MOÇA DE SEGUNDA-FEIRA
Com as māos
em prece,
olhos inteiros,
a moça borralheira
agradece
a segunda-feira.
Sabe-se tristinha,
sabe-se humilde,
sabe-se calada.
Por hoje,
sabe que está salva
pois que achou escape
na segunda-feira.
É uma moça
de segunda-feira.
Hoje é o dia
em que lhe admiram o tailleur,
a maquiagem discreta,
a voz de quem pede deculpa,
por perdurar na semana.
Hoje é o dia
em que todos invejarāo
(Uns com flagrante horror)
seu decantado vigor,
sua gaveta arrumada,
seus suspiros adequados,
sua voz assombreada
com tom de segunda-feira.
Hoje é o dia dela:
até as janelas
aguardam a visita
dos seus cotovelos,
quando a moça,
com desvelo,
for consultar o tempo,
debruçando-se pra rua.
Meio corpo a vacilar,
no balé tāo esperado,
antes do fundo suspiro
e do real constatado:
que só os muito tristes
(quase sempre esperançosos)
mapeiam a segunda-feira.
Fonte
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
MARTHA MEDEIROS - A graça da coisa
Zero Hora - 22/09/2013
Tem quem não consiga enxergá-la de jeito nenhum, o que para mim é o mesmo que nascer sem um pé ou sem uma orelha. Quem não vê a graça da coisa, vive com um pedaço faltando. Nada que impeça o sujeito de acordar, trabalhar, viajar, mas é chato.
A graça da coisa está em quase tudo, só que é preciso ter um olhar aberto e curioso para percebê-la, pois nem sempre ela fica evidente. Às vezes, exige leitura de entrelinhas, bom manejo da ironia, benevolência com o sarcasmo. É onde está a graça da coisa.
Mas, por sorte, ela não costuma ficar escondida. É até bem exibida.
Um filme B, daqueles que é puro lixo, pode se tornar cult se for assistido sem emburramento por uma plateia a fim de diversão. Um amigo resolve colocar os pés na cozinha pela primeira vez e o resultado é a pior massa grudenta da história. Que tal um sarau lá em casa para a gente cantar as músicas de acampamento dos nossos 16 anos? Sim, ao violão, todos bem desafinados.
Ela ronda por aí, nas aparentes roubadas que se tornam inesquecíveis por motivar tantas gargalhadas.
O que impede a graça da coisa de circular mais livremente é o excesso de seriedade que tomou conta do mundo. Esse tal de politicamente correto, então, é um inimigo declarado da graça. E os que não se desapegam do próprio ego também. Eles ficam de um lado, se achando, e ela fica de outro, boquiaberta: qual o sentido de se dar tanta importância?
A graça da coisa está justamente nas desimportâncias.
Quanto menos obsessão por elogios, por cargos e por poder, mais livre ficamos para reparar nas pequenas nuances por trás das afetações. Em tudo na vida há uma centelha de inocência que corrompe nossa rigidez e permite a entrada de uma alegria descompromissada e renovadora. A graça da coisa não tem assento reservado em camarote Vip nem lugar no pódio dos campeões, ela é simplesmente a piada espontânea surgida nos bastidores.
Há que se zombar da vida maluca que levamos e procurar a graça da coisa em nossas fracassadas investidas amorosas, nos erros em que nos viciamos, nas discussões de relação que sempre se repetem, nas tentativas de aparentarmos sabedoria, nas rugas que tentamos suprimir puxando a pele com as mãos em frente ao espelho, em nossos defeitos favoritos, nas reprises das brigas familiares, no nosso saudosismo meio brega, no nosso vocabulário do tempo do onça. Em tudo há uma graça infantil, uma consciência comovente das nossas impossibilidades. É só desempinar o nariz.
A graça da coisa é o título do meu novo livro de crônicas, que autografarei no próximo sábado, dia 28, das 17h às 19h, na livraria Saraiva do Shopping Moinhos, em Porto Alegre. Se puder, apareça.
Tem quem não consiga enxergá-la de jeito nenhum, o que para mim é o mesmo que nascer sem um pé ou sem uma orelha. Quem não vê a graça da coisa, vive com um pedaço faltando. Nada que impeça o sujeito de acordar, trabalhar, viajar, mas é chato.
A graça da coisa está em quase tudo, só que é preciso ter um olhar aberto e curioso para percebê-la, pois nem sempre ela fica evidente. Às vezes, exige leitura de entrelinhas, bom manejo da ironia, benevolência com o sarcasmo. É onde está a graça da coisa.
Mas, por sorte, ela não costuma ficar escondida. É até bem exibida.
Um filme B, daqueles que é puro lixo, pode se tornar cult se for assistido sem emburramento por uma plateia a fim de diversão. Um amigo resolve colocar os pés na cozinha pela primeira vez e o resultado é a pior massa grudenta da história. Que tal um sarau lá em casa para a gente cantar as músicas de acampamento dos nossos 16 anos? Sim, ao violão, todos bem desafinados.
Ela ronda por aí, nas aparentes roubadas que se tornam inesquecíveis por motivar tantas gargalhadas.
O que impede a graça da coisa de circular mais livremente é o excesso de seriedade que tomou conta do mundo. Esse tal de politicamente correto, então, é um inimigo declarado da graça. E os que não se desapegam do próprio ego também. Eles ficam de um lado, se achando, e ela fica de outro, boquiaberta: qual o sentido de se dar tanta importância?
A graça da coisa está justamente nas desimportâncias.
Quanto menos obsessão por elogios, por cargos e por poder, mais livre ficamos para reparar nas pequenas nuances por trás das afetações. Em tudo na vida há uma centelha de inocência que corrompe nossa rigidez e permite a entrada de uma alegria descompromissada e renovadora. A graça da coisa não tem assento reservado em camarote Vip nem lugar no pódio dos campeões, ela é simplesmente a piada espontânea surgida nos bastidores.
Há que se zombar da vida maluca que levamos e procurar a graça da coisa em nossas fracassadas investidas amorosas, nos erros em que nos viciamos, nas discussões de relação que sempre se repetem, nas tentativas de aparentarmos sabedoria, nas rugas que tentamos suprimir puxando a pele com as mãos em frente ao espelho, em nossos defeitos favoritos, nas reprises das brigas familiares, no nosso saudosismo meio brega, no nosso vocabulário do tempo do onça. Em tudo há uma graça infantil, uma consciência comovente das nossas impossibilidades. É só desempinar o nariz.
A graça da coisa é o título do meu novo livro de crônicas, que autografarei no próximo sábado, dia 28, das 17h às 19h, na livraria Saraiva do Shopping Moinhos, em Porto Alegre. Se puder, apareça.
Aprender a política como festa - Renato Janine Ribeiro
Valor Econômico - 23/09/2013
Reservar dois dias por ano para quem quiser se manifestar nas avenidas e praças seria uma medida inteligente
Um prefeito que tenha imaginação bem poderia entender que junho de 2013 deu uma grande lição aos governantes, e adotar uma medida inteligente: abrir, dois dias por ano, o espaço público para grandes manifestações políticas. Com data marcada, mas organizadas por entidades independentes ou, mesmo, não organizadas, só com algumas regras básicas de civilidade. Seria uma forma de dar vazão, propriamente política, a tudo o que é protesto ou projeto. Seria uma forma de aprendermos a traduzir em linguagem política nossos descontentamentos ou anseios. Seria uma forma de ocupar o espaço público, geralmente utilitário, como festa. Seria uma forma de aprendermos a fazer política como um espaço de prazer, de alegria - repito: de festa.
Porque este foi um dos lados das recentes manifestações. Em meio a dias de violência de manifestantes (numa primeira fase, mas sempre lembrando que a grande maioria deles foi comedida), um ou mais dias de violência policial (o fatídico 13 de junho, em São Paulo) e dias de violência contra prédios e militantes, houve a grande manifestação, absolutamente pacífica, também na capital paulista, do Largo da Batata. E outras, em outras cidades. A sensação de quem esteve é exultante. Os participantes a descrevem em linguagem que me levou a falar em epifania, em revelação. (Curiosamente, os amigos do Rede Sustentabilidade não gostam do termo; mas eu o mantenho). Porque se manifestava, a seus cinco sentidos, uma apropriação das ruas e avenidas pelo cidadão, melhor ainda, pelo ser humano; lá onde passam carros, ônibus e caminhões, lá onde há regras rígidas de circulação, lá onde a morte ronda constantemente sob a forma de atropelamentos e colisões, triunfou brevemente a lentidão do andar, o prazer do flanar, a alegria do encontrar.
Foram algumas janelas de vida feliz num mês ou dois que conheceram momentos de violência inaceitáveis. Para muitas pessoas, esse tipo de manifestação, que começa com o 1968 francês e irrompe de vez em quando mundo afora, sem causa determinada ou visível, deixa como único legado a festa. Pode ser pouco. Eu, pessoalmente, acho que só isso é pouco: quem bota o mundo de cabeça para baixo não deveria voltar, rápido demais, à rotina. Um carnaval pode fazer vislumbrar que outra experiência de vida pode existir. Mas é este momento "happening" que propicia a revelação. Se muitos apenas se divertem - se alguns até vivem esse dia como uma balada um pouco diferente - outros podem perceber, aí, que dá para reivindicar juntos. E isto é uma das coisas de que o Brasil mais precisa.
Porque nosso hábito é o da queixa individual, que nem chega a ser
reclamação. Uma vez, quando um avião que seguia para São Paulo atrasou a
ponto de ficar claro que pousaríamos em Guarulhos e não em Congonhas,
vi uma fila de passageiros se queixar no balcão da companhia, mas sem
unirem as vozes. Vários insultaram os funcionários - e depois, mansos,
embarcaram para o aeroporto indesejado. Poucos anos depois, porém, outra
experiência redimiu a primeira: vi uma moça reunir cinco ou seis dos
passageiros, reclamar delicada mas firmemente com a companhia - e
conseguir de volta a aeronave que estava sendo desviada para outro
destino. A diferença está numa única palavra: organização. Incluí o
depoimento dela, a médica Claudia Coutinho, no programa "A liberdade de
organização", que fiz para a TV Futura.
Pode a organização nascer de uma festa? Pode. É preciso unir reclamações. Mas é necessário, sobretudo, sabermos que reclamações dão resultado, desde que feitas em conjunto. Quem se reúne tem mais êxito do que quem se divide. Nossa sociedade é individualista demais. Saber se unir é, para nós, prioridade. Nunca venceremos a corrupção enquistada nos castelos políticos se não desenharmos unidades alternativas a eles.
Agora, organizar em tom de festa é bom. É algo que o Brasil sabe fazer. Sempre se comenta que o carnaval, nossa festa com mais ares de bagunça, é na verdade um prodígio de organização. E no futebol, o esporte mais querido, o esporte que identificamos com a nacionalidade, os jogos começam na hora certa, sem atraso. Dá para misturar alegria e organização. Aliás, se pusermos alegria no convívio, no estar-juntos, teremos maior eficiência, que depende de sermos organizados. E, para completar, lembremos que os norte-americanos dizem "Let us get organized", Vamos nos organizar, quando querem dizer: este problema não pode ser resolvido por pessoas sozinhas, então nos juntaremos para enfrentá-lo.
Volto ao prefeito com imaginação. Uma festa das reivindicações, em que grupos grandes e sobretudo pequenos, até mesmo indivíduos, exponham suas críticas e propostas, ocupando avenidas ou praças da cidade - de qualquer cidade -, pode ser a ocasião de dar voz aos mil pequenos descontentamentos que nos acostumamos a calar. Dia a dia, engolimos frustrações com a baixa qualidade de nossa vida pública, de nossos serviços públicos. Não falar já é ruim. Não ver saída para problemas cruciais só agrava uma sorte de melancolia política que é nossa constante, com raros intervalos de euforia. Nós nos resignamos a muitos problemas, que achamos não terem como sair da vida pessoal e privada - e que são deprimentes. Mas eles podem ser enfrentados e até resolvidos, se soubermos transpô-los para a vida pública e política. É a esperança que o Brasil precisa construir: sair da passividade que nos isola a todos, para uma posição ativa que só existirá na cooperação de muitos. Esta proposta pode parecer ingênua e talvez o seja. Mas indica que podemos ter alegria numa política decente.
Renato Janine Ribeiro é professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo.
Reservar dois dias por ano para quem quiser se manifestar nas avenidas e praças seria uma medida inteligente
Um prefeito que tenha imaginação bem poderia entender que junho de 2013 deu uma grande lição aos governantes, e adotar uma medida inteligente: abrir, dois dias por ano, o espaço público para grandes manifestações políticas. Com data marcada, mas organizadas por entidades independentes ou, mesmo, não organizadas, só com algumas regras básicas de civilidade. Seria uma forma de dar vazão, propriamente política, a tudo o que é protesto ou projeto. Seria uma forma de aprendermos a traduzir em linguagem política nossos descontentamentos ou anseios. Seria uma forma de ocupar o espaço público, geralmente utilitário, como festa. Seria uma forma de aprendermos a fazer política como um espaço de prazer, de alegria - repito: de festa.
Porque este foi um dos lados das recentes manifestações. Em meio a dias de violência de manifestantes (numa primeira fase, mas sempre lembrando que a grande maioria deles foi comedida), um ou mais dias de violência policial (o fatídico 13 de junho, em São Paulo) e dias de violência contra prédios e militantes, houve a grande manifestação, absolutamente pacífica, também na capital paulista, do Largo da Batata. E outras, em outras cidades. A sensação de quem esteve é exultante. Os participantes a descrevem em linguagem que me levou a falar em epifania, em revelação. (Curiosamente, os amigos do Rede Sustentabilidade não gostam do termo; mas eu o mantenho). Porque se manifestava, a seus cinco sentidos, uma apropriação das ruas e avenidas pelo cidadão, melhor ainda, pelo ser humano; lá onde passam carros, ônibus e caminhões, lá onde há regras rígidas de circulação, lá onde a morte ronda constantemente sob a forma de atropelamentos e colisões, triunfou brevemente a lentidão do andar, o prazer do flanar, a alegria do encontrar.
Foram algumas janelas de vida feliz num mês ou dois que conheceram momentos de violência inaceitáveis. Para muitas pessoas, esse tipo de manifestação, que começa com o 1968 francês e irrompe de vez em quando mundo afora, sem causa determinada ou visível, deixa como único legado a festa. Pode ser pouco. Eu, pessoalmente, acho que só isso é pouco: quem bota o mundo de cabeça para baixo não deveria voltar, rápido demais, à rotina. Um carnaval pode fazer vislumbrar que outra experiência de vida pode existir. Mas é este momento "happening" que propicia a revelação. Se muitos apenas se divertem - se alguns até vivem esse dia como uma balada um pouco diferente - outros podem perceber, aí, que dá para reivindicar juntos. E isto é uma das coisas de que o Brasil mais precisa.
Tirar a política da melancolia e da resignação
Pode a organização nascer de uma festa? Pode. É preciso unir reclamações. Mas é necessário, sobretudo, sabermos que reclamações dão resultado, desde que feitas em conjunto. Quem se reúne tem mais êxito do que quem se divide. Nossa sociedade é individualista demais. Saber se unir é, para nós, prioridade. Nunca venceremos a corrupção enquistada nos castelos políticos se não desenharmos unidades alternativas a eles.
Agora, organizar em tom de festa é bom. É algo que o Brasil sabe fazer. Sempre se comenta que o carnaval, nossa festa com mais ares de bagunça, é na verdade um prodígio de organização. E no futebol, o esporte mais querido, o esporte que identificamos com a nacionalidade, os jogos começam na hora certa, sem atraso. Dá para misturar alegria e organização. Aliás, se pusermos alegria no convívio, no estar-juntos, teremos maior eficiência, que depende de sermos organizados. E, para completar, lembremos que os norte-americanos dizem "Let us get organized", Vamos nos organizar, quando querem dizer: este problema não pode ser resolvido por pessoas sozinhas, então nos juntaremos para enfrentá-lo.
Volto ao prefeito com imaginação. Uma festa das reivindicações, em que grupos grandes e sobretudo pequenos, até mesmo indivíduos, exponham suas críticas e propostas, ocupando avenidas ou praças da cidade - de qualquer cidade -, pode ser a ocasião de dar voz aos mil pequenos descontentamentos que nos acostumamos a calar. Dia a dia, engolimos frustrações com a baixa qualidade de nossa vida pública, de nossos serviços públicos. Não falar já é ruim. Não ver saída para problemas cruciais só agrava uma sorte de melancolia política que é nossa constante, com raros intervalos de euforia. Nós nos resignamos a muitos problemas, que achamos não terem como sair da vida pessoal e privada - e que são deprimentes. Mas eles podem ser enfrentados e até resolvidos, se soubermos transpô-los para a vida pública e política. É a esperança que o Brasil precisa construir: sair da passividade que nos isola a todos, para uma posição ativa que só existirá na cooperação de muitos. Esta proposta pode parecer ingênua e talvez o seja. Mas indica que podemos ter alegria numa política decente.
Renato Janine Ribeiro é professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo.
Estado de Minas: 23/09/2013
Seleção brasileira
João Miguel e Dira Paes (foto) encabeçam o elenco de À beira do caminho, que estreia hoje, às 22h, no Telecine Premium. O filme de Breno Silveira conta a história de caminhoneiro solitário que esconde os traumas do passado. Um menino órfão de mãe cruza seu destino, pedindo carona até São Paulo, onde espera encontrar o pai, que ele não conhece. Motorista e o menino farão uma jornada que mudará a vida dos dois.
Vire a madrugada com filme de Leon Hirszman
O cinema nacional é destaque no Canal Brasil, com a exibição do clássico São Bernardo (1972), dirigido por Leon Hirszman, que vai ao ar à 0h15. Na concorrida faixa das 22h, o assinante tem seis boas opções: Batman – O cavaleiro das trevas ressurge, na HBO 2; O hobbit – Uma jornada inesperada, no Telecine Pipoca; Espelho, espelho meu, no Telecine Fun; Um sonho sem limites, no ID; Dias de paraíso, no TCM; e Hotel Ruanda, na MGM. Outras atrações: Zona verde, às 20h, no Universal; A névoa, às 21h, no Animal Planet; Vem dançar, também às 21h, no Boomerang; Maldita sorte, às 22h15, no FX; e Separados pelo casamento, às 22h30, no Megapix.
Canal Viva selecionou depoimentos de atrizes
O programa Reviva, às 23h, no canal Viva, vai mostrar trechos inéditos das entrevistas realizadas para a série Damas da TV com Laura Cardoso, Joana Fomm, Nívea Maria, Glória Menezes, Aracy Balabanian, Marília Pêra, Ruth de Souza, Nicette Bruno e Nathalia Timberg. Elas falam das dificuldades enfrentadas no começo da profissão, da relação com o teatro e do desejo de não se aposentar. Na quarta-feira será a vez de Nathalia Timberg na edição regular da série dedicada às divas da
televisão brasileira.
Cao Guimarães produz 20 curtas para o SescTV
O Sesc TV exibe hoje, ao longo de sua programação, 20 curtas dirigidos pelo mineiro Cao Guimarães mostrando a rotina de pessoas idosas. Com duração média de 4 minutos, os filmes integram projeto especial em comemoração dos 50 anos do Trabalho Social com Idosos (TSI), ação promovida pelo Sesc São Paulo. Às 20h, vai ao ar mais um programa da série Mirada, com o documentário Quando o teatro rompe suas fronteiras, sobre a produção teatral colombiana, peruana mexicana e brasileira apresentada no 1º Festival de Artes Cênicas de
Santos, em 2010.
Veja como Rick Bonadio inventou o grupo Girls
Um dos maiores nomes do novo fado, o cantor português António Zambujo é o convidado de Zé Nogueira no Estúdio 66, às 18h45, no Canal Brasil. Já às 21h30, no programa Espelho, Lázaro Ramos conversa com a cantora e atriz Karina Buhr. No Multishow, também às 21h30, vai ao ar o último episódio de Fábrica de estrelas, revendo a trajetória das meninas selecionadas pelo produtor musical Rick Bonadio para formar o quinteto Girls. Em tempo: no canal GNT, chegam ao fim as séries Broadchurch (22h30) e Weeds (23h30).
Madeireiros derrubam florestas americanas
No canal History, episódio duplo marca a estreia da quarta temporada de Ax men, às 22h. A série acompanha a rotina de grupos rivais de madeireiros que trabalham em uma ilha remota, nas imediações do Rio Suwannee, no Alasca, e nas florestas da Luisiana.
Seleção brasileira
João Miguel e Dira Paes (foto) encabeçam o elenco de À beira do caminho, que estreia hoje, às 22h, no Telecine Premium. O filme de Breno Silveira conta a história de caminhoneiro solitário que esconde os traumas do passado. Um menino órfão de mãe cruza seu destino, pedindo carona até São Paulo, onde espera encontrar o pai, que ele não conhece. Motorista e o menino farão uma jornada que mudará a vida dos dois.
Vire a madrugada com filme de Leon Hirszman
O cinema nacional é destaque no Canal Brasil, com a exibição do clássico São Bernardo (1972), dirigido por Leon Hirszman, que vai ao ar à 0h15. Na concorrida faixa das 22h, o assinante tem seis boas opções: Batman – O cavaleiro das trevas ressurge, na HBO 2; O hobbit – Uma jornada inesperada, no Telecine Pipoca; Espelho, espelho meu, no Telecine Fun; Um sonho sem limites, no ID; Dias de paraíso, no TCM; e Hotel Ruanda, na MGM. Outras atrações: Zona verde, às 20h, no Universal; A névoa, às 21h, no Animal Planet; Vem dançar, também às 21h, no Boomerang; Maldita sorte, às 22h15, no FX; e Separados pelo casamento, às 22h30, no Megapix.
Canal Viva selecionou depoimentos de atrizes
O programa Reviva, às 23h, no canal Viva, vai mostrar trechos inéditos das entrevistas realizadas para a série Damas da TV com Laura Cardoso, Joana Fomm, Nívea Maria, Glória Menezes, Aracy Balabanian, Marília Pêra, Ruth de Souza, Nicette Bruno e Nathalia Timberg. Elas falam das dificuldades enfrentadas no começo da profissão, da relação com o teatro e do desejo de não se aposentar. Na quarta-feira será a vez de Nathalia Timberg na edição regular da série dedicada às divas da
televisão brasileira.
Cao Guimarães produz 20 curtas para o SescTV
O Sesc TV exibe hoje, ao longo de sua programação, 20 curtas dirigidos pelo mineiro Cao Guimarães mostrando a rotina de pessoas idosas. Com duração média de 4 minutos, os filmes integram projeto especial em comemoração dos 50 anos do Trabalho Social com Idosos (TSI), ação promovida pelo Sesc São Paulo. Às 20h, vai ao ar mais um programa da série Mirada, com o documentário Quando o teatro rompe suas fronteiras, sobre a produção teatral colombiana, peruana mexicana e brasileira apresentada no 1º Festival de Artes Cênicas de
Santos, em 2010.
Veja como Rick Bonadio inventou o grupo Girls
Um dos maiores nomes do novo fado, o cantor português António Zambujo é o convidado de Zé Nogueira no Estúdio 66, às 18h45, no Canal Brasil. Já às 21h30, no programa Espelho, Lázaro Ramos conversa com a cantora e atriz Karina Buhr. No Multishow, também às 21h30, vai ao ar o último episódio de Fábrica de estrelas, revendo a trajetória das meninas selecionadas pelo produtor musical Rick Bonadio para formar o quinteto Girls. Em tempo: no canal GNT, chegam ao fim as séries Broadchurch (22h30) e Weeds (23h30).
Madeireiros derrubam florestas americanas
No canal History, episódio duplo marca a estreia da quarta temporada de Ax men, às 22h. A série acompanha a rotina de grupos rivais de madeireiros que trabalham em uma ilha remota, nas imediações do Rio Suwannee, no Alasca, e nas florestas da Luisiana.
CARAS E BOCAS » FELICIDADE PASSAGEIRA
Simone Castro
simone.castro@uai.com.br
Estado de Minas: 23/09/2013
Em Joia rara, o sonho virou realidade. Depois do nascimento da primogênita Pérola, Franz (Bruno Gagliasso) e Amélia (Bianca Bin) se casam. O dia da cerimônia parece perfeito e os noivos, com a filha pequena e cercados de amigos, estão mais apaixonados do que nunca. No altar, Manfred (Carmo Dalla Vecchia) é padrinho de Franz ao lado de Iolanda (Carolina Dieckmann), o que irrita Mundo (Domingos Montagner). Do lado da noiva estão Toni (Thiago Lacerda) e Gaia (Ana Cecília Costa). Todos muito felizes até a chegada repentina de Ernest (José de Abreu), pai de Franz, que surge quando o padre pergunta se há alguém contra a união. Da porta da igreja, o milionário apenas observa a cerimônia e sai. A festa do casório anima o cabaré de Arlindo (Marcos Caruso). Enquanto os convidados dançam, Ernest reaparece e vê a pequena Pérola. A menina chora e o avô a toma no colo. Amélia pede que ele vá embora. O jovem casal ignora que Ernest tem um plano para separá-los. Ele sairá vitorioso: vai tirar a guarda de Pérola da mãe, depois de mandar Amélia para a prisão.
CONFIRA DICAS PARA COMBATER A CELULITE
O Jornal da Alterosa – 1ª edição, hoje, às 12h40, vai falar sobre o pesadelo de 10 entre 10 mulheres. Doutora Dieta explica como a alimentação pode ajudar a prevenir a celulite. Saiba o que comer e o que evitar para ficar livre dessa “inimiga”. Confira as dicas de nutrição da especialista.
COLECIONADORES E SUAS
ADMIRÁVEIS RELÍQUIAS
O programa Planeta, às 20h30, na Rede Minas, mostra colecionadores de preciosidades. As peças sobreviveram ao tempo e contam a história de sua época. A equipe visitou o galpão onde estão guardadas cerca de oito mil relíquias, entre modelos antigos de televisores, carros raríssimos, juke boxes e até uniformes de soldados na Segunda Guerra Mundial. O programa entrevistou um colecionador que reuniu 300 relógios.
MÚSICA E LEITURA NO AFINANDO A LÍNGUA
A escritora Thalita Rebouças e a banda Forfun dividem o estúdio com Tony Bellotto no Afinando a língua, hoje, às 22h30, no Futura (TV paga). Juventude, diversão e amadurecimento são os temas do bate-papo. O grupo musical fala sobre suas canções, enquanto Thalita destaca a relação com os jovens. O titã e seus convidados discutem os sentimentos dos adolescentes e como a música e a leitura contribuem para o desenvolvimento
pessoal da moçada.
CAMPANHA BENEFICENTE ESTÁ NA QUARTA EDIÇÃO
A RedeTV! marcou a data da quarta edição de sua campanha para arrecadar recursos para o Hospital de Câncer de Barretos, em São Paulo. Em 10 de novembro e 8 de dezembro, das 18h às 20h, será exibida a edição 2013 do Direito de viver diretamente dos estúdios do canal, em São Paulo.
Ao vivo e em cores!
FALA, PRESIDENTE!
Na quarta-feira, às 18h36, estreia no Discovery Civilization (TV paga) a série Presidentes africanos, da produtora Cine Group. A atração marca a volta de Franklin Martins à telinha. O jornalista gravou cenas em diversos países – entre eles a Tanzânia (foto). Com entrevistas exclusivas de 13 presidentes do continente africano, o programa retrata as transformações sociopolíticas da região. Franklin entrevistou líderes políticos da África do Sul, Angola, Cabo Verde, República Democrática do Congo, Costa do Marfim, Egito, Etiópia, Gana, Moçambique, Nigéria, Senegal e Tunísia. A série terá 15 episódios.
simone.castro@uai.com.br
Estado de Minas: 23/09/2013
Franz (Bruno Gagliasso) e Amélia (Bianca Bin) se casam em Joia rara |
Em Joia rara, o sonho virou realidade. Depois do nascimento da primogênita Pérola, Franz (Bruno Gagliasso) e Amélia (Bianca Bin) se casam. O dia da cerimônia parece perfeito e os noivos, com a filha pequena e cercados de amigos, estão mais apaixonados do que nunca. No altar, Manfred (Carmo Dalla Vecchia) é padrinho de Franz ao lado de Iolanda (Carolina Dieckmann), o que irrita Mundo (Domingos Montagner). Do lado da noiva estão Toni (Thiago Lacerda) e Gaia (Ana Cecília Costa). Todos muito felizes até a chegada repentina de Ernest (José de Abreu), pai de Franz, que surge quando o padre pergunta se há alguém contra a união. Da porta da igreja, o milionário apenas observa a cerimônia e sai. A festa do casório anima o cabaré de Arlindo (Marcos Caruso). Enquanto os convidados dançam, Ernest reaparece e vê a pequena Pérola. A menina chora e o avô a toma no colo. Amélia pede que ele vá embora. O jovem casal ignora que Ernest tem um plano para separá-los. Ele sairá vitorioso: vai tirar a guarda de Pérola da mãe, depois de mandar Amélia para a prisão.
CONFIRA DICAS PARA COMBATER A CELULITE
O Jornal da Alterosa – 1ª edição, hoje, às 12h40, vai falar sobre o pesadelo de 10 entre 10 mulheres. Doutora Dieta explica como a alimentação pode ajudar a prevenir a celulite. Saiba o que comer e o que evitar para ficar livre dessa “inimiga”. Confira as dicas de nutrição da especialista.
COLECIONADORES E SUAS
ADMIRÁVEIS RELÍQUIAS
O programa Planeta, às 20h30, na Rede Minas, mostra colecionadores de preciosidades. As peças sobreviveram ao tempo e contam a história de sua época. A equipe visitou o galpão onde estão guardadas cerca de oito mil relíquias, entre modelos antigos de televisores, carros raríssimos, juke boxes e até uniformes de soldados na Segunda Guerra Mundial. O programa entrevistou um colecionador que reuniu 300 relógios.
MÚSICA E LEITURA NO AFINANDO A LÍNGUA
A escritora Thalita Rebouças e a banda Forfun dividem o estúdio com Tony Bellotto no Afinando a língua, hoje, às 22h30, no Futura (TV paga). Juventude, diversão e amadurecimento são os temas do bate-papo. O grupo musical fala sobre suas canções, enquanto Thalita destaca a relação com os jovens. O titã e seus convidados discutem os sentimentos dos adolescentes e como a música e a leitura contribuem para o desenvolvimento
pessoal da moçada.
CAMPANHA BENEFICENTE ESTÁ NA QUARTA EDIÇÃO
A RedeTV! marcou a data da quarta edição de sua campanha para arrecadar recursos para o Hospital de Câncer de Barretos, em São Paulo. Em 10 de novembro e 8 de dezembro, das 18h às 20h, será exibida a edição 2013 do Direito de viver diretamente dos estúdios do canal, em São Paulo.
Ao vivo e em cores!
FALA, PRESIDENTE!
Na quarta-feira, às 18h36, estreia no Discovery Civilization (TV paga) a série Presidentes africanos, da produtora Cine Group. A atração marca a volta de Franklin Martins à telinha. O jornalista gravou cenas em diversos países – entre eles a Tanzânia (foto). Com entrevistas exclusivas de 13 presidentes do continente africano, o programa retrata as transformações sociopolíticas da região. Franklin entrevistou líderes políticos da África do Sul, Angola, Cabo Verde, República Democrática do Congo, Costa do Marfim, Egito, Etiópia, Gana, Moçambique, Nigéria, Senegal e Tunísia. A série terá 15 episódios.
Que venha 2015! [2º Festival de História] - Ana Clara Brant
Festival realizado em Diamantina comprova o crescente interesse do cidadão por história.
Debates com especialistas e shows, como o de Maria Bethânia, caíram no gosto do público
Ana Clara Brant
Estado de Minas: 23/09/2013
Diamantina – O foco é o passado, mas o 2º Festival de História (fHist), encerrado ontem em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, está de olho no futuro. O crescimento e a visibilidade do evento já começam a moldar a próxima edição, prevista para 2015. De acordo com a organização, convidados de renome nacional e internacional atraíram pelo menos 3 mil pessoas à cidade, superando o público da estreia, há dois anos.
“A rede hoteleira ficou totalmente ocupada, mas nosso público é também formado por estudantes, que acabam se hospedando em albergues e repúblicas. Isso nos leva a crer que superamos a estreia. O número de inscritos passou de 620 para 800”, informa o jornalista Américo Antunes, coordenador do fHist.
Aliás, essa pode ser uma das novidades da próxima edição, pois a Grande Tenda tem capacidade para receber 800 pessoas. “Isso nos obriga a remodelar o espaço onde é realizada a programação principal, totalmente ocupado desta vez. Gente de todo o Brasil está realmente se interessando por história, tivemos inscrições de 16 estados. Além disso, o festival coincidiu com a vesperata, tradicional acontecimento diamantinense”, acrescenta Américo.
Além das palestras, as oficinas se destacaram, atraindo estudantes, professores e pesquisadores de Diamantina e cidades vizinhas. “A gente se preocupa com o legado que o fHist deixa para a região. Desenvolvemos um trabalho importante de integração com a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri voltado para alunos e educadores”, informou o jornalista.
Para Américo Antunes, o balanço do fHist é extremamente positivo, mas as próximas edições impõem desafios. “Houve problemas, como ocorre em qualquer grande evento. Muita coisa deve ser aperfeiçoada, mas, no geral, a iniciativa deu certo. Temos público, profissionais e condições de celebrar a história”, conclui o jornalista.
Música e letra O 2º fHist acertou em incorporar novas abordagens – como shows, concertos, exibição de filmes e exposições – à discussão da história. Num dos momentos mais emocionantes do festival, Maria Bethânia – em seu show de estreia na terra de JK – alternou poemas e canções. A plateia delirou.
Acompanhada do violonista Paulo Dafilin e do percussionista Carlos Cesar, a baiana mesclou textos e versos de Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Ramos Rosa, Sophia de Mello Breyner Andersen, José Craveirinha, Padre Antonio Vieira e Ferreira Gullar com trechos de conhecidas canções brasileiras e portuguesas.
O repertório musical foi de ABC do sertão (Luiz Gonzaga), Romaria (Renato Teixeira) e Último pau-de-arara (J. Guimarães/Venâncio/Corumbá) a Estranha forma de vida (Amália Rodrigues), passando por Marinheiro só (domínio público, adaptação Caetano Veloso), Dança da solidão (Paulinho da Viola) e Menino de Jaçanã (Luís Vieira/Arnaldo Passos).
A apresentação da cantora na tenda da Praça Doutor Prado, no Centro de Diamantina, foi registrada e faz parte de projeto que engloba DVD e livro, que será lançado pela Editora UFMG e distribuído para escolas da rede pública.
“Tudo começou justamente aqui em Minas, em 2009, quando a Bethânia participou do ciclo de conferências Sentimentos do mundo, no câmpus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em BH. Ela se encantou tanto que quis prosseguir com a iniciativa. Diamantina foi o local das primeiras gravações do DVD”, informou o diretor do projeto, o cenógrafo e arquiteto Gringo Cardia. O lançamento está previsto para o ano que vem.
*A repórter viajou a convite do fHist
Lições do passado
A escritora e crítica cultural argentina Beatriz Sarlo, que fez palestra no 2º fHist no sábado à noite, ressalta a importância de eventos dedicados ao debate da história. O fato de o festival mineiro ter como sede Diamantina, expressão do Brasil colônia, torna essa iniciativa mais simbólica e relevante, acredita ela.
“O que vimos aqui em Diamantina reflete o interesse crescente por história. Na Argentina, isso se iniciou com a retomada da democracia, por volta de 1984, quando começaram a ser publicados vários livros escritos por políticos e jornalistas. O fenômeno tem ocorrido não só lá e no Brasil, mas em vários países. As pessoas querem conhecer seu passado, suas origens. Há essa necessidade”, afirma.
Beatriz já conhecia Sabará, Ouro Preto e Belo Horizonte. Diamantina representou para ela nova oportunidade de contato com a obra do arquiteto Oscar Niemeyer, de quem é fã desde a adolescência. Em 1964, Beatriz e amigos saíram de Buenos Aires rumo a Brasília. No meio do caminho, o grupo visitou Minas.
“Sempre fui encantada pelo Niemeyer, mas ignorava que aqui em Diamantina havia prédios projetados por ele (Hotel Tijuco e Escola Júlia Kubitschek). Também descobri que o Mercado Velho serviu de inspiração para os arcos do Palácio da Alvorada. É muito curioso e interessante”, revela a intelectual argentina.
Ana Clara Brant
Estado de Minas: 23/09/2013
Maria Bethânia declamou poemas e cantou em sua bela estreia em Diamantina |
Diamantina – O foco é o passado, mas o 2º Festival de História (fHist), encerrado ontem em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, está de olho no futuro. O crescimento e a visibilidade do evento já começam a moldar a próxima edição, prevista para 2015. De acordo com a organização, convidados de renome nacional e internacional atraíram pelo menos 3 mil pessoas à cidade, superando o público da estreia, há dois anos.
“A rede hoteleira ficou totalmente ocupada, mas nosso público é também formado por estudantes, que acabam se hospedando em albergues e repúblicas. Isso nos leva a crer que superamos a estreia. O número de inscritos passou de 620 para 800”, informa o jornalista Américo Antunes, coordenador do fHist.
Aliás, essa pode ser uma das novidades da próxima edição, pois a Grande Tenda tem capacidade para receber 800 pessoas. “Isso nos obriga a remodelar o espaço onde é realizada a programação principal, totalmente ocupado desta vez. Gente de todo o Brasil está realmente se interessando por história, tivemos inscrições de 16 estados. Além disso, o festival coincidiu com a vesperata, tradicional acontecimento diamantinense”, acrescenta Américo.
Além das palestras, as oficinas se destacaram, atraindo estudantes, professores e pesquisadores de Diamantina e cidades vizinhas. “A gente se preocupa com o legado que o fHist deixa para a região. Desenvolvemos um trabalho importante de integração com a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri voltado para alunos e educadores”, informou o jornalista.
Para Américo Antunes, o balanço do fHist é extremamente positivo, mas as próximas edições impõem desafios. “Houve problemas, como ocorre em qualquer grande evento. Muita coisa deve ser aperfeiçoada, mas, no geral, a iniciativa deu certo. Temos público, profissionais e condições de celebrar a história”, conclui o jornalista.
Música e letra O 2º fHist acertou em incorporar novas abordagens – como shows, concertos, exibição de filmes e exposições – à discussão da história. Num dos momentos mais emocionantes do festival, Maria Bethânia – em seu show de estreia na terra de JK – alternou poemas e canções. A plateia delirou.
Acompanhada do violonista Paulo Dafilin e do percussionista Carlos Cesar, a baiana mesclou textos e versos de Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Ramos Rosa, Sophia de Mello Breyner Andersen, José Craveirinha, Padre Antonio Vieira e Ferreira Gullar com trechos de conhecidas canções brasileiras e portuguesas.
O repertório musical foi de ABC do sertão (Luiz Gonzaga), Romaria (Renato Teixeira) e Último pau-de-arara (J. Guimarães/Venâncio/Corumbá) a Estranha forma de vida (Amália Rodrigues), passando por Marinheiro só (domínio público, adaptação Caetano Veloso), Dança da solidão (Paulinho da Viola) e Menino de Jaçanã (Luís Vieira/Arnaldo Passos).
A apresentação da cantora na tenda da Praça Doutor Prado, no Centro de Diamantina, foi registrada e faz parte de projeto que engloba DVD e livro, que será lançado pela Editora UFMG e distribuído para escolas da rede pública.
“Tudo começou justamente aqui em Minas, em 2009, quando a Bethânia participou do ciclo de conferências Sentimentos do mundo, no câmpus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em BH. Ela se encantou tanto que quis prosseguir com a iniciativa. Diamantina foi o local das primeiras gravações do DVD”, informou o diretor do projeto, o cenógrafo e arquiteto Gringo Cardia. O lançamento está previsto para o ano que vem.
*A repórter viajou a convite do fHist
Lições do passado
Beatriz Sarlo encantou-se com obras de Niemeyer |
A escritora e crítica cultural argentina Beatriz Sarlo, que fez palestra no 2º fHist no sábado à noite, ressalta a importância de eventos dedicados ao debate da história. O fato de o festival mineiro ter como sede Diamantina, expressão do Brasil colônia, torna essa iniciativa mais simbólica e relevante, acredita ela.
“O que vimos aqui em Diamantina reflete o interesse crescente por história. Na Argentina, isso se iniciou com a retomada da democracia, por volta de 1984, quando começaram a ser publicados vários livros escritos por políticos e jornalistas. O fenômeno tem ocorrido não só lá e no Brasil, mas em vários países. As pessoas querem conhecer seu passado, suas origens. Há essa necessidade”, afirma.
Beatriz já conhecia Sabará, Ouro Preto e Belo Horizonte. Diamantina representou para ela nova oportunidade de contato com a obra do arquiteto Oscar Niemeyer, de quem é fã desde a adolescência. Em 1964, Beatriz e amigos saíram de Buenos Aires rumo a Brasília. No meio do caminho, o grupo visitou Minas.
“Sempre fui encantada pelo Niemeyer, mas ignorava que aqui em Diamantina havia prédios projetados por ele (Hotel Tijuco e Escola Júlia Kubitschek). Também descobri que o Mercado Velho serviu de inspiração para os arcos do Palácio da Alvorada. É muito curioso e interessante”, revela a intelectual argentina.
Angelo Oswaldo de Araújo Santos - Primavera afro-brasileira
Museus de vários pontos do país ofertam
um contato direto com a multiplicidade opulenta de criações da cultura
negra no Brasil
Angelo Oswaldo de Araújo Santos
Presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram)
Publicação: 23/09/2013 04:00
Angelo Oswaldo de Araújo Santos
Presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram)
Publicação: 23/09/2013 04:00
Cartas e manifestos
consagram o conceito que reconhece a diversidade cultural – fonte de
intercâmbio, inovação e criatividade – como sendo tão necessária para o
gênero humano quanto a biodiversidade para a ordem da vida. No nosso
contexto cultural, as vertentes de origem africana são veios ricos que
alimentaram e abastecem as mais variadas manifestações, contribuindo,
intensamente, tanto para a originalidade da expressão brasileira, quanto
para a permanência de uma identidade que evolui com o tempo.
Nenhum espaço é mais adequado que os museus para um contato direto com a multiplicidade opulenta e surpreendente das criações que trazem os signos afro-brasileiros, da poesia às artes plástico-visuais, da dança ao teatro, do cinema à gastronomia, da oralidade aos altos estudos, nas trilhas da memória à história. Ao escolher o tema da sétima edição anual da Primavera de Museus – Museus. Memória e Cultura Afro-brasileira – o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) quis enfatizar os valores da diversidade e o vigor da cultura afro-brasileira.
Celebramos também o quarto de século completado pela Fundação Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura. Preocupada com a igualdade racial e a valorização da matriz africana, foi o primeiro órgão federal criado para preservar e promover a cultura negra. Nesses 25 anos, a Palmares fortaleceu e fomentou as mais diversificadas iniciativas que balizam as políticas públicas reivindicadas pelos movimentos dos afro-descendentes.
As respostas ao chamado são empolgantes, como se verá até o final deste mês. Os museus se afirmam como admiráveis produtores, razão pela qual quase 3 mil eventos se realizam em cerca de 1 mil instituições, nos 27 Estados e em 460 cidades. Traduzem o empenho com que as equipes conseguiram organizá-los, de modo inventivo e cativante.
No Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, por exemplo, as palavras de origem africana estarão em destaque. Nas visitas guiadas, o público vai identificar e decifrar uma infinidade delas. Em Recife, o Museu da Abolição, por sobre o solar aristocrático do Império, é o ponto de convergência dos movimentos pernambucanos de afro-brasilidade.
O “Xirê das Pretas”, no Museu Casa do Benin, no Pelourinho de Salvador, marca a presença forte das mulheres nas ações da Primavera de 2013. São Benedito, o santo negro, é focalizado no Museu de Arte Sacra João Paulo II, em Pelotas, e o embaixador Alberto da Costa e Silva, notável estudioso dos temas da África, faz palestra no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de janeiro. Entre os participantes, inscrevem-se também o Museu do Artesanato do Mato Grosso, em Cuiabá, e o Museu Amazônico, em Manaus.
O Museu do Taquaril, ponto de memória em Belo Horizonte, expõe fotos de moradores da comunidade. Em Ouro Preto, o Museu Casa Guignard focaliza personagens negras em desenhos e pinturas do mestre, enquanto o Museu da Inconfidência tem exibição de filmes, palestras e mostras. O Museu do Oratório conta história para crianças e jovens. Em São João del Rei, Caeté, Sabará, Serro e Diamantina, os museus do Ibram da mesma forma se integram ao grande evento.
O dia internacional dos museus, 18 de maio, enseja a promoção da Semana Nacional, que igualmente provoca ações em todo o país. Assim, duas vezes ao ano, o Ibram articula essa projeção das atividades museológicas na agenda cultural brasileira, sempre obtendo êxito nos resultados. A Primavera dos Museus promete belas flores e bons frutos para todos. Consulte o site www.museus.gov.br e conheça a esplêndida agenda dos eventos.
Nenhum espaço é mais adequado que os museus para um contato direto com a multiplicidade opulenta e surpreendente das criações que trazem os signos afro-brasileiros, da poesia às artes plástico-visuais, da dança ao teatro, do cinema à gastronomia, da oralidade aos altos estudos, nas trilhas da memória à história. Ao escolher o tema da sétima edição anual da Primavera de Museus – Museus. Memória e Cultura Afro-brasileira – o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) quis enfatizar os valores da diversidade e o vigor da cultura afro-brasileira.
Celebramos também o quarto de século completado pela Fundação Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura. Preocupada com a igualdade racial e a valorização da matriz africana, foi o primeiro órgão federal criado para preservar e promover a cultura negra. Nesses 25 anos, a Palmares fortaleceu e fomentou as mais diversificadas iniciativas que balizam as políticas públicas reivindicadas pelos movimentos dos afro-descendentes.
As respostas ao chamado são empolgantes, como se verá até o final deste mês. Os museus se afirmam como admiráveis produtores, razão pela qual quase 3 mil eventos se realizam em cerca de 1 mil instituições, nos 27 Estados e em 460 cidades. Traduzem o empenho com que as equipes conseguiram organizá-los, de modo inventivo e cativante.
No Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, por exemplo, as palavras de origem africana estarão em destaque. Nas visitas guiadas, o público vai identificar e decifrar uma infinidade delas. Em Recife, o Museu da Abolição, por sobre o solar aristocrático do Império, é o ponto de convergência dos movimentos pernambucanos de afro-brasilidade.
O “Xirê das Pretas”, no Museu Casa do Benin, no Pelourinho de Salvador, marca a presença forte das mulheres nas ações da Primavera de 2013. São Benedito, o santo negro, é focalizado no Museu de Arte Sacra João Paulo II, em Pelotas, e o embaixador Alberto da Costa e Silva, notável estudioso dos temas da África, faz palestra no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de janeiro. Entre os participantes, inscrevem-se também o Museu do Artesanato do Mato Grosso, em Cuiabá, e o Museu Amazônico, em Manaus.
O Museu do Taquaril, ponto de memória em Belo Horizonte, expõe fotos de moradores da comunidade. Em Ouro Preto, o Museu Casa Guignard focaliza personagens negras em desenhos e pinturas do mestre, enquanto o Museu da Inconfidência tem exibição de filmes, palestras e mostras. O Museu do Oratório conta história para crianças e jovens. Em São João del Rei, Caeté, Sabará, Serro e Diamantina, os museus do Ibram da mesma forma se integram ao grande evento.
O dia internacional dos museus, 18 de maio, enseja a promoção da Semana Nacional, que igualmente provoca ações em todo o país. Assim, duas vezes ao ano, o Ibram articula essa projeção das atividades museológicas na agenda cultural brasileira, sempre obtendo êxito nos resultados. A Primavera dos Museus promete belas flores e bons frutos para todos. Consulte o site www.museus.gov.br e conheça a esplêndida agenda dos eventos.
"Barriga de chope" pode ser baixa de testosterona
"Barriga de chope" pode ser baixa de testosterona
Estudo alemão aponta que reposição
hormonal em homens reduz peso naqueles com circunferência abdominal
maior que 94cm. Tratamento, no entanto, ainda é considerado polêmico
entre especialistas
Luciane Evans
Estado de Minas: 23/09/2013
Amsterdã – Não são apenas as mulheres que sofrem com a oscilação de hormônios, como mostrou ontem o Estado de Minas. Os homens também. E a velha e saliente “barriguinha de “chope” deles pode ser um sinal de baixa taxa de testosterona e um gatilho em potencial para doenças do coração, como o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC). Como é um dos principais sintomas da baixa taxa de hormônio masculino, a barriguinha, que nem sempre é causada pela ingestão de bebida alcoólica, foi reduzida com reposição hormonal, diminuindo os riscos de doenças do coração. Esse é o resultado de um estudo alemão, prestes a ser publicado no jornal científico Mundial Urology. Polêmico, o tema foi apresentado no início do mês no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, em Amsterdã.
Com autorização dos pesquisadores, o endocrinologista alemão Farid Saad foi quem apresentou o estudo durante o congresso. De acordo com ele, a pesquisa é inédita no mundo e procurou relacionar o baixo nível de testosterona com as doenças cardiovasculares. Para isso, 40 homens, entre 59 e 70 anos, que apresentavam baixo nível de testosterona foram acompanhados durante cinco anos. Eles se submeteram a um tratamento de reposição hormonal. “A medicação usada tinha como objetivo estabilizar a testosterona, aumentando a massa magra do indivíduo e diminuindo a gordura”, comentou o endocrinologista, que é diretor médico global de saúde masculina do laboratório Bayer. Ele explicou que quem tem a “barriguinha de chope”, são homens com uma circunferência abdominal maior que 94 centímetros.
“A barriga é um dos sintomas da baixa taxa de testosterona, somado ainda a fatores como a diminuição do interesse sexual, problemas de ereção, baixa vitalidade e depressão”, afirmou Farid, explicando ainda que, para os problemas cardiovasculares, os principais fatores de riscos são a obesidade, hipertensão, resistência à insulina e triglicérides alto. “Homens com baixa testosterona apresentam pelo menos três desses fatores”, diz.
O baixo nível do hormônio aparece em qualquer idade, mas, segundo Farid, é mais comum acima dos 45 anos. “Vimos que durante os cinco anos de tratamento com reposição hormonal injetável, que fica no organismo durante três meses, eles conseguiram perder mais de 15 quilos, ou seja, reduziram a circunferência abdominal, conseguindo diminuir o risco de doenças cardiovasculares de forma indireta”, comenta.
O médico diz ainda que, para perder a barriguinha, as atividades físicas muitas vezes não são motivantes o suficiente. “A pessoa tende a perder a motivação muito rápido e recuperar toda a gordura localizada em pouco tempo.”
EXPERIÊNCIA COM SUÍNOS O coordenador de Relações Institucionais da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, Márcio Jansen de Oliveira Figueiredo, lembra que uma pesquisa espanhola, apresentada em Brasília no ano passado e ainda em andamento, apontou que porcos que receberam duas latas de cerveja por dia não eram mais pesados dos que não tomavam bebida alcoólica. “Por isso, quando falamos em barriguinha de chope nem sempre ela está associada à ingestão de álcool. O aumento da cintura, claro, faz crescer o risco das doenças cardiovasculares.” Figueiredo reconhece que emagrecer é sempre muito difícil, e pela reposição hormonal, talvez seja mais fácil, porém ele adverte: “É preciso mais estudos para se tirar conclusões.”
Na opinião do cardiologista Marcus Vinícius Bolívar Malachias, professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, trata-se de uma questão polêmica. “A reposição hormonal nada mais é do que os famosos anabolizantes que são capazes de queimar a gordura e aumentar a massa corporal”, afirma, acrescentando que eles se proliferaram de forma negativa na sociedade. “Com o uso da testosterona realmente perde-se gordura, mas a longo prazo pode não ser benéfico. Pode haver aumento das chances de esse homem desenvolver doenças do fígado e câncer de próstata, o que gera uma grande discussão no meio médico.”
TESTOSTERONA
Todos os homens produzem testosterona, que é o hormônio sexual masculino mais importante. Ele atua em várias áreas do organismo, sendo responsável pela manutenção de músculos, ossos, gorduras, espermatogênese, e de comportamentos como libido, agressividade e emoções. Aproximadamente 20% dos homens com mais de 50 anos têm nível baixo desse hormônio. A testosterona é produzida quase toda nos testículos numa quantidade de 5mg a 7mg por dia.
É sintetizada a partir do colesterol e secretada pelos testículos em resposta ao hormônio luteinizante (LH), que é liberado pela adeno-hipófise com o hormônio folículo-estimulante (FSH) e a prolactina. Considera-se normal quando o nível de testosterona dosado no sangue fica entre 300mg/dl e 1050mg/dl. Os níveis estão sempre variando dependendo da hora do dia
ou da noite. Por isso, uma dosagem baixa deve ser confirmada por novo exame feito em outro
momento do dia.
CAUSAS
A deficiência de testosterona pode ser devido a problemas dos testículos, como diminuição da circulação arterial ou por alterações do mecanismo de controle hormonal do organismo. As manifestações mais comuns são diminuição da massa muscular, aumento da gordura abdominal, diminuição da densidade óssea (osteoporose), diminuição do interesse por sexo, piora da qualidade e da frequência das ereções, diminuição da força física, mudança do perfil lipídico no sangue, queda na sensação de bem-estar, cansaço, fraqueza, desinteresse intelectual, depressão, insônia e mau humor.
Tipos de tratamento
O tratamento deve reproduzir as oscilações normais da testosterona e dos seus metabólitos. A reposição hormonal só é indicada quando as queixas clínicas forem compatíveis com o exame físico e os achados laboratoriais. Nem todos os homens se enquadram nessas condições. É necessário que as dosagens hormonais comprovem o quadro clínico do paciente.
Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia
A repórter viajou a convite da Bayer
Eduardo Almeida Reis - Brasil brasileiro
Talvez muita gente não entenda o porquê de o Brasil dedicar o dia 11 de maio ao reggae
Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 23/09/2013
Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 23/09/2013
Ainda bem que o
Congresso Nacional e as demais autoridades constituídas só trabalham
pensando nas prioridades deste imenso país. Vejamos: Presidência da
República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos.
Lei Nº 12.630, de 11 de maio de 2012. Institui o Dia Nacional do Reggae. A Presidenta da República – Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º: Fica instituído o dia 11 de maio como o Dia Nacional do Reggae, data em que se homenageará o ritmo musical difundido mundialmente por Robert Nesta Marley.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 11 de maio de 2012; 191º da Independência e 124º da República.
DILMA ROUSSEFF
Anna Maria Buarque de Hollanda
Luiza Helena de Bairros.
Este texto não substitui o publicado no DOU de 14.5.2012.
Tem mais, tudo com os números das leis, as datas, a publicação no DOU: Dia Nacional do Jogo Limpo e de Combate ao Doping nos Esportes; Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma; Dia Nacional da Advocacia Pública; do Artesão, da Educação Ambiental; do Ouvidor; das Hemoglobinopatias; de Combate e Prevenção à Trombose; do Paisagista e o negócio vai por aí.
Ficou faltando dizer que The Honourable Nesta Robert “Bob” Marley, OM (6 February 1945 – 11 May 1981) was a Jamaican singer-songwriter and musician e que reggae is a music genre first developed in Jamaica in the late 1960s. While sometimes used in a broad sense to refer to most types of popular Jamaican dance music, the term reggae more properly denotes a particular music style that envolved out of the earlier genres ska and rocksteady.
Sem essas explicações, talvez muita gente não entenda o porquê de o Brasil dedicar o dia 11 de maio ao reggae. Afinal, o dia 11 de maio não tem a menor expressão neste país grande e bobo. Fatos desimportantes ocorreram em 1822, como a abertura à visitação pública do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a inauguração do telégrafo em 1852, o nascimento em 1902 de Bidu Sayão, soprano do Metropolitan Opera entre 1937 e 1952, e o nascimento de Rubem Fonseca em 1925. O reggae é muito mais importante do que a voz de Bidu, nascida Balduína de Oliveira Sayão em Itaguaí, RJ, o texto de Rubem, o telégrafo e os vegetais plantados e expostos no jardim botânico.
Ninguém merece
Numa só manhã, 18 e-mails de um cavalheiro que não conheço pessoalmente, mas sei que existe porque confirmei no Google. Dezoito! Ninguém merece. Logo depois, um e-mail sobre Paris de 14 MB. Quatorze! Ninguém merece. Repassei a um amigo que adora Paris, só fala de Paris, aluga apê em Paris para passar as férias e só não reside em Paris porque precisa trabalhar na capital de todos os mineiros.
Mais adiante, na mesma fornada, um aviso sério que tentei repassar para o maior número de pessoas das minhas listas, mas o provedor encruou. Nem sempre o provedor provê, o que não impede que às vezes proveja em excesso mandando cinco ou seis e-mails iguais para o mesmo destinatário, que não perdoa: “Vieram seis!”. Ora, bolas, a coisa mais fácil do mundo é excluir cinco.
Eis o recado encruado, de fonte limpíssima na Polícia Civil de Minas Gerais: se você receber ligação do número (11) 9965-0000, não atenda! Todos os que atenderam tiveram seus telefones clonados. Pouco me importa que clonem o meu: minha vida é um livro aberto. Mas a sua talvez não seja e é mais prudente evitar que o seu celular seja clonado.
Sabe como é: maridos traídos podem ser perigosos e você, pelo que sei, nunca foi de brincadeira no que respeita às mulheres dos outros. Disseram-me que, afinzão da Fulana casada com o Fulano, você recorre às Blitzkriege, plural de Blitzkrieg, operação de guerra rápida e intensa, campanha não militar, mas elogiosa, que faz a tal senhora sentir-se uma deusa. É certo que chifre não mata; o que mata é a chifrada. Ainda assim, o maridão não merece. Ninguém merece.
O mundo é uma bola
23 de setembro de 1122: o papa Calisto II resolve a questão das investiduras por meio da Concordata de Worms, que marca o início da supremacia papal sobre a imperial. A Concordata de Worms, também chamada Pactum Calixtinum, foi um tratado assinado por Calisto II e o sacro imperador Henrique V, que não nos interessa a mim e ao leitor, motivo pelo qual pulo para o 22 de setembro de 1642, quando o mundo teve o primeiro curso de graduação da Universidade Harvard.
Em 1889, Fusajiro Yamauchi funda a empresa de cartas de Hamafuda, muitos anos mais tarde transformada na empresa de vídeo games Nintendo. Em 1913, Roland Garros efetua a primeira travessia do Mediterrâneo de avião. Impende notar que foi há exatos 100 aninhos.
Em 1939 morreu Sigmund S. Freud.
Hoje é o Dia do Soldador, do Técnico Industrial, da Ikebana Sanguetsu e da Celebração Bissexual.
Ruminanças
“É preciso mentir duas vezes quando se é bispo.” (Rousseau, 1712-1778)
Lei Nº 12.630, de 11 de maio de 2012. Institui o Dia Nacional do Reggae. A Presidenta da República – Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º: Fica instituído o dia 11 de maio como o Dia Nacional do Reggae, data em que se homenageará o ritmo musical difundido mundialmente por Robert Nesta Marley.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 11 de maio de 2012; 191º da Independência e 124º da República.
DILMA ROUSSEFF
Anna Maria Buarque de Hollanda
Luiza Helena de Bairros.
Este texto não substitui o publicado no DOU de 14.5.2012.
Tem mais, tudo com os números das leis, as datas, a publicação no DOU: Dia Nacional do Jogo Limpo e de Combate ao Doping nos Esportes; Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma; Dia Nacional da Advocacia Pública; do Artesão, da Educação Ambiental; do Ouvidor; das Hemoglobinopatias; de Combate e Prevenção à Trombose; do Paisagista e o negócio vai por aí.
Ficou faltando dizer que The Honourable Nesta Robert “Bob” Marley, OM (6 February 1945 – 11 May 1981) was a Jamaican singer-songwriter and musician e que reggae is a music genre first developed in Jamaica in the late 1960s. While sometimes used in a broad sense to refer to most types of popular Jamaican dance music, the term reggae more properly denotes a particular music style that envolved out of the earlier genres ska and rocksteady.
Sem essas explicações, talvez muita gente não entenda o porquê de o Brasil dedicar o dia 11 de maio ao reggae. Afinal, o dia 11 de maio não tem a menor expressão neste país grande e bobo. Fatos desimportantes ocorreram em 1822, como a abertura à visitação pública do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a inauguração do telégrafo em 1852, o nascimento em 1902 de Bidu Sayão, soprano do Metropolitan Opera entre 1937 e 1952, e o nascimento de Rubem Fonseca em 1925. O reggae é muito mais importante do que a voz de Bidu, nascida Balduína de Oliveira Sayão em Itaguaí, RJ, o texto de Rubem, o telégrafo e os vegetais plantados e expostos no jardim botânico.
Ninguém merece
Numa só manhã, 18 e-mails de um cavalheiro que não conheço pessoalmente, mas sei que existe porque confirmei no Google. Dezoito! Ninguém merece. Logo depois, um e-mail sobre Paris de 14 MB. Quatorze! Ninguém merece. Repassei a um amigo que adora Paris, só fala de Paris, aluga apê em Paris para passar as férias e só não reside em Paris porque precisa trabalhar na capital de todos os mineiros.
Mais adiante, na mesma fornada, um aviso sério que tentei repassar para o maior número de pessoas das minhas listas, mas o provedor encruou. Nem sempre o provedor provê, o que não impede que às vezes proveja em excesso mandando cinco ou seis e-mails iguais para o mesmo destinatário, que não perdoa: “Vieram seis!”. Ora, bolas, a coisa mais fácil do mundo é excluir cinco.
Eis o recado encruado, de fonte limpíssima na Polícia Civil de Minas Gerais: se você receber ligação do número (11) 9965-0000, não atenda! Todos os que atenderam tiveram seus telefones clonados. Pouco me importa que clonem o meu: minha vida é um livro aberto. Mas a sua talvez não seja e é mais prudente evitar que o seu celular seja clonado.
Sabe como é: maridos traídos podem ser perigosos e você, pelo que sei, nunca foi de brincadeira no que respeita às mulheres dos outros. Disseram-me que, afinzão da Fulana casada com o Fulano, você recorre às Blitzkriege, plural de Blitzkrieg, operação de guerra rápida e intensa, campanha não militar, mas elogiosa, que faz a tal senhora sentir-se uma deusa. É certo que chifre não mata; o que mata é a chifrada. Ainda assim, o maridão não merece. Ninguém merece.
O mundo é uma bola
23 de setembro de 1122: o papa Calisto II resolve a questão das investiduras por meio da Concordata de Worms, que marca o início da supremacia papal sobre a imperial. A Concordata de Worms, também chamada Pactum Calixtinum, foi um tratado assinado por Calisto II e o sacro imperador Henrique V, que não nos interessa a mim e ao leitor, motivo pelo qual pulo para o 22 de setembro de 1642, quando o mundo teve o primeiro curso de graduação da Universidade Harvard.
Em 1889, Fusajiro Yamauchi funda a empresa de cartas de Hamafuda, muitos anos mais tarde transformada na empresa de vídeo games Nintendo. Em 1913, Roland Garros efetua a primeira travessia do Mediterrâneo de avião. Impende notar que foi há exatos 100 aninhos.
Em 1939 morreu Sigmund S. Freud.
Hoje é o Dia do Soldador, do Técnico Industrial, da Ikebana Sanguetsu e da Celebração Bissexual.
Ruminanças
“É preciso mentir duas vezes quando se é bispo.” (Rousseau, 1712-1778)
Gregorio Duvivier
A religião dos outros
Budismo é moda, islamismo é sério demais, espiritismo é piada pronta; tem que rir das religiões menores
Macumba não é religião, macumba é magia negra. Macumba, umbanda, candomblé, vudu, tudo a mesma coisa de preto velho. Misifi põe uma galinha preta na encruzilhada que eu trago a pessoa amada em três dias.
Por favor, faz um vídeo sobre isso. Desculpa, gente, mas é que macumba é muito engraçado. Espiritismo também é uma piada pronta. Sabe o que vocês podem dizer? Que quem conversa com gente morta é esquizofrênico e tem que ser internado.
Budismo não é religião, é moda. Tem seis gatos pingados no Tibet e o resto é tudo socialite e ator em início de carreira. Fora que aqueles monges são muito gordos pra quem é vegetariano. Ninguém me convence que quando ninguém tá olhando eles comem uma picanha.
Mas pelo menos eles não pintam a cara igual hare krishna. Aquilo não é religião, aquilo é pretexto pra não tomar banho. Vocês não entenderam: quando eu digo religião, eu tô falando das religiões sérias.
Não, islamismo já é sério demais. Aí tem que zoar. Aquelas mulheres de burca parecem um apicultor. E os terroristas que acham que vão se encontrar com 30 virgens? Isso dava um vídeo. Quando eu digo religião, eu tô falando das religiões da Bíblia.
Não, judeu pode zuar também, claro. Judeu por acaso lê Bíblia? Estranho, foram eles que mataram Jesus.
Vocês têm que rir daquele bando de mão-de-vaca. Por que é que não fizeram nenhum vídeo de judeu? Tem que fazer.
Eu tô falando da Bíblia de verdade, completa, sem cortes. A escritura sagrada, que fala da vinda do Deus vivo à Terra.
Acho que é isso: quando eu digo religião, eu tô falando das religiões que envolvem Jesus. Não, não tô falando do Inri Cristo. Gente, eu tô falando sério. Quando eu digo religião, eu tô falando das religiões que envolvem Jesus, Maria, José, as que têm multidões de fiéis.
Tem que rir das religiões menores, as religiões de preto, de judeu. Não tem graça rir da fé da maioria do povo brasileiro. Acho que é isso: quando eu digo religião, eu tô falando a religião da maioria. Aí é que perde a graça.
Sim, por acaso essa é a minha religião. Tá bom. Quando eu digo que não pode brincar com religião, eu tô falando da minha religião. A minha religião não tem a menor graça.
Luiz Felipe Pondé
Escorpiões do deserto
A Síria estava muito melhor antes desse fetiche da pseudoprimavera pela democracia
O oriente Médio tem uma fábula que é comum para quem lá viveu ou conhece bem a região: certa feita, um escorpião pediu a uma rã que o deixasse atravessar o rio nas suas costas. Ela, atenta, disse a ele que não era idiota e que não o deixaria atravessar o rio nas suas costas, porque ele a picaria no meio da travessia e ela morreria afogada.
O escorpião respondeu que não se preocupasse, porque se ele a picasse morreria junto com ela. A resposta pareceu razoável e eles iniciaram a travessia.
No meio do caminho, o escorpião picou a rã e, enquanto ela afundava, e ele com ela, ela perguntou desesperada: "Mas por quê? Você vai morrer comigo". Ele respondeu: "Sinto muito, mas é a minha natureza". É assim que o Oriente Médio se vê.
É impressionante como a minha classe intelectual se fez ridícula diante da Primavera Árabe, mais especificamente agora, com a Síria, achando que ali havia um movimento democrático islandês. Não há isso nem na Síria, nem no Egito. A democracia ali é tão estranha quanto para nós seria uma teocracia.
Mas a vida intelectual pública está morta no Brasil, vítima da mania de ver em toda parte "um processo histórico" em curso, da avenida Paulista às ruas de Damasco, o mesmo ridículo "frisson" com "um processo político" em curso, visando a "autonomia popular". Puro fetiche.
Não existe tal coisa como "um processo político histórico". Esses caras nunca se curaram do "mito da dialética" (expressão usada por Edmund Wilson, crítico americano, em seu grandioso "Rumo à Estação Finlândia"). Há muito que nós, intelectuais, sobrevivemos de fetiche no debate político. Esse fetiche chama-se "fetiche da democracia", "fetiche do povo" ou "fetiche da revolução".
Mais recentemente, e associado aos movimentos nos países árabes e às baladas de junho, nasceu um novo fetiche, o da revolução causada pelas redes sociais.
No Oriente Médio, os escorpiões riem desse ridículo, que tem em Obama "sua baratinha tonta" querida. O Obama pensa que é presidente de um centro acadêmico de ciências sociais.
Alguns intelectuais europeus, tomados pelo "frisson" de gozarem com seu próprio fetiche, chegaram a falar em "dois momentos da Primavera Árabe" (à la Marx) por conta do golpe "secular" do exército egípcio em cima do governo fundamentalista eleito democraticamente. Por que não paramos de projetar esquemas metafísicos (do tipo dialética hegeliano-marxista) sobre o mundo?
Acabamos por acreditar que obscuros cineastas árabes vivendo nos EUA ou professores de filosofia em capitais árabes (exemplos de "contaminação" com nosso modelo ocidental, ferramentas de nosso próprio gozo, porque "pensam como nós") representam a população e a vida nesses países.
Não, a Síria estava muito melhor (veja que não digo perfeita) antes dessa pseudoprimavera pela democracia.
A Síria, como a Jordânia hoje, era um país com razoável liberdade religiosa e social, com um cotidiano sem muita miséria e violência.
Ela é o palco da disputa entre Arábia Saudita (sunita) e Irã (xiita, defensora de Assad), que vivem num estado de Guerra Fria. Mas, nem o Irã, nem os sauditas, nem os EUA, nem Israel querem a queda de Assad, porque ele, mesmo que não perfeitamente, mantém um equilíbrio na região.
Mas, desde o momento em que a mídia ocidental batizou os movimentos nos países árabes de "primavera" (ecoando a Primavera de Praga), fetiche ocidental, estabeleceu-se um programa de interpretação daqueles fenômenos como se eles fossem réplicas da mitológica Revolução Francesa, de Maio de 68 (a revolução de queijos e vinhos) e da queda das ditaduras marxistas no Leste Europeu. Entrevistando "ocidentalizantes" naqueles países, acabamos por projetar sobre eles uma demanda estranha àquele universo.
Ao endossar sem crítica os chamados rebeldes sírios, acabamos por "justificar" a guerra civil síria, para depois ficarmos posando de Madalenas arrependidas com a violência na Síria.
Em vez disso, deveríamos ouvir a sabedoria do escorpião do deserto e menos nossos livros escritos sob a tutela de taças de vinhos nas ruas de Paris.
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