sexta-feira, 18 de julho de 2014

TeVê

TV PAGA » Sessão Pipoca


Estado de Minas: 18/07/2014


 (Jerome Prebois/Divulgação )


O drama Copacabana, estrelado por Isabelle Huppert (foto), é um dos destaques da programação hoje, na Mostra Internacional de Cinema da Cultura, às 22h. Outra dica é a estreia da comédia Odeio o Dia dos Namorados, com Heloisa Perissé, no Telecine Premium, também às 22h. No mesmo horário, o assinante tem mais oito opções: Depois daquele baile, no Canal Brasil; O idiota do meu irmão, no Telecine Fun; Sangue no gelo, no Telecine Pipoca; É o fim, na HBO 2; Para Roma, com amor, no Max; Nem tudo é o que parece, no Max Prime; Gladiador, no Universal Channel; e Proposta indecente, no TCM. Outras atrações da programação: Julieta dos espíritos, às 22h15, no Arte 1; e A perseguição, às 22h30, no Megapix.

HBO estreia segundo
ano de Ray Donovan


A HBO estreia hoje, às 23h, a segunda temporada da série Ray Donovan. Ambientada em Los Angeles, cidade dos ricos e famosos, tem como personagem central uma espécie de assessor (Liev Schreiber ) que as celebridades e homens de negócios acionam quando estão com grandes problemas. O elenco conta com John Voight, Elliot Gould, Eddie Marsan e Steven Bauer, além dos convidados Hank Azaria, Sherilyn Fenn, Ann-Margret e Vinessa Shaw.

Programação oferece
bons documentários

O filme Viajo porque preciso, volto porque te amo, dirigido por Marcelo Gomes e Karin Aïnouz, retratando 30 dias de viagem, a trabalho, do geólogo José Renato, de Fortaleza, é a atração de hoje do SescTV, às 23h. No Futura, além de Bola pra frente, às 20h, em Cores do futebol, destaque para um documentário de Marcelo Takeshi sobre os carregadores da Central de Abastecimento de São Paulo (Ceagesp) no programa Sala de noticias, às 14h35. No canal Curta!, às 18h, vai ao ar o episódio da série Os impressionistas sobre o pintor Paul Cézanne, ficando para as 22h o documentário Estratégia xavante, de Belisário França.

Canal History caça o
monstro do pântano


Novidade também no canal History, com a estreia, às 22h, da minissérie Monstro do pântano, que segue os passos de uma criatura envolta em mistério e que seria responsável pela matança de animais em uma cidade remota da Luisiana, no Sul dos Estados Unidos. Na sequência, às 23h, episódio inédito da série Alienígenas do passado sugere que insetos podem ter algum tipo de ligação com seres extraterrestres.

MTV lembra começo
da carreira de famosos


A MTV estreia hoje, à meia-noite, a série documental Hoods, que leva as maiores estrelas da música às suas origens, investigando como diferentes pessoas, locais, experiências e memórias do passado moldaram as suas trajetórias, atitudes e conquistas. No primeiro episódio, a produção acompanha a cantora Katy Perry em uma viagem até sua cidade natal, Santa Barbara, na Califórnia, e lembra o início da sua carreira musical.



CARAS & BOCAS » Em dois tempos

Simone Castro


 (Estevam Avellar/TV Globo  )
Klebber Toledo, que será homossexual em Império, já viveu outro do gênero, Sid, em Caras & bocas (João Miguel Júnior/TV Globo)
Klebber Toledo, que será homossexual em Império, já viveu outro do gênero, Sid, em Caras & bocas


Não é a primeira vez que Klebber Toledo viverá um homossexual em novelas. Em Império, que estreia na segunda-feira, em substituição a Em família (Globo), o ator será Leonardo, caso antigo de Cláudio, vivido por José Mayer. Nos bastidores, especula-se que o casal, que trocarão juras de amor e carícias abertamente, vai se beijar já na segunda semana de exibição da trama de Aguinaldo Silva. Cláudio é um cerimonialista, casado com a ex-Miss Brasil Beatriz (Suzy Rêgo), com quem tem dois filhos, Enrico (Joaquim Lopes) e Bianca (Juliana Boller). O companheiro, que só aspira à fama, vive, porém, esse amor ainda dentro do “armário”. Em Caras & bocas, reprisada no “Vale a pena ver de novo”, Klebber Toledo interpreta o também homossexual Sid. Mas, ao contrário do próximo personagem do ator, o rapaz é assumidíssimo e protagoniza boas cenas ao lado de Cássio (Marco Pigossi) e Léa (Maria Zilda), na trama de Walcyr Carrasco, com direito a visual chamativo e tudo o mais.

PRINCIPAIS NOTÍCIAS DO DIA
NO JORNAL DA ALTEROSA

Confira as principais notícias do dia, as matérias exclusivas e especiais do Jornal da Alterosa – 1ª edição. De segunda a sexta-feira, logo depois do Alterosa esporte.

DANÇA DOS FAMOSOS JÁ
TEM NOVOS CONFIRMADOS

Os atores Anderson Di Rizzi e Luiz Carlos Miele estão confirmados no quadro “Dança dos famosos”, edição 2014, do Domingão do Faustão (Globo). Na lista já estão certos os atores Vanessa Gerbelli e Bruno Gissoni, ambos do elenco de Em família. Especula-se que a cantora Anitta também pode fazer parte da turma.

TROCA DE DIRETORES À
FRENTE DO ZORRA TOTAL

Maurício Sherman, depois de 15 anos de serviços prestados na direção do Zorra total (Globo), deixou o humorístico. Ele foi substituído por Maurício Farias, diretor de Tapas & beijos e Tá no ar. Sherman ainda não sabe sobre novos projetos na emissora. Outro que entrou para a equipe de roteiristas do Zorra é Marcius Melhem, do Tá no ar.

PISADA NA BOLA

Além de todos os problemas que levaram Em família ao fracasso, há que se destacar duas derrapadas horrorosas. Primeiro, show de irresponsabilidade: Em família promove crimes ao status de “deixa para lá”. Foi assim com tiros disparados por Helena (Júlia Lemmertz), Nando (Leonardo Medeiros) e a sova que Jairo (Marcello Melo Jr.) aplicou em Juliana (Vanessa Gerbelli) e Guiomar (Jéssika Alves). E no capítulo de anteontem, o “em família” do diretor Jayme Monjardim – em atitude que não é exclusiva dele – soou escandaloso: não bastasse incluir no elenco a cunhada Roberta Almeida, no papel dispensável da estudante e professora de dança Sandra, que deu aulas no Galpão com mesmos passos e música durante toda a novela, ainda arrumou uma participação da mulher, a cantora Tânia Mara, que se apresentou no casamento de Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller).

VIVA

Leandro Hassum rouba a cena como o atrapalhado Barata, de Geração Brasil (Globo). É do humorista as melhores cenas, especialmente depois que resolveu se inspirar em Jonas Marra (Murilo Benício).

VAIA

Química zero entre Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller), na trama de Em família. Na cena do casamento, então, pareciam mais forçadas do que nunca. Principalmente, na hora do beijo. 

Na praça em reforma - Carlos Herculano Lopes‏

Na praça em reforma

Carlos Herculano Lopes
carloslopes.mg@diariosassociados.com.br

Estado de Minas: 18/07/2014


Morador há alguns anos do Santo Agostinho, depois de ter vivido em vários bairros de Belo Horizonte, o homem, ultimamente sem muita assiduidade, costuma fazer caminhadas na Praça Carlos Chagas, ou da Assembleia, como já contou aqui neste espaço. Recentemente fechado para reforma, nesse lugar agradável, cheio de árvores, vivem várias espécies de passarinhos: melros baianos, bem-te-vis, sabiás-laranjeira, almas-de-gato, rolinhas caldo-de-feijão, canários-da-terra, pardais, eventualmente algumas juritis-verdadeiras, e um ou outro gavião à espera de alguma presa distraída. É um local onde as mães, pela manhã ou à tarde, levam os filhos para tomar sol.

Quando é tempo, dá para colher tamarinos maduros com os quais pode-se fazer um suco delicioso ou uma geleia, tendo-se boa receita, ou então comê-los in natura enquanto se caminha. Todas essas são benesses daquele espaço, onde há uma igreja com as portas sempre abertas para as pessoas, que ali encontram abrigo, seja para agradecer bênçãos alcançadas ou pedir alguma graça a Nossa Senhora de Fátima. A Praça da Assembleia costuma ser palco de manifestações sociais. O movimento dos sem-terra já armou barracas ali. Sem falar dos moradores de rua, que, sem ter para onde ir, lá fazem a sua casa.

Como nem tudo nesse mundo é como deveria ser, o homem tem observado, há algum tempo, que aquele local, com tudo para ser um dos mais acolhedores de Belo Horizonte, vem sendo usado de forma indiscriminada – acreditem se quiser – como banheiro de cachorro. Sobretudo depois do fechamento da área interna para reforma (só restou aos usuários o entorno), as coisas se complicaram. Mulheres e homens que levam cãezinhos para o passeio diário não se preocupam em recolher as fezes que eles vão deixando pelo caminho.

Por essas e outras, sem falar de alguns assaltos, que, às vezes, ocorrem no pedaço, apesar do posto policial nas imediações, está ficando cada vez mais difícil caminhar na Praça da Assembleia sem correr o risco de pisar no cocô dos luluzinhos.

“Por que você não olhou para o chão?”. Dia desses, o homem, sem querer acreditar, ouviu uma moça, cujo cachorrinho tinha feito as necessidades no passeio, responder com a maior petulância a uma senhora, que podia ser sua avó. Ela reclamou da falta de cidadania da dona, que não recolheu os dejetos do animal.

A um rapaz, que saiu em defesa da senhora, a resposta veio na ponta da língua: “Cuide da sua vida, ninguém está pedindo sua opinião”. Na sequência, como se nada lhe dissesse respeito, a moça prosseguiu na sua caminhada, enquanto um sabiá-laranjeira e seu canto dolente se despediam da tarde.

Eduardo Almeida Reis - Brasilidades‏

Brasilidades
 
Comparado com a Europa e a China, o Brasil é país que cheira a cueiros: recém-nascido no concerto das nações

Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 18/07/2014



Comparado com a Europa e a China, o Brasil é pais que cheira a cueiros: recém-nascido no concerto das nações, para além de ser dos mais promissores na lista dos que não têm conserto. Não por acaso, cueiros cheiram mal. Basta ouvir e ler as besteiras ditas e escritas pelos que se consideram ou são considerados filósofos nesta choldra que tem hino, bandeira e constituição.

Antes, ouçamos o que nos diz Houaiss do adjetivo e substantivo filósofo. 1. que ou quem ama a sabedoria, movido pela consciência lúcida da ignorância inerente à condição humana [O sentido remonta ao filósofo grego Pitágoras (século VI a.C.), citado pelos antigos como o inventor da palavra]; 2. que ou quem investiga os princípios, fundamentos ou essências da realidade circundante, seja numa perspectiva imanente, seja propugnando causas e explicações transcendentes, transcendentais ou metafísicas; 3. que ou quem procura formular uma reflexão que organiza, sintetiza ou relaciona as metodologias e conhecimentos obtidos pelas diversas ciências que compõem o saber humano; 4. que ou quem contempla a natureza, a condição humana, o ser e o pensamento, buscando entendê-los e explicá-los teoricamente; 5. que ou quem regula sua vida à luz de princípios obtidos pelo pensamento racional, especialmente no que se refere à manutenção da tranquilidade e da sensatez sob circunstâncias desfavoráveis; 6. que ou quem é desligado de preocupações materiais ou indiferente às convenções sociais; 7. que ou quem é estranho, exótico.

Só na acepção 7, de uso informal, encontramos definição para filósofos e filósofas brasileiros: estranhos e exóticos porque pensam, dizem e escrevem besteiras. Vide Marilena de Souza Chauí.


Exagero

Pauta: entrevista do craque Neymar Jr. Desconcordo do craque Jaeci Carvalho quando diz que Neymar ainda não é um craque. Aqui na opinião do cronista-Fifa, jogando futebol o filho do senhor Neymar já é um craque. Daí a ouvir o que diz o rapaz entrevistado na Granja Comary, em Teresópolis, RJ, vai uma distância que os meus neurônios não têm condições de suportar. Todos os canais das tevês abertas e pagas nos fizeram o desfavor de transmitir as opiniões do atleta do Barcelona. Ficou faltando a opinião do futebolista sobre a Teoria dos Quanta, de Max Planck. Graças ao botão mute, do televisor LG LED de 47 polegadas, tirei o som como tiro sempre que aparecem falando a senhora Dilma Vana Rousseff e o doutor honoris causa da Silva.

Não há nada que me obrigue a ouvir o que os três têm a dizer. Nessas horas, me lembro do inventor do controle remoto televisivo e do ferro elétrico que faz xixi, brasileiro imensamente gordo, casado, sem filhos, que passava o dia inteiro de short em casa, barrigão de fora, sustentado pela mulher e pela sogra.

O ferro de engomar fazia xixi através de um dispositivo adaptado por ele. Vizinhos visitavam o gênio para conhecer o ferro mijão, hoje comum em quase todos os ferros elétricos. O da comadre, aqui em casa, mija que é uma beleza. Só tem o inconveniente de queimar a tábua de passar, sempre que a operadora, chamada pelo patrão, esquece o ferro ligado.

O controle remoto era um espetáculo. Ficava na ponta de imenso bambu com uma garra, controlada por uma cordinha, que trocava os 11 canais dos televisores antigos. Não tinha o mute, mas podia tirar o som com a garra presa ao botão do volume.

No mesmíssimo Rio assisti à chegada dos primeiros controles importados dos EUA por uma família muito rica, que morava em três casas imensas, vizinhas, no Bairro de Botafogo. Só havia um inconveniente: operado numa das casas, interferia nos televisores das outras casas da família. Bons tempos. Ótimos tempos que não voltam mais.


O mundo é uma bola

18 de julho de 64: um incêndio começa na área mercantil de Roma e logo destrói boa parte da cidade. Houve quem acusasse o imperador Nero de observar o incêndio de longe tocando sua lira, instrumento de cordas dedilháveis ou tocadas com plectro, ou palheta, pequena peça delgada, feita de diversos materiais, que serve para fazer soar as cordas. Historiadores modernos desmentem as acusações ao imperador Nero Claudius Caesar Augustus Germanicus, filho de Cneu Domicio Enobarbo e Julia Agripina Minor.

Em 1830, o Uruguai adota a sua primeira constituição; recentemente, adotou a maconha. Em 1824, desembarcaram em Porto Alegre os primeiros 39 colonos alemães para colonizar o Rio Grande do Sul. Nem todos os alemães são perfeitos, o que explica o nascimento de um Tarso Fernando Herz Genro, pai de Luciana Genro. Em 1841 dom Pedro II é coroado imperador do Brasil. Tinha os gravíssimos defeitos de ser instruído e honesto. Hoje é o Dia Nacional do Trovador.

Catálogo estelar

Catálogo estelar 


 
Análise detalhada de 34 estrelas ajuda cientistas a classificarem os astros da Via Láctea e, assim, compreender melhor a origem da galáxia e do Universo
Roberta Machado
Estado de Minas: 18/07/2014


Brasília – O grande e amarelo Sol é apenas um ponto no mar de 300 bilhões de estrelas que compõem a Via Láctea, a casa de uma variada coleção estelar: anãs, gigantes, quentes e frias, com espectros que variam do pálido azul ao vermelho-fogo. O belo conjunto natural esconde segredos da origem do Universo, e, para desvendar esse emaranhado de luzes, pesquisadores precisam estudar cada aspecto dos corpos celestes, compreender como eles se relacionam e usar as pistas que encontram no estudo de outras esferas luminosas. Um novo e detalhado catálogo deve ajudar os astrônomos nessa tarefa, servindo como a referência mais completa já produzida para o grupo de estrelas da galáxia que abriga a Terra.

O trabalho, que tomou como base 34 astros de características variadas, já foi adotado por diversas pesquisas, incluindo o ambicioso projeto Gaia, que pretende mapear as estrelas da Via Láctea. A arte de descrever os pontos luminosos sofria com a falta de padronização das pesquisas, que usavam diferentes pontos de referência para descrever os astros. Na grande parte das vezes, o Sol era escolhido como modelo para os astrônomos, mas a sutileza da formação e do desenvolvimento desses corpos muitas vezes não correspondia ao processo pelo qual o Astro-Rei passou em sua curta existência.

“Na galáxia, há várias estrelas diferentes. Gigantes-vermelhas como Aldebarã, têm uma atmosfera totalmente diferente. É vermelha, fria e muito grande, se comparada ao Sol”, diz Paula Jofre, pesquisadora do Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge e principal autora do catálogo estelar.

Essa foi a primeira vez que um grupo de pesquisadores se dedicou exclusivamente a estudar uma grande variedade de classificações estelares e produzir um trabalho padronizado desde o princípio. “Embora algumas das estrelas sejam conhecidas, as incertezas quanto às suas propriedades são grandes. Isso é astronomia”, ressalta Paula . “Nossa biblioteca tem dados muito, muito bons, então nossas incertezas vêm principalmente de modelos e métodos considerados na análise das estrelas. Tentamos quantificar isso.”

Mensurar uma estrela não é como pesar um objeto ou medi-lo com uma régua. Dependendo do tamanho, da cor, da composição química, da estrutura atmosférica e da gravidade, ele pode ter uma diferente história e interagir com seus arredores de forma distinta. A medida mais significativa usada pela astrônoma de Cambridge e sua equipe para descrever os astros galácticos foi a metalicidade, isto é, a quantidade de metal presente na composição das esferas formadas principalmente por hélio e hidrogênio.

Concentração O nível de metal presente na estrela é como um relógio cósmico, que permite calcular a idade estimada do astro. “No caso das estrelas, a gente não pode medi-las diretamente. Então, a gente observa a composição química, o que é feito por meio da análise de um modelo”, ressalta Jorge Mendez, professor do Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP).

Para descobrir que tipos de elementos estão presentes nos objetos, os cientistas usam a técnica da espectroscopia (veja infografia). “A informação da estrela é gravada usando detectores que conseguem desdobrar a luz das estrelas nos seus componentes mais básicos. Assim, conseguimos enxergar linhas escuras num espectro, e essas linhas são relacionadas com a composição química da estrela”, ensina Mendez. Quanto mais intensa for essa marca escurecida, maior tende a ser a concentração de metais no objeto. E, quanto mais metal, mais jovem ele é.

Os cientistas usaram sete métodos para analisar as observações de alta resolução colhidas das estrelas usadas como modelo e criaram descrições detalhadas, que incluíram características como tamanho, distância, temperatura e a gravidade superficial do astro. Em conjunto, esses principais aspectos podem revelar mais informações sobre a história do objeto estudado e, por consequência, da formação da galáxia.

Referência O trabalho, descrito recentemente na publicação especializada Astronomy & Astrophysics, pode melhorar os métodos usados hoje para estudar estrelas e já é referência em diversas pesquisas em andamento. O projeto Gaia é definitivamente a maior delas e vai usar os dados colhidos pelos pesquisadores para produzir o maior mapeamento tridimensional da Via Láctea já feito. O satélite vai registrar o brilho, a cor e a posição de todo objeto celestial que estiver ao seu alcance – devem ser mais de 1 bilhão. O plano de cinco anos é tão ambicioso que deve resultar em uma quantidade de dados equivalente a toda a informação existente atualmente no planeta Terra.

A série de observações deve fornecer uma perspectiva inédita de distância, velocidade e direção do movimento de algumas estrelas familiares e outras ainda desconhecidas. “Avanços na compreensão da história e da estrutura da nossa galáxia por meio de projetos ambiciosos são possíveis porque, como Newton, nós enxergamos mais longe do alto dos ombros de gigantes”, ressalta, em uma nota, Gerry Gilmore, líder do Gaia no Reino Unido.

“Para determinar com segurança que elementos químicos formam as estrelas, esses gigantes são as estrelas de referência. Todo o nosso conhecimento que se expande vastamente depende do quanto realmente compreendemos sobre alguns poucos astros”, explica Gilmore.

Para os pesquisadores, o banco de dados estelar deve fornecer pistas sobre alguns aspectos difíceis de medir mesmo com os aparelhos mais potentes. Ao saber que determinado objeto tem cor ou metalicidade semelhante a outro, os astrônomos poderão trabalhar em suposições sobre sua história com base no que já se sabe sobre a estrela mais conhecida.

“Essas características não são triviais e são obtidas (por cálculos) porque existem fatores que a gente não conhece”, aponta Silvia Cristina Fernandes Rossi, professora do IAG/USP. “Se tiver uma base de estrelas muito bem estudadas e trabalhadas, suas estimativas serão muito boas”, acredita.

O catálogo estelar foi utilizado ainda em uma pesquisa europeia e em outra australiana, que também são dedicadas a coletar grandes volumes de dados do espectro estelar da Via Láctea. Grupos de astronomia que trabalham com astrofísica teórica mostraram igual interesse em usar esses parâmetros para aperfeiçoar os modelos de medição e transmissão dos perfis dos astros.

Elementos

A galáxia em que se encontra o planeta Terra tem uma estrutura semelhante à de uma cidade. Algumas áreas principais são rodeadas por localidades secundárias, que se formaram ali ou foram atraídas por astros maiores. Em cada estrela, uma combinação de gás e outros elementos químicos é uma prova ativa da composição que deu origem à galáxia e ao Universo. 

Cooperativismo e solidariedade - Ronaldo Scucato

Ronaldo Scucato


Presidente do Sistema Ocemg
Estado de Minas: 18/07/2014 



O diferencial do cooperativismo como modelo econômico é a preocupação com a coletividade, com a manutenção do bem-estar dos seus associados e da população do entorno das cooperativas. Isso faz com que cerca de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo integrem esse movimento, sendo cerca de 10 milhões somente no Brasil. Em Minas Gerais, 1,4 milhão de pessoas são associadas a sociedades cooperativas.

A atuação dos dirigentes, associados e colaboradores cooperativistas é regida por valores e princípios que primam pela sustentabilidade econômica, ambiental e, principalmente, social do negócio cooperativo. Os membros das cooperativas acreditam nos valores éticos da honestidade, transparência, responsabilidade social e preocupação pelo semelhante. Também entre as linhas orientadoras da atuação dessas instituições está o interesse pela comunidade, o sétimo princípio da filosofia que tem como objetivo promover o desenvolvimento de todos, sem distinções.

Nesse contexto de grande alcance do cooperativismo, a mobilização solidária dos cooperados tem se tornado uma realidade no segmento. Um exemplo é a campanha do Dia de Cooperar (Dia C), que nasceu cinco anos atrás em terras mineiras e vem atingindo números recordes de ações em prol da melhoria de vida das pessoas.

O projeto, idealizado pelo Sistema Ocemg em parceria com as cooperativas mineiras, busca incentivar e promover cooperados, colaboradores e familiares a realizar atividades de atenção ao próximo nas localidades de atuação dessas cooperativas, transformando a vida da população. Desde o seu início, em 2009, o Dia C já beneficiou 890 mil pessoas em todo o estado, graças ao empenho de quase 120 mil voluntários, em 230 municípios mineiros.

O sucesso e abrangência da iniciativa fizeram com que ela extrapolasse as fronteiras de Minas, passando, desde o ano passado, a ser realizada em outros estados. Em 2014, os limites foram superados, e a iniciativa será replicada em praticamente todo o país. Estimuladas pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), outras 24 unidades estaduais, além de Minas Gerais, integrarão o Dia C.

Desde maio, o Dia de Cooperar foi lançado em diversos estados como Alagoas, Amazonas, Ceará, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, além do Distrito Federal, dando o pontapé inicial para as ações voluntárias das cooperativas locais. As expectativas não poderiam ser melhores. No primeiro ano de Dia C Nacional, a estimativa da OCB é que o Dia C 2014 beneficie 1,4 milhão de pessoas em todo o país, atingindo 1.060 municípios e 1.440 cooperativas com cerca de 200 mil voluntários em todo o Brasil. É o cooperativismo confirmando seu potencial transformador.

Minas Gerais, como berço do Dia C, tem como meta superar os feitos do ano passado e dar exemplo contínuo do poderio da iniciativa. Para isso, nossas cooperativas estão preparando campanhas de doação de alimentos, de sangue e de roupas, reformas de sedes de entidades beneficentes, ruas de lazer, projetos de preservação de nascentes e margens de rios e ações de estímulo à reciclagem. Até o momento, temos mais de 250 cooperativas mineiras confirmadas na campanha deste ano, e este número deve crescer nos próximos meses.

Toda essa mobilização será coroada no segundo semestre com uma grande festa de encerramento das campanhas: um dia inteiro dedicado ao voluntariado cooperativista. A data escolhida para celebrar o Dia de Cooperar este ano é 6 de setembro, quando cooperativas de todo o Brasil farão uma grande festa de solidariedade e cooperativismo nos quatro cantos do país. Altruísmo e solidariedade são os ingredientes para esse movimento único, potencial que representa o caminho transformador que almejamos para a nossa sociedade.