terça-feira, 24 de junho de 2014

TeVê

TV paga

Publicação: 24/06/2014



 (Vitor Lima/Divulgação )

Caixinha de som


Formado pelo brasileiro Fernando Lima e pela uruguaia Cecília Siqueira, o Duo Siqueira Lima (foto) abre hoje a nova temporada da série Movimento violão, que este ano vai desenvolver o tema “Jovens concertistas brasileiros”, às 20h, no SescTV. Como aperitivo, o assinante pode assistir, às 19h30, na GloboNews, à edição especial do programa Sarau dedicada a São João, com uma homenagem a Anastácia, uma das maiores compositoras do Nordeste, com participação de Chico César, Xangai, Chambinho e maestro Spok, da orquestra Spok Frevo. Para quem prefere rock pesado, o canal VH1 emenda, na série Videografia, às 23h, os episódios com a Black Label Society e Ozzy Osbourne. E ainda tem o documentário O samba paulista: do batuque à batucada, no Sala de notícias do Futura, às 14h35.

Emissoras valorizam os
curtas e documentários

Por falar em Futura, a emissora apresenta hoje, às 23h, na série + Brasileiros, a biografia de José do Patrocínio, jornalista que se notabilizou, a partir de 1853, por sua batalha pela abolição da escravatura no país. No SescTV, às 21h, a faixa CurtaDoc emenda os curtas-metragens La renoletac celeste, de Geraldo Cáceres; Anônimo, de Joana Rennó e Leonardo Barcelos; e Hombre vs meteorito, de Gabriel Balanovsky. No canal Curta!, também às 21h, vai ao ar “Comédia cearense”, na série Ensaio aberto Brasil. E no Arte 1, às 22h30, a atração é o documentário Santiago, de João Moreira Salles.

O futebol continua na
pauta de vários canais


Por causa da Copa do Mundo, o futebol invadiu a programação de vários canais. No Futura, às 20h, vai ao ar mais um programa da serie Cores do futebol: “Comercial, a equipe fantasma”. Na mesma emissora, às 22h30, a ex-jogadora Milene Domingues, que ficou conhecida como a “rainha das embaixadinhas”, é a entrevistada de Serginho Groisman no programa Tempos de escola. E na Cultura, à meia-noite, no Provocações, Antonio Abujamra conversa com o ex-jogador Neto.

MTV abre o quarto ano
da série Geordie Shore

Estreia hoje, às 21h, na MTV, a quarta temporada de Geordie Shore, com dois novos espaços na casa de Newcastle. Holly continua atrás de James, enquanto Vicky e Ricci fazem o que podem para chegar ao altar. Já Charlotte tem grandes novidades que deixarão Gary a seus pés. Em tempo: mais cedo, às 20h, no Coletivation, Kéfera e Patrick Maia recebem a atriz Angela Dip, que revela detalhes de sua peça Penélope – A repórter cor de rosa, na qual ela revive sua personagem do Castelo Rá-tim-bum.

Muitas alternativas na
programação de filmes


A programação do Megapix será marcada hoje pelo confronto entre os personagens mais queridinhos contra os mais renegados, com a seleção Populares x Nerds, que emenda os filmes Meu nome é Taylor, Drillbit Taylor (18h15), O diário da princesa (20h15), A casa das coelhinhas (22h30) e Eu te amo, Beth Cooper (0h25). No Canal Brasil, às 22h, estreia a comédia Primeiro dia de um ano qualquer, de Domingos Oliveira, com Maitê Proença, Alexandre Nero e Ney Matogrosso. Na mesma faixa das 22h, o assinante tem mais quatro boas opções: Oz – Mágico e poderoso, no Telecine Premium; O sistema, no Telecine Pipoca; Guerra ao terror, no MGM; e Fim dos dias, no TCM. Outras atrações da programação: A morte e vida de Charlie, às 20h15, no Universal Channel; O segredo dos animais, às 20h30, no Telecine Fun; Vida e arte de Georgia O’Keeffe, às 21h30, no Bio; Quase famosos, às 22h10, no Glitz; e Repo Men – O resgate de órgãos, às 22h30, no Space.



CARAS & BOCAS » Chef duvidosa
Simone Castro

Mariana Ximenes interpreta Lola, namorada de dono de restaurante que promete confusões em A grande família (Ellen Soares/TV Globo)
Mariana Ximenes interpreta Lola, namorada de dono de restaurante que promete confusões em A grande família

Longe da telinha desde o final de Joia rara (Globo), Mariana Ximenes voltará à cena em participação em A grande família (Globo). No episódio ‘‘Um hóspede do barulho’’, no ar quinta-feira, com tatuagem na pele e vocabulário francês na ponta da língua, a atriz interpreta a chef Lola Ferrara, namorada de Mano Braga (Álamo Facó) que recebe carta branca para comandar a Adega do Braga. Mas logo vêm à tona suas atitudes duvidosas de “primeira-dama”. Pior: parecem propositais só para provocar o profissionalismo de Nenê (Marieta Severo). A novata será capaz de manter ingredientes fora da validade e até proibir reuniões particulares entre funcionários e patrão sem sua presença. Para Nenê, a jornada dupla pode ser resumida em problemas no trabalho e confusões em casa. É que Mendonça (Tonico Pereira) chega na casa dos Silva com mala e cuia. Ele é acolhido por Lineu (Marco Nanini) e companhia depois que uma golpista o faz se afundar em dívidas. Mas seu jeitão de folgado convicto ocupa mais espaço do que qualquer mudança. O “novo morador” não tem desconfiômetro e altera a rotina da casa. Sem cerimônia, surpreende Bebel (Guta Stresser) no banho, invade o quarto de Lineu para dormir na companhia do amigo e até pede café na cama. Até que... Depois de perceber que não é bem-vindo pela maioria, Mendonça passa mal e acorda com amnésia, sem fazer ideia de quem é.

BANCADA DEMOCRÁTICA
ANALISA O BRASIL NA COPA


O Alterosa esporte desta terça-feira é especial. Acompanhe a bancada democrática numa aventura pelo interior. O Toledo inventou uma desculpa “esfarrapada” para não ter que trabalhar em dia de jogo da nossa seleção. E é claro que Paulo Roberto Prestes e Serginho não vão deixar barato e farão de tudo para desmascarar o “folgado”. O telespectador vai ver que, mesmo com a seleção do país deles eliminada do Mundial, a torcida inglesa invadiu Belo Horizonte. Com exclusividade, o programa vai mostrar como os súditos da rainha conferiram o jogo Brasil x Camarões. Mais: visita do príncipe Harry, que chega à capital mineira para fechar parceria do Reino Unido com o Minas Tênis Clube visando aos Jogos Olímpicos de 2016. O Alterosa esporte desta terça começa um pouco mais cedo, às 11h50.

ATRIZ DE CARROSSEL VAI
LANÇAR SEU PRIMEIRO CD


Larissa Manoela vai lançar seu primeiro CD solo. Entre as faixas, Papel de parede e Te gosto tanto, esta da trilha sonora de
Chiquititas, do SBT/Alterosa. Na emissora, a atriz viveu a patricinha Maria Joaquina, de Carrossel. Em breve, ela estará em nova produção do canal.

DESFECHOS DE EM FAMÍLIA
COMEÇAM A SER DEFINIDOS


Na reta final, Em família (Globo) começa a definir alguns desfechos. Virgílio (Humberto Martins) decide fazer uma cirurgia para retirar a cicatriz que marcou seu rosto por 20 anos. Sem que Helena (Júlia Lemmertz) saiba, ele marca a operação. Por causa do mistério que o marido faz, a leiloeira começa a pensar que ele tem outra mulher. Marina (Tainá Müller) e Clara (Giovanna Antonelli) também tomarão uma decisão: vão adotar uma menina. Em família termina em 18 de julho.

QUALQUER SEMELHANÇA...

“Agradeço ao diretor do Zorra total, Maurício Sherman, pela homenagem ao Paulinho Gogó no programa do Zorra de hoje. O Sherman é boa-praça.’’ Foi assim que o humorista Maurício Manfrini deu a entender, via Twitter, que seu personagem mais famoso, o Paulinho Gogó (foto) de A praça é nossa, do SBT/Alterosa, foi plagiado no Zorra total (Globo). A polêmica teve início no sábado, quando um seguidor de Maurício Manfrini o avisou que naquele momento um personagem muito parecido com o seu era feito no Zorra total. A cena mostrava um sambista, cujo nome não foi revelado, papel de Thalita Carauta, que contracenava com Soninha Sapatão, vivida por Rodrigo Sant’anna. Maurício não perdeu tempo e assim que recebeu a foto enviada pelo seguidor disse que sintonizou na Globo e atestou o plágio. “Eu tô no Zorra agora... coloquem lá rápido”, escreveu. Quem viu a cena confirmou que realmente o personagem de Thalita repete os trejeitos, a roupa, os sapatos e até o modo de falar do Paulinho Gogó. É a segunda vez neste ano que o Zorra total é alvo de acusação de plágio. Em abril, o ator Marcelo Médici afirmou que a atração global copiou seu personagem Sanderson, com o qual também participou de A praça é nossa. Sanderson é interpretado por Marcelo Médici há mais de 10 anos.

VIVA
O caçador (Globo). A série é de primeira e merece uma segunda temporada. As tramas são boas, as participações expressivas e Cauã Reymond consegue ser convincente como o ex-policial André.

VAIA
Alex Escobar como narrador. Além de ser extremamente parcial, ele ainda tropeça feio nos comentários. Nas chamadas obrigatórias das atrações da Globo, quase interpreta as cenas. Exagerado.

Maestro do Brasil [Pixinguinha] - Ailton Magioli

Maestro do Brasil
 
Pixinguinha, um dos maiores compositores da história da música popular, ganha duas caixas com partituras de arranjos escritos por ele para obras próprias e de outros autores


Ailton Magioli
Estado de Minas: 24/06/2014


Pixinguinha, um dos maiores compositores da história da música popular, ganha duas caixas com partituras de arranjos escritos por ele (Instituto Moreira Salles/Divulgação)
Pixinguinha, um dos maiores compositores da história da música popular, ganha duas caixas com partituras de arranjos escritos por ele

Consagrado internacionalmente como o autor de Carinhoso, da parceria com João de Barro (1907-2006), Alfredo da Rocha Vianna Filho (1897-1973), o Pixinguinha, começa a ter uma faceta menos conhecida de sua obra revelada graças ao lançamento das caixas O carnaval de Pixinguinha e Pixinguinha – Outras pautas, ambas do Instituto Moreira Salles (IMS), em parceria com as Edições Sesc e a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Enquanto a primeira reúne 44 arranjos do flautista, saxofonista e compositor, a segunda traz outros 25, em sequência ao trabalho iniciado com Pixinguinha na pauta, de 2010, com mais 36 arranjos de sua autoria. Organizadas por Bias Paes Leme, coordenadora musical do IMS, Marcílio Lopes, Paulo Aragão e Pedro Aragão, as novas caixas contabilizam 69 partituras, incluindo clássicos como Carinhoso e Lamento, além de arranjos feitos pelo mestre para músicas de Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Sinhô, Anacleto de Medeiros, Donga e João da Bahiana.

 Temas de tradição popular orquestrados também integram os estojos, ambos com livretos especiais que trazem informações sobre as composições, arranjos e pesquisas feitas a partir do material. A maior parte deste rico acervo tem origem na produção de Pixinguinha para o programa O pessoal da velha guarda, da Rádio Tupi, comandado por Henrique Foréis Domingues, o Almirante, entre 1947 e 1952, além de também utilizar o repertório de Carnaval da velha guarda e Assim é que é, discos da gravadora Sinter, lançados na década de 1950.

“Como a obra dele é muito grande, o compositor acaba ficando na frente do arranjador”, constata o neto de Pixinguinha, o cantor Marcelo Vianna, de 45 anos. “O acervo de Pixinguinha que tínhamos em casa está no Instituto Moreira Salles, mas há muita coisa espalhada ainda em acervos particulares, como o de Mozart de Araújo”, afirma Marcelo. “Até Tinhorão tinha obras de meu avô”, afirma o neto, lembrando que o acervo do crítico musical José Ramos Tinhorão foi vendido para o IMS.

Na opinião de críticos e especialistas, os cerca de 300 arranjos escritos por Pixinguinha para a Orquestra do Pessoal da Velha Guarda constituem o auge da carreira do mestre como arranjador. “O seu pleno domínio da escrita orquestral popular e a riqueza do repertório fazem desse material um verdadeiro tesouro da música brasileira, pouco conhecido entre os admiradores de Pixinguinha e mesmo entre os estudiosos de sua vida e obra”, diz Paulo Aragão, um dos organizadores das caixas.

“Sabemos que ainda há muita coisa de meu avô espalhada”, diz o neto Marcelo Vianna, que, depois de criar o Instituto Pixinguinha, há quatro anos, acredita ter chegado a hora de ele ir ao mercado. “A grande ideia da família com o IMS foi a parceria. Eles fazem isto muito bem”, elogia a edição das duas novas caixas com os arranjos do avô. A ideia de Marcelo, no entanto, é estender a parceria a outras entidades e instituições. “No momento, a nossa preocupação é com a viabilização de projetos”, anuncia ele, admitindo que a sede do instituto no Rio de Janeiro virá em um segundo momento.

Marcelo Vianna lembra que se deu conta da obra de Pixinguinha na adolescência. “Na época, quis criar um esqueleto com as composições, os arranjos e as orquestrações”, recorda, salientando que a maioria da produção do avô está, de fato, no acervo que a família doou ao Instituto Moreira Salles. “A Biblioteca Nacional também tem muita coisa”, acrescenta o neto, que perdeu o avô aos 4 anos.

Palavra de especialista Henrique Cazes - músico e pesquisador


Pixinguinha e a elite branca

Nascido na classe média carioca de fins do século 19, Pixinguinha viu desde cedo seu enorme talento reconhecido pela hoje demonizada “elite branca”. Foi para tocar no elegante Cine Palais que ele organizou, em 1919, os Oito Batutas, conjunto que o projetou
e que três anos depois, graças ao milionário Arnaldo Guinle, chegou a Paris. Na Cidade Luz, Guinle deu a Pixinguinha seu primeiro saxofone. Algum tempo depois, outro expoente da elite carioca, o cantor Mário Reis, ajudou a consagrar o estilo de arranjo de Pixinguinha. Outros ricos influentes ajudaram o mestre do choro, como Paulo Machado de Carvalho e Paulo Bitencourt, donos de órgãos de comunicação importantes nas décadas de 1940 e 1950. Ao preservar, restaurar e disponibilizar o acervo de Pixinguinha, o Instituto Moreira Salles, legado de grande valor idealizado por outro expoente da “elite branca”, completa o ciclo de valorização. Agora, só o povo e os governos devem a Pixinguinha.


Contraponto





Que o diga o cavaquinista Henrique Cazes, que, na década de 1980, encontrou uma coleção de arranjos do mestre que nunca foram gravados, na Biblioteca Nacional. Tais arranjos acabaram responsáveis pelo surgimento da Orquestra Pixinguinha, com a qual o músico gravou dois discos com parte do repertório.

Ao chamar a atenção para o trabalho de Pixinguinha, Cazes recorre a outro mestre, o maestro Guerra-Peixe. “Ele dizia que Pixinguinha deve ser encarado como um ponto a ser seguido pelos orquestradores brasileiros. Seus trabalhos nessa especialidade deixam transparecer valores típicos da nossa música popular, seja em harmonia, contraponto, ritmo e feição regional. Tanto assim que é considerado, com muita razão, o único orquestrador que dá força regional à nossa música", ressalta o cavaquinista.

Para Cazes, Pixinguinha foi de fato um arranjador genial e único. “Seu estilo combinava em proporções perfeitas uma rara imaginação melódica com um balanço insuperável”, diz. “Sem lançar mão de acordes sofisticados, Pixinguinha vestia de alegria e originalidade cada obra sua ou de outro autor”, acrescenta. Antes mesmo de Radamés Gnatalli, como faz questão de lembrar Henrique Cazes, Pixinguinha lançou as bases da linguagem orquestral da música brasileira e, com amplo domínio da instrumentação, marcou época em rádios e gravadoras, onde fornecia o aparato musical a intérpretes como Fancisco Alves, Carmem Miranda, Mário Reis e muitos outros.

Das gravadoras Odeon, Par-lophon e Brunswick, onde começou a orquestrar, regularmente, em 1928, à RCA Victor, na qual organizou a Orquestra Victor Brasileira, Pixinguinha ainda seria o responsável pela criação da Orquestra Típica Victor, os Diabos do Céu e o Grupo da Guarda Velha. Durante 30 anos ele dividiu os arranjos na RCA Victor com Radamés Gnátalli. “O que fica disso tudo para mim é a felicidade de ver esta obra vir para o mercado. A possibilidade de as orquestras tocarem os arranjos, por meio dos quais Pixinguinha se reinventa o tempo inteiro”, conclui Marcelo Vianna.

Relação entre doença e pesticidas‏

Estado de Minas: 24/06/2014 



Washington – Uma mulher grávida que vive perto de uma fazenda onde são usados pesticidas tem 66% mais chances de ter uma criança autista, revelaram pesquisadores da Universidade da Califórnia Davis, em estudo publicado ontem. A pesquisa publicada na revista Environmental Health Perspectives analisa a associação entre viver perto de um lugar onde são usados pesticidas e os nascimentos de crianças autistas, apesar de não deduzir uma relação de causa e efeito.

O autismo é um transtorno de desenvolvimento que atinge uma em cada 68 crianças nos Estados Unidos. Um número crescente em relação a 2000, quando a desordem afetava uma em cada 150 crianças americanas. Os pesquisadores compararam dados sobre a utilização de pesticidas na Califórnia na residência de 1.000 pessoas que participaram de um estudo de famílias com crianças autistas.

“Observamos onde viviam os participantes do estudo durante a gravidez e no momento do nascimento”, explicou um dos autores do estudo, Irva Hertz-Picciotto, vice-presidente do Departamento de Ciências e Saúde Pública da Universidade Davis da Califórnia. “Constatamos que foram usados vários tipos de pesticidas, em sua maioria perto das casas onde as crianças desenvolveram autismo ou distúrbios cognitivos.”

Cerca de um terço dos participantes do estudo vivia a entre 1,25 e 1,75 quilômetros de onde foram usados os agrotóxicos. Os pesquisadores também descobriram que os riscos foram maiores quando o contato com o pesticida se deu entre o segundo e o terceiro mês de gravidez. O desenvolvimento do cérebro do feto poderia ser particularmente sensível aos produtos, de acordo com os cientistas. “Esse trabalho confirma os resultados de pesquisas anteriores que constataram ligações na Califórnia entre o fato de uma criança ter autismo e sua mãe ter sido exposta a produtos químicos agrícolas durante a gravidez”, indicou Janie Shelton, co-autora do estudo. “Apesar de ainda termos de verificar se alguns subgrupos são mais sensíveis do que outros à exposição aos pesticidas, a mensagem é clara: as mulheres grávidas devem prestar atenção e evitar qualquer contato com produtos químicos agrícolas.”

Ainda fora dos trilhos

O Brasil precisa retomar as ferrovias e exportar bem mais


Gilson E. Fonseca
Sócio e diretor da Soluções em Engenharia Geotécnica Ltda (Soegeo)
Estado de Minas: 24/06/2014



A privatização das empresas estatais gerou grande expectativa, na crença de que essas empresas, emperradas pela má gestão, nas mãos da iniciativa privada, sem ranços do empreguismo, do corporativismo político e outras mazelas, ganhariam agilidade e modernidade gerencial suficientes para gerar riquezas e alavancar as exportações de que tanto o país precisa. No caso da privatização das ferrovias, a sociedade frustrou-se pois, além da modernização, esperava grande aumento da malha ferroviária. Somente a antiga Rede Ferroviária Federal S/A, quando foi privatizada, há 15 anos, possuía 29.706 quilômetros de linhas instaladas, a maioria inoperante. Além da desativação de ferrovias construídas, não houve construções relevantes, deixando nosso país com uma incômoda relação malha ferroviária/rodoviária de apenas 10%. As ferrovias são concessões federais, mas o governo se omitiu ao não exigir melhorias e operação das estradas existentes.

No século 19, foram construídos 10 mil quilômetros de estradas de ferro, sendo que a população brasileira, em 1872, era de apenas 9,9 milhões de habitantes. O Brasil, hoje, com 200 milhões de habitantes, apenas 16 mil quilômetros de ferrovias em operação. Por que não se constroem ferrovias? É possível haver um lobby dos fabricantes de caminhões, ou será o imediatismo? As ferrovias custam mais caro e demoram mais a ser construídas. Dessa forma, político nenhum deixa as inaugurações para os seus sucessores. O custo é maior porque a rampa de uma ferrovia é limitada em 1%, enquanto a rodovia é de 7%. Resultado: aumento do volume de terraplenagem em cortes e aterros. Entretanto, os benefícios de médio e longo prazos são incontestáveis: custo menor/km transportado, maior garantia de entrega dos produtos, extraordinário ganho para o meio ambiente, além de poupar milhares de vidas humanas que se perdem nas sangrentas rodovias brasileiras. Estamos com a balança comercial deficitária em US$ 6 bilhões no primeiro trimestre e todos indicadores apontam que não haverá superávit até o final do ano. O surpreendente é que a exportação agrícola contribui com 34% das exportações brasileiras. Mesmo com tamanha importância econômica para o país, perdem-se 22% das safras de grãos pela falta de ferrovias. O que temos são rodovias esburacadas e faltam portos para escoar a produção. A soja, carro-chefe da venda externa, aumentou nos últimos 10 anos quatro vezes a produtividade e o preço internacional subiu três vezes.

Temos grande potencial para aumentar a produção de outros grãos, mas como fazê-la sem a logística adequada? Outro entrave de que pouco se fala é a falta de silos para estocar a produção. A exportação agrícola, sendo bem de consumo essencial, gera outra grande vantagem, que é agregar outras commodities nas relações comerciais com outros países. Na minha rígida educação interiorana, meu pai, entre as coisas boas que me ensinou quando menino, diante de algum desvio de conduta, dizia: ”Você está saindo da linha”. O Brasil, que não se emenda, está literalmente andando fora dos trilhos, pior do que eu quando ouvi o sermão paterno. 

Muito além da Copa

Além dos benefícios à saúde, o incentivo à prática esportiva contribui para a motivação de crianças e adolescentes aos estudos



Christiano Rocco
Presidente do Instituto Ativa Brasil
Estado de Minas: 24/06/2014



Sempre em pauta nas grandes discussões internacionais em função da Copa do Mundo no Brasil, o futebol é destaque na imprensa e no cotidiano dos brasileiros. Muito mais do que apenas uma paixão nacional ou um momento de diversão, o esporte também é instrumento para auxiliar na formação e desenvolvimento da consciência cidadã das crianças e adolescentes. Além de focar nos grandes eventos da categoria, deve-se dar uma atenção especial aos benefícios e influências positivas que o esporte exerce na vida dos jovens e em como é importante incentivar projetos para impulsionar o trabalho social desenvolvido pelo terceiro setor .

As histórias de atletas que encontraram no esporte a oportunidade de carreira ou recomeço de vida, como o caso do jogador Daniel Alves, lateral-direito da Seleção Brasileira, ou Neymar Jr., considerado o ídolo da nova geração, foram recentemente divulgadas em uma série de reportagem que retratou a trajetória de vida dos convocados para a Seleção. São 23 jogadores, cada um com uma história diferente, mas algo em comum: todos enxergaram no esporte a oportunidade ideal para transformar uma paixão em profissão e mudar de vida. Casos de superação e vitória servem de inspiração para milhares de crianças e jovens espalhados pelo país que buscam no esporte, principalmente no futebol, uma oportunidade para melhorar a condição de vida e promover a ascensão social.

Além dos benefícios à saúde, o incentivo à prática esportiva contribui para a motivação de crianças e adolescentes aos estudos, já que alguns projetos exigem que o atleta se empenhe na escola para conseguir notas dentro ou acima da média estipulada pela instituição para continuar treinando. Essa estratégia de inclusão social busca meios para inserir os jovens de periferias e regiões menos favorecidas no ambiente escolar, mesclando o amor pelo esporte com o incentivo aos estudos.

Os valores trabalhados durante os treinos como determinação, foco, responsabilidade e cooperação são absorvidos e aplicados na vida profissional e pessoal do atleta, ainda que de modo inconsciente, e contribui para a construção do caráter e cidadania dos jovens. O ambiente esportivo proporciona o autocontrole, agilidade, reflexo, coordenação motora e, principalmente, o respeito ao próximo entre os atletas.

Nas aulas de luta ou defesa pessoal, por exemplo, os competidores se curvam um diante do outro em sinal de igualdade e respeito, lições que as crianças carregam por toda a vida. Já outros esportes buscam trabalhar o lado intelectual e não o físico, como é o caso do xadrez, considerado uma atividade de estratégias e raciocínio lógico.

O jogo é uma excelente ferramenta educativa e atualmente é utilizado pelas escolas para auxiliar no desenvolvimento das habilidades de observação e reflexão dos alunos para a resolução de problemas a partir de uma análise do contexto geral no qual estão inseridos.

Na última década, houve uma difusão de projetos e instituições que investiram no esporte como método educativo, expandindo as iniciativas desenvolvidas por organizações governamentais e não governamentais que utilizam a prática esportiva como ferramenta para minimizar os problemas sociais. Porém, ainda são poucos os investimentos ou patrocínios destinados a esses projetos. É necessário que os setores públicos e privados desenvolvam ações sociais de incentivo ao esporte como um instrumento pedagógico no desenvolvimento social, psicológico, comportamental e profissional de crianças e adolescentes.

Zona Mista/Figura da Copa

Zona Mista/Figura da Copa 
 
Kelen Cristina, com Paulo Galvão
Estado de Minas: 24/06/2014


 (Twitter/Reprodução de internet)

As caras e bocas durante o jogo decisivo contra a Croácia, ontem, e a efusiva comemoração com a classificação de sua equipe às oitavas de final credenciam o técnico da Seleção Mexicana, Miguel Herrera, a ser uma das figuras da Copa no Brasil. Adepto das frases de efeito e usualmente bem-humorado, ele é a verdadeira representação do dramalhão típico das novelas de seu país, dentro e fora das quatro linhas. Em sua conta no Twitter, adora postar selfies (na foto da capa, ele exibe o Fuleco, mascote do Mundial), abre o jogo sobre escalação e convoca os compatriotas a torcer pela equipe. A confiança é outra característica marcante – antes mesmo de o Mundial começar, garantiu, em entrevista à Fifa, que sua equipe chegaria, pelo menos, às quartas de final. Herrera é tão carismático que nas cadeiras da Arena Pernambuco tinha torcedor empunhando uma foto gigantesca do largo sorriso dele. Com os jogadores, no entanto, é linha-dura. Colocou a estrela da cia., Chicharito Hernández, no banco e avisou, de antemão, que sexo é proibido durante a Copa. O torneio no Brasil representa uma volta por cima para o comandante mexicano: há 20 anos, então vigoroso defensor (jogou de zagueiro e volante), ele perdeu a chance de disputar o Mundial dos Estados Unidos no último minuto, sendo cortado do grupo dias antes do início da competição. Na época, chegou até a aparecer no álbum de figurinhas oficial. Desde aquela época, Herrera já era uma figura!

Cabalístico
Um dos principais candidatos a craque do Mundial no Brasil sopra velinhas hoje. Lionel Messi comemorará seus 27 anos em Porto Alegre, onde a Seleção Argentina está para enfrentar a Nigéria amanhã, pelo Grupo F. A data é quase cabalística para os argentinos: antecessor da Pulga com a camisa 10 alviceleste, Riquelme também faz aniversário. Além disso, foi num 24 de junho de 1990 que a Argentina eliminou o Brasil da Copa da Itália, em 1990. E também foi nesse dia, em 1935, que o mais famoso cantor de tango do mundo, Carlos Gardel, morreu em um acidente aéreo na Colômbia.

Cuidados extras
A expectativa da presença de 80 mil argentinos em Porto Alegre amanhã está levando a prefeitura da cidade e o governo do Rio Grande do Sul a estudar medidas para manter a ordem e a segurança na cidade. Na tentativa de evitar o caos no trânsito, foi decretado ponto facultativo – o que estava ocorrendo apenas nos dias de jogos do Brasil. Além disso, um telão extra deve ser instalado fora da fan fest, para atender quem não conseguir entrar no local. Segundo dados oficiais, somente 18 mil argentinos chegam à Porto Alegre com ingressos para o jogo, no Beira-Rio.

Mercado negro
Além do álbum de figurinhas, a Copa do Mundo tem suscitado outro tipo de coleção entre os torcedores. Muitos estão guardando os copos em que são servidos as bebidas nos estádios como souvenir, e não é raro ver gente deixando as arenas com verdadeiras “torres” nas mãos. Os de cerveja são os mesmos em todos os jogos, variando apenas segundo a marca escolhida. Já os de refrigerante são mais cobiçados, pois a fabricante (patrocinadora da competição) faz um modelo personalizado para cada partida, com o nome das seleções e suas respectivas cores, além do local e data do confronto. Já existe até um mercado negro, abastecido por torcedores – e também por faxineiras e até mesmo os seguranças internos, chamados de “stewards”. No Maracanã, um deles “vigiava” uma pilha estrategicamente posicionada a seu lado, atrás de uma lixeira.

A marca dos 100
No jogo número 100 da Seleção Brasileira em Copas, saiu também o 100º gol do Mundial no Brasil. Assim que Neymar abriu o placar no Mané Garrincha, no entanto, quem se gabou com a marca foi a Brazuca, bola oficial da competição, em seu perfil (!) no Twitter. “Meu centésimo gol em uma Copa. Nunca haverá um jogador que poderá dizer isso”, registrou a gorduchinha, que volta e meia posta fotos dela ao lado de alguma estrela do torneio. 

COLUNA DO JAECI » Ufa! Chegamos às oitavas

COLUNA DO JAECI » Ufa! Chegamos às oitavas "Os chilenos realmente têm uma de suas melhores seleções nos últimos tempos, com futebol superior ao nosso, mas jamais perdemos deles em Copas"

Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 24/06/2014


O Brasil chegou lá. Está nas oitavas de final da Copa, mesmo aos trancos e barrancos, com futebol pobre, que não convence nem os mais otimistas. A atuação contra Camarões confirmou os erros anteriores: falta de criatividade e de qualidade. Neymar, com alguns lampejos e outras firulas, fez dois gols. Fred desencantou, conforme previ, e Fernandinho selou os 4 a 1. Felipão voltou com o time da estreia. Conhecendo-o bem, antecipei isso na coluna de ontem. Só espero que sua previsibilidade não nos tire do Mundial mais cedo.

O time continuou burocrático, com buracos entre os setores. E olhem que o adversário, já eliminado e com problemas internos, não estava nem aí para a partida. É lamentável como tem gente querendo tapar o sol com a peneira ao tentar encher a bola dessa Seleção. Um armador que não arma, Oscar. Um atacante que não pega na bola, Fred. E volantes que não sabem conduzi-la ou fazer um lançamento.

Neymar pintou e bordou, marcou dois gols, deu chapéu, fez gracinhas. Quero ver o mesmo diante de adversários fortes. E a zaga, para muitos a melhor do mundo, falhou no gol camaronês e em outros lances. Eu tinha certeza da vitória, mas mais pelo desinteresse de Camarões, que esteve até sob suspeita de manipular o resultado.

Vejam que só pegamos equipes de segunda linha. Como o Chile, próximo adversário, sábado, no Mineirão. Os chilenos realmente têm uma de suas melhores seleções nos últimos tempos, com futebol superior ao nosso, mas jamais perdemos deles em Copas. Lembro-me bem das oitavas de 1998, no Parque dos Príncipes: uma goleada por 4 a 1, com dois gols de César Sampaio e dois de Ronaldo. O problema é que não temos mais o Fenômeno nem um volante do nível do outro. Para avançar, o Brasil terá de jogar pelo menos o dobro do que tem jogado. Não vejo como esse time possa melhorar, com um treinador ranzinza, que não admite erros, e jogadores limitados.

Felipão deve olhar para o grupo e perceber que errou ao apostar somente em um suposto criador de jogadas: Oscar, reserva no Chelsea e ainda por se firmar na Europa. Gostaria muito de apostar no Brasil, mas, sinceramente, até o Chile eu temo. Num futebol em que a condição física anda parando jogadores técnicos, fica tudo muito igual. Mas em casa seria inadmissível cairmos aqui no Gigante da Pampulha.

Tenho recebido mensagens de leitores dizendo que ando muito pessimista. Respeito todas as opiniões, mas me baseio na experiência de 25 anos cobrindo a Seleção. Na minha sexta Copa, preferi não cobrir os três primeiros jogos agora para cuidar do Alterosa no ataque. Vi apenas Bélgica 2 x 1 Argélia, no Mineirão. Irei à partida contra o Chile e, se avançarmos, na seguinte. Competir com Globo, Band e TVs a cabo, que mostram jogos ao vivo, e ainda assim arrancar pontos importantes no Ibope me enche de orgulho. E como é bom poder acompanhar todos os jogos, pois nas cinco Copas anteriores fiquei grudado no Brasil.

O importante mesmo para a torcida é que a Seleção tem a faca e o queijo na mão para liquidar Alexis Sánchez e cia. e chegar às quartas. Nelas, poderemos encarar Itália, Uruguai ou Colômbia. Prefiro a última. Mesmo atuando bem, não é páreo para o Brasil, em termos de tradição.

Vi uma luz no fim do túnel quando Felipão trocou Paulinho por Fernandinho. Talvez esteja aí a chance de organizar melhor o meio-campo. No mais, não há mesmo no que mexer. Resta saber se essa turma pode mudar da água para o vinho até sábado, às 13h, no Mineirão. Se mudar, vou aplaudir e torcer muito para continuarmos avançando. Por enquanto, fico com a realidade de um futebol sofrido, longe de representar a condição de único pentacampeão do planeta.