quarta-feira, 20 de agosto de 2014

MARTHA MEDEIROS - Mau tempo

Zero Hora 20/08/2014

Quando leio notícias como a do acidente que vitimou Eduardo Campos, me dá um mal-estar não só por ser mais um aviso sobre a precariedade da vida, mas por reconhecer que, quando não se morre de doença, se morre de chuva, de vento, de tempestade. É outro tipo de morte por causa natural.

As quedas de aeronaves são bem representativas. Dificilmente caem por desgaste mecânico. Ou são abatidas pelas mãos do homem (ataque terrorista e falhas humanas) ou são abatidas pela falta de visibilidade, pela instabilidade provocada por pressões atmosféricas, por arremetidas que são sempre manobras súbitas, e por isso o frio na barriga. Os problemas técnicos na aeronave do candidato à Presidência surgiram posteriormente à arremetida – se as condições meteorológicas fossem boas, tudo indica que teria aterrissado com tranquilidade.

Acidentes de carro acontecem mais em dias de pista molhada do que seca. Engavetamentos em estradas acontecem quase sempre por causa de nevoeiros, temporais e nevascas.

Pessoas perdem tudo o que têm em enchentes e deslizamentos de terra, barcos naufragam no mar revolto, ondas gigantes invadem praias, casas são destelhadas por tufões, suicídios acontecem mais no inverno do que no verão. A tragédia, decididamente, não é solar.

A vida muda – e até termina – por uma questão que está fora do nosso controle, o clima. Há paliativos, ok. Pode-se prever e minimizar os riscos, mas não se pode evitá-los, então somos ceifados por uma potência destrutiva que não vem da maldade do homem e sim do humor da natureza e que atinge a todos: crianças, velhos, pobres, ricos, pessoas de qualquer lugar, de qualquer idade, numa loteria democrática, mas sempre injusta.

Quando vejo moradores varrendo a lama de suas moradias no dia seguinte ao de um estrago devastador, me parece uma provocação: o céu límpido retorna ao local do crime com a maior cara de pau. O sol no dia seguinte ao de um tsunami é um convidado atrasado, alguém que não conseguiu chegar a tempo de impedir uma desolação. É bem-vindo porque traz a possibilidade de reconstrução, porém a reconciliação é provisória. Pessoas que perdem seus filhos, maridos e esposas para os desatinos climáticos são confrontadas com a total falta de lógica da existência.

Como diz uma amiga minha, “a morte é definitiva demais para o meu gosto”. De fato. E mais definitiva nos parece quando acontece de uma hora para outra, pelo capricho de nuvens pesadas, garoas insistentes, rajadas desestabilizadoras, umidades traiçoeiras, por um anoitecer prematuro, por relâmpagos, pelo cenário típico dos pesadelos, que, ironicamente, tem lá sua poesia e sua beleza, como em toda tragédia – desde que a gente sobreviva a ela, claro.

Ninguém deveria morrer de mau tempo, mas a natureza não negocia.

Eduardo Almeida Reis - Poder‏

A situação econômica dos nossos pais, mesmo não sendo brilhante, permitiu-nos a honra vantajosa do bacharelado


Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 20/08/2014







Quiseram os fados que no século e no milênio passados este philosopho pudesse acompanhar de perto a evolução do poder de um amigo, bem como a sua ascensão financeira. A situação econômica dos nossos pais, mesmo não sendo brilhante, permitiu-nos a honra vantajosa do bacharelado. Evoluímos para o jornalismo. Sim, evoluímos: basta ver os profissionais do direito que defenderam os mensaleiros para constatar que o jornalismo honesto foi uma evolução. Ressalve-se um dos defensores dos mensaleiros; o resto é aquilo que se vê.

Quando nos conhecemos, digamos que as nossas posições, a minha e a dele, numa escala de 0 a 100 nos itens finanças e poder, andavam em 5. Continuei no nível 5 enquanto o bom amigo, mercê de salários milionários, foi para 50 no item financeiro e 95 no que dizia respeito ao seu poder. Ajudei-o nesse período opinando sobre terras e gados, perdi a conta das fazendas que visitei gastando minha gasolina e os pneus do saudoso Opalão de seis cornetas, até que o amigo optou por uma fazendola não muito distante do Rio.

Ali, senhoras e senhores do egrégio conselho leitoral, bebi dos melhores vinhos e uísques, fumei imensos charutos classe AA+ que o embaixador de Cuba mandava para o todo-poderoso, e conheci de perto gente que nunca imaginei conhecer, como, por exemplo, o casal Mora e Ulysses Guimarães.

Era um indescritível desfilar de celebridades. Governadores apareciam em seus helicópteros para almoçar na fazendola do poderoso. Candidatos à Presidência da República arranchavam por dois ou três dias bebendo uísques e chupando laranjas. Moças bonitíssimas e até hoje célebres. Prefeitos de grandes cidades passavam por lá para tirar uma prosa, excediam-se nos uísques e viajavam inteiramente bêbados dirigindo seus carros. Um deles levou o irmão para dirigir na viagem de volta, conversou e bebeu o que precisava conversar e beber, chovia torrencialmente. Quando procurou o irmão para partir às 23h, o mano estava desmaiado na cozinha, do tanto que bebeu. Não minto: assisti à partida do prefeito ao volante de seu carro, trêbado, levando o irmão desmaiado no banco traseiro. Até aqui temos 346 palavras. Concluo amanhã para não estourar o espaço.


Celular

Dia desses desliguei o celular para fazer a siesta, muito melhor do que fazer a sesta. O sueño que se toma después de comer é hábito espanhol e dos países de língua hispânica, o que não impede sua adoção por homens ilustres de outros países e línguas, como Winston Churchill, que também fumava charutos.

Meu celular é dos mais simples à venda por aí. Ainda assim consegui, ao acordar, apertar a tecla errada e o Nokia ficou silencioso ou lá o nome que tenha o telemóvel quando não toca a campainha que acusa as chamadas. Sai dessa, caro e preclaro leitor, se você tem mais de 50 anos.

Crianças de 8 aninhos tiram o problema de letra, enquanto os idosos somos obrigados a levar o aparelhinho a uma loja do ramo. Daí minha crença de que a informática era incompatível com os idosos. Tendo crido nessa incompatibilidade, surpreendeu-me encontrar noutro idoso a solução para o toque do Nokia: apertou duas teclas e o telemóvel voltou a tocar. Detalhe instigante: idoso de letras nenhumas, que fala errado e escreve que nem o Lula.

Desandei a philosophar e creio ter matado a charada. O idoso nunca frequentou escolas, nunca estudou nada, portanto “assimila” os mistérios da informática talqualmente uma criança de 8 anos ou menos. Cavalheiros que perderam pelo menos 25 anos de suas vidas estudando zootecnia especial, gado leiteiro, além de continuarem analfabetos em assuntos leiteiros já não têm neurônios capazes de entender o beabá informático.

Conselho

Se você, jovem púbere, anda afinzona de arranjar um namorado, sugiro que procure rapaz sápido. E você, homem sério, casado e sem-vergonha como a maioria dos maridos, saberá encontrar namorada sápida para suas escapulidas vespertinas.

Encontrei sápido no Google como adjetivo não dicionarizado: “que tem sabor, gostoso”, antônimo de insípido, “que não tem gosto, destituído de qualquer sabor ou que o tem insuficientemente, desprovido de interesse, de atrativos, sem graça, monótono”. Quando acaba, tem sápido no Houaiss e no Aurélio, latim sapìdus,a,um, sinal de que o Google, mesmo sensacional, aceita muita bobagem.

O mundo é uma bola

20 de agosto de 636: último dia da Batalha de Jarmurque entre o Império Bizantino e o Califado Rashidun, que resultou na vitória retumbante dos muçulmanos e na perda definitiva da Síria pelos bizantinos.

Desde sempre a Síria vem sendo disputada e só uma coisa é certa: nunca houve governo tão bom quando o do médico Bashar Hafez al-Assad, 1,89m, formado na Inglaterra, casado com a lindíssima Asma al-Assad desde o ano 2000. O casal tem os filhos Karim, Zein e Hafez al-Assad. A excelentíssima senhora Asma al-Assad, que nasceu em Londres, onde estudou no King’s College e no Queen’s College, não é primeira-dama suficientemente boa para os diversos grupos de bandidos que tentam tomar o poder na Síria. Em 1958 nasceu Silas Malafaia, ele mesmo, pastor de imenso rebanho.

Ruminanças

“Não digas que darás, mas dá! Nunca satisfarás a esperança” (Goethe, 1749-1832).

ITINERÁRIO » No caminho correto

ITINERÁRIO » No caminho correto O compositor Rodrigo Maranhão lança seu terceiro disco, Itinerário, com 11 faixas de sonoridade acústica e participação especial do cantor português Antônio Zambujo


Kiko Ferreira
Estado de Minas: 20/08/2014




Rodrigo se divide entre o trabalho como compositor e o comando do bloco de carnaval Bangalafumenga
 (Marcos Hermes/Divulgação
)
Rodrigo se divide entre o trabalho como compositor e o comando do bloco de carnaval Bangalafumenga


Apesar do trabalho reconhecido pela pegada dançante, seja nos grupos Bangalafumenga e Monobloco, seja como parceiro de Pedro Luís no hoje clássico Rap do real, o carioca Rodrigo Maranhã, quando fica sozinho, é mais intimista e delicado. Já gravado por Maria Rita (Caminho das águas, que lhe deu um Grammy, e Fogo no paiol), Roberta Sá (Samba de um minuto e Olho de boi), Fernanda Abreu (Baile da pesada), Verônica Sabino (Rosa que me encanta), Zélia Duncan (Chicken de frango e Beleza fácil) e outras amigas e/ou parceiras, o compositor costuma se dar ao direito, de quando em quando, de produzir discos individuais em que dá a visão de autor de sua disputada obra.

O primeiro CD foi Bordado, de 2007, uma das melhores estreias de sua geração. Em 2010, veio Passagem, igualmente bem-sucedido. Quatro anos depois, ele gravou e acaba de lançar Itinerário, com 11 faixas embaladas por um instrumental econômico a cargo de seu dream team de músicos formado pelo pianista e acordeonista Marcelo Caldi, Nando Duarte (violão de sete cordas) e Pretinho da Serrinha (percussão).

No caso, a economia de instrumentos não significa contenção exagerada. Tanto que a faixa de abertura, Fuzuê, é um corta-jaca que dá vontade de sair dançando e inclui citação de Ernesto Nazareth. O samba Iara, pela pegada e até por uma sutil semelhança vocal, remete ao universo de Chico Buarque e Francis Hime. Sem mencionar internet e redes sociais, Eu não sei seu telefone soa nostálgica, romântica, tratando de uma “dona dos sentidos” de quem ele não tem o nome, o telefone nem o código postal, vejam só. Ela deságua numa canção noturna, que chega por um passarinho e se desfaz no ar em Maré.

Parceria com PC Castilho, que participa cantando, Rua da Preguiça é nostalgia de sotaque nordestino, enquanto Madrugada evoca as ruas de Lisboa ou outra cidade lusitana, com a voz do português Antônio Zambujo e a guitarra portuguesa de Bernardo Couto reforçando o clima. O encarte com as letras passa da metade com Chapeuzinho amarelo, que trata de medos, com uma pegada quase infantil. Feita para tirar o tapete da sala e arrastar sandália, Flor de cajueiro tem doses certas de brejeirice e convite à vadiagem e aos descaminhos do mar.

Maria da Graça é samba de louça branca e bibelô, de um trovador que se desfaz nas curvas da musa, que canta como se fosse “o acerto de contas de Deus com os simples mortais”, em imagem de anotar em caderno de moças. Quebrando o clima, a faixa-título é forte, de tons mais urbanos e políticos, que vai crescendo e dando cores variadas à viagem. Para fechar a rota vem Mantra, parceria com Pedro Luís que Maria Rita usou como faixa-extra no disco Segundo. “A paixão é como um Deus que quando quer me toma todo o pensamento” é mote que retoma o tom de intimidade e encerra um conjunto bem amarrado de faixas coerentes com a trajetória serena e consistente de Maranhão. Um carioca nascido no Rio, de pais potiguares.

TeVê

TV PAGA » Barulhinho bom
Publicação: 20/08/2014 04:00
 (Décio Matos Jr./Divulgação)


A música é um dos destaques da programação de hoje. No canal Arte 1, às 20h30, será apresentado o documentário Fabricando Tom Zé (foto), produzido durante a turnê do músico baiano pela Europa, em 2005. O filme lembra as origens de Tom Zé, contando com depoimentos de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Já às 23h, na Cultura, o Metrópolis recebe no estúdio Renato Teixeira e Chico Teixeira, pai e filho, para uma conversa sobre os projetos em família, a turnê de Renato pelo Brasil e o DVD Amizade sincera, feito em parceria com o amigo Sérgio Reis.

Canal ID lança mais
uma série criminal

Estreia hoje, às 22h, no canal ID, a série Palavras de um assassino, que aplica técnicas forenses para decifrar  a mente de criminosos usando como base registros dos interrogatórios policiais e julgamentos. As dramatizações são narradas por pessoas com as mesmas características vocais dos criminosos e dão vida aos fatos com a ajuda de atores na reprodução das cenas dos crimes. Em tempo: se uma série estreia, outra se despede, com o final da segunda temporada de Jovens e mães, às 21h, na MTV.

NatGeo lembra cinco
tragédias humanas

O NatGeo separou cinco documentários para montar uma sessão especial que vai ao ar às 2h, batizada Grandes tragédias da humanidade. Começa com o episódio “A usina nuclear de Fukushima”, da série Segundos fatais, e continua com “Tragédia no Japão”, “Titanic”, “Hiroshima” e “11/9 – Os primeiros a chegar”. No Curta!, a dica de hoje é a sessão A vida é curta!, às 20h, com três atrações em sequência: O levante, do artista plástico Jonathas de Andrade; Superbarroco, de Renata Pinheiro; e Ser tão cinzento, de Henrique Dantas. Já às 21h, a emissora reprisa o documentário Ônibus 174, dirigido por José Padilha.


Muitas alternativas  no pacote de filmes

O Telecine Cult exibe hoje mais dois filmes da seletiva Ao mestre com carinho, com Gritos e sussurros, de Ingmar Bergman, às 20h20; e Interiores, de Woody Allen, às 22h. Outro mestre do cinema é biografado em Hitchcock, atração do Telecine Premium, às 12h55. No Universal Channel, tem dobradinha com Velozes e furiosos 4 (20h15) e Velozes & furiosos 5 – Operação Rio (22h05). A TNT pega a mesma estrada com Velozes e furiosos (20h40) e + velozes + furiosos (22h30). Na faixa das 22h, o assinante tem mais seis boas opções: Invasão à Casa Branca, na HBO; Carrie, a estranha, no Telecine Pipoca; A hora mais escura, no Telecine Action; Ruby Sparks – A namorada perfeita, no Telecine Touch; Cabo do Medo (1991), no MGM; e Paranoid Park, no Arte 1. Outros destaques da programação: Os fugitivos, às 21h, no Cinemax; e Sem saída, às 21h50, no Megapix.

CARAS E BOCAS » FILHO HOMOFÓBICO



Enrico (Joaquim Lopes) vai pegar no pé do pai quando se deparar com nota de blogueiro venenoso (Estevam Avellar/TV Globo)
Enrico (Joaquim Lopes) vai pegar no pé do pai quando se deparar com nota de blogueiro venenoso

Nos próximos capítulos de Império (Globo), o cerimonialista Cláudio (José Mayer) vai enfrentar situações difíceis dentro da própria casa. O filho, Enrico (Joquim Lopes), vai se revelar um homofóbico feroz, disparando preconceito para todos os lados. O primeiro embate será contra um casal de lésbicas, que o incomodará quando estiver trocando carinhos em seu restaurante. “É muita falta de vergonha” e “Coisa mais nojenta” serão expressões que o chef usará, deixando seus pais chocados. Beatriz (Susy Rêgo) intervirá quando o filho ameaçar tirá-las do recinto. “Discriminação sexual é crime. Você vai ficar muito malvisto se tomar uma atitude dessas”, alegará Beatriz. O chef problemático se controlará. Dias mais tarde, o assunto na família será a nota de desmentido que o blogueiro Téo (Paulo Betti) publicará sobre Cláudio. “Fica o dito pelo não dito. A nota que dei sobre Cláudio Bolgari, devidamente apagada... Foi apenas uma brincadeira de mau gosto”, postará o venenoso. Enrico ficará bastante intrigado com o ocorrido e, especialmente, com a recusa dos pais em tocar no assunto. O dono de restaurante pensará em ir tomar satisfações com Téo, mas seu pai o impedirá, alegando que as coisas podem piorar. Mas Enrico assustará o pai ao se mostrar decidido a afastar Téo de sua família. “E se ele partir com tudo para cima de você? E de mim? Pai, essas bichas são a desgraça do mundo, são vingativas, ainda mais com um blog de fofocas.” Cláudio, que manteve um relacionamento longo com Leonardo (Klebber Toledo), que terminou de forma pouco amigável, fica desesperado e teme que o filho descubra a verdade que tanto tenta esconder.

APOIO E CARINHO AJUDAM
NA LUTA CONTRA O CÂNCER

No Jornal da Alterosa – 1ª edição desta quarta-feira, acompanhe reportagem que mostra a importância do apoio e do carinho para pacientes em tratamento contra o câncer. O fardo na luta de João Vítor ficou mais leve com a iniciativa dos amigos que têm feito de tudo para animá-lo nesta fase difícil: rasparam a cabeça em solidariedade ao amigo, que ficou careca, e fazem surpresas, como aparecer para alegrar a sessão de quimioterapia de João.

CHAPOLIN VIRA OPÇÃO PARA
FUGIR DO HORÁRIO ELEITORAL

O SBT vai exibir em seu site o seriado Chapolin como alternativa para fugir do horário eleitoral, nas duas faixas de propaganda na TV: às 13h e às 20h30. Para os fãs do programa mexicano, é uma chance e tanto de revê-lo, já que até campanhas foram feitas pedindo seu retorno à telinha. Os episódios podem ser vistos pelo endereço www.sbt.com.br/clubinhosbt/chapolin.

AUTOR DE IMPÉRIO COMENTA
CAPÍTULO ANTES DE IR AO AR

Aguinaldo Silva, autor de Império, vai comentar as cenas mais importantes no site da novela, no Gshow, portal de entretenimento da Globo. E antes de cada episódio ir ao ar. Entre os assuntos, o desenrolar da história, as gravações, momentos inusitados e divertidos. Os fãs da trama conferem em gshow.com/imperio.

VILÃ VAI CONTAR COM APOIO
NO QUARTO ANO DE REVENGE

O ator Nestor Serrano vai engrossar o elenco da série Revenge na quarta temporada, de acordo com o site TV Line. Serrano será Edward Alvarez, chefe de polícia e novo aliado da vilã Victoria Grayson (Madeleine Stowe). “Ele é um amigo de Victoria dentro da polícia, que realmente a protege quando ela precisa de ajuda. Nós não sabemos ainda para onde estamos indo com o personagem, mas gostamos da ideia de Victoria ter algum aliado numa posição de autoridade”, revelou ao site o produtor executivo Sunil Nayar. Nestor Serrano é conhecido, entre outros trabalhos, pelo vilão Hector, da série Dexter. Revenge, que conta a trama de vingança de Emily Thorne, vivida por Emily VanCamp, na verdade Amanda Clarke, contra a família Grayson, especialmente Victoria, é exibida no Brasil pelo canal Sony (TV paga). A quarta temporada estreia em 28 de setembro nos Estados Unidos. 


HEBE DE SURPRESA

O último dia de trabalho de Patrícia Abravanel em Máquina da fama, anteontem, no SBT, já que vai ficar um tempo de licença-maternidade, foi marcado por despedidas e emoção. Especialmente quando foi exibido um depoimento inédito de Hebe Camargo, que morreu em setembro de 2012. Na gravação, realizada um mês antes de sua morte, a grande dama da TV revelava ser fã da filha de Sílvio Santos. “Ela abraçou a carreira de apresentadora que ela nem sabia que teria. Sou fã incondicional de Patrícia. O talento é dela”, falou. A aparição de Hebe bombou nas redes sociais. Entre os comentários, a comediante Marlei Cevada no Twitter: “Me arrepiei vendo a Hebe dando depoimento pra Patrícia”. A apresentadora vai dar à luz seu primeiro filho, Pedro, fruto do relacionamento com Fábio Faria. No lugar de Máquina da fama, entrará em cena o Esse artista sou eu, comandado por Marcio Ballas. 


VIVA

Othon Bastos, o mordomo Silviano, de Império. Ótima parceria com Maria Marta, de Lília Cabral, de quem o serviçal também é capanga.

VAIA

Para dona de um império de joias, Maria Marta repete muito os mesmos adornos entra e sai capítulo. São detalhes que derrubam a produção. 

Desafios da educação‏

Desafios da educação 
 
É preciso gestão competente em todos os níveis de ensino, valorização do compromisso, meritocracia e fiscalização das verbas públicas
Vivina do C. Rios Balbino

Psicóloga, mestre em educação, professora da Universidade Federal do Ceará e autora do livro Psicologia e psicologia escolar no Brasil
Estado de Minas: 20/08/2014


O Brasil festeja a premiação de Artur Ávila em Seul, com a Medalha Fields, tida como o "Nobel da Matemática". Primeiro matemático latino-americano a receber a distinção, que existe desde 1936. Ele é pesquisador do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), na França. Com certeza, uma conquista extraordinária e incentivo para os novos talentos das Olimpíadas de Matemática Brasil afora.

No último relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Brasil subiu uma posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), passando da 80ª para 79ª em 2013, entre 187 países. Alguns pontos positivos também na educação: o crescente aumento das inscrições no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Programa Universidade para Todos (Prouni) e outros programas, a expectativa de escolaridade brasileira é a mais elevada entre os países integrantes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e a expectativa média de vida hoje é de 74,8 anos em vez dos 73,9.

Além disso, o número de matrículas na educação integral do ensino fundamental cresceu 139% nos últimos anos, chegando a 3,1 milhões de estudantes. Entre 2012 e 2013, cresceu 46,5%. Matrículas em creche tiveram crescimento de 72,8% no período entre 2007 e 2013. Entre 2012 e 2013, o aumento das matrículas em creche foi de 7,5%. São dados recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Hoje, são aplicados 5,8% do PIB na educação, e, com as novas metas do Plano Nacional de Educação (PNE), o Brasil pretende elevar essa proporção gradativamente até 10% do PIB.

Apesar de incentivos e muitos avanços nesses últimos anos, os resultados não são imediatos e a educação brasileira ainda é de péssima qualidade. Dados atuais do Pisa, pesquisa internacional que testa o grau de escolaridade de jovens de 15 anos, mostram que o país está na retaguarda. Ainda ocupamos o 53º lugar entre 65 países e 731 mil crianças estão fora da escola (IBGE) . O analfabetismo funcional ainda é alto e 20% dos jovens que concluem o ensino fundamental, morando nas grandes cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita. No ensino médio, há grande evasão, chegando a 70% entre os mais pobres. Os cursos técnicos têm habilitado jovens para o mercado, mas de modo geral a qualidade do ensino precisa melhorar.

A formação dos educadores é precária e desvalorizada nas universidades mesmo com incentivos recentes. Os cursos de licenciatura precisam merecer destaque. O salário do docente da educação básica é de R$ 1.874,50, quantia três vezes menor que o valor recebido por profissionais da área de exatas, analistas, advogados e outras categorias. Os escândalos na educação e em outras áreas Brasil afora precisam ter fim. Fraudes e corrupção ainda são constantes. Com certeza, falta ação mais rigorosa do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério Público na fiscalização de verbas e na punição dos criminosos. São verbas públicas de fato para uma educação de qualidade com resultados.

Nas universidades, houve grande expansão de campi até no interior e de programas de inclusão de alunos. Melhorias que precisam ser aprimoradas. Nossa maior universidade e com enorme dotação orçamentária, a USP, passa por grave crise e teve suas contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo por irregularidades. Apenas seis universidades do Brasil estão entre as 500 melhores do mundo e uma única entre as 150 melhores. Hoje, seis das 10 melhores universidades dos Brics são chinesas e duas são brasileiras. A transformação do país pela educação de qualidade é uma importante meta, mas é preciso gestão competente em todos os níveis de ensino, valorização do compromisso e meritocracia e ações fiscalizadoras rigorosas das verbas públicas. 

Eleições e incertezas na economia‏

Eleições e incertezas na economia
José Eloy dos Santos Cardoso
Professor e jornalista
Estado de Minas: 20/08/2014


Os reflexos das políticas estatizantes e bolivarianas que atingiram em cheio a Venezuela e a Argentina já começaram a atingir, por tabela, o Brasil. Entre os latino-americanos, deveremos estar em pior situação em termos de crescimento no corrente ano. Razões não faltam: inflação em alta e taxas de crescimento que, segundo alguns economistas brasileiros, não devem ser, na realidade, maiores do que 1% no corrente ano. É claro que ao lado de vários outros problemas, as trapalhadas contábeis e o controle das tarifas da energia elétrica e dos preços dos derivados do petróleo ajudaram – e muito – a puxar para baixo as esperanças dos brasileiros de ter no corrente ano um Brasil melhor.

Candidato nenhum vai declarar que pretende acabar com as bolsas assistencialistas que estão fazendo o ócio predominar entre aqueles “felizes” beneficiários do dinheiro, que, fazendo-os ficar sem fazer nada, os desestimula e os fazem desistir de procurar qualquer emprego. Enquanto as estatísticas oficiais produzem um índice de 5% de desempregados, os índices reais – se forem apurados com precisão e isenções corporativas ou partidárias – apontarão, com certeza, não os 5% anunciados, mas 9% ou até mais. Dos 62 milhões de brasileiros que são “assistidos” pelos programas assistencialistas do governo, 50% não trabalham e não querem jamais trabalhar.

Os fatos são discriminadores. O modelo de crescimento dos jovens do PT, que foi baseado em estímulos ao consumo e aumentos de salários muito acima da produtividade do trabalho, esgotou-se. Para poder crescer é preciso urgentemente convocar a classe empresarial para investir, mas, na atual conjuntura econômica, alguns industriais já dizem que investir no Brasil da atualidade é aventura para doidos. Retirar o Estado da economia e parar com os intervencionismos que estão levando o Brasil a descer ladeira abaixo e ao desânimo que está realmente acontecendo na classe produtiva não consta da cartilha dos petistas e da atual presidente brasileira.

Todos os investidores brasileiros e do exterior estão esperando o que vai acontecer depois das eleições. Na eleição de Lula, propagou-se que a esperança deveria vencer o medo. Nos tempos atuais, os investidores estão vendo se a esperança ainda existe. O finado ex-candidato a presidente da República e ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, em sua última entrevista na televisão disse que “não devemos desistir do Brasil”. Com sua prematura morte é preciso que os brasileiros também adotem o que ele falou.

Terminadas as eleições, os brasileiros deverão começar também a combater as principais doenças que assolam o Brasil de hoje, como disse Eduardo Campos. Entre outras, podemos citar as seguintes: as distorções trabalhistas que estão colaborando para o desemprego, a alta tributação sobre o produto nacional, que alcança 40% do PIB, a má gestão ou a ganância que faz o governo federal gastar mal e em excesso, diminuir o número de ministérios, que só servem para proporcionar empregos a companheiros de campanha, fazer as privatizações de portos, estradas, ferrovias, hidrovias, aeroportos, etc. Se nada disso for feito, será muito difícil o Brasil voltar a crescer e se desenvolver. A grande maioria dos economistas brasileiros e estrangeiros fala justamente isso.

O governo atual do Brasil tomou decisões erradas: arruinou a Petrobras com controles de preços dos derivados e má gestão que fizeram essa estatal ser a petroleira mais endividada do mundo e também o sistema elétrico, cujas tarifas serão aumentadas depois das eleições ou em 2015 em torno de 22% a 25%. Quem pagará a conta será a população como um todo, porque os preços da gasolina e da energia fazem parte dos custos de quase todos os produtos consumidos pela população.

COLUNA DO JAECI » Dez fracassados e 12 incógnitas‏

COLUNA DO JAECI » Dez fracassados e 12 incógnitas
À exceção de Neymar, que tem DNA de craque, não chamaria nenhum remanescente da Copa. Formaria novo grupo, que não passou pelo dissabor de tomar de sete da Alemanha


Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 20/08/2014



Dunga convocou ontem os 22 jogadores para os amistosos nos Estados Unidos: em 5 de setembro, contra a Colômbia, em Miami, e quatro dias depois, contra o Equador, em Nova Jersey. Dez fracassados da Copa do Mundo fazem parte da lista. As novidades, como já se esperava, são os cruzeirenses Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart, o atleticano Diego Tardelli, os corintianos Gil e Elias e Philippe Coutinho, do Liverpool, que arrebentou com a bola na temporada passada. Claro que o técnico precisava partir de uma base do Mundial e optou por alguns jogadores, entre eles, o fraco goleiro Jefferson, preterindo Fábio e Victor, o péssimo Maicon, os sofríveis David Luiz e Fernandinho e o absurdo que atende pelo nome de Hulk.

Já vi esse filme antes, e o mocinho morre no fim. Eu seria radical. À exceção de Neymar, que tem DNA de craque, não chamaria nenhum remanescente da Copa. Formaria novo grupo, com ideias modernas, que não passou pelo dissabor de tomar de sete da Alemanha. Isso está no currículo de 10 convocados ontem, e ninguém vai apagar.

Pensando com a cabeça de Dunga, porém, ele quer dar mais uma chance a esses fracassados, como Parreira fez com o próprio ex-volante em 1994, depois de ter sido execrado em 1990. Fico feliz pela convocação dos dois melhores jogadores em atividade no país, Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro, e por Diego Tardelli. Foi Dunga quem lhe deu a primeira chance e volta a chamá-lo, num momento em que realmente está merecendo. No mais, é torcer para que tudo caminhe bem. Philippe Coutinho terá sua primeira grande chance de ser o principal armador da Seleção. Acho-o infinitamente superior a Oscar. É apenas o começo, muitas convocações virão.

Gostei de ver Miranda e Elias na lista, mas discordo de Gil. Talvez para não levar mais de dois jogadores do Cruzeiro, Dedé não tenha sido convocado. Ficaremos de olho em cada movimento de Dunga e sua Seleção. Afinal, as Eliminatórias serão prioridade. Para quem já levou de sete da Alemanha, só falta mesmo chegar em quinto lugar na qualificação e disputar na repescagem a vaga para 2018. Em se tratando de futebol brasileiro, não duvido de mais nada.


Velhos e bons tempos
Hoje, no Maracanã, temos um dos maiores clássicos do futebol brasileiro: Flamengo x Atlético. Não posso falar dele sem ser nostálgico. Vivi a melhor época das duas equipes, quando eram base da Seleção. Se jogassem 10 vezes, cada um venceria quatro e haveria dois empates. Zico, Adílio, Júnior, Andrade e Raul de um lado; João Leite, Luisinho, Reinaldo, Cerezo e Éder do outro. Craques que nos encantaram. O Maraca recebia 160 mil torcedores. O Mineirão, 120 mil. Hoje, porém, a realidade é outra, faltam craques. Há bons jogadores no Galo, como Tardelli, e péssimos no Fla, um time combalido, brigando por uma bola, cuja perspectiva é fugir da zona da degola.

O Atlético tem mais grupo, time e estrutura. Se não der zebra, ganha. Não é candidato ao título brasileiro, não se reforçou para isso e ainda perdeu o maior ídolo, Ronaldinho Gaúcho. Ele não acertou com nenhum clube, prova de que só saiu mesmo por causa do técnico Levir Culpi, que insistiu em barrá-lo ou substituí-lo nos jogos. Os postulantes à taça são o Cruzeiro, favorito disparado, Internacional e Fluminense. Esqueçam o Corinthians, que também não vai chegar. Pena que o Galo tenha aberto mão da conquista do título que levantou há 43 anos. Ao montar time apenas razoável, vai apostar na Copa do Brasil, competição que já premiou equipes como Santo André, Criciúma e Paulista. Espero que o alvinegro repense sua história grandiosa e se reforce para a próxima temporada, ou então cuide melhor da base, que produziu os craques acima citados.