via @sibelefausto
Fonte:
Agora que vocês revisitaram
os textos e ações públicas acerca da ‘Profissionalização do Cientista’
podemos partir para uma análise crítica. Nesse texto, vou explorar
alguns aspectos da proposta e da linha de argumentação utilizada pela
professora Suzana Herculano-Houzel, grande promotora da ideia, no âmbito
político formal. Antes de qualquer coisa, reitero que esse artigo
reflete a opinião pessoal do autor e não do Instituto de Química (IQ),
tampouco da Representação Discente da Pós Graduação (RDPG) do IQ.
Sintam-se a vontade para discordar e debater – aliás, esse é o objetivo
desse texto.
Começo por fazer duas importantes ressalvas sobre o assunto: 1. Eu
compreendo e compartilho da preocupação de Suzana e muitos outros
colegas sobre a falta de reconhecimento social sobre os trabalhos de
pesquisa e os profissionais da academia. A pouca familiaridade da
população com a realidade da ciência, dentro e fora do Brasil, é
refletida em perguntas desconfortantes ao jovem que opta pela pesquisa:
“quando começa a trabalhar?”, “você só estuda?” e por aí segue. O abismo
é tão grande que Suzana, em seus textos e palestras, refere-se ao
universo externo à academia como “mundo real”. Aliás, aproveito para
fazer uma primeira crítica: usar como ferramenta retórica um
distanciamento entre academia e sociedade é uma atitude pouco
responsável para um comunicador que preza pela valorização da ciência.
Pode ajudar a fazer-se entendido dentro do meio acadêmico, mas reforça,
para a sociedade, um estereótipo nós/eles que mantém o universo
acadêmico invisível (escreverei sobre, em breve).
2. Quando vamos falar de nossas profissões (isso vale para qualquer
categoria) é muito comum a vitimização e uma descrição dramática de
nossa condição. É um comportamento social comum, que resulta de uma
visão pessimista e egoísta – incomoda-me. Portanto, sugiro uma breve
reflexão sobre a condição social do cientista. Somos uma classe
privilegiada, pode ser que a remuneração do cientista, principalmente ao
longo de nosso treinamento, não seja a melhor ou mais justa, mas nossa
realidade é muito mais confortável do que grande parte da sociedade,
grande parte que possui, inclusive, a abençoada assinatura no livrinho
azul. Se você não entende como pode ser privilegiado, deixo uma postagem
mais antiga na qual reconheço os privilégios dentro de minha própria história escolar – a discussão nessa, em particular, foi bem rica.
Agora vamos à análise da proposta e da linha de argumentação da
professora. Devo aqui confessar que não vejo com animação o conteúdo (a
proposta) e a forma (linha de argumentação e ações públicas) com que o
tema vem sendo tratado. O estranhamento poderia ser simplesmente pelo
fato de que a mobilização vem sendo realizada por alguém que já ocupa
uma posição confortável na academia (docência na universidade pública) e
na ciência (a área de neurociências é particularmente forte, hoje).
Outro estranhamento advém do caminho escolhido pela professora para
efetivar a mudança desejada. Por mais que a esfera política formal seja a
instância onde alterações legislativas sejam possíveis, parece-me que a
proposta pulou etapas, por não ter sido amplamente debatida dentro das
universidades, pelos principais afetados por essas proposições.
Entretanto, constato alguns problemas mais sérios, que precisam ser
descontruídos. Abordo-os a seguir.
Em sua palestra,
Herculano diz que o regime de trabalho nos laboratórios das
universidades é ilegal e que auditores do trabalho fechariam todos os
laboratórios de pesquisa se houvesse denúncia ao ministério público do
trabalho por qualquer cidadão comum. Há controvérsias. Copio um amigo,
advogado, sobre o assunto: “Trata-se de um assunto um pouco complexo
para ser tão objetivo e simplista. Todavia o direito se baseia em
interpretações e em última instância culminam em decisões políticas.
Nesse sentido vem se posicionando o nosso STF (Supremo Tribunal Federal)
onde as decisões tomadas lá mostram cada vez mais a influência política
das decisões. No que diz respeito às primeiras instâncias da justiça,
verificamos uma decisão em bloco e cada vez mais “industrializada”, onde
os magistrados sequer leem a petição inicial e decidem por assunto,
cabendo aos funcionários dos cartórios judiciais elaborarem as sentenças
e os despachos. Nessa toada, tem-se que o posicionamento adotado pela
Suzana pode ser plausível (preciso ver mais a fundo como ela se
fundamenta) uma vez que os pós-graduandos trabalham em regime integral,
sem férias, décimo terceiro salário e etc. Contudo, hoje temos um
contrato que delimita as regras dos bolsistas, regulamentados por
instituições de fomento e com interveniência das universidades. Ademais,
não devemos nos esquecer de que muitos juízes são professores na
universidade e também tem seus bolsistas vinculados a eles, razão pela
qual não vislumbro um cenário de fechamento por uma auditoria do
ministério público do trabalho.” Ou seja, o pós-graduando possui ambos
matrícula junto à universidade e termo de outorga frente às agências de
fomento, sendo no mínimo surreal o anúncio terrorista de ilegalidade dos
laboratórios nas universidades.
Outro problema é o modo como Suzana expõe o quadro da não
profissionalização, que dá a entender que nós, pós-graduandos, não temos
direitos e deveres. Oras, novamente, lembro-os que existem termo de
outorga e regimento da pós-graduação. Recebemos uma bolsa de pesquisa
mensal que nos permite viver e, em contrapartida, executar o projeto de
pesquisa proposto. Dizer que a profissionalização teria como
consequência o estabelecimento de direitos e deveres trabalhistas é
desconsiderar a pré-existência deles. Assim, a proposta de
profissionalização do cientista teria como consequência real a adequação de direitos e deveres à lei trabalhista brasileira, ou seja, à CLT. (Aliás, sobre aposentadoria, especificamente, não é verdade que o tempo em que somos somente bolsistas não conte como tempo de serviço. Um projeto de emenda que poderia facilitar isso já foi discutido, porém arquivado.)
É verdade que hoje alguns dos direitos previstos na legislação
trabalhista não estejam contemplados em nossos contratos com
universidade e agências de fomento, mas a profissionalização não é o
único modo de garantir que esses direitos existam, ou seja, podemos
conseguir a ampliação dos direitos dos pós-graduandos. Assim,
regulamentar férias, coibir jornadas de trabalho abusivas, coibir o
assédio moral, garantir assistência médica, psicológica e odontológica
são todas pautas justas que podem ser conseguidas e cuja implementação
independe da criação de um cargo de cientista dentro das universidades.
Após
a análise da apresentação do problema, podemos partir para a proposta
em si. A profissionalização do cientista defendida por Suzana sugere a
criação do cargo de cientista nas universidades, a ser ocupado por
graduados, de qualquer área. Além disso, defende que o financiamento dos
salários e encargos sociais dos novos profissionais venha daquele
recurso destinado ao pagamento das bolsas de pesquisa. A consequente
redução da formação de mestres e doutores no país seria, segundo a
neurocientista, uma das vantagens, uma vez que a pós-graduação – em
particular o doutorado – passaria a ser valorizada. Dois aspectos
precisam ser considerados.
O primeiro diz respeito à finalidade da pós-graduação e à própria
definição de cientista. Se enxergarmos o cientista como categoria
profissional, eu me pergunto se a graduação oferece preparo para o
exercício pleno da profissão. A pós-graduação, hoje, é compreendida como
um período de capacitação e treinamento em ciência. Temos, ao longo da
graduação, programas de iniciação científica, mas nem todos os alunos
passam pelo programa e não existem garantias sobre a eficácia desses
programas em formar o cientista. Além disso, a formação durante a
graduação segue, majoritariamente, um modelo de aprendizagem
tradicional, passivo, que não estimula o desenvolvimento de habilidades
essenciais ao cientista. Assim, se a pós-graduação, que passaria a
existir somente para os mais bem sucedidos – como especialização do
cientista profissional -, é fundamental para o amadurecimento científico
a profissionalização contribui mais para o processo de alienação do trabalho nas universidades do que para a melhoria da qualidade de vida dos profissionais da academia.
O segundo aspecto é sobre a suposta valorização da pós-graduação a
partir da restrição do acesso à mesma. Essa linha de argumentação é
frequente entre os contrários à expansão do ensino superior ou de vagas
para cursos específicos, como medicina,
em 2012. Contudo, a expansão, em si, não causa desvalorização e nem
compromete a qualidade e sim uma alocação insuficiente de recursos,
financeiros e humanos, para sua implantação. Além disso, a
desvalorização de um profissional é resultado de vários outros aspectos
culturais, indo muito além da ausência de regulamentação e contrato por
carteira assinada. Não vejo problemas em conceber o cientista como um
profissional liberal, assim como artistas plásticos, escritores,
músicos, advogados ou médicos. Embora muitos desses estejam
regulamentados e alguns sejam empregados, o cientista produz algo,
ciência, cuja atribuição de valor é artificial e que deve estar
disponível para toda a sociedade. Musicistas passam boa parte da vida
trabalhando sem carteira assinada e não me parece que
profissionalizá-los e dar-lhes emprego precarizado (contrato de trabalho
flexibilizado, junto a fundações e não à universidade) solucione seus
anseios enquanto classe produtiva.
Assim, embora a inexistência de uma categoria profissional para o
cientista seja, a priori, frustrante para a classe, o projeto visionado
por Suzana engloba outros aspectos. A proposta criaria uma categoria
fraca, já desgastada pela precarização, em prol de uma ambiciosa maior
agilidade da produção científica. Nesses termos, o enfoque da
profissionalização prometida parece ser a maior autonomia e agilidade
para pesquisadores seniors e não a melhoria das condições de trabalho
dos pós-graduandos. Nesse contexto, a criação de projetos de lei que
expandam, divulguem e garantam os direitos dos pós-graduandos configuram
proposições mais maduras e pragmáticas, que apontam na direção de
valorização do pós-graduando e da pesquisa brasileira.
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Tv Paga
Estado de Minas: 23/08/2013
Plano geral
Estreia hoje, às 22h, no SescTV, a série Contraplano (foto), programa de debate que tem o cinema como fio condutor. Para começar com o tema revoluções e golpes, o jornalista Miguel de Almeida recebe o cineasta Ugo Georgetti e o psicanalista Tales AB’Saber comentando trechos dos filmes ¡Revolucion! A verdade sobre Fidel Castro, de Victor Pahlen; A batalha do Chile II – O golpe de estado, de Patrício Guzmán; Condor, de Roberto Mader; e Che, de Steven Soderbergh.
The Rock comanda as
buscas por um herói
Dwayne “The Rock” Johnson, o ex-jogador de futebol americano que estrelou filmes como O Escorpião-Rei, Treinando o papai e Bem-vindo à selva, é o produtor e apresentador de The hero, série que estreia hoje, às 22h30, na truTV. O programa põe à prova os limites de pessoas comuns, mostrando que são capazes de realizar proezas extraordinárias. Nove competidores serão testados em uma aventura física e mental. O prêmio? US$ 1 milhão!
Canal Brasil agora toca
música latina também
A série Clipe Brasil amplia seu conceito e abre as portas para a cultura latina com a estreia hoje de Puertas abiertas, às 13h30, reunindo bandas como a do colombiano Alfonso Espriella, os equatorianos do Rocola Bacalao, e nomes conhecidos como Café Tacuba, Luis Miguel e Maná. Já à noite, às 21h30, em O som do vinil, Charles Gavin revela detalhes da produção do álbum Pindorama, que o quinteto instrumental paulistano Pau Brasil gravou em 1986. E às 23h30, em O bagulho é doido, MV Bill conversa com a baiana Margareth Menezes.
Canal Bio traça o perfil
da estrela Halle Berry
Ganhadora do Oscar de melhor atriz em 2002 por A última ceia (2001), Halle Berry já provou que é mais que uma mulher bonita, mas também talentosa. Foi a primeira negra a receber o prêmio principal – antes dela, apenas Hattie McDaniels
havia ganhado o prêmio como atriz coadjuvante, por …E o vento levou (1940). Quer saber mais? Então, confira o especial que o canal Bio agendou para hoje, às 17h.
No Telecine Cult, quem
manda é Eddie Murphy
E se o assunto é cinema, destaque também para o especial do Telecine Cult em homenagem a outro artista negro, Eddie Murphy, começando hoje com a exibição de Um distinto cavalheiro, às 22h, e Um tira da pesada 2, à meia-noite. No Universal, a aposta é o terror, com A chave mestra (18h), Atividade paranormal (19h55) e Horror em Amityville (21h25). No Telecine Premium, às 22h, estreia o romance Ruby Sparks – A namorada perfeita. Ainda na faixa das 22h, mais seis boas opções: A onda, na Cultura; Catch.44, no Telecine Action; Paris-Manhattan, no Telecine Touch; Decisões extremas, no Sony Spin; Querido companheiro, na HBO 2; e Machete, no Max. Outras atrações da programação: Qualquer gato vira-lata, às 22h30, no Megapix; A hora da estrela, às 21h30, no Arte 1; e Norbit, às 23h, no Comedy Central.
O cantor e compositor Gilberto Gil é atração da 10ª edição do Mimo
De olho no mundo
O cantor e compositor Gilberto Gil é atração da 10ª edição do Mimo, festival que será aberto hoje em Paraty e tem apresentações em Ouro Preto e Olinda
Eduardo Tristão Girão
Estado de Minas: 23/08/2013
Gil vai apresentar o show Ituaçu pela primeira vez em Minas no dia 31, com a Orquestra de Sopros da Pro Arte |
Uma das principais atrações da 10ª edição do
festival musical Mimo, Gilberto Gil desembarca em Ouro Preto para
apresentação gratuita na Praça Tiradentes dia 31. Não será um show
qualquer: ele estará acompanhado pelos jovens cariocas da Orquestra de
Sopros da Pro Arte, que lhe prestarão homenagem com o show Ituaçu,
recheado com arranjos de canções de sua carreira inteira. Na sequência, o
artista baiano viaja para Olinda (PE), onde repetirá o espetáculo na
Praça do Carmo, dia 7 do mês que vem, na programação do mesmo evento,
que começa hoje em Paraty (RJ).
“Os músicos da Pro Arte fazem acompanhamento muito devotado da música popular, voltados a formar talentos e a desenvolver o gosto pela música. Nosso trabalho começou há um ano e eles estão tocando músicas de várias fases do meu trabalho. Fiquei muito lisonjeado e alegre. São meninos e meninas jovens e a relação com eles é muito afetuosa”, afirma Gilberto Gil. Até então, Ituaçu (nome de cidade do interior baiano onde Gil nasceu) foi apresentado somente no Rio de Janeiro.
Tradicionalmente, a orquestra homenageia artistas brasileiros com concertos, como já foi feito com Chico Buarque, Tom Jobim, Lamartine Babo, Moacir Santos, Pixinguinha, Dorival Caymmi, Milton Nascimento e Egberto Gismonti. Desta vez, seis de seus integrantes, com idades entre 19 e 26 anos, encararam o grande desafio de escrever arranjos para canções do mestre baiano, como Beira-mar, Amor até o fim, Viramundo, Extra, Expresso 2222 e De onde vem o baião. Também foram incluídas no repertório Drão, Roda, Lunik 9, Eu vim da Bahia, Sítio do pica-pau amarelo e Mar de Copacabana.
Gil não trará nenhum músico da banda que costuma acompanhá-lo (e é formada por craques como o baixista Arthur Maia e o saxofonista Marcelo Martins), deixando praticamente tudo por conta dos 36 integrantes da orquestra, que tocará sob a regência de Raimundo Nicioli, diretor e um dos arranjadores do grupo. A direção do espetáculo é assinada por ele, ao lado de Claudia Ernest Dias e Fernando Trocado.
Ainda motivado pelo centenário de Luiz Gonzaga, comemorado no ano passado, Gil homenageará o Rei do Baião – que é uma de suas influências centrais – com canções como ABC do sertão e Baião da garoa. Estão previstas, ainda, participações especiais de Marcelo Caldi (acordeom), Carlos Malta (sopros) e Mariana Bernardes (vocais).
Tendências
Gil acaba de voltar de giro pela Europa e Oriente Médio com sua turnê Tour for all, que contemplou Portugal, Itália, França, Inglaterra, Bélgica, Holanda, Turquia e Israel entre julho e este mês. Para ele, a programação do Mimo, que réune artistas de diversas nacionalidades em Paraty, Ouro Preto e Olinda a partir de hoje, prova que a música brasileira continua em alta no exterior: “Isso representa a expansão natural da música popular pelo mundo e também o prestígio da música brasileira, que sensibiliza as pessoas lá fora. Esse gosto pela mistura cresceu com o jazz e, principalmente, o rock and roll”.
Entre os estrangeiros que marcarão presença no evento, Gil conhece o acordeonista francês Richard Galliano. “Ele é muito querido. Já tocamos juntos e ele é amigo de vários acordeonistas brasileiros”, elogia o baiano. Nome de peso na cena instrumental internacional, Galliano já colaborou com instrumentistas de diversas vertentes e nacionalidades (incluindo Hermeto Pascoal), tendo lançado em abril disco dedicado à obra de Vivaldi pela prestigiada gravadora Deutsche Grammophon. A apresentação dele com o Quinteto da Paraíba também será em Olinda e no mesmo dia da de Gil, mas na Igreja da Sé.
A programação do Mimo sempre inclui exibição de filmes e na retrospectiva de 10 anos do festival, preparada para esta edição, o público escolheu dezenas por votação na internet. Um deles tem Gil no foco: o documentário Tropicália (82 minutos, 2011), de Marcelo Machado, que inclui entrevistas, imagens raras e algumas das mais representativas canções do movimento musical que marcou o país no final dos anos 1960. Será exibido nas três cidades do festival.
Encontros musicais
Com o objetivo de fazer do Brasil polo de atrações da música mundial, o Mimo começa hoje em Paraty e passará por Ouro Preto (de 29 deste mês a 1º de setembro) e Olinda (de 2 a 8 do mês que vem). Na cidade fluminense tocarão artistas como o pianista norte-americano Herbie Hancock, o grupo português Madredeus e o cantor e compositor mineiro João Bosco.
Para Minas Gerais virão, entre outros, o tecladista jordaniano Tareq Al Nasser, o multi-instrumentista alemão Stephan Micus e a cantora paraense Dona Onete. Por Olinda, encerrando o evento, passarão atrações como o pianista mineiro Nelson Freire, o trompetista libanês Ibrahim Malouf e o grupo francês Nouvelle Vague.
Toda a programação é gratuita e o portal do evento na internet (www.mimo.art.br) conta com conteúdos de música, patrimônio histórico e cinema, além de informações sobre o festival e a cobertura da programação em tempo real. Já a webradio própria é abastecida com playlists de artistas de diversas partes do mundo. Há, ainda, ciclos de palestras, exposição de fotos e programas educativos em seis cidades. Aplicativos sobre as cidades históricas podem ser baixados, servindo de guias turísticos.
Fala Gil
» Direito autoral
“Não sei se reunir a categoria artística deve ser um objetivo em função desse debate. Divisão de opiniões sempre existiu e sempre existirá. É preciso retomar a fiscalização como elemento tranquilizador e a classe precisa estar atenta a como isso funcionará.”
» Fora do Eixo
“Essa autogestão é típica da contemporaneidade e há receio de que possa se tornar ameaça ao modus operandi. É preciso garantir a liberdade de expressão e a capacidade de acompanhamento pela sociedade, tanto em termos de apoio quanto de crítica.”
» Manifestações
“A associação do Fora do Eixo com a Mídia Ninja e as movimentações populares para estabelecer pautas é reflexo da expansão da cultura para a atuação política. Quando fui ministro da Cultura estive atento a tudo isso e estabeleci contato com os coletivos.”
“Os músicos da Pro Arte fazem acompanhamento muito devotado da música popular, voltados a formar talentos e a desenvolver o gosto pela música. Nosso trabalho começou há um ano e eles estão tocando músicas de várias fases do meu trabalho. Fiquei muito lisonjeado e alegre. São meninos e meninas jovens e a relação com eles é muito afetuosa”, afirma Gilberto Gil. Até então, Ituaçu (nome de cidade do interior baiano onde Gil nasceu) foi apresentado somente no Rio de Janeiro.
Tradicionalmente, a orquestra homenageia artistas brasileiros com concertos, como já foi feito com Chico Buarque, Tom Jobim, Lamartine Babo, Moacir Santos, Pixinguinha, Dorival Caymmi, Milton Nascimento e Egberto Gismonti. Desta vez, seis de seus integrantes, com idades entre 19 e 26 anos, encararam o grande desafio de escrever arranjos para canções do mestre baiano, como Beira-mar, Amor até o fim, Viramundo, Extra, Expresso 2222 e De onde vem o baião. Também foram incluídas no repertório Drão, Roda, Lunik 9, Eu vim da Bahia, Sítio do pica-pau amarelo e Mar de Copacabana.
Gil não trará nenhum músico da banda que costuma acompanhá-lo (e é formada por craques como o baixista Arthur Maia e o saxofonista Marcelo Martins), deixando praticamente tudo por conta dos 36 integrantes da orquestra, que tocará sob a regência de Raimundo Nicioli, diretor e um dos arranjadores do grupo. A direção do espetáculo é assinada por ele, ao lado de Claudia Ernest Dias e Fernando Trocado.
Ainda motivado pelo centenário de Luiz Gonzaga, comemorado no ano passado, Gil homenageará o Rei do Baião – que é uma de suas influências centrais – com canções como ABC do sertão e Baião da garoa. Estão previstas, ainda, participações especiais de Marcelo Caldi (acordeom), Carlos Malta (sopros) e Mariana Bernardes (vocais).
Tendências
Gil acaba de voltar de giro pela Europa e Oriente Médio com sua turnê Tour for all, que contemplou Portugal, Itália, França, Inglaterra, Bélgica, Holanda, Turquia e Israel entre julho e este mês. Para ele, a programação do Mimo, que réune artistas de diversas nacionalidades em Paraty, Ouro Preto e Olinda a partir de hoje, prova que a música brasileira continua em alta no exterior: “Isso representa a expansão natural da música popular pelo mundo e também o prestígio da música brasileira, que sensibiliza as pessoas lá fora. Esse gosto pela mistura cresceu com o jazz e, principalmente, o rock and roll”.
Entre os estrangeiros que marcarão presença no evento, Gil conhece o acordeonista francês Richard Galliano. “Ele é muito querido. Já tocamos juntos e ele é amigo de vários acordeonistas brasileiros”, elogia o baiano. Nome de peso na cena instrumental internacional, Galliano já colaborou com instrumentistas de diversas vertentes e nacionalidades (incluindo Hermeto Pascoal), tendo lançado em abril disco dedicado à obra de Vivaldi pela prestigiada gravadora Deutsche Grammophon. A apresentação dele com o Quinteto da Paraíba também será em Olinda e no mesmo dia da de Gil, mas na Igreja da Sé.
A programação do Mimo sempre inclui exibição de filmes e na retrospectiva de 10 anos do festival, preparada para esta edição, o público escolheu dezenas por votação na internet. Um deles tem Gil no foco: o documentário Tropicália (82 minutos, 2011), de Marcelo Machado, que inclui entrevistas, imagens raras e algumas das mais representativas canções do movimento musical que marcou o país no final dos anos 1960. Será exibido nas três cidades do festival.
Encontros musicais
Com o objetivo de fazer do Brasil polo de atrações da música mundial, o Mimo começa hoje em Paraty e passará por Ouro Preto (de 29 deste mês a 1º de setembro) e Olinda (de 2 a 8 do mês que vem). Na cidade fluminense tocarão artistas como o pianista norte-americano Herbie Hancock, o grupo português Madredeus e o cantor e compositor mineiro João Bosco.
Para Minas Gerais virão, entre outros, o tecladista jordaniano Tareq Al Nasser, o multi-instrumentista alemão Stephan Micus e a cantora paraense Dona Onete. Por Olinda, encerrando o evento, passarão atrações como o pianista mineiro Nelson Freire, o trompetista libanês Ibrahim Malouf e o grupo francês Nouvelle Vague.
Toda a programação é gratuita e o portal do evento na internet (www.mimo.art.br) conta com conteúdos de música, patrimônio histórico e cinema, além de informações sobre o festival e a cobertura da programação em tempo real. Já a webradio própria é abastecida com playlists de artistas de diversas partes do mundo. Há, ainda, ciclos de palestras, exposição de fotos e programas educativos em seis cidades. Aplicativos sobre as cidades históricas podem ser baixados, servindo de guias turísticos.
Fala Gil
» Direito autoral
“Não sei se reunir a categoria artística deve ser um objetivo em função desse debate. Divisão de opiniões sempre existiu e sempre existirá. É preciso retomar a fiscalização como elemento tranquilizador e a classe precisa estar atenta a como isso funcionará.”
» Fora do Eixo
“Essa autogestão é típica da contemporaneidade e há receio de que possa se tornar ameaça ao modus operandi. É preciso garantir a liberdade de expressão e a capacidade de acompanhamento pela sociedade, tanto em termos de apoio quanto de crítica.”
» Manifestações
“A associação do Fora do Eixo com a Mídia Ninja e as movimentações populares para estabelecer pautas é reflexo da expansão da cultura para a atuação política. Quando fui ministro da Cultura estive atento a tudo isso e estabeleci contato com os coletivos.”
Eduardo Almeida Reis-Em directo
Até então, pensei que só o coral
(conjunto de cantores) era sinônimo de felicidade. Aprendi que os
peregrinos também são felicíssimos
Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 23/08/2013
Tevê ao vivo ou em directo, como se diz em Portugal, é o diabo. Não respeita cerimônia religiosa para informar o descarrilamento de um trem em Compostela, Espanha, com pelo menos 10 mortos, que vão subindo de número enquanto o papa abençoa os peregrinos da Jornada Mundial da Juventude.
Pausa para constatar que peregrinação é sinônimo de felicidade. Nunca vi tanta gente risonha e feliz, mesmo entre os quarenta heróis que foram a pé de Pouso Alegre, MG, a Aparecida, SP. Até então, pensei que só o coral (conjunto de cantores) era sinônimo de felicidade. Aprendi que os peregrinos também são felicíssimos.
Fatos importantes nos deslocamentos aéreos do papa Francisco foram, no meu entendimento de philosopho, o helicóptero camuflado, pintura horrível que não camufla e dá ideia de batalha. Também não entendi o porquê de o piloto do helicóptero, embarcado o papa, acender potente farol dianteiro e sair taxiando pela pista do aeroporto de São José dos Campos.
Helicóptero não decola de um ponto justamente chamado heliponto? Que história foi aquela de taxiar centenas de metros para decolar da pista destinada ao pouso dos aviões? No campo do Fluminense, usado para jogar futebol, foi a mesma coisa: uma roda de luzes acesas no centro do gramado e os repórteres da televisão informando que a aeronave camuflada pousaria no meio da roda. Pousou fora dela e ninguém teve a curiosidade de apurar o motivo.
Energia
Dizem que a Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos. Presumo que existam ventos e quedas de água há centenas de milhões de anos e que a luz do Sol sempre tenha existido. Nossa espécie anda pelos 200 mil anos, poucos mais ou menos. Só muito recentemente descobrimos que as quedas de água, os ventos e a luz do Sol geram energia elétrica para aquecer ou refrigerar nossas casas, iluminar ruas e interiores, permitir que funcionem computadores, elevadores, escadas rolantes, geladeiras, essas coisas todas. Antes da eletricidade, as águas tocavam os munhos de fubá nas roças mineiras, os ventos movimentavam as pás dos moinhos de Don Quixote e os cata-ventos do Pantanal, no período seco, para encher nas invernadas os chamados tanques australianos.
Muitas das fontes de energia são limitadas por diversos fatores, como por exemplo: as noites e as nuvens complicam a energia solar, a falta de ventos paralisa a eólica, as secas prejudicam as hidrelétricas, o carvão e o óleo das termelétricas poluem e são produtos finitos – situações preocupantes para um planeta que precisa de mais e mais energia.
Ainda bem que há philosophos de olho em certos programas de televisão para descobrir nova fonte de energia, desta vez inesgotável: as bobagens dos apresentadores improvisando. No encontro do papa com os fiéis em Copacabana, na tarde/noite fria e chuvosa de 25 de julho, apresentadores brilharam nas tolices. Compete agora à ciência produzir um bobagerador elétrico para que os problemas energéticos do planeta sejam solucionados per omnia saecula saeculorum, amen.
Os jovens senhores e senhoras falam sem parar numa velocidade espantosa, esquecidos de que o telespectador tem imagem ao vivo e em cores, dispensando a loquacidade burra. O mínimo que disseram foi que o papamóvel é um automóvel comum. Comum como, cara pálida? Porque tem quatro rodas, motor e motorista? Disseram ainda que o Forte de Copacabana, onde pousou o helicóptero, é o ponto mais próximo do Leme, quando o Leme fica na extremidade oposta: o forte numa ponta da praia e o Leme na outra ponta. Se isso é esclarecer, é informar, não entendo mais nada, mas sei que o besteirol gerando energia vai solucionar todos os nossos problemas, permitindo que o ministro Lobão dedique mais tempo a colorar sua bela cabeleira.
O mundo é uma bola
23 de agosto de 1793: na Revolução Francesa, a Convenção Nacional decreta uma levée en masse. Não faço a mais mínima ideia do que seja uma levée, mas boa coisa não deve ter sido. Em 1893 é instalado o primeiro de uma série de cabos telegráficos submarinos ligando a cidade da Horta, nos Açores, a Lisboa, fato importantíssimo porque tenho amigo nascido na Horta.
Em 1939, Adolf Hitler e Joseph Stalin assinam o Pacto Ribbentrop-Molotov de não agressão em caso de conflito mundial, provando por escrito que as assinaturas de bandidos não valem absolutamente nada. Em 1940 os alemães começam a bombardear Londres. Em 1969, primeiro telejornal transmitido em cadeia nacional: entra no ar o Jornal Nacional. Em 1989, Tim Berners-Lee ativa a primeira versão da WWW, World Wide Web, sem a qual, hoje, a gente não vive um minuto.
Em 1999, a Alemanha Ocidental (RFA) e a Alemanha Oriental (RDA) anunciam sua reunião no próximo 3 de outubro. Escusado é dizer que o D, de RDA, significava “democracia”: comunista adora falar de democracia.
Em 1912 nasceu Nelson Rodrigues.
Ruminanças
“Velhice é quando as moças começam a nos tratar com respeito e os rapazes sem respeito nenhum” (Mario Quintana, 1906-1994).
Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 23/08/2013
Tevê ao vivo ou em directo, como se diz em Portugal, é o diabo. Não respeita cerimônia religiosa para informar o descarrilamento de um trem em Compostela, Espanha, com pelo menos 10 mortos, que vão subindo de número enquanto o papa abençoa os peregrinos da Jornada Mundial da Juventude.
Pausa para constatar que peregrinação é sinônimo de felicidade. Nunca vi tanta gente risonha e feliz, mesmo entre os quarenta heróis que foram a pé de Pouso Alegre, MG, a Aparecida, SP. Até então, pensei que só o coral (conjunto de cantores) era sinônimo de felicidade. Aprendi que os peregrinos também são felicíssimos.
Fatos importantes nos deslocamentos aéreos do papa Francisco foram, no meu entendimento de philosopho, o helicóptero camuflado, pintura horrível que não camufla e dá ideia de batalha. Também não entendi o porquê de o piloto do helicóptero, embarcado o papa, acender potente farol dianteiro e sair taxiando pela pista do aeroporto de São José dos Campos.
Helicóptero não decola de um ponto justamente chamado heliponto? Que história foi aquela de taxiar centenas de metros para decolar da pista destinada ao pouso dos aviões? No campo do Fluminense, usado para jogar futebol, foi a mesma coisa: uma roda de luzes acesas no centro do gramado e os repórteres da televisão informando que a aeronave camuflada pousaria no meio da roda. Pousou fora dela e ninguém teve a curiosidade de apurar o motivo.
Energia
Dizem que a Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos. Presumo que existam ventos e quedas de água há centenas de milhões de anos e que a luz do Sol sempre tenha existido. Nossa espécie anda pelos 200 mil anos, poucos mais ou menos. Só muito recentemente descobrimos que as quedas de água, os ventos e a luz do Sol geram energia elétrica para aquecer ou refrigerar nossas casas, iluminar ruas e interiores, permitir que funcionem computadores, elevadores, escadas rolantes, geladeiras, essas coisas todas. Antes da eletricidade, as águas tocavam os munhos de fubá nas roças mineiras, os ventos movimentavam as pás dos moinhos de Don Quixote e os cata-ventos do Pantanal, no período seco, para encher nas invernadas os chamados tanques australianos.
Muitas das fontes de energia são limitadas por diversos fatores, como por exemplo: as noites e as nuvens complicam a energia solar, a falta de ventos paralisa a eólica, as secas prejudicam as hidrelétricas, o carvão e o óleo das termelétricas poluem e são produtos finitos – situações preocupantes para um planeta que precisa de mais e mais energia.
Ainda bem que há philosophos de olho em certos programas de televisão para descobrir nova fonte de energia, desta vez inesgotável: as bobagens dos apresentadores improvisando. No encontro do papa com os fiéis em Copacabana, na tarde/noite fria e chuvosa de 25 de julho, apresentadores brilharam nas tolices. Compete agora à ciência produzir um bobagerador elétrico para que os problemas energéticos do planeta sejam solucionados per omnia saecula saeculorum, amen.
Os jovens senhores e senhoras falam sem parar numa velocidade espantosa, esquecidos de que o telespectador tem imagem ao vivo e em cores, dispensando a loquacidade burra. O mínimo que disseram foi que o papamóvel é um automóvel comum. Comum como, cara pálida? Porque tem quatro rodas, motor e motorista? Disseram ainda que o Forte de Copacabana, onde pousou o helicóptero, é o ponto mais próximo do Leme, quando o Leme fica na extremidade oposta: o forte numa ponta da praia e o Leme na outra ponta. Se isso é esclarecer, é informar, não entendo mais nada, mas sei que o besteirol gerando energia vai solucionar todos os nossos problemas, permitindo que o ministro Lobão dedique mais tempo a colorar sua bela cabeleira.
O mundo é uma bola
23 de agosto de 1793: na Revolução Francesa, a Convenção Nacional decreta uma levée en masse. Não faço a mais mínima ideia do que seja uma levée, mas boa coisa não deve ter sido. Em 1893 é instalado o primeiro de uma série de cabos telegráficos submarinos ligando a cidade da Horta, nos Açores, a Lisboa, fato importantíssimo porque tenho amigo nascido na Horta.
Em 1939, Adolf Hitler e Joseph Stalin assinam o Pacto Ribbentrop-Molotov de não agressão em caso de conflito mundial, provando por escrito que as assinaturas de bandidos não valem absolutamente nada. Em 1940 os alemães começam a bombardear Londres. Em 1969, primeiro telejornal transmitido em cadeia nacional: entra no ar o Jornal Nacional. Em 1989, Tim Berners-Lee ativa a primeira versão da WWW, World Wide Web, sem a qual, hoje, a gente não vive um minuto.
Em 1999, a Alemanha Ocidental (RFA) e a Alemanha Oriental (RDA) anunciam sua reunião no próximo 3 de outubro. Escusado é dizer que o D, de RDA, significava “democracia”: comunista adora falar de democracia.
Em 1912 nasceu Nelson Rodrigues.
Ruminanças
“Velhice é quando as moças começam a nos tratar com respeito e os rapazes sem respeito nenhum” (Mario Quintana, 1906-1994).
Assassinato de jovens negros no Brasil Luiz Francisco Corrêa
Luiz Francisco Corrêa
Diretor da Via Comunicação, membro do Conselho Curador da Fundação de Pesquisa e Ensino da Cirurgia/diretor da Associação Palavra Bem Dita
Estado de Minas: 23/08/2013 04:00
Quando vemos cenas de
tropas matando centenas de jovens no Egito, como ocorreu recentemente,
ficamos indignados. E o repúdio que sentimos é forte e verdadeiro, pois
vemos essas imagens transmitidas repetidamente pela grande mídia
internacional. Entretanto, a violência que mata milhares de jovens no
Brasil está aqui ao lado, em Belo Horizonte, e está instalada também
país afora, sobretudo nos grandes centros urbanos. Estudo divulgado pelo
Ministério da Justiça mostra que o homicídio é a principal causa de
morte de jovens entre 15 e 24 anos no Brasil. Elaborado pelo Instituto
Sandari, o levantamento Mapa da Violência 2011 – Os jovens no Brasil
destaca que entre 1998 e 2008 o homicídio foi a causa de morte de 39,7%
dos jovens no Brasil. As epidemias e doenças infecciosas, principais
causas de morte de pessoas nessa faixa de idade há cinco décadas, foram
gradativamente substituídas por causas externas, tais como homicídios e
acidentes de trânsito. O sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, que
coordenou o estudo, salientou que a situação é “epidêmica”.
É importante enfatizarmos que morrem muito mais jovens negros do que brancos. Segundo os registros do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), entre 2002 e 2010, morreram no país 272.422 cidadãos negros, com uma média de 30.269 assassinatos por ano. Além disso, os registros destacam 2010 como o ano mais crítico, por ter um somatório de 34.983 mortes por essa causa. Mas temos que pensar também nos não registros, que devem ser significativos. Existe um sofrimento imenso em muitas famílias afrodescendentes (esta palavra é importante, pois surgiu para demarcar um tempo sem preconceito) que perdem seus filhos.
Mas os sentimentos dos brancos, em geral da classe média, quando perdem os filhos, são muito mais destacados pela mídia em geral. Porém, todos sabemos que a dor de uma mãe ou de um pai que perde um filho é exatamente a mesma, seja de que etnia for. De acordo com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), da Presidência da República, há evidências de que a sociedade brasileira tolera mais a morte de negros do que de brancos. Uma pesquisa feita pela secretaria em parceria com o DataSenado, em 2012, mostrou que, para 55,8% da população, a morte violenta de um jovem negro choca menos a sociedade do que a morte do mesmo tipo de um jovem branco. De acordo com Felipe Freitas, da Seppir, a persistência da violência contra a juventude negra resulta tanto do processo histórico no país, em que a população negra foi sendo empurrada para as áreas mais pobres e vulneráveis das cidades, como do racismo que persiste na sociedade.
Existe um aspecto que deve ser salientado que é a banalização da morte/assassinatos em todo o mundo. O tema merece uma análise mais profunda. Por que a banalização? As imagens sucessivas que vemos levam a uma apatia da sociedade? Ou levam a mais violência? Temos que lembrar que a divulgação de suicídios é proibida em muitos países. Em tempos de manifestações e jornadas religiosas pelo mundo, temos que exprimir intensamente a nossa indignação com essa terrível realidade. E insistir na necessidade urgente de uma melhor educação e saúde, cursos profissionalizantes, esportes e cultura, principalmente nas periferias das grandes cidades. Só com melhorias nessas áreas e combate ao tráfico de drogas, que mata muitos jovens negros, o quadro mudará. E, então, todos esses jovens, muito amados por suas famílias, sobreviverão para que tenham seus filhos e netos em um Brasil igual e sem violência.
É importante enfatizarmos que morrem muito mais jovens negros do que brancos. Segundo os registros do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), entre 2002 e 2010, morreram no país 272.422 cidadãos negros, com uma média de 30.269 assassinatos por ano. Além disso, os registros destacam 2010 como o ano mais crítico, por ter um somatório de 34.983 mortes por essa causa. Mas temos que pensar também nos não registros, que devem ser significativos. Existe um sofrimento imenso em muitas famílias afrodescendentes (esta palavra é importante, pois surgiu para demarcar um tempo sem preconceito) que perdem seus filhos.
Mas os sentimentos dos brancos, em geral da classe média, quando perdem os filhos, são muito mais destacados pela mídia em geral. Porém, todos sabemos que a dor de uma mãe ou de um pai que perde um filho é exatamente a mesma, seja de que etnia for. De acordo com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), da Presidência da República, há evidências de que a sociedade brasileira tolera mais a morte de negros do que de brancos. Uma pesquisa feita pela secretaria em parceria com o DataSenado, em 2012, mostrou que, para 55,8% da população, a morte violenta de um jovem negro choca menos a sociedade do que a morte do mesmo tipo de um jovem branco. De acordo com Felipe Freitas, da Seppir, a persistência da violência contra a juventude negra resulta tanto do processo histórico no país, em que a população negra foi sendo empurrada para as áreas mais pobres e vulneráveis das cidades, como do racismo que persiste na sociedade.
Existe um aspecto que deve ser salientado que é a banalização da morte/assassinatos em todo o mundo. O tema merece uma análise mais profunda. Por que a banalização? As imagens sucessivas que vemos levam a uma apatia da sociedade? Ou levam a mais violência? Temos que lembrar que a divulgação de suicídios é proibida em muitos países. Em tempos de manifestações e jornadas religiosas pelo mundo, temos que exprimir intensamente a nossa indignação com essa terrível realidade. E insistir na necessidade urgente de uma melhor educação e saúde, cursos profissionalizantes, esportes e cultura, principalmente nas periferias das grandes cidades. Só com melhorias nessas áreas e combate ao tráfico de drogas, que mata muitos jovens negros, o quadro mudará. E, então, todos esses jovens, muito amados por suas famílias, sobreviverão para que tenham seus filhos e netos em um Brasil igual e sem violência.
Pasquale Cipro Neto
folha de são paulo
'Cuca o explicou sobre reserva por...'
Entre os estudiosos da língua há quem defenda a tese de que a norma culta de hoje está no que publicam os principais jornais do país e os meios de comunicação em geral. Essa corrente, no entanto, não usa em seus trabalhos o que se lê nos principais jornais do país, ou seja, o que ela diz ser a norma culta de hoje.
Muitas questões dos mais importantes vestibulares se baseiam justamente em textos jornalísticos, ou melhor, nos problemas de certos textos jornalísticos. Sempre se pede que se faça alguma "correção" nos excertos destacados, seja no que diz respeito à mensagem em si, seja no que diz respeito a aspectos gramaticais.
Posto isso, vamos a um belo exemplo do que não se deve imitar quando se quer trafegar pelo padrão culto da língua. De onde vou tirar o exemplo? De um título jornalístico, que ninguém é de ferro! Lá vai: "Júnior César diz que Cuca o explicou sobre reserva por mensagem". O desconhecimento de itens gramaticais básicos, a falta de leitura dos clássicos e a confusão com a regência de verbos que pertencem ao mesmo campo semântico estão entre os fatores que produzem a inadequação linguística presente no título citado.
A que variedade de língua pertence a sintaxe desse título? À culta? À popular? A nenhuma delas. O xis do problema está no uso indevido do pronome oblíquo "o". Quando se diz que alguém "o explica", diz-se que alguém explica algo, que pode ser um fenômeno, um texto etc.: "O professor explicou o problema" = "O professor o explicou"; "O poeta explicou o verso" = "O poeta o explicou"; "O astrônomo explicou o fenômeno" = "O astrônomo o explicou".
Como se sabe -ou como deveria saber-se-, no padrão formal da língua o pronome oblíquo "o" funciona como complemento verbal direto (aquele que não é regido por preposição), seja para substituir coisas ou animais, seja para substituir seres humanos. Vamos lá: "Não conheço você" = "Não o conheço"; "Encontrei o cão" = "Encontrei-o"; "Não admiro esse compositor" = "Não o admiro"; "Não li esse livro" = "Não o li".
Na frase em questão, certamente não se quis dizer que Cuca "explicou Júnior César sobre a reserva", já que ninguém explica alguém sobre o que quer que seja. O que se quis dizer é que Cuca explicou A Júnior César sobre a reserva. Se alguém explicasse alguém sobre algo, seria possível dizer "Cuca o explicou sobre tal coisa".
O caro leitor já sabe como ficaria o título citado se fosse redigido na norma culta? Bastaria trocar o pronome "o" pelo pronome "lhe": "Júnior César diz que Cuca lhe explicou sobre a reserva por mensagem". Sim, se Cuca explicou A Júnior César, ou seja, se Cuca explicou A alguém, Cuca lhe explicou. No padrão culto da língua, é o pronome "lhe" que funciona como complemento verbal indireto (aquele que é regido por preposição) da terceira pessoa. Vamos lá: "O livro pertence a você" = "O livro lhe pertence" ou "O livro pertence-lhe"; "Digam ao diretor que este livro pertence a ele" = "Digam-lhe/a ele que este livro lhe pertence" (ou "que este livro pertence a ele").
O desconhecimento dessa particularidade da sintaxe culta tem produzido outras bobagens semelhantes, como "O médico não o permite ingerir gordura" (na língua culta, "O médico não lhe permite ingerir gordura") ou "O juiz não o concedeu o benefício" (no lugar de "O juiz não lhe concedeu o benefício").
E é bom não confundir alhos com bugalhos! Frases como "O juiz não o convenceu a depor" ou "O pai não o autorizou a viajar" são do registro culto, já que, nesse caso, "autorizar" e "convencer" não regem preposição (alguém convence alguém; alguém autoriza alguém). É isso.
Pasquale Cipro Neto é professor de português desde 1975. Colaborador da Folha desde 1989, é o idealizador e apresentador do programa "Nossa Língua Portuguesa" e autor de várias obras didáticas e paradidáticas. Escreve às quintas na versão impressa de "Cotidiano".
Barbara Gancia
folha de são paulo
O Corinthians é o novo São Paulo
Mano é mano e mauricinho é mauricinho. E o xis da questão não tem nada a ver com dar ou não dar selinho
A foto que inaugura o meu Instagram foi tirada no dia 8 de abril de 2011 e postada, segundo informa o aplicativo, há 106 semanas. Ela mostra uma área em início de processo de terraplanagem e, à primeira vista, não oferece qualquer atrativo.
Na imagem constam dois caminhões ao centro, uma escavadeira no canto esquerdo e alguns blocos de concreto esparramados pelo chão. Faltam sujeito e contraste. Mas foi o que deu para fazer de dentro de um táxi em movimento na volta de uma reportagem.
Quem se der ao trabalho de olhar melhor, como fizeram os 23 beatos que deram "like" no meu post de segunda classe, mas hoje cheio de significado, irá verificar que lá longe, em segundo plano, é possível ler uma frase escrita no muro que cerca a obra retratada: "A Copa do Mundo de 2014 começa aqui".
Eu tinha ido entrevistar os operários que começavam a construir o Itaquerão na época em que ninguém da zona sul ainda conseguia comprar a ideia de que o chute inicial da Copa de 2014 seria dado ali na ZL paulistana.
Pelas filas de interessados buscando uma ocupação na obra que prometia consagrar um bairro tão distante do centro, habitado em sua maioria por migrantes nordestinos, já dava para perceber que haveria notícia de balde saindo dali. E, de fato, do meu clique em diante, muita saliva rolou.
Houve o episódio do duto da Petrobras debaixo do terreno que ameaçou paralisar o esforço por completo; a gritaria por conta dos custos que iam ultrapassando as projeções e sobrando para os cofres públicos; a alegações por parte dos dirigentes que eles haviam conseguido descontos formidáveis de fornecedores tão fanáticos pela Fiel que acabou sendo possível comprar, digamos, mármore, em vez de porcelanato.
Teve de tudo, enfim, até chegarmos ao estágio atual, que coincide com este Brasil "emergido", o país que subiu nos índices do IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) e que o pessedebista Luiz Carlos Mendonça de Barros, veja só, define como "um país que passa de uma posição vergonhosa no campo do desenvolvimento social para a companhia de sociedades mais justas e ricas".
O Corinthians é essa renovação na carne. A Fiel dos renegados e humildes, que na época do meu clique não passava de uma Palestina do futebol, sem Libertadores, sem título mundial, sem passaporte e sem teto para chamar de seu, hoje tem tudo isso e mais um palácio de mármore e granito, praticamente um Caesars Palace da bola, um Coliseu estalando de novo. E com leão que dá selinho na boca, está sempre com a macaca (o nome dela é Cuta) e desafia a lógica. Quem mais, além de Emerson Sheik, mora em Tamboré e trabalha em Guarulhos?
O colega Vitor Guedes, corintiano, correspondente da BandNews FM em Itaquera (!) e colunista do jornal "Agora", brinca: "Em casa, fico no banheiro lendo jornal uns dez minutos, mas no estádio do Corinthians, pelo que eu pude ver, ficaria uma hora tranquilamente".
Pois é. Uma coisa é duvidar da Copa do Mundo em Itaquera. Mas quem ousaria imaginar que, de lá para cá, o Timão ganharia a Libertadores e o Mundial e que o Tite se desse ao esnobismo de não admitir a utilização, em coletiva de imprensa, do termo "vergonha" para definir a derrota contra o Luverdense? Emergente é uma coisa. Outra, é novo-rico. Deixar de ser maloqueiro para virar mauricinho disfarçado de mano fabricado no shopping Anália Franco... Vamos com calma!
Não sei se isso acontece com você, meu ilustre leitor, mas certas vezes eu preciso olhar duas vezes para verificar se o sujeito na rua vestindo a camisa do Corinthians não é um cordeirinho são-paulino em pele de gavião.
-
Oito a menos - Ruy Castro
Folha de são paulo
RIO DE JANEIRO - Há um novo formato de disco na praça: o "extended play" --um CD com quatro faixas, em vez das convencionais 12. Não era sem tempo. Até há pouco, quem comprasse um disco por causa de uma música era obrigado a engolir 11 contrapesos, que não lhe davam nenhum prazer e só faziam encarecer o produto. Com a internet, as pessoas ganharam a possibilidade de "baixar" apenas a música que lhes interessava --donde deixaram de comprar discos, e a indústria fonográfica foi para o buraco.
Nesse sentido, o CD "extended play" é uma boa ideia. Atende ao interesse de quem ainda gosta de discos "físicos" e se resume à faixa que interessa ao cliente, com, no máximo, três contrapesos. Aliás, o "extended play" é uma ideia tão boa que até já a tiveram antes --mais exatamente, em 1949, há 64 anos.
Era o que então se chamava de "45", porque rodava em 45 rpm, e não em 33 rpm, como os revolucionários álbuns "long-playing" --os LPs--, também recém-lançados pela Columbia. O "45", um mini-LP com quatro faixas, foi inventado pela RCA Victor para fazer frente ao monopólio da Columbia na rotação de 33. E chamou-se "extended play" porque comportava o dobro de música contida no antigo "single" em 78 rpm, com uma só gravação em cada lado.
O território dos "45" eram as vitrolas automáticas, chamadas "jukebox", onipresentes nos EUA. Daí aquele grande buraco no centro do disco --para comportar a largura do pino de tais máquinas. No Brasil, as "jukeboxes" nunca pegaram e, contornado o problema do monopólio, as gravadoras preferiram lançar os disquinhos em 33 rpm mesmo, chamados de "compactos duplos".
Os novos "extended plays" em CD custarão mais barato --afinal, suas despesas de produção são menores. Mas a maior vantagem é a de que suas oito músicas a menos farão um enorme bem à música brasileira.
Nesse sentido, o CD "extended play" é uma boa ideia. Atende ao interesse de quem ainda gosta de discos "físicos" e se resume à faixa que interessa ao cliente, com, no máximo, três contrapesos. Aliás, o "extended play" é uma ideia tão boa que até já a tiveram antes --mais exatamente, em 1949, há 64 anos.
Era o que então se chamava de "45", porque rodava em 45 rpm, e não em 33 rpm, como os revolucionários álbuns "long-playing" --os LPs--, também recém-lançados pela Columbia. O "45", um mini-LP com quatro faixas, foi inventado pela RCA Victor para fazer frente ao monopólio da Columbia na rotação de 33. E chamou-se "extended play" porque comportava o dobro de música contida no antigo "single" em 78 rpm, com uma só gravação em cada lado.
O território dos "45" eram as vitrolas automáticas, chamadas "jukebox", onipresentes nos EUA. Daí aquele grande buraco no centro do disco --para comportar a largura do pino de tais máquinas. No Brasil, as "jukeboxes" nunca pegaram e, contornado o problema do monopólio, as gravadoras preferiram lançar os disquinhos em 33 rpm mesmo, chamados de "compactos duplos".
Os novos "extended plays" em CD custarão mais barato --afinal, suas despesas de produção são menores. Mas a maior vantagem é a de que suas oito músicas a menos farão um enorme bem à música brasileira.
Monica Bergamo
folha de são paulo
Justiça questiona Oi por vender bens que deveriam ser devolvidos ao governo
A Oi está sendo questionada na Justiça por ter vendido bens que deveriam, em tese, ser devolvidos ao governo depois do fim de seu contrato de concessão para explorar serviços de telefonia, em 2025. A ação é movida pela Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), na 20ª Vara Cível do Rio.
PATRIMÔNIO
Nela são listadas a venda de três prédios por R$ 340 milhões, em 2012, e da GlobeNet, de cabos submarinos, por R$ 1,7 bilhão, em julho.
Nela são listadas a venda de três prédios por R$ 340 milhões, em 2012, e da GlobeNet, de cabos submarinos, por R$ 1,7 bilhão, em julho.
RITO CERTO
A Oi informa que não foi notificada. Afirma que as operações seguiram "rigorosamente o rito regulatório", foram submetidas à Anatel e "só serão efetivadas após anuência do órgão regulador". A empresa diz ainda que nenhum bem reversível à União foi comercializado.
A Oi informa que não foi notificada. Afirma que as operações seguiram "rigorosamente o rito regulatório", foram submetidas à Anatel e "só serão efetivadas após anuência do órgão regulador". A empresa diz ainda que nenhum bem reversível à União foi comercializado.
REPETECO
Advogados de réus do mensalão vão insistir: novos embargos de declaração serão apresentados depois que o STF (Supremo Tribunal Federal) publicar o acórdão negando os que estão sendo analisados nesta semana. Eles citam como exemplo o caso do deputado Natan Donadon, que usou o mesmo instrumento duas vezes para tentar evitar a prisão.
Advogados de réus do mensalão vão insistir: novos embargos de declaração serão apresentados depois que o STF (Supremo Tribunal Federal) publicar o acórdão negando os que estão sendo analisados nesta semana. Eles citam como exemplo o caso do deputado Natan Donadon, que usou o mesmo instrumento duas vezes para tentar evitar a prisão.
CLIMA
E foi grande a decepção, entre advogados, com o voto do novo ministro do STF, Luís Roberto Barroso. "Pilatos perde", chega a dizer um deles. O magistrado diz que discorda de condenações mas não estaria disposto a "revirar" o julgamento.
E foi grande a decepção, entre advogados, com o voto do novo ministro do STF, Luís Roberto Barroso. "Pilatos perde", chega a dizer um deles. O magistrado diz que discorda de condenações mas não estaria disposto a "revirar" o julgamento.
CLIMA 2
Os votos de Barroso e Teori Zavascki esfriaram o clima de otimismo entre defensores e réus. José Dirceu já disse a interlocutores que está perdendo "as esperanças".
Os votos de Barroso e Teori Zavascki esfriaram o clima de otimismo entre defensores e réus. José Dirceu já disse a interlocutores que está perdendo "as esperanças".
FOCO NO MERCADO
O músico Arnaldo Antunes com sua mulher, a artista plástica Marcia Xavier, o banqueiro Olavo Setubal Jr., a socialite Alessandra Campiglia, o editor Pedro Corrêa do Lago e Geyze Diniz, mulher do empresário Abilio Diniz, foram na quarta-feira (21) à abertura da SP-Arte/Foto 2013. O empresário Carlos Jereissati Filho e a diretora da feira, Fernanda Feitosa, recepcionaram os convidados no shopping JK Iguatemi.
O músico Arnaldo Antunes com sua mulher, a artista plástica Marcia Xavier, o banqueiro Olavo Setubal Jr., a socialite Alessandra Campiglia, o editor Pedro Corrêa do Lago e Geyze Diniz, mulher do empresário Abilio Diniz, foram na quarta-feira (21) à abertura da SP-Arte/Foto 2013. O empresário Carlos Jereissati Filho e a diretora da feira, Fernanda Feitosa, recepcionaram os convidados no shopping JK Iguatemi.
Arnaldo Antunes vai a feira de foto
Ver em tamanho maior »
O músico Arnaldo Antunes e a mulher, a artista plástica Marcia Xavier, foram à abertura da SP-Arte/Foto 2013, na quarta (21), no shopping JK Iguatemi
CONSUMO FELIZ
O otimismo voltou ao varejo, depois de uma queda na expectativa de vendas medida em junho pelo IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo), presidido por Flávio Rocha, da Riachuelo. Ao comentar os dados que seriam divulgados ainda nesta semana com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, Rocha ouviu dele que, caso se confirme a retomada, "o Brasil poderá crescer um pouco mais" do que o imaginado até agora. Esteves fez recentemente críticas públicas à política econômica.
O otimismo voltou ao varejo, depois de uma queda na expectativa de vendas medida em junho pelo IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo), presidido por Flávio Rocha, da Riachuelo. Ao comentar os dados que seriam divulgados ainda nesta semana com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, Rocha ouviu dele que, caso se confirme a retomada, "o Brasil poderá crescer um pouco mais" do que o imaginado até agora. Esteves fez recentemente críticas públicas à política econômica.
VERDE DA TV
Um grupo da elite da arquitetura, design e paisagismo terá um programa no canal +Globosat. "Arquitetura Verde" será semanal e dele vão participar profissionais como Marcelo Faisal, Luis Carlos Orsini, Guto Requena e Hugo França. A atração estreia no dia 6 de setembro. A concepção e realização é da mesma produtora do "Reclame", do Multishow.
Um grupo da elite da arquitetura, design e paisagismo terá um programa no canal +Globosat. "Arquitetura Verde" será semanal e dele vão participar profissionais como Marcelo Faisal, Luis Carlos Orsini, Guto Requena e Hugo França. A atração estreia no dia 6 de setembro. A concepção e realização é da mesma produtora do "Reclame", do Multishow.
SUBO NESSE PALCO
Regina Duarte vai estrear nova peça de teatro em outubro, no teatro Vivo, em SP. "Bem-Vindo, Estranho", com texto inédito da dramaturga britânica Angela Clerkin, terá direção de Murilo Pasta, cineasta brasileiro que mora há 20 anos na Inglaterra. O espetáculo, que faz parte do projeto Vivo EnCena, também terá no elenco os atores Kiko Bertholini e Mariana Loureiro.
Regina Duarte vai estrear nova peça de teatro em outubro, no teatro Vivo, em SP. "Bem-Vindo, Estranho", com texto inédito da dramaturga britânica Angela Clerkin, terá direção de Murilo Pasta, cineasta brasileiro que mora há 20 anos na Inglaterra. O espetáculo, que faz parte do projeto Vivo EnCena, também terá no elenco os atores Kiko Bertholini e Mariana Loureiro.
leia mais aqui
Assinar:
Postagens (Atom)