MARIA ESTER MACIEL »
A vez das orquídeas
Estado de Minas: 07/01/2014
Sábado passado, Zenóbia fez-me a segunda e última visita da semana, pouco antes de viajar de volta para sua casa – que fica numa chácara entre Patos de Minas e Presidente Olegário. Desta vez, trouxe-me um vaso de orquídeas amarelas e uma caixa de chocolates com amêndoas. O calor estava intenso nesse dia, com um sol incisivo e nenhuma nuvem no céu. Ela chegou por volta das 9h, ainda a tempo de tomar café comigo.
Como sempre, minha cachorra Lalinha recebeu Zenóbia com uma alegria incontida. E quando recebi as orquídeas, perguntei-lhe que espécie era aquela. Ao que minha mestra respondeu: “Há quem a chame de dama dançante ou bailarina. É conhecida ainda como chuva-de-ouro”. Segundo ela, o cultivo dessa orquídea não tem muito segredo. A flor prefere ar úmido, espaço com muita claridade ou sombra moderada, e costuma florescer de janeiro a fevereiro.
Adoro ouvir Zenóbia falar sobre plantas. Sei que seu interesse por orquídeas é antigo, pois as cultiva desde que se formou em biologia, há muitos e muitos anos. Ela mantém um pequeno orquidário em sua chácara, ao qual se dedica várias horas do dia. E ainda costuma brincar, dizendo: “Antes um orquidário que um ofidiário”. O que não quer dizer que não se interesse também por serpentes e outros répteis, como já tive a oportunidade de contar aqui na semana passada.
Zenóbia tem um caderno cheio de listas de nomes científicos de orquídeas. Na sala de visitas de sua casa veem-se alguns quadros com fotografias de várias espécies raras, encontradas e fotografadas por um amigo seu, que costuma passar dias nas montanhas de Minas só para isso. Ele, que é policial, tem também interesse por insetos, em especial as libélulas. No escritório de Zenóbia há uma dessas fotografias feitas por ele. É de uma libélula azul, de espécie tida como uma das menores existentes, encontrada sobretudo em zonas pantanosas ou perto de rios e riachos. O inseto tem uma bela estranheza. Quem quiser ver uma cópia dessa foto na internet basta acessar o link: www.panoramio.com/photo/96460620.
Pelo que Zenóbia contou, existem cerca de 50 mil espécies de orquídeas, sendo muitas criadas a partir do cruzamento de diferentes espécies. Graças à numerosa quantidade de híbridos entre elas, pode-se encontrar uma infinidade de cores e formas da flor, em várias partes do mundo. E não é só a partir da intervenção humana que as orquídeas se misturam, pois a própria natureza também se encarrega dos cruzamentos.
Fiquei surpresa quando Zenóbia me disse já ter listado várias orquídeas que se assemelham a animais. Segundo ela, existem aquelas cuja estrutura lembra a cabeça de um pássaro. Outras trazem pétalas em forma das asas de uma garça ou de um inseto. “A mais engraçada é a que se assemelha a um macaco”, acrescentou, citando ainda a orquídea-burro, a orquídea-abelha e a orquídea-pato voador.
Assim que Zenóbia saiu, tive vontade de também presentear, com essas flores, algumas pessoas que têm sido importantes em minha vida nos últimos meses. Pessoas que me ajudaram na travessia para o ano que começa e a quem dedico, com especial gratidão, esta crônica.
Estado de Minas: 07/01/2014
Sábado passado, Zenóbia fez-me a segunda e última visita da semana, pouco antes de viajar de volta para sua casa – que fica numa chácara entre Patos de Minas e Presidente Olegário. Desta vez, trouxe-me um vaso de orquídeas amarelas e uma caixa de chocolates com amêndoas. O calor estava intenso nesse dia, com um sol incisivo e nenhuma nuvem no céu. Ela chegou por volta das 9h, ainda a tempo de tomar café comigo.
Como sempre, minha cachorra Lalinha recebeu Zenóbia com uma alegria incontida. E quando recebi as orquídeas, perguntei-lhe que espécie era aquela. Ao que minha mestra respondeu: “Há quem a chame de dama dançante ou bailarina. É conhecida ainda como chuva-de-ouro”. Segundo ela, o cultivo dessa orquídea não tem muito segredo. A flor prefere ar úmido, espaço com muita claridade ou sombra moderada, e costuma florescer de janeiro a fevereiro.
Adoro ouvir Zenóbia falar sobre plantas. Sei que seu interesse por orquídeas é antigo, pois as cultiva desde que se formou em biologia, há muitos e muitos anos. Ela mantém um pequeno orquidário em sua chácara, ao qual se dedica várias horas do dia. E ainda costuma brincar, dizendo: “Antes um orquidário que um ofidiário”. O que não quer dizer que não se interesse também por serpentes e outros répteis, como já tive a oportunidade de contar aqui na semana passada.
Zenóbia tem um caderno cheio de listas de nomes científicos de orquídeas. Na sala de visitas de sua casa veem-se alguns quadros com fotografias de várias espécies raras, encontradas e fotografadas por um amigo seu, que costuma passar dias nas montanhas de Minas só para isso. Ele, que é policial, tem também interesse por insetos, em especial as libélulas. No escritório de Zenóbia há uma dessas fotografias feitas por ele. É de uma libélula azul, de espécie tida como uma das menores existentes, encontrada sobretudo em zonas pantanosas ou perto de rios e riachos. O inseto tem uma bela estranheza. Quem quiser ver uma cópia dessa foto na internet basta acessar o link: www.panoramio.com/photo/96460620.
Pelo que Zenóbia contou, existem cerca de 50 mil espécies de orquídeas, sendo muitas criadas a partir do cruzamento de diferentes espécies. Graças à numerosa quantidade de híbridos entre elas, pode-se encontrar uma infinidade de cores e formas da flor, em várias partes do mundo. E não é só a partir da intervenção humana que as orquídeas se misturam, pois a própria natureza também se encarrega dos cruzamentos.
Fiquei surpresa quando Zenóbia me disse já ter listado várias orquídeas que se assemelham a animais. Segundo ela, existem aquelas cuja estrutura lembra a cabeça de um pássaro. Outras trazem pétalas em forma das asas de uma garça ou de um inseto. “A mais engraçada é a que se assemelha a um macaco”, acrescentou, citando ainda a orquídea-burro, a orquídea-abelha e a orquídea-pato voador.
Assim que Zenóbia saiu, tive vontade de também presentear, com essas flores, algumas pessoas que têm sido importantes em minha vida nos últimos meses. Pessoas que me ajudaram na travessia para o ano que começa e a quem dedico, com especial gratidão, esta crônica.