A campanha presidencial tem algo de
insólito. Dilma pratica a auto-desconstrução e seus adversários apostam
no crescimento inercial às custas do desgaste dela
Estado de Minas: 01/05/2014
Estamos no curso
da sétima campanha presidencial depois do fim da ditadura. Cada campanha
foi única, marcada por circunstâncias próprias e pela personalidade dos
atores envolvidos. A deste ano, entretanto, tem algo de mais atípico,
na conduta dos candidatos, na ação dos partidos e na postura dos
eleitores. E pairando sobre tudo isso ficará, talvez até 20 dias antes
do pleito, quando acaba o prazo para a troca de candidatos, este grande
ponto de interrogação: Lula voltará ou não no papel de candidato, que
ele encarnou durante 17 anos, de 1989 a 2006.
Não só a presidente
Dilma Rousseff, como candidata à reeleição, tem tido uma postura
heterodoxa. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-governador Eduardo
Campos (PSB) são atípicos com suas campanhas que apostam na força
inercial do desgaste de Dilma. Cresceram agora, graças ao desgaste dela
com a crise da Petrobras, não à empatia do eleitorado com suas ideias e
propostas para o país. Ninguém é capaz de dizer com segurança o que cada
um deles faria na economia ou na gestão das principais políticas
públicas.
Mas Dilma é ainda mais insólita, parecendo empenhada na
auto-desconstrução. Sua declaração de ontem, de que será candidata com
ou sem apoio dos partidos da base, expressa sua incompreensão do modo
brasileiro de fazer política, com todos os defeitos que ele tem. Sem os
partidos da base, não haverá tempo de televisão nem palanques nos
estados. Não haverá campanha. O PT sozinho não faz verão e mesmo ele é
um pote até aqui de mágoas com ela. Quando Dilma sangrou pela primeira
vez, logo depois das manifestações de junho de 2013, em vez de se
abraçar aos aliados, ela começou a brigar com eles. Os tubarões então
atacaram. O ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, vem
pacificando a base, mas, em alguns casos, sua ação é tardia. Vide o que
fez o ressentido PR ao lançar o manifesto “Volta, Lula”.
Essas
estranhezas, dela e de seus adversários, alimentam o “volta, Lula”, que
ninguém sabe até onde vai crescer. Teoricamente, o PT tem o início de
setembro para trocar Dilma por Lula na chapa. Mas quem colocaria o guizo
no gato? Quem convenceria uma presidente que declara gostar do cargo a
abdicar do direito à recandidatura? Lula nega, mas há sinais de que se
prepara para uma eventual emergência. Alguém já explicou, por exemplo,
por que ele convenceu o empresário Josué Alencar, filho de seu ex-vice
José Alencar, a filiar-se ao PMDB? Ele já tinha certa uma candidatura a
governador pelo partido do pai, o PRB. Mas Lula pediu e ele atendeu. Há
quem diga que Lula levou Josué para o PMDB para chamá-lo como vice, caso
precise ser candidato. Leal a Dilma ele é, como disse ela no jantar com
jornalistas esportivos. Mas até que ponto estaria disposto a aceitar
uma derrota do projeto longamente perseguido para não ofendê-la? Essa é a
grande interrogação.
Uma palavra no cais
Nos
últimos dois anos o Estado de Minas e o Correio Braziliense
propiciaram-me o reencontro com o ofício de analista política, do qual
me havia afastado em 2007, após exercê-lo por 22 anos seguidos no jornal
O Globo. Deixei-o para enfrentar um desafio democrático, a implantação
da TV Pública num país que nunca observara o equilíbrio entre
radiodifusão privada, estatal e pública, tradição nas melhores
democracias, preceituado pelo artigo 223 de nossa Constituição. Missão
cumprida, apesar das incompreensões e agressões, o chamado do jornalismo
se impôs e, pelas mãos do diretor-geral Josemar Jimenez, aportei aqui,
escrevendo às terças, quintas e domingos, esta coluna publicada também
pelos outros jornais do grupo Diários Associados.
Foram tempos
fecundos para um observador da cena política de nosso país: tempo de
enorme desgaste para a atividade política, por conta das faltas de
alguns atores e das enormes falhas do próprio sistema que não
conseguimos reformar. Mas foram, por outro lado, tempos adventícios para
a sociedade civil, que deu mostras de sua vitalidade e de uma nova e
forte exigência em relação ao Estado e aos que o dirigem. Cheguei em
2012 e integrei-me ao esforço de cobertura das eleições municipais.
Afora um crescimento do PSB e um enraizamento do PT no interior, o
pleito apenas reproduziu as estacas mais fundas do sistema, que estão lá
nos municípios.
Em 2013, entretanto, vimos aflorar as grandes
manifestações populares, que não davam o ar de sua graças desde as
campanhas da transição, a das diretas e a de Tancredo Neves. Contados os
votos de 2012, o navio da sucessão presidencial pôs-se ao mar, com sua
carga de alianças, contradições e incertezas. E aqui estamos, numa
campanha muito singular.
Tudo vale a pena se a disposição não é
pequena. Foi um boa parceria, mas chegou o momento da separação. Nesse
período, convivi com uma equipe admirável por sua garra e dedicação. A
todos, sou grata pelo convívio enriquecedor. Por fim, um agradecimento
especial aos leitores de outros tempos que reencontrei e aos novos que
chegaram, e que poderão continuar me encontrando como comentarista da
RedeTV. Outros encontros virão.
quinta-feira, 1 de maio de 2014
CINE PE » Prêmio para Furtado Carolina Braga
Est6ado de Minas: 01/05/2014
O mercado de notícias, com o afiado olhar do diretor Jorge Furtado para o modo como se faz jornalismo no Brasil, faturou o prêmio de melhor documentário no festival Cine PE 2014. Na edição em que o Troféu Calunga será entregue em duas etapas – primeiro documentários e curtas, depois ficção (o resultado sai amanhã) –, o longa sobre a mídia ficou também com o prêmio do júri popular.
“Fiz um filme brasileiro que defende o bom jornalismo. Sem ele não há democracia possível”, afirmou Furtado.
O português Joaquim Pinto levou o prêmio de melhor diretor pelo documentário E agora? Lembra-me. Au revoir, de Milena Tirnes, venceu a mostra de curtas pernambucanos. Ela também levou o troféu de melhor direção. A competitiva de curtas nacionais premiou Tubarão, de Leo Tabosa.
Realizada no Teatro dos Guararapes, em Olinda, a cerimônia prestou homenagem a Laura Cardoso, de 85 anos, atriz de cinema, TV e teatro que atuou em 29 filmes. “Sem falsa modéstia, acho que não mereço isso tudo. Amo a terra do grande Ariano Suassuna”, disse Laura, dedicando o prêmio ao amigo José Wilker, também homenageado pelo Cine PE.
Jorge Furtado dirige cena de O mercado de notícias |
O mercado de notícias, com o afiado olhar do diretor Jorge Furtado para o modo como se faz jornalismo no Brasil, faturou o prêmio de melhor documentário no festival Cine PE 2014. Na edição em que o Troféu Calunga será entregue em duas etapas – primeiro documentários e curtas, depois ficção (o resultado sai amanhã) –, o longa sobre a mídia ficou também com o prêmio do júri popular.
“Fiz um filme brasileiro que defende o bom jornalismo. Sem ele não há democracia possível”, afirmou Furtado.
O português Joaquim Pinto levou o prêmio de melhor diretor pelo documentário E agora? Lembra-me. Au revoir, de Milena Tirnes, venceu a mostra de curtas pernambucanos. Ela também levou o troféu de melhor direção. A competitiva de curtas nacionais premiou Tubarão, de Leo Tabosa.
Realizada no Teatro dos Guararapes, em Olinda, a cerimônia prestou homenagem a Laura Cardoso, de 85 anos, atriz de cinema, TV e teatro que atuou em 29 filmes. “Sem falsa modéstia, acho que não mereço isso tudo. Amo a terra do grande Ariano Suassuna”, disse Laura, dedicando o prêmio ao amigo José Wilker, também homenageado pelo Cine PE.
CINEMA » Não é. Mas parece...
Dirigido por John Turturro, Amante a
domicílio traz bons momentos do ator Woody Allen. Com pitadas de drama,
comédia lembra o humor peculiar do autor de Noivo neurótico, noiva
nervosa
Mariana Peixoto
Estado de Minas: 01/05/2014
Em sua extensa filmografia, Woody Allen encarnou, muitas vezes, o judeu nova-iorquino neurótico e fracassado. Murray, seu personagem em Amante a domicílio, não foge à regra. Sua livraria no Brooklyn acabou de ir à falência e ele pensa numa situação tão inusitada que pode dar certo. Sugere ao ajudante, Fioravante (John Turturro) – um boa-praça que faz de tudo, de arranjos florais a serviços de encanamento –, se tornar amante profissional. E já lhe arruma, de cara, a primeira cliente: sua dermatologista, mulher madura e atraente disposta a fazer ménage à trois com a amiga – indiscutivelmente, uma gata, garante Murray com base numa foto.
Fioravante se torna prostituto, na falta de palavra melhor, e Murray, seu gigolô. Esse é o mote que o trailer vende ao espectador. Com Woody Allen na linha de frente e elenco secundário que destaca Sharon Stone e Sofía Vergara, o filme encheu as salas nas últimas duas semanas, graças a pré-estreias diárias. Só que há duas meias verdades no pacote: Amante a domicílio não é um filme de Woody Allen, embora pareça. E no meio da comédia há um delicado drama, que só faz a narrativa crescer. Certamente, John Turturro, aqui roteirizando e dirigindo seu quinto longa-metragem, aprendeu muito com o mestre. Os dois já contracenaram em Um agente como a gente (2000) e Hanna e suas irmãs (1986).
A partir do amante que não demora a fazer sucesso na vizinhança, Turturro mira sua verve afiada nos judeus ortodoxos que dominam certa região do Brooklyn. A figura central é a viúva Avigal (Vanessa Paradis): mãe de seis filhos, vive reclusa como manda a Torá – incluindo a obrigatória peruca toda as vezes em que sai de casa. De longe, ela é vigiada pelo apaixonado Dovi (Liev Schreiber), policial do bairro muito ligado às tradições judaicas. Até que Murray entra em cena, conseguindo a atenção da viúva. Sozinha a ponto de não ter qualquer contato físico com outra pessoa, ela se encanta com a delicadeza de Fioravante, apresentado-lhe por Murray como terapeuta massagista ou algo que o valha.
Colecionador de amantes, o faz-tudo se encanta pelo universo inexplorado que a viúva representa. Com essa situação dramática conduzindo a narrativa em boas interpretações de Turturro e Paradis, Allen vem quebrar o tom de melodrama. “Sequestrado” e levado a prestar contas aos rabinos, ele é um judeu que deixou seu rebanho. Murray reúne para inusitado jogo de beisebol um grupo multiétnico, os filhos de Avigal e os de sua própria companheira. Nesse raro momento em que é dirigido por outrem, Allen faz rir – mesmo num papel que já interpretou tantas vezes.
Mariana Peixoto
Estado de Minas: 01/05/2014
John Turturro e Woody Allen: parceria de sucesso nas telas desde a década de 1980 |
Em sua extensa filmografia, Woody Allen encarnou, muitas vezes, o judeu nova-iorquino neurótico e fracassado. Murray, seu personagem em Amante a domicílio, não foge à regra. Sua livraria no Brooklyn acabou de ir à falência e ele pensa numa situação tão inusitada que pode dar certo. Sugere ao ajudante, Fioravante (John Turturro) – um boa-praça que faz de tudo, de arranjos florais a serviços de encanamento –, se tornar amante profissional. E já lhe arruma, de cara, a primeira cliente: sua dermatologista, mulher madura e atraente disposta a fazer ménage à trois com a amiga – indiscutivelmente, uma gata, garante Murray com base numa foto.
Fioravante se torna prostituto, na falta de palavra melhor, e Murray, seu gigolô. Esse é o mote que o trailer vende ao espectador. Com Woody Allen na linha de frente e elenco secundário que destaca Sharon Stone e Sofía Vergara, o filme encheu as salas nas últimas duas semanas, graças a pré-estreias diárias. Só que há duas meias verdades no pacote: Amante a domicílio não é um filme de Woody Allen, embora pareça. E no meio da comédia há um delicado drama, que só faz a narrativa crescer. Certamente, John Turturro, aqui roteirizando e dirigindo seu quinto longa-metragem, aprendeu muito com o mestre. Os dois já contracenaram em Um agente como a gente (2000) e Hanna e suas irmãs (1986).
A partir do amante que não demora a fazer sucesso na vizinhança, Turturro mira sua verve afiada nos judeus ortodoxos que dominam certa região do Brooklyn. A figura central é a viúva Avigal (Vanessa Paradis): mãe de seis filhos, vive reclusa como manda a Torá – incluindo a obrigatória peruca toda as vezes em que sai de casa. De longe, ela é vigiada pelo apaixonado Dovi (Liev Schreiber), policial do bairro muito ligado às tradições judaicas. Até que Murray entra em cena, conseguindo a atenção da viúva. Sozinha a ponto de não ter qualquer contato físico com outra pessoa, ela se encanta com a delicadeza de Fioravante, apresentado-lhe por Murray como terapeuta massagista ou algo que o valha.
Colecionador de amantes, o faz-tudo se encanta pelo universo inexplorado que a viúva representa. Com essa situação dramática conduzindo a narrativa em boas interpretações de Turturro e Paradis, Allen vem quebrar o tom de melodrama. “Sequestrado” e levado a prestar contas aos rabinos, ele é um judeu que deixou seu rebanho. Murray reúne para inusitado jogo de beisebol um grupo multiétnico, os filhos de Avigal e os de sua própria companheira. Nesse raro momento em que é dirigido por outrem, Allen faz rir – mesmo num papel que já interpretou tantas vezes.
TeVê
TV paga
Estado de Minas: 01/05/2014
Funcionário do mês
Um dos grandes nomes do cinema argentino, o ator Ricardo Darín (foto) estrela nada menos que cinco filmes programados para hoje pelo Telecine Cult, numa sessão batizada Funcionário do mês. Serão exibidos, em sequência, os longas Kamchatka (16h), Nove rainhas (17h55), Elefante branco (19h55), Tese sobre um homicídio (22h) e Um conto chinês (à meia-noite). O Telecine Fun promove sessão dupla com Madagascar 2 (20h20) e Madagascar 3: os procurados (22h). E na MGM, em Quintas arrepiantes, dois filmes de terror: O terceiro olho (20h15) e Guerra dos mundos (22h).
Muitas alternativas na
programação de filmes
Na concorrida faixa das 22h, o assinante tem pelo menos seis boas opções: Hanna, na HBO Plus; Sem destino, no Max; Dossiê K, no Max Prime; O pior trabalho do mundo, no Studio Universal; Oblivion, no Telecine Premium; e Sem perdão, no Telecine Pipoca. Outras atrações da programação: Guerra de casamentos, às 21h, no Comedy Central; Cidade baixa, às 21h30, no Arte 1; Embargo, às 22h30, no Cine Brasil; e Predadores, às 22h35, no Megapix.
Série do NatGeo realiza
teste de sobrevivência
No segmento dos documentários, o NatGeo promove a estreia, às 19h, da série Risco de morte. Em cada episódio, o programa apresenta histórias reais de pessoas que passaram por situações desesperadoras e oferece aos assinantes chances de sobrevivência em casos extremos, avaliando três opções de atitude para cada cenário.
Borges e Lacan na pauta
de hoje do canal Curta!
No canal Curta!, em Quintas do pensamento, serão exibidos dois documentários. Começa às 20h30 com o escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino Jorge Luis Borges (1899–1986) na série Grandes escritores. Às 22h, é a vez de Encontro com Lacan, sobre o psicanalista e psiquiatra francês Jacques Lacan (1901–1981).
Comunicação pode mudar
a vida de morador de rua?
No Futura, às 17h35, a série de curtas produzidos por universitários prossegue no programa Sala de notícias, hoje com No olho da rua, de Paula Setsuko Nishizima, da Universidade Positivo. A produção coloca lado a lado dois moradores de rua e dois jornalistas que compartilham uma visão em comum: de que a comunicação pode e deve ajudar a mudar a realidade de quem mora nas ruas.
Fernando Faro entrevista
o professor Victor Costa
E na Cultura, às 23h30, o programa Móbile, comandado por Fernando Faro, recebe o professor Victor Costa, que fala sobre o trabalho que fez com Klaus Vianna, a história do tango desde a imigração dos espanhóis e as influências do flamenco, do cinema mudo e falado e das grandes orquestras argentinas.
Embate em família
Simone Castro
Mãe
e filha não escaparão de um confronto na trama de Em família (Globo). A
difícil conversa sobre Laerte (Gabriel Braga Nunes) faz com que Helena
(Júlia Lemmertz) adie ao máximo o encontro, mas Luiza (Bruna Marquezine)
tem urgência em resolver a questão. Daí que depois de tentar cercar a
mãe de todo jeito, Luiza decide ir atrás dela no trabalho. A jovem chega
à casa de leilões da família e diz que precisa bater um papo
importante. A resposta da leiloeira vem logo: “Ótimo, Luiza. Somos
duas”. A estudante escuta as provocações da mãe. “Vamos lá. Você veio
me falar sobre o dia em que eu a esperei no seu apartamento, acertei?”,
arrisca Helena, mencionando a ocasião em que se encontrou com Laerte,
quando o flautista apareceu na casa da filha com um buquê de flores na
mão e foi surpreendido por ela. Firme, Luiza responde sem tremer: “Que
bom que você sabe. Assim a gente encurta e facilita a nossa conversa.” O
encontro toma um rumo nada amistoso e logo mãe e filha estão se
agredindo e trocando palavras duras. Nos próximos capítulos, outro
embate promete. Helena revelará para a tia Selma (Ana Beatriz Nogueira),
mãe de Laerte, que será capaz de matá-lo caso a trágica história de seu
romance com ele se repita com Luiza. Tudo começa quando elas se
encontram e Selma deixa claro que não aceita o novo relacionamento do
filho, a essa altura já do conhecimento de toda a família. Ela exige que
Helena tire Luiza do caminho do músico. Selma diz à sobrinha que ela
transmitiu truques baixos de sedução para que a filha fisgasse o coração
de Laerte. Tomada pela raiva, Helena explode: “Já senti na pele do que
seu filho é capaz. E tenho tanta repulsa por ele que meu corpo nem
sequer suportou segurar um filho dele. Mas desta vez eu acabo com seu
filho antes mesmo que ele cogite um mal maior, e será por legítima
defesa”. Antes de expulsar a tia da loja de leilões, Helena dirá o que
quer e ouvirá o que o não quer. “Saiba que aquele doente do seu filho
persegue a Luiza desde Viena. Ficou obcecado porque tudo nele é
patológico.” Selma rebaterá na lata: “Você certamente rói os cotovelos
de inveja, e deseja ardentemente estar no lugar dela”.
CLÁUDIA ABREU PREMIADA
POR ESPETÁCULO TEATRAL
A atriz Cláudia Abreu, que voltará à telinha na novela Geração Brasil, substituta de Além do horizonte (Globo) a partir de segunda-feira, recebeu, anteontem, no Rio de Janeiro, o troféu pela protagonista do clássico espetáculo Pluft, o fantasminha, de Maria Clara Machado, na 8ª edição do Prêmio Zilka Sallaberry de Teatro Infantil. Na novela, Cláudia vai interpretar a atriz Pamela Parker-Marra, mulher de Jonas Marra, personagem de Murilo Benício, protagonista da trama
WILLIAM VAI LEVAR UM TIRO
EM LUGAR DA AMADA CELINA
A tropa do bem, liderada por William (Thiago Rodrigues), vai movimentar os capítulos finais de Além do horizonte, hoje e amanhã. Durante o confronto com os homens do vilão LC (Antônio Calloni), o jovem vai levar um tiro ao tentar defender a amada Celina (Mariana Rios). Mesmo ferido, ele não desistirá da operação. Com a vitória sobre o mal, o casal terá um final feliz. Celina e William se candidatarão a cargos públicos: ele concorrerá à Prefeitura de Tapiré e ela tentará se eleger vereadora.
APRESENTADOR CÉSAR FILHO
FARÁ CIRURGIA NO JOELHO
César Filho, âncora do jornal SBT manhã, vai se afastar da bancada por 10 dias. Ele será submetido a uma cirurgia no joelho na segunda-feira. Durante a ausência temporária do apresentador, o jornalístico será comandado por Neila Medeiros.
BAND LANÇA SEU
CAFÉ COM JORNAL
O Café com jornal, depois de alguns adiamentos, finalmente vai estrear na segunda-feira, na Band. O foco serão os debates com vistas a aprofundar os temas do dia. Os apresentadores Aline Midlej e Luiz Megale conduzirão o bate-papo. Para tratar dos variados assuntos foram escalados Ana Lúcia Beltrame (saúde da mulher), Arnaldo Linchtenstein (clínico geral), Camila Hirsh (atividade física e bem-estar), Gisele Kato (artes e espetáculos), Lídia Aratangy (relacionamentos), Marcos Silvestre (finanças pessoais), Paula Rothman (tecnologia), Rosely Sayão (educação dos filhos) e Vicky Bloch (carreira). O Café com jornal vai ao ar das 6h às 10h.
VIVA
Serelepe, vivido por Tomás Sampaio, é um dos grandes destaques de Meu pedacinho de chão (Globo). Além da graça e do carisma, em sua composição o personagem conta, ainda, com a espontaneidade do ator.
VAIA
Mas no capítulo de sábado Serelepe fez tudo que uma criança não deve fazer: passou o dedo pela chama da vela e ainda pegou carona no teto do vagão de um trem em sua fuga do orfanato. Criançada, não repita!
Estado de Minas: 01/05/2014
Funcionário do mês
Um dos grandes nomes do cinema argentino, o ator Ricardo Darín (foto) estrela nada menos que cinco filmes programados para hoje pelo Telecine Cult, numa sessão batizada Funcionário do mês. Serão exibidos, em sequência, os longas Kamchatka (16h), Nove rainhas (17h55), Elefante branco (19h55), Tese sobre um homicídio (22h) e Um conto chinês (à meia-noite). O Telecine Fun promove sessão dupla com Madagascar 2 (20h20) e Madagascar 3: os procurados (22h). E na MGM, em Quintas arrepiantes, dois filmes de terror: O terceiro olho (20h15) e Guerra dos mundos (22h).
Muitas alternativas na
programação de filmes
Na concorrida faixa das 22h, o assinante tem pelo menos seis boas opções: Hanna, na HBO Plus; Sem destino, no Max; Dossiê K, no Max Prime; O pior trabalho do mundo, no Studio Universal; Oblivion, no Telecine Premium; e Sem perdão, no Telecine Pipoca. Outras atrações da programação: Guerra de casamentos, às 21h, no Comedy Central; Cidade baixa, às 21h30, no Arte 1; Embargo, às 22h30, no Cine Brasil; e Predadores, às 22h35, no Megapix.
Série do NatGeo realiza
teste de sobrevivência
No segmento dos documentários, o NatGeo promove a estreia, às 19h, da série Risco de morte. Em cada episódio, o programa apresenta histórias reais de pessoas que passaram por situações desesperadoras e oferece aos assinantes chances de sobrevivência em casos extremos, avaliando três opções de atitude para cada cenário.
Borges e Lacan na pauta
de hoje do canal Curta!
No canal Curta!, em Quintas do pensamento, serão exibidos dois documentários. Começa às 20h30 com o escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino Jorge Luis Borges (1899–1986) na série Grandes escritores. Às 22h, é a vez de Encontro com Lacan, sobre o psicanalista e psiquiatra francês Jacques Lacan (1901–1981).
Comunicação pode mudar
a vida de morador de rua?
No Futura, às 17h35, a série de curtas produzidos por universitários prossegue no programa Sala de notícias, hoje com No olho da rua, de Paula Setsuko Nishizima, da Universidade Positivo. A produção coloca lado a lado dois moradores de rua e dois jornalistas que compartilham uma visão em comum: de que a comunicação pode e deve ajudar a mudar a realidade de quem mora nas ruas.
Fernando Faro entrevista
o professor Victor Costa
E na Cultura, às 23h30, o programa Móbile, comandado por Fernando Faro, recebe o professor Victor Costa, que fala sobre o trabalho que fez com Klaus Vianna, a história do tango desde a imigração dos espanhóis e as influências do flamenco, do cinema mudo e falado e das grandes orquestras argentinas.
Embate em família
Simone Castro
Helena (Júlia Lemmertz) e Luiza (Bruna Marquezine) têm difícil conversa sobre primo |
CLÁUDIA ABREU PREMIADA
POR ESPETÁCULO TEATRAL
A atriz Cláudia Abreu, que voltará à telinha na novela Geração Brasil, substituta de Além do horizonte (Globo) a partir de segunda-feira, recebeu, anteontem, no Rio de Janeiro, o troféu pela protagonista do clássico espetáculo Pluft, o fantasminha, de Maria Clara Machado, na 8ª edição do Prêmio Zilka Sallaberry de Teatro Infantil. Na novela, Cláudia vai interpretar a atriz Pamela Parker-Marra, mulher de Jonas Marra, personagem de Murilo Benício, protagonista da trama
WILLIAM VAI LEVAR UM TIRO
EM LUGAR DA AMADA CELINA
A tropa do bem, liderada por William (Thiago Rodrigues), vai movimentar os capítulos finais de Além do horizonte, hoje e amanhã. Durante o confronto com os homens do vilão LC (Antônio Calloni), o jovem vai levar um tiro ao tentar defender a amada Celina (Mariana Rios). Mesmo ferido, ele não desistirá da operação. Com a vitória sobre o mal, o casal terá um final feliz. Celina e William se candidatarão a cargos públicos: ele concorrerá à Prefeitura de Tapiré e ela tentará se eleger vereadora.
APRESENTADOR CÉSAR FILHO
FARÁ CIRURGIA NO JOELHO
César Filho, âncora do jornal SBT manhã, vai se afastar da bancada por 10 dias. Ele será submetido a uma cirurgia no joelho na segunda-feira. Durante a ausência temporária do apresentador, o jornalístico será comandado por Neila Medeiros.
BAND LANÇA SEU
CAFÉ COM JORNAL
O Café com jornal, depois de alguns adiamentos, finalmente vai estrear na segunda-feira, na Band. O foco serão os debates com vistas a aprofundar os temas do dia. Os apresentadores Aline Midlej e Luiz Megale conduzirão o bate-papo. Para tratar dos variados assuntos foram escalados Ana Lúcia Beltrame (saúde da mulher), Arnaldo Linchtenstein (clínico geral), Camila Hirsh (atividade física e bem-estar), Gisele Kato (artes e espetáculos), Lídia Aratangy (relacionamentos), Marcos Silvestre (finanças pessoais), Paula Rothman (tecnologia), Rosely Sayão (educação dos filhos) e Vicky Bloch (carreira). O Café com jornal vai ao ar das 6h às 10h.
VIVA
Serelepe, vivido por Tomás Sampaio, é um dos grandes destaques de Meu pedacinho de chão (Globo). Além da graça e do carisma, em sua composição o personagem conta, ainda, com a espontaneidade do ator.
VAIA
Mas no capítulo de sábado Serelepe fez tudo que uma criança não deve fazer: passou o dedo pela chama da vela e ainda pegou carona no teto do vagão de um trem em sua fuga do orfanato. Criançada, não repita!
O lado feminino da fumaça - Sandra Kiefer
Ministério da Saúde mostra que mulheres
de BH enfrentam maior dificuldade para largar o cigarro. Nos dois sexos,
índice de fumantes da capital mineira é maior que a média nacional
Sandra Kiefer
Estado de Minas: 01/05/2014
A batalha contra o tabagismo no Brasil avança, mas enfrenta maior resistência entre os mineiros. Dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde, referentes à última pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), mostram que a proporção de fumantes em Belo Horizonte era de 12,8% em 2013, ano da sondagem. O índice está acima da média nacional, que é de 11,3%, e vem caindo ano após ano. Na capital mineira, a proporção de homens que fumam (15,8%) também é maior em relação à média nacional, de 14,4%. Embora estejam em menor número em relação ao público masculino, as belo-horizontinas (10,3%) também enfrentam mais dificuldade em largar o cigarro em relação à média das brasileiras (8,6%).
Para Débora Maltah, diretora de Análise de Situação em Saúde do ministério, o que mais chama a atenção nos dados mineiros é que a tendência de queda no tabagismo, diferentemente do que ocorre no restante do país, ainda não atingiu em grandes proporções as mulheres de BH. “Ao que parece, elas vão precisar de mais tempo para reverter o hábito de fumar, mas isso já deve aparecer no próximo Vigitel. A mortalidade dos homens devido aos efeitos do cigarro já está em declínio, enquanto começamos a ter notícias de mulheres adoecendo com câncer de pulmão. Provavelmente, ainda vamos observar esse fenômeno na capital mineira durante a próxima década”, compara.
“Para a mulher, é mais difícil parar de fumar. Ainda não sabemos o motivo, se é uma questão de metabolismo ou hormonal”, afirma a pneumologista Maria das Graças Rodrigues de Oliveira, presidente da Comissão de Controle do Tabagismo, Alcoolismo e Uso de Outras Drogas da Associação Médica de Minas Gerais. Segundo ela, as mulheres só adotaram o cigarro como sinal de autoafirmação a partir da década de 1950, quando atrizes como Marilyn Monroe surgiram fumando nas telas de cinema. Mais tarde, o hábito se tornaria mais comum com a chegada delas ao mercado de trabalho. “Os homens já atingiram o ápice da curva do cigarro e estão agora em declínio. As mulheres chegaram mais tarde”, diz a médica.
Pelo levantamento da Vigitel, Belo Horizonte também aparece na contramão do país, por apresentar leve alta no percentual de fumantes, de 12,1%, em 2012, para 12,8%. Mas a especialista do Ministério da Saúde pondera que a variação de até dois pontos percentuais acima ou abaixo do índice está dentro do intervalo de confiança da pesquisa.
Em oito anos, a proporção de fumantes na capital mineira, que era de 16% em 2006, primeiro ano do levantamento, encolheu 25%. No Brasil, a queda foi mais expressiva, chegando a 28% no mesmo período. Na comparação com outras capitais, BH aparece em quarto lugar no ranking, com 12,8%. Porto Alegre (RS) vem na primeira posição, com 16,5%, seguido de Curitiba (PR), com 13,7%, e São Paulo, com 14,9%.
OBESIDADE Pela primeira vez em oito anos consecutivos, o percentual de excesso de peso e de obesidade se manteve estável no país. No primeiro caso, estão enquadradas pessoas com índice de massa corporal (IMC) acima de 25; no segundo, aquelas com IMC acima de 30. A pesquisa indica que 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal e que, destes, 17,5% são obesos. A proporção de obesos entre homens e mulheres é a mesma: 17,5%. No entanto, em relação ao excesso de peso, os homens acumulam percentual mais expressivo, de 54,7%. Mas, em BH, menos da metade dos homens (48,4%) aparece na pesquisa com excesso de peso.
Novamente, as mulheres da capital não se saem tão bem quanto eles na pesquisa de saúde por telefone, feita sob encomenda do Ministério da Saúde. Apesar de conseguirem um resultado melhor em relação à média nacional, as belo-horizontinas com excesso de peso representam 46,3%, o que correspondente a apenas 1,1 ponto percentual de diferença em relação às brasileiras na mesma situação (47,4%).
O melhor resultado da população de Belo Horizonte na redução da obesidade pode ser explicado pelo aumento no consumo de frutas e hortaliças e pela prática de atividades físicas que, nos dois quesitos, extrapolam a média brasileira. No Brasil, 19,3% dos homens e 27,3% das mulheres comem cinco porções por dia de frutas e hortaliças, quantidade indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Na capital mineira, 23,3% dos homens aderiram à alimentação saudável, ante mais de um terço da população feminina (34,8%). Os homens são os mais ativos: 41,2% praticam exercícios no tempo livre, enquanto em 2009 eram 39,7%. Entretanto, o aumento da prática de exercícios entre as mulheres foi maior, passando de 22,2% para 27,4%.
Sandra Kiefer
Estado de Minas: 01/05/2014
A batalha contra o tabagismo no Brasil avança, mas enfrenta maior resistência entre os mineiros. Dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde, referentes à última pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), mostram que a proporção de fumantes em Belo Horizonte era de 12,8% em 2013, ano da sondagem. O índice está acima da média nacional, que é de 11,3%, e vem caindo ano após ano. Na capital mineira, a proporção de homens que fumam (15,8%) também é maior em relação à média nacional, de 14,4%. Embora estejam em menor número em relação ao público masculino, as belo-horizontinas (10,3%) também enfrentam mais dificuldade em largar o cigarro em relação à média das brasileiras (8,6%).
Para Débora Maltah, diretora de Análise de Situação em Saúde do ministério, o que mais chama a atenção nos dados mineiros é que a tendência de queda no tabagismo, diferentemente do que ocorre no restante do país, ainda não atingiu em grandes proporções as mulheres de BH. “Ao que parece, elas vão precisar de mais tempo para reverter o hábito de fumar, mas isso já deve aparecer no próximo Vigitel. A mortalidade dos homens devido aos efeitos do cigarro já está em declínio, enquanto começamos a ter notícias de mulheres adoecendo com câncer de pulmão. Provavelmente, ainda vamos observar esse fenômeno na capital mineira durante a próxima década”, compara.
“Para a mulher, é mais difícil parar de fumar. Ainda não sabemos o motivo, se é uma questão de metabolismo ou hormonal”, afirma a pneumologista Maria das Graças Rodrigues de Oliveira, presidente da Comissão de Controle do Tabagismo, Alcoolismo e Uso de Outras Drogas da Associação Médica de Minas Gerais. Segundo ela, as mulheres só adotaram o cigarro como sinal de autoafirmação a partir da década de 1950, quando atrizes como Marilyn Monroe surgiram fumando nas telas de cinema. Mais tarde, o hábito se tornaria mais comum com a chegada delas ao mercado de trabalho. “Os homens já atingiram o ápice da curva do cigarro e estão agora em declínio. As mulheres chegaram mais tarde”, diz a médica.
Pelo levantamento da Vigitel, Belo Horizonte também aparece na contramão do país, por apresentar leve alta no percentual de fumantes, de 12,1%, em 2012, para 12,8%. Mas a especialista do Ministério da Saúde pondera que a variação de até dois pontos percentuais acima ou abaixo do índice está dentro do intervalo de confiança da pesquisa.
Em oito anos, a proporção de fumantes na capital mineira, que era de 16% em 2006, primeiro ano do levantamento, encolheu 25%. No Brasil, a queda foi mais expressiva, chegando a 28% no mesmo período. Na comparação com outras capitais, BH aparece em quarto lugar no ranking, com 12,8%. Porto Alegre (RS) vem na primeira posição, com 16,5%, seguido de Curitiba (PR), com 13,7%, e São Paulo, com 14,9%.
OBESIDADE Pela primeira vez em oito anos consecutivos, o percentual de excesso de peso e de obesidade se manteve estável no país. No primeiro caso, estão enquadradas pessoas com índice de massa corporal (IMC) acima de 25; no segundo, aquelas com IMC acima de 30. A pesquisa indica que 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal e que, destes, 17,5% são obesos. A proporção de obesos entre homens e mulheres é a mesma: 17,5%. No entanto, em relação ao excesso de peso, os homens acumulam percentual mais expressivo, de 54,7%. Mas, em BH, menos da metade dos homens (48,4%) aparece na pesquisa com excesso de peso.
Novamente, as mulheres da capital não se saem tão bem quanto eles na pesquisa de saúde por telefone, feita sob encomenda do Ministério da Saúde. Apesar de conseguirem um resultado melhor em relação à média nacional, as belo-horizontinas com excesso de peso representam 46,3%, o que correspondente a apenas 1,1 ponto percentual de diferença em relação às brasileiras na mesma situação (47,4%).
O melhor resultado da população de Belo Horizonte na redução da obesidade pode ser explicado pelo aumento no consumo de frutas e hortaliças e pela prática de atividades físicas que, nos dois quesitos, extrapolam a média brasileira. No Brasil, 19,3% dos homens e 27,3% das mulheres comem cinco porções por dia de frutas e hortaliças, quantidade indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Na capital mineira, 23,3% dos homens aderiram à alimentação saudável, ante mais de um terço da população feminina (34,8%). Os homens são os mais ativos: 41,2% praticam exercícios no tempo livre, enquanto em 2009 eram 39,7%. Entretanto, o aumento da prática de exercícios entre as mulheres foi maior, passando de 22,2% para 27,4%.
Circuncisão evita o câncer de próstata, dizem pesquisadores canadenses
Circuncisão evita o câncer de próstata
Pacientes submetidos ao procedimento após os 35 anos têm, em média, 45% menos risco de desenvolver o tumor, revela um estudo desenvolvido em Montreal, no Canadá
Bruna Sensêve
Estado de Minas: 01/05/2014
A circuncisão é um
procedimento cirúrgico em que se remove o prepúcio, a pele que recobre a
glande (cabeça do pênis). A cirurgia é fácil, rápida – com duração de
cerca de 10 minutos – e apresenta taxas de complicações abaixo de 0,5%,
sendo as mais comuns sangramentos, infecções e insatisfação estética.
Como qualquer outra cirurgia, demanda a anestesia, o que não deve
provocar qualquer dor ao indivíduo. Nem dor, nem um número cada vez mais
crescente de infecções, especialmente as sexualmente transmissíveis.
Pesquisadores da Universidade de Montreal, no Canadá, trazem uma nova
possível relação do procedimento com a prevenção de doenças. Segundo
eles, é possível que a simples cirurgia proteja contra o desenvolvimento
do câncer de próstata. Mais curioso ainda é quando os homens podem ser
submetidos ao procedimento com esse fim: após os 35 anos de idade.
O estudo incluiu entrevistas com 1.590 casos confirmados patologicamente de câncer de próstata em um hospital de Montreal, entre 2005 e 2009, além de 1.618 controles populacionais, ou seja, que não desenvolveram a doença. Em geral, homens circuncidados tiveram um risco ligeiramente mais baixo, embora não estatisticamente significativo (11%), de desenvolver câncer de próstata do que os não circuncidados. A condição foi considerada realmente protetora em indivíduos circuncidados com 35 anos ou mais. A pesquisa demonstra que, nessa faixa etária, eles têm 45% menos risco de desenvolver câncer de próstata. Um efeito protetor mais fraco foi observado entre os submetidos à cirurgia dentro de um ano após o nascimento (14%). Constatou-se uma proteção ainda maior entre os homens negros circuncidados (60%).
“Nossos resultados fornecem novas evidências para um efeito protetor da circuncisão contra o desenvolvimento do câncer de próstata, especialmente para aqueles circuncidados depois de 35 anos de idade, embora a circuncisão antes de 1 ano também possa conferir proteção”, dizem os pesquisadores. A equipe foi liderada por Andrea Spencer, da Universidade de Montreal, e Marie-Élise Pais e Marie-Claude Rousseau, do Instituto Armand-Frappier, da Universidade de Quebec. Eles não sabem qual é o mecanismo que permite a possível proteção com a cirurgia. “Ao contrário da pele que cobre o corpo, a superfície interna do prepúcio é composta principalmente de epitélio mucoso não queratinizado, o qual é mais facilmente penetrável por micróbios que provocam infecções”, explicou Marie-Élise. Segundo a pesquisadora, a remoção do prepúcio pode, por conseguinte, reduzir o risco de uma infecção que pode ser associada ao câncer da próstata.
estudos observacionais Em qualquer caso, os cientistas reforçam que o efeito protetor da circuncisão deve ser confirmado por outros estudos. Questão apoiada pelo diretor do Departamento de Uro-oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Lucas Nogueira. Segundo ele, algumas pesquisas no passado lançaram essa associação, mas nenhuma comprovou algo real.
“São estudos que a gente chama de observacionais. Esse, em particular, chama a atenção pela quantidade de pacientes, mas é apenas observacional. Há várias nuances que precisam ser avaliadas com muito cuidado, além de outros fatores que podem excluir pacientes desse resultado.” Nogueira explica que é preciso saber por que os indivíduos acima de 35 anos foram submetidos à postectomia, como também é chamada a circuncisão.
“Pessoas que fizeram a cirurgia acima dos 35 anos normalmente têm um nível social mais baixo ou são diabéticas. O próprio estudo aventa a possibilidade de o diabetes estar associado ao fator protetor e não ao fato de o tecido ter sido circuncidado.” O diabetes está ligado, em muitos casos, a níveis mais baixos de testosterona circulante, hormônio que, por sua vez, está associado ao câncer de próstata. O urologista Rodrigo Frota, da Sociedade Brasileira de Urologia e do Grupo de Cirurgia Urológica Robótica do Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, ressalta que a postectomia é um importante fator de prevenção no câncer de pênis por evitar infecções e o acúmulo de bactérias no prepúcio. Porém, ele considera que a relação dela com o tumor na próstata é uma hipótese levantada devido à associação de fatos específicos: a baixa prevalência de câncer de próstata na população judaica, que tem alta ocorrência de circuncisão.
Segundo Frota, a cirurgia não está entre os fatores estudados para a proteção, muito menos a ausência dela é associada a uma maior ocorrência da doença. “Importante salientar que vários estudos foram feitos para avaliar fatores dietéticos da população oriental (com baixa incidência de câncer de próstata) como protetores e nada foi encontrado”, ressalta.
Para Arn Migowski, médico sanitarista e epidemiologista do Instituto Nacional do Câncer José de Alencar Gomes da Silva (Inca), a associação entre circuncisão e câncer de próstata tem evidências escassas. Ele acredita ser plausível que a circuncisão possa diminuir um pouco o risco de desenvolver alguns casos de tumores no local, mas por proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis. “Porém, os achados do estudo indicam que deve haver alguma proteção além da prevenção das DSTs. Isso é apenas uma hipótese, que deve ser mais bem investigada, pois pode haver confundimento residual não controlado nas análises.”
Fimose Da mesma forma, Migowski avalia que o resultado de maior proteção em homens circuncidados após os 35 anos é um achado isolado, que serve apenas para levantar uma hipótese a ser mais bem investigada. Ele explica que, talvez, o efeito tenha sido observado em função de a cirurgia ser indicada para a correção da fimose depois da infância. “Para câncer de pênis, o efeito protetor da circuncisão parece ser maior se houver histórico de fimose. Essa poderia ser uma possível explicação para o câncer de próstata também. Mas tudo isso são apenas hipóteses.”
A fimose é a dificuldade ou impossibilidade de expor a glande. O objetivo é melhorar a limpeza local e evitar problemas na região, como a bálano-postite – a postite é a inflamação ou infecção do prepúcio e a balanite corresponde ao acometimento da cabeça do pênis. Por esses e outros motivos que a circuncisão diminui o risco de câncer de pênis, uma vez que o mal está muito associado às condições de higiene.
Estudos anteriores mostram que o risco de câncer de pênis é muito pequeno em indivíduos com boas condições de higiene, mesmo sem a realização de circuncisão. Nesse sentido, surgiram algumas evidências de que alguns tipos de infecções podem estar associados, inclusive, ao aumento do risco de desenvolvimento de casos de tumores na região. “O mecanismo mais provável é o papel da inflamação crônica na patogênese e na progressão do câncer de próstata. É possível também que alguns agentes infecciosos tenham um papel direto no processo de carcinogênese (formação do câncer)”, diz Migowski.
O fator de risco mais importante para o câncer de próstata seria a idade, pois é uma doença mais comum em idosos. A disseminação da prática de realização de exames de rotina, como o PSA e o toque retal em homens saudáveis, também aumenta a possibilidade de ter a doença diagnosticada.
Migowski conta que indivíduos com forte história familiar e afrodescendentes também têm o risco aumentado. “Atividade física, fatores dietéticos e obesidade parecem ter um papel no risco de desenvolvimento desse câncer”, complementa.
Proteção ampliada
A circuncisão masculina reduz de 50% a 60% o risco de infecção por HIV em homens e diminui a incidência e a prevalência do vírus herpes simplex 2 (HSV-2) e do papilomavírus humano (HPV). Outros estudos mostraram um certo impacto do procedimento também em infecções bacterianas clássicas transmitidas sexualmente, como clamídia, gonorreia, sífilis e a infecção pelo protozoário causador da tricomoníase. O benefício é estendido às mulheres com parceiros circuncidados. Elas apresentam menos risco de contrair essas DSTs.
Palavra de especialista
Adriano Francisco Cardoso Pinto,
chefe do Departamento de Urologia do Instituto Brasileiro de Combate ao Câncer (IBCC)
Análises pontuais
“A presença da pele do prepúcio já foi associada ao câncer de pênis e, por causa disso, tentam encontrar uma relação entre a presença do prepúcio e a doença. Esse trabalho afirma que esse câncer em indivíduos negros com mais de 35 anos diminui entre os circuncidados. Porém, existe um trabalho publicado nos Estados Unidos mostrando que o grupo de pessoas que ficam livres não é de homens mais velhos, mas sim dos indivíduos que fizeram a circuncisão antes da primeira experiência sexual. Há um outro trabalho na Escandinávia dizendo que circuncidados têm menor chance de ter câncer. O problema desses trabalhos é que são analisadas populações que têm algum tipo de ressalva relacionada ao tema conduzido. Em todos eles, a conclusão é de que se precisa de mais dados para poder definir se essa associação é verdadeira. Como existem infecções que desencadeiam câncer, como o HPV, querem saber se elas têm relação com a presença do prepúcio. Mas ninguém sabe com certeza se isso é verdade. Temos que esperar novos trabalhos que comparem o mesmo resultado e cheguem à mesma conclusão.”
O estudo incluiu entrevistas com 1.590 casos confirmados patologicamente de câncer de próstata em um hospital de Montreal, entre 2005 e 2009, além de 1.618 controles populacionais, ou seja, que não desenvolveram a doença. Em geral, homens circuncidados tiveram um risco ligeiramente mais baixo, embora não estatisticamente significativo (11%), de desenvolver câncer de próstata do que os não circuncidados. A condição foi considerada realmente protetora em indivíduos circuncidados com 35 anos ou mais. A pesquisa demonstra que, nessa faixa etária, eles têm 45% menos risco de desenvolver câncer de próstata. Um efeito protetor mais fraco foi observado entre os submetidos à cirurgia dentro de um ano após o nascimento (14%). Constatou-se uma proteção ainda maior entre os homens negros circuncidados (60%).
“Nossos resultados fornecem novas evidências para um efeito protetor da circuncisão contra o desenvolvimento do câncer de próstata, especialmente para aqueles circuncidados depois de 35 anos de idade, embora a circuncisão antes de 1 ano também possa conferir proteção”, dizem os pesquisadores. A equipe foi liderada por Andrea Spencer, da Universidade de Montreal, e Marie-Élise Pais e Marie-Claude Rousseau, do Instituto Armand-Frappier, da Universidade de Quebec. Eles não sabem qual é o mecanismo que permite a possível proteção com a cirurgia. “Ao contrário da pele que cobre o corpo, a superfície interna do prepúcio é composta principalmente de epitélio mucoso não queratinizado, o qual é mais facilmente penetrável por micróbios que provocam infecções”, explicou Marie-Élise. Segundo a pesquisadora, a remoção do prepúcio pode, por conseguinte, reduzir o risco de uma infecção que pode ser associada ao câncer da próstata.
estudos observacionais Em qualquer caso, os cientistas reforçam que o efeito protetor da circuncisão deve ser confirmado por outros estudos. Questão apoiada pelo diretor do Departamento de Uro-oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Lucas Nogueira. Segundo ele, algumas pesquisas no passado lançaram essa associação, mas nenhuma comprovou algo real.
“São estudos que a gente chama de observacionais. Esse, em particular, chama a atenção pela quantidade de pacientes, mas é apenas observacional. Há várias nuances que precisam ser avaliadas com muito cuidado, além de outros fatores que podem excluir pacientes desse resultado.” Nogueira explica que é preciso saber por que os indivíduos acima de 35 anos foram submetidos à postectomia, como também é chamada a circuncisão.
“Pessoas que fizeram a cirurgia acima dos 35 anos normalmente têm um nível social mais baixo ou são diabéticas. O próprio estudo aventa a possibilidade de o diabetes estar associado ao fator protetor e não ao fato de o tecido ter sido circuncidado.” O diabetes está ligado, em muitos casos, a níveis mais baixos de testosterona circulante, hormônio que, por sua vez, está associado ao câncer de próstata. O urologista Rodrigo Frota, da Sociedade Brasileira de Urologia e do Grupo de Cirurgia Urológica Robótica do Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, ressalta que a postectomia é um importante fator de prevenção no câncer de pênis por evitar infecções e o acúmulo de bactérias no prepúcio. Porém, ele considera que a relação dela com o tumor na próstata é uma hipótese levantada devido à associação de fatos específicos: a baixa prevalência de câncer de próstata na população judaica, que tem alta ocorrência de circuncisão.
Segundo Frota, a cirurgia não está entre os fatores estudados para a proteção, muito menos a ausência dela é associada a uma maior ocorrência da doença. “Importante salientar que vários estudos foram feitos para avaliar fatores dietéticos da população oriental (com baixa incidência de câncer de próstata) como protetores e nada foi encontrado”, ressalta.
Para Arn Migowski, médico sanitarista e epidemiologista do Instituto Nacional do Câncer José de Alencar Gomes da Silva (Inca), a associação entre circuncisão e câncer de próstata tem evidências escassas. Ele acredita ser plausível que a circuncisão possa diminuir um pouco o risco de desenvolver alguns casos de tumores no local, mas por proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis. “Porém, os achados do estudo indicam que deve haver alguma proteção além da prevenção das DSTs. Isso é apenas uma hipótese, que deve ser mais bem investigada, pois pode haver confundimento residual não controlado nas análises.”
Fimose Da mesma forma, Migowski avalia que o resultado de maior proteção em homens circuncidados após os 35 anos é um achado isolado, que serve apenas para levantar uma hipótese a ser mais bem investigada. Ele explica que, talvez, o efeito tenha sido observado em função de a cirurgia ser indicada para a correção da fimose depois da infância. “Para câncer de pênis, o efeito protetor da circuncisão parece ser maior se houver histórico de fimose. Essa poderia ser uma possível explicação para o câncer de próstata também. Mas tudo isso são apenas hipóteses.”
A fimose é a dificuldade ou impossibilidade de expor a glande. O objetivo é melhorar a limpeza local e evitar problemas na região, como a bálano-postite – a postite é a inflamação ou infecção do prepúcio e a balanite corresponde ao acometimento da cabeça do pênis. Por esses e outros motivos que a circuncisão diminui o risco de câncer de pênis, uma vez que o mal está muito associado às condições de higiene.
Estudos anteriores mostram que o risco de câncer de pênis é muito pequeno em indivíduos com boas condições de higiene, mesmo sem a realização de circuncisão. Nesse sentido, surgiram algumas evidências de que alguns tipos de infecções podem estar associados, inclusive, ao aumento do risco de desenvolvimento de casos de tumores na região. “O mecanismo mais provável é o papel da inflamação crônica na patogênese e na progressão do câncer de próstata. É possível também que alguns agentes infecciosos tenham um papel direto no processo de carcinogênese (formação do câncer)”, diz Migowski.
O fator de risco mais importante para o câncer de próstata seria a idade, pois é uma doença mais comum em idosos. A disseminação da prática de realização de exames de rotina, como o PSA e o toque retal em homens saudáveis, também aumenta a possibilidade de ter a doença diagnosticada.
Migowski conta que indivíduos com forte história familiar e afrodescendentes também têm o risco aumentado. “Atividade física, fatores dietéticos e obesidade parecem ter um papel no risco de desenvolvimento desse câncer”, complementa.
Proteção ampliada
A circuncisão masculina reduz de 50% a 60% o risco de infecção por HIV em homens e diminui a incidência e a prevalência do vírus herpes simplex 2 (HSV-2) e do papilomavírus humano (HPV). Outros estudos mostraram um certo impacto do procedimento também em infecções bacterianas clássicas transmitidas sexualmente, como clamídia, gonorreia, sífilis e a infecção pelo protozoário causador da tricomoníase. O benefício é estendido às mulheres com parceiros circuncidados. Elas apresentam menos risco de contrair essas DSTs.
Palavra de especialista
Adriano Francisco Cardoso Pinto,
chefe do Departamento de Urologia do Instituto Brasileiro de Combate ao Câncer (IBCC)
Análises pontuais
“A presença da pele do prepúcio já foi associada ao câncer de pênis e, por causa disso, tentam encontrar uma relação entre a presença do prepúcio e a doença. Esse trabalho afirma que esse câncer em indivíduos negros com mais de 35 anos diminui entre os circuncidados. Porém, existe um trabalho publicado nos Estados Unidos mostrando que o grupo de pessoas que ficam livres não é de homens mais velhos, mas sim dos indivíduos que fizeram a circuncisão antes da primeira experiência sexual. Há um outro trabalho na Escandinávia dizendo que circuncidados têm menor chance de ter câncer. O problema desses trabalhos é que são analisadas populações que têm algum tipo de ressalva relacionada ao tema conduzido. Em todos eles, a conclusão é de que se precisa de mais dados para poder definir se essa associação é verdadeira. Como existem infecções que desencadeiam câncer, como o HPV, querem saber se elas têm relação com a presença do prepúcio. Mas ninguém sabe com certeza se isso é verdade. Temos que esperar novos trabalhos que comparem o mesmo resultado e cheguem à mesma conclusão.”
Parto natural ganha força
Mulheres defendem, em audiência pública,
procedimento mais humano. O Brasil ocupa o 2º lugar entre os países que
mais recorrem à cesariana
Guilherme Paranaiba
Estado de Minas: 01/05/2014
“As mulheres não podem ser induzidas a uma determinada escolha na hora do parto. A decisão pelo tipo de intervenção deve ser respeitada, e o direito das mães resguardado”, diz a assessora jurídica Renata Hargreaves, 31 anos, grávida de sete meses de uma menina. Pretendendo ter a primeira filha de parto normal, ela esteve presente ontem no Teatro da Assembleia Legislativa (ALMG) para participar de audiência pública da Comissão de Saúde sobre humanização do parto. O evento contou com autoridades e organizações que militam por um parto mais saudável, num contexto em que o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de cesarianas no planeta, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Entre 2000 e 2010, 43,8% dos nascimentos no país ocorreram por cesáreas, atrás apenas do Chipre (50,9%), quando a recomendação da OMS é que esse número não ultrapasse 15%.
Em Belo Horizonte, dados do ano passado mostram a ascensão das cesáreas sobre os partos naturais. Dos 31,2 mil nascimentos, 52,5% foram por cesarianas, contra 47,5% de normais.
“O tema da humanização me atraiu, pois quis ouvir o que as pessoas têm a dizer sobre o assunto. Acho que as mulheres têm que ter informações para fazer uma boa escolha”, afirma Renata. Autor do requerimento para convocação da audiência pública, o deputado Adelmo Leão (PT) tem também um projeto de lei que tramita na ALMG sobre o mesmo tema. Segundo ele, a cesariana em larga escala não é método mais saudável. Exceto quando há complicações, essa medida é dispensável. “Queremos que a vida da mãe e da criança seja mais saudável e feliz. Por isso, o Plano Estadual de Humanização do Parto pretende garantir as condições de uma assistência humanizada”, diz o parlamentar.
A presidente da ONG Bem Nascer, Cleise Soares, acredita que há um despreparo na formação dos médicos, que não são capacitados para dar a assistência que um parto merece. “Não somos contra a cirurgia. Nosso objetivo é evitar a cesariana desnecessária que ocorre muito pela falta de informações.”
Mercantilização Mãe de dois filhos que nasceram de partos naturais, dentro de uma banheira, a advogada Elizabeth Primo, de 38, acredita que a disseminação das cesarianas faz parte de um contexto de violência obstétrica, pois o fato reflete “a mercantilização da vida”, já que os procedimentos desse tipo facilitam o trabalho dos médicos. “O problema é que esses partos são cheios de intervenções que prejudicam a saúde das mulheres. Nao senti dor nos meus partos, os dois foram naturais e muito lindos. As pessoas têm que saber que é possível dar à luz com prazer”, diz.
Para o presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM/MG), Itagiba de Castro Filho, não há dúvida de que o parto humanizado é a opção mais segura e, segundo ele, isso já está garantido pela ética médica. Porém, argumenta que, em muitos casos, o alto número de cirurgias é explicado pela própria família, que exige dos médicos a opção. “Os principais alvos de reclamação no CRM são os obstetras, principalmente pelo fato de que se algo der errado a paciente quer saber por que não foi feita uma cesariana”, afirma Itagiba. O presidente do CRM nega que os médicos estejam despreparados. “É necessário avaliar qual opção traz mais segurança ao parto em questão. Há casos em que a cesariana pode salvar vidas.”
A opinião da presidente da Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), Maria Inês de Miranda Lima, é semelhante à do dirigente do CRM. Ela acredita que as cesáreas sobem em todo o mundo, não só no Brasil. “Há ainda o fator cultural, significativo para essa situação, já que as mulheres escolhem muito a cesariana pela facilidade do planejamento.” Ela acredita que falta mais organização de toda a rede de atendimento, para garantir equipes multidisciplinares, capazes de oferecer partos humanizados.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que a rede SUS/BH conseguiu diminuir o número de cesarianas desnecessárias nos últimos anos e que sete maternidades da capital atendem o sistema público. Informou ainda que o programa BH Pelo Parto Normal, divulga, desde 2007, as boas práticas de atenção obstétrica e neonatal, além dos benefícios do parto normal.
Guilherme Paranaiba
Estado de Minas: 01/05/2014
Para Renata Hargreaves, grávida de sete meses, a mulher não deve ser induzida na escolha da forma como vai ter o bebê |
“As mulheres não podem ser induzidas a uma determinada escolha na hora do parto. A decisão pelo tipo de intervenção deve ser respeitada, e o direito das mães resguardado”, diz a assessora jurídica Renata Hargreaves, 31 anos, grávida de sete meses de uma menina. Pretendendo ter a primeira filha de parto normal, ela esteve presente ontem no Teatro da Assembleia Legislativa (ALMG) para participar de audiência pública da Comissão de Saúde sobre humanização do parto. O evento contou com autoridades e organizações que militam por um parto mais saudável, num contexto em que o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de cesarianas no planeta, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Entre 2000 e 2010, 43,8% dos nascimentos no país ocorreram por cesáreas, atrás apenas do Chipre (50,9%), quando a recomendação da OMS é que esse número não ultrapasse 15%.
Em Belo Horizonte, dados do ano passado mostram a ascensão das cesáreas sobre os partos naturais. Dos 31,2 mil nascimentos, 52,5% foram por cesarianas, contra 47,5% de normais.
“O tema da humanização me atraiu, pois quis ouvir o que as pessoas têm a dizer sobre o assunto. Acho que as mulheres têm que ter informações para fazer uma boa escolha”, afirma Renata. Autor do requerimento para convocação da audiência pública, o deputado Adelmo Leão (PT) tem também um projeto de lei que tramita na ALMG sobre o mesmo tema. Segundo ele, a cesariana em larga escala não é método mais saudável. Exceto quando há complicações, essa medida é dispensável. “Queremos que a vida da mãe e da criança seja mais saudável e feliz. Por isso, o Plano Estadual de Humanização do Parto pretende garantir as condições de uma assistência humanizada”, diz o parlamentar.
A presidente da ONG Bem Nascer, Cleise Soares, acredita que há um despreparo na formação dos médicos, que não são capacitados para dar a assistência que um parto merece. “Não somos contra a cirurgia. Nosso objetivo é evitar a cesariana desnecessária que ocorre muito pela falta de informações.”
Mercantilização Mãe de dois filhos que nasceram de partos naturais, dentro de uma banheira, a advogada Elizabeth Primo, de 38, acredita que a disseminação das cesarianas faz parte de um contexto de violência obstétrica, pois o fato reflete “a mercantilização da vida”, já que os procedimentos desse tipo facilitam o trabalho dos médicos. “O problema é que esses partos são cheios de intervenções que prejudicam a saúde das mulheres. Nao senti dor nos meus partos, os dois foram naturais e muito lindos. As pessoas têm que saber que é possível dar à luz com prazer”, diz.
Para o presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM/MG), Itagiba de Castro Filho, não há dúvida de que o parto humanizado é a opção mais segura e, segundo ele, isso já está garantido pela ética médica. Porém, argumenta que, em muitos casos, o alto número de cirurgias é explicado pela própria família, que exige dos médicos a opção. “Os principais alvos de reclamação no CRM são os obstetras, principalmente pelo fato de que se algo der errado a paciente quer saber por que não foi feita uma cesariana”, afirma Itagiba. O presidente do CRM nega que os médicos estejam despreparados. “É necessário avaliar qual opção traz mais segurança ao parto em questão. Há casos em que a cesariana pode salvar vidas.”
A opinião da presidente da Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), Maria Inês de Miranda Lima, é semelhante à do dirigente do CRM. Ela acredita que as cesáreas sobem em todo o mundo, não só no Brasil. “Há ainda o fator cultural, significativo para essa situação, já que as mulheres escolhem muito a cesariana pela facilidade do planejamento.” Ela acredita que falta mais organização de toda a rede de atendimento, para garantir equipes multidisciplinares, capazes de oferecer partos humanizados.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que a rede SUS/BH conseguiu diminuir o número de cesarianas desnecessárias nos últimos anos e que sete maternidades da capital atendem o sistema público. Informou ainda que o programa BH Pelo Parto Normal, divulga, desde 2007, as boas práticas de atenção obstétrica e neonatal, além dos benefícios do parto normal.
Inovação made in BH - Silas Scalioni
Mineiro que criou grupo empresarial de internet, especializado em soluções digitais de
comunicação corporativa, é indicado como um dos 10 empreendedores de vanguarda do Brasil
Silas Scalioni
Estado de Minas: 01/05/2014
Não
é de hoje que Minas Gerais vem ganhando projeção no Brasil como polo de
inovação tecnológica. A comprovação maior disso se deu agora, quando um
jovem empreendedor mineiro se tornou um dos 10 empresários de vanguarda
a constar na seleta lista do Prêmio Inovadores Com Menos de 35 anos,
promovido pela revista Technology Review, do Massachusetts Institute of
Technology (MIT). Se participar de uma seletiva dessas, que conta com as
principais referências nacionais e internacionais do mercado de
inovação como jurados, já é uma grande conquista, imagine então ir além e
se tornar um dos selecionados e, portanto, ter a chance de integrar,
mais adiante, a lista dos nomes mais inovadores do mundo? Pois esse
feito foi obtido por Gustavo Caetano, de 32 anos, executivo maior da
Samba Tech, empresa mineira criadora de uma plataforma on-line para a
transmissão de vídeos para ambientes corporativos e que já recebeu
vários prêmios nacionais e internacionais, como os do site de negócios e
tecnologia Business Insider e da revista Forbes.
A versão para o Brasil da lista anual de jovens inovadores da Technology Review, que ocorreu pela primeira vez, visa homenagear profissionais que usam a tecnologia para desenvolver algo realmente inovador e relevante. Nos Estados Unidos, tal prêmio antecipou o sucesso de importantes empreendedores, como Mark Zuckerberg (Facebook) e Sergey Brin (Google). A presença do mineiro na lista começou a se viabilizar em 2013, quando um dossiê sobre o porquê de ele ser reconhecido como um dos profissionais mais inovadores do país foi feito, descrevendo suas ações desde que fundou a Samba Tech e como respira inovação diariamente. Segundo o pesquisador da Fundação Getúlio Vargas, César Yokomizo, um dos membros do júri, Caetano conquistou com seu projeto uma porção do crescente campo da comunicação que ainda é precária “e, portanto, tem um tremendo potencial para gerar boa renda.”
Lista mundial Gustavo Caetano e os demais indicados vão participar de uma cerimônia de premiação no dia 13, no Rio de Janeiro, quando poderão conquistar vaga entre os pré-indicados para a lista internacional de 35 nomes, que é uma das disputas anuais por premiação em tecnologia mais acirradas do mundo. “Esse prêmio, junto com a recente lista da FastCompany, que nos pôs como uma das 10 empresas mais inovadoras da América Latina, mostra que estamos no caminho certo para continuar revolucionando a experiência digital”, acredita o empreendedor. A Technology Review realiza iniciativas similares à que fez no Brasil na Itália, Espanha França, Sudeste Asiático e em mais 13 países da América Latina.
Minas, na opinião de Caetano, é um celeiro de empreendedores. Haja vista o programa San Pedro Valley (SPV), um dos mais contundentes ecossistemas de startups do Brasil, que concentra no Bairro São Pedro, Zona Sul de Belo Horizonte, cerca de 120 startups, mais de uma dezena de incubadoras e de centros de trabalho compartilhado. “Hoje, o SPV é um site que tem por objetivo apresentar as startups de Belo Horizonte para o Brasil e para o mundo, já que a cidade se tornou um polo de empreendedorismo e referência para empresas do ramo”, diz.
quando a inovação
começou e sua evolução
A Samba Tech foi fundada por Gustavo Caetano há cerca de 10 anos, quando ainda era estudante na Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro. A empresa inovou ao oferecer uma plataforma on-line para a transmissão de vídeos, que, segundo ele, é totalmente democrática, por ser neutra e poder ser usada por grupos de mídia e empresas que não desejam se valer do YouTube para desenvolver seus trabalhos. Em 2011, a Samba Tech lançou dois produtos que deram origem a duas empresas independentes: AdStream Samba, que possibilita um fluxo de trabalho digital, rápido e fácil entre as agências de publicidade e a TV; e a Samba Ads, uma spin-off (um novo produto de mídia derivado de uma ou mais obras já existentes ) da área de publicidade em vídeos on-line. Para gerenciar as linhas de produtos e serviços, no ano passado foi criada a holding Grupo Samba.
Os top 10 do Brasil
Vários dos indicados na versão nacional da lista da Technology Review são empreendedores que criaram startups de tecnologia. Há ainda pessoas ligadas a universidades e institutos de pesquisa. Veja a relação dos agraciados:
Gustavo Caetano, de 32 anos
Executivo da empresa Samba Tech, criadora de uma plataforma para publicação de vídeos na web e de um sistema de anúncios em vídeos.
Vanessa Testoni, de 34
Doutora em engenharia elétrica pela Unicamp, trabalha no Instituto de Pesquisa Samsung e desenvolve tecnologias que tornam mais seguras as compras pela internet.
Lorrana Scarpioni, de 23
Fundadora da Bliive, rede social que permite que os usuários troquem entre si serviços que vão de pintura de casas a massagens e aulas de música.
Mario Adolfi, de 27
É fundador da Kidopi, startup que desenvolveu um aplicativo de administração hospitalar que correlaciona indicadores, como o número de leitos disponíveis e o de internações agendadas, facilitando as decisões sobre o atendimento.
Martín Restrepo, de 32
Cofundador da Editacuja, empresa que criou um método de ensino por meio de dispositivos móveis.
Guilherme Lichand, de 27
Economista e estudante de PhD em Harvard, é cofundador da MGov, empresa de consultoria em políticas públicas. Criou um sistema para coletar e distribuir dados meteorológicos, via celular, a agricultores em regiões carentes.
Lucas Strasburg, de 22
Estudante de engenharia mecânica na Universidade Feevale, em Novo Hamburgo (RS), projeta e fabrica próteses ortopédicas de baixo custo feitas com plástico reciclado.
David Schlesinger, de 34
Médico e cofundador da empresa Mendelics, criou um método para diagnóstico de doenças genéticas raras, cuja identificação é sempre um desafio para os médicos.
Eduardo Bontempo, de 30
Especialista em educação e cofundador da empresa Geekie, criou um método de ensino para turmas heterogêneas (que reúnem crianças com diferentes níveis
de habilidade).
Wendell Coltro, de 34
É pesquisador da Universidade Federal de Goiás e desenvolve papéis reagentes que permitem a análise, a custo baixo, de fluidos como sangue e urina.
Ao leitor
A partir de hoje, o conteúdo do caderno Informática passa a ser divulgado nesta página de Ciência e Tecnologia, que continuará trazendo pesquisas científicas das mais diversas áreas, desenvolvidas no Brasil e no exterior, como também assuntos ligados ao mundo tecnológico. A coluna Mundo Link será publicada às terças-feiras, e a Técnicas e Truques, de B. Piropo, às quintas-feiras.
Silas Scalioni
Estado de Minas: 01/05/2014
Aos 32 anos, Gustavo Caetano recebeu a indicação pela criação da Samba Tech, empresa que criou plataforma
on-line para transmissão de vídeos em ambientes corporativos |
A versão para o Brasil da lista anual de jovens inovadores da Technology Review, que ocorreu pela primeira vez, visa homenagear profissionais que usam a tecnologia para desenvolver algo realmente inovador e relevante. Nos Estados Unidos, tal prêmio antecipou o sucesso de importantes empreendedores, como Mark Zuckerberg (Facebook) e Sergey Brin (Google). A presença do mineiro na lista começou a se viabilizar em 2013, quando um dossiê sobre o porquê de ele ser reconhecido como um dos profissionais mais inovadores do país foi feito, descrevendo suas ações desde que fundou a Samba Tech e como respira inovação diariamente. Segundo o pesquisador da Fundação Getúlio Vargas, César Yokomizo, um dos membros do júri, Caetano conquistou com seu projeto uma porção do crescente campo da comunicação que ainda é precária “e, portanto, tem um tremendo potencial para gerar boa renda.”
Lista mundial Gustavo Caetano e os demais indicados vão participar de uma cerimônia de premiação no dia 13, no Rio de Janeiro, quando poderão conquistar vaga entre os pré-indicados para a lista internacional de 35 nomes, que é uma das disputas anuais por premiação em tecnologia mais acirradas do mundo. “Esse prêmio, junto com a recente lista da FastCompany, que nos pôs como uma das 10 empresas mais inovadoras da América Latina, mostra que estamos no caminho certo para continuar revolucionando a experiência digital”, acredita o empreendedor. A Technology Review realiza iniciativas similares à que fez no Brasil na Itália, Espanha França, Sudeste Asiático e em mais 13 países da América Latina.
Minas, na opinião de Caetano, é um celeiro de empreendedores. Haja vista o programa San Pedro Valley (SPV), um dos mais contundentes ecossistemas de startups do Brasil, que concentra no Bairro São Pedro, Zona Sul de Belo Horizonte, cerca de 120 startups, mais de uma dezena de incubadoras e de centros de trabalho compartilhado. “Hoje, o SPV é um site que tem por objetivo apresentar as startups de Belo Horizonte para o Brasil e para o mundo, já que a cidade se tornou um polo de empreendedorismo e referência para empresas do ramo”, diz.
quando a inovação
começou e sua evolução
A Samba Tech foi fundada por Gustavo Caetano há cerca de 10 anos, quando ainda era estudante na Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro. A empresa inovou ao oferecer uma plataforma on-line para a transmissão de vídeos, que, segundo ele, é totalmente democrática, por ser neutra e poder ser usada por grupos de mídia e empresas que não desejam se valer do YouTube para desenvolver seus trabalhos. Em 2011, a Samba Tech lançou dois produtos que deram origem a duas empresas independentes: AdStream Samba, que possibilita um fluxo de trabalho digital, rápido e fácil entre as agências de publicidade e a TV; e a Samba Ads, uma spin-off (um novo produto de mídia derivado de uma ou mais obras já existentes ) da área de publicidade em vídeos on-line. Para gerenciar as linhas de produtos e serviços, no ano passado foi criada a holding Grupo Samba.
Os top 10 do Brasil
Vários dos indicados na versão nacional da lista da Technology Review são empreendedores que criaram startups de tecnologia. Há ainda pessoas ligadas a universidades e institutos de pesquisa. Veja a relação dos agraciados:
Gustavo Caetano, de 32 anos
Executivo da empresa Samba Tech, criadora de uma plataforma para publicação de vídeos na web e de um sistema de anúncios em vídeos.
Vanessa Testoni, de 34
Doutora em engenharia elétrica pela Unicamp, trabalha no Instituto de Pesquisa Samsung e desenvolve tecnologias que tornam mais seguras as compras pela internet.
Lorrana Scarpioni, de 23
Fundadora da Bliive, rede social que permite que os usuários troquem entre si serviços que vão de pintura de casas a massagens e aulas de música.
Mario Adolfi, de 27
É fundador da Kidopi, startup que desenvolveu um aplicativo de administração hospitalar que correlaciona indicadores, como o número de leitos disponíveis e o de internações agendadas, facilitando as decisões sobre o atendimento.
Martín Restrepo, de 32
Cofundador da Editacuja, empresa que criou um método de ensino por meio de dispositivos móveis.
Guilherme Lichand, de 27
Economista e estudante de PhD em Harvard, é cofundador da MGov, empresa de consultoria em políticas públicas. Criou um sistema para coletar e distribuir dados meteorológicos, via celular, a agricultores em regiões carentes.
Lucas Strasburg, de 22
Estudante de engenharia mecânica na Universidade Feevale, em Novo Hamburgo (RS), projeta e fabrica próteses ortopédicas de baixo custo feitas com plástico reciclado.
David Schlesinger, de 34
Médico e cofundador da empresa Mendelics, criou um método para diagnóstico de doenças genéticas raras, cuja identificação é sempre um desafio para os médicos.
Eduardo Bontempo, de 30
Especialista em educação e cofundador da empresa Geekie, criou um método de ensino para turmas heterogêneas (que reúnem crianças com diferentes níveis
de habilidade).
Wendell Coltro, de 34
É pesquisador da Universidade Federal de Goiás e desenvolve papéis reagentes que permitem a análise, a custo baixo, de fluidos como sangue e urina.
Ao leitor
A partir de hoje, o conteúdo do caderno Informática passa a ser divulgado nesta página de Ciência e Tecnologia, que continuará trazendo pesquisas científicas das mais diversas áreas, desenvolvidas no Brasil e no exterior, como também assuntos ligados ao mundo tecnológico. A coluna Mundo Link será publicada às terças-feiras, e a Técnicas e Truques, de B. Piropo, às quintas-feiras.
Criminalizar a homofobia - Gilda Paoliello
Pesquisas revelam que a maioria dos brasileiros concorda em considerar crime a discriminação contra homossexuais
Gilda Paoliello
Psiquiatra, coautora do livro As homossexualidades na psicanálise
Estado de Minas: 01/05/2014
Se revisarmos a história da homofobia, veremos que a homossexualidade surgiu como pecado no nascimento do cristianismo, passando, logo depois, a ser considerada crime e, no século 19, patologizada como doença. Essas heranças de intolerância são mantidas culturalmente. Mas não podemos deixar de considerar a homofobia subjetiva, enraizada no medo que uma pessoa demonstra de ser identificada como homossexual.
Esse componente da homofobia pode estar relacionado à insegurança sobre a própria identidade sexual, e a oposição violenta ao homossexual seria um meio de reafirmar a própria identidade para ganhar uma suposta aprovação social. Assim, a pessoa inicia um processo de rejeição projetada no homossexual para encobrir seu próprio desejo inaceitável.
O Brasil foi um dos primeiros países no mundo a descriminalizar a homossexualidade, por um ato de dom Pedro II, em 1830. Há evidências históricas de que a homossexualidade era comum e aceita entre os índios, antes da chegada dos europeus. Contudo, com a catequização dos índios e a oficialização da religião católica, que considera ser o ato sexual destinado apenas à procriação, o preconceito arraigou-se na sociedade brasileira.
Atualmente, com a disseminação da religião evangélica, o preconceito se ampliou, e o Brasil acompanha a tendência mundial à intolerância. Entretanto, seria injusto computar a violência discriminatória como consequência apenas de preconceitos religiosos. Freud, em O mal estar na civilização, nos fala que a civilização tem que utilizar esforços supremos a fim de estabelecer limites para os instintos agressivos do homem e manter suas manifestações sob controle por formações psíquicas reativas. Daí o mandamento ideal de amar ao próximo como a si mesmo, mandamento que é realmente justificado pelo fato de nada mais ir tão fortemente contra a natureza original do homem.
Portanto, temos que concluir que a discriminação é parte da natureza humana e, portanto, necessita ser barrada. O diferente incomoda. Assim, à medida que os homossexuais conquistam e ampliam seus direitos, os movimentos homofóbicos crescem como reação, pois essa facção se sente mais ameaçada. O Brasil é, hoje, um dos países mais homofóbicos do mundo e onde ocorre o maior número de violência contra homossexuais.
Dentro dessa realidade, qual a barra eficaz contra a homofobia? Acredito ser pela educação que mudanças culturais acontecem, ampliando-se a informação e a educação sexual de forma natural. Em vários países da Europa, como por exemplo a Inglaterra, as crianças são apresentadas, desde bem cedo, à questão das diferenças sexuais como um direito de cada um. A homossexualidade é apresentada apenas como uma das formas de expressão da sexualidade.
Mesmo no meio médico, há muito desconhecimento sobre a sexualidade humana. Perguntem a meia dúzia deles se a homossexualidade é doença. Garanto que mais de 50% não saberá responder. Em 17 de maio comemora-se o Dia Mundial Contra a Homofobia, pois nessa data, em 1992, a Organização Mundial de Saúde retirou de seu Código Internacional de Doenças o diagnóstico de homossexualidade, por não encontrar embasamento médico que sustentasse tal posição.
Vemos que o desconhecimento sobre o tema conduz ao preconceito. Entretanto, junto às medidas educativas, há necessidade de imediatas providências frenadoras desses atos discriminatórios de violência. Desde 2006, tramita na Comissão de Direitos Humanos do Senado um projeto de lei que tem por objetivo criminalizar a homofobia no país. Grandes juristas já se posicionaram, considerando urgentíssima uma legislação nesse sentido, pois a homofobia se apresenta como uma verdadeira “epidemia nacional”.
Segundo pesquisa conduzida pelo DataSenado, em 2008, com 1.120 pessoas de todas as cinco regiões do Brasil, 70% dos entrevistados posicionaram-se a favor da criminalização da discriminação contra homossexuais no país. Mesmo o corte por religião mostra uma aprovação de 54% entre os evangélicos, 70% entre os católicos e adeptos de outras religiões e 79% dos ateus. Por que, então, a lei não avança? A quem não interessa?
Gilda Paoliello
Psiquiatra, coautora do livro As homossexualidades na psicanálise
Estado de Minas: 01/05/2014
Se revisarmos a história da homofobia, veremos que a homossexualidade surgiu como pecado no nascimento do cristianismo, passando, logo depois, a ser considerada crime e, no século 19, patologizada como doença. Essas heranças de intolerância são mantidas culturalmente. Mas não podemos deixar de considerar a homofobia subjetiva, enraizada no medo que uma pessoa demonstra de ser identificada como homossexual.
Esse componente da homofobia pode estar relacionado à insegurança sobre a própria identidade sexual, e a oposição violenta ao homossexual seria um meio de reafirmar a própria identidade para ganhar uma suposta aprovação social. Assim, a pessoa inicia um processo de rejeição projetada no homossexual para encobrir seu próprio desejo inaceitável.
O Brasil foi um dos primeiros países no mundo a descriminalizar a homossexualidade, por um ato de dom Pedro II, em 1830. Há evidências históricas de que a homossexualidade era comum e aceita entre os índios, antes da chegada dos europeus. Contudo, com a catequização dos índios e a oficialização da religião católica, que considera ser o ato sexual destinado apenas à procriação, o preconceito arraigou-se na sociedade brasileira.
Atualmente, com a disseminação da religião evangélica, o preconceito se ampliou, e o Brasil acompanha a tendência mundial à intolerância. Entretanto, seria injusto computar a violência discriminatória como consequência apenas de preconceitos religiosos. Freud, em O mal estar na civilização, nos fala que a civilização tem que utilizar esforços supremos a fim de estabelecer limites para os instintos agressivos do homem e manter suas manifestações sob controle por formações psíquicas reativas. Daí o mandamento ideal de amar ao próximo como a si mesmo, mandamento que é realmente justificado pelo fato de nada mais ir tão fortemente contra a natureza original do homem.
Portanto, temos que concluir que a discriminação é parte da natureza humana e, portanto, necessita ser barrada. O diferente incomoda. Assim, à medida que os homossexuais conquistam e ampliam seus direitos, os movimentos homofóbicos crescem como reação, pois essa facção se sente mais ameaçada. O Brasil é, hoje, um dos países mais homofóbicos do mundo e onde ocorre o maior número de violência contra homossexuais.
Dentro dessa realidade, qual a barra eficaz contra a homofobia? Acredito ser pela educação que mudanças culturais acontecem, ampliando-se a informação e a educação sexual de forma natural. Em vários países da Europa, como por exemplo a Inglaterra, as crianças são apresentadas, desde bem cedo, à questão das diferenças sexuais como um direito de cada um. A homossexualidade é apresentada apenas como uma das formas de expressão da sexualidade.
Mesmo no meio médico, há muito desconhecimento sobre a sexualidade humana. Perguntem a meia dúzia deles se a homossexualidade é doença. Garanto que mais de 50% não saberá responder. Em 17 de maio comemora-se o Dia Mundial Contra a Homofobia, pois nessa data, em 1992, a Organização Mundial de Saúde retirou de seu Código Internacional de Doenças o diagnóstico de homossexualidade, por não encontrar embasamento médico que sustentasse tal posição.
Vemos que o desconhecimento sobre o tema conduz ao preconceito. Entretanto, junto às medidas educativas, há necessidade de imediatas providências frenadoras desses atos discriminatórios de violência. Desde 2006, tramita na Comissão de Direitos Humanos do Senado um projeto de lei que tem por objetivo criminalizar a homofobia no país. Grandes juristas já se posicionaram, considerando urgentíssima uma legislação nesse sentido, pois a homofobia se apresenta como uma verdadeira “epidemia nacional”.
Segundo pesquisa conduzida pelo DataSenado, em 2008, com 1.120 pessoas de todas as cinco regiões do Brasil, 70% dos entrevistados posicionaram-se a favor da criminalização da discriminação contra homossexuais no país. Mesmo o corte por religião mostra uma aprovação de 54% entre os evangélicos, 70% entre os católicos e adeptos de outras religiões e 79% dos ateus. Por que, então, a lei não avança? A quem não interessa?
Copidesquei II - Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 01/05/2014
Continuação e
conclusão do imenso e lúcido editorial do Jornal de Angola:
“Intelectuais de todas as épocas cuidaram dela com o mesmo desvelo que
se tratam as preciosidades. Queremos a Língua Portuguesa que brota da
gramática e da sua matriz latina. Os jornalistas da Imprensa conhecem
melhor do que ninguém esta realidade: quem fala, não pensa na gramática
nem quer saber de regras ou de matrizes. Quem fala quer ser
compreendido. Por isso, quando fazemos uma entrevista, por razões
éticas, mas também técnicas, somos obrigados a fazer a conversão, o
câmbio, da linguagem coloquial para a linguagem jornalística escrita. É
certo que muitos se esquecem deste aspecto, mas fazem mal. Numa
entrevista até é preciso levar aos destinatários particularidades da
linguagem gestual do entrevistado.
Ninguém mais do que os jornalistas gostava que a Língua Portuguesa não tivesse acentos ou consoantes mudas. O nosso trabalho ficava muito facilitado se pudéssemos construir a mensagem informativa com base no português falado ou pronunciado. Mas se alguma vez isso acontecer, estamos a destruir essa preciosidade que herdamos inteira e sem mácula. Nestas coisas não pode haver facilidades e muito menos negócios. E também não podemos demagogicamente descer ao nível dos que não dominam corretamente o português.
Neste aspecto, como em tudo na vida, os que sabem mais têm o dever sagrado de passar a sua sabedoria para os que sabem menos. Nunca descer ao seu nível. Porque é batota! Na verdade nunca estarão a esse nível e vão sempre aproveitar-se social e economicamente por saberem mais. O Prêmio Nobel da Literatura, Dario Fo, tem um texto fabuloso sobre este tema e que representou com a sua trupe em fábricas, escolas, ruas e praças. O que ele defende é muito simples: o patrão é patrão porque sabe mais palavras do que o operário!
Os falantes da Língua Portuguesa, que sabem menos, têm de ser ajudados a saber mais. E quando souberem o suficiente vão escrever corretamente em português. Falar é outra coisa. O português falado em Angola tem características específicas e varia de província para província. Tem uma beleza única e uma riqueza inestimável para os angolanos, mas também para todos os falantes. Tal como o português que é falado no Alentejo, em Salvador da Bahia ou em Inhambane tem características únicas.
Todos devemos preservar essas diferenças e dá-las a conhecer no espaço da CPLP. A escrita é ‘contaminada’ pela linguagem coloquial, mas as regras gramaticais, não. Se o étimo latino impõe uma grafia, não é aceitável que, através de um qualquer acordo, ela seja simplesmente ignorada. Nada o justifica. Se queremos que o português seja uma língua de trabalho na ONU, devemos, antes do mais, respeitar a sua matriz e não pô-la a reboque do difícil comércio das palavras".
Trabalho
E aí, caro, preclaro e estimabilíssimo leitor: já está curtindo este novo feriadão? Amanhã é sexta-feira, dia perfeito para enforcar, e hoje o brasileiro comemora o Dia do Trabalho sem trabalhar, mas não tem nada, não: mês que vem começa a Copa das Copas. Estradas, aeroportos, escolas, saneamento, energia elétrica, água, hospitais ficam para depois ou para as calendas gregas, que significam “dia que jamais chegará”.
Trabalhar vem do latim tripalium “instrumento de tortura”, e trabalho é derivação regressiva de trabalhar, mas os nossos patrícios não precisavam levar a etimologia muito a sério, mesmo porque podemos fazer aquilo que nos agrada, sinônimo de nunca trabalhar na vida. A descoberta não é minha, mas de Confúcio, que viveu séculos antes de Cristo.
Ninguém é obrigado a trabalhar como Sísifo, que, segundo lenda grega, foi um rei condenado a rolar interminavelmente uma pedra encosta acima. Houaiss inclui farfúncia na sinonímia de trabalho e o diabo do Google tem 1.800 entradas para farfúncia, que não encontro no Aulete/digital, mas há fruncia no Chile: “Situación complicada y molesta”, tipo terremoto. Preocupa-me sobremaneira a fruncia montes-clarense, cidade onde tenho bons amigos. Que diabo haverá com o solo de Montes Claros?
Para ficar nos conformes da mania brasileira de amedalhar, este país grande e bobo, por decreto de agosto de 1950, criou a Ordem do Mérito do Trabalho, como se houvesse mérito numa atividade que não é mais do que obrigação. Ordem que tem anexa a medalha do Mérito da Segurança do Trabalho, que não deve ser observada nos estádios da Copa, tantos são os patrícios que despencam dos andaimes.
O mundo é uma bola
1º de maio de 880: inaugurada em Constantinopla a Igreja Nova, que serviria de modelo para as futuras igrejas ortodoxas. Em 1500, Pedro Álvares Cabral, em nome do Reino de Portugal, toma posse da Ilha de Vera Cruz, hoje Brasil. Em 1625, a armada luso-espanhola da Jornada dos Vassalos reconquista Salvador, Bahia, aos holandeses. Em 1834, abolição da escravatura nas colônias inglesas. Em 1948, criação da República Democrática Popular da Coreia (Coreia do Norte) com Kim Il-sung como presidente, avô do menino gorducho que lá está. Hoje é o Dia da Literatura Brasileira.
Ruminanças
“O trabalho só espanta as almas fracas” (Luis XIV, 1638-1715).
Ninguém mais do que os jornalistas gostava que a Língua Portuguesa não tivesse acentos ou consoantes mudas. O nosso trabalho ficava muito facilitado se pudéssemos construir a mensagem informativa com base no português falado ou pronunciado. Mas se alguma vez isso acontecer, estamos a destruir essa preciosidade que herdamos inteira e sem mácula. Nestas coisas não pode haver facilidades e muito menos negócios. E também não podemos demagogicamente descer ao nível dos que não dominam corretamente o português.
Neste aspecto, como em tudo na vida, os que sabem mais têm o dever sagrado de passar a sua sabedoria para os que sabem menos. Nunca descer ao seu nível. Porque é batota! Na verdade nunca estarão a esse nível e vão sempre aproveitar-se social e economicamente por saberem mais. O Prêmio Nobel da Literatura, Dario Fo, tem um texto fabuloso sobre este tema e que representou com a sua trupe em fábricas, escolas, ruas e praças. O que ele defende é muito simples: o patrão é patrão porque sabe mais palavras do que o operário!
Os falantes da Língua Portuguesa, que sabem menos, têm de ser ajudados a saber mais. E quando souberem o suficiente vão escrever corretamente em português. Falar é outra coisa. O português falado em Angola tem características específicas e varia de província para província. Tem uma beleza única e uma riqueza inestimável para os angolanos, mas também para todos os falantes. Tal como o português que é falado no Alentejo, em Salvador da Bahia ou em Inhambane tem características únicas.
Todos devemos preservar essas diferenças e dá-las a conhecer no espaço da CPLP. A escrita é ‘contaminada’ pela linguagem coloquial, mas as regras gramaticais, não. Se o étimo latino impõe uma grafia, não é aceitável que, através de um qualquer acordo, ela seja simplesmente ignorada. Nada o justifica. Se queremos que o português seja uma língua de trabalho na ONU, devemos, antes do mais, respeitar a sua matriz e não pô-la a reboque do difícil comércio das palavras".
Trabalho
E aí, caro, preclaro e estimabilíssimo leitor: já está curtindo este novo feriadão? Amanhã é sexta-feira, dia perfeito para enforcar, e hoje o brasileiro comemora o Dia do Trabalho sem trabalhar, mas não tem nada, não: mês que vem começa a Copa das Copas. Estradas, aeroportos, escolas, saneamento, energia elétrica, água, hospitais ficam para depois ou para as calendas gregas, que significam “dia que jamais chegará”.
Trabalhar vem do latim tripalium “instrumento de tortura”, e trabalho é derivação regressiva de trabalhar, mas os nossos patrícios não precisavam levar a etimologia muito a sério, mesmo porque podemos fazer aquilo que nos agrada, sinônimo de nunca trabalhar na vida. A descoberta não é minha, mas de Confúcio, que viveu séculos antes de Cristo.
Ninguém é obrigado a trabalhar como Sísifo, que, segundo lenda grega, foi um rei condenado a rolar interminavelmente uma pedra encosta acima. Houaiss inclui farfúncia na sinonímia de trabalho e o diabo do Google tem 1.800 entradas para farfúncia, que não encontro no Aulete/digital, mas há fruncia no Chile: “Situación complicada y molesta”, tipo terremoto. Preocupa-me sobremaneira a fruncia montes-clarense, cidade onde tenho bons amigos. Que diabo haverá com o solo de Montes Claros?
Para ficar nos conformes da mania brasileira de amedalhar, este país grande e bobo, por decreto de agosto de 1950, criou a Ordem do Mérito do Trabalho, como se houvesse mérito numa atividade que não é mais do que obrigação. Ordem que tem anexa a medalha do Mérito da Segurança do Trabalho, que não deve ser observada nos estádios da Copa, tantos são os patrícios que despencam dos andaimes.
O mundo é uma bola
1º de maio de 880: inaugurada em Constantinopla a Igreja Nova, que serviria de modelo para as futuras igrejas ortodoxas. Em 1500, Pedro Álvares Cabral, em nome do Reino de Portugal, toma posse da Ilha de Vera Cruz, hoje Brasil. Em 1625, a armada luso-espanhola da Jornada dos Vassalos reconquista Salvador, Bahia, aos holandeses. Em 1834, abolição da escravatura nas colônias inglesas. Em 1948, criação da República Democrática Popular da Coreia (Coreia do Norte) com Kim Il-sung como presidente, avô do menino gorducho que lá está. Hoje é o Dia da Literatura Brasileira.
Ruminanças
“O trabalho só espanta as almas fracas” (Luis XIV, 1638-1715).
Messi à espera de aval da Aeronáutica - Bruno Freitas
Estado de Minas: 01/05/2014
Considerado
praticamente certo em Lagoa Santa, a 35 quilômetros de BH, o aluguel de
uma mansão às margens do principal espelho d’água da cidade ao craque
Lionel Messi e família, durante a Copa do Mundo, pode depender da
Aeronáutica. Duas das condições exigidas por representantes da estrela
argentina ao proprietário do imóvel de sete suítes, 13 banheiros e dois
mil metros quadrados de área construída – a liberação do hangar e do
hospital do Parque de Material Aeronáutico (Pama-LS), situados em
terreno vizinho – não foram confirmados pelo órgão em Brasília.
O aluguel foi detalhado pelo próprio proprietário da casa, o empresário Vicente Paulo Salomão Nassif, dono de uma distribuidora de bebidas, à Revista Encontro. Parte dos R$ 160 mil/mês do contrato seria subsidiado por propagandas de uma marca de refrigerantes, servindo como tapumes de proteção à casa.
O assunto voltou à tona no mercado imobiliário da cidade, a 20 minutos da Cidade do Galo (em Vespasiano), onde a Seleção Argentina ficará concentrada. Um dos corretores ouvidos pelo Estado de Minas confirmou que familiares de Nassif, de quem disse ser amigo, já dão a hospedagem do craque do Barcelona como confirmada. “O assunto pegou todo mundo de surpresa. Já havia rolado o comentário na cidade, mas nada confirmado.” O profissional, entretanto, avaliou como difícil a liberação do Pama. “Ser amigo de um capitão não ajuda tanto”, comentou, referindo-se à amizade de Nassif com um oficial de alto comando da Aeronáutica local.
GAÚCHO Se confirmar a estadia em Lagoa Santa, Messi ficará próximo de um velho conhecido e amigo: o armador do Atlético Ronaldinho Gaúcho, com quem jogou no Barcelona de 2004 a 2007. Gaúcho alugou uma mansão de 660 metros quadrados no condomínio Estância das Amendoeiras, também na cidade, por R$ 30 mil mensais. A casa fica a 4,13km (em linha reta) do local onde o staff do argentino – que inclui a mulher, Antonella Roccuzzo; o filho Thiago, o pai Jorge Messi, a mãe Celia Cuccittini, quatro irmãos, o sogro, a sogra e o cunhado – pode se estabelecer.
A indicação pela mansão da Avenida Getúlio Vargas, 2.900, aliás, teria vindo do próprio Ronaldinho. Outros cinco casas, também na cidade, foram consultadas. “Mas, segundo o assessor do Messi, já estariam cancelando todas as outras opções porque gostaram muito da minha propriedade”, disse Nassif à Encontro. Ontem, o empresário não retornou os telefonemas da reportagem do EM para comentar o assunto.
RETIRADA DIÁRIA DE INGRESSOS
Começa amanhã o funcionamento diário do Centro de Ingressos da Copa, no Boulevard Shopping (Avenida dos Andradas, 3.000, Santa Efigênia). Até 31 de maio, será possível retirar no local (de segunda a sexta, das 12h às 20h, e sábados e domingos, das 10h às 18h) os bilhetes adquiridos via www.fifa.com. A partir de 1º de junho também será iniciada a venda de entradas (das 9h às 21h). A entrega para os 55% que optaram por receber em casa (por R$ 59) será feita entre 1º e 20 maio, informou a Fifa.
Casa que abrigará família do craque argentino
fica a quatro quilômetros da mansão de Ronaldinho Gaúcho. Acerto depende
da liberação para uso de hangar e hospital em terrenos vizinhos |
O aluguel foi detalhado pelo próprio proprietário da casa, o empresário Vicente Paulo Salomão Nassif, dono de uma distribuidora de bebidas, à Revista Encontro. Parte dos R$ 160 mil/mês do contrato seria subsidiado por propagandas de uma marca de refrigerantes, servindo como tapumes de proteção à casa.
O assunto voltou à tona no mercado imobiliário da cidade, a 20 minutos da Cidade do Galo (em Vespasiano), onde a Seleção Argentina ficará concentrada. Um dos corretores ouvidos pelo Estado de Minas confirmou que familiares de Nassif, de quem disse ser amigo, já dão a hospedagem do craque do Barcelona como confirmada. “O assunto pegou todo mundo de surpresa. Já havia rolado o comentário na cidade, mas nada confirmado.” O profissional, entretanto, avaliou como difícil a liberação do Pama. “Ser amigo de um capitão não ajuda tanto”, comentou, referindo-se à amizade de Nassif com um oficial de alto comando da Aeronáutica local.
GAÚCHO Se confirmar a estadia em Lagoa Santa, Messi ficará próximo de um velho conhecido e amigo: o armador do Atlético Ronaldinho Gaúcho, com quem jogou no Barcelona de 2004 a 2007. Gaúcho alugou uma mansão de 660 metros quadrados no condomínio Estância das Amendoeiras, também na cidade, por R$ 30 mil mensais. A casa fica a 4,13km (em linha reta) do local onde o staff do argentino – que inclui a mulher, Antonella Roccuzzo; o filho Thiago, o pai Jorge Messi, a mãe Celia Cuccittini, quatro irmãos, o sogro, a sogra e o cunhado – pode se estabelecer.
A indicação pela mansão da Avenida Getúlio Vargas, 2.900, aliás, teria vindo do próprio Ronaldinho. Outros cinco casas, também na cidade, foram consultadas. “Mas, segundo o assessor do Messi, já estariam cancelando todas as outras opções porque gostaram muito da minha propriedade”, disse Nassif à Encontro. Ontem, o empresário não retornou os telefonemas da reportagem do EM para comentar o assunto.
RETIRADA DIÁRIA DE INGRESSOS
Começa amanhã o funcionamento diário do Centro de Ingressos da Copa, no Boulevard Shopping (Avenida dos Andradas, 3.000, Santa Efigênia). Até 31 de maio, será possível retirar no local (de segunda a sexta, das 12h às 20h, e sábados e domingos, das 10h às 18h) os bilhetes adquiridos via www.fifa.com. A partir de 1º de junho também será iniciada a venda de entradas (das 9h às 21h). A entrega para os 55% que optaram por receber em casa (por R$ 59) será feita entre 1º e 20 maio, informou a Fifa.
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