quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Tv Paga


Estado de Minas: 19/12/2013 


 (Trícia Vieira/Divulgação )

Competição culinária


É hoje a final do programa Cozinheiros em ação, às 20h30, no GNT. Ivan Achcar, Renata Vanzetto, Olivier Anquier e Monica Rangel (foto) vão decidir quem levará o título de campeão, depois de passar por provas temáticas que têm a cozinha caseira como base. Neste episódio, será servido um jantar preparado pelos finalistas Maísa e Alessandro para suas próprias famílias. Ah, o vencedor ganha ainda R$ 10 mil, eletrodomésticos para montar uma cozinha completa e produtos de limpeza.

Brasil está no grupo que
explora o espaço sideral


Odisseia tupiniquim é destaque hoje, às 14h35, no canal Futura. Além da União Europeia, apenas sete países desenvolvem um programa espacial completo. Isso quer dizer que pouquíssimas nações se arriscam a fabricar foguetes e satélites e a tentar colocá-los em órbita a partir de bases de lançamento próprias. Em 2013, os investimentos do governo brasileiro nessa área foram de R$ 300 milhões – muito pouco perto dos R$ 40 bilhões gastos pelos Estados Unidos com a Nasa –, mas o Brasil pertence ao seleto clube de países que exploram o espaço sideral.

Futura mostra também
debate sobre educação


Ainda no Futura, o assinante poderá acompanhar o debate realizado no 1º Seminário Nacional de Educação: Mitos e Fatos, promovido em São Paulo no início deste mês. O encontro reuniu especialistas da área para discutir temas como o valor que o brasileiro dá ao conhecimento, a remuneração de professores, a qualidade do ensino, o perfil dos alunos de escola pública e a capacidade de algumas crianças em aprender. No ar às 22h.

Documentário resgata
a rota do gado no Ceará


A rota do gado na região de Morada Nova, no Ceará, é o tema de hoje da série Coleções, às 21h30, no SescTV. A produção resgata o que teria sido no século 17 a rota do gado, que deu origem às rodovias da região, e a importância da figura do vaqueiro nesse período, bem como da exportação de carne na ascensão econômica do Nordeste.

Preservacionista tenta
salvar os tigres chineses


No +Globosat, às 20h, estreia Última chance para os tigres. O documentário acompanha a luta em defesa do tigre chinês, um dos animais mais raros do mundo. A chinesa Li Quon desistiu de uma carreira na moda para salvar os lendários tigres. Com o apoio de cientistas, Li reintroduz na natureza os animais criados em cativeiros.

Quem curte cinema tem
alternativas de montão


A Cultura exibe hoje, às 22h, um documentário sobre o cineasta Roberto Rossellini. No mesmo horário, o assinante tem mais seis boas opções no pacotão de filmes: Ainda orangotangos, no Canal Brasil; Argo, na HBO HD; Rock of ages – O filme, na HBO 2; Fogo contra fogo, no Telecine Pipoca; O resgate, no Telecine Premium; e A maldição da libélula, na MGM. E mais: Zohan – O agente bom de corte, às 19h55, no Universal; Como perder um homem em 10 dias, às 21h, no Comedy Central; O bem amado, às 21h15, no Viva; G. I. Joe – A origem de Cobra, às 22h30, no FX; Super 8, também às 22h30, na Fox; e Caça às bruxas, às 22h35, no Megapix

Marina Colasanti-O que sabem de nós?‏


O que sabem de nós? 
 
Marina Colasanti - marinacolasanti.s@gmail.com
Estado de Minas: 19/12/2013 




Engarrafamento na estrada, uma obra qualquer pela frente ou um acidente. Carro parado, olho para fora, observo. E meu olhar se concentra numa fila de formigas.

Avançam na beira da estrada, entre mato e asfalto, aproveitando a proteção de um e a lisa superfície do outro. A fila compacta e organizada é dupla. Há as que caminham já levando uma carga e as que vêm em sentido contrário, sem nada. Imagino que estejam indo buscar seu lote de serviço, mas podem ser vigias ou soldados protetores. Pouco sei da vida das formigas.

O que elas sabem de nós? Ali estamos, igualmente em fila dupla, uma que vai e uma que vem. E também, a nosso modo, vamos carregados e em busca de comida. Nós também, embora parados, estamos trabalhando. E o trabalho ocupa a quase totalidade do nosso cotidiano. As formigas, pelo menos, não têm que enfrentar engarrafamentos.

Fizeram com um graveto uma mínima ponte para atravessar aquilo que para elas deve ser um rio caudaloso, filetinho de água que mal vejo. Não estudaram engenharia, não viram o filme A ponte do Rio Kwai, em que prisioneiros ingleses subnutridos constroem uma ponte estratégica em apenas dois meses (a empresa inglesa que a construiu para o filme levou oito), mas arrastaram o graveto e passam firmes por ele. Ganham a engenharia de graça, no DNA, como comprova a excelência dos formigueiros, mas é provável que nem saibam disso.

Na fila dos carros parados, certamente, sou a única que se deleita observando formigas, tão próxima delas como se estivesse deitada ao seu lado. Nem quero que o trânsito ande. Haverá naquela fila de trabalhadoras uma que levanta o olhar, sob a carga tão grande, e olha para a nossa fila como olho para a dela? Como nos veem as formigas? Um carro é para elas uma máquina ou uma montanha que se move? Reparam, agora, que aquelas montanhas metálicas que sempre passam em movimento estão paradas? Estão atentas ao barulho dos motores? O cheiro lhes chega? Ou caminham tão tomadas pela sua tarefa e pela obediência à fila que não podem gastar conosco sua atenção?

Olho as formigas e me surpreendo com tantas convivências mal traçadas. Intimidade zero entre os humanos e as criaturas tantas que povoam nosso mesmo espaço. Como habitantes de um enorme edifício, entramos e saímos do elevador da vida sem cumprimentar nossos coinquilinos, mais que vizinhos. E sem considerar a semelhança. Cada um na sua, é assim que a carruagem anda.

E, no entanto, vivemos tão próximos. Não há quintal, vaso de planta, azulejo de cozinha, onde, em algum momento, não transitem formigas. No 16º andar, onde vivo, são moradoras ocultas e constantes. Eu as deixo estar, mas por vezes acabo passando um pano úmido por cima delas e elimino uma fila inteira num só gesto, genocida justificada pela higiene.

A bem dizer, só as incorporamos como símbolo. Quantos contos, quanta presença em canções e poemas! E nem aí lhes fazemos justiça. Ao tomá-las como símbolo do trabalho, as despimos de qualquer encanto. No nosso fabulário a formiga só aparece como uma semiescrava moralista, pronta à repressão, antipática, e que não canta.

Move-se afinal a fila dos carros. Adiante saberei que um caminhão havia capotado, verei a carga de alimentos espalhada. Que farra para as formigas! 

Eduardo Almeida Reis-Banhos II‏


Banhos II 
 
Olfação, o ato de cheirar, o exercício do sentido do olfato, a osfresia, é importantíssima no relacionamento amoroso
 
 

Estado de Minas: 19/12/2013 Eduardo Almeida Reis




Na edição de ontem falei dos banhos relativamente recentes na história humana. Ainda hoje há europeus não muito amigos do limpamento diário. Escrevo no primeiro dia de clima decente numa primavera siberiana, depois de tomar um banho que me permitiu, depois de secado, continuar nu no banheiro. Até então, depois de seco o philosopho vestia, às pressas, camiseta, camisa, cueca, calça – antes de alimpar as orelhas e pentear a linda juba. O verbo secar tem seco e secado no particípio. Usei secado para evitar o seco-com, relacionado com outra coisa que se faz no banheiro.

No Pantanal, já passei cinco dias sem banheiro, mas resolvi o problema do banho com uma bacia e uma caneca. Aqui, no Norte de Minas, passei dois dias hospedado numa casa sem água encanada. Havia um saco de lona, com chuveiro plástico na parte de baixo, que comportava 18 litros de água calcária retirada de córrego próximo. Ninguém é obrigado a acreditar, mas havia no córrego peixes tão grandes que tinham dificuldade para “manobrar” na água transparente.

O fato de Napoleão não gostar que sua Josefina se lavasse antes de ir ao leito é explicado pela sexologia. Se não é, deveria sê-lo. Olfação, o ato de cheirar, o exercício do sentido do olfato, a osfresia, é importantíssima no relacionamento amoroso. Anote aí, caro e preclaro leitor: osfresia, radical do grego órphrésis,eós “olfato, órgãos da olfação” + -ia. Depois dos 25, se o cheiro não atrai, babau; tchau e bênção “procê”. Falei depois dos 25 e já me arrependo: há heróis que passam dos 70 operacionais, mas sofrem de anosmia, diminuição ou perda absoluta do olfato, que pode ocorrer por lesão do nervo olfativo, obstrução das cavidades nasais, reflexo de outras doenças ou ainda sem qualquer lesão aparente.

Ainda a propósito das dimensões penianas de Montaigne e Napoleão, que ontem vieram à baila, não seria inoportuno citar a frase da ministra da Cultura, neta do barão Smith de Vasconcellos, Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy (São Paulo, 18/3/1945), quando sexóloga da Globo: “Não importa o tamanho da varinha e sim o que ela é capaz de fazer”. Compete ao leitor a tarefa de investigar se a quase setentona petista disse mesmo a tal frase, pois me recuso a ler e ouvir os pensamentos da referida senhora, bem como os de seu ex-marido.

Horários

Apesar do número expressivo de pedófilos que reúne em seus quadros, a BBC faz filmes interessantíssimos. Um deles deve ter sido sobre Robert Louis Stevenson (1850–1894), escocês de uma família construtora de faróis marítimos, gente que fez mais de 400 e todos estão de pé até hoje. Tuberculoso desde rapaz, chegou a estudar engenharia para seguir a profissão da família, casou-se com uma norte-americana divorciada e 10 anos mais velha, escreveu, entre outros, A ilha do tesouro e O médico e o monstro, teve um filho e morreu de AVC aos 44 anos. Produzido pela BBC, o filme sobre Stevenson deve ser um espetáculo, mas foi ao ar pela TV Cultura, às 10h da noite. Por que veicular bons programas tão tarde e passar os dias transmitido desenhos infantis? Crianças não fazem compras; portanto, não se deixam influenciar pelos comerciais. Seria muito mais lógico transmitir bons programas durante o dia em horários exaustivamente anunciados, de tal forma que fossem assistidos pelos adultos que fazem compras e são influenciados pelos comerciais.

O mundo é uma bola

19 de dezembro de 1154: Henrique II de Inglaterra é coroado na Abadia de Westminster. Como sabemos todos os que visitamos a Wikipédia, o rapaz também foi conhecido como Henrique Courtmantle (em francês Court-manteau), Henrique FitzEmpress ou Henrique Plantageneta. Governou como conde de Anjou, do Maine, duque da Normandia, da Aquitânia, conde de Nantes, rei da Inglaterra (1154–1189) e lorde da Irlanda. Por diversas vezes controlou o País de Gales, a Escócia e o ducado da Bretanha, sem automóvel, avião, telefone e internet. Foi casado com Leonor de Aquitânia e achou tempo, entre gritos e piolhos muitos, de produzir 10 filhos. Em 1189, Paulo Scolari é eleito papa Clemente III. Paulo foi precedido por Gregório VIII, assim como Luiz Felipe, seu ilustre parente, foi precedido por Mano Menezes.

Em 1490, Ana, duquesa da Bretanha, se casa com Maximiliano I, sacro imperador romano-germano, viúvo, mas o casamento foi anulado em 1491. Como sabe o leitor, Maximiliano I de Habsburgo (1459–1519) foi sacro imperador romano de 1508 (de facto, a partir de 1493) até morrer, em 1519. Portanto, quando se casou com a duquesa da Bretanha ainda não era sacro imperador. Era filho do imperador Frederico III e da imperatriz Leonor de Portugal, em verdade Lyanor ou Lianor, filha de Leonor da Aragão e do rei Duarte, de Portugal. Quando eleito imperador do sacro império, Maximiliano se tornou o mais poderoso dos príncipes alemães desde Frederico II. Em 1865, Araxá (MG) é elevada à categoria de cidade. Em 1961 é fundada a cidade de Arara (PB), que o Japi e o Nêumanne não devem conhecer, motivo pelo qual informo aos excelentes patrícios que a cidade fica na microrregião do Curimataú Ocidental. Hoje é o Dia do Orgulho Ateu, que dispensamos porque nos basta o ateísmo honesto.

Ruminanças


“Só os profetas enxergam o óbvio.” (Nelson Rodrigues, 1912–1980)

COLUNA DO JAECI » Vexame histórico

"Pena para os 10 mil torcedores que cruzaram o Atlântico na esperança de ver coisa melhor. Alguns vão passar o ano de 2014 pagando a passagem"
 

Jaeci Carvalho
Estado de MInas: 19/12/2013 


O Atlético acreditava. O Raja Casablanca tinha certeza. Por isso mesmo o Galo deu o maior vexame de sua história ao perder para a equipe marroquina por 3 a 1 e não conseguir chegar à tão sonhada final do Mundial, para enfrentar o Bayern de Munique. O time de Cuca foi mal escalado, não jogou absolutamente nada e desta vez não contou com a sorte que teve na fase de mata-matas da Libertadores.

Escrevi aqui outro dia que para ter sorte é preciso ser competente. E o Atlético foi um protótipo de time, abaixo da crítica. O Raja se portou como grande e deixou os brasileiros com água na boca. Pena para os 10 mil torcedores que cruzaram o Atlântico na esperança de ver coisa melhor. Alguns vão passar 2014 pagando a passagem por ter ido ver o vexame histórico. Uma vergonha para uma equipe que pensou no Bayern o tempo todo e esqueceu a semifinal. Como diz um amigo: “O atleticano foi ao circo e não conseguiu ver o palhaço”. Quem terá o privilégio é o Raja, que vai disputar a final no sábado. Vergonha histórica. Não há outra expressão.

Na terça-feira, o Bayern, melhor time do mundo, confirmou sua supremacia ao derrotar o Guangzhou por 3 a 0 sem o menor esforço. Numa espécie de treino de luxo, pôs um time misto em campo e não tomou conhecimento dos chineses. O técnico Pep Guardiola deu um descanso a alguns de seus principais jogadores, que atuaram sábado pelo Campeonato Alemão, derrotando o Hamburgo por 3 a 1. O francês Ribéry, maior estrela da equipe, pediu para jogar e atuou 70 minutos, mostrando toda a sua qualidade. Ele está na lista dos três maiores jogadores do mundo, concorrendo com Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, embora eu acredite que o português vá levar essa de barbada. Vi o zagueiro brasileiro Dante no banco sorrindo a cada gol do Bayern, como se estivesse debochando da fragilidade do adversário. Nem Conca, considerado a salvação para o Fluminense – por enquanto mantido na elite por meio do tapetão –, conseguiu fazer algo diante dos alemães.

Não há como negar o favoritismo do Bayern para levantar a taça, mas o Raja já está no lucro, com campanha histórica. Para azar dele, Guardiola não gosta de perder nem par ou ímpar e, dessa forma, foi ao Marrocos para faturar mais uma taça. Ele promete força máxima antes de voltar para as festas de fim de ano com mais uma conquista na bagagem. Conheci Guardiola quando visitei Barcelona. Estava com o presidente do Barça, Sandro Rosell, velho amigo que viajou o mundo comigo quando era diretor da Nike. O técnico, extremamente profissional, conhece de bola como poucos e é vencedor nato. Se o Bayern já era espetacular com o antecessor, Jupp Heynckes, ficou mais poderoso ainda, com toque refinado e posse de bola por mais de 70 minutos a cada partida. O treinador adota o mesmo esquema da escola do ex-clube.

O futebol é o único esporte coletivo em que o mais fraco pode vencer o mais forte, porém há casos em que isso se torna quase impossível. Ao contrário de Henry Ford, que disse que “se tivesse um único dólar, apostaria em propaganda”, se eu tivesse esse dólar, jogaria no Bayern, contra qualquer adversário no planeta. O time me encanta, joga bonito e me faz lembrar os velhos e bons tempos do futebol brasileiro. Aliás, Guardiola não se cansa de dizer que sempre ouviu o pai e o avô afirmarem que o Brasil tinha o melhor e mais ofensivo futebol do mundo. Pelo jeito, o catalão resolveu nos copiar, enquanto os péssimos técnicos daqui resolveram copiar o que há de pior na Europa. Os caminhos inversos consagram o catalão e ridicularizam os treinadores daqui.

Não me venham dizer que o fato de Cuca já ter acertado com um clube chinês atrapalhou os planos do Galo. Nada disso. O time jogou mal, não teve um jogador sequer se destacando e mostrou sua fragilidade. Preparou-se seis meses para jogar dessa maneira vergonhosa. Não há desculpa. O Atlético decepcionou sua fanática torcida, causando a ela o maior vexame. Vencer o Bayern seria dificílimo, mas chegar à final era obrigação. Como falei tantas vezes, antes de chegar à decisão era preciso passar pela semifinal, mas a equipe subestimou o Raja e deu nisto: vergonha.

O mais valioso
Um levantamento da Pluri Consultoria mostra que o Cruzeiro é o clube mais valioso do país, com a marca de R$ 211 milhões para seu grupo de jogadores. Isso mostra o que todos sabemos: a competência do presidente Gilvan de Pinho Tavares, sério, honesto, transparente, que aprendeu com os erros do primeiro ano de gestão, não aumentou a dívida celeste e formou o timaço campeão brasileiro, com grandes chances de levantar todas as taças que disputar na próxima temporada. A China Azul agradece. E quando digo China Azul, não é nenhuma torcida específica, e sim os milhões de cruzeirenses pelo planeta bola.

Desafios para 2014-Olavo Machado‏


Desafios para 2014 
 
Precisamos agir para termos inflação controlada, juros e spreads bancários civilizados, câmbio estável e maior equilíbrio fiscal

Olavo Machado
Presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Sistema Fiemg)
Estado de Minas: 19/12/2013 


O ano de 2014 será bom ou ruim? Embora todos busquem resposta a essa pergunta, a questão é outra e é importante que estejamos atentos. Na verdade, 2014 será o ano que formos – a sociedade brasileira – capazes de construir. É certo que ainda vivemos um momento difícil da crise econômica e financeira mundial, com efeitos graves sobre a economia brasileira e mineira, mas não devemos nos subordinar ao fatalismo negativo que nada constrói. Com ações responsáveis e coerentes é possível mudar essa realidade.

No plano global, os números mostram que a economia mundial não fecha 2013 tão mal: embora o crescimento seja menor que o registrado em 2012, vislumbra-se um cenário de recuperação para o próximo ano, puxado pela China, Estados Unidos e até a Europa, com crescimento estimado de 3,6% – contra 3,1% no ano passado e 2,9% este ano. São, todas elas, economias que fizeram seu dever de casa, trabalharam para assegurar o equilíbrio de suas finanças públicas, estimularam o consumo, priorizaram os investimentos e trabalharam pela melhoria das relações de confiança no ambiente de negócios e entre os diversos segmentos da sociedade e os seus respectivos governos. Sem falar da segurança jurídica que se encontra nos Estados Unidos e Europa.

No Brasil, podemos e devemos seguir esse mesmo caminho. Para isso, a curto prazo, precisamos agir para termos uma economia com inflação controlada, com menores taxas de juros e spreads bancários civilizados, câmbio estável e maior equilíbrio fiscal. No setor de obras de infraestrutura de apoio ao setor produtivo, é fundamental e urgente o avanço do Programa de Investimento em Logística (PIL), que inclui concessões de obras estratégicas em todo o país, inclusive em Minas Gerais, estado que é considerado um dos mais estratégicos entroncamentos logísticos do país.

Atuando com essa disposição, certamente seremos capazes de construir um ambiente de negócios que contribua para acelerar o crescimento da economia e a melhoria dos níveis de competitividade da indústria nacional. Na visão do empresariado, é imperativo o rigor na gestão do orçamento público, priorizando os investimentos. No campo da política econômica, é crucial atuar para realizar as reformas estruturais para eliminar deficiências que tanto impactam negativamente a competitividade da economia nacional, sobretudo da indústria – tributária, previdência e relações trabalhistas. Fazê-las é fundamental para reduzir o chamado custo Brasil e assegurar condições de isonomia às empresas nacionais na concorrência nos grandes mercados mundiais e no mercado interno, que está sendo invadido por produtos importados de alta intensidade tecnológica e elevado valor agregado.

É possível, sim, e só depende de nós – de todos os segmentos da sociedade, dos empresários, dos trabalhadores e muito especialmente o governo – Executivo, Legislativo e Judiciário – e também do Ministério Público. Juntos num grande pacto, podemos construir o país que todos almejamos. Devemos aproveitar também o fato de que 2014 será um ano eleitoral para avaliar corretamente e escolher candidatos comprometidos com o país e com uma agenda que priorize mais investimentos em infraestrutura, melhor educação e saúde, reforma tributária, maior estabilidade jurídica e regulatória. Essa é, com certeza, uma agenda imprescindível para acelerar o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Não há meio termo: agimos agora ou ficamos calados pelos próximos quatro anos.

Nessa trajetória, há questões fundamentais que precisam ser bem resolvidas para que, em vez de criar problemas futuros, gerem soluções. Um exemplo importante é o julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do financiamento de campanhas eleitorais pelas empresas, como tem ocorrido até hoje, dentro da lei e com prestação de contas à Justiça Eleitoral. Como tudo indica que isso será proibido e considerando que a pressão política é muito intensa e forte, é preciso indicar as formas de financiamento possíveis, com transparência e critérios claros. O empresário não pode ficar refém de situações mal resolvidas e, menos ainda, ser apontado como o vilão desse processo.

Enfim, pelo mundo afora os países desenvolvidos e emergentes estão buscando e encontrando portas de saída para a crise e o baixo crescimento, mostrando que é possível. Esse também deve ser o nosso compromisso. O ano de 2014 será como formos capazes de construí-lo. Está em nossas mãos.