especial Criminal, a grande maioria é liberada.

A capitão Giovana Silveira, responsável pelo Batalhão Copa, explica que, quando é feita a condução de cambistas pela Polícia Militar, os acusados não estão sendo autuados em flagrante. “Há a dificuldade de provas. Se não tiver nada que comprove o crime, a pessoa não é autuada. Essa tem sido a nossa dificuldade, porque empenhamos no combate a esse tipo de infração, fazemos um cerco aos cambistas, mas se não há vítimas, ingressos sendo vendidos a preços exorbitantes, eles não são autuados”, comenta, dizendo que toda venda de ingresso tem que ser feita com a permissão da Fifa, caso contrário, é crime. “Além disso, as delegacias estão lotadas. Estamos fotografando, monitorando as vendas e conduzindo aqueles que cometem o crime às delegacias”, diz.

COMBATE De acordo com dados da Polícia Civil, no último sábado, por exemplo, quando a Seleção Brasileira enfrentou o Chile, no Mineirão, uma operação foi montada para combater a ação de cambistas, o que resultou na condução de um grupo de cinco brasileiros e quatro estrangeiros à 3ª Delegacia Regional Noroeste, sendo dois venezuelanos, um inglês e um chileno. Apenas um dos envolvidos, que é brasileiro, teve sua prisão em flagrante ratificada, porque tentou subornar um dos policiais civis. Os demais foram ouvidos e tiveram seus Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs) redigidos para serem encaminhados ao Juizado Especial Criminal. “Quando a pessoa assina esse termo, ela fica livre do flagrante. E no juizado, se ele não tiver nenhum problema com a Justiça, ou seja, tem uma ficha limpa, ele faz uma transação penal, que pode ser prestação de serviço para a comunidade, dependendo do caso”, esclarece a juíza do Juizado Especial Criminal de BH, Flávia Birchal de Moura.
Ela explica ainda que o acusado, aceitando a transação, não pode assinar outro termo durante cinco anos. “Se cometer o crime de novo, ele vai responder por um processo e, se condenado, caso seja a primeira vez, pode também prestar serviços à comunidade. Muitas vezes, a polícia detém a pessoa mas não há provas contundentes. São poucos os processos que vão para frente. Trata-se de um crime de menor potencial ofensivo”, diz. O juizado, segundo conta Flávia Moura, tem atendido esses casos de forma imediata por causa da Copa do Mundo. “Em dias normais, a demora é de um mês”, compara. No caso dos acusados estrangeiros, segundo a juíza, há a transação penal e, como não é possível verificar a ficha policial deles, os promotores aplicam multas sem valor estabelecido.

NEGOCIAÇÂO Na internet, a negociação é grande. Em grupos nas redes sociais, muitas pessoas oferecem ingressos, que variam de R$ 1 mil a R$ 3,5 mil. Em um deles, dois rapazes ofereceram, na tarde de ontem, aluguel de uma credencial. Sem se identificar, o Estado de Minas conversou com um deles, que disse ter duas credenciais de um casal voluntário da Fifa e o valor seria de R$ 4 mil o par, sendo possível, inclusive, com a credencial, assistir ao jogo de qualquer local do estádio. “Se quiserem, eles vendem as duas camisas por R$ 500. Mas só irão fechar com alguém que seja de confiança. Dependendo, fecham até por R$ 3,8 mil. Boa sorte!”, escreveu na mensagem.

A Fifa, por meio da assessoria de comunicação, informou que toda credencial tem foto e nome da pessoa da qual pertence e que há, na entrada dos estádios, uma triagem bem rigorosa para os credenciados. Sobre a venda, a Fifa informou não poder comentar por não saber da veracidade do fato. 

ET de Varginha - Eduardo Almeida Reis‏

Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 03/07/2014 





Com a costumeira lucidez, que se reflete no admirável governo que vem realizando, a excelentíssima senhora Dilma Vana Rousseff (nascida no dia 14.12.1947, em Belo Horizonte, MG) discursou no Sul de Minas: “Primeiro, eu queria te dizer que eu tenho muito respeito pelo ET de Varginha. E eu sei que, aqui, quem não viu conhece alguém que viu, ou tem alguém na família que viu, mas de qualquer jeito eu começo dizendo que esse respeito pelo ET de Varginha está garantido”.

Estabelecido o fato de que a brilhante presidente da República Federativa do Brasil tem o maior respeito pelo ET de Varginha, peço licença para contar episódio ocorrido no Rio há cerca de meio século, quando correu a notícia de que um objeto voador não identificado, discoide, também chamado óvni, que hipoteticamente seria uma nave de outro planeta, andaria circulando pelos céus da cidade.

Assim como existe muita gente séria pesquisando o assunto, há bandos de malucos que se intitulam ufologistas e fazem papéis ridículos. Um desses grupos trabalhava em banco oficial e resolveu estabelecer contatos imediatos com os tripulantes do objeto voador discoide.

Nada melhor, decidiram os membros do grupo, do que construir um discoponto no alto da Pedra da Gávea, maciço rochoso relativamente fácil de escalar mesmo por alpinistas amadores. Tinta para pintar o discoponto existe à venda em todas as esquinas. Barracas, alimentação, lanternas potentes e roupas feitas de tecidos de amianto – os malucos providenciaram tudo.

Tecido de amianto porque ninguém sabe da temperatura corporal dos extraterrestres. Assim como os humanos circulam por aí com uma temperatura em torno de 37 graus, os extraterrestres podem circular a 150 graus ou mais, suficientes para queimar os aprendizes de ufologista. Não pensem que invento: conheci dois deles.

Instalados no alto da Pedra da Gávea, pintado no chão o discoponto, montadas as barracas, jantados, os malucos foram dormir deixando um companheiro como vigia em turnos de duas horas. Lá pelo segundo ou terceiro turno, o objeto discoide se aproximou do discoponto. Aos gritos, o vigia acordou seus colegas e se meteu numa barraca para vestir o traje de amianto.

Não deve ser fácil vestir-se de amianto como todos fizeram na excitação do contato imediato de primeiro grau. Um deles fez cocô nas calças incombustíveis costuradas com tecidos de silicato natural hidratado de cálcio e magnésio, crisotilo ou anfibólio, hidratado também pelos xixis que todos fizeram nas respectivas calças. Quando acabam, saíram das barracas para constatar que o objeto discoide já não avoava sobre o discoponto. Talvez tivesse tomado o rumo de Varginha, município mineiro com 396 km2, altitude 980m, fundado em 1882, gentílico varginhense, lema Culto e Ciência.

Gratidão

Qualidade daquele que é grato, a gratidão é o mais belo dos sentimentos. Penso que é uma obrigação, mas esbarra em situações nas quais o reconhecimento por um benefício recebido pode e deve ser questionado. Admitamos que um governo nomeie o ilustrado amigo e leitor do Estado de Minas ministro de um tribunal superior. Você merece a indicação referendada pelo Senado, mas o indicado poderia ser o Zé das Couves, que aceitaria o posto: ninguém, mas ninguém mesmo, tem noção das próprias limitações. É compreensível que nos tenhamos na mais alta conta e os ministérios brasilienses transbordem de inacreditáveis exemplos de autoestima.

Mas você, caro e preclaro leitor, tem currículo de sobra para aceitar a indicação de seu nome para o tribunal superior. Algum tempo depois, o titular do governo que o indicou se vê às voltas com uma acusação gravíssima, malfeito digno de impeachment. Mesmo pessoalmente grato ao titular do governo, acho que você tem ou deveria ter compromisso com a sua consciência e com o país em que nasceu. O julgamento do acusado, com um caminhão de provas das bandalheiras que derrubam governos, vai parar nas suas mãos de ilustre ministro do tribunal superior.

Sai dessa, preclaro amigo. No meu entendimento de philosopho, você tem três caminhos: declara-se impedido por sua gratidão ao governante, ou julga de acordo com a sua consciência, como também pode se demitir do cargo. Se você decide proteger o bandido, autor dos crimes capazes de derrubar governos, lamento dizer que o ladrão, o malfeitor, o bandido passa a ser você, até então brilhante bacharel em direito, temente a Deus, sem tísicos na família.

O mundo é uma bola


3 de julho de 1722: com destino a Goiás, parte de São Paulo a bandeira chefiada por Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera (1672-1740), termo tupi que significa “diabo velho”. Outros estudiosos sugerem que o termo vem da tribo dos inhanguera, de Tocantins, índios que teriam sido escravizados pelo pai do famoso bandeirante. Em 1733, o Anhanguera foi acusado de sonegação de impostos. Morreu pobre e destituído de poder em Vila Boa de Goiás. Em 1928, J. L. Baird faz em Londres a primeira transmissão de tevê em cores.

Ruminanças

“Só pagam impostos os que não têm com que pagá-los” (Sofocleto, 1926-2004).

Agora, um califado no Iraque Vítor Gomes Pinto

Agora, um califado no Iraque
Vítor Gomes Pinto
Escritor, analista internacional
Estado de Minas: 03/07/2014


Onze anos após a morte de Saddam Hussein e três anos passados do início da guerra da Síria, surge um novo e surpreendente espaço político no explosivo Oriente Medio: a criação de um país com regime ainda mais radical do que os já existentes num vasto território que redesenha as fronteiras, um califado sob o comando de Abu Bakr al-Baghdadi à frente do grupo Estado Islâmico no Iraque e no Levante (Isis, na sigla em inglês). Os Estados Unidos, que retiraram suas tropas de Bagdá em dezembro de 2011, agora assistem, abismados, a combatentes sunitas do Exército iraquiano despindo suas fardas e abandonando voluntariamente armas, tanques e equipamentos (pagos em dólares) nas mãos dos invasores no Norte do país. Vale lembrar que na origem está a formação do moderno Iraque com suas fronteiras artificiais resultantes da repartição colonial do Oriente Médio feita por britânicos e franceses, obrigando muçulmanos de todas as crenças e curdos a coabitarem uma nação, inexequível desde o nascimento, da qual não se sentiam partes.

A situação, para quem não está acostumado às práticas de alianças e confrontos na arena internacional, é sui generis, pois está impondo uma inesperada associação entre EUA, Irã e até a Síria de Al-Assad numa fórmula que, segundo a revista New Yorker, se baseia na máxima popular de que "o inimigo de meu inimigo é meu amigo". Unem-se temporariamente para combater o Isis e, depois, caso resolvido o problema, voltam às velhas brigas de costume. De fato, o regime xiita de Teerã apoia a continuidade, por razões de credo, de Bashar al-Assad na Síria e de Nuri al-Maliki no Iraque, não importa o que façam. Já os Estados Unidos, que como sempre fazem questão de ignorar as questões religiosas locais, sustentam os rebeldes sunitas que querem derrubar o ditador sírio, mas, no vizinho, combate-os para evitar que fortaleçam os terroristas do Isis. Dito de outra forma, na Síria, os EUA estão apoiando rebeldes sunitas contra o regime de Al-Assad, o amigo do Irã, e no Iraque tanto os americanos quanto os iranianos apoiam os xiitas na luta contra os sunitas

O governo de Nuri al-Maliki, o primeiro-ministro que substituiu Saddam Hussein, é xiita e, como tal, o principal responsável pelo caos atual porque tem sistematicamente perseguido a minoria sunita (30% da população) do país, expulsando seus membros do Exército e dos empregos públicos ao ponto de tornar insustentável a convivência entre esses dois ramos do Islã e também com os curdos (10% dos iraquianos). Para completar o quebra-cabeças, Obama e Hassan Rohani, o presidente da república iraniana, discordam em relação ao futuro de Maliki. O Irã deseja mantê-lo como está, ao passo que os EUA defendem uma efetiva divisão do poder entre os três grupos no Executivo. Atualmente, há um acordo – na prática fracassado – pelo qual o primeiro-ministro é xiita; o presidente, que é figura decorativa, é um sunita; e o porta-voz do Congresso, um curdo.

O Isis é um movimento jihadista (guerra santa aos não islâmicos) surgido em abril do ano passado como uma dissidência da Al-Qaeda que desautorizou sua ação. Não obstante, o grupo não só prosseguiu como se tornou, gradativamente, mais forte que que a própria Al-Qaeda e hoje é tido como a principal ameaça terrorista no Oriente Médio. Al-Baghdadi, nascido provavelmente em 1971 na cidade iraquiana de Samarra, ao norte de Bagdá, tem carisma, afirmando que seus milhares de seguidores incluem combatentes britânicos, alemães, norte-americanos, além dos recrutados nos países vizinhos e no Cáucaso. Sua proposta é formar um novo estado islâmico, tão ou mais radical que o talebã afegão, tendo Baghdadi como seu emir. Ao invadir o território iraquiano, embora numericamente pouco significantes, ocuparam com facilidade as áreas de predominância sunita, tomando Mosul, a segunda maior cidade do país. Em seguida, tomaram Kirkut, onde está a refinaria de Beiji, mas logo foram desalojados pelo Exército da província autônoma do Curdistão, que combate ao lado das forças xiitas e deseja participar da nova divisão do poder em Bagdá.

A perda de Beiji seria um golpe dificilmente assimilável, seja porque aí se produz mais de 1/4 do petróleo consumido no país, seja porque seu destino é essencialmente o mercado interno, fornecendo gasolina, óleo e combustível para as centrais elétricas. Não há solução de curto prazo em vista. O principal clérigo xiita convocou seu povo às armas, enquanto o Estado Islâmico prometeu marchar sobre Bagdá e sobre as cidades sagradas de Karbala e Najaf, onde se encontram alguns dos mais venerados santuários nacionais, nesta que é a mais séria crise que o Iraque, afundado no sectarismo, enfrenta desde a completa retirada das forças de ocupação norte-americanas.

VOLTA PARA CASA » Nos braços da galera‏

VOLTA PARA CASA » Nos braços da galera Seleções que fizeram bonito no Brasil apesar da eliminação são recebidas com honras e festa
Estado de Minas: 03/07/2014


Milhares de pessoas encheram as ruas do Centro de Argel para recepcionar os jogadores da seleção, superada pela Alemanha (Louarfi Larbi/Reuters)
Milhares de pessoas encheram as ruas do Centro de Argel para recepcionar os jogadores da seleção, superada pela Alemanha
 Os bons desempenhos em gramados brasileiros estão sendo reconhecidos pelos torcedores de seleções que vieram sem muito cartaz para a Copa do Mundo. No retorno a seu país, as delegações estão sendo recepcionadas por multidões em festa pela campanha, mesmo com a eliminação ainda no decorrer da competição. Ontem, foi a vez da Seleção da Argélia, derrotada pela Alemanha por 2 a 1 nas oitavas de final.

Milhares de torcedores saíram às ruas da capital Argel para receber os jogadores e o técnico bósnio Vahid Halilhodzic, que desfilaram em carro aberto. Com fogos de artifício, bandeiras e com o tradicional grito “One, two, three, viva l'Algerie”, os argelinos saudaram a equipe no percurso do aeroporto Huari Bumedian até o Ministério dos Esportes. “Slimani! Bougherra!” gritavam os torcedores para seus heróis em um ônibus no qual passaram pelas ruas de Argel.

Desde o começo da manhã, centenas de pessoas foram se concentrando na praça do Grande Poste, local onde vibraram com os jogos da equipe por um telão instalado pelas autoridades. No Brasil, a Argélia fez sua melhor campanha em Copas, terminando na 14ª posição. Nas três participações anteriores, os argelinos não haviam passado da fase de grupos.

No aeroporto Outras seleções também tiveram o reconhecimento de seus torcedores, apesar da eliminação nas oitavas de final. Depois de ser derrotada pela Holanda por 2 a 1, nos minutos finais, a Seleção Mexicana voltou a seu país na segunda-feira à noite e teve uma recepção calorosa, com torcedores lotando o aeroporto da Cidade do México.

Milhares de pessoas aguardavam a delegação mexicana, que, no entanto, foi impedida de ter contato direto com a torcida. A administração do aeroporto justificou que o local não estava preparado para receber a multidão e temia pela segurança.


Viagem atrasada para receber os chilenos

Os chilenos também tiveram uma recepção inesquecível em Santiago, no domingo, dia seguinte à eliminação para o Brasil nos pênaltis, no Mineirão. Centenas de torcedores foram ao aeroporto da capital chilena e milhares de pessoas encheram as ruas no percurso até o Palácio Presidencial, onde jogadores e comissão técnica foram recebidos pela presidente, Michelle Bachelet.

As autoridades calcularam em 5 mil o número de pessoas que foram às ruas para recepcionar a equipe chilena. A presidente Bachelet chegou a atrasar uma viagem aos Estados Unidos para se encontrar com a seleção, que, mais uma vez, foi eliminada nas oitavas de final pelo Brasil.

Os torcedores gregos também reconheceram a bela campanha da equipe, que, no Brasil, chegou pela primeira vez às oitavas de final, quando foi eliminada pela Costa Rica nos pênaltis. Na terça-feira, os jogadores tiveram o reconhecimento da torcida, que compareceu em peso ao aeroporto de Atenas para receber a delegação. “Agradeço a todas as pessoas que vieram aqui e a todos os gregos. Infelizmente, não pudemos lhes dar mais alegrias. Mas estamos orgulhosos e agradecemos a todos que reconhecem nosso trabalho”, disse o experiente Katsouranis. De saída do cargo, o técnico português Fernando Santos preferiu não retornar à Grécia. Ele será substituído pelo italiano Claudio Ranieri.

Hoje, será a vez da Seleção Suíça. A imprensa do país convocou os torcedores a receber a delegação no aeroporto de Zurique às 6h30 (horário de Brasília), para homenagear os jogadores que somente foram eliminados pela Argentina, nas oitavas de final, nos minutos finais da prorrogação.

 (Ezequiel Becerra/AFP)

ENQUANTO ISSO...
Costa Rica prorroga estadia

Se há uma seleção que ainda segue na disputa da Copa que será recebida de forma especial é a da Costa Rica, para quem alcançar as quartas de final já é uma façanha histórica. A campanha foi tão além das expectativas dos próprios dirigentes que a Federação Costa-riquenha de Futebol foi obrigada a remarcar as passagens de volta dos jogadores e comissão técnica, marcadas para segunda-feira, dia seguinte à partida contra a Grécia, pelas oitavas. A promessa é de uma festa sem precedentes na chegada dos Ticos a San José (na foto, o presidente Luis Guillermo Solís comemora com a multidão), o que a torcida espera que não ocorra já depois do confronto com a Holanda.

ZONA MISTA » Curtindo a vida adoidado

ZONA MISTA » Curtindo a vida adoidado
Kelen Cristina » com: Braitner Moreira
Estado de Minas: 03/07/2014


 (Fotos: Twitter/Reprodução de internet)
 Que depressão pós-eliminação que nada! Os jogadores que já deram adeus aos gramados brasileiros aproveitam as férias para se esbaldar em festas ou curtir praias paradisíacas. O português Cristiano Ronaldo foi curar em Mykonos, na Grécia, a ressaca pela péssima campanha da Seleção Lusa na Copa. Levou a tiracolo a namorada, a modelo russa Irina Shayk, e alguns amigos, com quem tem passeado de iate pelas ilhas gregas. O zagueiro espanhol Gerard Piqué embarcou para a ensolarada Cancún ao lado da mulher, a cantora Shakira, e do filho Milan – o trio, no entanto, já tem passagem marcada para o Brasil, pois a colombiana se apresentará na final, dia 13, no Rio. O goleiro Casillas, muito criticado por suas atuações com a Fúria, levou o filho Martin, de cinco meses, para a praia pela primeira vez, no Algarve, em Portugal. Muitos jogadores escolheram os Estados Unidos como destino: o armador italiano Pirlo (numa descontraída camisa floral, até enviou um “saluto” aos fãs) e o atacante espanhol David Villa estão em Nova York, enquanto o atacante inglês Wayne Rooney desfruta, ao lado da família, do clima festivo de Las Vegas. Também inglês, Gerrard foi para a badalada Ibiza, na Espanha, onde tem passeado de  jet-ski com os filhos.




POUCAS MUDANÇAS
Prestes a receber seu último jogo nesta Copa, o Castelão trata o confronto Brasil x Colômbia, pelas quartas de final do Mundial, com naturalidade: ao menos até agora, não houve alteração no planejamento em relação às cinco partidas anteriores. Na manhã de ontem, funcionários da Fifa se limitavam a mudar a disposição das tribunas de imprensa – serão 408 jornalistas na arquibancada superior, em vez dos 312 presentes em México x Holanda. Nos bastidores, o estádio de Fortaleza tem uma das operações mais elogiadas pela entidade e pelo Comitê Organizador Local.


Feriado nacional
O jogo entre Brasil e Colômbia pode levar o governo colombiano a decretar feriado nacional no país. A ação, contudo, não será motivada apenas pela festa. A segurança, na verdade, é a principal preocupação das autoridades. Algumas cidades já proibiram a venda de bebidas alcoólicas e até de espuma em spray e farinha – usados em comemorações, acabam resultado em confusões entre os torcedores. Na capital, Bogotá, o efetivo policial será aumentado, com
1.600 homens a mais nas ruas.


Presidente in loco
O clima tenso em relação à segurança na Colômbia não impede, no entanto, que o presidente do país venha ao Brasil acompanhar a partida decisiva. Juan Manuel Santos  já confirmou que estará no Castelão, em Fortaleza, para assistir ao confronto que vale vaga na semifinal.


“É nóis”
O polonês naturalizado alemão Lukas Podolski lidera a corrida pelo título de mais simpático do Mundial. Assíduo nas redes sociais, ele registra cada momento da jornada germânica, envia mensagens de incentivo aos eliminados e até tem usado o português em seus posts. Ontem, Podolski trocou tuítes com Ronaldinho Gaúcho, do Atlético. A conversa começou depois que o alemão postou uma foto na Arena do Grêmio. “Contente por ter conhecido o clube que projetou um dos maiores craques da bola: Ronaldinho”, escreveu, encerrando com um jargão conhecido dos boleiros brasileiros: “#Énóis”. R10 retribuiu a gentileza: “Espero que a Copa seja uma experiência incrível na sua vida, amigo”. Podolski, então, respondeu, em mais uma demonstração de sua empatia: “Obrigado pelas palavras, Ronaldinho. Agora que estou aqui entendo por que dizem que o Brasil é o país do futebol!”.


Craque também com a bolinha
O atacante Van Persie, que já deu prova de seu talento nos campos durante a Copa, mostrou ao mundo ontem sua habilidade em outra praia – literalmente. No Instagram, o jogador postou um vídeo no qual joga frescobol à beira-mar, no Rio, com o auxiliar-técnico holandês Patrick Kluivert. A dupla arrasa na irreverência, acertando a bolinha mesmo virando o rosto na hora das rebatidas. Na descrição do post, Van Persie avisa, bem-humorado: “Não faça isso em casa”.

BRASUCAS

BRASUCAS

Estado de Minas: 03/07/2014

Hummels à disposição
O zagueiro alemão Mats Hummels, que não disputou a partida das oitavas de final do Mundial em que a Alemanha venceu a Argélia por 2 a 1, afirmou que está praticamente pronto para o jogo das quartas de final contra a França, sábado: “Estou quase totalmente recuperado, quase 100% novamente”. O defensor havia ficado de fora do jogo contra os argelinos por uma gripe. Podolski, que também perdeu a última partida, foi outro que treinou normalmente.


Ídolo da Alemanha não teme adversário
Eleito pela Fifa o melhor jogador da Copa de 2002, o ex-goleiro Oliver Kahn segue atento à competição mais importante do futebol mundial. Ontem, o alemão deu seu palpite sobre o adversário de sua seleção nas quartas de final e afirmou que a França não é um grande time, apontando problemas em todos os setores: “Vimos uma grande quantidade de pontos fracos contra a Nigéria. Principalmente no início, quando o meio de campo foi pressionado, eles não encontraram o Benzema. Criam poucas oportunidades. Quanto à defesa, não é segura. Você sempre terá chances contra eles”.


Varane trabalha, Debuchy repousa
Internado segunda-feira com desidratação depois do jogo contra a Nigéria, o zagueiro francês Varane treinou normalmente com a equipe ontem. O único jogador que ficou fora do treinamento no estádio Santa Cruz foi o lateral-direito Debuchy, que sofreu uma contusão na virilha. De acordo com a Federação Francesa de Futebol, Debuchy fará um trabalho separado da equipe. Apesar de ter informado que o estado de saúde dele não é grave, a Federação não confirmou se o jogador estará disponível para o jogo contra a Alemanha.


Questionamento
“Se meus jogadores ainda nem tinham nascido, que sentido faz falar disso?”
Didier Deschamps, técnico da França, respondendo as perguntas sobre as derrotas francesas para os alemães nas semifinais das Copas de 1982 e 1986.

 (YASUYOSHI CHIBA/AFP)

Laranja Mecânica
Depois da folga de terça-feira, os jogadores da Holanda voltaram a treinar ontem, no Rio de Janeiro. O volante De Jong, cortado da Copa por contusão, se limitou a fazer um alongamento no campo. “De Jong foi uma grande perda. Mas acho que nessa Copa do Mundo já mostramos que todos os jogadores vindos do banco podem influenciar no time. Todos podem entrar e ir bem”, disse o atacante Robben (foto). A equipe viaja hoje para Salvador, onde enfrenta a Costa Rica, sábado, buscando uma vaga na semifinal.


Garantido
O goleiro da Costa Rica, Keylor Navas, teve dores no ombro, mas não será impedido de atuar contra a Holanda pelas quartas de final, informou ontem o preparador físico Erick Sánchez. Ele não deu detalhes sobre as dores de Navas, que tem trabalhado separadamente do grupo nos treinamentos dirigidos pelo técnico colombiano Jorge Luís Pinto. “Vamos ter muito cuidado, embora seja melhor que não trabalhe na semana para estar bem no sábado”, resumiu.


4º elemento
Preocupado com o desgaste dos jogadores nas prorrogações, o técnico Gerard Houllier, do grupo de estudos da Fifa, apresentará proposta ao International Board proposta para que as seleções tenham o direito de fazer uma quarta substituição.

Quando o gramado vira passarela‏

Quando o gramado vira passarela
Na opinião de estilistas , França é campeã em elegância entre os oito finalistas 
 
Márcia Maria Cruz
Estado de Minas: 03/07/2014


Um olho na bola e outro no uniforme das seleções. Se em campo muita bola vai rolar para saber quem fica com a taça do mundo, no quesito moda o campeão já desfila pelos estádios. O Estado de Minas ouviu os estilistas Ronaldo Fraga, Luiz Cláudio, da Apartamento 03, e Gina Guerra, da Gig, sobre a moda dos gramados. Le bleu ou o azul  da França, faz gol de placa no quesito elegância. Com a camisa azul- escuro ornada com o escudo de um galo branco bordado, short branco e o meião vermelho, o uniforme francês é a combinação que mais encanta os estilistas. Mesmo sendo eleito o mais bonito, os Bleus ainda não jogaram com o uniforme oficial completo nesta Copa por decisão da Fifa.

Amante do futebol e filho do goleiro no extinto Sete de Setembro Futebol, Ronaldo gostou ainda dos uniformes da Argentina e da Holanda, clássicos no quesito uniformes, e da Costa Rica, revelação no futebol e nas escolhas estéticas. O uniforme croata também agradou ao estilista. “É o mais bem-humorado. Faz referência aos anos de 1940, quando as listras, o efeito zebra, começaram a ser usadas em campo para confundir os adversários”, diz.

A camisa canarinho não é unanimidade entre os estilistas. Luiz Cláudio gosta da combinação do verde e amarelo. Mas, para Ronaldo e Gina, a edição em nosso país do maior evento esportivo merecia um uniforme com design mais arrojado. Ronaldo defende que o modelo poderia espelhar a diversidade cultural brasileira e trazer a memória dos tempos áureos do futebol. “De 1960 para traz, a poesia é marcante no futebol. É esse lugar que me emociona”, diz.

Gana, Camarões e Itália são os preferidos de Gina. “As estampas étnicas representam os países africanos de maneira bem criativa e ousada. A Itália deu um show na modelagem. Peças que lembram os uniformes vintage, mas com a elegância italiana.” Os uniformes da Costa do Marfim e da Bélgica são os preferidos de Luiz Cláudio, que considera acertada a opção monocromática. Para ele, tanto nas passarelas como nos gramados, menos é mais. “Um grande diferencial são as golas”, pontua.

SENSAÇÃO A gola polo aparece no uniforme da França e do Brasil, essa com detalhe em V. A gola V marca os uniformes da Alemanha, Argentina e Holanda. A da Bélgica é a única com gola careca. E a da Costa Rica é a mais ousada delas, com a gola padre ou band collar. Como os Ticos são a sensação da Copa, a padre é tendência nas principais passarelas internacionais para o verão 2015. Das oito classificadas para as quartas de final, o uniforme de três é  da Nike (Brasil , Holanda e França), três da Adidas (Alemanha, Argentina e Colômbia). A Lotto fornece os uniformes da Costa Rica, e a Burrda o da Bélgica.


ALEMANHA
Ronaldo Fraga –
Não traz grandes novidades. É um uniforme clássico, que faz referência aos anos de 1940 e 1950 no futebol.
Luiz Cláudio – É o mesmo patrocinador da Colômbia, mas é um uniforme mais limpo e coeso. O desenho valoriza o tórax.
Gina Guerra – Adoro o estilo bem geométrico. A Alemanha soube trabalhar a modernidade do país. Ficou muito boa a proposta uniforme college com uma pegada bem masculina.

BÉLGICA
Ronaldo Fraga –
O país tem tradição em moda. Em função da escola de moda belga, poderiam ter feito melhor.
Luiz Cláudio – É um uniforme monocromático em um tom de vermelho intenso. O mesmo detalhe da gola aparece na manga, na barra do short e no meião. Gosto da marca da coroa.
Gina Guerra – É bem esportivo e criativo também. Achei incríveis o detalhe das listras no short e a cor total monocromática do look.

ARGENTINA
Ronaldo Fraga –
Adoro o uniforme da Argentina. É um clássico. Entraram com detalhes pretos que deram leveza, modernidade e agilidade.
Luiz Cláudio – É bem retrô. O azul-claro é uma forte referência à bandeira. Mas não está entre os meus uniformes preferidos.
Gina Guerra – Não mudou muito. Sem criatividade, seguiu o padrão tradicional argentino.

HOLANDA
Ronaldo Fraga –
É um uniforme simples, mas extremamente elegante. Reforça a tradição da Laranja Mecânica.
Luiz Cláudio – É tão bonito quanto o da França. Duas cores e também muito bem resolvido.
Gina Guerra – Adoro a combinação da camiseta com a meia. Apesar de não ter muitos detalhes, o conjunto ficou incrível somente em duas cores. Bem minimalista.

BRASIL
Ronaldo Fraga –
O uniforme é feio, não tem efeito gráfico, não dá volume, não traz arrojo em termos de recorte e design.
Luiz Cláudio – O verde e amarelo é uma combinação perfeita. É bem harmonioso. A gola polo estilizada com um V no meio é bem bonita.
Gina Guerra – O futebol brasileiro é conhecido pela sua criatividade. Ainda mais se tratando de uma Copa no Brasil, deixou a desejar.

COSTA RICA
Ronaldo Fraga –
É gráfico, moderno, surpreendente. Não parece uniforme de futebol.  A combinação das cores também foi muito feliz.
Luiz Cláudio – Muito bonita. O recorte valoriza o tórax e os ombros. É um uniforme limpo: camisa, short e meias.
Gina Guerra – Gostei muito da gola.

COLÔMBIA
Ronaldo Fraga –
Ando meio de bode com os uniformes amarelos. Como os uniformes do Brasil e Austrália, o da Colômbia é muito sem graça.
Luiz Cláudio – Gosto bem da gola e do detalhe das listras dos patrocinadores no ombro.  Não gosto das listas diagonais. Há elementos demais na camisa. Não gosto dessa linguagem carregada.
Gina Guerra – De muito mal gosto. Não gostei da combinação de cores e desenhos.

FRANÇA
Ronaldo Fraga –
Faz referência aos uniformes de 1930. Gostei muito, principalmente do material de que é feito. É muito elegante.
Luiz Cláudio – O uniforme é muito elegante. Não tinha como ser diferente. Cada peça é de uma cor e pronto. Super bem resolvido.
Gina Guerra – Adoro o ar sofisticado que deram para este uniforme. A camisa estilo polo com a gola branca, clássica, casa bem com o short branco e a meia red, as cores da França.

Goooool! De onde vêm os artilheiros‏

Goooool! De onde vêm os artilheiros
Quase metade dos gols já feitos no Mundial saiu dos pés de craques que atuam em 14 clubes europeus 

Estado de Minas: 03/07/2014


 (Dylan Martiniz/reuters)


A oito jogos do fim do Mundial’2014, a rede balançou 153 vezes nos estádios brasileiros. Descontados os cinco gols que jogadores marcaram contra suas equipes, dos 148 restantes, 74 (50%) foram feitos por craques que atuam em 14 clubes europeus e um em time da América, o atacante Enner Valencia, que defende o Pachuca, do México. As quatro equipes que mais concentram artilheiros na competição são também as que mais se destacam nos principais torneios do Velho Continente, principalmente pela capacidade financeira de investir em talentos: Bayern de Munique, Barcelona, Manchester United e Real Madrid. Os jogadores do alemão Bayern, atual campeão Mundial, fizeram 14 gols. A Holanda, com o melhor ataque da competição até o momento, marcou 12. Entre os seis jogadores da equipe de Munique que já fizeram gols, apenas o alemão Thomas Müller é um prata da casa. O holandês Arjen Robben, o suíço Shaquiri, o croata Mandzukik e o americano Green foram contratados por milhões de euros.

O Barcelona, segundo da lista, pode se orgulhar de ter revelado na cantera, como é chamada sua categoria de base, o craque argentino Messi, autor de quatro gols na Copa do Mundo e que está a dois de completar 400 como profissional. Porém, Neymar, principal jogador da Seleção Brasileira, e autor de quatro gols, custou milhões de euros em uma controvertida transferência do Santos para a equipe catalã.

 (FabriziO Brasch/afp)


O terceiro clube na lista de artilheiros, o Manchester United, também precisou de muito dinheiro para comprar os seis jogadores que marcaram gols na Copa. O holandês Van Persie comprado ao Arsenal, o espanhol Juan Mata adquirido do Chelsea, o belga Fellaini e o inglês Rooney comprados do Everton, além de reforçar o time vermelho, enfraqueceram os rivais que disputam a Premier League. Já Nani e Chicharito Hernández foram garimpados em seus países de origem, Portugal e México, respectivamente.

Atual campeão europeu, o Real Madrid teve o desempenho de sua artilharia afetada na Copa devido à má campanha de Portugal, país de seu principal jogador, Cristiano Ronaldo. O português, eleito pela Fifa o melhor do mundo em 2013, fez um primeiro semestre em alto nível, mas chegou ao Mundial contundido e não conseguiu levar a equipe lusitana além da primeira fase. A esperança dos merengues segue com o francês Benzema, com boas atuações e três gols, e com o argentino Di María, autor do gol da vitória de sua Seleção nas oitavas de final contra a Suíça.

 (Luis Gene/Afp)

COLUNA DO JAECI » Um voto de confiança para o Brasil‏

COLUNA DO JAECI » Um voto de confiança para o Brasil
A Colômbia está com a bola toda e futebol de primeira linha, mas somos o Brasil, de tantas goleadas nesse confronto

Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 03/07/2014



 (Marcelo Régua/Reuters)

Todos conhecem minha opinião e postura em relação à Seleção Brasileira: fraca, mal treinada e dirigida. Mas hoje vou dar uma aliviada, justamente por querer muito que, em casa, o time levante o caneco. Se lá no sorteio dos grupos, em dezembro, soubéssemos que depois de Croácia, México e Camarões enfrentaríamos Chile nas oitavas de final e Colômbia nas quartas, teríamos dado pulos de alegria. Os adversários sul-americanos nada mais são do que velhos fregueses de caderno, como dizem os torcedores. E já que passamos pelos chilenos, ainda que na sorte e nas defesas de Júlio César, podemos também passar pelos colombianos impondo nossa camisa e tradição.
A Colômbia está com a bola toda e futebol de primeira linha, mas somos o Brasil, de tantas goleadas nesse confronto. Não seria numa quarta de final de Copa que a temeríamos. Se jogarmos um pouquinho do que sabemos, não terei dúvidas da classificação. Não me perguntem como mudar o time da água para o vinho. É problema para o trio Felipão-Parreira-Murtosa, que custa aos cofres da CBF R$ 900 mil mensais – R$ 350 mil para cada um dos dois primeiros, R$ 200 mil para o terceiro. Então, que se virem e arranjem um jeito de fazer a equipe jogar bola. Não importa se no 4-4-2, no 3-5-2 ou no 3-6-1 nem que substituições vão fazer, e sim chegar à semifinal, contra França ou Alemanha.

A pedidos, vou dar uma trégua ao Brasil e tentar ajudá-lo a vencer os colombianos. Primeiro por sermos brasileiros. Segundo porque ter uma semifinal contra França ou Alemanha no Mineirão seria o máximo. O torcedor mineiro sonha com isso, ainda mais depois que BH foi a cidade mais bem avaliada em todos os itens neste Mundial.

Serei o Jaeci paz e amor, pela Seleção pentacampeã, que não pode nem deve fazer a torcida sofrer. Sei que temos problemas mil, que o emocional está no chão, que o time não treina e não tem esquema, que Felipão tem pedido ajuda à imprensa, mas é preciso apoiá-lo para ir à semifinal. Nela, perder para Alemanha ou França seria doído, mas bem menos do que para os colombianos, que não participaram das últimas três Copas. Já nós, nas cinco últimas, ganhamos duas e chegamos à final em outra. Este é o Brasil que conhecemos, que se supera nas grandes adversidades e sai de zero a 100 como uma Ferrari. É nele que devemos confiar. Que cada voz em Fortaleza e no resto do país feche com a Seleção, cante o hino a capela e acredite até o fim.

Já que o regulamento permite, que sejá nos 90 minutos, nos 120 ou nos pênaltis. Quem sabe não será o dia de Neymar, com grandes arrancadas e dois golaços? Quem sabe Paulinho e Fernandinho não deixam James Rodríguez jogar? Se estivemos mal até agora, que amanhã seja o dia de nos redimir e conseguir uma grande vitória. É tudo o que desejamos: mais uma estrela na gloriosa camisa. Se ao fim não der certo, que pequemos por excesso, jamais por omissão.

A Copa tem se caracterizado pela aproximação entre equipes médias e grandes. Mas os craques estão fazendo a diferença: o holandês Robben, o argentino Messi, o alemão Müller, o francês Benzema... Falta Neymar. Bola ele tem, mas que pare de cair e aposte mais nas arrancadas, que terminam na área adversária. Para mim, já disse, a Copa dele será a de 2018, mas se puder antecipar etapas, que seja logo. Vamos lá, Neymar. Vamos lá, Hulk (foto). Vamos lá, Fred. O país inteiro precisa de vocês, sei que não vão decepcioná-lo. Não podemos menosprezar a Colômbia, mas também não devemos temê-la. Queremos o Brasil na final do dia 13, no Maraca