sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Tv Paga



Estado de Minas: 15/11/2013


Delírio visual 


 (Estúdios Walt Disney/Divulgação )


Para quem é fã de cinema, a simples exibição do trailer de Frankenweenie denuncia que o diretor deste longa-metragem de animação é Tim Burton. O estilo é inconfundível. E a trama é delirante: quando Sparky, o cachorro de Victor Frankenstein, é atropelado, o menino decide trazê-lo de volta à vida usando um de seus experimentos. Porém o “novo” Sparky começa a criar confusão na vizinhança. O desenho estreia hoje, às 22h, no Telecine Premium.

Muitas alternativas  no pacote de filmes
Na mesma faixa das 22h, o assinante tem mais oito opções: Um assalto de fé, no Canal Brasil; A hora da escuridão, no Telecine Action; Paixão de ocasião, no Telecine Touch; Queime depois de ler, no Telecine Fun; Apollo 18 – A missão proibida, na HBO; Amor, antes e depois, no Max; O bode expiatório, no Studio Universal; e Zohan – O agente bom de corte, no Sony Spin. Outras atrações da programação: O caso dos irmãos Naves, às 21h30, no Arte 1; A volta dos bravos, às 21h30, no Viva; Blitz, às 22h30, no Megapix; Velozes e furiosos – Desafio em Tóquio, às 22h30, no FX; e Dick, às 23h, no Comedy Central.

Contraplano realiza debate sobre poder
Ainda relacionado a cinema, o programa Contraplano, que vai ao ar às 22h, no SescTV, discute hoje o tema “Inimigos públicos no passado, heróis hoje”, com o cineasta Ugo Giorgetti e o filósofo Tales Ab’ Saber fazendo suas análises a partir de filmes como Olga, Diários de motocicleta, Marighella e Lula, o filho do Brasil.

Documentário pega o trem republicano

Na Cultura, às 22h, o documentário Trem republicano 1873 faz uma viagem pela história do Brasil do século 19, ressaltando a importância e o significado do projeto de restauração da ferrovia entre Itu e Salto, em São Paulo. Os principais fatos e acontecimentos que provocaram a queda da monarquia e a Proclamação da República no Brasil também estão presentes no documentário, dirigido por Barros Freire.

Aliens e paranormais  dominam o History


O canal History reserva as noites de sexta-feira para investigações sobre mistérios que tiram o sono de muita gente. Em Decifrando milagres, às 21h, um dos casos relatados se refere aos fenômenos do Vale do Amanhecer, lugar do Brasil onde costumam ocorrer contatos paranormais. Em seguida, às 22h, serão exibidos dois episódios de Alienígenas do passado. No Nat Geo, às 22h30,  na série Obsessões, estreia o episódio “Saúde ao extremo”, e logo depois é a vez de “Como eliminar gordura”, em Como mudar seu corpo.

Gavin reprisa edição  com Emílio Santiago

Cantora, compositora, percussionista e atriz, a baiana Karina Buhr é a artista da vez da série Cantoras do Brasil, às 18h45, no Canal Brasil. Às 21h30, a emissora reprisa o programa O som do vinil que Charles Gavin fez com Emílio Santiago, em uma de suas últimas entrevistas – o cantor morreu em 20 de março, aos 66 anos. Às 22h, o Multishow,transmite uma apresentação ao vivo da banda Roupa Nova, diretamente do Rio de Janeiro.

Mulheres conquistam espaço no universo brasileiro das HQs.‏

FIQ » Elas vão à luta
 
Mulheres conquistam espaço no universo brasileiro das HQs. A internet ajuda a divulgar trabalhos autorais e revela jovens talentos, como AnaLu, Cris Peter e Lu Cafaggi


Carolina Braga

Estado de Minas: 15/11/2013


Lu Cafaggi diz que a internet deu visibilidade aos quadrinhos criados por mulheres     (Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Lu Cafaggi diz que a internet deu visibilidade aos quadrinhos criados por mulheres



Experimente dar uma volta rápida entre as mesas do Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), na Serraria Souza Pinto. À primeira vista, você vai perceber: os rapazes ainda são maioria entre os autores, mas elas não passam despercebidas. “Não somos poucas, embora pouco conhecidas. Vamos conquistando espaço”, diz a potiguar AnaLu Medeiros.

“Quadrinhos sempre foram mídia masculina. Como eles dominavam, acabavam fazendo para eles. Nós também procuramos algo para nós, mas não encontramos. Dessa forma, muitas meninas foram para outras áreas, embora algumas insistam”, explica a colorista gaúcha Cris Peter. Ela vai lançar o livro Totalmente subjetivo, formado por quatro desenhos a partir de sentimentos despertados pelas cores.

De cabelo vermelho, assim como sua personagem, AnaLu veio de Natal (RN) trazendo a primeira edição de Ana e o sapo. Ela faz parte da geração que usa a internet como propulsora de seu trabalho autoral. A arquiteta, de 25 anos, mantém o desenho como atividade paralela desde os 17. Em maio, decidiu levar o hobby a sério e montou o site www.tiraninha.com.br.

Para AnaLu, tanto faz se o autor é homem ou mulher. “O mais importante é cada um ter seu traço específico. É bacana a pessoa reconhecer o desenhista só de ver o trabalho, sem conferir assinatura. Geralmente, as mulheres fazem algo mais delicado no desenho e no roteiro. Afinal, temos visões diferentes das coisas”, comenta.

Autora de Turma da Mônica – Laços em parceria com o irmão, Vitor, a mineira Lu Cafaggi acredita na força da rede como plataforma de distribuição, mas pondera: “A internet dá a impressão de que as quadrinistas surgiram de repente, mas não é assim. Elas já existiam. Apareceram autores se sentindo mais livres para escrever sobre coisas pessoais sem ter de agradar a determinada editora ou ao público”.

A mineira Ana Carolina Cunha vai lançar seu primeiro trabalho autoral: a revista História de amor, parceria com Ariano Gomes. “Quadrinho ainda é predominantemente masculino, mas há um monte de mulheres talentosas”, diz. Se algumas autoras se dedicam a traços e histórias mais delicados, outras apostam nos super-heróis. “Não gosto muito de separar o que tem mais cara feminina ou masculina. Cada um tem seu jeito único de contar histórias”, avisa Cris Peter.

PÉREZ

É grande a expectativa sobre a presença do norte-americano George Pérez no FIQ. Ele pode apresentar em BH nova série de personagens femininas criada para uma editora indie dos EUA. George é o tipo de artista gente-boa. “Lá fora, ele é um dos problemas dos eventos. Se der a hora de ir embora, ele não vai se houver pessoas na fila. Faz amizade com o povo, estoura horário, quer atender todo mundo e sair com a galera. Se for abordado da maneira certa, vai com a gente para o Maletta”, afirma o pesquisador Raphael Ernesto, da Casa da Revista.


 (Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
ESTELAR DE PLANTÃO

A comunidade nerd de BH fica em polvorosa com a chegada do FIQ. Isso ocorre sobretudo entre os adeptos do cosplay, aquelas figuras que saem por aí fantasiadas. Na abertura do evento, o arquiteto Renato Sambi Colotto reinou absoluto como o único elfo. A estudante Natália Paixão (foto) se prepara para acabar com esse reinado. Amanhã, ela vai homenagear o convidado George Pérez, conhecido por seus trabalhos para a DC Comics. Das 13h às 22h, a moça ficará fantasiada de Estelar, personagem ícone dos anos 1980. Foram quatro meses para reproduzir o figurino, que inclui peruca maior que a fã. Ela ficará a postos nas imediações do estande da Casa da Revista – o único (e primeiro) sebo participante do FIQ.

CONFIRA

Hoje

10h – Demonstração de pintura. Com Daniel Lima, Lélis, Júlia Bax e Fábio Cobiaco
11h30 – Quadrinhos não são mais só para adultos!. Com Chantal, Fábio Yabu, João Marcos e José Aguiar
13h30 – Conversa em quadrinhos: Boulet e sua caneta misteriosa. Com Maria Clara Carneiro e Boulet
14h30 – 100 balas. Com Delfin, Eduardo Risso e Dave Johnson
16h – Graphic MSP. Com Sidney Gusman, Danilo Beyruth, Gustavo Duarte, Shiko, Lu Cafaggi, Vitor Cafaggi e Cris Peter
18h – Mangá. Com Samuel Medina, Érica Awano, Marcelo Cassaro, Lobo Borges, Petra Leão e J. M. Trevisan
20h – O horror, o horror!. Com Rafael Rodrigues, Franco de Rosa, Salvador Sanz, Fábio Cobiaco e Rafael Albuquerque

>> Auditório Gutemberg Monteiro. Serraria Souza Pinto, Av. Assis Chateaubriand, 809, Floresta. Programação completa: www.fiqbh.com.br

 (ANALU/REPRODUÇÃO)


DE OLHO EM MINAS

A convite do Estado de Minas, quadrinistas participantes do FIQ criarão imagens relacionando o festival internacional à capital mineira e à experiência deles por aqui. Curiosamente, no livro Ana e o sapo, lançado na Serraria Souza Pinto, AnaLu Medeiros presta sua homenagem ao estado.

CARLOS HERCULANO LOPES » Por amor às frutas‏

CARLOS HERCULANO LOPES » Por amor às frutas 

 
Estado de Minas: 15/11/2013





Ao escritor uruguaio Eduardo Galeano, autor de As veias abertas da América Latina, livro que o tornou famoso na década de 1970, tomo emprestados o título desta crônica e um texto seu, com o mesmo nome, publicado no primeiro volume da trilogia Memória do fogo, na qual, num misto de poesia e espanto, conta a história do nosso continente, da era pré-colombiana à década de 1980, com todos os horrores e belezas que desde sempre fizeram parte da nossa realidade.

Mas essa breve “apropriação”, também por amor às frutas, tem uma razão de ser: em terras brasileiras, neste mês de novembro, estamos em plena safra de três maravilhas, que estão entre as melhores iguarias da Terra – manga, jabuticaba e abacaxi. De sabor inigualável, pelo menos para mim, essa última é uma fruta que supera todas as outras.

 Também pensou igual, pelos idos de 1514, em Santa Maria do Darién, onde hoje está o Panamá, o historiador espanhol Gonzalo Fernández de Oviedo quando os nativos lhe apresentaram algumas frutas do Novo Mundo que ele nem imaginava existir. Galeano, com talento e poesia, narrou assim esse encontro e as conclusões de Oviedo: “... A goiaba lhe parece muito superior à maçã. A fruta-de-conde é formosa e oferece uma polpa branca, aguada, de muito temperado sabor, que por muito que se coma não causa dano nem empanturra. O mamey tem um sabor de lamber os lábios e cheira muito bem. ‘Não existe nada melhor’, opina. Mas morde uma nêspera e lhe invade a cabeça um aroma que nem o almíscar iguala. ‘A nêspera é a melhor fruta’, corrige, e não se acha coisa que se lhe possa comparar. Descasca, então, um abacaxi. O dourado abacaxi cheira como gostariam de cheirar os pêssegos e é capaz de abrir o apetite de quem nem lembrava a vontade de comer. Oviedo não conhece palavras que mereçam dizer suas virtudes. Se alegram seus olhos, seu nariz, seus dedos, sua língua. ‘Esta supera todas’, sentencia, ‘como as plumas do pavão real resplandecem sobre as de qualquer ave’”.

Ao gosto de apreciar essa fruta, que com a devida distância do tempo me uniu a Gonzalo Oviedo, não teve a mesma sorte a minha linda amiga Mariana Peixoto, com quem tenho a alegria de trabalhar aqui no Estado de Minas. Mas por uma razão das mais justas: ela conta que, quando criança, na escola onde estudava, quase todos os dias, na hora do lanche, faziam-lhe descer goela abaixo, assim como a dezenas de outras meninas, um suco de abacaxi azedo e quente. “Como se não bastasse, ainda tínhamos de comer junto com ele uma rosca seca, de sabor horrível”, lembra. Em compensação, a manga, que ela também detestava, hoje está entre as frutas que mais aprecia. Não há uma vez que vá ao supermercado e deixe de levar pelo menos três mangas para casa. Nem tudo está perdido neste mundo.

>> carloslopes.mg@diariosassociados.com.br

Eduardo Almeida Reis-Lombrigas do rei Ricardo III‏

Não raras vezes recebo e-mails falando da insignificância de cada um de nós e mesmo do planeta Terra, um pálido ponto azul no universo


Eduardo Almeida Reis


Estado de Minas: 15/11/2013

Por meio do EM, numa das edições de setembro, soubemos que Ricardo III, rei da Inglaterra, tinha lombrigas. Ele nasceu em 1452 e reinou de 1483 a 1485, quando foi morto na Batalha de Bosworth Field. Casado com Anne Neville, viúva de Edward of Westminster, teve os filhos Edward of Middleham, príncipe de Gales, John of Gloucester e Katherine Plantagenet. Foi o último rei da Dinastia Plantageneta, casa real que governou a Inglaterra entre 1154 e 1485. Plantageneta vem do inglês plantagenet, do latim planta + genista (giesta, leguminosa papilionoídea), emblema da família que teve os reis Henry II, Richard I, John, Henry III, Edward I, Edward II, Edward III, Richard II, Henry IV, Henry V, Henry VI, Edward IV, Edward V e o citado Ricardo III, monarca lombricário imortalizado numa peça de William Shakespeare.

Quando menino, tive no Rio de Janeiro uma empregada opilada como ela só. Medicada, deu à luz imensa tênia que vi no fundo de um penico. Dizem que a Taenia solium pode alcançar oito metros e a Taenia saginata chega aos 12m. Não medi o verme cestoide, mas vi que a moça desopilou em poucos dias. Não faz muito tempo, no Programa do Jô, bela cientista sustentava a tese de que o homem povoou a América também por meio da costa chilena. Baseou sua tese nos coprólitos (cocôs mumificados) de milhares de anos, identificando lombrigas da Oceania inexistentes nos humanos que chegaram à América pelo Estreito de Behring, onde o Alasca fica pertinho da Rússia.

Há mais de um ano, no dia 23 de setembro de 2012, contei-lhes que saudoso amigo tinha fazenda na Baixada Fluminense, ao pé da Serra de Teresópolis. Toda tarde, ao voltar do curral, o retireiro Antônio passava pela casa do patrão para entornar um golo de cachaça. Assustado com a opilação do empregado, meu amigo acrescentou à cachaça uma dose generosa de fenotiazina, vermífugo bovino então em voga. Manhã seguinte, ao dealbar da aurora, quando o empregado passou a caminho do curral, meu amigo quis saber do resultado da mistura de aguardente com o anti-helmíntico. Antônio foi admirável: “Ah, doutor, se eu não estou de foice ela me pega: lombriga de cabeça azul!”. Os pesquisadores da Universidade de Cambridge, que descobriram os vermes de Ricardo III, ficam devendo à história a cor da cabeça das lombrigas reais. É certo que o marido de Anne Neville não usava foices, mas combatia com espadas que também matam lombrigas de cabeça azul.


Philosophares
Não raras vezes recebo e-mails falando da insignificância de cada um de nós e mesmo do planeta Terra, um pálido ponto azul no universo. Realmente, o todo não tem expressão, mas precisamos admitir a significância de cada indivíduo pela sua óptica. Uma dor de ouvido, uma verruga plantar, uma prisão de ventre – é tudo muito significativo para quem se vê às voltas com o problema e com outros maiores, que são muitos. Passamos por aqui sem a menor importância, a não ser para cada um de nós. Newton, Shakespeare, Cervantes, Goethe, Einstein, Planck fizeram nome, que não os impediu de partir. Se tusso e o leitor espirra, pouco nos importam os seis gênios citados. E tem mais uma coisa: este pequeno suelto está muito philosophico para o meu gosto. Vou aproveitar o final do charuto para assistir a um joguinho de futebol europeu na tevê: ao vivo, que a morte é certa.


Entrevistas

Até se entende que um entrevistado não corresponda ao que dele esperam o entrevistador e os telespectadores, apesar da seleção feita pela imensa equipe de produção que há por trás do entrevistador. Só não dá para entender que o senhor José Eugênio Soares, de alcunha o Jô, selecione desastrada entrevista para a Semana do Jô, no canal GNT, como aquela que foi exibida no dia 13 de outubro, domingo. Refiro-me a um soteropolitano, mergulhador, que atende pelo apelido de Moqueca. O baianês do cavalheiro é ininteligível e o pouco que deu para entender foi de uma chulice incompatível com um programa que entra nas casas de família às nove da noite. Qual é a graça do senhor Moqueca? Honestamente, quantas pessoas entendem sua algaravia? Aquilo que dá para entender é indigno de ser veiculado num canal de tevê.


O mundo é uma bola
15 de novembro de 1889, Proclamação da República do Brasil: Rui Barbosa assina o primeiro decreto do governo provisório. Os resultados são vistos até hoje. Admitamos, então, que o 15 de novembro valeu pelo feriado, mesmo assim para os que não gostam de trabalhar. Em 1895, aí sim, tivemos dia importantíssimo: fundação do Clube de Regatas do Flamengo. Em 1905, inauguração da Avenida Central, atual Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, palco de manifestações que terminam em quebradeira e ladroeira, porque sujeito que rouba computadores e televisores não é vândalo: é ladrão. Em 1988, no exílio, Yasser Arafat proclama o Estado da Palestina, enquanto alguém polvilhava suas roupas com o elemento químico sintético, da família dos actinídeos, conhecido como polônio. Hoje é o Dia do Joalheiro, do Esporte Amador e da Língua Gestual Portuguesa.


Ruminanças
“Contra o calar não há castigo, nem resposta.” (Cervantes, 1547–1616).

Mais hormônios por nada - Vilhena Soares

Mais hormônios por nada 
 
Estudo finlandês indica que reposição hormonal não funciona em mulheres que, durante a menopausa, sentem poucas ondas de calor. Dados podem aperfeiçoar os tratamentos 


Vilhena Soares

Estado de Minas: 15/11/2013


Ao entrar na menopausa, muitas mulheres começam a sofrer sintomas como insônia, fadiga e alteração do humor. Um dos problemas mais conhecidos nesse período são as ondas de calor. Pesquisadores da Finlândia, porém, descobriram que o temido incômodo pode ser explorado de uma forma positiva. Segundo eles, a ocorrência dos fogachos funciona como indicador da necessidade da também famosa reposição hormonal. A descoberta, publicada no jornal North American Menopause Society, pode auxiliar na escolha de terapias mais individualizadas.

Tomi Mikkola, principal autor do estudo e professor do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Universidade de Helsinki (Finlândia), explica que as ondas de calor – causadas por uma desregulação no hipotálamo em decorrência da redução de níveis de estrogênio – foram sempre o sinal mais conhecido do início da menopausa. “Há uma crença de que os outros sintomas são fenômenos secundários. Entretanto, as mulheres mostram diferenças na capacidade de tolerar as ondas de calor. Algumas são perturbadas por mudanças de temperatura que são facilmente aceitável por outras.”

Para entender a fundo o sintoma, os pesquisadores realizaram um experimento com 150 mulheres, divididas em dois grupos: 72 relataram ter sete ou mais ondas moderadas de calor por dia, 78 apresentaram três ou menos ondas leves ou nenhuma. Os pesquisadores trataram metade das mulheres de cada grupo com hormônios e a outra com placebo (veja infográfico), e detectaram melhores resultados naquelas que mais sofriam os fogachos e foram submetidas à reposição hormonal. “Nossa combinação de hormônios aliviou as ondas de calor e melhorou a qualidade de vida. Porém, o uso de terapia hormonal não conferiu vantagem para as mulheres sem as ondas mais fortes”, destaca Mikkola.

O pesquisador acredita que o novo indício de falta de eficácia da reposição hormonal pode ajudar a aperfeiçoar tratamentos que buscam, em primeiro lugar, proporcionar bem-estar às pacientes. “Com um número crescente de mulheres na pós-menopausa e com o aumento da expectativa de vida, a qualidade de vida tornou-se o foco de intensa pesquisa. Apesar de precisar de mais estudos nessa área, nossos dados já podem fornecer informações importantes para as mulheres, considerando o início do tratamento hormonal.”

Discussão recorrente  Para José Carlos de Lima, professor-adjunto do curso de ginecologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a pesquisa analisou um número pequeno de mulheres, mas, ainda assim, mostra uma suspeita que já existia na área. Os médicos têm cada vez mais discutido a importância de não generalizar a reposição hormonal. “A ideia de tratamento com hormônios não quer dizer que a paciente vá ter uma melhora dos sintomas que a incomodam. Até porque o conceito de qualidade de vida, que é o que o tratamento da menopausa busca, é algo muito subjetivo. Acredito que não podemos nem subestimar conceitos como esse do estudo nem superestimar. Devemos avaliá-los do melhor modo para usá-los em consultório”, defende.

A ginecologista Sueli Cardoso também acredita que a pesquisa mostra uma tendência no tratamento da menopausa e ressalta a importância de não só considerar os sintomas desse período, mas também o histórico clínico da paciente, como taxa de colesterol, ocorrência de diabetes e hipertensão. “Consideramos sempre o calor como um indício forte, por ser um dos problemas que mais incomodam, mas existem outros fatores que podem piorar a situação. Não ter o peso ideal, por exemplo, é um fator que pode influenciar negativamente (a terapia) e que também deve ser tratado”, complementa.

Sueli ressalta que o uso de hormônios é uma preocupação que vai além das mulheres que vivem o fim do período fértil. As mais jovens têm recorrido à fórmula para, por exemplo, retardar o processo de envelhecimento. “Os hormônios são muito utilizados também para quem tem falta de lubrificação vaginal, conhecida como vagina seca. Mas, hoje, temos cremes que podem tratar o problema sem precisar da ingestão dessas substâncias, evitando uma sobrecarga de medicamentos”, complementa a ginecologista.

 José Carlos de Lima ressalta que a relação com os cânceres, principalmente o de mama, também tem levado à redução do uso de hormônios. “A premissa de um tratamento eficaz é fazer com que a mulher tenha saúde física, familiar, social e sexual. Esses são os pilares para a avaliação e o diagnóstico”, defende.

“O bem-estar sempre é o fator a ser levado em conta para que a menopausa seja tratada da melhor forma possível, ainda mais se pensarmos que esse período está ficando cada vez maior por causa do aumento de expectativa de vida”, acrescenta Lima.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres que nasceram neste ano no Brasil viverão 78,5 anos. A menopausa acontece por volta dos 50 anos de idade.

Cerco a baleiros‏

Para combater sobrepeso entre jovens, projeto proíbe ambulantes de vender guloseimas na porta dos colégios em BH. Vendedores dizem que controle deve ser feito pelos pais


Patricia Giudice

Estado de Minas: 15/11/2013




"Tentei vender barrinhas de cereal, mas tive prejuízo" %u2013 Antônio Alkmim, 58 anos, que há 21 trabalha na porta do Colégio Loyola
 Desde que a Lei 18.372 foi regulamentada em Minas Gerais, em março de 2010, proibindo a venda e distribuição de alimentos muito calóricos nas escolas públicas e particulares do estado, especialistas criticam que as tentações continuam do lado de fora das instituições. Esquecidos na Lei da Merenda Saudável, os baleiros, com seus carrinhos cheios de guloseimas e salgadinhos, muitos há décadas no mesmo lugar, agora estão na mira da legislação. Em Belo Horizonte, um projeto de lei que começou a tramitar nesta semana na Câmara Municipal pretende tirar deles o direito de vender produtos com alto teor de gordura e açúcares para os alunos. A tentativa é de diminuir os índices de sobrepeso e obesidade, que hoje, segundo dados do Ministério da Saúde, atinge uma a cada três crianças no país.

A proposta é acrescentar uma norma ao Código de Posturas. O artigo 116 descreve que o exercício de atividades em logradouro público depende de licenciamento prévio pela prefeitura. Os baleiros pagam em média R$ 35 pela autorização, segundo os próprios trabalhadores. O Projeto 811/13, de autoria do vereador Joel Moreira (PTC), propõe que seja proibida “a presença de ambulantes para venda de doces de qualquer espécie, incluindo balas, chocolates, chicletes, pirulitos, na porta das escolas públicas e privadas”.

O autor justifica que foram feitos seminários com médicos endocrinologistas, nutricionistas, professores de educação física e especialistas no assunto e que todos apontaram a necessidade de tirar a oferta da porta das escolas. “Há um questionamento de que, embora a merenda dentro da escola tenha que seguir os padrões de qualidade exigidos para as crianças, elas saem na rua e tem um baleiro para oferecer uma guloseima”, afirmou Moreira. A expectativa, segundo ele, é que o projeto seja votado em primeiro turno até fevereiro.

Na porta das escolas, a proposta divide quem vende e quem compra. Antônio Rodrigues, de 51 anos, conhecido como Pelé, vende balas em frente ao Colégio Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, há 35 anos. Herdou o ofício do pai, que começou quase 10 anos antes dele e o levava para aprender. Criou os dois filhos, de 18 e 24 anos, com o salário mínimo que tira todos os meses da venda. Não é a primeira vez que ouve uma ameaça de ser retirado do ponto, mas não a teme. “Sempre tem essa conversa, mas as coisas nunca se concretizam. Se for lei, vou ter que cumprir, não quero ficar clandestino, mas acho que a decisão de comprar ou não tem que vir dos pais”, disse.

Antônio Jaime Alkimin, de 58 anos, está há 21 na porta do Colégio Loyola, também na Região Centro-Sul, e espera que o projeto não seja aprovado. Ele acredita que vai trabalhar ali, no mesmo ponto, até completar 75 anos. Antônio conta que já tentou vender produtos mais saudáveis, mas sem sucesso. “Tentei vender barrinhas de cereal, mas tive prejuízo”, conta. Segundo o vendedor, a criançada gosta mesmo é de balas e salgadinhos. “Os próprios pais, se não comprarem aqui, vão comprar em outro lugar, seja num supermercado, uma farmácia, em um bar”, afirmou.

Pais divididos Entre os pais, o assunto causa divergência. Moema Braga, de 62, autônoma, busca os três netos, de 6, 8 e 10 anos, todos os dias na escola. O carrinho de balas é uma tentação, segundo ela, mas a regra em casa é clara: podem comprar apenas na sexta-feira. A ordem é dada pela filha de Moema, mãe das crianças. “Acho que eles podem continuar a vender, mas cabe aos pais regrar os filhos”, disse. A psicóloga Ivone Saddi, de 50, diz que para o filho de 6 anos é proibido e que regrou o consumo de doces por ele desde o nascimento, preocupada com sua saúde. “Enquanto houver oferta, terá procura. É uma forma de chegar até a criança, por isso sou contra a venda na porta da escola”, disse.

Para Ivone, é preciso assegurar que os baleiros sejam recolocados no mercado de trabalho de maneira digna. Já Roger Moreira, de 32 anos, que é motorista e busca todos os dias duas crianças, de 7 e 9 anos, no Loyola, disse que os pais devem ter bom senso e não vê necessidade de uma lei. “As crianças chegam ao shopping e há várias lojas cheias de bala. O vereador deve se lembrar que está mexendo no sustento dos baleiros e querendo interferir na criação dos filhos”, disse.

Para Emiro Barbini, presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), proibir a venda na porta das escolas é dar continuidade ao que começou dentro das cantinas. “É incoerente que fique restrito dentro das escolas e, quando chega ao lado de fora, eles têm acesso a cachorro-quente, bala”, disse. Barbini, porém, também defende medidas para garantir o sustento dos baleiros.


"Acho que a decisão de comprar ou não tem que vir dos pais" %u2013 Antônio Rodrigues, 51 anos, que vende balas em frente ao Santo Agostinho há 35


Um terço das crianças acima do peso

O último levantamento feito pelo IBGE, de 2010, revela que o sobrepeso atinge 34,8% dos meninos e 32% da meninas entre 5 e 9 anos no país. O mesmo estudo indica que 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas estão obesos. Os dados são preocupantes, segundo o endocrinologista Antônio José das Chagas, presidente do Comitê de Endocrinologia Pediátrica da Sociedade Mineira de Pediatria. Ele alerta que a obesidade leva a doenças crônicas graves, como hipertensão e diabetes, e que as crianças acabam seguindo o mesmo passo dos pais. Se eles forem obesos, os pequenos também serão.

O médico concorda com o projeto de lei, mas acha que deve ser ampliado para todos os estabelecimentos que vendem guloseimas e alimentos muito calóricos, como supermercados, farmácias, bares e redes de fast food. “Toda medida criada para dificultar o acesso das crianças a esses produtos chamados de calorias vazias, ou seja, sem nenhum valor nutricional, é bem-vinda.” Segundo o especialista, professor aposentado da UFMG, a lei, se aprovada, é uma forma de educar também pai e mãe. “A prevenção é o mais importante porque depois, para perder 20kg, 30kg, é muito mais difícil”, disse. Evitar o sobrepeso, lembrou o médico, é prevenir o aparecimento de doenças de pulmão, coração, pernas, fígado, rins, de pressão, colesterol alto, entre outras.

Para os pais, ele indica que devem restringir as calorias vazias e ensinar os filhos a comer. “A criança tem que aprender a degustar, saborear pequenas quantidades. Pegar um pedaço pequeno de chocolate, colocar na boca e deixar derreter na boca, com calma. A pessoa engole poucas calorias e sente o sabor do alimento. O ideal é sempre comer pequenas quantidades, para não encher demais o estômago, e fazer seis refeições por dia, assim não se passa fome e também não engorda”, explicou.


CALCULE O IMC

Para saber se o seu filho está com sobrepeso ou obesidade, é só fazer o cálculo do índice de massa corporal (IMC). Divida o peso pela altura ao quadrado, ou seja, quem pesa 60kg e mede 1,67 m deve dividir 60 por 2,78 (1,67 x 1,67). Veja o resultado:
Menos de 17    muito abaixo do peso
Entre 17 e 18,49    abaixo do peso
Entre 18,5 e 24,99    peso normal
Entre 25 e 29,99    acima do peso
Entre 30 e 34,99    obesidade grau I
Entre 35 e 39,99    obesidade grau II (severa)
Mais de 40    obesidade grau III (mórbida)

A falta que a educação faz à economia‏

A falta que a educação faz à economia 

 
José Eloy dos Santos Cardoso
Economista, professor da PUC Minas e jornalista

Estado de Minas: 15/11/2013


Os temas produtividade e competitividade vêm sendo largamente debatidos e difundidos, e com razão. São dois dos responsáveis pelo fraco desempenho da economia brasileira ao lado dos problemas da infraestrutura dos portos, aeroportos, ferrovias e rodovias do Brasil. Essa relação não termina com essas citações. Existem outros imbróglios que não podem ser analisados em um único artigo.

Na realidade, a produtividade vinha sendo esquecida por alguns brasileiros por vários motivos salientando-se entre eles a relativa ausência de conhecimento motivada pelos baixos investimentos em educação e em equipamentos mais modernos. Em países como o Japão, a Coreia do Sul e nos últimos anos também a China, a produção e a produtividade alcançaram extraordinário desenvolvimento porque os governos resolveram entrar pesado nos investimentos em educação. Seus técnicos foram enviados às melhores universidades dos Estados Unidos, como Harvard, Columbia e outras, além daquelas famosas localizadas na Inglaterra, na Alemanha e na França.

Os técnicos que lá estiveram estudando levaram na bagagem a principal matéria-prima do desenvolvimento: a educação. De posse desses importantes conhecimentos, verificaram que seria necessário investir pesado em novos métodos de produção e em máquinas com muita tecnologia agregada e aptas a produzir mais com menores custos.

E o que fez o Brasil nessas últimas três ou quatro décadas? Enquanto os políticos de Brasília procuravam ficar mais ricos, deixaram de certa forma e de lado a razão de ser de todo o desenvolvimento humano que seria a educação. O objetivo era colocar nas faculdades, principalmente durante o governo Lula, mais alunos, não importando a maneira como isso poderia ser feito, porque não havia a infraestrutura de base. Colocou-se nas faculdades à custa de quotas pessoas classificadas como índios, negros, pardos ou pessoas mais pobres que, sem terem feito um bom curso médio, não tinham como fazer um bom curso superior. Os alicerces da relativa falta de dinheiro para investir na base, antes do dinheiro, eram a falta de conhecimento pela educação.

Nos tempos atuais, enquanto o Brasil perde a parada como produtor mundial de bens modernos capazes de competir com países europeus, asiáticos ou com os Estados Unidos, inicia-se o choro sobre o leite derramado. Escuta-se sem parar os lamentos da falta de infraestrutura. Mas onde estão os recursos para isso, perguntam todos? Estivemos parados no tempo enquanto o Japão, a Coreia do Sul e a China resolviam seus problemas pela base de todo o desenvolvimento que é a educação.

Realmente, possuímos uma infraestrutura deficiente, uma legislação trabalhista arcaica, que, se no passado procurava defender os trabalhadores, não se preocupou com as fontes de seus pagamentos. Agora, estamos até com medo de não ter dinheiro para pagar os salários. E pode-se perguntar: qual a origem de tudo? E a resposta é que não houve preocupação com a base de todo o desenvolvimento que é a educação.

Somado a tudo isso, ainda temo uma das maiores cargas tributárias do mundo. Como em economia não existe almoço gratuito, agora já se chega à conclusão de que a única saída para esse imbróglio é se valer de empresas e outras ajudas de fora. Se não há alternativas de curtíssimo prazo, vamos ao encontro de recursos externos para o programa do Pré-sal e, agora, o coelho da cartola do governo que é o programa Mais Médicos. Pobre Brasil, que só procura colocar cadeados depois que as portas já foram arrombadas e os ladrões já levaram quase tudo.

JABUTI » Escolhidos os livros do ano

Estado de Minas: 15/11/2013 


Luis Fernando Verissimo ganhou prêmio com Diálogos impossíveis     (Sylvio Sirangelo/Divulgação - 23/11/11)
Luis Fernando Verissimo ganhou prêmio com Diálogos impossíveis


Os grandes vencedores da 55ª edição do Prêmio Jabuti foram Diálogos impossíveis, de Luis Fernando Verissimo, e As duas guerras de Vlado Herzog, de Audálio Dantas. As duas obras leveram os troféus de livros do ano de ficção (ao qual concorrem os vencedores de cinco categorias) e não ficção (disputado pelos ganhadores de 16 das 27 categorias da premiação), respectivamente.

Os nomes foram anunciados em cerimônia realizada na noite de quarta-feira, na Sala São Paulo, na capital paulista. Os autores receberam o troféu Jabuti Dourado e premiação em dinheiro no valor de R$ 35 mil (cada). Os livros foram selecionados entre mais de 650 associados da Câmara Brasileira do Livro (CBL), organizadora da premiação anual.

Dantas passou um ano e meio escrevendo a obra sobre o assassinato do jornalista Vladimir Herzog "e outros 30 anos vivendo essa história", como contou. “Tinha consciência de que meu trabalho era importante e com boas condições de concorrer ao grande prêmio. Mas também sabia que estavam na disputa outras obras muito interessantes e de grande importância, como a biografia de Marighella, do colega Mário Magalhães, mas tinha um fundo de esperança e fiquei muito feliz com a conquista”, disse.

Também durante a solenidade desta semana foram premiados os três primeiros colocados de cada uma das 27 categorias que fazem parte do Jabuti. Os primeiros em cada categoria levaram, além da estatueta, R$ 3,5 mil (cada). No total, 2.107 obras disputaram o prêmio deste ano.