terça-feira, 22 de outubro de 2013

Tv Paga

Estado de Minas: 22/10/2013 



 (TLC/Divulgação)


Maratona culinária

O canal Home & Health criou um bloco especial que batizou Terças à mesa, e a estreia será hoje à noite. Começa às 19h com Fome de quê?, com a chef Neka Menna Barreto (foto) preparando um prato de acordo com os gostos e estilo de vida do convidado – entre eles MV Bill, Martha Medeiros e Mallu Magalhães. Já às 19h30 estreia a quinta temporada de Segredos de uma chef, com Anne Burrell. O chef Buddy Valastro vem a seguir com Cake boss, às 20h, e ainda retorna mais tarde, às 22h, com Batalha de confeiteiros. Entre um e outro, às 21h, o canal exibe Junior master chef, uma disputa gastronômica entre crianças de 8 a 12 anos. Para fechar, Guerra dos cupcakes, às 23h..

Já o canal Bio prefere
os casos de fantasmas

No canal Bio, as terças-feiras são de suspense e terror. Às 22h vai ao ar episódio inédito de Minha história de fantasma, com um casal que acreditava ter achado a casa dos sonhos e vê tudo se transformar em pesadelo quando o marido é atacado por um demônio. Às 23h estreia a série Casas possuídas, que vai na mesma balada, com uma mulher atormentada pelas visões de sua própria morte de forma terrível.

Nalu pelo mundo vai
se fixar na Indonésia

Finalmente Isabelle começou a estudar. Com isso, os papais Pato e Fabi resolveram fixar residência,  mas sabe onde? Na Indonésia. Pois é lá que vai se desenrolar a nova temporada de Nalu pelo mundo, que estreia hoje, às 21h30, no Multishow. Nas folgas de Belinha na escola, a família corre para a praia, e picos de arrepiar não faltam naquela região, de Java a Sumatra, Lombok e Sumbawa.

Underbelly emplaca a
sua quinta temporada

Novidade também no canal +Globosat, com a estreia da quinta temporada de Underbelly, às 22h. Cada temporada apresenta uma história diferente, todas baseadas em crimes reais que aconteceram na Austrália em diferentes épocas. A nova fase, batizada Underbelly: badness, vai narrar eventos ocorridos entre 2001 e 2012, começando com um sujeito de aparência comum e cerca de 30 anos que se livra do corpo esquartejado de um homem, em sacos de lixo que jogou em um rio. O detetive Gary Jubelin assume o caso e não vai dar trégua ao criminoso.

Série Law & order: SVU
abre hoje o seu 15º ano

Outra série que emplaca nova temporada é Law & order: SVU. Hoje, às 23h, o Universal Channel estreia o 15º ano da franquia, que passa a contar em seu elenco com Raúl Esparza, além da participação especial de Cybill Shepherd e Jeffrey Tambor. A trama recomeça com a revelação do que acontecerá com a detetive Olivia (Mariska Hargitay) depois de o criminoso William Lewis (Pablo Schreiber) invadir sua casa armado.

Canal Brasil estreia o
filme Dores de amores

Para tentar salvar seu casamento em crise, uma mulher faz um pedido inusitado ao marido: sob o pretexto de tentar algo novo, ela propõe que eles usem um brinquedinho erótico. Essa é a trama de Dores de amores, drama estrelado por Fabíula Nascimento, Milhem Cortaz, Ricardo Pereira e Walderez de Barros, que estreia às 22h, no Canal Brasil. No mesmo horário, o assinante tem quatro boas opções: Click, no Sony Spin; Conspiração Xangai, no Telecine Pipoca; Os esquecidos, na HBO 2; e Te amarei até te matar, no Comedy Central. Outras atrações da programação: Voo noturno, às 20h30, no Universal Channel; Minhas adoráveis ex-namoradas, às 21h, na Warner; e Desenrola, às 22h30, no Megapix.  

Maria Esther Maciel - A tradutora cega e o cão poliglota‏


Estado de Minas: 22/10/2013 





Não resisto à tentação de comentar um interessante episódio ocorrido no meu último dia em Frankfurt, quando fui – com a crítica literária Flora Süssekind – à Universidade de Goethe para uma discussão sobre literatura brasileira contemporânea. Chegar ao local do evento já foi uma aventura e tanto. Mas nada comparável ao que se passou depois.

Tão logo achamos o lugar, fomos recebidas por uma das organizadoras, que falava espanhol. Pediu que a acompanhássemos, pois queria nos apresentar à pessoa que faria a tradução simultânea de nossas falas para o alemão. Fomos, assim, ao auditório do evento, onde se encontrava uma mulher alta e loura, acompanhada de um cão labrador preto. Logo vi que ela era cega. O cachorro era seu guia. Com gentileza e certa reserva, ela disse que também acabara de chegar, pois vivia numa outra cidade (não me lembro do nome agora) e tinha ido a Frankfurt especialmente para fazer a tradução de nossas palestras. Falando um português correto, com um sotaque bastante peculiar, contou-nos um pouco sobre sua relação afetiva com o Brasil e a nossa língua. Disse que, por enquanto, só trabalhava com traduções orais, mas que seu objetivo era tornar-se uma tradutora também de livros.

O cão, segundo ela, se chamava Vuelvo. “Vuelvo Carvalho”, acrescentou, dizendo que o nome completo estava escrito na coleira. Disse ainda que o amigo compreendia – além do alemão, é claro – o português, o inglês e o espanhol. Foi a primeira vez que conheci um cachorro poliglota. Perguntei, em tom de brincadeira, em que língua ele latia, e ela respondeu, rindo: “Ele late em alemão, mas às vezes se arrisca nas outras línguas”. Afável e com um jeito maroto, o cão parecia, de fato, compreender tudo o que se falava ao seu entorno, independentemente do idioma. Às vezes, a tradutora se comunicava com ele através de gestos com as mãos. Será que Vuelvo entendia também a linguagem dos sinais? É provável que sim. Mas não perguntei. O fato é que essa situação toda me comoveu. O cão poliglota e a tradutora cega tornaram aquela tarde inesquecível.

De volta ao Brasil, pus-me a pensar no que escrever para a coluna desta semana, pois não queria repetir o tema da anterior. Depois de me inteirar das notícias sobre o país, achei que seria uma boa ideia celebrar o centenário de Vinicius de Moraes, poeta que sempre prezei. Mas a história dos cães beagles usados como cobaias por uma empresa brasileira me desviou desse intento. Afinal, sou contra experiências com animais em laboratórios e sempre procuro usar produtos de empresas que não adotam tais recursos. Já estava decidida a abordar o tema, quando me lembrei mais uma vez do impressionante cão da tradutora alemã. Um cachorro que se dedica a acompanhar e guiar uma cega com tanta devoção, sendo capaz também de entender (latir?) várias línguas, só mostra o quanto os cães têm um poder de compreensão da vida e das coisas do mundo. Merecem nosso respeito e admiração.

Assim, movida por essa lembrança recente de Frankfurt, concluí que destacar a amizade recíproca entre o cão-guia e a mulher cega seria uma forma indireta de protestar contra a história dos cães cobaias aprisionados num laboratório da cidade de São Roque. O contraste entre as duas situações não deixa de dizer muito também sobre nós, humanos.

FIM DA CALVÍCIE? » Cabelo volta a crescer em laboratório nos EUA‏

FIM DA CALVÍCIE? » Cabelo volta a crescer em laboratório nos EUA


Estado de Minas: 22/10/2013 


Teste feito em 2011, na Califórnia, obteve pelos em ratos em quatro semanas (fila C) (Ucla/Reuters %u2013 17/2/11)
Teste feito em 2011, na Califórnia, obteve pelos em ratos em quatro semanas (fila C)

Washington – Depois de muitos insucessos, cientistas conseguiram fazer o cabelo voltar a crescer cultivando em laboratório células humanas da derme papilar, trazendo novas esperanças para o tratamento da calvície, segundo um estudo publicado ontem. Durante cerca de 40 anos, cientistas tentaram sem sucesso clonar folículos pilosos, a “fábrica” dos cabelos, usando células da derme papilar.
E os tratamentos conseguiam, até agora, retardar a perda de cabelos, mas não estimulavam o crescimento de novos fios. Nessa nova pesquisa, as células humanas, depois de cultivadas, foram reimplantadas na pele de camundongos, permitindo a produção de folículos pilosos.


“O método permite desenvolver um grande número de folículos ou regenerar os folículos existentes, usando células da derme papilar provenientes de uma centena de doadores de cabelos”, disse Angela Christianio, professora de dermatologia da Universidade de Columbia, em Nova York, principal coautora do estudo, publicado nas Atas da Academia Americana de Ciências (Pnas). “A técnica poderia tornar o implante capilar acessível às pessoas com um pequeno número de folículos, tanto homens quanto mulheres, ou em indivíduos que sofreram queimaduras”, acrescentou.


Para a pesquisa, as células papilares provenientes de sete pessoas foram cultivadas em laboratório, onde tiveram sua agregação induzida de forma a criar as condições necessárias para o crescimento dos cabelos, explicou Claire Higgins, da Universidade de Columbia, outra autora do trabalho. Depois de alguns dias, as células papilares inseridas entre a derme e a epiderme de um fragmento de pele humana foram inseridas nas costas dos camundongos. Em cinco dos sete testes, o enxerto produziu cabelos novos durante pelo menos seis semanas. Exame de DNA mostrou que os novos folículos pilosos eram humanos e geneticamente similares aos dos doadores das células papilares. Segundo os autores do estudo, no entanto, é necessário fazer mais trabalhos antes que a técnica possa ser testada em humanos. Eles precisam determinar as origens das propriedades intrínsecas dos novos cabelos, como cor, ângulo de crescimento, localização na cabeça e textura. 


De tempos em tempos cientistas anunciam pesquisas que sinalizam uma forma de vencer a calvície. Os dois últimos anúncios ocorreram no ano passado e em 2011. O mais recente foi feito na Universidade de Ciência de Tokyo, e conduzido pelo professor Takashi Tsuji, que trabalhou com o implante de folículos criados a partir de células-tronco. O estudo de 2011 foi da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (Ucla), em que cientistas deram injeções de um composto chamado astressin-B, por cinco dias, em ratos geneticamente modificados para ter calvície.

Bafômetro mais eficiente e barato‏

Equipamento pode ser reutilizado um minuto depois de outro teste. Segredo está em uma pedra artificial que muda de cor ao entrar em contato com vapor de etanol


Roberta Machado

Estado de Minas: 22/10/2013 




Blitz em BH: no país, utilizam-se os modelos portáteis mais precisos que existem no mercado (Marcos Vieira/em/D.A Press/12/7/13)
Blitz em BH: no país, utilizam-se os modelos portáteis mais precisos que existem no mercado

Brasília – A cena é conhecida e cada vez mais comum em tempos de fiscalização acirrada: parado por um policial, o motorista apresenta sinais de desequilíbrio, olhos mareados e hálito forte. Os sintomas são claros, e (talvez com um pouco de resistência) o cidadão embriagado é retirado do volante e autuado pelo crime. Em outras situações, no entanto, os culpados nem sempre apresentam o comportamento esperado de quem consumiu bebida alcoólica antes de assumir o posto de condutor. Nesses casos, somente a tecnologia pode contestar a velha história de que uma só taça de vinho foi consumida muitas horas antes e encontrar a concentração de álcool que muitas vezes é o estopim de um acidente fatal.

É aí que entra em ação o etilômetro, ou bafômetro, como é conhecido o aparelho que mede a quantidade de álcool no sangue de uma pessoa. O instrumento passou por muitas adaptações desde que foi inventado, na década de 1960 (veja Saiba mais) e continua ganhando novas versões. Pesquisadores italianos acabam de divulgar o ambicioso projeto de desenvolver um dispositivo de baixo custo que acuse a existência de álcool por meio do hálito de uma pessoa sem depender de reagentes ou cargas elétricas. Em vez de luzes ou mostradores, o protótipo conta com uma pedra artificial que muda de cor na presença de gás de etanol.

O trabalho, descrito na edição deste mês da publicação especializada Optical Materials Express, revela que o segredo do equipamento está em uma opala artificial. O cristal fotônico tem apenas 10mm de lado e a mesma espessura de uma bolha de sabão. O material é formado por várias nanoesferas de poliestireno, usado para a fabricação de isopor. Essas minúsculas esferas ficam em uma solução de hidrogel, que muda de volume quando exposta ao vapor de álcool.

Quando um sopro carregado de bebida alcoólica passa pela gema, uma reação muda a cor dela de verde para vermelho. “O hidrogel sensível ao etanol dilata quando exposto ao vapor de etanol, aumentando a distância relativa entre as nanoesferas de poliestireno na estrutura intermitente da opala. Assim, ela reage de forma diferente à luz incidente”, explica Riccardo Pernice, da Università degli Studi di Palermo, na Itália. O projeto parece complexo, mas o pesquisador ressalta que a fabricação do etilômetro teria custo estimado de apenas alguns euros por unidade.

Os autores do trabalho acreditam que a resposta “imediata e intuitiva” pode ser bastante útil em ações dinâmicas como a fiscalização de trânsito. Outros modelos de etilômetro que mudam de cor são descartáveis e pecam por imprecisão, enquanto o protótipo italiano pode ser reutilizado milhares de vezes. Basta aguardar um minuto para que o cristal recupere sua cor original verde, – os aparelhos usados no Brasil têm um intervalo recomendado de 15 minutos entre os testes. O etilômetro italiano também é feito de materiais não tóxicos e não reage à acetona, um problema dos antigos modelos de medidores de álcool – quando pessoas com diabetes (que podem produzir a substância em excesso) eram submetidos ao teste, a substância química resultava em falsos positivos.

Uma curiosa vantagem da pedra artificial é que ela se mostrou eficiente para detectar altas concentrações de álcool. “Nosso material é apropriado para aplicações em que é necessário o sensoriamento de altos valores de etanol, nos quais outros sensores iriam saturar”, aponta Pernice. “Ainda não exploramos baixas concentrações, mas descobrimos que concentrações maiores de vapor de etanol são muito lineares, e isso pode ser estendido”, complementa o italiano.
Nos próximos meses, o grupo vai testar a opala variável sob concentrações menores de etanol, até o menor limite possível. No Brasil, a lei estabelece uma tolerância de 0,05mg/l, a mesma margem de segurança estipulada pelo Inmetro para etilômetros. Os pesquisadores italianos devem incrementar o projeto com um mostrador digital, que vai complementar o sinal colorido. Por enquanto, o protótipo demora alguns minutos para apresentar os resultados, mas os autores do trabalho têm planos para adaptar o projeto e obter respostas instantâneas.

Reação elétrica A medição de álcool que dispensa testes de sangue é uma tecnologia relativamente recente e ainda flutua entre vários modelos que usam métodos distintos para indicar a quantidade de etanol presente no hálito de uma pessoa. Os mais precisos são os espectroscópios e cromatógrafos, equipamentos grandes demais para serem levados em uma operação policial. Os modelos mais usados no Brasil são os de célula de combustível, os aparelhos portáteis de resultado mais confiável que existem.
Esses bafômetros usam um catalisador para gerar uma reação química que libera as cargas negativas presentes no etanol. “Eles têm eletrodos que vão medir a quantidade de íons liberados pelos elétrons. Quanto mais etanol houver, mais elétrons serão liberados”, explica Sílvia de Oliveira Santos, professora de toxicologia na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas. A informação é interpretada por um chip eletrônico, que determina a quantidade de etanol no ar de acordo com a carga negativa. “Alguns também fazem a relação de quanto álcool há no sangue, pois sabe-se que o ar tem 2,1 mil vezes mais etanol do que o sangue”, complementa Sílvia, que é também perita do Instituto de Criminalística de Campinas.

Saiba mais

Invenção brasileira

O etilômetro tem a criação atribuída ao brasileiro Aymar Baptista Prado, antigo professor de toxicologia da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto. Ele teria desenvolvido o equipamento na década de 1960, enquanto lecionava no curso de farmácia. O bafômetro foi descrito pela primeira vez em um trabalho de 1966, intitulado “Um novo aparelho para determinação quantitativa de álcool no ar expirado”. O equipamento era bem mais robusto que os modelos portáteis que ganharam popularidade nos últimos anos. A máquina usava ampolas de reagentes para indicar a presença do etanol no hálito do motorista, que tinha de soprar em uma mangueira. Na década de 1970, o professor lutou para que a dosagem alcoólica presente no organismo de cidadãos fosse conferida com sua invenção. Ele sugeriu que a máquina fosse adotada em empresas, repartições públicas e em estradas de rodagem. O sistema usado na época pela Polícia Rodoviária tinha alto custo e levava um longo tempo para apresentar resultados. Os condutores envolvidos em acidentes tinham o sangue colhido e enviado para análise, e somente depois de alguns dias o laudo era divulgado.

Mostra Narrativas poéticas‏

VÁRIAS LINGUAGENS » Equação que emociona Mostra Narrativas poéticas reúne 83 obras de 49 artistas que integram o acervo do Banco Santander. Exposição itinerante promove diálogo entre poesia e artes visuais


Walter Sebastião

Estado de Minas : 22/10/2013 


Baile no campo, pintura de Cícero Dias de 1937, integra mostra do Museu Inimá de Paula (Fotos: Santander/Divulgação)
Baile no campo, pintura de Cícero Dias de 1937, integra mostra do Museu Inimá de Paula


Pinturas, desenhos, esculturas, gravuras apresentadas lado a lado com poemas de épocas e estéticas diferentes, buscando puxar nos espectadores percepção mais atenta da arte. Aspecto que traz singularidade à mostra Narrativas poéticas, aberta hoje para convidados e amanhã para o público, no Museu Inimá de Paula. Apresenta 83 obras, de 49 artistas, peças do acervo do Banco Santander. A curadoria é de Helena Severo, que teve como assistentes Frankilin Pedroso e os escritores Antônio Cícero e Eucanaã Ferraz. A mostra fez sua estreia em maio, em Porto Alegre; passou por Brasília e segue depois para São Paulo.

Helena Severo lembra que a aproximação entre artes visuais e poesia é motivo que vem da antiguidade clássica, quando essas linguagens não eram vistas muito separadas. “Retomamos o diálogo entre formas de expressão diferentes, que se encontram na capacidade de provocar emoção”, explica. E a capacidade de provocar sentimentos, reflexões, criar visões de mundo com olhar sensível, de transformar o dia a dia, para a curadora, são aspectos mais importantes da arte. A seleção de trabalhos e de textos foi feita quase ao mesmo tempo, procurando interação entre os elementos e considerando o poder de sugestão das artes visuais, mas evitando o explicativo, o descritivo e a disputa por atenção.


De Siron Franco será mostrada a pintura Cabeças, de 1995
De Siron Franco será mostrada a pintura Cabeças, de 1995


Imtimista

A coleção Santander tem cerca de 1,5 mil obras, dos anos 1940 aos 2000. Estão na exposição trabalhos de Cícero Dias, Portinari, Volpi, Tomie Othake, Artur Piza, Fayga Ostrower, Flávio Shiró, Wega Nery, Emanoel Araújo, Maria Tomaselli, Thereza Miranda e Siron Franco, entre outros. Foi formada ao longo dos últimos 30 anos, a partir de coleções de várias instituições financeiras, e vem sendo ampliada nos últimos dois anos. Os mineiros presentes em Narrativas poéticas são: Marília Rodrigues, Inimá de Paula e Manfredo de Souzanetto. “Não faz sentido manter uma coleção preciosa na reserva técnica”, afirma a curadora, valorizando atitude do banco por “trabalho de democratização do acesso à arte”.

O fato de as mostras estarem sendo apresentadas em espaços fisicamente diferentes, observa Helena Severo, tem feito com que a exposição ganhe dimensão nova a cada parada. “Acredito que, no Museu Inimá de Paula, por ser local menor e com três andares, a exposição terá aspecto mais intimista. O que criará a possibilidade de o público se deter mais nas obras, trabalhando mais o diálogo entre artes plásticas e a literatura que estamos propondo”, observa. A mostra, conta, vem tendo boa acolhida, já alcançou cerca de 60 mil visitantes, de perfil variado. “E, nesse sentido, é também trabalho de formação do olhar”, acrescenta, lembrando a importância do trabalho educativo que acompanha a realização.


Fotografia de Fernando Rappa também em exposição em BH
Fotografia de Fernando Rappa também em exposição em BH


Poemas

 “A intenção, ao colocar os poemas ao lado das obras, foi criar temporalidade não utilitária e pragmática, como é a do cotidiano, que convide a entrar em outra dimensão: a estética”, explicou o poeta Antônio Cícero ao Estado de Minas, quando da estreia da exposição em Porto Alegre, em maio. “A fruição de uma obra de arte requer que funcione o intelecto, a emoção, o cultural, que nossas faculdades interajam com o visto”, acrescentou, vendo nos textos estímulo para que isso ocorra. “As artes visuais nunca estiveram tão em evidência e as galerias e museus estão repletos de visitantes. Mas acho que as pessoas passam muito rapidamente pelos trabalhos. Uma verdadeira obra de arte merece mergulho maior, que se pense por meio dela”, defendeu, lembrando que linhas, planos, cores, espacialização dos elementos são tão importantes, para a linguagem visual quanto os temas das obras.

Narrativas poéticas

Mostra coletiva de obras da coleção do Banco Santander. Abertura hoje para convidados. A partir de amanhã, para o público. Museu Inimá de Paula, Rua da Bahia, 1201, Centro (31) 3213- 4320. Aberta terça, quarta, sexta e sábado, das 10h às 19h; quinta, das 12h às 21h; domingo, das 12h às 19h. Até 26 de janeiro de 2014. Entrada franca.