Zero Hora 25/06/2014
Esta crônica poderia se chamar “O dia em que senti saudades do Galvão
Bueno”, não fosse um título extenso e provocativo. Mas a verdade é que
senti mesmo saudades do Galvão na quarta passada, dentro do Beira-Rio,
onde assisti ao jogo entre Holanda e Austrália, em que cinco gols tão
bonitos quanto discretos aconteceram. Discretos, sim. Você logo
entenderá por quê.
Fazia tempo que eu não sentia a alta voltagem de um estádio lotado.
Poucas coisas me parecem tão vibrantes quanto juntar-se a uma massa que
tem o mesmo objetivo. Naquele dia, o objetivo era a celebração de uma
festa mundial. Uma tarde ensolarada, reunindo pessoas de nacionalidades
distintas, todas exalando uma energia pulsante durante os 90 minutos de
bola rolando. Foi graças às reações daquele mundaréu de torcedores
alegres e excitados que eu intuía o que acontecia em campo – já que não
havia um narrador.
Quando era assídua frequentadora do Beira-Rio, nos anos 70, sempre
tinha alguém por perto com um radinho de pilha em cima do ombro. Eram
tantos os radinhos, e tão ao lado, que era impossível não ouvir a
narração entusiasmada do repórter. Logo, havia total sincronia entre o
que eu enxergava e escutava. Benditos radinhos.
Dessa vez, nada de radinho. Como eu estava atrás de uma das
goleiras, não enxergava direito o que acontecia na pequena área do outro
lado do campo (eu sei, pra isso existe telão, mas, se é pra ver no
telão, fico em casa). Havia sido gol? Foi anulado? Onde está o juiz?
Minha reação vinha três segundos atrasada, como os delays da tevê. Qual o
nome daquele jogador careca? Ele colocou a mão na bola? E aquele caído
lá no meio do campo? Por que está sendo retirado de maca? Foi grave?
Alguém pelamordedeus pode me dizer o que está acontecendo na minha frente?
Detonar Galvão Bueno é o segundo esporte mais popular do país, mas,
dessa vez, em plena Copa, assistindo in loco a uma partida
disputadíssima, me fizeram falta seus comentários, não importa se
furados, xaropes, ufanistas. Ao menos, com a ajuda de um narrador – de
qualquer emissora, aliás –, consigo manter atenção plena, fico sabendo o
retrospecto dos atletas, entendo a razão de terem substituído fulano ou
de terem expulso sicrano, sou gentilmente informada sobre em que pé
estão as coisas – inclusive em que pé está a bola. Sem o narrador, minha
atenção dispersa, olho para os lados, admiro os rostos pintados, vejo o
pipoqueiro procurando troco, me distraio com as conversas paralelas e
com os chutes – nossos: olha lá, vai ser gol. Entrou ou não entrou? Deve
ter entrado, o estádio se levantou. Entrou nada, o juiz marcou pênalti.
Do que se conclui: quem não tem ingresso, conforme-se. Na televisão,
ao menos existe narrador. Gostando ou não do sujeito, um grito de gol
bem berrado em nosso ouvido compensa não estar lá.
quinta-feira, 26 de junho de 2014
TeVê
TV paga
Estado de Minas: 26/06/2014
Saudades de Chucky?
Você achou que estava livre de Chucky? Pois o boneco assassino voltou com tudo. Ano passado mesmo ele reapareceu em A maldição de Chucky (foto), filme que o Telecine Pipoca exibe hoje, às 22h. Na trama, uma garotinha ganha de presente um simpático boneco, que logo começa a revelar suas reais intenções. Para quem curte, é um prato cheio!
Muitas alternativas
no pacote de filmes
Agora falando sério, um dos destaques de hoje no pacotão de cinema é o clássico Desejo atroz, de Douglas Sirk, com Barbara Stanwyck no papel principal, às 22h, na Cultura. No mesmo horário, o assinante tem mais oito boas opções: Jack – O caçador de gigantes, na HBO 2; De volta à realidade, no Max; Nos braços do crime, no Max Prime; Abraços partidos, no Telecine Cult; O homem da máfia, no Telecine Action; Turistas, no MGM; Casa comigo?, no Studio Universal; e Tudo acontece em Nova York, no Glitz. Outras atrações da programação: Macunaíma, às 21h30, no Arte 1; e Thor, às 22h30, no FX.
Descubra como a
malandragem atua
Dividida em seis episódios com uma hora de duração, a série Impostores estreia hoje, às 21h, no canal ID, relatando casos reais de vigaristas que se tornaram famosos por golpes que aplicaram. Depoimentos de investigadores, vítimas e conhecidos dão a dimensão da audácia desses criminosos, que viveram a ilusão da impunidade e se tornaram manchetes de jornais.
O futebol continua
em alta na telinha
No Futura, às 14h35, o Sala de notícias apresenta o documentário A véspera – A Copa no quintal, de Veerle Denissen, sobre os moradores do Bairro de Itaquera, onde foi construído o estádio do Corínthians. No mesmo canal, às 20h, “O poeta americano” é o episódio da série Cores do futebol. E no Canal Brasil, às 22h, vai ao ar o documentário Bahêa minha vida – O filme, de Márcio Cavalcante.
Não é aconselhável
brincar com as feras
O NatGeo reservou para hoje dois documentários que mostram encontros quase fatais de seres humanos com animais selvagens: Hipopótamos agressivos, às 20h45, e Nas garras do tigre-de-bengala, às 21h35.
Conheça a terra natal
do compositor Verdi
A região de Parma, a bela terra natal do compositor de óperas italiano Giuseppe Verdi, é explorada em Verdi: jardim secreto, que o Film&Arts exibe às 21h. Da pequena vila de Le Roncole, onde Verdi nasceu em outubro de 1813, à fazenda à qual o músico sempre retornava e onde passou a maior parte de sua vida., a produção ressalta o modo simples da região e faz o paralelo entre o Verdi como camponês e o artista, o maior compositor nacionalista da Itália e uma das maiores estrelas de ópera do mundo.
CARAS & BOCAS » Os reféns
Simone Castro
Estado de Minas: 26/06/2014
Saudades de Chucky?
Você achou que estava livre de Chucky? Pois o boneco assassino voltou com tudo. Ano passado mesmo ele reapareceu em A maldição de Chucky (foto), filme que o Telecine Pipoca exibe hoje, às 22h. Na trama, uma garotinha ganha de presente um simpático boneco, que logo começa a revelar suas reais intenções. Para quem curte, é um prato cheio!
Muitas alternativas
no pacote de filmes
Agora falando sério, um dos destaques de hoje no pacotão de cinema é o clássico Desejo atroz, de Douglas Sirk, com Barbara Stanwyck no papel principal, às 22h, na Cultura. No mesmo horário, o assinante tem mais oito boas opções: Jack – O caçador de gigantes, na HBO 2; De volta à realidade, no Max; Nos braços do crime, no Max Prime; Abraços partidos, no Telecine Cult; O homem da máfia, no Telecine Action; Turistas, no MGM; Casa comigo?, no Studio Universal; e Tudo acontece em Nova York, no Glitz. Outras atrações da programação: Macunaíma, às 21h30, no Arte 1; e Thor, às 22h30, no FX.
Descubra como a
malandragem atua
Dividida em seis episódios com uma hora de duração, a série Impostores estreia hoje, às 21h, no canal ID, relatando casos reais de vigaristas que se tornaram famosos por golpes que aplicaram. Depoimentos de investigadores, vítimas e conhecidos dão a dimensão da audácia desses criminosos, que viveram a ilusão da impunidade e se tornaram manchetes de jornais.
O futebol continua
em alta na telinha
No Futura, às 14h35, o Sala de notícias apresenta o documentário A véspera – A Copa no quintal, de Veerle Denissen, sobre os moradores do Bairro de Itaquera, onde foi construído o estádio do Corínthians. No mesmo canal, às 20h, “O poeta americano” é o episódio da série Cores do futebol. E no Canal Brasil, às 22h, vai ao ar o documentário Bahêa minha vida – O filme, de Márcio Cavalcante.
Não é aconselhável
brincar com as feras
O NatGeo reservou para hoje dois documentários que mostram encontros quase fatais de seres humanos com animais selvagens: Hipopótamos agressivos, às 20h45, e Nas garras do tigre-de-bengala, às 21h35.
Conheça a terra natal
do compositor Verdi
A região de Parma, a bela terra natal do compositor de óperas italiano Giuseppe Verdi, é explorada em Verdi: jardim secreto, que o Film&Arts exibe às 21h. Da pequena vila de Le Roncole, onde Verdi nasceu em outubro de 1813, à fazenda à qual o músico sempre retornava e onde passou a maior parte de sua vida., a produção ressalta o modo simples da região e faz o paralelo entre o Verdi como camponês e o artista, o maior compositor nacionalista da Itália e uma das maiores estrelas de ópera do mundo.
CARAS & BOCAS » Os reféns
Simone Castro
Thaís (Bárbara Paz), Douglas (Marcelo Serrado) e André (Cauã Reymond) ficam na mira de criminosos |
Nesta
sexta-feira, em episódio de O caçador (Globo), André (Cauã Reymond)
viverá situação inédita. O ex-policial, que caça vítimas e criminosos,
será feito refém, juntamente com outras pessoas que estarão em um
restaurante italiano. Entre elas, Thaís e Douglas, personagens dos
atores convidados Bárbara Paz e Marcelo Serrado. Na trama, um grupo de
homens armados invade e toma de assalto o local, dominando a situação em
segundos. Depois de roubar os clientes, eles pedem a todos que sigam
para um quarto nos fundos do restaurante, um cômodo apertado e sem
janelas. Todos se espremem em um cubículo, onde a sensação de
claustrofobia também jogará contra os reféns. O cativeiro inesperado
deixa todos nervosos, pois não entendem o motivo de estar ali. Um dos
prisioneiros questiona a ação dos bandidos. É quando um dos assaltantes
afirma que o “chefe” está interessado em apenas um deles. Enquanto estão
reféns, eles se apresentam, contam suas histórias e tentam descobrir
quem pode estar na mira. No final, acabam descobrindo que todos têm um
motivo para ser alvo de alguém. E aí, como será que André, o caçador,
sairá desta?
MANIFESTANTES NAS RUAS
CONTRA A COPA DE NOVO
O Jornal da Alterosa – 1ª edição vai mostrar hoje os preparativos para o dia de manifestações contra a Copa do Mundo. De um lado os movimentos populares; de outro, a Polícia Militar. A expectativa é de que tudo transcorra sem incidentes, sem atos de violência e vandalismo. Até porque, a Justiça está acompanhando der perto dodos os lances. A Seleção Brasileira joga sábado, no Mineirão, contra o Chile, pelas oitavas de final do Mundial. Confira às 12h40, logo depois do Alterosa esporte.
MEU PEDACINHO DE CHÃO
GANHA APELIDO DEBOCHADO
A novela Meu pedacinho de chão (Globo), remake de Benedito Ruy Barbosa e direção de Luiz Fernando Carvalho, registra a pior audiência de uma novela das 18h, segundo o site Notícias da TV. No dia 19 de junho, por exemplo, marcou 17,7 pontos, quando foi ao ar o capítulo 60. Duas tramas anteriores, Joia rara e Flor do Caribe, a título de comparação, registraram, respectivamente, 18,4 e 21,2 pontos. A de maior audiência até os 60 capítulos é Cordel encantado, com 25,9 pontos. Por conta da baixa audiência, a história, ainda de acordo com o site, já teria se tornado a nova piada da emissora e ganhado apelidos debochados, como “Meu ibopinho no chão”. A novela vai terminar em agosto.
VILÃOZINHO CONSEGUE
ASSUSTAR GENTE GRANDE
Jorge (Léo Belmonte), vilão de Patrulha salvadora, tentará recapturar Adriano (Konstantino Atanassopulos), que fugiu do galpão. No episódio que vai ao ar sábado, às 20h30, no SBT/Alterosa, ele também fará prisioneiros novamente a delegada Olívia (Noemi Gerbelli), a investigadora Matilde (Ilana Kaplan) e o carcereiro Jurandir (Carlinhos Aguiar) do Extratogésimo Sexto Distrito Policial. O vilãozinho se sentirá mais livre para tentar atacar a Patrulha, que agora é a única esperança de salvação da cidade de Kauzópolis. Como se não bastasse, Jorge se junta a “Orgulho” e se torna o destruidor “Jorgulho”.
ASSÉDIO BOMBA!
O bronco e machão Jairo, personagem de Em família (Globo), pode até irritar a mulherada em cena, mas fora da ficção, seu intérprete, Marcello Melo Jr, está batendo um bolão! O próprio ator confirma à edição da revista Contigo! desta semana que o assédio aumentou. “A mulherada, mesmo aqui do Vidigal, cai mais em cima quando vê a gente na TV. Carol já conhece bastante esse universo, a gente conversa, ela comenta, critica as cenas que faço”, conta o ator referindo-se à namorada, Caroline Alves. Junto há dois anos, o casal divide o mesmo apartamento. “A gente está começando a criar essa relação de casal, de morar junto, inclusive. Ela já entendeu mesmo como funciona a minha vida”, garantiu. Esta semana, na participação no programa Encontro com Fátima Bernardes (Globo), Marcello revelou o perfil das mulheres que o abordam nas ruas: “As senhoras de idade. Teve uma senhora de 80 anos que disse ‘se o Jairo me agarra como você agarra a Juliana (Vanessa Gerbelli) eu me casava com ele’”.
VIVA
Marília Pêra sempre maravilhosa. Foi uma rápida aparição no final do episódio de Pé na cova (Globo) anteontem, mas o retorno de Darlene, com copo e tudo na mão, já mostrou que ela voltou com tudo!
VAIA
Nada a ver Jorge (Fábio Assunção) e Flavinha (Fernanda Freitas) em Tapas & beijos (Globo). O casal não tem química e a trama da mulher do Djalma (Otávio Müller) na boate já deu o que tinha que dar.
MANIFESTANTES NAS RUAS
CONTRA A COPA DE NOVO
O Jornal da Alterosa – 1ª edição vai mostrar hoje os preparativos para o dia de manifestações contra a Copa do Mundo. De um lado os movimentos populares; de outro, a Polícia Militar. A expectativa é de que tudo transcorra sem incidentes, sem atos de violência e vandalismo. Até porque, a Justiça está acompanhando der perto dodos os lances. A Seleção Brasileira joga sábado, no Mineirão, contra o Chile, pelas oitavas de final do Mundial. Confira às 12h40, logo depois do Alterosa esporte.
MEU PEDACINHO DE CHÃO
GANHA APELIDO DEBOCHADO
A novela Meu pedacinho de chão (Globo), remake de Benedito Ruy Barbosa e direção de Luiz Fernando Carvalho, registra a pior audiência de uma novela das 18h, segundo o site Notícias da TV. No dia 19 de junho, por exemplo, marcou 17,7 pontos, quando foi ao ar o capítulo 60. Duas tramas anteriores, Joia rara e Flor do Caribe, a título de comparação, registraram, respectivamente, 18,4 e 21,2 pontos. A de maior audiência até os 60 capítulos é Cordel encantado, com 25,9 pontos. Por conta da baixa audiência, a história, ainda de acordo com o site, já teria se tornado a nova piada da emissora e ganhado apelidos debochados, como “Meu ibopinho no chão”. A novela vai terminar em agosto.
VILÃOZINHO CONSEGUE
ASSUSTAR GENTE GRANDE
Jorge (Léo Belmonte), vilão de Patrulha salvadora, tentará recapturar Adriano (Konstantino Atanassopulos), que fugiu do galpão. No episódio que vai ao ar sábado, às 20h30, no SBT/Alterosa, ele também fará prisioneiros novamente a delegada Olívia (Noemi Gerbelli), a investigadora Matilde (Ilana Kaplan) e o carcereiro Jurandir (Carlinhos Aguiar) do Extratogésimo Sexto Distrito Policial. O vilãozinho se sentirá mais livre para tentar atacar a Patrulha, que agora é a única esperança de salvação da cidade de Kauzópolis. Como se não bastasse, Jorge se junta a “Orgulho” e se torna o destruidor “Jorgulho”.
ASSÉDIO BOMBA!
O bronco e machão Jairo, personagem de Em família (Globo), pode até irritar a mulherada em cena, mas fora da ficção, seu intérprete, Marcello Melo Jr, está batendo um bolão! O próprio ator confirma à edição da revista Contigo! desta semana que o assédio aumentou. “A mulherada, mesmo aqui do Vidigal, cai mais em cima quando vê a gente na TV. Carol já conhece bastante esse universo, a gente conversa, ela comenta, critica as cenas que faço”, conta o ator referindo-se à namorada, Caroline Alves. Junto há dois anos, o casal divide o mesmo apartamento. “A gente está começando a criar essa relação de casal, de morar junto, inclusive. Ela já entendeu mesmo como funciona a minha vida”, garantiu. Esta semana, na participação no programa Encontro com Fátima Bernardes (Globo), Marcello revelou o perfil das mulheres que o abordam nas ruas: “As senhoras de idade. Teve uma senhora de 80 anos que disse ‘se o Jairo me agarra como você agarra a Juliana (Vanessa Gerbelli) eu me casava com ele’”.
VIVA
Marília Pêra sempre maravilhosa. Foi uma rápida aparição no final do episódio de Pé na cova (Globo) anteontem, mas o retorno de Darlene, com copo e tudo na mão, já mostrou que ela voltou com tudo!
VAIA
Nada a ver Jorge (Fábio Assunção) e Flavinha (Fernanda Freitas) em Tapas & beijos (Globo). O casal não tem química e a trama da mulher do Djalma (Otávio Müller) na boate já deu o que tinha que dar.
Amazônia, coprodução entre Brasil e França, estreia hoje em 200 salas
História animal
Amazônia, coprodução entre Brasil e França, estreia hoje em 200 salas. Já vendido para 65 países, filme narra a história de um macaco-prego em meio a cenas documentais
Mariana Peixoto
Estado de Minas: 26/06/2014
Animal domesticado criado no Rio de Janeiro vai parar na floresta amazônica e, sozinho depois de um acidente aéreo, tenta sobreviver. Não fosse o fato de ele estar sem companhia, tal sinopse cairia à perfeição com a de Rio 2, sequência da animação sobre a ararinha-azul Blu. Nesse ponto, Amazônia, que estreia hoje em 200 salas no país, é muito semelhante ao filme de Carlos Saldanha. Mas somente aí, pois em todo o restante, o longa-metragem dirigido pelo francês Thierry Ragobert (do documentário O planeta branco, panorama sobre as mudanças no Ártico) é singular. Maior coprodução já realizada no país – o filme franco-brasileiro custou R$ 26 milhões –, foi filmada em 3D durante três anos na Amazônia. Noventa e nove por cento das cenas foram realizadas com animais da floresta. Seu protagonista é um macaco-prego, que na versão nacional ganhou o nome de Castanha.
Já vendido para 65 países, Amazônia participou dos festivais de Veneza (onde levou o prêmio WWF de ambiente) e Toronto. Estreou na França no fim de 2013. Agora, além do Brasil, está chegando à Itália e à Alemanha. Cada um, por sinal, traz a sua própria visão da trajetória do macaquinho. Na brasileira, a narração coube ao ator Lúcio Mauro Filho, que encarna a persona de Castanha de uma maneira própria para atingir o público infantil. Por outro lado, na França não houve narração, fazendo com que a produção tivesse um viés mais contemplativo.
“Fizemos um acordo muito legal com os franceses, de que trabalharíamos a quatro mãos também criativamente. O diretor é francês, mas o roteirista é o Luiz Bolognesi (que dirigiu a recente animação Uma história de amor e fúria), que trouxe toda a ficção do filme. O que diferencia Amazônia de um documentário é que, além de acompanhar a trajetória do macaco, nos emocionamos e divertimos com ele”, afirma Fabiano Gullane, da Gullane, produtora brasileira que se uniu à francesa Biloba Films para o projeto.
Desde pequeno vivendo com uma garotinha do Rio, Castanha é vendido para um circo de Manaus. Mas na chegada à floresta o avião em que estava cai. Único sobrevivente do acidente aéreo, ele tem que se virar num ambiente, à primeira vista, hostil. Além de ter que encontrar um lugar para viver e se alimentar, ele ainda procura companheiros, principalmente uma fêmea, já que está na época da reprodução. Com esse mote – e imagens que saltam aos olhos, sejam as aéreas da floresta e do rio, ou os closes de animais de pequeno e grande portes –, a narrativa de ficção com imagens reais consegue segurar a atenção pela dramaturgia, ainda que com um tom bastante infantil. Araquém Alcântara, especialista em fotografia de natureza e um dos nomes que mais registrou a Amazônia, atuou como consultor da produção.
Bolognesi escreveu o roteiro, as falas de Castanha foram criadas por José Roberto Torero. “Tinha que fazer um roteiro que fosse tanto crível quanto filmável. Pesquisei muito sobre o comportamento dos animais, tanto que a dramaturgia respeita o comportamento deles. Por exemplo, todo bando de macacos tem um macho alfa, que expulsa os mais jovens quando eles entram na maturidade sexual”, comenta Bolognesi. Em Amazônia, Castanha cai de amores pela macaquinha Gaia, que ganhou a voz da atriz Isabelle Drummond. Logicamente, ele sofre para poder ficar com a parceira, já que no bando dela um macaco veterano, chamado por ele de Cabeça Preta, impede qualquer aproximação.
Para além do lado mais científico da vida animal, Bolognesi também foi atrás de relatos folclóricos. “Conversei com muitos caboclos e, na visão deles, o macaco é um bicho muito importante. Mesmo não sendo o mais forte, ele tem prestígio, porque engana todo mundo.” Há uma cena, em que Castanha passa a perna numa onça, que foi inspirada em depoimentos de moradores da floresta.
Na árvore
Filmar na Amazônia já é complicado. Fazer um filme em 3D e somente com animais, mais ainda. O longa-metragem demandou sete longos meses de produção. Somente para as filmagens, foram três. “(No filme) o macaco passa um ano inteiro na Amazônia. Então, precisávamos ter um momento de seca, outro de cheia”, explica Fabiano Gullane. Dessa maneira, em 2011 foram filmadas as imagens de seca, mais dentro da floresta. Para o segundo ano foram reservadas as cenas fluviais. Para tal, houve equipes filmando ao longo do eixo Manaus/São Gabriel da Cachoeira (no extremo Noroeste do Brasil) em três barcos que percorreram o Rio Negro. Já no ano passado, foram realizadas as imagens aéreas.
Para as filmagens, equipes diferentes trabalhavam. Uma mais dedicada aos planos longos, que utilizou equipamentos pesados, e uma segunda, com equipamento mais simplificado, que tinha um olhar mais documental. “Eram aqueles que dormiam em cima de árvore durante cinco dias. A gente os deixava num ponto da floresta e os buscava em outro”, relembra Gullane. A maior parte dos animais que enche a tela vive na floresta e foi filmada em observação. A exceção foram os macacos. Castanha foi “interpretado” por quatro espécimes de macaco-prego, todos vindos de universidades de Belém e Manaus. É fácil reconhecer o personagem em cena, já que, como vem de cativeiro, carrega uma coleira vermelha. “O roteiro final é muito parecido com o filme, mas foram raros os dias em que a programação de filmagem ocorreu como imaginamos”, completa Gullane.
Números de Amazônia
3
anos de filmagem
45
toneladas de equipamentos
R$ 26
milhões de custo
200
pessoas na equipe
150
macacos foram testados
100
espécies de animais estão no filme
Amazônia, coprodução entre Brasil e França, estreia hoje em 200 salas. Já vendido para 65 países, filme narra a história de um macaco-prego em meio a cenas documentais
Mariana Peixoto
Estado de Minas: 26/06/2014
O filme "Amazônia" narra a aventura de Castanha, um macaco prego domesticado criado no Rio e vai parar na floresta amazônica e, sozinho depois de um acidente aéreo, tenta sobreviver |
Franco-brasileiro, o filme custou R$ 26 milhões %u2013, foi filmada em 3D durante três anos na Amazônia |
O fotógrafo Araquém Alcântara, um dos produtores do filme, e ajudou a registrar o visual da região, habitada por macacos, onças e botos |
Animal domesticado criado no Rio de Janeiro vai parar na floresta amazônica e, sozinho depois de um acidente aéreo, tenta sobreviver. Não fosse o fato de ele estar sem companhia, tal sinopse cairia à perfeição com a de Rio 2, sequência da animação sobre a ararinha-azul Blu. Nesse ponto, Amazônia, que estreia hoje em 200 salas no país, é muito semelhante ao filme de Carlos Saldanha. Mas somente aí, pois em todo o restante, o longa-metragem dirigido pelo francês Thierry Ragobert (do documentário O planeta branco, panorama sobre as mudanças no Ártico) é singular. Maior coprodução já realizada no país – o filme franco-brasileiro custou R$ 26 milhões –, foi filmada em 3D durante três anos na Amazônia. Noventa e nove por cento das cenas foram realizadas com animais da floresta. Seu protagonista é um macaco-prego, que na versão nacional ganhou o nome de Castanha.
Já vendido para 65 países, Amazônia participou dos festivais de Veneza (onde levou o prêmio WWF de ambiente) e Toronto. Estreou na França no fim de 2013. Agora, além do Brasil, está chegando à Itália e à Alemanha. Cada um, por sinal, traz a sua própria visão da trajetória do macaquinho. Na brasileira, a narração coube ao ator Lúcio Mauro Filho, que encarna a persona de Castanha de uma maneira própria para atingir o público infantil. Por outro lado, na França não houve narração, fazendo com que a produção tivesse um viés mais contemplativo.
“Fizemos um acordo muito legal com os franceses, de que trabalharíamos a quatro mãos também criativamente. O diretor é francês, mas o roteirista é o Luiz Bolognesi (que dirigiu a recente animação Uma história de amor e fúria), que trouxe toda a ficção do filme. O que diferencia Amazônia de um documentário é que, além de acompanhar a trajetória do macaco, nos emocionamos e divertimos com ele”, afirma Fabiano Gullane, da Gullane, produtora brasileira que se uniu à francesa Biloba Films para o projeto.
Desde pequeno vivendo com uma garotinha do Rio, Castanha é vendido para um circo de Manaus. Mas na chegada à floresta o avião em que estava cai. Único sobrevivente do acidente aéreo, ele tem que se virar num ambiente, à primeira vista, hostil. Além de ter que encontrar um lugar para viver e se alimentar, ele ainda procura companheiros, principalmente uma fêmea, já que está na época da reprodução. Com esse mote – e imagens que saltam aos olhos, sejam as aéreas da floresta e do rio, ou os closes de animais de pequeno e grande portes –, a narrativa de ficção com imagens reais consegue segurar a atenção pela dramaturgia, ainda que com um tom bastante infantil. Araquém Alcântara, especialista em fotografia de natureza e um dos nomes que mais registrou a Amazônia, atuou como consultor da produção.
Bolognesi escreveu o roteiro, as falas de Castanha foram criadas por José Roberto Torero. “Tinha que fazer um roteiro que fosse tanto crível quanto filmável. Pesquisei muito sobre o comportamento dos animais, tanto que a dramaturgia respeita o comportamento deles. Por exemplo, todo bando de macacos tem um macho alfa, que expulsa os mais jovens quando eles entram na maturidade sexual”, comenta Bolognesi. Em Amazônia, Castanha cai de amores pela macaquinha Gaia, que ganhou a voz da atriz Isabelle Drummond. Logicamente, ele sofre para poder ficar com a parceira, já que no bando dela um macaco veterano, chamado por ele de Cabeça Preta, impede qualquer aproximação.
Para além do lado mais científico da vida animal, Bolognesi também foi atrás de relatos folclóricos. “Conversei com muitos caboclos e, na visão deles, o macaco é um bicho muito importante. Mesmo não sendo o mais forte, ele tem prestígio, porque engana todo mundo.” Há uma cena, em que Castanha passa a perna numa onça, que foi inspirada em depoimentos de moradores da floresta.
Na árvore
Filmar na Amazônia já é complicado. Fazer um filme em 3D e somente com animais, mais ainda. O longa-metragem demandou sete longos meses de produção. Somente para as filmagens, foram três. “(No filme) o macaco passa um ano inteiro na Amazônia. Então, precisávamos ter um momento de seca, outro de cheia”, explica Fabiano Gullane. Dessa maneira, em 2011 foram filmadas as imagens de seca, mais dentro da floresta. Para o segundo ano foram reservadas as cenas fluviais. Para tal, houve equipes filmando ao longo do eixo Manaus/São Gabriel da Cachoeira (no extremo Noroeste do Brasil) em três barcos que percorreram o Rio Negro. Já no ano passado, foram realizadas as imagens aéreas.
Para as filmagens, equipes diferentes trabalhavam. Uma mais dedicada aos planos longos, que utilizou equipamentos pesados, e uma segunda, com equipamento mais simplificado, que tinha um olhar mais documental. “Eram aqueles que dormiam em cima de árvore durante cinco dias. A gente os deixava num ponto da floresta e os buscava em outro”, relembra Gullane. A maior parte dos animais que enche a tela vive na floresta e foi filmada em observação. A exceção foram os macacos. Castanha foi “interpretado” por quatro espécimes de macaco-prego, todos vindos de universidades de Belém e Manaus. É fácil reconhecer o personagem em cena, já que, como vem de cativeiro, carrega uma coleira vermelha. “O roteiro final é muito parecido com o filme, mas foram raros os dias em que a programação de filmagem ocorreu como imaginamos”, completa Gullane.
Números de Amazônia
3
anos de filmagem
45
toneladas de equipamentos
R$ 26
milhões de custo
200
pessoas na equipe
150
macacos foram testados
100
espécies de animais estão no filme
O feio morreu - Cinema perde Eli Wallach
Cinema perde Eli Wallach, de 98 anos,
ator norte-americano que fez mais de 150 papéis, atuou até os 90 e se
tornou conhecido pelo western spaghetti Três homens em conflito, de
Sergio Leone
Estado de Minas: 26/06/2014
Hollywood
perdeu uma de suas maiores estrelas. Eli Walach morreu aos 98 anos,
como informou sua filha Katherine Wallach ao jornal The New York Times.
As causas da morte ainda não são conhecidas. Norte-americano de origem
judaica, o veterano Eli Walach ficou famoso pela atuação no western
spaghetti italiano Três homens em conflito (The good, the bad and the
ugly, 1966), último filme da trilogia dos dólares de Sergio Leone e
apontado pela crítica e pelos fãs como um dos melhores westerns de toda a
história do cinema.
No filme, considerado o primeiro do gênero, Wallach interpretou o bandido mexicano Tuco, que acompanhava Clint Eastwood e Lee van Cleef. Os três pistoleiros competem para descobrir uma fortuna em ouro confederado enterrada. Tudo em meio ao violento caos de tiroteios, enforcamentos, batalhas da Guerra Civil americana e campos de prisioneiros.
Um dos mais produtivos atores de todos os tempos, Eli Wallach atuou em mais de 150 papéis, tanto no cinema como em séries televisivas, e trabalhou ao lado de estrelas como Francis Ford Coppola, Michael Douglas, John Ford, Clark Gable, John Huston, Sergio Leone, Marilyn Monroe, Al Pacino, Gregory Peck e Kate Winslet, além do já citado Clint.
O ator nunca foi indicado ao Oscar, mas, em 2010, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas concedeu a ele um prêmio honorário. E o definiu como "um verdadeiro camaleão, que podia encarnar um espectro de personagens sem qualquer tipo de esforço, sem esquecer de deixar sua inimitável marca em cada um deles". As últimas aparições do ator foram em 2010, nos filmes Wall Street: o dinheiro nunca dorme e O amor não tira férias.
A carreira Nascido no Brooklyn em 1915, Wallach também teve uma sólida carreira no teatro e na televisão. Casado e com três filhos, estreou como ator de teatro antes de entrar, em 1948, para o respeitado Actors Studio. Em 1950, ganhou um Tony, o Oscar do teatro, por seu papel em A rosa tatuada, de Tennessee Williams, no qual interpretou um motorista de caminhão que conquista uma viúva italiana. A atriz que contracenou com ele, Maureen Stapleton, também ganhou um Tony por seu papel.
Com mais de 40 anos, Eli Wallach estreou no cinema, em 1956, com Boneca de carne, sob direção de Elia Kazan. Atuou no clássico Sete homens e um destino, de John Sturges (1960), junto a grandes figuras como Yul Brynner, Steve McQueen, Charles Bronson, James Cobourn e Robert Vaughn. Também participou de Os desajustados, de John Huston (1961), junto com Clark Gable e Marilyn Monroe; Lord Jim, de Richard Brooks (1965), ao lado de Peter O’Toole; e em Como roubar um milhão de dólares, de William Wyller (1966), com Audrey Hepburn e novamente Peter O’Toole.
Mas foi seu papel de Tuco, um bandido com a cabeça a prêmio, cúmplice de Blondie (Clint Eastwood) e Angel Eyes (Lee van Cleef) em Três homens em conflito que ele conquistou a fama mundial. A trama ocorre durante a Guerra de Secessão dos Estados Unidos, e os protagonistas (Blondie é o bom, Angel Eyes é o mau, e Tuco o feio, do título original) são, respectivamente, um caçador de recompensas, um assassino disfarçado de sargento do Norte e um ladrão que busca um tesouro em moedas de ouro que nenhum deles pode encontrar sem a ajuda do outro, por isso, ao menos aparentemente, colaboraram entre si.
Lançado em 1966, Três homens em conflito é a terceira parte da trilogia do dólar, do diretor italiano Sergio Leone, que já havia reunido Eastwood con Lee van Cleef em Por um punhado de dólares a mais (1965) e com Gian Maria Volonte em Por um punhado de dólares (1964). Os três filmes com a trilha sonora magistral de Enio Morricone. Do filme de 1966, atualmente estão vivos Eastwood e Morricone. De Sete homens e um destino, o único sobrevivente é Robert Vaughn, de 81 anos.
Wallach também atuou em O poderoso chefão 3, de Francis Ford Coppola (1990), onde encarnou Joe Altobello. Ele atuou também em um dos grandes sucessos do cinema francês, O cérebro (1969), de Gérard Oury, com Jean-Paul Belmondo, Bourvil e David Niven.
Estado de Minas: 26/06/2014
Wallach ganhou fama interpretando o bandido mexicano Tuco |
No filme, considerado o primeiro do gênero, Wallach interpretou o bandido mexicano Tuco, que acompanhava Clint Eastwood e Lee van Cleef. Os três pistoleiros competem para descobrir uma fortuna em ouro confederado enterrada. Tudo em meio ao violento caos de tiroteios, enforcamentos, batalhas da Guerra Civil americana e campos de prisioneiros.
Um dos mais produtivos atores de todos os tempos, Eli Wallach atuou em mais de 150 papéis, tanto no cinema como em séries televisivas, e trabalhou ao lado de estrelas como Francis Ford Coppola, Michael Douglas, John Ford, Clark Gable, John Huston, Sergio Leone, Marilyn Monroe, Al Pacino, Gregory Peck e Kate Winslet, além do já citado Clint.
O ator nunca foi indicado ao Oscar, mas, em 2010, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas concedeu a ele um prêmio honorário. E o definiu como "um verdadeiro camaleão, que podia encarnar um espectro de personagens sem qualquer tipo de esforço, sem esquecer de deixar sua inimitável marca em cada um deles". As últimas aparições do ator foram em 2010, nos filmes Wall Street: o dinheiro nunca dorme e O amor não tira férias.
A carreira Nascido no Brooklyn em 1915, Wallach também teve uma sólida carreira no teatro e na televisão. Casado e com três filhos, estreou como ator de teatro antes de entrar, em 1948, para o respeitado Actors Studio. Em 1950, ganhou um Tony, o Oscar do teatro, por seu papel em A rosa tatuada, de Tennessee Williams, no qual interpretou um motorista de caminhão que conquista uma viúva italiana. A atriz que contracenou com ele, Maureen Stapleton, também ganhou um Tony por seu papel.
Com mais de 40 anos, Eli Wallach estreou no cinema, em 1956, com Boneca de carne, sob direção de Elia Kazan. Atuou no clássico Sete homens e um destino, de John Sturges (1960), junto a grandes figuras como Yul Brynner, Steve McQueen, Charles Bronson, James Cobourn e Robert Vaughn. Também participou de Os desajustados, de John Huston (1961), junto com Clark Gable e Marilyn Monroe; Lord Jim, de Richard Brooks (1965), ao lado de Peter O’Toole; e em Como roubar um milhão de dólares, de William Wyller (1966), com Audrey Hepburn e novamente Peter O’Toole.
Mas foi seu papel de Tuco, um bandido com a cabeça a prêmio, cúmplice de Blondie (Clint Eastwood) e Angel Eyes (Lee van Cleef) em Três homens em conflito que ele conquistou a fama mundial. A trama ocorre durante a Guerra de Secessão dos Estados Unidos, e os protagonistas (Blondie é o bom, Angel Eyes é o mau, e Tuco o feio, do título original) são, respectivamente, um caçador de recompensas, um assassino disfarçado de sargento do Norte e um ladrão que busca um tesouro em moedas de ouro que nenhum deles pode encontrar sem a ajuda do outro, por isso, ao menos aparentemente, colaboraram entre si.
Lançado em 1966, Três homens em conflito é a terceira parte da trilogia do dólar, do diretor italiano Sergio Leone, que já havia reunido Eastwood con Lee van Cleef em Por um punhado de dólares a mais (1965) e com Gian Maria Volonte em Por um punhado de dólares (1964). Os três filmes com a trilha sonora magistral de Enio Morricone. Do filme de 1966, atualmente estão vivos Eastwood e Morricone. De Sete homens e um destino, o único sobrevivente é Robert Vaughn, de 81 anos.
Wallach também atuou em O poderoso chefão 3, de Francis Ford Coppola (1990), onde encarnou Joe Altobello. Ele atuou também em um dos grandes sucessos do cinema francês, O cérebro (1969), de Gérard Oury, com Jean-Paul Belmondo, Bourvil e David Niven.
Eduardo Almeida Reis - Saque e melancia
Saque e melancia
Estado de Minas 26/06/2014
Não sei se o fenômeno continua sendo universal ou limitado a poucos países, entre os quais o grande e bobo que você conhece muito bem. O certo é que os saques me assustam e intrigam. Basta que um caminhão tombe, espalhando sua carga pelo chão, para que surjam diversos “donos” dos produtos esparramados. Nas cidades ou no campo, gente até então pacata e ordeira não se acanha de roubar a carga. Meu sócio numa granja de galinhas comprou, por uma tuta e meia, um metro cúbico de tabaco para cachimbo, Half and Half tobacco, made in USA, “obtido” por um vizinho quando tombou lá perto da granja um caminhão com produtos contrabandeados. Metro cúbico de fumo para cachimbo é volume que impressiona, posso afiançar.
Especifiquei o fenômeno dos saques atuais porque a história da humanidade, toda ela, foi uma sucessão de saques, pilhagens, sequestros, assassinatos, mas não vivemos há 10 ou 20 séculos e sim no ano 2014 d.C. Todos os dias, ou quase todos, temos notícia de cargas saqueadas aqui e ali, eventualmente acolá.
Pela greve da PM de Pernambuco, parte da população saqueou lojas e supermercados. Faz parte. Foi assim na Bahia e será nos estados em que as PMs venham a fazer greves; inconstitucionais, mas fazem. Ganhando pouco, policiais são chamados somente para resolver pepinos, morrem às dúzias e não têm obrigação de conhecer a Constituição de 1988 como alguns dos ministros do STF. Não todos, é verdade, mas alguns conhecem.
Impressionou-me, no saque de um supermercado pernambucano, a demonstração de virilidade dos cidadãos locais. Limparam tudo, mas tudo mesmo, de uma loja imensa, e deixaram belo pedaço de melancia. Considerando que o fruto é remédio para disfunção erétil, sinônimo de impotência, os pernambucanos deram a entender que não dependem de adjutório medicamentoso para o exercício daquele delicioso mister.
Mister (é), minha gente: ofício, em nosso idioma desde o século 14. Não confundir com o inglês mister, tratamento respeitoso formal, usado nos países de língua inglesa e internacionalmente, geralmente abreviado Mr., que antecede o nome completo ou o sobrenome de um homem, ou determinadas designações oficiais.
Gratidão
Quando há dinheiro em jogo, gratidão é moeda que não vale nada. O argentino Lionel Andrés Messi, menino subnutrido, tinha imenso talento para jogar futebol. Foi contratado pelo Barcelona, levado para a Espanha com a família, alimentado, tratado, burilado e se transformou no melhor jogador do mundo.
Está rico, riquíssimo, milionário aos 27 anos (completados anteontem). Seu contrato com o clube, que terminava em 2018, estipulava multa rescisória de 250 milhões de euros, cerca de R$ 750 milhões. Nascido em junho de 1987, Messi terá 31 anos em 2018. Ao longo da temporada europeia, que terminou recentemente, ele e seu pai, Jorge Messi, exigiram aumento salarial; os jornais disseram que o argentino ameaçava deixar o clube se não houvesse acordo.
Falavam os jornais da exigência de salários da ordem de R$ 61 milhões por ano, fora os direitos de imagem. O craque havia renovado seu contrato seis vezes com o Barcelona. Em comunicado e sem especificar os valores, o clube vem de anunciar a sétima renovação do contrato do atleta, que lá está desde os 13 anos.
Parece-me – e o leitor talvez concorde comigo –, que o Barcelona deve muito ao futebol de Messi, assim como o craque deve muito ao clube, que o acolheu, alimentou e recriou, deixando-o em condições físicas de brilhar nos gramados do mundo inteiro. Nessas horas, gratidão deveria ser estrada de mão dupla, mas o argentino e seu pai não parecem acreditar nisso.
Tudo bem que o rapaz, se tudo correr bem, só possa contar com sete ou oito anos de carreira a partir de hoje. Mas tem dinheiro para três gerações e devia pensar no muito que deve ao Barcelona.
O mundo é uma bola
26 de junho de 363: o imperador romano Juliano é morto durante uma retirada, com o seu Exército, do Império Sassânida. Ainda no campo de batalha, as tropas proclamam imperador o general Joviano. Ate aí, tudo bem: são coisas que acontecem. O diabo é que não faço a menor ideia do que tenha sido o Império Sassânida, como presumo que o leitor também não faça.
Por isso, recorro à Wikipédia para aprender que o Império Sassânida foi o último Império Persa pré-islâmico. Governado pela Dinastia Sassânida (224-651), sucedeu ao Império Parta e foi reconhecido como uma das principais potências da Ásia Ocidental e da Central, juntamente com o Império Romano-Bizantino, por um período de mais de 400 anos.
Após a queda do Império Arsácida e a derrota do seu último imperador, Artabano IV, o Império Sassânida foi fundado por Artaxes I, nome que deriva do persa Ardaxser, “o que tem a Ordem Divina como seu reino”. Artaxes descendia de uma linhagem de sacerdotes zoroastristas governantes da província de Pars, berço do Império Persa. Seu avô paterno foi Sassan, grande sacerdote do Templo da Anahita, e seu pai foi Papag, que depôs o rei de Pars, vassalo do Império Parta, e assumiu o trono. Depois dessa aula de história informo que hoje é o Dia do Professor de Geografia.
Ruminanças
“Muitos países resistem a vulcões, tornados, terremotos, tsunamis e conseguem prosperar. Difícil, mesmo, é prosperar com o Mantega” (R. Manso Neto).
Não sei se o fenômeno continua sendo universal ou limitado a poucos países, entre os quais o grande e bobo que você conhece muito bem. O certo é que os saques me assustam e intrigam. Basta que um caminhão tombe, espalhando sua carga pelo chão, para que surjam diversos “donos” dos produtos esparramados. Nas cidades ou no campo, gente até então pacata e ordeira não se acanha de roubar a carga. Meu sócio numa granja de galinhas comprou, por uma tuta e meia, um metro cúbico de tabaco para cachimbo, Half and Half tobacco, made in USA, “obtido” por um vizinho quando tombou lá perto da granja um caminhão com produtos contrabandeados. Metro cúbico de fumo para cachimbo é volume que impressiona, posso afiançar.
Especifiquei o fenômeno dos saques atuais porque a história da humanidade, toda ela, foi uma sucessão de saques, pilhagens, sequestros, assassinatos, mas não vivemos há 10 ou 20 séculos e sim no ano 2014 d.C. Todos os dias, ou quase todos, temos notícia de cargas saqueadas aqui e ali, eventualmente acolá.
Pela greve da PM de Pernambuco, parte da população saqueou lojas e supermercados. Faz parte. Foi assim na Bahia e será nos estados em que as PMs venham a fazer greves; inconstitucionais, mas fazem. Ganhando pouco, policiais são chamados somente para resolver pepinos, morrem às dúzias e não têm obrigação de conhecer a Constituição de 1988 como alguns dos ministros do STF. Não todos, é verdade, mas alguns conhecem.
Impressionou-me, no saque de um supermercado pernambucano, a demonstração de virilidade dos cidadãos locais. Limparam tudo, mas tudo mesmo, de uma loja imensa, e deixaram belo pedaço de melancia. Considerando que o fruto é remédio para disfunção erétil, sinônimo de impotência, os pernambucanos deram a entender que não dependem de adjutório medicamentoso para o exercício daquele delicioso mister.
Mister (é), minha gente: ofício, em nosso idioma desde o século 14. Não confundir com o inglês mister, tratamento respeitoso formal, usado nos países de língua inglesa e internacionalmente, geralmente abreviado Mr., que antecede o nome completo ou o sobrenome de um homem, ou determinadas designações oficiais.
Gratidão
Quando há dinheiro em jogo, gratidão é moeda que não vale nada. O argentino Lionel Andrés Messi, menino subnutrido, tinha imenso talento para jogar futebol. Foi contratado pelo Barcelona, levado para a Espanha com a família, alimentado, tratado, burilado e se transformou no melhor jogador do mundo.
Está rico, riquíssimo, milionário aos 27 anos (completados anteontem). Seu contrato com o clube, que terminava em 2018, estipulava multa rescisória de 250 milhões de euros, cerca de R$ 750 milhões. Nascido em junho de 1987, Messi terá 31 anos em 2018. Ao longo da temporada europeia, que terminou recentemente, ele e seu pai, Jorge Messi, exigiram aumento salarial; os jornais disseram que o argentino ameaçava deixar o clube se não houvesse acordo.
Falavam os jornais da exigência de salários da ordem de R$ 61 milhões por ano, fora os direitos de imagem. O craque havia renovado seu contrato seis vezes com o Barcelona. Em comunicado e sem especificar os valores, o clube vem de anunciar a sétima renovação do contrato do atleta, que lá está desde os 13 anos.
Parece-me – e o leitor talvez concorde comigo –, que o Barcelona deve muito ao futebol de Messi, assim como o craque deve muito ao clube, que o acolheu, alimentou e recriou, deixando-o em condições físicas de brilhar nos gramados do mundo inteiro. Nessas horas, gratidão deveria ser estrada de mão dupla, mas o argentino e seu pai não parecem acreditar nisso.
Tudo bem que o rapaz, se tudo correr bem, só possa contar com sete ou oito anos de carreira a partir de hoje. Mas tem dinheiro para três gerações e devia pensar no muito que deve ao Barcelona.
O mundo é uma bola
26 de junho de 363: o imperador romano Juliano é morto durante uma retirada, com o seu Exército, do Império Sassânida. Ainda no campo de batalha, as tropas proclamam imperador o general Joviano. Ate aí, tudo bem: são coisas que acontecem. O diabo é que não faço a menor ideia do que tenha sido o Império Sassânida, como presumo que o leitor também não faça.
Por isso, recorro à Wikipédia para aprender que o Império Sassânida foi o último Império Persa pré-islâmico. Governado pela Dinastia Sassânida (224-651), sucedeu ao Império Parta e foi reconhecido como uma das principais potências da Ásia Ocidental e da Central, juntamente com o Império Romano-Bizantino, por um período de mais de 400 anos.
Após a queda do Império Arsácida e a derrota do seu último imperador, Artabano IV, o Império Sassânida foi fundado por Artaxes I, nome que deriva do persa Ardaxser, “o que tem a Ordem Divina como seu reino”. Artaxes descendia de uma linhagem de sacerdotes zoroastristas governantes da província de Pars, berço do Império Persa. Seu avô paterno foi Sassan, grande sacerdote do Templo da Anahita, e seu pai foi Papag, que depôs o rei de Pars, vassalo do Império Parta, e assumiu o trono. Depois dessa aula de história informo que hoje é o Dia do Professor de Geografia.
Ruminanças
“Muitos países resistem a vulcões, tornados, terremotos, tsunamis e conseguem prosperar. Difícil, mesmo, é prosperar com o Mantega” (R. Manso Neto).
Marco Civil da Internet já vigora e garante direitos do usuário
Um avanço democrático
Marco Civil da Internet já vigora e garante direitos do usuário
Leonardo Bortoletto
Vice-presidente-executivo da Associação de Usuários de Informática e Telecomunicações (Sucesu) Minas
Estado de Minas: 26/06/2014
O Marco Civil da Internet entrou em vigor segunda-feira (23/6). A Lei nº 12.965, sancionada em abril pela presidente Dilma Rousseff, estabelece direitos e deveres na utilização da internet no Brasil. Ao entrar em vigor, ficou determinado o sigilo das comunicações de todos os internautas, a transparência nos contratos de prestação de serviço e a neutralidade da rede. A agência global Burrson-Marsteler realizou uma pesquisa para analisar o sentimento e a reação das pessoas sobre a aprovação do marco civil em redes sociais, blogs e imprensa on-line. O estudo identificou 11.813 publicações sobre o assunto entre os dias 18 de março e 17 de abril. O projeto teve apoio de 69% dos internautas, sendo 21% contra e 10% de posts neutros. A análise demonstrou grande apoio da população em relação à aprovação do marco civil.
A implementação da lei é importante para toda a população e trará mudanças positivas para os usuários de internet no Brasil. Os três pilares fundamentais que regerão o uso da web no país são a neutralidade de rede, a privacidade e a retirada de conteúdo. A neutralidade foi um dos pontos mais discutidos durante a aprovação do marco civil. O texto evidencia que nenhuma empresa poderá criar barreiras para algum tipo de conteúdo e beneficiar empresas parceiras com qualquer interesse financeiro.
O pilar referente à privacidade determina que todos os usuários de internet tenham sigilo sobre seus dados. A lei proíbe vigiar, analisar ou fiscalizar o conteúdo acessado pelos internautas, evitando o monitoramento cibernético. A única quebra do sigilo de dados autorizada pela legislação ocorrerá em casos de ordem judicial para fins de investigação criminal ou quando solicitada pelo próprio usuário.
Outro ponto importante do marco civil é a retirada de conteúdo da rede. Nesse caso, fica garantida a liberdade de expressão na web. Os conteúdos publicados por internautas não são mais de responsabilidade dos provedores, ou seja, não cabe ao provedor de rede escolher qual conteúdo fica ou não disponível. Os provedores também não podem influenciar nas manifestações dos internautas, o que acarreta mais liberdade para os usuários. A retirada só pode ser realizada por meio de uma ordem judicial que vai decidir se o conteúdo é ofensivo e denigre a pessoa. O provedor passa, ainda, a ser responsável pelo conteúdo se não acatar a ordem judicial exigindo a retirada das publicações. Há uma exceção nos casos que envolvem nudez e sexo. Esse tipo de conteúdo deve se tornar indisponível perante requerimento do interessado. Essa é uma medida que favorece as vítimas de vídeos pornográficos publicados sem autorização.
A mudança na postura do Google em relação à retirada de conteúdo dos seus serviços após a promulgação da lei já foi notada pelo Ministério Público Federal (MPF). Conteúdos que possuem cenas de nudez e sexo estão sendo retirados imediatamente, como determina a lei. O projeto partiu do clamor da sociedade civil visando assegurar que os direitos dos internautas estivessem garantidos. As mudanças decorrentes da aprovação do marco civil da internet são inúmeras e representam um avanço na democracia brasileira, principalmente porque, durante a criação do projeto de lei, houve uma série de discussões envolvendo diversos setores da sociedade.
Zona Mista
ZONA MISTA
Kelen Cristina
Estado de Minas: 26/06/2014
O lado doce do durão Chilavert
O ex-goleiro paraguaio José Luis Chilavert foi um jogador controverso e temperamental na mesma medida das grandes defesas que protagonizava em campo. Exímio cobrador de faltas e pênaltis, ele tem um currículo recheado também de confusões, como a cusparada no lateral brasileiro Roberto Carlos durante as Eliminatórias para a Copa de 2002. Fora das quatro linhas, no entanto, aos 48 anos, o paraguaio se deixa levar pela ternura e compaixão. Pelo menos no que se refere a defender atletas que também atuam sob as traves. Incomodado com as críticas ao espanhol Casillas, depois da eliminação da Fúria na primeira fase da Copa, Chilavert pediu ao diário Marca, um dos maiores da Espanha, que publicasse uma carta escrita de próprio punho direcionada ao colega. Nela, o ex-jogador, que está no Brasil como comentarista de uma rádio colombiana, se diz admirador de Casillas e transmite seu apoio ao arqueiro: “Hoje, algumas pessoas do futebol estão te criticando duramente, sobretudo e o mais incrível, em seu próprio país, onde deveriam te erguer um monumento. (…) Não se esqueça das alegrias que viveu e saiba que o mundo do futebol é ingrato. Para este humilde goleiro, você continua sendo o melhor do mundo”. Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás, já dizia Che.
Conexão Wimbledon–Amazônia
Em Londres para a disputa do charmoso torneio de Wimbledon, o tenista Roger Federer deixou a raquete de lado, reservando algumas horas do seu tempo para acompanhar o jogo entre Suíça e Honduras, em Manaus, pela Copa do Mundo. E não deve ter se arrependido. Fã confesso de futebol, ele admitiu, pelo Twitter, nervosismo pelo confronto em gramados brasileiros e registrou sua alegria em cada um dos três gols da seleção, marcados pelo destaque do time, Shaqiri.
Ligados no Brasil
A Copa do Mundo no Brasil está quebrando recordes de audiência mundo afora. O jogo decisivo entre Itália e Uruguai, na Arena das Dunas, foi o evento mais assistido na Itália desde 2012, com média de 19,3 milhões de telespectadores. Grécia x Costa do Marfim atraiu 2,5 milhões de pessoas na Grécia, audiência maior do que todas as partidas do Mundial de 2010, na África do Sul. Nos EUA, onde o futebol nem é o esporte mais popular, o sucesso também é total. A rede Univision, que transmite os confrontos do Mundial em espanhol, informou que 7,1 milhões de pessoas assistiram a Croácia x México. Entre os norte-americanos a Copa também tem garantido números expressivos, superando os das finais da NBA e da liga de beisebol.
Valderrama rubro-negro
Em visita à sede do Flamengo, na Gávea, o astro colombiano Valderrama não se intimidou e se infiltrou naquela que é considerada a melhor equipe rubro-negra de todos os tempos. Em um painel, ele acomodou sua vasta cabeleira ao lado de Júnior – onde há estrategicamente lugar para um 12º jogador, para satisfazer o sonho de quem quis integrar o time que na década de 1980 foi tricampeão brasileiro, levantou a taça da Libertadores e do Mundial. “Orgulhosamente feliz, meti minha cabeça aqui”, descreveu. Valderrama também não perdeu a chance de tirar uma foto ao lado da estátua de Zico.
Churrasco
A classificação do Uruguai às oitavas de final da Copa do Mundo, com a sofrida vitória por 1 a 0 sobre a Itália, mereceu cardápio especial para os integrantes da Celeste Olímpica, ontem. Hospedados no Sehrs Natal Grand Hotel, na capital potiguar, eles saborearam um autêntico churrasco uruguaio, preparado pelo chef da delegação, Aldo Cauteruccio, à beira do mar.
BRASUCAS
Kelen Cristina
Estado de Minas: 26/06/2014
O lado doce do durão Chilavert
O ex-goleiro paraguaio José Luis Chilavert foi um jogador controverso e temperamental na mesma medida das grandes defesas que protagonizava em campo. Exímio cobrador de faltas e pênaltis, ele tem um currículo recheado também de confusões, como a cusparada no lateral brasileiro Roberto Carlos durante as Eliminatórias para a Copa de 2002. Fora das quatro linhas, no entanto, aos 48 anos, o paraguaio se deixa levar pela ternura e compaixão. Pelo menos no que se refere a defender atletas que também atuam sob as traves. Incomodado com as críticas ao espanhol Casillas, depois da eliminação da Fúria na primeira fase da Copa, Chilavert pediu ao diário Marca, um dos maiores da Espanha, que publicasse uma carta escrita de próprio punho direcionada ao colega. Nela, o ex-jogador, que está no Brasil como comentarista de uma rádio colombiana, se diz admirador de Casillas e transmite seu apoio ao arqueiro: “Hoje, algumas pessoas do futebol estão te criticando duramente, sobretudo e o mais incrível, em seu próprio país, onde deveriam te erguer um monumento. (…) Não se esqueça das alegrias que viveu e saiba que o mundo do futebol é ingrato. Para este humilde goleiro, você continua sendo o melhor do mundo”. Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás, já dizia Che.
Conexão Wimbledon–Amazônia
Em Londres para a disputa do charmoso torneio de Wimbledon, o tenista Roger Federer deixou a raquete de lado, reservando algumas horas do seu tempo para acompanhar o jogo entre Suíça e Honduras, em Manaus, pela Copa do Mundo. E não deve ter se arrependido. Fã confesso de futebol, ele admitiu, pelo Twitter, nervosismo pelo confronto em gramados brasileiros e registrou sua alegria em cada um dos três gols da seleção, marcados pelo destaque do time, Shaqiri.
Ligados no Brasil
A Copa do Mundo no Brasil está quebrando recordes de audiência mundo afora. O jogo decisivo entre Itália e Uruguai, na Arena das Dunas, foi o evento mais assistido na Itália desde 2012, com média de 19,3 milhões de telespectadores. Grécia x Costa do Marfim atraiu 2,5 milhões de pessoas na Grécia, audiência maior do que todas as partidas do Mundial de 2010, na África do Sul. Nos EUA, onde o futebol nem é o esporte mais popular, o sucesso também é total. A rede Univision, que transmite os confrontos do Mundial em espanhol, informou que 7,1 milhões de pessoas assistiram a Croácia x México. Entre os norte-americanos a Copa também tem garantido números expressivos, superando os das finais da NBA e da liga de beisebol.
Valderrama rubro-negro
Em visita à sede do Flamengo, na Gávea, o astro colombiano Valderrama não se intimidou e se infiltrou naquela que é considerada a melhor equipe rubro-negra de todos os tempos. Em um painel, ele acomodou sua vasta cabeleira ao lado de Júnior – onde há estrategicamente lugar para um 12º jogador, para satisfazer o sonho de quem quis integrar o time que na década de 1980 foi tricampeão brasileiro, levantou a taça da Libertadores e do Mundial. “Orgulhosamente feliz, meti minha cabeça aqui”, descreveu. Valderrama também não perdeu a chance de tirar uma foto ao lado da estátua de Zico.
Churrasco
A classificação do Uruguai às oitavas de final da Copa do Mundo, com a sofrida vitória por 1 a 0 sobre a Itália, mereceu cardápio especial para os integrantes da Celeste Olímpica, ontem. Hospedados no Sehrs Natal Grand Hotel, na capital potiguar, eles saborearam um autêntico churrasco uruguaio, preparado pelo chef da delegação, Aldo Cauteruccio, à beira do mar.
BRASUCAS
Meio time de desempregados
A primeira fase da Copa do Mundo de 2014 ainda se encerra hoje, mas já contabiliza cinco treinadores demissionários entre as seleções eliminadas da competição. Um dia depois de o italiano Cesare Prandelli anunciar a saída da Azzurra e de Sabri Lamouchi fazer o mesmo na Costa do Marfim, ontem foi a vez de o também italiano Alberto Zaccheroni se desligar do Japão, de o português Carlos Queiroz deixar o Irã e de o colombiano Luis Fernando Suárez renunciar ao comando de Honduras.
Mal na Seleção, bem no clube
O lateral-direito Juanfran e o armador Koke, eliminados da Copa com a Seleção da Espanha, renovaram contrato com o Atlético de Madrid, anunciou o clube ontem. “Só eu sei o que sinto por este clube, por estar aqui com essa camisa. Quero continuar crescendo como pessoa aqui e ficar por muitos anos. É difícil, mas temos de trabalhar para igualar a última temporada ou fazer melhor”, disse o armador de 22 anos, que renovou até 2019. Juanfran, de 29, assinou até 2018.
"Sou Mario Balotelli, tenho 23 anos e não escolhi ser italiano. Nasci e sempre vivi na Itália. Eu me empenhei com força para esta Copa e estou bravo e decepcionado comigo"
Resposta do atacante para as críticas de parte da torcida italiana
2.038.886
Público total dos 40 primeiros jogos do Mundial, segundo a Fifa
A primeira fase da Copa do Mundo de 2014 ainda se encerra hoje, mas já contabiliza cinco treinadores demissionários entre as seleções eliminadas da competição. Um dia depois de o italiano Cesare Prandelli anunciar a saída da Azzurra e de Sabri Lamouchi fazer o mesmo na Costa do Marfim, ontem foi a vez de o também italiano Alberto Zaccheroni se desligar do Japão, de o português Carlos Queiroz deixar o Irã e de o colombiano Luis Fernando Suárez renunciar ao comando de Honduras.
Mal na Seleção, bem no clube
O lateral-direito Juanfran e o armador Koke, eliminados da Copa com a Seleção da Espanha, renovaram contrato com o Atlético de Madrid, anunciou o clube ontem. “Só eu sei o que sinto por este clube, por estar aqui com essa camisa. Quero continuar crescendo como pessoa aqui e ficar por muitos anos. É difícil, mas temos de trabalhar para igualar a última temporada ou fazer melhor”, disse o armador de 22 anos, que renovou até 2019. Juanfran, de 29, assinou até 2018.
"Sou Mario Balotelli, tenho 23 anos e não escolhi ser italiano. Nasci e sempre vivi na Itália. Eu me empenhei com força para esta Copa e estou bravo e decepcionado comigo"
Resposta do atacante para as críticas de parte da torcida italiana
2.038.886
Público total dos 40 primeiros jogos do Mundial, segundo a Fifa
COLUNA DO JAECI » Ganhar ou perder não mudará a vida do povo
COLUNA DO JAECI »
Ganhar ou perder não mudará a vida do povo
"Como brasileiro e amante do futebol, torço para que a Seleção entre no rumo, vença o Chile e avance. Como analista, entretanto, percebo o quanto será difícil a missão"
"Como brasileiro e amante do futebol, torço para que a Seleção entre no rumo, vença o Chile e avance. Como analista, entretanto, percebo o quanto será difícil a missão"
Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 26/06/2014
E se o Brasil perder a
Copa dentro de casa mais uma vez?, perguntam-me leitores e leitoras.
Não vejo problema. “Futebol é a coisa mais importante entre as menos
importantes da vida”, dizia Arrigo Sacchi, técnico da Seleção Italiana
vice-campeã mundial em 1994. Minha vida e a sua também não mudará em
nada. Não desfilaremos em Ferraris, não andaremos em iates, não
compraremos mansões de filmes, não ganharemos US$ 50 milhões por ano,
não usaremos brincos de diamante.
Minha amiga Valentina Carvalho, jurista conceituada, em texto bem sensato sobre o que pensa de jogadores e treinadores de futebol, retrata exatamente a opinão da maioria esclarecida, mas, no país da fantasia, falcatrua e corrupção, atletas são endeusados como se não fossem de carne e osso ou não tivessem compromissos com a sociedade e com o fisco. Tenho pena deles. A maioria é analfabeta, tem chance de adquirir cultura na Europa, mas quer mesmo é se exibir com mulheres, quase sempre loiras, que põem verdadeiras patacas de diamantes nos dedos e se acham celebridades.
Gosto muito de comparar estilos e percebo nos jogadores europeus uma cultura inteiramente diferente, na forma de pensar, vestir e agir. Enquanto os italianos, eliminados precocemente da Copa, viajaram pelo país com ternos de cortes finos, os nossos trajavam bermudas. Enquanto os europeus tinham sempre um sorriso no rosto e a mão estendida para uma criança, os brasileiros usavam fones de ouvidos, com caras fechadas, justamente para fazer o contrário. Enquanto os de lá davam entrevistas coletivas com educação e cortesia, os de cá disparavam patadas na imprensa.
São esses os caras pelos quais torcemos? O que vai mudar na nossa vida se em 13 de julho eles erguerem o troféu da Fifa? Claro que desse “susto” não morreremos. Nosso time é muito fraco, mas no futebol há zebras e, curiosamente, se o Brasil vencer esta Copa, será uma delas. Não pela tradição, mas pela equipe, sem padrão de jogo, qualidade e jogadas ensaiadas.
Já escrevi diversas vezes que futebol é um mundo à parte da realidade dos seres normais. Como pode um país quebrado como a Espanha, onde o rei Juan Carlos acaba de abdicar, pagar 50 milhões de euros anuais a um jogador? Sabe-se que Real Madrid e Barcelona vivem em outro planeta, mas a todo instante a população espanhola reclama desse absurdo. Enquanto cientistas passam meses debruçados num laboratório em pesquisas e experiências que podem salvar a humanidade, ganhando US$ 5 mil ou US$ 10 mil mensais, os caras faturam fábulas para dar um chutinho na bola.
Essa ficção, porém, está com os dias contados. Os clubes europeus estão falidos. Donos do petróleo, os xeques árabes andam comprando equipes por toda a Europa. Manchester City, Paris Saint-Germain e Málaga já pertencem a eles. Só espero que na hora em que o petróleo secar, não venham lamentar. Pagar fortunas a jogadores e treinadores é imbecilidade.
Vejam bem: não sou contra ninguém ganhar bem, desde que dentro da realidade do país. Como pode um clube brasileiro pagar R$ 1 milhão por mês a um atleta? Paga porque o dinheiro não sai do bolso do presidente, que não tem responsabilidade fiscal. Pergunte a qualquer um deles se paga tanto ao CEO de sua empresa.
Para finalizar, como brasileiro e amante do futebol, torço para que a Seleção entre no rumo, vença o Chile e avance. Como analista, entretanto, percebo o quanto será difícil a missão. Temos time limitado, que depende única e exclusivamente de Neymar, excelente jogador, mas ainda não o craque que dizem ser. Pelo jeito, vai chegar lá, mas por enquanto, na minha visão crítica, ainda é preciso evoluir muito. Aqui, temos a mania de endeusar, de idolatrar o jogador, como se fosse um grande líder mundial.
Pense nisso, torcedor, não sofra por uma eventual eliminação. Como diz a música dos mineiros do Skank, “é apenas uma partida de futebol”. Nada mais.
Minha amiga Valentina Carvalho, jurista conceituada, em texto bem sensato sobre o que pensa de jogadores e treinadores de futebol, retrata exatamente a opinão da maioria esclarecida, mas, no país da fantasia, falcatrua e corrupção, atletas são endeusados como se não fossem de carne e osso ou não tivessem compromissos com a sociedade e com o fisco. Tenho pena deles. A maioria é analfabeta, tem chance de adquirir cultura na Europa, mas quer mesmo é se exibir com mulheres, quase sempre loiras, que põem verdadeiras patacas de diamantes nos dedos e se acham celebridades.
Gosto muito de comparar estilos e percebo nos jogadores europeus uma cultura inteiramente diferente, na forma de pensar, vestir e agir. Enquanto os italianos, eliminados precocemente da Copa, viajaram pelo país com ternos de cortes finos, os nossos trajavam bermudas. Enquanto os europeus tinham sempre um sorriso no rosto e a mão estendida para uma criança, os brasileiros usavam fones de ouvidos, com caras fechadas, justamente para fazer o contrário. Enquanto os de lá davam entrevistas coletivas com educação e cortesia, os de cá disparavam patadas na imprensa.
São esses os caras pelos quais torcemos? O que vai mudar na nossa vida se em 13 de julho eles erguerem o troféu da Fifa? Claro que desse “susto” não morreremos. Nosso time é muito fraco, mas no futebol há zebras e, curiosamente, se o Brasil vencer esta Copa, será uma delas. Não pela tradição, mas pela equipe, sem padrão de jogo, qualidade e jogadas ensaiadas.
Já escrevi diversas vezes que futebol é um mundo à parte da realidade dos seres normais. Como pode um país quebrado como a Espanha, onde o rei Juan Carlos acaba de abdicar, pagar 50 milhões de euros anuais a um jogador? Sabe-se que Real Madrid e Barcelona vivem em outro planeta, mas a todo instante a população espanhola reclama desse absurdo. Enquanto cientistas passam meses debruçados num laboratório em pesquisas e experiências que podem salvar a humanidade, ganhando US$ 5 mil ou US$ 10 mil mensais, os caras faturam fábulas para dar um chutinho na bola.
Essa ficção, porém, está com os dias contados. Os clubes europeus estão falidos. Donos do petróleo, os xeques árabes andam comprando equipes por toda a Europa. Manchester City, Paris Saint-Germain e Málaga já pertencem a eles. Só espero que na hora em que o petróleo secar, não venham lamentar. Pagar fortunas a jogadores e treinadores é imbecilidade.
Vejam bem: não sou contra ninguém ganhar bem, desde que dentro da realidade do país. Como pode um clube brasileiro pagar R$ 1 milhão por mês a um atleta? Paga porque o dinheiro não sai do bolso do presidente, que não tem responsabilidade fiscal. Pergunte a qualquer um deles se paga tanto ao CEO de sua empresa.
Para finalizar, como brasileiro e amante do futebol, torço para que a Seleção entre no rumo, vença o Chile e avance. Como analista, entretanto, percebo o quanto será difícil a missão. Temos time limitado, que depende única e exclusivamente de Neymar, excelente jogador, mas ainda não o craque que dizem ser. Pelo jeito, vai chegar lá, mas por enquanto, na minha visão crítica, ainda é preciso evoluir muito. Aqui, temos a mania de endeusar, de idolatrar o jogador, como se fosse um grande líder mundial.
Pense nisso, torcedor, não sofra por uma eventual eliminação. Como diz a música dos mineiros do Skank, “é apenas uma partida de futebol”. Nada mais.
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