segunda-feira, 1 de julho de 2013
Diagnóstico do egoísmo - Paulo Moreira Leite
Pesquisa do DataFolha mostra aquilo que todos poderiam adivinhar.
A aprovação e rejeição ao projeto de trazer médicos estrangeiros obedece a um critério básico.
Quem reside em regiões pobres e carentes é a favor da contratação de médicos estrangeiros.
Quem se encontra do outro lado da pirâmide, é contra.
No fundo, se há alguma revelação espantosa no levantamento, ela diz respeito ao egoísmo das classes que se situam nos patamares superiores da pirâmide. Segundo o DataFolha, a turma que é contra a importação de médicos leva uma vantagem de 2 pontos sobre aqueles que são a favor. Ficamos na margem de erro mas não deixa de ser espantoso.
Os dados objetivos mostram que o país tem a metade dos médicos que uma nação civilizada necessita. Não há o que discutir, não é preciso investigar nem apurar mais. O ponto básico é: faltam médicos. Mesmo que todos eles resolvessem, de uma hora para outra, ocupar os postos existentes, na periferia violenta de São Paulo e no interior da Amazônia, no Piauí e no sertão da Bahia, ainda assim a população não estaria bem atendida.
A experiência mostra que outros países conseguiram resolver o problema abrindo o mercado para profissionais estrangeiros. Na Europa e nos Estados Unidos, a parcela de médicos estrangeiros passa dos 20% e muitas vezes supera 30%.
Voltando a pesquisa de opinião.
No levantamento, aprendemos o seguinte. Uma maioria de pessoas que tem um doutor ao alcance do plano de saúde ou, quando o serviço particular fica travado, da conta bancária, não consegue reconhecer a necessidade urgente de quem não tem uma coisa nem outra.
Eles defendem o direito a própria vida e de suas famílias, muitas vezes com muito sacrifício, sem dúvida, mas não conseguem compreender as necessidades de quem não dispõe do mesmo conforto.
Também enxergo, nessa postura, um elemento de xenofobia, aquela reação irracional e preconceituosa contra estrangeiros – que muitos brasileiros já enfrentaram em suas imigrações pela Europa e Estados Unidos, e podem estar manifestando agora, quando se encontram do outro lado do balcão.
Compreendo que essa lógica é causa e efeito de um mundo de valores privados e responsabilidades que foram individualizadas.
O sujeito que compra por um serviço que um Outro pode obter de graça sente-se tratado injustamente, e até prejudicado. Compreende-se a razão material desse sentimento: o Estado brasileiro cobra, em impostos, muito mais do que retribui. Ainda que seja possível deduzir 100% dos gastos com saúde do imposto de renda, o que representa um grande alívio, temos uma situação também complicada, que só pode ser enfrentada com uma ampliação do Estado de Bem Estar Social, capaz de oferecer serviços bons para todos – inclusive para a classe média.
Neste momento, eu imaginava, honestamente, que num debate tão delicado, onde a presença de um médico pode representar a fronteira entre a vida e a morte, da própria pessoa, ou de seus parentes, muitas vezes de seus filhos, seria possível encontrar espaço para um postura um pouquinho mais solidária.
Obrigar as pessoas carentes a pagar pela própria carência é como responsabilizar doentes pela própria doença, pobres pela pobreza, os órfãos pelo abandono dos pais e assim por diante.
Claro que tem gente que pensa assim. Margareth Thatcher, por exemplo, formulou essa ideologia de forma crua quando disse que não existe essa “coisa que chamam de sociedade.”
Existe o que, então? Os indivíduos, as famílias. Um de seus autores preferidos, Adam Smith, dizia que o progresso da humanidade é produto da soma dos egoísmos individuais.
Mas essa é a Turma dos Outros que se danem Futebol Clube, como se dizia em teatros de vanguarda dos anos 1960, e sua atitude não ajudou a resolver nenhum problema sério.
Deixando de lado patologias desse tipo, que dificultam o simples convívio social entre pessoas e classes sociais diferentes, com necessidades diferentes, acredito que o cidadão que nasceu no lado mais confortável da pirâmide não precisa achar ruim quando o Estado reserva uma parcela de recursos para auxiliar os mais fracos e mais prejudicados. A diminuição da desigualdade é benéfica para todos, ainda que muitas pessoas fiquem incomodadas quando sentem que sua posição na hierarquia social tornou-se menos valorizada.
Quem frequenta as excelentes casas de chouriço argentino de São Paulo não deveria ficar revoltado porque, de vez em quando, as crianças da merenda escolar da rede pública consomem caldo Knorr em suas refeições, certo?
Quem tem um carro para cada membro da família não precisa reclamar dos subsídios para o transporte público, certo?
Não faltam notícias periódicas sobre as mazelas da saúde pública, que concluem com uma revelação monótona: o médico responsável não apareceu no plantão – ou estava tão atarefado que deixou pacientes graves em macas pelo corredor.
É claro que quase sempre se individualiza o problema e o comportamento de cada um, como se fossem, invariavelmente, casos isolados de delinquência, preguiça ou, como está na moda, de deficiência “na gestão.”
É sempre conveniente transformar os dramas sociais numa narrativa de mocinhos e bandidos, certo?
(Nos diagnósticos de “gestão”, abre-se o caminho para grandes consultorias privadas. Você entende, né...)
Qualquer cidadão que se der ao trabalho – por exercício cívico – de visitar o posto de saúde de seu bairro, experiência que recomendo vivamente, irá entender que os fatores decisivos estão além da responsabilidade de cada indivíduo. Não faltam apenas médicos. Faltam remédios, equipamentos de exame, e também outros profissionais. Surpresa: muito provavelmente, vamos encontrar pessoas que fazem o que podem – e até o que não podem – para assegurar um atendimento decente. Nem sempre dá, é claro. Mas eles tentam.
Claro que a saúde pública só atingirá um patamar decente, capaz de atender cidadãos necessitados e também aqueles que já pagam pelo atendimento com seus impostos, a partir de muitos investimentos e melhorias.
Mas o debate sobre os médicos estrangeiros envolve o protagonista, o artista do filme. Fingir que a presença de um médico não é o fator principal na melhora imediata da saúde numa rua, num bairro, ou mesmo numa cidade, e, no fim das contas, do país, é como imaginar uma partida de futebol com estádio, um bom gramados, juízes excelentes, gandulas treinadíssimos – mas sem os jogadores.
Quem viu a espetacular vitória brasileira, ontem, no Maracanã, sabe do que estamos falando.
O debate sobre médicos estrangeiros envolve o direito de pobres e ricos usufruir da própria vida.
via https://www.facebook.com/profile.php?id=100006198425564
Você está bem? Precisa de algo? - Claudia Collucci
É possível prevenir o suicídio e um dos caminhos é abrir canais para que as pessoas falem sobre o desejo de morte.
Foi a principal mensagem de um debate promovido pela Folha neste mês, que teve a participação do psiquiatra José Manoel Bertolote, autor de "O Suicídio e sua Prevenção", a psicóloga Rosely Sayão e Robert Gellert Paris Junior, conselheiro do CVV (Centro de Valorização à Vida).
Uma das primeiras causas de morte em homens jovens nos países desenvolvidos e emergentes, o suicídio mata 26 brasileiros por dia. Nos últimos 25 anos, a taxa de suicídio aumentou 30% entre adolescentes e jovens.
Como mediadora do debate, fiquei impressionada como medidas aparentemente simples podem fazer uma enorme diferença, especialmente entre aqueles que já tentaram uma vez o suicídio e têm mais risco de tentar outras vezes.
Uma das medidas preconizadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) é o treinamento de agentes de saúde ou comunitários para procurar a pessoa que tentou se matar e fazer apenas duas perguntas: Você está bem? Precisa de alguma coisa?
A seguir, editei parte do debate com as principais falas dos participantes.
ATO DE DESESPERO
José Manoel Bertolote:
"Há muita subnotificação de suicídio, muitos casos são registrados como acidente ou como intoxicação (quando a pessoa morre dias depois de ingerido substância tóxica, por exemplo).
São os rapazes que estão se matando cada vez mais. Mortes por suicídio sempre são mortes evitáveis, passíveis de prevenir. O suicídio é sempre um ato de desespero. Nem todo suicida quer morrer de fato. Ele quer mudar algo, fugir de uma situação e naquele instante não vê saída. Por que nesses últimos 25 anos aumentou tanto o número de jovens brasileiros que não querem mais viver? O que não veem mais pela frente, o que não enxergam que é preferível morrer?"
São os rapazes que estão se matando cada vez mais. Mortes por suicídio sempre são mortes evitáveis, passíveis de prevenir. O suicídio é sempre um ato de desespero. Nem todo suicida quer morrer de fato. Ele quer mudar algo, fugir de uma situação e naquele instante não vê saída. Por que nesses últimos 25 anos aumentou tanto o número de jovens brasileiros que não querem mais viver? O que não veem mais pela frente, o que não enxergam que é preferível morrer?"
MÍDIAS SOCIAIS
Rosely Sayão:
"O jovem do mundo atual está permanentemente conectado com o mundo público, não tem mais privacidade, intimidade. É uma confusão grande entre a vida pública e a privada. Tudo o que acontece, ele coloca na rede. Não tem condição de avaliar o tamanho de repercussão que terá de enfrentar. Nem sempre a comunicação significa troca.
Todos nós sabemos que para uma criança ou adolescente crescer, amadurecer, precisa enfrentar muitas crises. Mas hoje eles têm muitas dificuldades de enfrentar essas crises em ambiente protegido. Como ainda são muitos impulsivos, fazem coisas que depois se arrependem e a consequência é a ressaca emocional.
Os pais, em geral, não percebem esse perigo. É interessante observar que muitos deles não deixam o filho ir sozinho à praça da Sé, mas o deixa sozinho no ambiente virtual. achando que estão mais protegidos. Esses jovens estão disponíveis para colocar a intimidade ao mundo público, ao julgamento dos outros.
E as crianças são as próprias mães que as expõem ao postar fotos e comentários sobre os filhos. Não têm ideia do que estão provocando, ensinando o que não deveria ser ensinado. Intimidade a gente cuida, protege. Os jovens crescem sem esse ambiente protegido".
CVV PARA JOVENS
Robert Gellert Paris Junior:
"Há alguns anos, o CVV abriu um serviço de comunicação para os jovens. Hoje se tem uma quantidade enorme de comunicação, mas tudo é muito artificial na internet. A maioria dos jovens que nos procuraram (71%) tem menos de 30 anos e desses, 30% manifestaram desejo de morrer.
É bom porque o jovem achou uma maneira de falar o que incomoda, encontrou ambiente propício para isso. O serviço está crescendo bastante. O que os jovens buscam é falar sobre o que os incomodam, de mostrar suas fraquezas sem serem julgados. Muitas vezes, encontrar um canal para ser ouvido desarma a bomba, dá um alívio."
REFORMA PSIQUIÁTRICA
José Manoel Bertolote:
"Há muita carência de atendimento de pessoas que sofrem de transtornos mentais, que são potencialmente mais sujeitas ao suicídio. As evidências mostram que 98% das pessoas que morreram por suicídio tinham transtornos psiquiátricos como depressão (40% dos casos), alcoolismo e uso de drogas.
O país passou de 90 mil para 30 mil leitos psiquiátricos. A ideia da reforma psiquiátrica foi bem imaginada para acabar com os abusos, mas hoje não há atendimento suficiente. São raros os locais que recebem o paciente que já tentou o suicídio e o encaminha para outro um nível de complexidade. Isso não existe.
O único estudo público que envolveu jovens entre 15 e 19 anos, que morreram por suicídio, relevou que 30% tinham transtornos de conduta, confundidos com mau comportamento na escola, em casa. Esses jovens precisam de atendimento psiquiátrico e psicológico. Ao menos 15% dos casos estudados não se encontrou um diagnóstico psiquiátrico, agiram por impulsividade. A carência de psiquiatras infantis e de psicólogos clínicos nesta área é brutal."
ABANDONO DOS JOVENS
Rosely Sayão:
"Os jovens estão abandonados à própria sorte, abandonado pela família que está voltada para si. Ele disputa a juventude com todos nós, todo mundo quer ser jovem hoje. Está abandonado pela escola porque a escola está focada na questão do conhecimento, do conteúdo. Não há escuta, interesse verdadeiro por esse jovem. Isso mostra o absoluto despreparo para lidar com o adolescente, com a rebeldia, com a contestação. O jovem existe para isso. Por conta das contestações juvenis é que o mundo muda quase sempre para melhor.
A escola não tem comunicação com o jovem. Muitas até têm preocupação com a saúde biológica. Toda escola tem uma enfermaria. Os jovens até a usam muito para pedir remédio para ressaca, dor de cabeça. Mas não há preocupação com a saúde mental.
Às vezes, nem o próprio jovem percebe que está pensando em suicídio, temos que interpretar isso. Há uma quantidade enorme de jovens desafiando a morte em esportes radicais, dirigindo embriagado ou mesmo dirigindo em alta velocidade. Precisamos entender por que ele está querendo desafiar a morte?"
LEVAR A SÉRIO
Robert Gellert Paris Junior:
"Qualquer ameaça de suicídio deve ser levada a sério. Pode até ser ataquezinho de adolescente ou uma brincadeira, mas vale a pena levar a sério. Os jovens dão indícios importantes. Por exemplo, acidentar-se em um nível muito acima do normal, distribuir pertences, escrever mensagens cifradas ou simbólicas, expressar baixa auto-estima.
É preciso lembrar que para cada suicídio há 20 ou 30 tentativas anteriores. Se alguém já tentou o suicídio, há uma probabilidade muito maior de voltar a tentar. Se ele está chamando a atenção, vamos dar essa atenção, ele está pedindo, precisa disso.
Estabelecer essa proximidade pode ser a chance de ajudá-lo a recuperar a alegria de viver. O isolamento é o caminho mais curto. Pessoas isoladas têm um caldeirão interno, uma panela de pressão que não tem a válvula. Muita gente estabelece relação do suicídio a um fato recente, uma briga, uma desilusão amorosa. Mas antes disso, muita coisa aconteceu, e os indícios não foram levados a sério."
PREVENÇÃO
José Manoel Bertolote:
"Há algumas iniciativas no sentido de prevenir o suicídio. Em Botucatu, por exemplo, a prefeitura resolveu reorganizar a saúde mental e adota um pequeno protocolo para lidar com a situação. Em pessoas que chegam aos serviços de saúde com depressão ou alcoolismo, é perguntado se tem pensado em se matar. Se a resposta é afirmativa, um agente da saúde o leva para um psiquiatra para avaliação.
O suicídio começa com uma ideia vaga, que pode se cristalizar e se converter em decisão, que vira plano e que, por fim, vira tentativa.
Uma tentativa é um grande fator de risco. A OMS preconiza o seguimento da pessoa que tentou o suicídio. Quando liberado clinicamente, um agente de saúde ou comunitário faz contato com ela e diz que voltará a contatá-la dentro de uma semana. Nos melhores hospitais, depois da alta, há o encaminhamento para o psiquiatra. Estudos mostram que 40% das pessoas que tentaram se matar tentam de novo uma semana depois.
Esse modelo foi testado em oito países, inclusive no Brasil, em Campinas. Ao chegar à casa da pessoa, o agente fazia apenas duas perguntas: Como vai? Precisa de alguma coisa? Se a pessoa falasse que estava bem, o agente voltava na semana seguinte, depois quinzenalmente e, depois, mensalmente. O seguimento durou 18 meses.
Se respondesse que não estava bem, o agente ia atrás de médico, padre, benzedor, enfim, de alguém que pudesse intervir no processo. Houve uma redução importante em mortes por suicídio e, a partir disso, criou-se uma rede social de apoio artificial de baixíssimo custo. Funcionou muito bem para indivíduos que não tinham isso. As pessoas podem até ter família e amigos mas não enxergam que eles os escutam.
Em países nórdicos, onde o contato físico é mais difícil, mandava-se cartão postal. E funcionou também. A pessoa pensa: alguém nesse mundo pensa em mim, toma seu tempo.
Precisamos perder o medo do tabu e enfrentar o suicídio como uma questão grave e séria, que leva à morte. E fazer isso de forma competente."
Cláudia Collucci é repórter especial da Folha, especializada na área da saúde. Mestre em história da ciência pela PUC-SP e pós graduanda em gestão de saúde pela FGV-SP, foi bolsista da University of Michigan (2010) e da Georgetown University (2011), onde pesquisou sobre conflitos de interesse e o impacto das novas tecnologias em saúde. É autora dos livros "Quero ser mãe" e "Por que a gravidez não vem?" e coautora de "Experimentos e Experimentações". Escreve às quartas, no site.
Vacina quadrivalente contra HPV estará disponível na rede pública em 2014
JOHANNA NUBLAT
FOLHA DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA
O Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda-feira (1º), a oferta da vacina quadrivalente contra o HPV na rede pública de saúde. Em 2014, serão vacinadas meninas de 10 e 11 anos.
Hoje essa vacina está disponível, no país, apenas na rede privada (ao custo médio de R$ 300 a dose) e em algumas localidades em que o poder público local optou por oferecê-la --por exemplo, no Distrito Federal e em São Francisco do Conde (BA).
O vírus do HPV está relacionado a diversos tipos de câncer, mas principalmente ao câncer de colo do útero (em 95% dos casos), e ao aparecimento de verrugas genitais. Estima-se que 685 mil pessoas sejam infectadas pelo HPV a cada ano no Brasil.
Hoje, o ministério concluiu um processo de dois anos de análise sobre a incorporação dessa vacina e anunciou a opção feita pelo Brasil. A escolha foi pela vacina quadrivalente (da americana MSD), com transferência de tecnologia para o Instituto Butantan (SP).
Só em 2014, com a aquisição de 12 milhões de doses (serão três por menina), o Executivo gastará R$ 360,7 milhões --R$ 30 por dose. Outros R$ 300 milhões serão investidos por governo federal, Butantan e governo de São Paulo em uma nova fábrica de produção da vacina.
MENINAS DE 10 ANOS
A meta do Ministério da Saúde será cobrir pelo menos 80% do público-alvo, estimado em 3,3 milhões de meninas. Para tanto, uma campanha de informação deve ter início já no segundo semestre desse ano, com foco não só nas meninas mas também em professores e suas famílias.
O governo escolheu a faixa etária 10 e 11 anos para garantir que as meninas estejam imunizadas antes do início de qualquer tipo de atividade sexual. Isso porque o vírus do HPV pode ser transmitido por diversas formas de contato íntimo, mesmo sem que haja uma relação sexual de fato.
Segundo Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde da pasta, uma pesquisa feita em 2012 com escolares identificou que 18,3% das meninas da 9ª série do ensino fundamental (13 a 15 anos) já tinham tido relações sexuais, índice que subia para 25,5% na região Norte.
Uma das preocupações do governo, que deve ser alvo da campanha de informação, é fazer com que as meninas e suas famílias entendam que, mesmo após a vacina, continua sendo necessário o uso da camisinha e as idas freqüentes ao ginecologista.
"A menina não pode ficar com a ilusão que a vacinação dispensa a camisinha. A vacina não protege contra HIV, contra a gravidez indesejada. Além disso, protege para a maior proporção dos tipos de câncer, mas não protege 100%", diz Barbosa.
Segundo ele, estima-se que a vacina tenha efetividade acima de 90% na proteção do câncer --o que só poderá ser comprovado nas próximas décadas, já que essa é uma doença que o câncer leva muitos anos para se desenvolver.
Barbosa afirmou que a pasta ainda estuda a oferta dessa vacina para meninos, o que pode ocorrer no futuro.
E, mesmo sem vacinar todos os adolescentes do país, a vacina deverá oferecer uma proteção "de rebanho" por diminuir o potencial espaço de circulação do vírus, explica o ministério. "Os Estados Unidos vacinaram 35% das meninas. Mesmo assim, um estudo publicado há duas semanas, mostrou que a prevalência do HPV teve redução de 52%", afirma Barbosa.
DOSES NA ESCOLA E NO POSTO
O ministério vai adotar um modelo que mistura a oferta da vacina nas escolas (públicas e privadas) e nos postos de saúde. A ideia é que a primeira dose seja dadas nas escolas e as seguintes nos postos ou nas escolas, a depender da organização do município.
Em todos os casos, deverá haver uma autorização dos pais ou responsáveis pela menina.
Esse esquema de vacinação deverá ser acompanhado por um novo sistema de contabilidade do governo, que levará em conta a pessoa em que se aplica a vacina e não o número de doses dadas. Assim, diz o secretário, o ministério poderá ter um controle individual sobre as doses aplicadas e melhor controlar eventuais falhas na segunda e terceira doses --e até enviar SMS para a família comparecer ao posto.
A vacina escolhida pelo governo brasileiro foi a da empresa americana MSD. Ela protege hoje contra quatro subtipos do vírus, dois relacionados ao câncer e dois a verrugas genitais. O laboratório testa, hoje, a ampliação dessa vacina para que ela proteja contra nove subtipos.
"Estamos oferecendo a melhor vacina para o HPV, quase 75% do que se aplica de vacina contra o HPV no mundo inteiro é essa vacina. E já temos compromissos de transferência da nonavalente", afirmou o ministro da Saúde Alexandre Padilha.
Quadrinhos
folha de são paulo
CHICLETE COM BANANA ANGELI
PIRATAS DO TIETÊ LAERTE
DAIQUIRI CACO GALHARDO
NÍQUEL NÁUSEA FERNANDO GONSALES
MUNDO MONSTRO ADÃO ITURRUSGARAI
BIFALAND ALLAN SIEBER
MALVADOS ANDRÉ DAHMER
GARFIELD JIM DAVIS
Copa aquece a alma e esvazia o cofre
Valor Econômico - 01/07/2013
Por Angela Bittencourt
Construir um estádio de futebol custa caro em qualquer lugar do mundo. Mas o custo pode ser ainda mais alto por fragilidade técnica do projeto descoberta durante a obra ou por excesso de otimismo - inspirado pelo próprio projeto ou pela realização do evento. Afinal, Copa é Copa! O direito do Brasil de ser, pela segunda vez, sede da Copa provocou grande entusiasmo. Doze estádios foram programados para as partidas e construídos do zero ou reformados de cabo a rabo. O orçamento previsto para a arrumação foi cravado em US$ 3,25 bilhões em 2007 e parecia caber na conta brasileira sem crise financeira global batendo à porta, inflação se acomodando no centro da meta e Selic em queda. Em 2011, o orçamento já havia progredido para US$ 6,42 bilhões. No início de 2013, a US$ 6,99 bilhões. Seis anos depois da euforia, da posse de um novo governo, de um controle discutível da inflação pela presidente Dilma Rousseff e da clara percepção de queda do poder de compra da população, estaria a Copa ficando menor aos olhos do brasileiro? Os protestos nas ruas exibem indignação pela construção dos estádios e a baixa oferta de serviços de saúde e educação. As suspeitas acerca dos custos dos estádios, em supostas operações superfaturadas e atos de corrupção, têm fundamento?
O custo de um estádio é avaliado internacionalmente pela relação entre o custo total e sua capacidade (custo por assento). E esse critério, da base de dados da ONG Play the Game, uma entidade da Dinamarca, cujo objetivo é fortalecer a ética no esporte, mostra que o custo de um estádio da Copa no Brasil custa US$ 5.886 por assento; na Copa realizada na África do Sul, US$ 5.299; na Coreia/Japão, US$ 5.070; e na Alemanha, US$ 3.442. O custo do estádio no Brasil ficou bem distante basicamente do custo do estádio na Alemanha - 40% menor.
O Instituto Braudel de Economia trata do tema no estudo "Quanto custa um estádio de futebol? Ou: ainda temos tempo de economizar 42 maracanãs", preparado por dois Consultores-Legislativos do Senado Federal: o doutor em economia Marcos Mendes e o jornalista Alexandre Guimarães, que consideram surpreendente o fato de o Brasil não ter gasto muito mais que Japão e Coreia do Sul, que são países muito mais produtivos e com processo de engenharia mais avançado que o Brasil. "Todos aqueles que conhecem o Brasil esperariam preços muito acima da média internacional, não só devido a uma percepção de alta corrupção e ineficiência, como também pelo fato de que o custo de investir no Brasil é elevado", escrevem.
A grande diferença entre a Alemanha e as outras sedes de Copas, explicam, é decorrência de aquele país já dispor, antes da sua Copa, de diversos estádios que atendiam ao padrão da Fifa, o que reduziu custos. "Paira a dúvida se todos os estádios brasileiros realmente precisavam ser totalmente reconstruídos, ou se faltou capacidade de negociação de nossas autoridades junto à Fifa, no sentido de flexibilizar exigências. Principalmente no caso do Maracanã, que passou por ampla reforma há poucos anos", comentam os consultores.
No ranking de 19 estádios (Brasil, África do Sul, Coreia/Japão e Alemanha) construídos ou reformados, o Mané Garrincha, em Brasília, tem o custo por assento de US$ 8.830. É o quarto estádio de custo mais elevado, sendo ultrapassado pelo Saporo Dome (Japão/US$ 10.373), o Cape Town Stadium (África do Sul/US$ 10.041) e o Nissan Stadium (Japão/US$ 8.846).
Os estádios brasileiros Fonte Nova (custo de US$ 5.639), Arena Pernambuco (US$ 5.518) e Mineirão (US$ 5.512) estão abaixo da média geral, de US$ 6.429 por assento das arenas construídas ou submetidas a grandes reformas para as últimas quatro Copas do Mundo.
Por Angela Bittencourt
Construir um estádio de futebol custa caro em qualquer lugar do mundo. Mas o custo pode ser ainda mais alto por fragilidade técnica do projeto descoberta durante a obra ou por excesso de otimismo - inspirado pelo próprio projeto ou pela realização do evento. Afinal, Copa é Copa! O direito do Brasil de ser, pela segunda vez, sede da Copa provocou grande entusiasmo. Doze estádios foram programados para as partidas e construídos do zero ou reformados de cabo a rabo. O orçamento previsto para a arrumação foi cravado em US$ 3,25 bilhões em 2007 e parecia caber na conta brasileira sem crise financeira global batendo à porta, inflação se acomodando no centro da meta e Selic em queda. Em 2011, o orçamento já havia progredido para US$ 6,42 bilhões. No início de 2013, a US$ 6,99 bilhões. Seis anos depois da euforia, da posse de um novo governo, de um controle discutível da inflação pela presidente Dilma Rousseff e da clara percepção de queda do poder de compra da população, estaria a Copa ficando menor aos olhos do brasileiro? Os protestos nas ruas exibem indignação pela construção dos estádios e a baixa oferta de serviços de saúde e educação. As suspeitas acerca dos custos dos estádios, em supostas operações superfaturadas e atos de corrupção, têm fundamento?
O custo de um estádio é avaliado internacionalmente pela relação entre o custo total e sua capacidade (custo por assento). E esse critério, da base de dados da ONG Play the Game, uma entidade da Dinamarca, cujo objetivo é fortalecer a ética no esporte, mostra que o custo de um estádio da Copa no Brasil custa US$ 5.886 por assento; na Copa realizada na África do Sul, US$ 5.299; na Coreia/Japão, US$ 5.070; e na Alemanha, US$ 3.442. O custo do estádio no Brasil ficou bem distante basicamente do custo do estádio na Alemanha - 40% menor.
O Instituto Braudel de Economia trata do tema no estudo "Quanto custa um estádio de futebol? Ou: ainda temos tempo de economizar 42 maracanãs", preparado por dois Consultores-Legislativos do Senado Federal: o doutor em economia Marcos Mendes e o jornalista Alexandre Guimarães, que consideram surpreendente o fato de o Brasil não ter gasto muito mais que Japão e Coreia do Sul, que são países muito mais produtivos e com processo de engenharia mais avançado que o Brasil. "Todos aqueles que conhecem o Brasil esperariam preços muito acima da média internacional, não só devido a uma percepção de alta corrupção e ineficiência, como também pelo fato de que o custo de investir no Brasil é elevado", escrevem.
A grande diferença entre a Alemanha e as outras sedes de Copas, explicam, é decorrência de aquele país já dispor, antes da sua Copa, de diversos estádios que atendiam ao padrão da Fifa, o que reduziu custos. "Paira a dúvida se todos os estádios brasileiros realmente precisavam ser totalmente reconstruídos, ou se faltou capacidade de negociação de nossas autoridades junto à Fifa, no sentido de flexibilizar exigências. Principalmente no caso do Maracanã, que passou por ampla reforma há poucos anos", comentam os consultores.
No ranking de 19 estádios (Brasil, África do Sul, Coreia/Japão e Alemanha) construídos ou reformados, o Mané Garrincha, em Brasília, tem o custo por assento de US$ 8.830. É o quarto estádio de custo mais elevado, sendo ultrapassado pelo Saporo Dome (Japão/US$ 10.373), o Cape Town Stadium (África do Sul/US$ 10.041) e o Nissan Stadium (Japão/US$ 8.846).
Os estádios brasileiros Fonte Nova (custo de US$ 5.639), Arena Pernambuco (US$ 5.518) e Mineirão (US$ 5.512) estão abaixo da média geral, de US$ 6.429 por assento das arenas construídas ou submetidas a grandes reformas para as últimas quatro Copas do Mundo.
Brasil oscila entre otimismo e erros estratégicos
O Brasil é um país otimista e esse reconhecimento que nos é
creditado por estrangeiros que aqui aportam - a turismo ou a negócios -
não teria como passar despercebido sequer nos investimentos dedicados à
Copa de 2014. Os estádios Mané Garrincha, Maracanã e Mineirão -
estando as duas primeiras entre as obras mais dispendiosas dos últimos
quatro torneios mundiais - são exemplos de otimismo com gasto aquém do
efetivamente exigido nas construções. O trio grandalhão tem custo por
assento de, respectivamente, US$ 8.830, US$ 7.730 e US$ 5.512. Onde não
houve otimismo na estimativa de custos, houve superestimação dos
benefícios a serem proporcionados pela Copa: investimentos
complementares nas infraestruturas urbanas, estímulo à economia pelo
aumento do turismo, melhoria da imagem internacional do país.
Os dois consultores-legislativos do Senado Federal, Marcos Mendes e Alexandre Guimarães, responsáveis pelo estudo "Quanto custa um estádio de futebol? Ou: ainda temos tempo de economizar 42 maracanãs" publicado pelo Instituto Braudel de Economia, afirmam que a diferença entre benefícios e custos tornou-se "douradamente positiva" com alguns estádios tendo seu custo subestimado e o evento como um todo tendo benefícios superestimados.
"Igualmente otimista foi o argumento adicional de que parte substantiva dos investimentos seria feita pela iniciativa privada, não onerando o Erário. Na prática, mesmo nos projetos contratados sob a forma de parceria público-privadas (PPP), há significativos recursos públicos envolvidos, com participação direta dos governos estaduais no financiamento das obras, no financiamento subsidiado via BNDES, que, em última instância, obtém seus recursos por meio de receitas tributárias federais e de transferências do Tesouro Federal", afirmam os pesquisadores.
Os custos que envolvem os estádios da Copa no Brasil não estão limitados às obras. Também foi superestimada a capacidade de planejamento e execução do setor público brasileiro. E as manifestações populares, com início na primeira semana de junho em São Paulo contra o aumento de 20 centavos na tarifa de ônibus, também miraram este ponto - o legado da Copa.
"Em vez de mais e melhores meios de transportes e equipamentos urbanos, a Copa deixará como legado um conjunto de estádios que implicarão custos de manutenção. Mesmo os que estão contratados sob a forma de PPP vão requerer participação pública em sua manutenção. Muitos estádios não vão gerar receita suficiente para cobrir tais custos", explicam os pesquisadores. Eles citam como exemplo o Saporo Dome, do Japão, o estádio mais caro entre os construídos nas últimas quatro Copas - intensamente utilizado e lucrativo, onde ocorrem competições de esqui, jogos de baseball e de futebol. "Já o Mané Garrincha [o quarto estádio mais caro] tem poucas possibilidades de utilização após a Copa, dada a fragilidade da liga brasiliense de futebol e a baixa flexibilidade do estádio para receber outros tipos de eventos", avaliam os consultores.
Os gastos já ocorreram, mas a dupla de especialistas considera que a população brasileira ainda tem como tirar proveito da experiência. "As instituições públicas e privadas [TCU, Ministério Público, comissões temáticas do Congresso, associações de classe, imprensa e as ONGs] precisam tomar consciência da existência do "viés de otimismo" e da "deturpação estratégica" [que envolve obras e eventos de tal dimensão]. Cada vez que um planejador público apresentar um projeto de alto custo, é preciso questionar as estimativas de custos e benefícios que são apresentadas", alertam. Outra lição fundamental a ser aprendida pelos brasileiros, insistem, é de que é fundamental elencar os investimentos por ordem de prioridade. Não é possível fazer tudo ao mesmo tempo, ainda mais com a restrição fiscal e a baixa capacidade de planejamento e execução do setor público.
"O governo, ainda que conte com a participação da iniciativa privada, não consegue, ao mesmo tempo, construir estádios, ampliar metrôs, redesenhar corredores de ônibus, ampliar o saneamento básico, construir hospitais ou aperfeiçoar a educação. É imperioso ter uma lista de prioridades", afirmam os consultores do Senado.
Há atualmente no Brasil um projeto de engenharia que tem toda pinta de, assim como os estádios da Copa, ser um caso clássico de baixa prioridade associada à superestimativa de retorno econômico-social. É o trem-bala, que ligará o Rio a São Paulo. O projeto não é prioritário porque será um meio de transporte de luxo, com passagens caras, destinado a transportar pessoas de renda alta entre Rio e São Paulo", afirmam os pesquisadores.
Mendes e Guimarães detalham, no estudo sobre custo dos estádios, que mesmo antes do início das obras do trem-bala, a estimativa de custo já pulou de R$ 18 bilhões para R$ 35,6 bilhões - a preços de 2008, segundo autoridades. Esse valor corrigido pelo INCC salta a R$ 50 bilhões. "Essa é a estimativa oficial, provavelmente subestimada que apontam indícios de viés de otimismo e deturpação estratégica nesse projeto cuja execução é calculada hoje em 42 Maracanãs!" (AB)
Os dois consultores-legislativos do Senado Federal, Marcos Mendes e Alexandre Guimarães, responsáveis pelo estudo "Quanto custa um estádio de futebol? Ou: ainda temos tempo de economizar 42 maracanãs" publicado pelo Instituto Braudel de Economia, afirmam que a diferença entre benefícios e custos tornou-se "douradamente positiva" com alguns estádios tendo seu custo subestimado e o evento como um todo tendo benefícios superestimados.
"Igualmente otimista foi o argumento adicional de que parte substantiva dos investimentos seria feita pela iniciativa privada, não onerando o Erário. Na prática, mesmo nos projetos contratados sob a forma de parceria público-privadas (PPP), há significativos recursos públicos envolvidos, com participação direta dos governos estaduais no financiamento das obras, no financiamento subsidiado via BNDES, que, em última instância, obtém seus recursos por meio de receitas tributárias federais e de transferências do Tesouro Federal", afirmam os pesquisadores.
Os custos que envolvem os estádios da Copa no Brasil não estão limitados às obras. Também foi superestimada a capacidade de planejamento e execução do setor público brasileiro. E as manifestações populares, com início na primeira semana de junho em São Paulo contra o aumento de 20 centavos na tarifa de ônibus, também miraram este ponto - o legado da Copa.
"Em vez de mais e melhores meios de transportes e equipamentos urbanos, a Copa deixará como legado um conjunto de estádios que implicarão custos de manutenção. Mesmo os que estão contratados sob a forma de PPP vão requerer participação pública em sua manutenção. Muitos estádios não vão gerar receita suficiente para cobrir tais custos", explicam os pesquisadores. Eles citam como exemplo o Saporo Dome, do Japão, o estádio mais caro entre os construídos nas últimas quatro Copas - intensamente utilizado e lucrativo, onde ocorrem competições de esqui, jogos de baseball e de futebol. "Já o Mané Garrincha [o quarto estádio mais caro] tem poucas possibilidades de utilização após a Copa, dada a fragilidade da liga brasiliense de futebol e a baixa flexibilidade do estádio para receber outros tipos de eventos", avaliam os consultores.
Os gastos já ocorreram, mas a dupla de especialistas considera que a população brasileira ainda tem como tirar proveito da experiência. "As instituições públicas e privadas [TCU, Ministério Público, comissões temáticas do Congresso, associações de classe, imprensa e as ONGs] precisam tomar consciência da existência do "viés de otimismo" e da "deturpação estratégica" [que envolve obras e eventos de tal dimensão]. Cada vez que um planejador público apresentar um projeto de alto custo, é preciso questionar as estimativas de custos e benefícios que são apresentadas", alertam. Outra lição fundamental a ser aprendida pelos brasileiros, insistem, é de que é fundamental elencar os investimentos por ordem de prioridade. Não é possível fazer tudo ao mesmo tempo, ainda mais com a restrição fiscal e a baixa capacidade de planejamento e execução do setor público.
"O governo, ainda que conte com a participação da iniciativa privada, não consegue, ao mesmo tempo, construir estádios, ampliar metrôs, redesenhar corredores de ônibus, ampliar o saneamento básico, construir hospitais ou aperfeiçoar a educação. É imperioso ter uma lista de prioridades", afirmam os consultores do Senado.
Há atualmente no Brasil um projeto de engenharia que tem toda pinta de, assim como os estádios da Copa, ser um caso clássico de baixa prioridade associada à superestimativa de retorno econômico-social. É o trem-bala, que ligará o Rio a São Paulo. O projeto não é prioritário porque será um meio de transporte de luxo, com passagens caras, destinado a transportar pessoas de renda alta entre Rio e São Paulo", afirmam os pesquisadores.
Mendes e Guimarães detalham, no estudo sobre custo dos estádios, que mesmo antes do início das obras do trem-bala, a estimativa de custo já pulou de R$ 18 bilhões para R$ 35,6 bilhões - a preços de 2008, segundo autoridades. Esse valor corrigido pelo INCC salta a R$ 50 bilhões. "Essa é a estimativa oficial, provavelmente subestimada que apontam indícios de viés de otimismo e deturpação estratégica nesse projeto cuja execução é calculada hoje em 42 Maracanãs!" (AB)
Em dia de vitória, protestos reúnem 10 mil
Por Caio Junqueira, Rafael Rosas e Guilherme Serodio | Do Rio
Sem a presença da presidente Dilma Rousseff, o Brasil derrotou neste domingo a Espanha por 3 a 0 e ganhou pela quarta vez a Copa das Confederações. Fred fez dois gols pela seleção e Neymar fez um. A Espanha perdeu um pênalti.
A presidente ficou em Brasília para uma reunião com ministros com o objetivo de definir os pontos da mensagem sobre o plebiscito da reforma política que enviará ao Congresso nesta semana, como resposta às manifestações que há três semanas ocorrem no país. Com a ausência, ela evitou tomar novamente vaias como as ouvidas na abertura da Copa das Confederações, em Brasília, no jogo entre Brasil e Japão.
Outras autoridades, porém, compareceram ao estádio do Maracanã, palco da final. Segundo a FIFA, foram ao jogo o ministro do Esporte, Aldo Rebelo; o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB); o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB); e o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). Nenhum deles, porém, discursou.
O Rio foi ontem palco de manifestações muito menores do que aquelas que marcaram o início da temporada de protestos.
Depois de manifestações que chegaram a reunir 300 mil pessoas, o Rio ontem teve protestos com não mais que 10 mil pessoas. Igual número de policiais foi destacado para contê-los.
O clima de rebeldia contaminou alguns dos dançarinos que fizeram a apresentação de despedida da Copa. Dois deles saíram debaixo das fantasias das bolas de futebol em que estavam.
O primeiro estendeu uma faixa escrito "Imediata anulação da privatização do Maracanã", enquanto a outra faixa dizia "Ser gay é mara... Aberração é o preconceito". Diante disso, um organizador se aproximou, retirou as faixas e os retirou do gramado.
Do lado de fora do estádio, apesar do público mais reduzido, houve confronto com a polícia. Os incidentes começaram quando os manifestantes que estavam na região do Maracanã começaram a gritar palavras de ordem para quem assistia ao jogo do Brasil nos bares. O clima ficou tenso e a polícia soltou bombas de gás lacrimogênio e jogou spray de pimenta. Com isso, indignou os torcedores que usualmente se reúnem na Praça Varngagen junto à Avenida Maracanã, distante duas quadras do estádio.
Grupos vestidos de preto caminharam à frente da manifestação, seguidos pela Frente Nacional dos Torcedores (FNT), organização que protesta contra a Fifa e a CBF, além de indígenas representantes da remanescente Aldeia Maracanã, removida do entorno do estádio em maio para as obras da Copa.
Os gritos de ordem ouvidos durante a manifestação foram principalmente contra a Copa do Mundo e o governador do Estado do Rio, Sérgio Cabral (PMDB-RJ). A mídia também foi alvo dos manifestantes: ainda na concentração da passeata, uma equipe da TV Globo foi hostilizada e expulsa da praça. "Cabral ditador" e "Não vai ter Copa" foram alguns dos gritos mais frequentes.
Um grupo de advogados da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro acompanhou a manifestação para monitorar as ações da Polícia Militar no entorno do estádio
Mais cedo, cerca de 40 manifestantes invadiram o prédio da nova sede da CBF na manhã deste domingo, por volta das 9h30, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Eles protestavam contra um suposto superfaturamento das obras do edifício da entidade.
Ninguém ficou ferido e não houve depredação.
Sem a presença da presidente Dilma Rousseff, o Brasil derrotou neste domingo a Espanha por 3 a 0 e ganhou pela quarta vez a Copa das Confederações. Fred fez dois gols pela seleção e Neymar fez um. A Espanha perdeu um pênalti.
A presidente ficou em Brasília para uma reunião com ministros com o objetivo de definir os pontos da mensagem sobre o plebiscito da reforma política que enviará ao Congresso nesta semana, como resposta às manifestações que há três semanas ocorrem no país. Com a ausência, ela evitou tomar novamente vaias como as ouvidas na abertura da Copa das Confederações, em Brasília, no jogo entre Brasil e Japão.
Outras autoridades, porém, compareceram ao estádio do Maracanã, palco da final. Segundo a FIFA, foram ao jogo o ministro do Esporte, Aldo Rebelo; o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB); o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB); e o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). Nenhum deles, porém, discursou.
O Rio foi ontem palco de manifestações muito menores do que aquelas que marcaram o início da temporada de protestos.
Depois de manifestações que chegaram a reunir 300 mil pessoas, o Rio ontem teve protestos com não mais que 10 mil pessoas. Igual número de policiais foi destacado para contê-los.
O clima de rebeldia contaminou alguns dos dançarinos que fizeram a apresentação de despedida da Copa. Dois deles saíram debaixo das fantasias das bolas de futebol em que estavam.
O primeiro estendeu uma faixa escrito "Imediata anulação da privatização do Maracanã", enquanto a outra faixa dizia "Ser gay é mara... Aberração é o preconceito". Diante disso, um organizador se aproximou, retirou as faixas e os retirou do gramado.
Do lado de fora do estádio, apesar do público mais reduzido, houve confronto com a polícia. Os incidentes começaram quando os manifestantes que estavam na região do Maracanã começaram a gritar palavras de ordem para quem assistia ao jogo do Brasil nos bares. O clima ficou tenso e a polícia soltou bombas de gás lacrimogênio e jogou spray de pimenta. Com isso, indignou os torcedores que usualmente se reúnem na Praça Varngagen junto à Avenida Maracanã, distante duas quadras do estádio.
Grupos vestidos de preto caminharam à frente da manifestação, seguidos pela Frente Nacional dos Torcedores (FNT), organização que protesta contra a Fifa e a CBF, além de indígenas representantes da remanescente Aldeia Maracanã, removida do entorno do estádio em maio para as obras da Copa.
Os gritos de ordem ouvidos durante a manifestação foram principalmente contra a Copa do Mundo e o governador do Estado do Rio, Sérgio Cabral (PMDB-RJ). A mídia também foi alvo dos manifestantes: ainda na concentração da passeata, uma equipe da TV Globo foi hostilizada e expulsa da praça. "Cabral ditador" e "Não vai ter Copa" foram alguns dos gritos mais frequentes.
Um grupo de advogados da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro acompanhou a manifestação para monitorar as ações da Polícia Militar no entorno do estádio
Mais cedo, cerca de 40 manifestantes invadiram o prédio da nova sede da CBF na manhã deste domingo, por volta das 9h30, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Eles protestavam contra um suposto superfaturamento das obras do edifício da entidade.
Ninguém ficou ferido e não houve depredação.
Luli Radfahrer
folha de são paulo
Você é um só
Ao dar à tecnologia um espírito vago, impessoal, o que move a sociedade é uma desculpa esfarrapada
E não é aquele do Facebook. Do Google+. Do Instagram. Dos games. Do WhatsApp. Nem de todas essas redes, e outras tantas, combinadas. Morando sozinho ou se isolando por trás das telas brilhantes de smartphones, tablets, PCs e notebooks, falando pelo Twitter o que não teria coragem de dizer ao vivo, multiplicado por diversos perfis e avatares, você ainda é um só.
Você, que acumula objetos de uso questionável e contribui para a formação do lixo eletrônico ao mesmo tempo que reclama da poluição e da exploração do planeta.
Você, que faz passeata contra a corrupção enquanto compra notas frias. Que critica o tráfico ao mesmo tempo em que o financia, que reclama do preço do ônibus, mas não deixa o carro nem para ir até a padaria. E que, uma vez nele, não respeita faixa, deficiente, idoso ou limite de velocidade e fala ao celular enquanto guia.
Você que, via redes sociais, se orgulha de ter atingido uma fusão entre intimidade e distância, quando o máximo que fundiu foi a ilusão de ambas. Sua comunidade se transformou em um mecanismo terceirizado de autoimagem, ao mesmo tempo vaidoso e inseguro, preguiçoso e ansioso, otimista e pragmático.
Imerso na rede, você criou um reflexo psicológico em que precisa saber de tudo no mesmo momento, posicionando-se o quanto antes, já que cada atualização diz mais respeito à opinião dos outros do que ao que você realmente pensa.
Fascinado pela ideia de se transformar em veículo de informação, você parece ter se esquecido (ou deixado de se importar) que só haverá meios se houver mensagens. E que ao reproduzir sem pensar o que ouve dos outros, não gera mais do que microfonia.
Não adianta se esconder nem tentar desafiar seus ritmos biológicos na vã tentativa de acompanhar o mundo simbólico em que vive, evitando qualquer contato com a realidade. O máximo que conseguirá é confundir seus mapas com o território que representam.
Você acha que é diferente e, no entanto, é igualzinho aos que critica. Não espanta que espere cada vez mais da tecnologia e cada vez menos das pessoas.
É inegável, você está só. Sua solidão não foi criada pelo mundo digital, mas por suas ações esquizofrênicas. Não adianta mais colocar a sociedade na terceira pessoa, tentando se isentar de qualquer responsabilidade. O mundo "real" tem muito de virtual. E vice-versa. É uma relação simbiótica.
Mas conexão não é o mesmo do que vínculo. O budismo (o de verdade, não essa onda chamada de "sabedoria 2.0", em que a meditação é uma espécie de videogame contemplativo) ensina que todos estão interconectados. Que os desafios reais não estão no futuro, mas bem à nossa frente. E que o apego aos bens e às ideias pode ser muito prejudicial.
Ao dar à tecnologia um espírito vago, impessoal, o que move a sociedade é uma desculpa esfarrapada. Fruto de um sistema capitalista, a única resposta que a tecnologia pode trazer é mais tecnologia. Ela é só uma ferramenta, não há consciência nela. Tudo que ela faz é fruto de ideias de gente como você.
Por mais que você ache, como Mário de Andrade, que é trezentos, que é trezentos e cinquenta, não se iluda. Como ele, você é um só. E ainda terá que topar consigo e prestar contas com seu legado.
Apesar de você, diz a música, amanhã há de ser outro dia.
Nova rede social Potluck estimula conversa a partir do compartilhamento de links
folha de são paulo
Anderson Leonardo
Anderson Leonardo
A Branch, start-up financiada pelos cofundadores do Twitter Biz Stone e Evan Willians, lançou, no mês passado, o Potluck, rede social de compartilhamento de links.
Josh Miller, diretor de produto e cofundador da Branch, descreve o serviço como uma "festa caseira da internet".
Ele diz que o site é voltado aos internautas que nunca escreveram um post de blog ou tuitaram. De acordo com a firma de pesquisas Pew Research, eles representam 86% de toda a internet.
O novo site segue os princípios do primeiro produto da empresa --também chamadoBranch, que permite iniciar conversas e discussões com usuários convidados.
Mas, enquanto o Branch é mais usado por marcas e editores, que apostam em especialistas para realizar debates de alta qualidade sobre os mais diversos assuntos, o Potluck almeja ser o lugar em que os usuários comuns da internet se encontram para conversar sobre as coisas mais bacanas da rede com seus círculos de amigos.
Reprodução | ||
Tela da versão web do Potluck, que deve ganhar um aplicativo para iOS em breve |
SIMPLICIDADE
É impossível se perder no Potluck. Simples, a rede social consiste de elementos básicos onipresentes no site.
À esquerda, existe uma espécie de "linha do tempo", que reúne os links compartilhados pelos contatos em tamanho reduzido.
Clicando nas prévias para expandi-las, o site oferece a possibilidade de mostrar o interesse por um conteúdo --através de um botão em forma de coração-- ou iniciar uma conversa sobre o tema na caixa de comentários.
No texto de apresentação do Potluck, Miller explica que o site não foi pensado para medir quantos "curtir" você recebe, ou criar um álbum de "fotos de tirar o fôlego".
"Na maioria das redes sociais, você está sob pressão constante para atender às expectativas", escreveu.
O Potluck, Miller diz, não é sobre sua persona, sua imagem na internet, mas sobre os interesses que unem os usuários em torno de um assunto em comum.
O maior exemplo disso é que o site não identifica o autor de um post na barra lateral. Não há nomes nem fotos. Para descobrir quem são as pessoas engajadas com um link, é preciso expandi-lo.
Outro traço do Potluck é o foco na interação entre amigos e conhecidos. No início, portanto, seu público é limitado aos contatos do Twitter, do Facebook e do Gmail.
Mas isso não quer dizer que você não pode encontrar pessoas novas. Amigos de amigos podem interagir com os seus posts, dando-lhe a opção de adicioná-los.
REDDIT
Nas redes sociais e em veículos especializados, o Potluck tem sido comparado ao já consagrados Reddit, que também têm na sua essência o compartilhamento de links, imagens e vídeos interessantes encontrados pela internet.
Mas, como aponta o site especializado em tecnologia "The Next Web", a rede social da Branch se difere por não medir os votos positivos que um link pode obter --aparece aí mais uma vez o princípio de não focar a persona, mas o conteúdo.
Marcha evangélica 'encolhe' 40% em SP
folha de são paulo
FLÁVIO FERREIRADE SÃO PAULOO número de participantes da 21ª Marcha para Jesus, megaevento evangélico em São Paulo, caiu 40% em relação à edição do ano passado, segundo o Datafolha.
O público calculado pelo instituto de pesquisa anteontem foi de aproximadamente 200 mil pessoas.
Em 2012, na primeira vez em que fez esse levantamento, o Datafolha apontou um total de 335 mil pessoas.
O resultado difere do número estimado pela Polícia Militar, que indicou um público de 500 mil pessoas ao longo do evento, que teve início às 10h e se estendeu até por volta das 23h.
Procurado pela reportagem anteontem, Estevam Hernandes, líder da igreja Renascer em Cristo, organizadora da marcha, afirmou que não iria fazer uma avaliação sobre o total de participantes.
"O Datafolha, né...", disse Hernandes ao ser indagado sobre o tema.
Em 2012, Hernandes estimou que o número de participantes da passeata havia passado de 5 milhões, número que não se confirmou pela medição do Datafolha.
PARADA GAY
No começo de junho, o instituto também calculou o público da Parada Gay, que foi de 220 mil pessoas.
O evento também teve uma diminuição no número de participantes em relação a 2012. A comparação dos dados do Datafolha apontou uma redução de 18,5% no total de pessoas presentes.
A maior concentração de fiéis na Marcha para Jesus, a exemplo do verificado em 2012, ocorreu às 13h, quando o total era de cerca de 161 mil pessoas.
A partir desse horário, parte do público que acompanhava os trios elétricos no trajeto de 2,85 quilômetros desde a estação Luz (centro) começou a deixar a marcha.
A dispersão ocorreu principalmente na praça Campo de Bagatelle (zona norte). A partir desse ponto, o evento continuou na praça Heróis da FEB, em um palco montado para a realização de shows de música gospel.
As igrejas mais frequentadas pelos participantes da marcha, segundo a pesquisa, são as evangélicas Renascer em Cristo (31%), Assembleia de Deus (19%), Batista (6%) e Quadrangular (5%).
A idade média dos que compareceram ao evento é de 31 anos, segundo o Datafolha.
Em relação à escolaridade, a pesquisa apontou a maioria dos participantes nas faixas do ensino médio (56%) e superior (34%).
O instituto indagou os presentes à marcha sobre a contribuição mensal para as igrejas, e o valor médio apontado foi de R$ 220.
Datafolha calcula público em aproximadamente 200 mil pessoas; no ano passado, foram 335 mil, segundo instituto
Parada Gay deste ano teve público 10% maior que evento evangélico e também apresentou adesão menor ante 2012
O público calculado pelo instituto de pesquisa anteontem foi de aproximadamente 200 mil pessoas.
Em 2012, na primeira vez em que fez esse levantamento, o Datafolha apontou um total de 335 mil pessoas.
O resultado difere do número estimado pela Polícia Militar, que indicou um público de 500 mil pessoas ao longo do evento, que teve início às 10h e se estendeu até por volta das 23h.
Procurado pela reportagem anteontem, Estevam Hernandes, líder da igreja Renascer em Cristo, organizadora da marcha, afirmou que não iria fazer uma avaliação sobre o total de participantes.
"O Datafolha, né...", disse Hernandes ao ser indagado sobre o tema.
Em 2012, Hernandes estimou que o número de participantes da passeata havia passado de 5 milhões, número que não se confirmou pela medição do Datafolha.
PARADA GAY
No começo de junho, o instituto também calculou o público da Parada Gay, que foi de 220 mil pessoas.
O evento também teve uma diminuição no número de participantes em relação a 2012. A comparação dos dados do Datafolha apontou uma redução de 18,5% no total de pessoas presentes.
A maior concentração de fiéis na Marcha para Jesus, a exemplo do verificado em 2012, ocorreu às 13h, quando o total era de cerca de 161 mil pessoas.
A partir desse horário, parte do público que acompanhava os trios elétricos no trajeto de 2,85 quilômetros desde a estação Luz (centro) começou a deixar a marcha.
A dispersão ocorreu principalmente na praça Campo de Bagatelle (zona norte). A partir desse ponto, o evento continuou na praça Heróis da FEB, em um palco montado para a realização de shows de música gospel.
As igrejas mais frequentadas pelos participantes da marcha, segundo a pesquisa, são as evangélicas Renascer em Cristo (31%), Assembleia de Deus (19%), Batista (6%) e Quadrangular (5%).
A idade média dos que compareceram ao evento é de 31 anos, segundo o Datafolha.
Em relação à escolaridade, a pesquisa apontou a maioria dos participantes nas faixas do ensino médio (56%) e superior (34%).
O instituto indagou os presentes à marcha sobre a contribuição mensal para as igrejas, e o valor médio apontado foi de R$ 220.
Homossexualidade pode ser alvo de 'tratamento', opinam participantes
DE SÃO PAULO
A maioria dos participantes da Marcha para Jesus concorda com as opiniões do pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) sobre a chamada "cura gay" e outros temas ligados à homossexualidade, aponta o Datafolha.
A marcha de anteontem tornou-se um ato de desagravo a Feliciano, que ocupou o trio elétrico principal do evento, fez uma oração para o público e depois foi aplaudido no palco de shows.
A pesquisa mostra que ele acertou ao vestir a camiseta da marcha acrescida dos dizeres "eu represento vocês".
O Datafolha indagou os participantes da passeata sobre se eles consideravam que a homossexualidade poderia ser tratada com acompanhamento psicológico. Esse é o tema do projeto de lei da chamada "cura gay" em trâmite no Congresso com apoio de Feliciano. O deputado preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
A resposta positiva foi dada por 71% dos entrevistados. A maioria absoluta dos participantes (87%) também considera que a homossexualidade pode ser tratada com acompanhamento espiritual.
Em 1.911 entrevistas, o instituto também constatou que a maioria concorda com opiniões de Feliciano sobre a homossexualidade, como se vê no quadro ao lado.
Painel - Vera Magalhães
folha de são paulo
Cofre Haddad vai levar ao STF, com Geraldo Alckmin (PSDB), uma proposta para que os precatórios não tenham de ser pagos em ordem cronológica. Essa dívida tem um impacto de R$ 18 bilhões por ano nas contas da prefeitura da capital paulista.
Consulta Cármen Lúcia (TSE) disse a Dilma Rousseff que responderá na quarta-feira sobre o prazo necessário para organizar o plebiscito da reforma política. Antes, a ministra pretende se reunir com os presidentes dos TREs.
Calendário Extraoficialmente, interlocutores do Planalto já trabalham com a data de 7 de setembro.
Rascunho Michel Temer e José Eduardo Cardozo (Justiça) passaram o sábado no Palácio do Jaburu elaborando a mensagem que será enviada ao Congresso para sugerir o plebiscito, mas sem elencar as perguntas da consulta.
Tudo a perder A despeito da histórica defesa do PT de temas como o voto em lista, a tendência de Dilma é não se envolver nos detalhes do plebiscito. A avaliação majoritária do Planalto é que, com a reforma política, a presidente recuperou um protagonismo que ficará sob risco caso ela tome partido.
Bloco na rua Na próxima quinta-feira, a direção do PT vai voltar a debater a realização de uma constituinte para a reforma política. Os petistas também definirão uma agenda de atos públicos e ações em redes sociais para divulgar suas propostas.
Em casa A pesquisa Datafolha mostra que Eduardo Campos (PSB) não conseguiu ganhar votos no Nordeste, apesar da queda de Dilma. A presidente perdeu 5 pontos ali, mas só Marina Silva e Joaquim Barbosa cresceram.
Prosa Empresários que serão recebidos por Dilma esta semana solicitaram ao Planalto encontros reservados com a presidente. A expectativa é que façam reparos ao novo pacote de concessões, previsto para agosto.
Alvos Auxiliares de Dilma também preveem queixas endereçadas a Guido Mantega (Fazenda) e ao secretário do Tesouro, Arno Augustin. O último é criticado por seu perfil intervencionista.
Satisfação Lulistas defenderam recentemente a saída de Augustin. Segundo aliados do ex-presidente, a mexida atenderia às queixas do empresariado sobre a taxa de retorno das concessões, considerada muito baixa.
Como está Dessa maneira, o governo daria uma resposta ao mercado sem precisar tirar o cargo de Mantega.
Três à mesa Ideli Salvatti telefonou sábado para Henrique Alves (PMDB-RN) e o convidou para uma reunião hoje. Quando recebeu a ligação, o peemedebista almoçava na Gávea Pequena com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e com o presidenciável tucano Aécio Neves.
Núcleo duro "O PM está com a PR." A frase de assessores do Planalto para definir reuniões de Dilma com Aloizio Mercadante indica a atual importância do ministro da Educação no governo. A sigla "PR" identifica a "presidente da República" e "PM" virou "primeiro-ministro".
DE JOÃO SANTANA, marqueteiro de Dilma Rousseff, sobre a pesquisa Datafolha que mostra uma queda de 21 pontos da presidente e aponta para um 2º turno.
-Nós do PSOL somos contra qualquer tipo de baderna!
Ao ouvir o vereador socialista repetir uma palavra que Geraldo Alckmin (PSDB) usou para classificar alguns manifestantes, José Américo (PT) provocou:
-Nobre vereador, só peço que não utilize a palavra "baderna", pois é uma palavra que a direita costuma usar. Melhor usar "depredação" ou outra qualquer!
S.O.S. Brasília
Principal atingido pela queda de popularidade de governantes pós-protestos, Fernando Haddad (PT) aposta em negociações com Brasília para tirar a prefeitura paulistana da situação de "insolvência" que ele mesmo diagnosticou. A ofensiva se dará em três frentes: insistir na renegociação da dívida da cidade, apoiar pedido para reduzir de um terço para 10% a contrapartida dos municípios nos investimentos do PAC Mobilidade e propor mudanças no pagamento de precatórios.Cofre Haddad vai levar ao STF, com Geraldo Alckmin (PSDB), uma proposta para que os precatórios não tenham de ser pagos em ordem cronológica. Essa dívida tem um impacto de R$ 18 bilhões por ano nas contas da prefeitura da capital paulista.
Consulta Cármen Lúcia (TSE) disse a Dilma Rousseff que responderá na quarta-feira sobre o prazo necessário para organizar o plebiscito da reforma política. Antes, a ministra pretende se reunir com os presidentes dos TREs.
Calendário Extraoficialmente, interlocutores do Planalto já trabalham com a data de 7 de setembro.
Rascunho Michel Temer e José Eduardo Cardozo (Justiça) passaram o sábado no Palácio do Jaburu elaborando a mensagem que será enviada ao Congresso para sugerir o plebiscito, mas sem elencar as perguntas da consulta.
Tudo a perder A despeito da histórica defesa do PT de temas como o voto em lista, a tendência de Dilma é não se envolver nos detalhes do plebiscito. A avaliação majoritária do Planalto é que, com a reforma política, a presidente recuperou um protagonismo que ficará sob risco caso ela tome partido.
Bloco na rua Na próxima quinta-feira, a direção do PT vai voltar a debater a realização de uma constituinte para a reforma política. Os petistas também definirão uma agenda de atos públicos e ações em redes sociais para divulgar suas propostas.
Em casa A pesquisa Datafolha mostra que Eduardo Campos (PSB) não conseguiu ganhar votos no Nordeste, apesar da queda de Dilma. A presidente perdeu 5 pontos ali, mas só Marina Silva e Joaquim Barbosa cresceram.
Prosa Empresários que serão recebidos por Dilma esta semana solicitaram ao Planalto encontros reservados com a presidente. A expectativa é que façam reparos ao novo pacote de concessões, previsto para agosto.
Alvos Auxiliares de Dilma também preveem queixas endereçadas a Guido Mantega (Fazenda) e ao secretário do Tesouro, Arno Augustin. O último é criticado por seu perfil intervencionista.
Satisfação Lulistas defenderam recentemente a saída de Augustin. Segundo aliados do ex-presidente, a mexida atenderia às queixas do empresariado sobre a taxa de retorno das concessões, considerada muito baixa.
Como está Dessa maneira, o governo daria uma resposta ao mercado sem precisar tirar o cargo de Mantega.
Três à mesa Ideli Salvatti telefonou sábado para Henrique Alves (PMDB-RN) e o convidou para uma reunião hoje. Quando recebeu a ligação, o peemedebista almoçava na Gávea Pequena com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e com o presidenciável tucano Aécio Neves.
Núcleo duro "O PM está com a PR." A frase de assessores do Planalto para definir reuniões de Dilma com Aloizio Mercadante indica a atual importância do ministro da Educação no governo. A sigla "PR" identifica a "presidente da República" e "PM" virou "primeiro-ministro".
TIROTEIO
Essa pesquisa tem o valor de uma vaia em estádio: não passa de catarse temporária. Redobro a aposta: Dilma ganha no 1º turno.DE JOÃO SANTANA, marqueteiro de Dilma Rousseff, sobre a pesquisa Datafolha que mostra uma queda de 21 pontos da presidente e aponta para um 2º turno.
CONTRAPONTO
Semântica partidária
Após as primeiras manifestações pela redução das tarifas de transporte em São Paulo, o vereador Toninho Vespoli (PSOL) esclareceu na Câmara que seu partido apoiava os protestos, mas era contrário a atos violentos.-Nós do PSOL somos contra qualquer tipo de baderna!
Ao ouvir o vereador socialista repetir uma palavra que Geraldo Alckmin (PSDB) usou para classificar alguns manifestantes, José Américo (PT) provocou:
-Nobre vereador, só peço que não utilize a palavra "baderna", pois é uma palavra que a direita costuma usar. Melhor usar "depredação" ou outra qualquer!
com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN
'Furacão' das revoltas abala governantes de todas as siglas
folha de são paulo
Era possível prever esse resultado dada a reação de Dilma Rousseff, governadores e prefeitos, que nas últimas semanas se lançaram feito cabras-cegas para dar satisfação a demandas que ninguém sabia ao certo quais eram.
Do recuo no preço da tarifas à pregação pela reforma política --que, como mostra o mesmo levantamento do Datafolha, não é uma preocupação do eleitor, e sim dos partidos--, os políticos atiraram para todos os lados tentando salvar a própria pele.
Inútil. Logo no início das manifestações, antes de elas atingirem todo o país e as cenas de confrontos se multiplicarem, escrevi no caderno "Cotidiano" que não haveria vencedores políticos das passeatas. Tanto que, quando o Datafolha tenta auferir quem se beneficia do derretimento de popularidade de quem está no comando, não há herdeiro natural. Os que crescem mais são justamente os que representam a negação da política partidária tradicional, como Marina Silva e o não candidato Joaquim Barbosa.
É difícil que tal grau de irritação com os governantes permaneça até a eleição, mas também parece pouco provável que haja recuperação plena da confiança, ainda mais diante das dificuldades econômicas, que impedirão que se atendam as reivindicações mais genéricas, por melhoras na saúde e na educação.
Em entrevistas recentes, Fernando Haddad mostra o tamanho do problema ao dizer que a situação da prefeitura paulistana é de insolvência.
Uma confissão de impotência dessa no sexto mês de mandato, conjugada com aprovação de 18%, parece um beco sem saída para o petista, o mais "novo" da lista dos alvejados pelas ruas. O pior, no caso dele, é que os padrinhos da eleição pouco ou nada podem fazer para ajudá-lo, pois foram atingidos pelo mesmo petardo que o nocauteou.
DE SÃO PAULONão foi apenas a popularidade da presidente Dilma Rousseff que acabou corroída pela onda de protestos que tomou o país.
O movimento abalou os índices de aprovação dos governadores dos dois maiores Estados do país: Geraldo Alckmin (PSDB), de São Paulo, e Sérgio Cabral (PMDB), do Rio; e ainda dos prefeitos das duas maiores cidades: Fernando Haddad (PT), o titular da capital paulista, e Eduardo Paes (PMDB), da capital fluminense.
Todos os dados são da pesquisa Datafolha finalizada na sexta-feira passada.
A aprovação de Alckmin caiu 14 pontos no intervalo de três semanas --Dilma perdeu 27 pontos no mesmo período. Os 52% de avaliação positiva do tucano em 7 de junho, pouco antes do início dos protestos, foram reduzidos para 38% na pesquisa recente.
Na semana do auge dos protestos, Alckmin foi criticado pelo comportamento da Polícia Militar, que num primeiro momento agiu com violência durante passeatas e depois, diante das críticas, teria reduzido o rigor no combate ao vandalismo.
O Estado também administra tarifas dos trens e do metrô, que também subiram, mas, mediante a pressão das ruas, acabaram tendo o reajuste cancelado.
Abalo ainda maior foi sentido por Haddad, cuja administração tem só seis meses.
Seu índice de aprovação caiu 16 pontos em três semanas, de 34% para 18%. A reprovação do petista (soma dos julgamentos ruim e péssimo) subiu de 21% para 40%.
Haddad se expôs no enfrentamento ao Movimento Passe Livre. No início, disse que não havia margem para negociação. Insistia no argumento de que as passagens de ônibus haviam subido abaixo da inflação. No fim, cedeu.
Na série histórica, a rejeição de Haddad é equivalente às de Jânio Quadros (43%), Marta Suplicy (42%) e Paulo Maluf (41%), quando se trata do mesmo período de gestão.
A aprovação também é parecida com as de outros ex-prefeitos. Em junho de 1986, Jânio tinha 16%. Em 1989, Luiza Erundina marcou os mesmos 16%. Maluf, o prefeito seguinte, fez 20%. Em junho de 2007, Celso Pitta tinha 19%. Quatro anos depois, Marta alcançou 20%. José Serra obteve 30% em julho de 2005.
O único que destoa é Gilberto Kassab, que antecedeu Haddad, com 46%.
Ao longo dos dias de protesto, os paulistanos foram ficando menos críticos com Alckmin e Haddad.
Em 18 de junho, 51% avaliavam o desempenho de Alckmin diante dos protestos como ruim ou péssimo. Esse índice caiu para 39% dia 21 de junho. E voltou a cair na última pesquisa, para 33%.
Com Haddad ocorreu o mesmo, mas em intensidade menor. A má avaliação de seu comportamento era compartilhada por 55%. Caiu para 50%. E depois para 44%.
RIO
Depois de atingir o pico de sua popularidade na série do Datafolha no Estado do Rio, em novembro de 2010, o governador Sérgio Cabral despencou 30 pontos.
No levantamento de sexta-feira, após seis anos e meio de mandato, ele obteve 25% de ótimo e bom, a menor pontuação da série. A soma de ruim e péssimo é maior, 36%.
Cabral foi alvo dos manifestantes, que acamparam na frente de seu apartamento.
A imagem do prefeito do Rio, Eduardo Paes, sai igualmente lesada.
Desde agosto de 2012, seu índice de aprovação caiu de 50% para 30%. A desaprovação fez a trajetória inversa. Subiu de 12% para 33%.
ANÁLISE
VERA MAGALHÃESEDITORA DO PAINELO cenário captado pelo Datafolha no calor das revoltas de junho é de terra arrasada. O furacão colheu governantes dos três níveis de administração, de todos os partidos, recém-eleitos e em meio de mandato. Ninguém foi poupado da insatisfação geral que emergiu dos protestos.Era possível prever esse resultado dada a reação de Dilma Rousseff, governadores e prefeitos, que nas últimas semanas se lançaram feito cabras-cegas para dar satisfação a demandas que ninguém sabia ao certo quais eram.
Do recuo no preço da tarifas à pregação pela reforma política --que, como mostra o mesmo levantamento do Datafolha, não é uma preocupação do eleitor, e sim dos partidos--, os políticos atiraram para todos os lados tentando salvar a própria pele.
Inútil. Logo no início das manifestações, antes de elas atingirem todo o país e as cenas de confrontos se multiplicarem, escrevi no caderno "Cotidiano" que não haveria vencedores políticos das passeatas. Tanto que, quando o Datafolha tenta auferir quem se beneficia do derretimento de popularidade de quem está no comando, não há herdeiro natural. Os que crescem mais são justamente os que representam a negação da política partidária tradicional, como Marina Silva e o não candidato Joaquim Barbosa.
É difícil que tal grau de irritação com os governantes permaneça até a eleição, mas também parece pouco provável que haja recuperação plena da confiança, ainda mais diante das dificuldades econômicas, que impedirão que se atendam as reivindicações mais genéricas, por melhoras na saúde e na educação.
Em entrevistas recentes, Fernando Haddad mostra o tamanho do problema ao dizer que a situação da prefeitura paulistana é de insolvência.
Uma confissão de impotência dessa no sexto mês de mandato, conjugada com aprovação de 18%, parece um beco sem saída para o petista, o mais "novo" da lista dos alvejados pelas ruas. O pior, no caso dele, é que os padrinhos da eleição pouco ou nada podem fazer para ajudá-lo, pois foram atingidos pelo mesmo petardo que o nocauteou.
Após protestos, aprovação de Alckmin e Haddad cai
Governador perde 14 pontos e prefeito, 16; Cabral e Paes também são afetados
Índice dos que acham gestão paulistana ruim ou péssima sobe de 21% para 40% em três semanas, diz Datafolha
O movimento abalou os índices de aprovação dos governadores dos dois maiores Estados do país: Geraldo Alckmin (PSDB), de São Paulo, e Sérgio Cabral (PMDB), do Rio; e ainda dos prefeitos das duas maiores cidades: Fernando Haddad (PT), o titular da capital paulista, e Eduardo Paes (PMDB), da capital fluminense.
Todos os dados são da pesquisa Datafolha finalizada na sexta-feira passada.
A aprovação de Alckmin caiu 14 pontos no intervalo de três semanas --Dilma perdeu 27 pontos no mesmo período. Os 52% de avaliação positiva do tucano em 7 de junho, pouco antes do início dos protestos, foram reduzidos para 38% na pesquisa recente.
Na semana do auge dos protestos, Alckmin foi criticado pelo comportamento da Polícia Militar, que num primeiro momento agiu com violência durante passeatas e depois, diante das críticas, teria reduzido o rigor no combate ao vandalismo.
O Estado também administra tarifas dos trens e do metrô, que também subiram, mas, mediante a pressão das ruas, acabaram tendo o reajuste cancelado.
Abalo ainda maior foi sentido por Haddad, cuja administração tem só seis meses.
Seu índice de aprovação caiu 16 pontos em três semanas, de 34% para 18%. A reprovação do petista (soma dos julgamentos ruim e péssimo) subiu de 21% para 40%.
Haddad se expôs no enfrentamento ao Movimento Passe Livre. No início, disse que não havia margem para negociação. Insistia no argumento de que as passagens de ônibus haviam subido abaixo da inflação. No fim, cedeu.
Na série histórica, a rejeição de Haddad é equivalente às de Jânio Quadros (43%), Marta Suplicy (42%) e Paulo Maluf (41%), quando se trata do mesmo período de gestão.
A aprovação também é parecida com as de outros ex-prefeitos. Em junho de 1986, Jânio tinha 16%. Em 1989, Luiza Erundina marcou os mesmos 16%. Maluf, o prefeito seguinte, fez 20%. Em junho de 2007, Celso Pitta tinha 19%. Quatro anos depois, Marta alcançou 20%. José Serra obteve 30% em julho de 2005.
O único que destoa é Gilberto Kassab, que antecedeu Haddad, com 46%.
Ao longo dos dias de protesto, os paulistanos foram ficando menos críticos com Alckmin e Haddad.
Em 18 de junho, 51% avaliavam o desempenho de Alckmin diante dos protestos como ruim ou péssimo. Esse índice caiu para 39% dia 21 de junho. E voltou a cair na última pesquisa, para 33%.
Com Haddad ocorreu o mesmo, mas em intensidade menor. A má avaliação de seu comportamento era compartilhada por 55%. Caiu para 50%. E depois para 44%.
RIO
Depois de atingir o pico de sua popularidade na série do Datafolha no Estado do Rio, em novembro de 2010, o governador Sérgio Cabral despencou 30 pontos.
No levantamento de sexta-feira, após seis anos e meio de mandato, ele obteve 25% de ótimo e bom, a menor pontuação da série. A soma de ruim e péssimo é maior, 36%.
Cabral foi alvo dos manifestantes, que acamparam na frente de seu apartamento.
A imagem do prefeito do Rio, Eduardo Paes, sai igualmente lesada.
Desde agosto de 2012, seu índice de aprovação caiu de 50% para 30%. A desaprovação fez a trajetória inversa. Subiu de 12% para 33%.
(RICARDO MENDONÇA)
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