terça-feira, 16 de julho de 2013

Quadrinhos

folha de são paulo
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ANGELI
PIRATAS DO TIETÊ      LARTE
LARTE
DAIQUIRI      CACO GALHARDO
CACO GALHARDO
NÍQUEL NÁUSEA      FERNANDO GONSALES
FERNANDO GONSALES
MUNDO MONSTRO      ADÃO ITURRUSGARAI
ADÃO ITURRUSGARAI
BIFALAND, A CIDADE MALDITA      ALLAN SIEBER
ALLAN SIEBER
MALVADOS      ANDRÉ DAHMER
ANDRÉ DAHMER
GARFIELD      JIM DAVIS
JIM DAVIS

Imprensa e política num jornal nascido para provocar polêmica

Valor Econômico - 16/07/2013

Por Matías M. Molina


Na "Tribuna da Imprensa" e com acesso à televisão e ao rádio, Carlos Lacerda orquestrou campanha sistemática contra a "Última Hora" de Samuel Wainer, por suas relações com o governo Vargas


A "Última Hora" não chegou a ser o jornal brasileiro de maior circulação nem o de maior prestígio. Mas é, certamente, o que mais atenção vem recebendo no mundo editorial. Em torno de uma dúzia de livros já foi publicada sobre ele e nada indica que a curiosidade que suscita tenha diminuído. Esse número é muito superior ao de obras dedicadas a diários extremamente influentes em sua época, como o "Jornal do Commercio" e a "Gazeta de Notícias", ou, mais recentemente, "Correio da Manhã" e "Jornal do Brasil", no Rio de Janeiro, ou "A Gazeta", "O Estado de S. Paulo", "Folha de S. Paulo".

O livro mais recente é "O caso Última Hora", de Aloysio Castelo de Carvalho. Apesar do título, seu foco não é precisamente a "Última Hora", mas a discussão das diferentes concepções de opinião pública e de liberdade de imprensa de alguns jornais do Rio, de 1951 a 1954, e a percepção que tinham do sistema político - governo, partidos políticos e sindicatos. A estrutura do livro pressupõe que o leitor tenha conhecimento prévio sobre a fundação e evolução da "Última Hora" e sobre seu fundador, Samuel Wainer.
A obra se concentra na campanha contra Wainer, quando foi criada a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da "Última Hora", em 1953, para examinar o financiamento que recebeu do Banco do Brasil. Foram examinados editoriais, artigos assinados, colunas e reportagens. A imprensa passou a questionar-se sobre si mesma, seu papel e suas relações com os poderes públicos e a sociedade.

O autor escolheu os pontos de vista de três diários do Rio que combatiam Wainer e seu jornal: a "Tribuna da Imprensa", de Carlos Lacerda, "O Globo", de Roberto Marinho, e "O Jornal", o órgão líder dos Diários Associados de Assis Chateaubriand. Como contraponto a eles, os da "Última Hora". Não são explicados os motivos que o levaram a selecionar esses jornais. Certamente, foram importantes na campanha orquestrada por Lacerda contra a "Última Hora". Mas o leitor pode estranhar a ausência do "Correio da Manhã" e do "Diário de Notícias", na época talvez os jornais mais influentes do Rio, e do "Diário Carioca".
O livro, que tem como origem uma tese de doutorado, não é leitura fácil. Está permeado de conceitos abstratos, aos quais o autor acrescenta digressões e citações de filósofos, que vão de Hobbes, Locke e Hume a Maquiavel, passando por Rousseau, Montesquieu, Ortega y Gasset, Adam Smith, Habermas, Tocqueville, Stuart Mill, Bobbio, Isaiah Berlin. Aparecem também autores menos conhecidos, como Koselleck. Dada a preocupação do autor com a precisão da linguagem, e com a divulgação de expressões como polissemia - "O ter uma palavra muitas significações", segundo o Aurélio -, soa estranho o uso, como se fossem sinônimos, dos conceitos "liberal" e "conservador", quando escreve a respeito dos jornais.


Como outros jornais, a "Última Hora", era marcadamente anticomunista e pela manutenção do PCB na ilegalidade

Embora com frequência a opinião da "Tribuna da Imprensa", de "O Globo" e de "O Jornal" seja apresentada como se formassem um bloco homogêneo, o autor também mostra que discordavam em algumas questões essenciais. Os três queriam acabar com o concorrente "Última Hora", mas, enquanto a "Tribuna da Imprensa" negava legitimidade ao governo de Getúlio Vargas, ele era defendido pelos jornais de Marinho e Chateaubriand. "O Globo" escreveu a respeito do presidente: "Suas palavras, de respeito aos poderes constituídos da República, foram as de um patriota. A demagogia, a dubiedade (...) estiveram agora completamente ausentes". Ante a ameaça de "impeachment", disse: "Getúlio Vargas é o presidente eleito do Brasil e, como tal, cabe-lhe exercer o mandato até o término do prazo para o qual foi eleito". "O Jornal", por sua vez, afirmou que Vargas, quando fez o contrário do que diziam aqueles que imaginavam que provocaria uma revolução social depois da posse, começou a tranquilizar e despertou evidente confiança.

Todos os jornais, inclusive a "Última Hora", eram marcadamente anticomunistas e favoreceram a manutenção do PCB na ilegalidade; todos combatiam o peleguismo sindical. A "Última Hora", que defendia a intervenção do Poder Executivo na imprensa por meio de subsídios, quando foi criada a CPI denunciou a interferência do Legislativo nos assuntos privados do jornal. O livro também mostra que, em sua defesa de Getúlio Vargas e em seu empenho em transformá-lo num mito, a "Última Hora" deixou de lembrar seu passado de ditador e defendia que o Poder Legislativo respondesse às demandas de um governo cujo presidente foi eleito acima dos grupos e dos partidos.

A respeito da criação da Petrobras, tanto "O Globo" como "O Jornal" se manifestaram contra o monopólio estatal. Mas, diferentemente do que diz o autor, a "Tribuna da Imprensa" não apenas não se opôs ao monopólio estatal como o defendeu desde o começo. No mesmo mês, dezembro de 1951, em que o governo divulgou o projeto inicial, que previa a participação do governo estrangeiro na Petrobras, o jornal escreveu que isso significava entregar "aos "trustes" o controle da indústria sem risco nem despesa". Foi o primeiro de vários artigos da "Tribuna", alguns escritos por Lacerda, a favor do monopólio. Há outros deslizes, de menor importância, como a afirmação de que Jânio Quadros foi vencedor das eleições à Prefeitura de São Paulo em 1954 - ele se elegeu prefeito em 1953 e governador em 1954.

O livro mostra como "O Globo", para atacar a "Última Hora", transcreveu um texto de "El Universal", do México, segundo o qual a luta pela liberdade de imprensa era a luta "contra o governo e os grandes grupos econômicos". Faltou dizer que, precisamente, "El Universal" era sustentado pelos subsídios do governo.
As armas mais fulminantes na campanha contra a "Última Hora" não foram os editoriais dos jornais - que pouca gente lê -, mas os meios audiovisuais: a TV Tupi, de Chateaubriand, e a Rádio Globo, de Marinho, usados por Lacerda com habilidade e agressividade que mobilizaram a opinião pública.

Coincidentemente, outro livro tem um título quase idêntico, "Caso Última Hora", de Maikio Guimarães, que se concentra no mesmo período do jornal, os primeiros anos da década de 1950. Mas seu foco, o personagem principal do livro, ao contrário do que diz o título, não é precisamente a "Última Hora", mas Carlos Lacerda. Ele diz ter percebido a superficialidade e fragilidade das críticas que lhe eram feitas e saiu em sua defesa. O autor faz a chocante afirmação de que nenhum crítico pode dizer que Lacerda tenha mentido em algum episódio, que ele foi superficialmente analisado e que suas ideias e opiniões pouco são levadas em consideração por seus detratores. Escolheu, para estudar sua pessoa, o "caso Última Hora", basicamente o período em que o jornal e Samuel Wainer foram atacados pelo resto da imprensa e em que foi formada a CPI a respeito do financiamento à "Última Hora". Assegura que os detalhes do "caso" nunca foram revelados em sua plenitude e que o episódio "ficou perdido nos desvãos da história", mas que deve ser resgatado e discutido. É o que ele se propôs fazer.

As fontes são conhecidas, basicamente artigos de Lacerda e Wainer - o livro informa brevemente sobre a vida dos dois -, autos do inquérito da CPI, além de obras já publicadas.

O autor utiliza as fontes de maneira acrítica. Por exemplo, afirma que Wainer foi cobrir em 2 de fevereiro de 1951 a primeira reunião ministerial comandada por Getúlio Vargas e ficou surpreso ao perceber o desinteresse dos demais veículos pelo novo governo, numa "conspiração do silêncio". Conversando com Vargas, teria saído daí a ideia de lançar um jornal para defender o presidente. A informação foi extraída da autobiografia de Wainer. O evento teria acontecido em Petrópolis.

Uma rápida pesquisa mostraria que dificilmente poderia haver uma reunião ministerial em Petrópolis em 2 de fevereiro. Vargas estava no Rio, onde foi homenageado pelas missões diplomáticas estrangeiras e pronunciou um discurso; nesse dia, almoçou com Adhemar de Barros. Também nesse dia tomaram posse do cargo os ministros da Justiça, da Educação e da Viação e o presidente do Banco do Brasil, com a presença do vice-presidente da República, Café Filho.

As conclusões do livro são que Lacerda tinha razão quanto ao financiamento da "Última Hora" pelo Banco do Brasil - fato sobre o qual nunca houve dúvidas - e sobre a nacionalidade de Wainer, nascido na Bessarábia. Afirma o autor que seu livro lançou luz sobre um episódio esquecido da nossa história - embora tenha sido divulgado repetidamente. Ele quis também resgatar dos seus detratores as ideias e a figura de Lacerda. É possível, diz, que, com o tempo, o papel de Lacerda seja repensado, questionado, discutido e criticado. Segundo o autor, sua própria observação, livre de preconceitos, enxergou uma figura complexa e dona de grandes gestos.

Foi na TV e no rádio que Carlos Lacerda desfechou os ataques de maior repercussão contra o jornal de Samuel Wainer

Mas Lacerda já foi enxergado como uma figura situada à extrema direita do espectro político, um admirador de ditadores como Salazar em Portugal, sempre disposto a inventar acusações contra seus adversários, reais ou imaginários. Lacerda abriu uma campanha contra Otto Maria Carpeaux, acusando-o de "fascista". Atacou Nelson Rodrigues como desagregador da família brasileira, pelo simples fato de escrever na "Última Hora". Fez uma campanha contra "os comunistas do Itamaraty" e conseguiu a expulsão de João Cabral de Mello Neto e de Antônio Houais. Cláudio Abramo disse que Lacerda foi o responsável pela decadência do jornalismo político carioca, ao cunhar a expressão "sindicato da mentira" para referir-se aos jornalistas Carlos Castello Branco, Villas-Bôas Corrêa e Pompeu de Sousa.

O autor afirma que Lacerda tem sido tratado nas mais diversas publicações como o "grande vilão", apesar de a principal obra sobre ele, escrita por John W. F. Dulles, ser uma verdadeira hagiografia. Lacerda, uma pessoa cuja extraordinária inteligência foi superada por uma ambição ainda maior, merece uma obra menos engajada.

Certamente, os livros resenhados não esgotam o enorme manancial que foi um diário inovador como a "Última Hora", mas cujas relações com o poder não são um bom exemplo para a imprensa. E há também outros jornais ainda mais importantes e interessantes à espera de um autor que escreva sobre eles.

Joaquim Barbosa, presidente do Supremo, usou voo da FAB duas vezes

folha de são pulo
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, usou aviões da Força Aérea Brasileira por duas vezes desde que assumiu a presidência do tribunal, em novembro.
Segundo nota da assessoria do tribunal, Barbosa foi em uma aeronave da FAB a Natal, em abril, para inspeção em comarcas. Em maio, foi à Costa Rica participar de conferência. A nota da assessoria não informou os custos das viagens.
Desde ontem, o governo exibe na internet os dados sobre voos oficiais. A medida foi tomada após a Folha revelar que ministro e presidentes da Câmara e do Senado usaram aviões da FAB para ir a jogos de futebol e até a casamento.
De acordo com a nota da assessoria, Barbosa determinou a publicação de dados das viagens de todas as autoridades do tribunal em aviões da FAB. Mas, segundo a própria assessoria, os outros dez ministros da corte não têm poder para solicitar essas aeronaves.
Pedro Ladeira-26.mai.13/Folhapress
O presidente do STF Ministro Joaquim Barbosa
O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa
RELEMBRE OS CASOS
O Painel da Folha revelou no dia 4 de julho que o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), usou o avião da FAB para ir ao casamento da filha do líder do PMDB na Casa, Eduardo Braga (AM), que ocorreu em Trancoso (BA) e reuniu diversas autoridades.
Renan devolveu R$ 32 mil aos cofres públicos relativos ao uso da aeronave oficial no dia 15 de junho entre as cidades de Maceió, Porto Seguro e Brasília para participar do casamento.

Henrique Eduardo Alves

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Reprodução/Instagram
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Em foto retirada de rede social, Arturo Filho e sua mulher Larissa, passageiros do voo da FAB; ele é irmão de Laurita Arruda, noiva de Henrique Eduardo Alves
No dia 5 de julho, a Folha também revelou que o ministro Garibaldi Alves Filho, da Previdência Social, viajou ao Rio em avião da FAB para ver o jogo do Brasil. No dia 28 de junho, Garibaldi foi a Fortaleza em agenda oficial. Em vez de voltar a Brasília, ele voou para o Rio, onde assistiu à partida no domingo. "Me senti no direito de o avião me deixar onde eu quisesse ficar", afirmou o ministro.
Garibaldi é primo do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), queusou outro avião da FAB para ver o jogo da seleção. A Folha revelou no dia 3 de julho que Alves levou sete convidados de Natal para o Rio. Glauber Gentil, que foi para o Rio com Garibaldi, pegou carona com Alves para voltar a Natal.
No mesmo dia, o presidente da Câmara disse que errou ao permitir que sete parentes pegassem carona em um avião da FAB para assistir ao jogo da seleção e devolveu à União R$ 9,7 mil, segundo ele, equivale em bilhetes comerciais à carona dada a parentes em avião oficial.
A Procuradoria da República no Distrito Federal apura se houve irregularidade.(FERNANDA ODILLA, MÁRCIO FALCÃO e RENATA AGOSTINI)
Luciano Veronezi/Editoria de arte folhapress

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/07/1311607-presidente-do-supremo-usou-voo-da-forca-aerea-duas-vezes.shtml

Ciência cosmética - Alexandre Dall'ara e Mariana Versolato

folha de são paulo

Cosméticos usam apelo de genes e células-tronco para atrair consumidor


 
ALEXANDRE DALL'ARA
DE SÃO PAULO
MARIANA VERSOLATO
EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA+SAÚDE"

Pegando carona em pesquisas médicas e avanços recentes relacionados a células-tronco e terapia genética, empresas de cosméticos tentam conquistar o consumidor com um apelo "científico".
Há produtos que se gabam dos supostos benefícios das células-tronco de uva e maçã. É o caso do Initialist (R$ 340), condicionador da Kérastase com ativos extraídos da macieira, e do creme facial Power Charge (R$ 2.300) da La Prairie, com algas e fitoextrato de uva suíça.
Já o apelo "genético" aparece na linha Renew Genics da Avon e nos produtos Active, do Boticário.
As tais células-tronco usadas nos cosméticos são de origem vegetal --na verdade, células meristemáticas, que têm função semelhante às células-tronco humanas (capacidade de se dividir e formar novas estruturas).
Mas, segundo o biólogo e pesquisador do Instituto D'Or Daniel Furtado, esses fatores vegetais dificilmente teriam efeito em células humanas.
"O que essas células-tronco podem fazer de diferente de um extrato vegetal comum?", questiona o biólogo, que atribui o uso das substâncias ao marketing.
"As empresas se aproveitam do apelo popular da ciência para lançar esses produtos. Muitos consumidores até sabem que a publicidade é exagerada, mas o desejo de rejuvenescer os leva a buscar gratificação, na maioria das vezes, ilusória", diz o dermatologista Davi de Lacerda.
João Hansen, presidente da Associação Brasileira de Cosmetologia, diz desconhecer o efeito das células-tronco vegetais, mas afirma que o benefício delas para a pele é "perfeitamente possível".
"Se há ou não abuso na publicidade eu não sei dizer. Mas sei que as empresa de renome têm justificativa para o que estão falando, não agem só pelo modismo", afirma.
REGULAÇÃO
Para Lacerda, as empresas de produtos de beleza tentam conquistar o consumidor "manipulando termos na sua publicidade e nos rótulos". "A maioria das empresas maquia as informações no limiar da legalidade de cada país, que no caso dos cosméticos é bastante complacente."
Cosméticos de baixo risco para o consumidor não passam por avaliação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) antes de entrar no mercado.
Mas, segundo a agência, as fabricantes devem ter comprovação científica da eficácia dos produtos e podem ser responsabilizadas legalmente por afirmações enganosas.
Em geral, os testes realizados pelas empresas são feitos com um número pequeno de voluntários que avaliam o efeito percebido do produto.
"É muito subjetivo. O ideal seria comparar o produto real com outro placebo, sem eficácia", afirma Furtado.
Sobre as novas tecnologias propagandeadas pela indústria, a Anvisa diz que não existe consenso científico.
"No caso das células-tronco não há como comprovar a eficácia porque não há legislação que sustente o uso dessas substâncias", diz o gerente-geral de cosméticos da agência, Marcelo Sidi Gacia.
Editoria de arte/Folhapress
OUTRO LADO
Em resposta às críticas sobre a eficácia dos cosméticos, as empresas afirmam ter testes para comprovar os efeitos dos produtos. Alegando sigilo industrial, nenhuma delas apresentou esses estudos.
A Avon explica que a linha Genics é baseada em pesquisa da Universidade de Calábria (Itália) sobre um gene que estimularia a "longevidade da pele". Segundo a empresa, testes in vitro demonstraram que os produtos "auxiliam no estímulo à produção desses genes".
O Boticário afirma que as células-tronco de origem vegetal são "usadas pelo mercado cosmético de maneira geral" e que seus produtos cumprem os requisitos de segurança e eficácia da Anvisa.
A L'Oréal, responsável pela venda do condicionador Initialiste, afirma que a fórmula do princípio ativo Complex Régénérateur teve eficiência comprovada em testes in vitro.
A representante da La Prairie no Brasil não respondeu aos questionamentos da reportagem.
João Hansen, presidente da Associação Brasileira de Cosmetologia, diz que todos os produtos comercializados são baseados em alguma tecnologia e em testes em pessoas ou in vitro.

Tv Paga


Estado de MInas: 16/07/2013 


Conversa de compadres

O ator Tonico Pereira (foto), que  participou da estreia de Uma rua sem vergonha, ontem, no Multishow, no engraçadíssimo papel de tio Putinhas, é o entrevistado de hoje de José Wilker em episódio inédito da série Palco e plateia, às 21h30, no Canal Brasil. Veterano do teatro, cinema e televisão, Tonico conversa sobre a nova política teatral e de seus diversos espetáculos, entre eles O avarento, além de comentar o trabalho em A grande família, como Mendonça, o grande amigo de Lineu (Marco Nanini).

Patrícia Palumbo encara
o provocador Abujamra

Outro programa de entrevistas bacana é o Provocações, comandado por Antônio Abujamra, às 23h, na Cultura. E hoje ele recebe Patrícia Palumbo, jornalista especializada em música, rádio e meio ambiente, que vai falar sobre sua carreira de locutora – ela apresenta o Vozes do Brasil e é coordenadora de programação da Rádio Eldorado –, da paixão pela MPB e da ousadia ao imprimir uma nova linguagem na rádio FM.

Playboy faz aniversário
e presenteia o assinante

O canal adulto Playboy TV está completando 15 anos este mês e por isso já colocou no ar uma programação especial, com destaque para a Maratona de Aniversário das madrugadas, reapresentando algumas dos atrações que ajudaram a fazer a história da emissora. Para hoje, a dica é uma inédita série de entrevistas íntimas com as coelhinhas mais sensuais de 2012, às 23h.

Dr. Oz atende hoje no
consultório da Fox Life

Já para quem prefere uma linha mais séria e comportada, a Fox Life vem com Dr. Oz, em três consultas em sequência. Às 22h ele examina três casos surpreendentes de morte súbita de mulheres, inspeciona a lancheira que as mães preparam para seus filhos levarem à escola e ainda ajuda uma mãe viciada em metanfetaminas, além de indicar três soluções para infecção por fungos. Às 22h45, ele enumera os cinco sintomas do mal de Alzheimer e se dispõe a ajudar um casal com dificuldades para conceber um bebê. E às 23h30 explica como funciona o cérebro humano quando recebe mensagem de texto enquanto a pessoa dirige e por que isso pode ser fatal, falando ainda sobre a dieta para perder a barriga de cerveja, queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus e exercícios físicos baseados na dança flamenca.

Humor em dois tempos
esta noite no Canal Brasil

No pacotão de cinema, uma boa pedida é o Canal Brasil, com duas atrações interessantes. Às 22h, a exibição da comédia Irma Vap – O retorno, de Carla Camurati, com Marco Nanini, Ney Latorraca, Thiago Fragoso, Marcos Caruso, Leandro Hassum, Arlete Salles e Francisco Milani, em sua última atuação no cinema. Já à 0h15 tem sequência a Mostra Ugo Giorgetti, com mais uma comédia: Boleiros – Era uma vez o futebol.

Boas novidades no Max e
no Telecine Cult também

No canal Max, às 22h, estreia a produção israelense Nota de rodapé. No mesmo horário, o Telecine Cult exibe a animação Os contos da noite. Ainda na concorrida faixa das 22h, o assinante tem mais oito opções: As mil palavras, no Telecine Preimum; Um novo despertar, no Telecine Touch; Amor impossível, no Telecine Pipoca; A dama na água, no Space; O colecionador de ossos, no ID; Quarta-feira de cinzas, na MGM; Justiça cega, no TCM; e Pequenas histórias, no Sony. Outras atrações da programação: Dois perdidos numa noite suja, às 21h, no Curta!; Elektra, a vingadora, às 22h15, no FX; Amor por contrato, às 22h30, no Megapix; e Sobrevivendo ao Natal, também às 22h30, no Comedy Central.

Mirian Goldenberg

folha de são paulo
Campeão do sexo
A representação do brasileiro como campeão do sexo provoca uma sensação de inadequação
O brasileiro é o povo mais ativo sexualmente de todo o mundo.
O brasileiro faz sexo 145 vezes por ano: só perde para o grego, que faz 164 vezes por ano.
O brasileiro dedica mais tempo ao sexo do que quase todos os outros países. No Brasil, cada relação sexual dura, em média, 21 minutos. A média mundial é de 18 minutos. O Brasil só perde para a Nigéria, país onde o tempo médio da relação é de 24 minutos.
O Brasil, na América Latina, é o país em que homens e mulheres têm o maior número de parceiros sexuais ao longo da vida: uma média de 12, contra dez nos países da América Latina em geral.
O brasileiro é o povo mais infiel do mundo.
O brasileiro faz sexo, em média, três vezes por semana.
Frequentemente nos deparamos com pesquisas que mostram que o brasileiro é um verdadeiro campeão do sexo.
Esse quadro é bem diferente do que encontro nas minhas pesquisas.
Muitas mulheres que entrevistei reclamam de:
- dificuldade ou impossibilidade de atingir o orgasmo;
- necessidade de fingir o orgasmo para deixar o parceiro feliz;
- secura vaginal, dores com a penetração, perda da libido;
- incapacidade de seduzir e de agradar um homem;
- falta de desejo, falta de prazer, de intimidade, de experiência e de carinho;
- insegurança com o próprio corpo e com os próprios odores;
- vergonha das gorduras, das estrias, das celulites, dos peitos caídos e da bunda flácida;
- medo de falar sobre o que gosta na cama.
Apesar da fama de país tropical, onde supostamente viveriam mulheres e homens obcecados por sexo, o que tenho encontrado nas minhas pesquisas é uma enorme insatisfação sexual.
A representação do brasileiro como um povo campeão do sexo faz com que muitas pessoas se sintam distantes de uma performance idealizada em termos de qualidade e de quantidade.
A força dessa representação pode estar provocando uma grande frustração até mesmo em pessoas cuja vida sexual pode ser considerada bastante satisfatória.
O mito sobre o sexo campeão do mundo, quando comparado com a realidade da maior parte dos brasileiros, parece estar escondendo, ou até mesmo produzindo, a sensação de inadequação e também a de profunda miséria sexual.

Painel - Vera Magalhães

folha de são paulo
Tudo pelo PIBão
Com o crescimento do PIB ameaçado, ganhou força no governo a ideia de usar dispositivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias que permite abater do superávit primário os investimentos do PAC e as desonerações fiscais. Isso evitaria um corte adicional no Orçamento para cumprir a meta fiscal. Membros da equipe de Dilma Rousseff avaliam que não é momento de retirar mais recursos da economia. Gleisi Hoffmann (Casa Civil) é uma das defensoras da mudança de cálculo.
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Na rota Renan Calheiros (PMDB-AL) decidiu aprovar o pedido de informações de Aloysio Nunes (PSDB-SP) sobre o uso de aviões da FAB por autoridades depois que o tucano convenceu o presidente do Senado de que as informações já divulgadas foram "seletivas" e atingiram apenas a cúpula do PMDB.
UTI móvel Preocupado com a repercussão negativa do Mais Médicos, o governo vai enviar Alexandre Padilha (Saúde) e Aloizio Mercadante (Educação) para um périplo pelos Estados para explicar o programa que quer fixar médicos no interior do país.
Check-up A ouvidoria do Ministério da Saúde vai fazer um pente-fino nas inscrições para o Mais Médicos. Quer evitar que aqueles que já trabalhem para o SUS ou façam residência médica, condições vedadas pelo programa, se inscrevam só para evitar a contratação de estrangeiros.
Lei da toga Com a mudança de parte da composição do Conselho Nacional de Justiça em agosto, conselheiros cobram que seja colocada em pauta proposta defendida por Joaquim Barbosa que proíbe parentes de juízes de advogar em tribunais em que seus familiares atuam.
Novos ventos Hoje conselheiros contrários à medida alegam que a proibição não deve ser feita por resolução do CNJ, mas sim por projeto de lei. A expectativa é que a nova composição do órgão altere a correlação de forças.
Carona Na véspera de visita de Dilma, hoje, a Ponta Grossa, a agência de notícias do Paraná divulgou que Beto Richa (PSDB) e a presidente entregarão 1.400 unidades do Minha Casa, Minha Vida. No texto, o tucano diz que a entrega é uma parceria entre o Estado e o governo federal.
Fora... A Prefeitura de São Paulo fez 121 mil telefonemas até a última quinta-feira para confirmar a realização de exames médicos que estavam marcados na rede pública, com o objetivo de reduzir a fila de atendimento.
...da área Só 40% dos pacientes mantiveram o agendamento, e 47% não foram encontrados. Quase mil exames foram desmarcados.
Na cabeça? Apesar de a tarifa de ônibus em São Paulo ter sido o estopim dos protestos de junho, a prefeitura só recebeu três sugestões sobre o assunto entre as 9.000 propostas enviadas para a formulação do Plano de Metas de Fernando Haddad.
E aí? Na tentativa de salvar sua PEC que concentra no procurador-geral de Justiça as investigações de improbidade em relação a políticos, Campos Machado (PTB) encomendou uma pesquisa para saber a opinião da população sobre a medida.
Fla-Flu O deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) rebate ataque do vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), a Aécio Neves: "O deputado tem ciúme do Aécio. Deve ser porque ele derrotou o PT quatro vezes e se prepara para vencer outra".
Visita à Folha Marcus Vinicius Coêlho, presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, visitou ontem a Folha. Estava com Bartolomeu Rodrigues, assessor de imprensa.
TIROTEIO
"As obras do metrô de São Paulo andam a passos de tartaruga, mas os escândalos de superfaturamento têm velocidade de Ferrari."
DO EX-PREFEITO DE OSASCO EMÍDIO DE SOUZA (PT), sobre denúncias de formação de cartel em licitações de linhas de trens e metrô em São Paulo.
CONTRAPONTO
Sem refresco
Em um seminário sobre os efeitos da alta de preços de passagens aéreas e de diárias de hotéis diante dos grandes eventos do país, na semana passada, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) disse que era preciso discutir também o legado da Copa do Mundo para colocar "pimenta" no debate. Presente ao evento, o presidente da Embratur, Flávio Dino (PC do B-MA), emendou:
--Não precisa de pimenta baiana! Com as manifestações, o povo já esquentou este debate com bastante pimenta, azeite de dendê e qualquer tipo de tempero que você puder imaginar!

    Mais médicos ou menos indecências - Miguel Srougi

    folha de são paulo
    Tendências/debates
    Os estágios no SUS terão início em 2021. Quantos corpos sucumbirão até lá, vítimas da ventura sempre prometida e nunca concretizada?
    Não vale mais a pena discutir a vinda de médicos estrangeiros. Proposta falaciosa, destinada ao fracasso. O governo percebeu a indecência e descartou os médicos cubanos. Deu-se conta de que eles aqui atuariam em regime de escravidão, como bem demonstrou Flávia Marrero, da Folha.
    Tampouco vale a pena discorrer sobre os médicos portugueses e espanhóis. Criados com padrão de vida inatingível para a maioria dos brasileiros, nunca se adaptariam aos rincões abandonados e carentes da nação. Teriam que praticar em condições desprovidas de dignidade e sem chance de propiciar vida honrada para si e seus familiares.
    Ademais, dificilmente receberíamos profissionais competentes, prósperos em seus países. Sem um exame de competência, para cá viriam muitos médicos desqualificados, desconfio que até alguns insanos ou foragidos.
    Modificando radicalmente o seu discurso, o governo fez novo anúncio: curso de medicina de oito anos, dois deles dedicados ao trabalho no SUS. Simpatizei inicialmente com a ideia, menos desvairada do que trazer médicos estrangeiros, mais justa com a sociedade, que custeia a formação dos médicos da nação.
    Ressabiado com os recentes disparates oficiais, debrucei-me em reflexões e terminei desconsolado. Esse estágio coercitivo é compatível com a prerrogativa de liberdade, direito inegociável da existência humana? Será que estagiários inexperientes conseguirão atuar num sistema público devastado pelo descaso e pelos malfeitos e assumir a responsabilidade de resgatar seres para a vida?
    Instrutores e professores qualificados aceitarão migrar com suas famílias para os grotões remotos do país, amparando os estagiários? É justo obrigar um médico a estudar 12 ou 13 anos (curso: oito anos, residência: quatro a cinco anos) para poder exercer sua profissão e dar suporte à sua vida e da sua família?
    O programa começará em 2015 e os estagiários iniciarão sua prática no SUS em 2021. Quantos corpos desassistidos sucumbirão até lá, vítimas da ventura sempre prometida e nunca concretizada?
    Além dessas imperfeições na nova proposta, incomodaram-me a completa falta de discussão com os seus protagonistas e o ardor incontido com que ela foi apresentada. Fez-se crer que toda a indecência na saúde deve-se à falta de médicos. Um embuste, já que a Organização Mundial de Saúde recomenda como padrão assistencial ideal 1 médico para cada 1.000 habitantes e no Brasil essa relação atual é de 1,76/1.000 habitantes.
    A realidade é que a saúde da nação está subjugada a um sistema governamental insensível, que vetou em 2011 lei que destinava 10% do Orçamento da União a essa área --a Argentina aplica mais de 20% ao ano em saúde.
    Esse é um dos motivos --não a falta de médicos-- pelos quais existem 1.200 pacientes aguardando internação para cirurgia no setor de Urologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, cerca de 200 deles com câncer e 140 crianças. O mesmo motivo impede outros hospitais públicos de cumprirem a sua missão. Quando um paciente é operado de apendicite, essas instituições gastam cerca de R$ 3.900 e são ressarcidas pelo SUS com R$ 414,62!
    Senhora presidente, mais um clamor, respeitoso. Assuma a determinação política de priorizar recursos para as áreas sociais. Atue na saúde com competência e sensatez, não com respostas transloucadas aos gritos indignados da nação. Para que os brasileiros possam vislumbrar o alvorecer com esperança.
    E combata com arrojo o grupo de ímprobos e incompetentes instalados no teu entorno. Sem esquecer o arcebispo Desmond Tutu: "Se ficarmos neutros numa situação de injustiça, teremos escolhido o lado do opressor".