sexta-feira, 5 de setembro de 2014

TeVê

TV paga


Estado de MInas: 05/09/2014



 (Discovery/Divulgação )

Só carrões


Estreia hoje, às 21h25, no Discovery, a série Resgate de carros clássicos (foto), que, como sugere o título, acompanha a execução de projetos de restauração de automóveis antigos. No caso, na oficina da Da Rod Shop, dos sócios Billy Derian e Steve Reck. E a dupla começa colocando a equipe para trabalhar em um raríssimo modelo  Ford 3 Window.

Os seres extraterrestres
invadem o canal History


No canal History, às 23h, a série Contato extraterrestre abre nova temporada, levantando casos registrados na Colômbia, México, Uruguai, Peru, Argentina e até no Brasil, com mais de 50 entrevistas sobre discos voadores e ETs. No episódio “Óvnis e seres”, a produção analisa o mito do chupa-cabras e seus supostos ataques, tentando esclarecer o que há de verdade por trás desses relatos arrepiantes.

Augusto Boal é tema de
documentário do SescTV


O teatro continua na pauta do SescTV, em razão da realização do Mirada – Festival Ibero-americano de Artes Cênicas de Santos, começando às 14h com o documentário Tradição e contemporaneidade: bonecos da cultura tradicional, que mostra os grupos Mamulengo Só Riso (PE), Carroça de Mamulengos (Brasília), Grupo Formosura de Teatro (CE) e Mamulengo de Cheiroso (SE). Às 23h, é a vez do documentário Augusto Boal e o Teatro do Oprimido, de Zelito Viana.

As verdadeiras donas de
casa retornam à Fox Life

Na Fox Life, a série The real housewives OC estreia sua quinta temporada, às 20h30, com novo rosto se juntando ao grupo: Alexis Bellino, uma dona de casa de 32 anos. Como aquecimento, o canal exibe mais um episódio de The real housewives New Jersey, às 19h45. Já às 21h30, no Film&Arts , estreia a série cômica REV, em que Tom Hollander faz o papel de um religioso promovido de uma paróquia rural para uma igreja nos subúrbios de Londres, área habitada por alcoólatras, desempregados, mentirosos e políticos corruptos.

Cinema brasileiro ganha
destaque na programação


No pacote de filmes, um dos destaques é a estreia da comédia brasileira Se puder… dirija!, com Luiz Fernando Guimarães, Lavínia Vlasak e Leandro Hassum, às 22h, no Telecine Premium. No mesmo horário, o Arte 1 reprisa o clássico A doce vida, de Federico Fellini, enquanto a Cultura exibe o drama Seguindo em frente, do japonês Hirokazu Koreeda. No Megapix, são duas sessões especiais: a do Dia do Irmão, com Ela é o cara (12h), Quase irmãos (14h) e Os irmãos Grimm (16h); e a dobradinha Carros (20h30) e Carros 2 (22h35). No FX, a sessão dupla emenda Anjos da noite – A evolução (20h45) e Resident evil 2: apocalipse (22h30). Ainda às 22h, o assinante tem outras seis opções: Se nada mais der certo, no Canal Brasil; Chamada de emergência, na HBO 2; Virada radical, no Telecine Touch; Truque de mestre, no Telecine Pipoca; Rollerball, no Telecine Cult; e Impacto mortal, no MGM. E mais: As loucuras de Dick e Jane, às 20h, no Comedy Central; Nome próprio, às 21h, no Cinemax; e Se eu fosse você 2, às 22h30, na Fox.

CARAS & BOCAS » De bem com a vida

Simone Castro

Roberto D'Ávila entrevista Cláudia Abreu e ela garante que rir de si mesmo é muito bom (João Cotta/TV Globo)
Roberto D'Ávila entrevista Cláudia Abreu e ela garante que rir de si mesmo é muito bom

Cláudia Abreu, a irresistível Pamela Parker-Marra de Geração Brasil (Globo), comenta sobre uma característica que tem em comum com muitos de seus personagens: o bom humor. “Levar-se a sério é muito chato. É claro que você deve encarar a vida com responsabilidade, levar os compromissos a sério, mas rir de si mesmo é muito bom.” A atriz é a entrevistada de Roberto D’Ávila neste sábado, à 0h05, na GloboNews (TV paga). Ela tinha apenas 10 anos quando começou a fazer teatro no Tablado, despretensiosamente. De lá pra cá, passados mais de 30 anos, deu vida a muitos personagens de sucesso na televisão, no teatro e no cinema, teve quatro filhos e ainda fez faculdade de filosofia, iniciada aos 30 anos, quando estava grávida da primeira filha. O bom humor que se mistura com sua vida pessoal e profissional ela identifica agora no papel de Pamela. “Foi uma alegria voltar a trabalhar com os diretores e os autores de Cheias de charme porque a criatividade deles é tão incrível que é um prato cheio para qualquer ator”, afirma. Na trama, a primeira dos autores, Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, em 2012, Cláudia interpretou a impagável Chayene. Ela conta que pediu para interpretar a cantora pela oportunidade rara de poder, além de atuar, cantar de verdade e contracenar com grandes nomes da música brasileira, como Roberto Carlos, Ivete Sangalo, Zezé di Camargo, e até dar um selinho no Rei. Planos? Ter uma companhia de teatro e escrever as próprias peças, revela a nora do escritor Rubem Fonseca, ressaltando que hoje a prioridade, no tempo que sobra, é da família.

PAI DESCOBRE QUE FILHA
FOI TROCADA E NEM LIGA


Fernando (Marco Ricca) vai descobrir, finalmente, que Susana (Alessandra Negrini) trocou Vitória (Bianca Bin) e Sandra (Ísis Valverde) na maternidade. A revelação será no capítulo de Boogie Oogie (Globo) da próxima terça-feira. O empresário se mostrará um tremendo mau-caráter. É que não só fará de tudo para que ninguém descubra a verdade, propondo, inclusive, que ele e Susana voltem a ser amantes, como oferecerá a Sandra dinheiro para que possa estudar medicina no exterior e assim sair de cena. Tudo sem demonstrar um mínimo de sentimento pela filha verdadeira.

PAPO DE SALÃO DE BELEZA
É TEMA DO COMO SERÁ?


Para gravar o quadro “Hoje é dia de...”, do programa Como será? (Globo), Alexandre Henderson acompanhou um grupo de mulheres em um dia de beleza no salão. Entre um papo e outro, o repórter descobriu diversas curiosidades do universo feminino, mostrando que mais que um lugar de beleza, os salões são considerados por elas espaços de sociabilidade. A matéria vai ao ar neste sábado, no programa que começa às 6h05.

RESUMO DAS PRINCIPAIS
NOTÍCIAS NA ALTEROSA


Confira o resumo das principais notícias e tudo o que aconteceu na capital e no estado no Jornal da Alterosa – 2ª edição desta sexta-feira, às 18h15. A apresentação é de Ana Cristina Pimenta.

AS MAIS BEM PAGAS


Sofía Vergara é pelo terceiro ano consecutivo a atriz de televisão mais bem paga do mundo, segundo uma lista da revista americana Forbes divulgada anteontem. A colombiana obteve rendimentos avaliados em US$ 37 milhões. Aos 42 anos, Sofía Vergara é conhecida por seu papel na série Modern family, pelo qual recebeu cinco prêmios Emmy e ganha US$ 325 mil por episódio. Mas o que a faz mesmo encher o cofrinho é o que ganha com publicidade, já que é garota-propaganda de várias marcas que vão de xampu a operadora de telecomunicações. Na segunda posição está a atriz Mariska Hargitay, protagonista da série Law & order: SVU, que embolsou US$ 13 milhões entre junho de 2013 e junho de 2014. A atriz, que interpreta a Penny na série The big bang theory, Kaley Cuoco, ficou em terceiro lugar, com US$ 11 milhões, também por conta de anúncios. Atualmente, fechou contrato para nova temporada da série, na qual vai receber US$ 1 milhão por cada episódio. No ranking das “cinco mais”, Julianna Margulies, da série The good wife, que recebeu na semana passada seu segundo Emmy pelo trabalho; Ellen Pompeo, de Grey’s anatomy; e Cobie Smulders, de How I met your mother, empataram na quarta posição, com US$ 10 milhões, e Alyson Hannigan, de How I met your mother, ficou em quinto, com US$ 9,5 milhões.

VIVA
Taís Araújo e Max Lima, que formam boa parceria como mãe e filho em Geração Brasil. Recentemente, Verônica e Vicente até andaram se estranhando quando veio à tona o romance dela com Jonas Marra (Murilo Benício). O rapaz não gostou de saber do namoro da mãe com um homem casado. Resolveram no diálogo.

VAIA
Na semana, a famosa frase da atriz Mae West citada em um filme, “quando sou boa, sou ótima. Quando sou má, sou melhor ainda”, foi dita em Malhação e Império, respectivamente, por Bianca (Bruna Hamu) e Maria Marta (Lília Cabral). Só faltou sair da boca de Pamela (Cláudia Abreu) em sua fase vingativa, em Geração Brasil. 

BIENAL SP » Polêmicas à vista Carolina Braga

Estado de Minas: 05/09/2014



Intervenção urbana de Éder Oliveira, um dos destaques da mostra
 (Jéssica Nascimento/Divulgação)

Intervenção urbana de Éder Oliveira, um dos destaques da mostra


O título Como (…) coisas que não existem é abstrato, mas as polêmicas que a 31ª Bienal de São Paulo promete levantar são bem concretas. Aliás, olhares críticos e provocativos sobre a contemporaneidade é o que se espera de um evento deste porte. A edição que abre suas portas amanhã para o público tem como objetivo analisar diversas maneiras de gerar conflito. Serão mais de 100 artistas e 250 trabalhos escolhidos pela equipe da curadoria internacional. Liderados pelo britânico Charles Esche, estão no grupo os israelenses Galit Eilat e Orengn Sagib, além dos espanhóis Pablo Lafuente e Nuria Enguita Mayo.

A seleção bancada por eles chamou atenção, em um primeiro momento, pela quantidade de artistas desconhecidos pelo grande público. Depois, pela presença de obras que vão dar o que falar. As escolhas se demonstram coerentes com a ideia de refletir sobre a inevitável limitação da nossa compreensão de muitas coisas que ficam de fora dos modos comumente aceitos de pensar e de atuar. A exposição foi concebida como uma jornada pelo pavilhão, dividido em três áreas diferentes: Parque, Rampa e Colunas.

A expectativa é de que as obras carreguem um olhar particular para crises que atravessamos hoje em dia. Elas estão no campo da política, no social, na religião, economia e também meio ambiente. Artistas de 34 países estarão em exposição. Do Brasil, as principais apostas estão na revelação de jovens como Clara Ianni, Thiago Martins de Melo, Éder Oliveira, Gabriel Mascaro, Marta Neves e Arthur Scovino, todos com menos de 40 anos.

Entre os estrangeiros, o coletivo boliviano Mujeres Creando vai abordar um tema atual da pauta de discussões do Brasil: o aborto. Na instalação batizada Espaço para abortar, mulheres entram em cabines de tecido que simbolizam úteros. ‘‘Esse é um pretexto para discutir a descriminalização do aborto’’, diz Maria Galindo, uma das integrantes do coletivo. Depoimentos de quem viveu o drama são exibidos em vídeo.

Obras que combinam sexualidade e religião também podem criar controvérsia. Em Deus é bicha e Linha da vida, ainda, a homossexualidade e o catolicismo flertam em trabalhos assinados por um grupo de artistas de diferentes localidades. (Com agências)

31ª Bienal de São Paulo
De sábado a 7 de dezembro de 2014. Pavilhão da Bienal, Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Parque Ibirapuera, Portão 3, São Paulo, (11) 5576 7600. Aberta às terças, quintas, sextas, domingos e feriados: das 9h às 19h (entrada até 18h); quartas e sábados: das 9h às 22h (entrada até 21h). Fechado às segundas. Entrada franca.

MÚSICA » A três

MÚSICA » A três 

  Mallu Magalhães e Marcelo Camelo se juntam ao baterista português Fred Ferreira para formar a Banda do Mar. Lisboa fez bem ao casal, que lança CD de apelo pop com canções para dançar


Mariana Peixoto
Estado de MInas: 05/09/2014



Marcelo Camelo, Fred Ferreira e Mallu Magalhães: encontro feliz em Lisboa

 (Kenton Thatcher/Divulgação)
Marcelo Camelo, Fred Ferreira e Mallu Magalhães: encontro feliz em Lisboa


“Luzes da cidade nova/ Desde quando tudo em volta importa/ Acho normal de imaginar nós dois”, canta Marcelo Camelo. “Mesmo que não venha mais ninguém/ Ficamos só eu e você/ Fazemos a festa/ Somos do mundo”, entoa Mallu Magalhães. Uma parceria musical (Janta, de 2008) levou Mallu e Camelo a se tornarem parceiros na vida. Mesmo que um e outro tenham participado dos respectivos álbuns desde então, o casal nunca “institucionalizou” a união. Com a Banda do Mar, Mallu e Camelo agora têm o seu próprio grupo. Um trio, na verdade, formado em Lisboa, local do exílio voluntário dos dois há um ano. Foi na capital portuguesa que eles encontraram o terceiro membro da banda: Fred Ferreira. E foi lá também que compuseram a maior parte do repertório de 12 canções.

Baterista e percussionista, Fred, compadre de Camelo de longa data (com ascendência portuguesa, o Hermano tem dupla cidadania), aparece mais como um tempero na Banda do Mar, que, queira ou não, é projeto do casal. Este divide a autoria das canções (sete dele, cinco dela) e, a exemplo de toda a discografia do Los Hermanos, interpreta sua própria música (como sempre ocorreu com a dobradinha Camelo/Amarante). Dessa maneira, é Camelo quem canta Cidade nova, um despertar para a nova vida a dois. E é Mallu quem coloca voz em Mais ninguém, o primeiro single, com direito a clipe fofo e despojado em que o trio faz passinhos para lá de engraçados.

O que fica claro – boa notícia para quem estava se enfadando com o tom moroso dos últimos álbuns solos de Camelo e Mallu – é que os ares lisboetas e o encontro com Fred fizeram da Banda do Mar um trio com sotaque roqueiro, em que a guitarra colore canções descompromissadas com forte apelo pop. É música para dançar – Hey Nana, Muitos chocolates, além da supracitada Mais ninguém – e também para cantar junto – Faz tempo e Vamo embora, ambas com eco de Los Hermanos. Gravado em dois estúdios de Lisboa, o álbum foi produzido e arranjado pelo trio.



“Estou fazendo música sozinho há oito anos e sempre fui um cara muito agregador. Quando se está sozinho você acaba criando interlocutores internos para apreciar o que está fazendo. Agora, num trabalho coletivo, a premissa é outra. O que faço é para eles, Fred e Mallu. Todas as escolhas são muito influenciadas pelo outro olhar, pelo encontro”, afirma Camelo. Deixar o Brasil rumo a Portugal foi uma decisão tanto afetiva – “conheço bem o país, tenho uma relação antiga com o lugar e também queria estar perto do Fred, sempre muito presente na minha vida” – quanto prática. “O Rio e São Paulo são cidades muito caras para viver. Cada vez mais era necessário morar longe para encontrar um espaço maior”, conta ele.

O álbum da Banda do Mar está sendo lançado neste mês no Brasil e no próximo em Portugal. Em outubro, Mallu, Camelo e Fred vêm ao país para uma temporada de dois meses e meio. A turnê tem início no dia 10, em Porto Alegre. Em cena, o trio vai ganhar extras: Marcos Gerez, do Hurtmold, vai assumir o baixo, e Gabriel Mayall (Bubu, velho conhecido dos fãs do Los Hermanos) as guitarras. Em meados de dezembro, o trio retorna para o além-mar.

A pergunta que resta é: a Banda do Mar (ainda que tenha esse nome) é uma banda ou um projeto com data para acabar? Camelo dá voltas para dizer que nada está definido. “Falando sobre isso, o Fred usou uma metáfora. Disse que ela é como mais uma árvore no nosso jardim, não precisa podar as outras para que ela exista. Tenho a sensação de um encontro em que se a gente fizer tudo certo poderemos ter sempre este lugar para nos sentirmos à vontade. Essa é uma característica da cultura pop da nossa época, que dá certa liberdade e leveza para as coisas”, conclui. 

CARLOS HERCULANO LOPES » Tá sendo assaltado?‏

CARLOS HERCULANO LOPES » Tá sendo assaltado?


Estado de Minas: 05/09/2014




Ainda não eram 11h quando o rapaz que tinha sido escalado para o plantão naquele sábado resolveu ir a pé para o trabalho, como às vezes fazia. A manhã estava bonita, poucas nuvens passeando pelo céu e na rua, em contraste com os demais dias da semana, quando o trânsito é a loucura de sempre, trafegavam poucos carros, como pôde observar, depois de dar uma olhada pela janela de seu apartamento. Ambiente ideal para uma caminhada, ainda mais no seu caso, andava meio sedentário.

Depois de tomar o café, que ele mesmo preparou, chamou o elevador, passou pela portaria, cumprimentou o porteiro, um atleticano doente com quem sempre conversava sobre futebol, e ganhou a rua. No prédio em frente, como era rotina, a faxineira lavava o passeio, num desperdício de água que dava nos nervos. Só para empurrar as folhas que caíam de uma castanheira, ela devia gastar uns cinco minutos. Logo adiante, onde poucos dias antes havia sido derrubada uma casa antiga, operários começavam a construir um prédio. Pelo que tinha ficado sabendo, teria mais de 20 andares.

Deu uma olhada em tudo isso, esperou o sinal abrir e, nos instantes seguintes, quando ia atravessar a Avenida do Contorno, pela qual, a não ser ele, ninguém passava naquela hora, foi abordado por um homem alto, que parou à sua frente, saído sabe-se lá de onde que disse, como se desse uma ordem: “Estou precisando de dinheiro, passe logo o que você tiver aí, rapidinho, pois não estou para brincadeiras...”.

O rapaz se assustou, olhou para o outro, que estava sem camisa e usava uma bermuda vermelha. Como não viu arma na mão dele, tentou se tranquilizar, ver se ganhava um pouco de tempo. “Você não escutou, cara?, me entregue logo a grana, não me faça de besta...”, tornou a dizer o cara, num tom ameaçador.

Foi quando o rapaz, ainda meio atordoado, virou-se para o assaltante, que continuava a encará-lo, e respondeu, procurando manter a calma, coisa não muito fácil numa situação como aquela: “Tenho só R$ 20, posso te dar R$ 10, pois preciso do resto para fazer um lanche”.

Todo esse diálogo, é bom que se diga, talvez não tenha durado mais de um minuto, quando então, no momento em que ia entregar o dinheiro, o rapaz foi interpelado por um homem que, de repente, parou um carro branco em frente a eles, abriu a porta e disse: “Você está sendo assaltado por esse cara, moço?”.

“Não é nada, amigo, não é nada, está tudo resolvido, muito obrigado”, foi só o que o rapaz conseguiu responder àquele estranho, em cujo rosto não percebeu nenhuma expressão, a não ser um olhar gelado. Mais assustado que ele, o assaltante, que talvez tenha notado a mesma coisa, saiu correndo. “Tudo bem, então”, disse o motorista, que arrancou o carro e se foi. Por sua vez, o rapaz, cuja ficha só foi cair à noite, quando não conseguiu dormir ao reviver tudo aquilo, prosseguiu com a sua caminhada. 

Eles só pensam naquilo

Fãs mineiros disputam autógrafos da americana Sylvia Day, cujos romances trazem fortes cenas de sexo. O Brasil é o quarto mercado da autora, que vendeu 25 milhões de livros


Mariana Peixoto
Estado de Minas: 05/09/2014



Sylvia Day garante: quem nunca teve orgasmo não pode escrever livros como os dela (FOTOS: CRISTINA HORTA/EM/D.A PRESS)
Sylvia Day garante: quem nunca teve orgasmo não pode escrever livros como os dela


É um número impressionante. Com 10 anos de carreira e 40 títulos publicados, a norte-americana de ascendência japonesa Sylvia Day já vendeu 25 milhões de livros. O Brasil é o quarto mercado (fica atrás dos EUA, Reino Unido e Alemanha) dessa escritora de 41 anos, casada, mãe de um casal de filhos e que se dedica a escrever romances. Todos têm invariavelmente final feliz e carregam nas cenas de sexo. A carreira de Sylvia começou em 2004, muito antes da explosão do chamado soft porn, o pornô para mamães que virou febre graças à trilogia Cinquenta tons de cinza (2011), de E. L. James.

Mesmo com mais experiência e um número muito maior de publicações que a colega britânica, Sylvia Day só conheceu a repercussão internacional a partir da trilogia Crossfire (2012), que, depois do sucesso, ganhou mais dois livros. A quarta narrativa sobre o casal Gideon Cross e Eva Tramell – ambos lindos, ricos, bem-sucedidos e com um passado de abuso – é a única a que ela se dedicou a escrever este ano. A data do lançamento de Captivated by you (Cativado por você, em tradução literal) deve ser anunciada este mês – como ocorreu com o antecessor Para sempre sua (2013), a publicação ocorrerá no mesmo dia em todo o mundo.

Com o Brasil consumindo seus livros sem parar, Sylvia está no país pela terceira vez, desde o ano passado. Agora, a autora é bancada pela Universo dos Livros, a quarta editora nacional a publicar seus romances. Até amanhã, onde encerra, em São Paulo, sua temporada brasileira, a americana terá participado de sete noites de autógrafos em seis capitais.

A Universo edita os romances de Sylvia com os títulos de Desejada, Incontrolável e Obstinada. A despeito da diferença de séculos das narrativas ditas históricas para as contemporâneas, as cenas de sexo não ficam nada a dever – só demoram mais porque a quantidade de roupa a ser retirada é bem maior.

Autógrafos

Em BH, onde esteve pela primeira vez na noite de anteontem, Sylvia foi recebida na livraria Leitura por um séquito. Não tão grande como previam as 500 senhas disponibilizadas – o público era de, no máximo, 20% do esperado –, a plateia se mostrou ruidosa como grupos de adolescentes se comportam em frente a ídolos teen. Selfies, beijos, abraços e os indefectíveis autógrafos foram distribuídos em meio a risos e nenhum constrangimento.

Primeira da fila, Caroline Sales, de 25 anos, consome 300 romances a cada ano. Todos sobre sexo, tema de seu blog Sex and the books. “Christian Grey (o protagonista de Cinquenta tons de cinza) não será o primeiro nem o último. Ou seja, os livros do gênero são muito parecidos. O herói é sempre muito torturado, e as heroínas não são perfeitas”, comentou. Também das primeiras a chegar, a estudante de Letras Jéssica Souza, de 23, disse que romances eróticos são malvistos na faculdade. “Mas muita gente está lendo, não há mais vergonha. Os livros falam de sexo sem qualquer preconceito”, contou ela, que se divide entre o soft porn e “as palavras difíceis” dos livros de Machado de Assis que tem que ler para suas aulas.

Homens


Na noite de autógrafos, o público era, obviamente, dominado pelas mulheres. Mas aqui e ali encontrava-se um homem entre os fãs de Sylvia. O estudante de biomedicina Marcos Jordan, de 20, levava na mochila oito exemplares, mesmo sabendo que ela só assinaria três. “Como se idealiza o homem, é um tipo de leitura que atrai mais as mulheres. Gosto desse tipo de gênero”, comentou ele, que ainda sente os olhares curiosos sempre que empunha um dos títulos em público.

Para a advogada Renata Ávila, de 25, que também colabora para blogs literários, mesmo com a entrada do soft porn em peso no país, ainda há certo preconceito. “O mineiro é muito tradicional. No Rio e em São Paulo, livros eróticos são lidos em qualquer lugar e estão sempre nas vitrines. Aqui não, as pessoas ficam até sem graça de pegá-los nas livrarias”, diz. Consumidora voraz, Renata tem consciência do quão parecidas são as narrativas, mas não consegue largar um romance no meio. E avisa: “Esses livros ainda quebram os preconceitos que as pessoas podem ter em relação ao sexo”.

entrevista

Sylvia day
escritora


Proibido para virgens

Os livros digitais estimularam muita gente que nunca pensou em se tornar autor a escrever. Com o filão dos romances eróticos, há uma enxurrada de títulos tanto físicos quanto digitais. Qualquer pessoa pode escrever sobre sexo?

Não, certamente não, se você for virgem ou não gostar de sexo. Uma pessoa que nunca teve um orgasmo na vida não está apta a escrever sobre isso. É o mesmo que querer escrever sobre chocolate sem nunca ter comido um. Você tem que ter a experiência para criar uma cena que tenha sexo. Falo do bom sexo.

Que elementos uma boa cena de sexo deve ter?

O leitor tem que perceber o desenvolvimento emocional do casal. Não é só sexo ou orgasmo, ela tem que trazer dois personagens que terminem a cena totalmente diferentes de quando começaram. Alguma coisa tem que ter ocorrido ali. Os personagens devem ir para um lugar onde nunca estiveram antes.

Seus livros trazem sempre um casal? Sexo, para você, é somente entre um homem e uma mulher?

Sim, porque é o que me interessa. Escritores escrevem sobre o que provoca paixão neles. Não me interessa sexo com várias pessoas, sadomasoquismo. Meus personagens não batem uns nos outros, não usam brinquedos ousados.

Você é mãe de adolescentes. Eles já leram seus livros? Aliás, com que idade um jovem deve começar a lê-los?

Meu filho tem 15 anos, minha filha, 13. Nunca leram, mas também nunca se interessaram por eles. Quanto a começar, o ideal seria que as pessoas tivessem 18 anos. Antes disso, só se houver consentimento dos pais. Mas conheço muitas garotas de colégio, entre 16 e 18, que pedem emprestado para as mães. Se for dessa maneira, não há problema algum.

Marcos Jordan estava entre os poucos homens que foram ver Sylvia Day de perto
Marcos Jordan estava entre os poucos homens que foram ver Sylvia Day de perto
A blogueira Renata Ávila diz que o leitor mineiro é muito tradicional
A blogueira Renata Ávila diz que o leitor mineiro é muito tradicional
A estudante Jéssica Souza diz que o gênero soft porn é malvisto na faculdade
A estudante Jéssica Souza diz que o gênero soft porn é malvisto na faculdade


O FENÔMENO


4
editoras brasileiras publicam Sylvia Day


16
títulos lançados no Brasil


500 mil
exemplares da série Crossfire vendidos no Brasil


25 milhões
de livros vendidos no mundo


40
títulos publicados

Eduardo Almeida Reis - Ópticas‏

Sempre que possível procuro ver o lado bom das coisas, mas está ficando difícil. Você liga o televisor e tem notícia de um sujeito que matou o filho de 2 anos

Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 05/09/2014





Óptica não é somente a parte da física que estuda as leis relativas às radiações luminosas e aos fenômenos da visão, como também não é somente o local especializado na venda e/ou fabrico de óculos, lunetas e instrumentos do gênero. Óptica pode ser o aspecto de um objeto visto ao longe ou sob determinado ângulo, mas é da derivação por metáfora que desejo falar: o ponto de vista, a perspectiva, o ângulo sob o qual algo ou alguém é observado.

Sempre que possível procuro ver o lado bom das coisas, mas está ficando difícil. Você liga o televisor e tem notícia de um sujeito que matou o filho de 2 anos. Sujeito bem de vida, filho de médico e psicóloga, residente em belo edifício paulistano, 25 anos, casado com moça palatável. Dias antes, uma pobre coitada de 19 anos, em Ibirité, matou o filho, também de 2 anos, e o escondeu no sofá de um cunhado.

Aí, a imprensa divulga os motivos, como se houvesse motivo – a causa moral ou material de um crime – para matar filhos de 2 anos. Em Ibirité, o filho mexeu no celular da mãe; em São Paulo, o filho não tomava banho feito homem. E o pai, tatuado, dono de academia de artes marciais, deu-lhe cascudos fatais.

Pensador

O Clube Atlético Mineiro, por sua história, seus títulos, pela torcida que tem, ressalvados os bandidos das organizadas, é muito importante. O futebol, esporte das multidões, pelas fortunas que movimenta e pelos empregos que dá, é muito importante. Ainda outro dia, estudo sobre o valor das marcas dos clubes brasileiros, realizado pela BDO, constatava que a marca do Corinthians, valor em milhões de R$, é de 1.236,1, e a do Flamengo, apesar do timeco atual, é de 1.006,1. O ranking vai baixando até chegar ao Fortaleza, coitado, cuja marca só vale 14,1.

O Sr. Ronaldo de Assis Moreira, nascido em Porto Alegre (RS), no dia 21 de março de 1980, nos anos de 2004 e 2005 foi considerado pela Fifa o melhor jogador do mundo. Como futebolista, foi muito importante. Daí a transformá-lo em pensador, neste ano de 2014, vai uma distância inexplicável pelo bom senso, pela lógica, por quaisquer critérios que se queiram adotar. E o que vimos na mídia falada, impressa e televisada foi assustador. Horas inteiras de entrevistas como se as ideias, as intenções, o pensamento do Sr. Assis Moreira tivessem qualquer importância no mundo que aí está cheio de guerras civis, guerras entre países, anexações territoriais, crimes monstruosos, recordes de roubos e homicídios, aquecimentos globais, extinção de espécies e outros fatos realmente preocupantes.

Salários

Não acho que sejam da nossa conta, a minha e a do leitor, os salários das estrelas de nossas tevês. Se a tevê paga é porque a estrela vale e rende para a empresa o suficiente para justificar salários que nos parecem, a mim e ao leitor, espantosos. Da nossa conta, são os salários das tevês públicas, porque o dinheiro sai, em última análise, dos nossos bolsos.

Dia desses, o provedor Terra listou os 10 maiores salários da tevê brasileira. A título de curiosidade transcrevo os valores citados. Fiquei feliz de saber que há brasileiros ganhando nas tevês quase tanto quanto os melhores jogadores do futebol mundial. Vejamos.

No fim da lista dos 10, temos Eliana, do SBT, com R$ 600 mil mensais. O Google me diz que a estrela se chama Eliana Michaelichen Bezerra, nasceu em São Paulo há 40 anos, foi casada com Edu Guedes de 2004 a 2007, tem como atual companheiro João Marcelo Bôscoli e um filho chamado Arthur Bôscoli. Em seguida, estão Ana Hickmann, da Record, e Ana Maria Braga, da Globo, com R$ 700 mil. Um pouco acima, Rodrigo Faro e Sabrina Sato, ambos da Record, na faixa de R$ 1 milhão. Fátima Bernardes, Globo, R$ 1,5 milhão. Luciano Huck, Globo, 1,8 milhão. Ratinho, SBT, R$ 2 milhões, Xuxa na Globo ganhando R$ 2,5 milhões, e o mais justo dos salários, Fausto Silva, da Globo, recebendo R$ 5 milhões mensais.

Pessoa jurídica, o Sr. Fausto, pessoa física, deve receber R$ 133 mil por dia. É pouco, muito pouco mesmo, porque nenhum brasileiro é obrigado a assistir ao programa do Faustão, mas o cidadão Fausto Corrêa da Silva, nascido em Porto Ferreira (SP), há 64 anos, convive com ele 24 horas por dia.


O mundo é uma bola

5 de setembro de 1494: ratificação do Tratado de Tordesilhas por Portugal. Em 1567, Mem de Sá doa a Ilha do Governador, tomada dos índios Temiminós, a seu sobrinho Salvador Correia de Sá. Não bastasse o escandaloso nepotismo, cabe a pergunta: onde andam nossos irmãos Temiminós que não reivindicam a posse da Ilha do Governador e, com ela, a administração do aeroporto internacional, que continua indigno de um país, ainda que grande e bobo. Os aeroportos de Confins e Brasília sucumbiram às primeiras chuvinhas depois das reformas para a Copa das Copas. Em 2000, Tuvalu é admitido como Estado-membro das Nações Unidas: forte coisa, como dizia minha trisavó. Hoje é o Dia do Irmão. Vai daqui um abraço ao meu irmão José Guilherme, que trabalha e reside na Turquia.

Ruminanças
 “Até hoje não se sabe se Tarzan usava navalha ou lâmina de barbear” (Guilherme Figueiredo, 1915-1997). 

BOMBA DO JAECI » Cambista, não!

Neymar, o pai, costuma se hospedar no mesmo hotel da Seleção, mas em Miami optou por outro, distante. Como não conhece Dunga direito, teme prejudicar a imagem do filho com o técnico

Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 05/09/2014


 (Cláudio Vítor Vaz/Jornal A Tribuna de Santos %u2013 28/1/14)

Neymar, o pai, se diz engasgado por ter sido acusado de vender ingressos durante a Copa do Mundo e ter visto o nome ligado a cambistas presos no Rio, de acordo com uma emissora paulista. Ele garante que, durante o Mundial, comprou R$ 154 mil em ingressos para a família e amigos e jamais vendeu bilhetes, “nem quando era pobre”. Ele costuma se hospedar no mesmo hotel da Seleção, mas em Miami optou por outro, distante. Como não conhece Dunga direito, teme prejudicar a imagem do filho com o técnico. Na terça-feira, esteve no QG do time, cercado por assessores do filho.


ADMIRAÇÃO PELO CHEFE
Os goleiros Jefferson e Rafael se impressionaram com a forma como seu treinador, Taffarel, bate na bola nas reposições. É clara a admiração dos dois pelo antigo camisa 1 da Seleção, campeão mundial em 1994. O botafoguense ficou mais feliz ainda ao ouvir do antecessor que pode ficar tranquilo, porque a idade é o que menos vai pesar na escolha do titular para 2018. Assim, o jogador revelado no Cruzeiro poderá, finalmente, ter sua chance como titular do gol brasileiro.


BONS TEMPOS, JÚNIOR...
Ex-lateral e armador da Seleção, o hoje comentarista de TV Júnior clama por mudanças nas divisões de base dos clubes do Brasil. Para ele, formado na Gávea, numa época em que “craque o Flamengo formava em casa”, o futebol do país anda carente de talentos justamente pela falta de investimentos no setor. Ele recorda nostálgico de quando foi lapidado por Jouber Meira. “Hoje os caras não se preocupam com o homem, com o cidadão. Se o garoto não dá certo no futebol, não tem mais o que fazer na vida. É triste.”


FUTURO NA AMÉRICA

O ex-zagueiro Edmílson, campeão mundial pelo Brasil em 2002 e cortado às vésperas da Copa de 2006, está nos Estados Unidos, onde vai promover um Camp Base para garotos brasileiros que sonham em jogar futebol neste país e também estudar numa universidade. Dependendo do grau de eficiência com a bola, o candidato pode ganhar até 100% de uma bolsa escolar. O antigo jogador pretende fazer palestras em universidades levando sempre outro campeão do mundo. Para Edmílson, em menos de 10 anos os EUA se transformarão em potência futebolística, podendo até chegar a uma semifinal de Copa.

A TORCIDA SÓ AUMENTA
Vinte anos depois de sediar a Copa do Mundo, os Estados Unidos comemoram um feito histórico: a média de público do futebol em algumas cidades é espetacular. Seattle, próxima à fronteira com o Canadá, projeta chegar a 65 mil nos próximos três anos. Os norte-americanos estão investindo alto em jogadores em fim de carreira, como Kaká, Henry etc., para atrair mais torcedores ainda. Recentemente, Real Madrid e Manchester United fizeram amistoso no país, diante de 120 mil pagantes. A próxima atração tem tudo para ser Ronaldinho Gaúcho, que deverá chegar ao Los Angeles Galaxy em dezembro, sob grande expectativa.


IMPORTANTE É GANHAR
Antes de tentar resgatar o bom futebol brasileiro, Dunga tem outra preocupação: obter resultados que o mantenham no cargo. Apesar de amparado por estafe de peso, ele sabe que um treinador sobrevive apenas de êxitos. Por isso, prefere enfrentar adversários fortes como a Colômbia. A CBF vai levar mais em conta vitórias sobre rivais de peso do que o título da Copa América do Chile’2015 ou o da Copa das Confederações da Rússia’2017. Dunga tem o melhor aproveitamento entre os últimos técnicos da Seleção, mas com triunfos, na maioria, sobre equipes fracas.