terça-feira, 9 de setembro de 2014

TeVê

TELEMANIA


Estado de Minas: 09/09/2014

TV PAGA


 (NatGeo/Divulgação)


À prova de tudo
Estreia hoje, às 21h, no NatGeo, a série Sobrevivendo na tribo. No primeiro episódio, “Floresta tropical”, o explorador Hazen Audel (foto) descobre como sobreviver como os huaorani fazem na Amazônia equatoriana. Ele precisa dominar o básico da caça e da colheita e aprender habilidades de sobrevivência local que o manterão vivo na mata.


Maria Eugênia prova que não é mole não!

Outra novidade de hoje é Adotada, às 21h30, na MTV. A produção nacional é derivada de Papito in love, que contou com a participação da ruiva Maria Eugênia Suconic. A modelo, hostess, produtora de moda e DJ apimenta a rotina de famílias dos mais diferentes estilos de vida que se dispõem a acolhê-la por uma semana. Cada um dos 13 episódios mostra a convivência nem sempre pacífica entre Maria Eugênia e as famílias que a adotaram. Em tempo: no canal GNT, estreiam hoje as novas temporadas de Boas-vindas, às 21h; e Socorro! Meu filho come mal, às 21h30.

Tem documentário  para todos os gostos

A noite de terça-feira é dedicada às artes no canal Curta!. Para começar, um episódio da série Figuras da dança, às 21h, com a bailarina e coreógrafa Sônia Mota, atualmente diretora da Companhia de Dança do Palácio das Artes, de Belo Horizonte. Já às 22h30, vai ao ar o documentário O bem amado, sobre o ator Paulo Gracindo (1911–1995). No SescTV, mais duas dicas: a sessão Curtadoc, às 21h, com os filmes cubanos El sueño de Rodolfo, El mundo de Raul, Los blancos e Asepsia; e o especial Paradigmas: Teat(r)o Oficina Usyna Uzona, na série Teatro e circunstância, às 22h. No Arte 1, o destaque é A margem da linha, sobre os artistas visuais Regina Silveira, Sérgio Sister e José Spaniol, às 20h30.

Canal Bis transmite o Fashion rocks ao vivo

O grupo Harmonia do Samba e o cantor Belo são os convidados de Thiaguinho hoje no programa Música boa ao vivo, às 20h30, no Multishow. No canal Bis, às 22h, será transmitido também ao vivo, diretamente de Nova York, o show beneficente Fashion rocks, com a participação de Jennifer Lopez, Pitbull, Usher, Miranda Lambert e Nicki Minaj e dos grupos Duran Duran e Kiss.

Muitas alternativas  no pacote de filmes

No pacotão de filmes, o Canal Brasil anuncia a exibição do inédito Simone, de Juan Zapata, com Simone Telecchi, Roberto Birindelli e Natália Mikeliunas Já o Megapix fez uma seleção de filmes com um tema em comum: Rápida vingança (17h40), O conde de Monte Cristo (19h50), A última casa (21h50) e Doce vingança (à meia-noite). Na faixa das 22h, o assinante tem mais sete opções: A coleção invisível, na HBO; Eva, no Max HD; O reino, no Studio Universal; Dose dupla, no Telecine Premium; A bela que dorme, no Telecine Cult; Cabo do medo, no MGM; e Os intocáveis, no TCM. E ainda: Zohan – O agente bom de corte, às 20h05, no Universal Channel; O mistério de Natalee Holloway, às 21h30, no Lifetime; Divinos segredos, às 22h10, no Glitz; O último mestre do ar, às 22h30, na Fox; e Homem-Aranha 2, também às 22h30, no FX.


FILMES

14h55 na Globo

RESGATE DO AMOR
(I do – But I don’t) – Canadá, 2004. Direção de Kelly Makin, com Denise Richards, Dean Cain e Karen Cliché. Lauren vive de organizar festas de casamento, mas nunca teve sorte no amor. Quando se apaixona por Nick e acredita ter encontrado sua cara-metade, descobre que o rapaz é noivo e ela vai ajudar nos preparativos do casório.


Kevin Costner e Whitney Houston estão no elenco de O guarda-costas  (Warner/Divulgação )
Kevin Costner e Whitney Houston estão no elenco de O guarda-costas

 
23h no SBT
O GUARDA-COSTAS
(The bodyguard) – EUA, 1992. Direção de Mick Jackson, com Kevin Costner, Whitney Houston e Gary Kemp. Frank Farmer, ex-agente do serviço secreto, é contratado pela estrela do pop Rachel Marron quando ela sofre ameaças de um fã psicótico. Será que o profissionalismo do guarda-costas Frank resistirá à paixão por Rachel?

2h15 na Globo

SEXO SEM COMPROMISSO
(No strings attached) – EUA, 2010. Direção de Ivan Reitman, com Natalie Portman, Ashton Kutcher e Kevin Kline. Adam está de coração partido após sua namorada trocá-lo pelo próprio pai. Uma noite, o rapaz encontra a amiga médica Emma, que não quer um vínculo amoroso e lhe propõe uma relação estritamente sexual.

CARAS & BOCAS » Família vira seriado


Simone Castro - simone.castro@uai.com.br
Estado de Minas: 09/09/2014




Nenê (Marieta Severo) será interpretada por Glória Pires
 (Raphael Dias/TV Globo
)
Nenê (Marieta Severo) será interpretada por Glória Pires
Clã fictício: Lázaro Ramos, Deborah Secco e JP Rufino
 (Raphael Dias/TV Globo
)
Clã fictício: Lázaro Ramos, Deborah Secco e JP Rufino


Na quinta-feira, A grande família sai de cena. Depois de 14 temporadas, a saga dos Silva e companhia se despede do público como uma das atrações mais bem-sucedidas da TV. E justamente para brindar o telespectador, o fecho será em grande estilo. Na trama, a Globo se interessa em fazer um seriado inspirado na família. Primeiro, eles ficam surpresos, depois todos aceitam. O diretor é Daniel Filho, que escala os atores. E a emoção é completa, pois Tony Ramos e Glória Pires serão Lineu (Marco Nanini) e Nenê (Marieta Severo). “Fiquei emocionada, feliz e honrada por se lembrarem de mim para fazer a Nenê, mas também por várias outras coisas: por ser com o Tony, por estar fazendo um personagem que a Marieta fez durante 14 anos e também pela história que foi criada, porque ela não passa essa ideia de fim, mas de continuidade”, disse Glória ao site oficial do programa. Tony, atualmente em O rebu, também comentou sobre a participação no encerramento: “É uma série absolutamente inesquecível e que representa muito da nossa brasilidade. O mínimo que eu posso fazer em respeito a esse trabalho lindo deles é me sentir homenageado de poder participar da história deles, um pouquinho que seja.” No “programa”, Bebel (Guta Stresser), Agostinho (Pedro Cardoso) e Floriano (Vinícius Moreno) serão interpretados por Deborah Secco, Lázaro Ramos e JP Rufino. A atriz, que interpreta Inês em Boogie Oogie, afirmou: “Guardei o que vi dela ao longo dos anos e tentei fazer não tão copiado, mas sem me esquecer de algumas coisas marcantes, como o inesquecível: Aiiii Tinhoooooo”. Marcelo Adnet será Tuco, personagem de Lúcio Mauro Filho. Já Luana Piovani e Alexandre Borges formarão o casal Lurdinha (Maria Clara Gueiros) e Paulão (Evandro Mesquita). Anteontem, em entrevista ao Fantástico, Nanini falou sobre a despedida: “Luto sempre vai ter”, mostrando que a galera está sofrendo com o fim do programa, um remake do original que foi ao ar em 1972.


SEGUNDA EDIÇÃO ATUALIZA PRINCIPAIS NOTÍCIAS DO DIA
Confira no Jornal da Alterosa – 2ª edição de hoje o resumo com as principais notícias do dia, a análise dos fatos e também as matérias especiais. A apresentação é de Ana Cristina Pimenta.


REPROVADOS PODERÃO TER NOVA CHANCE EM REALITY
O The voice Brasil (Globo), cuja nova temporada estreia neste mês, terá uma novidade. Trata-se do quadro “Segunda chance”, em que alguns concorrentes de temporadas passadas tentarão convencer os técnicos Cláudia Leitte, Daniel, Carlinhos Brown e Lulu Santos. O programa retorna à cena dia 18, depois da novela Império.


FATOS RELEVANTES DA  HISTÓRIA EM NOVO CANAL
Canal H2 vai substituir o Biography Channel na TV paga a partir de outubro. Na nova programação, entre outras atrações, “10 coisas que você precisa saber” e “Humanidade decifrada”. Na estreia, você vai saber que Hitler fez parte de um coral católico e depois se transformou num sem-teto, além de ter sido mimado pela mãe e ter medo de fazer sexo. Alguns programas do antigo canal serão mantidos, como Hangar 1. O H2 é o segundo canal do History Channel.


VERÔNICA DIRá QUE o PAI de seus FILHOS É BARATA
Em Geração Brasil (Globo), mais uma vez separada de Jonas (Murilo Benício), Verônica (Taís Araújo) vai descobrir a gravidez. E de gêmeos! Como o dono da Marra acredita que não pode ter filhos, ele nega que seja o pai. E ela, humilhada, confirma que as crianças são de Barata (Leandro Hassum). A gravidez da personagem foi encomendada por conta da gravidez da atriz na vida real. Taís espera o segundo filho de Lázaro Ramos, o Brian Benson da novela.


MUNDO  MÁGICO

Bryan Cranston, de Breaking bad, vai produzir uma série de TV. De acordo com a Variety, o ator desenvolve o roteiro para o canal NBC de um sitcom baseada em O livro perigoso para garotos, dos irmãos Conn e Hal Iggulden, que já vendeu mais de 1 milhão de cópias. A trama acompanha três garotos que perdem o pai e herdam um guia cheio de pistas, que leva a um local mágico. A série ainda não tem título ou previsão de estreia. Bryan venceu o Emmy de melhor ator este ano em série dramática por Breaking bad.

VIVA

Cacau Protássio no humorístico Vai que cola, do Multishow (TV paga).

VAIA

Eterna cara de tédio de Davi (Humberto Carrão) em Geração Brasil.
 

LUTO NO SAMBA Com suas criativas divisões, o cantor Miltinho foi um mestre

Com suas criativas divisões, o cantor Miltinho foi um mestre. Mulher de 30, Palhaçada e Mulata assanhada estão entre os hits dele, que compôs Angélica com Chico Buarque


Estado de Minas: 09/09/2014




Miltinho se destacou na transição entre a bossa nova e a MPB (Douglas Alexandre/O Cruzeiro - 6/12/65)
Miltinho se destacou na transição entre a bossa nova e a MPB


O Brasil perdeu o Rei do Ritmo. Famoso pela maneira como interpretava o samba – com divisões e suingue peculiares –, o cantor Miltinho morreu aos 86 anos, devido a problemas pulmonares, na capital fluminense. O corpo foi cremado ontem no Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro.

Entre os sucessos do carioca Milton Santos de Almeida estão Mulher de 30 (Luis Antônio) e a marchinha Nós, os carecas (Arlindo Marques Júnior/Roberto Roberti). Nos anos 1960 e 1970, o cantor participou de vários programas de TV e foi astro do carnaval. Modesto, avisava: “Não sou astro de coisa nenhuma. Sou apenas um mero cantor de samba”. Como intérprete, ele lançou os compositores João Nogueira e Luiz Ayrão.

Também compositor de marchinhas e sambas-canções, Miltinho era um dos nomes de destaque na transição entre a bossa nova e a MPB. Foi parceiro de Chico Buarque, João Bosco e Luiz Melodia. No ano passado, a gravadora Discobertas lançou uma coletânea em comemoração a seus 60 anos de carreira. A caixa contém 12 CDs, um para cada dos 12 LPs que Miltinho gravou de 1960 a 1965. Entre eles estão Um novo astro (1960), O diploma do astro (1960), Poema do adeus (1961), Miltinho é samba (1961) e Poema do olhar (1961).

Zuzu Angel Com Chico Buarque ele compôs Angélica (1977), em homenagem à estilista Zuzu Angel, que denunciou a tortura durante a ditadura civil-militar. Zuzu fez corajosa campanha para encontrar o corpo do filho, Stuart, militante do MR-8 assassinado pelas forças da repressão.

Há seis anos, o documentário No tempo de Miltinho, de André Weller, levou o troféu de melhor curta-metragem no festival É Tudo Verdade.

O cantor fez muito sucesso com a marchinha Mulata assanhada (Ataulfo Alves). Outros hits em sua voz foram Palhaçada (Luiz Reis/Haroldo Barbosa), O conde (Jair Amorim/Evaldo Gouveia), Laranja madura (Ataulfo Alves), Volta e Menina moça, ambas de Luís Antônio.

Em 1998, lançou o CD Miltinho convida com participações de João Nogueira, João Bosco, Luiz Melodia e Chico Buarque, entre outros. O Rei do Ritmo gravou também com Zeca Pagodinho, Elza Soares, Martinho da Vila, Ed Motta, Mariana Baltar, entre outros.

Sandra Vergara, filha do artista, contou que o pai deixou de fazer shows há quatro anos, desde que foi diagnosticado com mal de Alzheimer.

Pane temporária Dia de Combate à Epilepsia

Dia de Combate à Epilepsia chama atenção para um mal que atinge até 3% da humanidade, mas pode ser prevenido em alguns casos. Se bem diagnosticado e tratado, não é incapacitante


Alfredo Durães
Estado de Minas: 09/09/2014



Com 3 anos de idade, M.J*, hoje com 50, teve a primeira crise. Tremia e se debatia sem que a família, que morava na Zona da Mata mineira, pudesse atinar com o que ocorria. Começariam então viagens mensais até o Rio de Janeiro para várias consultas até que se fechasse o diagnóstico – epilepsia – e se definisse o tratamento. A única coisa que fazia o pai de M.J., quando ocorriam as crises, era enfiar o dedo na boca do filho para que ele não mordesse a própria língua. De lá para cá, medicado, M.J. teve algumas crises esporádicas e, há bastante tempo, não era acometido. Até que, no mês passado, enquanto via televisão e tomava seu café da manhã, caiu da cadeira e começou a se debater. O pai, mais uma vez, foi o espectador da agonia do filho, agora cinquentenário. Quando a crise passou, M.J não se lembrava de nada. Levado ao médico, ele teve a medicação alterada e está bem.

 M.J. faz parte da estatística de 1% a 3%, pelo menos 22 milhões de pessoas no mundo, acometidas pelo mal que é lembrado hoje, Dia Nacional e Latino-Americano de Combate à Epilepsia, principalmente pela desinformação e preconceito. Segundo a Liga Brasileira de Epilepsia (LBE), trata-se de um distúrbio neurológico crônico, uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que se expressa por crises recorrentes. O diagnóstico de epilepsia requer a ocorrência de pelo menos uma crise. De acordo com a LBE, mesmo que até 3% da população tenha o mal, cerca de 5% da população mundial apresentou alguma vez uma crise de epilepsia.
Por se tratar de um distúrbio neurológico crônico, é possível a prevenção? Para a neurofisiologista clínica Andréa Julião de Oliveira, de 39 anos, membro da Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica (SBNC), que trabalha em Belo Horizonte, não é de se estranhar quando se fala em prevenção da epilepsia. “Na verdade, grande parte da doença pode ser prevenida, como é feito com intensidade em países mais desenvolvidos. Por exemplo, nos cuidados com o parto ou no tratamento de infecções do sistema nervoso. Isso, além de uma política de saneamento básico, já que a doença pode, também, ser causada pelo ovo da solitária no cérebro, a neurocisticercose, proveniente de alimentos infectados por fezes”, explicou.

Segundo a médica, “podem também ser prevenidas as consequências de uma crise para amenizar os riscos para a pessoa ou terceiros, como foi o caso do motorista do ônibus Move, que perdeu a direção e provocou um acidente na semana passada em Belo Horizonte. Ficou comprovado que ele teve uma convulsão”. Andréa afirma que as políticas públicas de prevenção e tratamento da doença no Brasil ainda são bem incipientes. “Essa política existe, mas pode ser melhorada. Por exemplo, atualmente, o paciente tem à disposição a oferta de medicamentos gratuitos pela rede pública, porém há muitas falhas na distribuição.”

A rede pública oferece ainda o tratamento cirúrgico, se for o caso. “Porém, os leitos do SUS são insuficientes para a demanda. E também há uma falta de conhecimento por grande parte dos pacientes sobre essa opção da cirurgia e um certo preconceito de alguns médicos em relação ao procedimento”, diz Andréa. Ela afirma ainda que 70% dos casos da doença são de fácil controle, bastando tomar o medicamento correto, depois de um diagnóstico acertado, já que são muitos os tipos de epilepsia. (leia quadro).

Andréa avalia que as condições de tratamento avançaram bastante nos últimos 30 anos. “Durante as décadas de 1980 e 1990, houve um aumento exponencial de medicamentos para a doença, com um grande avanço das técnicas e equipamentos para tratamento, diagnóstico e prevenção. Porém, Minas Gerais está atrás de muitos estados brasileiros nessa área, mesmo que nesse sentido a situação em nosso estado tenha melhorado nos últimos anos”, analisou.

Afirmando que qualquer pessoa, de qualquer origem ou idade, pode em algum dia da vida manifestar sintomas da doença (menores ou mais acentuados), ela lembra a importância da prevenção e mais: “É preciso também um esclarecimento no sentido de que se saiba que epilepsia não é doença mental, não provoca alteração na inteligência e não compromete a competência profissional da pessoa”.

Número subestimado Para o neurologista Ricardo Amorim Leite, de Recife (PE) e também secretário nacional da LBE, o número de 1 a 3% da humanidade sofrendo de epilepsia é, “com certeza, subestimado”. De acordo com o neurologista – que no mês que vem parte para um curso de doutorado de três anos na França –, muitos casos entre as populações mais pobres da Terra podem nem ser registrados oficialmente.

Amorim diz que a função da LBE é trazer o assunto epilepsia para um conhecimento maior da população, de modo a diminuir os custos financeiros e sociais para o paciente, a família e a sociedade. Ele alerta que o Brasil possui poucos centros especializados no tratamento, bem como número insuficiente de profissionais para lidar de forma positiva com a doença.
E conta que a LBE promoverá cursos gratuitos para os profissionais médicos de várias partes do país que tenham interesse maior no assunto. Os cursos começam no próximo mês e devem se estender até o fim de 2015, na base de um por mês. Mais informações podem ser obtidas no site www.epilepsia.org.br.

*Foram registradas só as iniciais para preservar a identidade do personagem


Olhar atento
A Liga Brasileira de Epilepsia (LBE), associação civil e sem fins lucrativos, congrega médicos e outros profissionais dedicados à saúde das pessoas com epilepsia. Promove recursos para o ensino e pesquisa destinados à prevenção, diagnóstico e tratamento da doença.

TIPOS DE CRISE

» A tônico-clônica ou convulsão acomete metade dos pacientes. Atinge todo o cérebro. A pessoa fica rígida, cai no chão e se debate. As extremidades do corpo tremem.

» Os outros 50% variam. Algumas pessoas sentem o braço formigar, isso seguido de pequenos abalos, o que acontece por causa da região afetada do cérebro. Outras pessoas sentem cheiros estranhos por alguns segundos e saem do ar. Esta é a crise parcial complexa, com turvação da consciência.

» Nas crianças, a epilepia se apresenta na forma de crises de ausência, como se ligasse e desligasse. Ela pode ter várias crises por dia – às vezes mais de 100 – e em poucos minutos de duração.

O QUE FAZER 

» Muita gente não sabe como proceder diante de um quadro de convulsão. Se a crise durar menos de cinco minutos e você tiver conhecimento que a pessoa é epiléptica, não é necessário chamar um médico. Acomode-a, afrouxe suas roupas (gravatas, botões apertados), coloque um travesseiro sob sua cabeça, procure deixá-la um pouco de lado, e espere o episódio passar. Mulheres grávidas e diabéticos merecem maiores cuidados. Depois da crise, lembre-se que a pessoa pode ficar confusa: acalme-a ou leve-a para casa.

» Se a crise durar mais tempo, é melhor chamar atendimento de urgência, pois poderá ser necessária medicação endovenosa.

Como diagnosticar



O médico solicita exames neurológicos e um eletroencefalograma (EEG) que pode reforçar o diagnóstico, ajudar na classificação da epilepsia e investigar a existência de uma lesão cerebral. Além disso, o médico neurologista baseia-se na descrição do que acontece com o paciente antes, durante e depois de uma crise. Se o paciente não se lembra de nada, as pessoas que acompanharam o episódio servem como testemunhas e devem relatar ao médico o ocorrido.
Na maioria das vezes, a causa é desconhecida, mas pode ter origem em ferimentos sofridos na cabeça, recentes ou não. Ainda assim, é possível passar dias, semanas ou anos entre a ocorrência da lesão e a primeira convulsão. Traumas na hora do parto, abusos de álcool e drogas, tumores e outras doenças neurológicas também podem desencadear o aparecimento da epilepsia.
A doença ocorre com maior frequência nos países em desenvolvimento, onde há mais desnutrição, doenças infecciosas e deficiência no atendimento médico. Em países mais desenvolvidos, a incidência é de aproximadamente 1%. A epilepsia é mais comum na infância, quando é maior a vulnerabilidade a infecções do sistema nervoso central (meningite), acidentes (traumatismos do crânio) e doenças como sarampo, varicela e caxumba, cujas complicações podem causar crises epilépticas. O problema também poderá se manifestar com o envelhecimento e suas complicações vasculares.

O uso do canabidiol

Derivado da maconha, o uso do canabidiol (CBD) começa a ganhar força no tratamento de casos como o Mal de Parkinson e a epilepsia. Ficou famoso o dramático caso da menina Anny Fischer, que chegava a ter até 20 crises de epilepsia por dia. Sua família foi a primeira de 57 a terem a importação do canabidiol autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Anny é outra pessoa agora, mas a família teve que batalhar e ainda batalha muito pela continuidade do tratamento.

A LBE se posiciona de forma solidária com as famílias das crianças e adultos com epilepsia refratária, resistente aos fármacos antiepilépticos e reconhece a realidade de que em muitos casos o médico assistente não tem outra opção terapêutica. “A pessoa com epilepsia refratária, além de não ter qualidade de vida, tem risco iminente de morte súbita, de morte por afogamento, suicídio, grave repercussão cognitiva, comportamental, além de várias comorbidades (presença ou associação de uma ou mais doenças num mesmo paciente) psiquiátricas”, afirma a liga.


Para a LBE, as pesquisas clínicas bem conduzidas metodologicamente são limitadas, pois há restrição legal ao uso de medicamentos derivados da Cannabis (popularmente conhecido como maconha), embora o CBD não possua propriedades psicoativas. A LBE acredita que a segurança e eficácia do CBD necessitam ser melhor estabelecidas por estudos bem conduzidos, uma vez que os dados disponíveis na literatura atual não preenchem os critérios científicos exigidos para que tal composto seja utilizado como medicamento de forma indiscriminada.

Leitura e escrita - Capacitação tornou-se essencial - Rafaela Lôbo

Rafaela Lôbo
Mestre em linguística, professora, palestrante e consultora da Scriptus Consultoria Empresarial em Linguagem
Estado de Minas: 09/09/2014 04:00



É frequente ouvir alguém dizer que as pessoas estão lendo pouco e escrevendo mal. Será? Em que se baseiam tais afirmações? O Brasil era, até pouco tempo, um país de analfabetos. Há um século, a maioria das mulheres não sabia ler e mesmo as gerações das décadas de 1980 e de 1990 assistiam à televisão o dia todo, não havia internet e alguém que lia muito era diferente; escrita era destinada aos que precisavam dela para executar um trabalho. Hoje, a web invadiu todos os espaços, desde o momento de trabalho ao de lazer. As pessoas leem o que os colegas publicam e escrevem desde seus relatórios de trabalho a suas mazelas pessoais, ou seja, leem mais e escrevem mais. Esse fato traz vertentes diferentes para análise. Se por um lado lê-se e escreve-se muito mais, por outro, qual é a qualidade dessa leitura, dessa escrita e quanto as pessoas hoje se expõem ao escrever? Quem já não escutou críticas em relação à escrita de um amigo no Facebook e quantos já não foram criticados? Já conheci pessoas que desistiram de um emprego porque não conseguiram fazer os relatórios pedidos.

As redes sociais tornaram a leitura e a escrita necessidades de convivência social. No entanto, é necessário compreender aquilo que se lê, analisar as informações recebidas – compartilhar pensamentos de autores consagrados é fácil, entender exatamente o que se compartilha pode ser difícil. Por isso, é comum ouvir que as pessoas devem ler muito, mas o problema não é a “quantidade” de leitura, mas a “qualidade” dessa. O analfabetismo diminuiu muito. É fato que a maioria dos brasileiros já sabe ler. A questão é que a leitura técnica é algo nada comum, mesmo entre pessoas com alto grau de instrução.

Quando se pensa em escrita, a situação torna-se ainda mais complexa, isso porque não se pode esperar muito conteúdo oriundo de uma população sem leitura técnica. Em muitos textos, a estrutura textual frequentemente está comprometida e a situação não melhorará enquanto houver pessoas que acreditam que “se muda de parágrafo quando se muda o assunto”. Há, ainda, outros acham que “frases curtas são essenciais na escrita”. Outro ponto relevante refere-se à gramática, por mais que eu não acredite que a questão gramatical seja garantia de um bom texto, gostando ou não, o uso de estruturas formais é, muitas vezes, relevante para a manutenção no mercado de trabalho e, além disso, evita críticas de preconceituosos.

Para uma empresa, um texto escrito dentro da norma padrão é credibilidade; para o funcionário, é a necessidade de manter o emprego ou mesmo a possibilidade de ganhos maiores, ou seja, a preocupação com o uso gramatical tem se mantido, apesar de todas as discussões implantadas pelos melhores linguistas. Realidade seja dita, que empresa sobe de cargo um funcionário que não é capaz de entender os textos que recebe? Além disso, quem contrataria uma pessoa incapaz de enviar um simples e-mail sem problemas de sentido? Diante dessa situação, a capacitação tornou-se essencial e uma saída para essa nova realidade. Afinal, ler ou escrever muito não significa ler ou escrever bem.

COLUNA DO JAECI » Um dia saberemos o porquê‏

COLUNA DO JAECI » Um dia saberemos o porquê "Já vimos muitos casos de indisciplina, atrasos e bebedeira. A verdade sempre veio à tona tempos depois" 
 
Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 09/09/2014


Nova Jérsei – O Brasil enfrenta hoje o Equador sob desconfiança do país inteiro, por causa do corte de Maicon. O amistoso ficou em segundo plano, diante das especulações, algumas até esdrúxulas, sobre o que realmente ocorreu. Falou-se de sexo, bebida e atraso na reapresentação. Lamento que o coordenador Gilmar Rinaldi não tenha sido transparente o suficiente para explicar o motivo. Só gerou rumores, embora o atleta prometa uma coletiva para explicar por que foi desligado. Já vi vários episódios de jogadores cortados ou repreendidos na Seleção. Lembro-me de um com outro lateral-direito, Josimar, que se perdeu na noite de Londres e chegou ao hotel em estado “estranho”.

O caso mais emblemático foi durante a preparação da Seleção para a Copa de 1986, na Toca da Raposa. Num domingo de folga, Renato Gaúcho, Leandro e Branco foram curtir a tarde na Savassi. Às 22h, horário limite para a reapresentação, só o terceiro retornou à concentração. O primeiro ficou dando uma força para o segundo, que não estava em estado apresentável. Outros jogadores que chegaram tarde pularam o muro sem ser vistos. Renato entrou pelo portão já de madrugada, amparando Leandro. O porteiro deu com a língua nos dentes.

O técnico Telê Santana, furioso, quis cortar a dupla, mas desistiu a pedido do lateral, de quem era fã. Ao definir dias depois a lista dos 22 que iriam ao México, porém, excluiu o atacante. Em solidariedade ao amigo, Leandro se recusou a viajar  no dia do embarque. O voo fretado foi atrasado porque Júnior e Zico foram à casa do companheiro tentar demovê-lo, em vão. O avião partiu com um a menos. No dia seguinte, Telê convocou Josimar, que faria dois golaços no Mundial.

Já vimos muitos casos de indisciplina, atrasos e bebedeira. A verdade sempre veio à tona tempos depois. É claro que o caso de Maicon foi grave, conforme disse Gilmar. Se fosse só bebedeira, logo se saberia. Parece que a coisa extrapolou e, caso comentasse, o coordenador poderia até prejudicar a vida pessoal do atleta. Somente daqui a alguns anos saberemos realmente o que houve. O problema é que, enquanto não surgir uma explicação, mesmo que oficiosa, as redes sociais vão bombando com boatos. Maicon dará sua versão em breve, embora os jornais italianos afirmem que foram bebedeira e atraso na reapresentação. Acho que houve alguma coisa a mais, que custará a ser revelada.

Para mim, Maicon não fará falta. Lateral de força física incomum, é limitado e nunca fez nada de destaque na Seleção. Chorou ao fazer um gol na Coreia do Norte na Copa de 2010. Neste ano, com Felipão, fez parte dos fracassados nos 10 a 1 – 7 a 1 da Alemanha e 3 a 0 da Holanda. Já vai tarde, assim como outros poderão ir também, sem deixar saudade. Causa espécie saber que o jogador era da confiança de Dunga e, se não teve perdão, é porque fez algo de muito grave mesmo. Acabada a era Maicon na Seleção, se o técnico olhar direitinho, verá que Marcos Rocha está prontinho. O atleticano deverá ser chamado para os amistosos contra Argentina, na China, e Japão, em Cingapura.

Quanto ao jogo de hoje, o Brasil deve ganhar. O Equador foi o mais fraco dos sul-americanos na Copa. Espero que a arbitragem seja rígida e coíba a violência, principalmente em cima de Neymar. O garoto está sendo caçado o tempo todo, diante de árbitros coniventes. O time se superoucontra os colombianos e surpreendeu positivamente. Minha expectativa é de boas mudanças para esta noite. Felizmente, Maicon e David Luiz estão fora. Miranda me agradou na vitória sobre a Colômbia.

Gostaria de ver Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart jogando. Diego Tardelli foi aprovado na estreia. Dunga tem a ideia de manter uma base e não ficar trocando muito, exceto no segundo tempo. Acho importante o time ter uma cara. Curiosamente, não tínhamos um camisa 10 decente com Felipão. Agora, temos três: Éverton Ribeiro, Philippe Coutinho e Paulo Henrique Ganso, que deverá ser chamado nas próximas convocações.

ENTREVISTA ÉVERTON RIBEIRO » "Dunga pediu para fazer o que faço no Cruzeiro"

Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 09/09/2014 



ÉVERTON RIBEIRO, armador do Cruzeiro e da Seleção Brasileira (Robert Mayer-USA TODAY Sports)
ÉVERTON RIBEIRO, armador do Cruzeiro e da Seleção Brasileira

Craque do Campeonato Brasileiro de 2013, com chances de ser reeleito em 2014, o armador Éverton Ribeiro é só alegria na Seleção Brasileira. Mesmo tendo entrado poucos minutos contra a Colômbia, mostrou futebol de gente grande e a qualidade que demonstra no Cruzeiro. Ocupando uma das posições mais carentes do Brasil, vê sua luta com Oscar e Philippe Coutinho se aprofundar, mas no íntimo sabe que tem totais condições de ser o titular da equipe. Mesmo não começando a partida de hoje, espera poder aproveitado e mostrar tudo o que sabe contra os equatorianos. Nesta entrevista exclusiva ao Estado de Minas, ele fala dos sonhos e da vontade de jogar na Europa.

Como sentiu a estreia contra a Colômbia? A amarelinha pesou?
Procurei fazer aquilo que o Dunga pediu: movimentação e criatividade e, graças a Deus, deu tudo certo. Começamos a trajetória de forma positiva. Dá uma ansiedade antes, mas depois que a gente entra, e como eu estava preparado, deu tudo certo. Agora é dar sequência ao trabalho. Há muita estrada pela frente.

Dunga te deu liberdade para jogar como no Cruzeiro?
Ele pediu para eu fazer aquilo que faço no meu clube, e por isso me saí bem, fiquei à vontade. Me deu a tranquilidade de jogar um pouco mais aberto pela direita. Ele quer que eu me movimente muito, como no Cruzeiro.
Júnior, ex-lateral e hoje comentarista de TV, encheu sua bola, mas sabemos que a concorrência é grande, com Philippe Coutinho e Paulo Henrique Ganso, que deverá ser chamado em breve...
O Brasil tem grandes jogadores, mas a concorrência é saudável. Se eu continuar jogando em alto nível, primeiro, no Cruzeiro, fatalmente estarei sempre nas listas de convocados. Aqui é treinar muito e procurar agradar ao treinador com bons jogos. Acho que não estou acima de ninguém, mas numa excelente fase.

Jogar no máximo 45 minutos hoje vai te satisfazer?
Estou tranquilo, e, como disse, já tive a oportunidade de estrear, e estou na expectativa de jogar esta noite. Para um começo, estou muito feliz.

E se puder jogar ao lado do Goulart será melhor ainda...

Claro. Poderemos reeditar aquilo que temos feito no Cruzeiro. Mas isso fica a cargo do Dunga, que é o treinador e sabe o que será melhor para a equipe.

O Cruzeiro tem realmente dois grandes jogadores por posição?
Sim. Temos um excelente time, e quando sai um jogador, o ritmo não é quebrado. Mas ainda falta muito para o título, pois o campeonato é longo e somente agora terminou o turno. Vamos manter esse ritmo e buscar o tetra.

O que representa o Marcelo Oliveira para você?

Um grande treinador, que tem mostrado seu potencial a cada jogo, e me deu toda a tranquilidade para chegar ao Cruzeiro e também à Seleção. Sou muito grato a ele por esses anos de trabalho juntos. Evoluí muito.

Você tem vontade de jogar na Europa ou quer ficar mais tempo no Cruzeiro?
Claro que sonho em jogar na Europa, mas tudo acontecerá no tempo certo. Estou muito feliz no Cruzeiro. Estamos sempre disputando títulos e isso é importante para a carreira de um jogador. Mas a hora que surgir algo importante para mim e para o clube, vamos pensar. (JC)