quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Quadrinhos

folha de são paulo
CHICLETE COM BANANA      ANGELI
ANGELI
PIRATAS DO TIETÊ      LAERTE
LAERTE
DAIQUIRI      CACO GALHARDO
CACO GALHARDO
NÍQUEL NÁUSEA      FERNANDO GONSALES
FERNANDO GONSALES
MUNDO MONSTRO      ADÃO ITURRUSGARAI
ADÃO ITURRUSGARAI
BIFALAND, A CIDADE MALDITA      ALLAN SIEBER
ALLAN SIEBER
MALVADOS      ANDRÉ DAHMER
ANDRÉ DAHMER
GARFIELD      JIM DAVIS
JIM DAVIS

Facebook revela como seleciona conteúdo exibido a usuários e anuncia mudanças

folha de são paulo
O Facebook anunciou nesta terça-feira (6) que fará "grandes mudanças" a partir de hoje em sua seção principal, o chamado Feed de notícias, e explicou que critérios o site usa para selecionar o conteúdo de amigos que é exibido.
A ideia é refinar essa hierarquização do conteúdo que vem a ser exibido para cada um dos usuários.
Divulgação
Facebook explica como o novo algoritmo do Feed de notícias "resgata" compartilhamento
Facebook explica como o novo algoritmo do Feed de notícias "resgata" postagens não vistas
O novo algoritmo resgatará as postagens que não tenham sido visualizadas pelo usuário caso ele não as tenha "alcançado" ao rolar a página, colocando-as de volta no topo caso tenham se tornado populares ou importantes, conforme os critérios do site.
As mudanças, segundo testes feitos pelo Facebook, aumentam de 57% para 70% a taxa de leitura do conteúdo apresentado.
O fator denominado engajamento também aumenta: há 5% mais opções curtir, compartilhamentos e comentários em conteúdo de amigos e 8% mais no conteúdo de páginas (como empresas e organizações).
MAR DE CONTEÚDO
Segundo o Facebook, cada usuário tem uma média de 1.500 postagens diárias feitas por amigos. "Com tantas histórias, há uma boa chance de que as pessoas perderiam que gostariam de ter visto se mostrássemos um fluxo de informação contínuo e sem prioridades", escreveu o engenheiro do Facebook Lars Backstrom no post que anunciou as novidades.
Desses 1.500 endereços, imagens, vídeos e textos compartilhados, o site mostra uma média de 300, baseando-se em fatores como a popularidade da publicação.
O algoritmo do Feed estima a importância de determinada postagem conforme os seguintes aspectos:
  • Frequência de interações com o amigo ou a página responsável pela publicação;
  • Número de "curtir", de compartilhamentos e de comentários que a postagem recebeu de seus contatos e no geral;
  • Quanto o usuário interagiu (comentou, curtiu) esse tipo de postagem no passado;
  • Quantidade de denúncias recebidas que classificam o conteúdo como inapropriado.
As novidades, segundo o Facebook, "apontam que essa atualização mostra de forma mais eficiente as publicações que as pessoas querem ver, mesmo que as não tenham visto de primeira. Para os administradores de páginas, isso significa que seus posts mais populares têm maior chance de serem exibidos a mais pessoas, mesmo que já tenham sido publicados há algumas horas."

Diário da Dilma Agosto de 2013 - Em festa de formiga não se elogia tamanduá

Edição 83  _diário da Dilma  Agosto de 2013


Diário da Dilma - Em festa de formiga não se elogia tamanduá
 
1º DE JULHO_Alma lavada com o título da Copa das Confederações. Fui ao jogo disfarçada de Shakira. Apareci no telão e ainda ganhei uma piscadela do Piqué. My hips don’t lie.
Reunião de emergência com o núcleo duro: João Santana, Celso Kamura e minha figurinista Luisa Stadtlander. Mercadante, meu farol de Alexandria, também veio. Na onda dos protestos, pressionei por um penteado menos trabalhoso. Em tempo de murici, cada qual cuida de si.
 
2 DE JULHO_Já tentei constituinte, plebiscito, pacto, médico gringo, o diabo. Nada cola. No meu tempo, protesto tinha palavra de ordem, a assembleia decidia antes o que ia acontecer, e o centralismo democrático resolvia tudo. Agora, como é que eu vou entender essa bagunça? Tudo o que eu proponho o pessoal acha ruim. Acordei e liguei para o Franklin Martins. O João não está dando conta do recado.
 
3 DE JULHO_Toda vez que o chupa-manga do Mantega bate no meu gabinete, levanto meu cartazinho de cartolina: “Pibinho NÃO.”
 
4 DE JULHO_Disse à imprensa que meu governo é “padrão Felipão”. Só manda quem tem bigode. Recado cheio de sutilezas, com repercussões até para o Mantega, que é imberbe.
 
5 DE JULHO_“550 quilômetros, 550 quilômetros. Para um pouquinho, descansa um pouquinho, 550 quilômetros.” Cantei para o Renan. Ele sorriu e me confidenciou que já acumulou mais milhas na FAB do que o Henrique Alves, que é tido como imbatível. É mesmo admirável.
 
6 DE JULHO_Coisas do arco da velha acontecem naquele hospital de Amor à Vida. Exigi que o Padilha começasse a assistir de caderninho na mão. Uma novela com crase precisa ser levada a sério.
 
7 DE JULHO_Coitado do Cabralzinho! Depois daquele sapeca iaiá na porta da casa dele, agora aparece essa história do Juquinha andando de helicóptero. Ele adora aquele cachorrinho, que é mesmo muito fofo. Já que vai a família, por que não levar o Juquinha? Mas o povo não entende isso. Queriam o quê? Que jogassem uma guia lá do alto e fossem arrastando o Juquinha até Mangaratiba? Vou te contar uma coisa, está cada vez mais difícil. O aquário que eu ia dar para o Gabrielzinho vai ficar para depois do mandato. Não quero que digam que usei o corpo técnico do Ministério da Pesca em benefício próprio.
 
8 DE JULHO_Obama me ligou para dizer que o Guido Mantega sofre de constipação. Quando a gente para pra pensar, faz sentido. Estou começando a gostar desse negócio de espionagem. Pedi para ele verificar como anda o casamento do Lobão.
 
9 DE JULHO_Dei um perdido essa semana; coloquei uma peruca loira e fui ao cinema com a Erenice assistir ao Super-Homem. É com aquele garoto lindo que trabalhou nos Tudors. Ela colocou lente e um turbante para disfarçar um pouco. Depois comemos no McDonald’s o cheeseburger Angus que é o fino! Arrematei com um sorvete com calda de caramelo que eu adoro. Voltei de ônibus e ainda puxei um coro contra a tarifa. Ninguém me reconheceu.
 
10 DE JULHO_Segunda vaia que eu tenho que engolir. Agora foram os prefeitos. Virei Geni. Tanta injustiça só se justificará se o Chico fizer uma canção.
 
11 DE JULHO_Mandei o Patriota dar um pulo na Bolívia para ver se soltam aqueles corintianos. Ele disse que nem adianta, que tá tudo dominado. Estou precisando acertar uma. Não aguento mais tanta rejeição. Não sou de ferro, dói muito. Titia tentou me consolar. Me levou um Nescau quentinho na cama e disse que isso passa, que o povo é ingrato mesmo, que eu sou boa demais para esse país de menos. Ela foi falando, falando, falando até que dormi.
 
12 DE JULHO_Reunião com a tchurma do Mercosul desanuvia um pouco. A gente não precisa pensar muito. Conversamos na língua do “p” para dificultar o trabalho da NSA.
 
13 DE JULHO_José Dirceu veio com um papo confuso sobre controle social da Mídia Ninja. Fiz cara de paisagem e mandei apenas um recado: se queres um grilo, vá pari-lo.
 
14 DE JULHO_Passei o domingão pensando em maneiras de emplacar esse plebiscito. Talvez convocar mamãe e titia para queimarmos uns pneus em frente ao Congresso. Estamos tão unidas agora.
 
15 DE JULHO_Essas cantoras evangélicas são umas fofas. Oraram pelo governo Dilminha. Disse que era para passar no gabinete do Guido depois. Toda ajuda é bem-vinda.
 
16 DE JULHO_Por que é que eu fui inventar essa história de importar médico cubano? Qualquer dia nem consigo entrar no Sírio Libanês.
 
18 DE JULHO_Esse PMDB é uma bola mesmo. Agora sugerem reduzir o número de ministérios. É como se o PSTU sugerisse reduzir o número de passeatas, ou o Roberto Justus me pedisse para cortar a quantidade de laquê.
 
19 DE JULHO_Estou na maior saia justa. Vou ter que tirar a Ideli e já estou prevendo o barraco. O pior é que ela não tem mandato e ministro não tem seguro-desemprego. O salário daquele soldado marido dela deve ser uma merreca. O jeito é achar uma vaga num conselho qualquer. Não é nada, não é nada, uma reunião mensal pode render uns cinco paus. Não sei se coloco no lugar dela o Mercadante ou a Gleisi. Vou ter que agir com a cabeça, e não com o coração.
 
20 DE JULHO_Cabral anda precisando de uma consultoria com o João Santana. Tá culpando “forças internacionais” pelos protestos. Cuidado para não acabar como o Jânio. Em festa de formiga não se elogia tamanduá.
 

O que quer Jeff Bezos? - Raul Juste Lores

folha de são paulo
Dono da gigante on-line Amazon intriga analistas com suas pretensões para o "Washington Post", um dos jornais mais tradicionais dos EUA
RAUL JUSTE LORESDE WASHINGTON
"Abem in vignos, tam et; nos, cortus, more fac videssa noverum ocum pesici tasdam it vitermis consunum vit, venimpe rurore victatimum ese tam nis, coenati maionsultus. Cervilica me diciam vit L. Ad mente ca; inam nox mantea dius cut viris
A lista de especulações dos motivos que levaram o bilionário criador da Amazon, Jeff Bezos, 49, a comprar o centenário jornal "Washington Post" não para de crescer.
Para especialistas em mídia, Bezos quer entender como funciona a distribuição de informação "curta" pela rede, agora que já domina a de livros e de varejo em geral.
Outros opinam que ele gostaria de usar os editoriais do "Post" para ser ouvido na capital americana --e promover leis que abrangem de impostos a monopólios na internet.
E há quem diga que é apenas um projeto pessoal, mais vaidade do que negócios.
Bezos comprou na segunda o "Washington Post" por US$ 250 milhões.
O debate não se limita a cifrões. Há 226 anos, Thomas Jefferson, um dos pais da Constituição americana, afirmou que "entre um país com governo e sem jornais, e um sem governo, mas com jornais, prefiro o segundo".
Não são poucos que se questionam se Bezos bancaria a independência que levou a lendária editora Katharine Graham a publicar o escândalo de Watergate, que derrubou o presidente Richard Nixon, em 1974.
O colunista da revista "The Atlantic" James Fallows, amigo da família Graham, escreve que jornalismo sério é "quase inviável como negócio", por ser muito caro.
TABLETS
Em uma entrevista publicada no jornal alemão "Berliner Zeitung" no ano passado, Bezos disse que, "em 20 anos, os jornais impressos não terão utilidade".
"Mas descobrimos que as pessoas pagam por suas assinaturas no tablet. Logo, todos os lares terão tablets. Isso vai fortalecer os jornais."
Para o consultor de mídia Ken Doctor, os jornais saíram das bolsas para as mãos de "poucos bilionários, que têm apetite por papéis sociais e cívicos, além dos financeiros".
Já Fallows acha que o investimento que Bezos está fazendo é modesto se comparado "ao que fizeram em uma era anterior os Rockfellers, os Carnegies e os Fords ao criar universidades e fundações" e que será preciso mais para revitalizar o jornal.
Otimista, ele defende que "os maiores beneficiários desses anos dourados reinvistam na infraestrutura da nossa inteligência pública".
O escrutínio sobre as posições políticas de Bezos apenas começou. Sabe-se que ele fez mais doações a candidatos democratas do que a republicanos e que fez doações para a fundação que publica a revista "Reason" do movimento libertário americano --defensor de uma ação mínima de governo e Estado.
Na semana passada, o presidente Barack Obama fez um discurso sobre empregos em um dos depósitos da Amazon e concedeu uma entrevista a ser lançada no Kindle, o leitor eletrônico da marca.
Bezos é visto como grande criador de empregos (tem 92 mil funcionários), embora as condições de trabalho na Amazon sejam contestadas. Há críticas à temperatura alta e às enormes distâncias às quais os empregados são submetidos em seus gigantescos galpões de armazenagem.
Bezos pode dar cinco rumos ao "Post"
folha.com/no132264
    VENDA
    Buffett tem ganho com a operação
    Principal acionista do grupo The Washington Post Company, a holding Berkshire Hathaway (do bilionário americano Warren Buffett, terceiro homem mais rico do mundo) teve ganho com a venda do jornal para Jeff Bezos, fundador da Amazon. As ações do grupo de mídia subiram 4,3% ontem, para US$ 593, o maior valor desde setembro de 2008, no auge da crise global.

      Iceberg compra Titanic, mas objetivo é dominar o mar - Sergio Dávila

      folha de são paulo
      ANÁLISE
      Iceberg compra Titanic, mas objetivo é dominar o mar
      SÉRGIO DÁVILAEDITOR-EXECUTIVO"O iceberg comprou o Titanic", brincou ontem em manchete a revista eletrônica "Salon", referindo-se ao fato de Jeff Bezos, dono da Amazon, cujo sucesso ajudou a fechar várias livrarias, ter adquirido o "Washington Post", representante da mídia dita tradicional.
      Pode ser, se a análise da aquisição do jornal for feita apenas do ponto de vista econômico.
      Bezos gastará na transação US$ 250 milhões --ou o equivalente a 1% de sua fortuna pessoal, avaliada em US$ 25 bilhões.
      Embora a empresa que até anteontem editava o jornal estivesse no azul, amparada principalmente pela operação na área de educação, que é superavitária, o mesmo não é verdade quando se isola apenas o "Post".
      A Washington Post Company teve receita de US$ 4 bilhões em 2012, com lucro de US$ 132 milhões no mesmo ano. A Kaplan, divisão de educação que engloba escolas, material didático e testes on e offline, foi responsável por mais da metade da receita total, ou US$ 2,2 bilhões.
      Já o jornal viu sua receita cair de US$ 957 milhões em 2005 para US$ 582 milhões no ano passado. No mesmo período, seu resultado foi de lucro de US$ 125 milhões para perda de US$ 54 milhões; a circulação de segunda a sábado diminuiu de 706 mil exemplares diários para 472 mil; aos domingos, de 983 mil exemplares para 687 mil.
      Mas Bezos não adquiriu um jornal impresso em declínio, e, sim, uma marca relevante e respeitada. Ainda que o crescimento do site rival "Politico" preocupe, o "Post" ainda é o segundo jornal de interesse geral em prestígio nos EUA e o primeiro na capital norte-americana.
      Para ficar apenas num exemplo, os livros escritos por seu jornalista principal, o repórter Bob Woodward, 70, são considerados o registro não oficial mais relevante dos governos de sucessivos ocupantes da Casa Branca, começando por Richard Nixon (1913-1994), que ele ajudou a derrubar em 1974 ao revelar com Carl Bernstein o escândalo Watergate.
      Barack Obama pode comprar os livros de Woodward pela Amazon, mas é no "Post" que ele lerá primeiro os trechos inéditos de suas obras.
      Sim, espera-se que Bezos ajude a reinventar o modelo de negócios do jornalismo profissional, como fez na Amazon com o e-commerce, mas não se deve desprezar seu interesse pelo valor institucional do diário.
      A Amazon é um gigante com receita de US$ 61 bilhões em 2012 e interesses múltiplos. Só no ano passado, a empresa gastou US$ 2,5 milhões com lobistas, de acordo com o Center for Responsive Politics, que faz levantamento sistemático desse tipo de gasto e de doações de empresas e pessoas físicas a políticos. Em 2013, já despendeu mais US$ 1,7 milhão.
      Entre os assuntos que valem a atenção da gigante do comércio em Washington estão projetos de lei que lidam com privacidade na rede, imposto de vendas feitas pela internet, reforma postal, segurança digital e venda de vinho on-line.
      "A Amazon precisa de mais amigos em Washington", escreveu o analista de mídia Ken Doctor.
      Com US$ 2,5 milhões, Jeff Bezos consegue influência localizada; com US$ 250 milhões e o "Washington Post", o empresário passa a influenciar o país.
      Nesse sentido, o iceberg pode de fato ter comprado o Titanic, mas o objetivo é dominar o mar.

        Tv Paga


        Estado de Minas: 07/08/2013 

        Na faca 

        A temporada de novidades do canal GNT continua hoje com a estreia da série brasileira Beleza S/A, às 22h30. A produção mostra o dia a dia de uma clínica de cirurgia plástica, seus pacientes e médicos. Mesmo com a pegada de humor, especialmente quando ri dos exageros de quem busca a perfeição física, acaba discutindo temas sérios como a ética médica. No elenco, Gabriela Carneiro da Cunha, Antonio Petrin e Antonio Saboia (foto).


        Warner exibe episódios
        inéditos de suas séries

        Novidade também no Glitz, com a série The lying game, às 19h, conta a história de duas gêmeas que tentam descobrir como e por que foram separadas ainda bebês – Sutton foi adotada por uma família rica e Emma cresceu em um orfanato. No canal Warner, a tradicional noite da comédia retoma três séries com episódios inéditos da quarta temporada de The middle (22h), do segundo ano de Suburgatory (22h25) e do terceiro de Mike & Molly (22h50).

        Produção do Nat Geo vai
        ao mundo da prostituição

        No Nat Geo, a série Tabu Brasil tem sequência hoje, às 23h, com o episódio “Prostituição”. Considerada uma das profissões mais antigas do mundo, a prostituição sempre foi marcada por estigmas e preconceitos, Apesar de muito expostos, , acompanhantes de luxo, prostitutas e michês vivem em uma espécie de invisibilidade social e ganham a vida vendendo o corpo, e são os segredos e histórias desses personagens que alimentam a produção.

        Programa da Palmirinha
        volta com novo cenário

        Outra atração que volta com tudo à telinha é o Programa da Palmirinha, às 22h15, no canal Bem Simples. A segunda temporada abre com uma convidada muito especial: a apresentadora Eliana, preparando uma massa tricolor com creme de limão.


        Madonna abre especial da
        música pop do Arquivo N

        O programa Arquivo N, da Globo News, vai homenagear grandes nomes do pop internaconal nas próximas semanas, começando hoje com Madonna. Prestes a completar 55 anos de idade, a cantora, compositora, dançarina, autora de livros infantis, atriz e diretora de cinema, produtora, desenhista de moda e empresária traz no currículo nove prêmios Grammy e um Globo de Ouro. Destaque para uma entrevista concedida ao jornalista James Cimino. Confira às 23h.

        Pacotão de cinema vai do
        drama à ação e comédia

        Na programação de filmes, o destaque é a Mostra Internacional de Cinema da TV Cultura, hoje com o drama musical Quatro minutos, do alemão Chris Kraus, às 22h. No mesmo horário, o assinante tem mais 10 opções: A guerra dos vizinhos, no Canal Brasil; Alguém para Eva, no Glitz; A firma, na MGM; A vingança de Wyatt Earp, no Max Prime; Stealth – Ameaça invisível, no Sony Spin; Possessão, na HBO; Burlesque, na HBO 2; Menina má.com, no ID; (500) Dias com ela, no Telecine Touch; e Os mercenários 2, no Telecine Pipoca. Outras atrações da programação: Simplesmente complicado, às 21h, no Universal; A corrente do bem, também às 21h, no Boomerang; Cidade Baixa, às 21h30, no Arte 1; e A última festa de solteiro, às 23h45, no Megapix.

        FERNANDO BRANT » Eles não entenderam nada‏

        Sete anos pastoreiam para alcançar seus objetivos justos. Precisarão servir mais sete?



        Estado de Minas: 07/08/2013 


        Um rio ou um oceano de povo passou na vida do país e eles não perceberam o que se passou, o recado dado, o que está se passando. Continuaram a voar desavergonhadamente nos aviões da FAB, senhores do “pudê”, capazes de tudo para manter o nordestino na miséria e eles no bem-bom. Votaram, no mês de junho, como se tivessem ouvido as vozes das ruas, os maiores absurdos legislativos de que se tem notícia.

        Se alguém passasse, naqueles dias, pelas galerias do Congresso e gritasse “viva a ditadura!”, eles a teriam decretado. Pobre gente que age por interesse privado e vota como manada. Como se explica, por exemplo, um partido que se diz liberal aprovar a intervenção estatal em direito privado? Até isso se viu na casa que deveria representar os vários segmentos dos brasileiros.


        Na noite de uma segunda-feira moderadamente fria, assisto, no programa Roda viva, aos atletas Ana Moser, do vôlei, e Raí, do futebol. Falam em nome de uma centena de colegas admiráveis que assinaram um manifesto em favor de uma política pública para o esporte. Dizem que o esporte, espalhado por escolas, bairros e cidades do país, pode salvar os jovens e também o Brasil. Eles já conquistaram no campo esportivo medalhas e campeonatos que nos orgulham. Poderiam descansar e cuidar de sua vida pessoal, mas, como disse Ana Moser, citando um outro atleta aposentado que não ouvi bem quem era: “Quem veste a camisa brasileira não a desveste jamais”.


        Fico sabendo, então, que eles tentam audiência na Presidência da República há sete anos. Sem sucesso. Não querem nada para eles, mas oferecer um plano que proporcione verdadeiro legado para o Brasil, no momento em que se prepara a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Não propõem nada que tenha a ver com os bilionários interesses que movem o esporte dos grandes eventos. Sete anos pastoreiam para alcançar seus objetivos justos. Precisarão servir mais sete?


        Parece que sim. Pois imaginem que marcaram audiência com o ministro dos Esportes. De que cuida esse ministério? Marcada a audiência, uma comitiva foi a Brasília ofertar sua ideia generosa. Não foram recebidos pelo ministro, que, em cima da hora, anunciou ter outro compromisso. Vergonha e desrespeito, pasta inútil e incompetente. Na certa, ele foi cuidar da política menor, ou conversar com o Blatter, os grandes patrocinadores ou os novos Havelanges.


        Realmente, eles não nos representam. Enquanto se esbaldam com o dinheiro que deles não é, enquanto cinicamente continuam a se comportar imoralmente, uma senhora passa horas na fila de renovação de carteira de trânsito em Brasília, cumprindo um dever básico. A cidadã, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, é exemplo e um tapa na cara dessas pessoas. O Brasil tem jeito.

        Matias Spektor

        folha de são paulo
        Algo melhor
        O debate de política externa melhoraria se intelectuais tucanos oferecessem uma alternativa a seus rivais
        Dilma acaba de assinar a lei que cria um Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. É a primeira vez que uma entidade terá competência exclusiva para visitar prisões, centros de detenção militar e hospitais, mesmo privados. Poderá documentar casos de abuso e demandar soluções.
        No primeiro semestre de 2012, houve 877 denúncias de tortura no país. Registraram-se 932 em seis meses deste ano, mais de cinco por dia.
        O projeto de lei original previa que todos os peritos seriam indicados pela Presidência da República. A sociedade civil caiu em cima e ganhou a briga no Congresso. Há hoje um comitê consultivo que decide.
        A resistência a criar um mecanismo dessa natureza foi formidável. Em Brasília, muitas autoridades alegam que a responsabilidade por combater a tortura não é da União.
        Há pouco mais de um ano, em Harvard, Dilma disse assim: "Eu sei o que acontece... Não tenho como impedir, em todas as delegacias do Brasil, de haver tortura".
        A pressão da sociedade civil organizada e o clamor das ruas a fizeram mudar de opinião. Para melhor.
        Há duas semanas, afirmei que o debate de política externa tem sido vítima de uma empobrecedora polarização PT-PSDB. As vozes que misturam arrogância e ignorância podem ser ouvidas dos dois lados.
        Por isso, celebrei uma conferência recente sob auspícios do PT. Contrariamente ao que esperava, encontrei gente menos preocupada em endeusar Lula e criticar FHC do que em democratizar a política externa e pô-la a serviço da redução das desigualdades.
        Não sou petista e discordo de muito do que li e ouvi, mas há gente de primeiro nível produzindo coisas novas que merecem discussão.
        Tampouco sou tucano, mas lamentei a ausência de iniciativa similar em campo oposicionista.
        O superintendente da Fundação iFHC não gostou. Partiu para o ataque, seguindo a cartilha.
        Sem compunção, Sergio Fausto afirmou: "Não estive na conferência nem tive acesso ao que ali foi discutido". O material está disponível na internet.
        Porém, desinteressado por substância, ele descartou o encontro de antemão. E decidiu apelar para velhas cantilenas.
        Afirmou que Lula acobertou vizinhos de talho autoritário, em referência a Chávez. Sobre o apoio diplomático do tucanato a Fujimori, nada. Repetiu que Lula fez diplomacia ideológica. Sobre a poderosa ideologia por trás da diplomacia de FHC, silêncio.
        Alguma contraproposta à conferência petista? Claro que não.
        Alguma sugestão prática? Sim: examine-se criticamente a década petista, sugeriu. Não a tucana.
        O deserto de ideias é um problema bem identificado pelo próprio FHC. "Se as oposições pretenderem sobreviver ao cataclismo, a hora é agora", escreveu domingo passado.
        A qualidade de nosso debate público sobre política externa melhoraria muito se os intelectuais tucanos saíssem da toca, ouvissem atentamente o que seus opositores à esquerda estão começando a dizer e tentassem oferecer, então, uma alternativa melhor.

          Frei Betto - Paradoxos da qualidade Brasil‏

          É urgente a aplicação de ao menos 10% do PIB na educação 


          Frei Betto

          Estado de Minas: 07/08/2013 


          O Brasil melhora em quantidade e tropeça em qualidade. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) de 5.565 municípios brasileiros, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 29 de julho, subiu 47,5% nos últimos 20 anos. Em 1991, o índice de municípios com IDH “muito baixo” era de 85,8%. Hoje, apenas 0,6%. Naquele ano, nenhum município mereceu a classificação de “muito alto”. Em 2000, apenas São Caetano do Sul, no ABC paulista. Agora, 44 municípios brasileiros têm IDH “muito alto”, entre os quais Belo Horizonte, que ocupa a 20ª posição.

          Nosso país melhorou na longevidade, no crescimento da renda da população e na educação. Em 20 anos, a vida média do brasileiro passou de 64,7 anos para 73,9. A renda cresceu 14,2%. Um ganho de R$ 346,31. Mas é bom não esquecer que, se há 10 galinhas e 10 pessoas, não significa que há uma galinha para cada pessoa. Uma delas pode ser dona de nove. Nossa distribuição de renda ainda é das piores do mundo. Basta lembrar que o Brasil é a quarta maior fortuna em paraísos fiscais! Bilionários brasileiros vivem se queixando dos impostos. Da boca para fora. Pesquisa aponta o Brasil como a quarta fortuna mundial em paraísos fiscais: US$ 520 bilhões (mais de R$ 1 trilhão ou quase 1/3 do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que foi de R$ 3,6 trilhões em 2010. Tudo dinheiro sonegado.

          Nem tudo são rosas também em nosso IDH. Quase 30% das cidades brasileiras têm IDH “muito baixo” no quesito educação. E apenas cinco cidades merecem o índice “muito alto”. A educação é o grande entrave da qualidade Brasil. Menos da metade de nossos jovens de 18 a 20 anos termina o ensino médio: 41% dos alunos. Há 20 anos, apenas 13% dos alunos não se diplomavam no ensino médio. Nisso o Brasil anda a passo de caranguejo, para trás. Se 59% dos jovens não têm ensino médio completo, fica difícil para o nosso país suprir seu atual déficit de profissionais qualificados, como médicos e engenheiros.

          “O Brasil avançou na universalização do acesso à educação. Agora é preciso universalizar a aprendizagem”, afirma Priscila Cruz, do Todos pela Educação. E resgatar a qualidade de nossas escola públicas, hoje sucateadas. O Distrito Federal tem o melhor IDH entre as unidades de nossa federação. Minas ocupa o 9º lugar. Entre as capitais, Belo Horizonte fica em 5º, atrás de Florianópolis, Vitória, Brasília e Curitiba. Alagoas e sua capital, Maceió, amargam o mais baixo IDH brasileiro. Convém salientar que 99% dos municípios com IDH em educação “alto” ou “muito alto” ficaram abaixo das notas consideradas satisfatórias, em língua portuguesa e matemática, na Prova Brasil de 2011.

          Os problemas de nosso ensino médio são a falta de qualidade (sem tempo integral, informática, laboratórios, e com professores mal remunerados e sem formação contínua) e o abismo entre o que se ensina e a realidade em que vivem os nossos jovens (falta de pedagogia e adequação às novas tecnologias). Em 2009, o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa)) classificou o Brasil na 53ª posição entre 65 países, atrás do México, Uruguai e Chile. Raros os alunos de nossas universidades que conseguem escrever uma simples carta sem graves erros de concordância. Falta à maioria o hábito de frequentar a boa literatura.

          É preciso ouvir a voz das ruas. De nossos jovens, 85,2% consideram a educação prioridade. O governo federal não pode continuar, em matéria de educação, em passos de escola de dança, um para frente e dois para trás, como no caso dos cursos de medicina. É urgente a aplicação de ao menos 10% do PIB na educação, o incremento do ensino profissionalizante e o resgate da escola pública gratuita, em tempo integral e de qualidade. Em conferência para mais de 5 mil profissionais do ensino, em Brasília, pedi que levantassem as mãos quem era professor. Quase todos o fizeram. Em seguida, pedi que fizessem o mesmo gesto de quem sonha em ter o filho ou a filha no magistério. Pouquíssimas mãos se ergueram. Triste o país que não se orgulha de seus professores, concedendo-lhes condições dignas e qualificadas de trabalho.

          Por baixo da batina - Minha história

          folha de são paulo
          MINHA HISTÓRIA
          Por baixo da batina
          Jovem que se descobriu gay quando já era padre cortou os laços com a igreja; agora, escreveu ao papa Francisco pedindo que homossexuais não sejam vistos como 'aberração'
          LÍGIA MESQUITADE BUENOS AIRES
          RESUMO
          O argentino Andrés Gioeni, 41, foi padre durante dois anos e meio em Mendoza até largar a batina e assumir ser gay. Ator, diretor e escritor de peças infantis, vive em San Isidro, na Grande Buenos Aires, com seu companheiro, Luís, há nove anos e meio. Na semana passada, ele escreveu carta aberta ao papa Francisco pedindo que ele ajude aos gays a "transitar pela fé" sem renunciar à "experiência do amor".
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          Na infância, estudei em um colégio religioso, marista. E dizia: nunca na minha vida vou ser sacerdote, não queria aquilo. Minha família era católica, mas não religiosa. Comecei a participar de um grupo missionário e começamos a fazer trabalhos voluntários num bairro pobre de Mendoza [a 1.100 km de Buenos Aires].
          Na época, eu namorava uma menina, Carmem, e tínhamos o plano de nos casarmos e virarmos missionários na África.
          Nesse bairro, as pessoas me falavam que faltava um padre. Eu estava estudando para tentar a faculdade de medicina, aí resolvi ir para o seminário.
          Quando entramos, éramos 12 seminaristas e só quatro se tornaram sacerdotes. Desses quatro, só um ainda é padre.
          Fiquei oito anos no seminário. Não me sentia sozinho, tinha uma família lá. Foi mais difícil quando virei sacerdote, aos 27. Vi que não era tão fácil, tinha muitas responsabilidades, ficava sozinho. Mas gostava de celebrar a missa.
          Aí comecei a me dar conta do que estava acontecendo: algo que não era, para mim, natural. Eu me condenava.
          No seminário, a questão da homossexualidade só era tratada em algumas aulas. No dia a dia, era um tabu.
          Olhando agora para trás, vejo que no seminário já sabia [que era gay], mas eu negava.
          Se percebia que estava gostando de algum companheiro, logo me reprimia, falava a mim mesmo: "O que está acontecendo? Está louco?."
          Dois seminaristas fizeram insinuações pra mim, queriam me namorar. Eu achava que fosse loucura,negava aquilo. Eles saíram do seminário, eu fiquei. Me dei conta de que era gay mesmo quando já era sacerdote.
          Gostava de entrar em salas gay de bate-papo como anônimo. Depois, me arrependia, dizia que nunca mais faria aquilo. Um dia, encontrei um homem que conheci no chat.
          Conversamos durante umas cinco horas e não contei que era padre. Acabamos tendo relações sexuais.
          Foi uma experiência linda, mas, no outro dia, acreditava que estava no inferno, que era a pessoa mais pecadora do mundo. Comecei a rezar, chorei muito e fui me confessar sem dizer que era padre. Falei: "Basta, isso vai passar, não pode mais acontecer".
          E não passou. E passei a me perguntar se era algo transitório ou para a vida. Quando me dei conta que era para a vida, cortei laços com a igreja.
          Vim para Buenos Aires começar uma nova vida. Uma pessoa me chamou para fazer umas fotos nu para uma revista gay. Depois, trabalhei por um ano de garçom numa boate gay. Foi muito difícil me aceitar. Por 30 anos, recebi a informação de que isso que eu vivia --ser gay-- não era bem visto aos olhos de Deus.
          Depois, comecei a me dar conta de que Deus não é assim. Ele segue me amando e acompanhando, não importa que eu seja homossexual.
          Há nove anos e meio vivo com Luís. Queremos nos casar oficialmente. Mas adotar um filho não está nos planos.
          Sigo acreditando em Deus, não no da igreja, que tem tantas leis. Fiquei feliz quando Francisco virou papa, uma pessoa mais aberta. Quando ouvi suas palavras na viagem de volta do Rio, resolvi que era a hora de escrever para ele. Publiquei o texto no Facebook e pedi para amigos compartilharem e me ajudarem a fazer chegar a ele a carta.
          O catecismo não pode seguir dizendo que um gay é uma aberração. Sei que mudanças não virão de hoje pra amanhã. Mas espero que, daqui a 30 anos, um menino possa dizer sem medo que é homossexual.

          Yamandu Costa faz disco com sonoridades do Sul do Brasil e das músicas peruana, colombiana e mexicana

          Três vezes América 


          Yamandu Costa faz disco com sonoridades do Sul do Brasil e das músicas peruana, colombiana e mexicana. Violonista aposta no formato trio ao lado dos parceiros Guto Wirtti e Arthur Bonilla
           



          Eduardo Tristão Girão

          Estado de Minas: 07/08/2013 

          Curiosamente, Continente (Biscoito Fino), o novo disco de um dos melhores instrumentistas brasileiros da atualidade, o gaúcho Yamandu Costa, teve como ponto de partida não o inconfundível violão de sete cordas, mas o baixo. Nem elétrico nem acústico, mas o baixolão, uma espécie de cruzamento dos dois, com som mais natural e que pode ser tocado desplugado.

          Em 2010, o instrumento foi adquirido pelo baixista Guto Wirtti na Áustria, durante turnê com Yamandu. Naquele momento, a primeira das 11 novas composições surgiu. “Em Viena, fomos a uma loja comprar cordas e esse baixolão apareceu. Mostrei ao Guto, tocamos juntos lá dentro e ali mesmo começamos a compor. Inclusive, fizemos o restante da turnê com esse instrumento. Assim começou a se desenhar um estilo. Aí veio a ideia de convidar o Arthur Bonilla”, lembra Yamandu.


          O músico convocado para formar o trio que gravou Continente também é gaúcho, toca violão de sete cordas e foi aluno do argentino Lucio Yaniel, professor de Yamandu.


          Em 2011, o álbum foi gravado no Rio de Janeiro, com direção musical de Yamandu e Guto Wirtti. O repertório é dominado por seis parcerias da dupla, entre elas Chamamer, Cabaret e Bounyfie. O baixista assina sozinho três faixas, com destaque para Aperto, belo e sentimental solo de baixolão. Com Arthur Bonilla, o violonista escreveu Fronteiriço (influenciada pelas músicas peruana e colombiana). Sozinho, compôs e tocou a faixa de abertura: Sarará, de sabor pantaneiro.


          O passeio latino-americano é evidente. Vai do pampa argentino ao México, passando por Peru e Colômbia. A costura dessas diversas referências, explica Yamandu, foi feita com a opção de gravar a três. “O trabalho está ligado à formação dos trios de violão, tradicional em toda a América Latina, exceto no Brasil. Cantores sempre foram acompanhados por trios, que, por sua vez, sempre tiveram atuação instrumental forte”. O violonista vê a ligação de Continente com seus trabalhos anteriores, Lida e El negro del blanco, ambos focados na música fronteiriça.

          Gordo Em Continente, há também influência do choro. “Principalmente nas harmonias. Compomos o que gostamos de ouvir. Sai naturalmente”, diz Yamandu. Chama a atenção o cuidado de arranjar as faixas de forma a deixar os três instrumentos em equilíbrio, visto que os dois violões têm reforço na região das notas graves (em função da corda extra, a sétima). Fora os graves do baixolão, cujo timbre se assemelha mais ao de instrumento acústico – as cordas não são de bronze (como de costume), mas de náilon.


          Yamandu gosta de chamar o instrumento de Guto de “violão gordo”. “Esse não é um baixolão comum. Tem harmônicos e um timbre diferenciado, doce”, explica. E aproveita para elogiar o conterrâneo: “Bom compositor e bom poeta, ele tem um talento danado. É parceiro de sempre, coringa no meu trabalho. Como também veio do Rio Grande do Sul, ele se encaixa perfeitamente quando quero um sabor regional”.


          Já Arthur Bonilla transita entre a música do Sul e o instrumental brasileiro. Já tocou com Renato Borghetti, Hamilton de Holanda, Arismar do Espírito Santo e Bebê Kramer. “Ele conhece como ninguém a linguagem da nossa região. Tem um nível de virtuosismo impressionante, facilidade de tocar e enorme força interpretativa, tanto acompanhando quanto solando”, conclui Yamandu.



          Ele não sai  do estúdio

          Inquieto como sempre, Yamandu Costa segue gravando muito. O próximo disco já tem nome: Tocata à amizade, que contará com Bebê Kramer (acordeom, foto), Rogério Caetano (violão) e Luís Barcelos (bandolim). O gaúcho promete também um álbum em duo com o baixista Guto Wirtti e outro com a Orquestra Sinfônica Brasileira. 

          Dilma promete assumir negociação com partidos, mas aliados duvidam

          folha de são paulo
          (GABRIELA GUERREIRO, VALDO CRUZ E TAI NALON)

          Presidente diz que vai se reunir quinzenalmente com congressistas
          DE BRASÍLIARecebida com entusiasmo em público e com ceticismo nos bastidores, a presidente Dilma Rousseff prometeu assumir pessoalmente a articulação política com o Congresso e fazer reuniões quinzenais com deputados e senadores.
          A promessa foi feita para tentar acabar com o clima de rebelião na base aliada no Legislativo. Dentro do novo roteiro, Dilma recebe hoje a bancada de senadores do PT.
          Ela já agendou na segunda reunião com deputados governistas. Na terça, deve ser a vez dos senadores. O acerto foi feito em reunião com líderes governistas no Senado para atender uma das principais queixas da base: a falta de diálogo com o Planalto.
          Nos dias em que Dilma não puder ir às reuniões, elas serão conduzidas pelo vice-presidente Michel Temer ou pela ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais).
          O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), afirmou que a presidente deu início a uma "fase ampliada" de interlocução com os seus aliados, o que é positivo: "Vamos ter as reuniões para discutir questões estratégicas do governo. Sempre vai estar presente, além dos líderes, o presidente da comissão em que tramita a proposta em discussão".
          Reservadamente, senadores e deputados que estiveram com Dilma nos dois últimos dias revelam ceticismo com a promessa. Sob a condição de anonimato, um deles disse temer que essa "disposição repentina ao diálogo" pode ser apenas "fogo de palha" de quem está acuada.
          Os primeiros testes da presidente serão a votação do projeto sobre a distribuição dos royalties, na próxima semana, e dos vetos presidenciais em sessão do Congresso, marcada para o dia 20.
          A disposição de dialogar não foi suficiente, porém, para o governo barrar a votação, em comissão da Câmara, da proposta que torna obrigatória a liberação dos recursos de emendas parlamentares.
          Dilma teve de negociar para reduzir o tamanho de sua derrota.
            ANÁLISE - ORÇAMENTO
            Lei em debate no Congresso não elimina 'faz de conta'
            Texto aumenta poder de parlamentares e mantém truque de 'criar' arrecadação
            GUSTAVO PATUDE BRASÍLIAO texto discutido na Câmara dos Deputados eleva os poderes dos congressistas sobre o Orçamento, mas, retórica à parte, mantém o Legislativo brasileiro livre de novas preocupações com a qualidade dos gastos e a solidez das contas públicas.
            No atual faz de conta da elaboração da lei orçamentária, deputados e senadores recorrem a um truque para criar novas despesas sem desagradar a ninguém: inventam arrecadação.
            A estimativa de receita para 2013, por exemplo, subiu de um já otimista R$ 1,230 trilhão, no projeto do Executivo, para R$ 1,253 trilhão --o bastante para incluir emendas de R$ 22,7 bilhões.
            Encerrado o primeiro semestre, a receita esperada pela equipe econômica já caiu para R$ 1,185 trilhão. E, assim como a arrecadação fictícia, as obras prometidas pelos congressistas a seus redutos eleitorais evaporaram.
            O relatório que acompanha a proposta de execução obrigatória das emendas reconhece, em meio a eufemismos, a necessidade de uma nova prática. A solução encontrada foi incluir mais uma declaração de boas intenções na Constituição.
            "A previsão de receita e a fixação da despesa no projeto e na lei orçamentária devem refletir com fidedignidade a conjuntura econômica e a política fiscal", dirá o 10º parágrafo do artigo 165, caso a proposta avance.
            REGRA IGNORADA
            O texto constitucional em vigor já estabelece, no artigo seguinte, uma regra para as emendas sistematicamente ignorada: as despesas criadas pelos congressistas devem ser compensadas com a anulação de despesas propostas pelo Executivo.
            Se aplicado, tal modelo submeteria deputados e senadores ao constrangimento político de cortar investimentos em infraestrutura, já escassos, para acomodar uma miríade de despesas miúdas, típicas de prefeituras.
            Algo como remanejar verbas da conservação de rodovias --porque a maior parte do Orçamento é tomada por despesas obrigatórias como o pagamento de salários e aposentadorias-- para o calçamento de ruas ou festas folclóricas no interior do país.
            Na proposta votada pelos deputados, esse ônus ficará, na prática, com o governo. De concreto, a única salvaguarda oferecida pelo Congresso Nacional é a dimensão relativamente reduzida de suas pretensões.
            Os parlamentares contentam-se com pouco mais de R$ 6 bilhões, metade de um centésimo do Orçamento. Ainda assim, é o triplo do dinheiro disponível neste ano para o transporte ferroviário --ou o dobro do reservado à educação infantil.
              Câmara ignora apelo e faz avançar projeto incômodo para Dilma
              Comissão aprova proposta que obriga governo a liberar recursos para iniciativas patrocinadas por parlamentares
              Henrique Alves diz a deputados que presidente nunca lhe pediu para não colocar proposta em votação
              DE BRASÍLIAO presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ignorou os apelos do Palácio do Planalto e começou a trabalhar pela aprovação de um dos projetos que mais incomodam o governo na pauta atualmente em discussão no Congresso.
              Trata-se da proposta de emenda constitucional que torna obrigatória a execução financeira das emendas que deputados federais e senadores incluem todos os anos no Orçamento da União para destinar recursos a projetos em seus redutos eleitorais.
              A comissão criada para debater a proposta aprovou o texto ontem, após seis horas de debate. Alves promete colocar a proposta em votação no plenário da Câmara hoje.
              As emendas parlamentares são um ponto sensível na relação entre o governo e o Congresso. A liberação das verbas é usada como trunfo sobretudo em meio à discussão de projetos importantes.
              Pela legislação atual, cada parlamentar pode apresentar, anualmente, até R$ 15 milhões em emendas, mas nada obriga o governo a liberar dinheiro para esses projetos.
              Pelo contrário, em geral elas são o alvo preferencial da equipe econômica do governo quando há necessidade de cortes no Orçamento.
              Desde segunda-feira, Henrique Alves deixou claro que se empenharia pela medida, que, segundo ele, acabará com o "toma lá, dá cá" entre o Congresso e o Executivo.
              Seu esforço teve continuidade ontem, mesmo depois de tentativas de convencimento feitas por líderes do PT e de outros partidos aliados.
              À tarde, num gesto incomum, o presidente da Câmara foi à comissão e fez uma espécie de preleção aos deputados, enfatizando que a presidente Dilma Rousseff nunca lhe pediu que não colocasse a proposta em votação.
              "Vim aqui agora para pedir para que votem hoje, porque a matéria já está suficientemente amadurecida", disse Alves. Mais tarde, ele voltou à sala para anunciar que suspendera as votações previstas para o plenário para se concentrar na análise do assunto.
              O governo é contra o projeto por causa dos gastos extras que terá que cobrir. Dilma se reuniu anteontem e ontem com deputados e senadores na tentativa de barrar propostas que a desagradam. Prometeu se abrir mais a negociações e conseguiu adiar a votação de alguns projetos.
              A proposta defendida por Alves estabelece que o governo ficará obrigado a executar as emendas até o limite de 1% da receita corrente líquida verificada no ano anterior.
              Se as novas regras já estivessem em vigor, neste ano o governo seria obrigado a executar R$ 6,2 bilhões em emendas individuais, mesmo valor que o Planalto liberou recentemente para conter a insatisfação na sua base. Isso representaria R$ 10,4 milhões para cada congressista.
              A discussão ontem terminou em impasse sobre a eficiência prática da proposta. Pelo texto aprovado, o governo fica obrigado a pagar as emendas empenhadas (que têm o recurso reservado no Orçamento) no mesmo ano.
              O que ocorre é que o governo, legalmente, só pode pagar após comprovação da prestação do serviço ou realização de obra. Assim, obras financiadas por emendas teriam de ser concluídas em tempo recorde. O assunto dominará o debate hoje.