folha de são paulo
ESPECIAL PAÍS EM PROTESTO
Dos 20 centavos na passagem ao saco sem fundo das insatisfações
RODRIGO RUSSO
RESUMO Ao sair às ruas para reivindicar redução nos preços do transporte coletivo, o Movimento Passe Livre catalisou demandas sociais variadas. A adesão multitudinária que parecia benéfica resultou em agenda confusa, como já se vira na Espanha e nos EUA, e em violência; manifestantes e analistas repassam os fatos da semana.
Eram quase 20h de quinta-feira, 20 de junho, quando, na esquina da avenida Paulista com a alameda Joaquim Eugênio de Lima, integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) se questionavam sobre o que havia acontecido com os protestos da semana.
"Tive um mau pressentimento antes da manifestação de hoje, só tinha contado para você", afirmou uma jovem de cabelos curtos e olhos claros à amiga, preocupada em localizar outros companheiros pelo celular. "Meu, olha o que aconteceu", disse outra garota.
Um rapaz que escondia a camiseta do Passe Livre sob uma jaqueta preta lamentava que os protestos tivessem saído do controle e fugido completamente das pautas originais: a revogação do aumento na tarifa e a própria discussão sobre sua gratuidade.
Naquele momento, porém, a preocupação maior era com a agressão aos manifestantes que portavam bandeiras de partidos políticos. Acuados por quem protestava contra sua presença na avenida Paulista, viram-se obrigados a sair da marcha e virar à direita na altura da alameda Campinas --alguns integrantes do Passe Livre também deram a caminhada por encerrada nesse momento.
Outra jovem, formada em história pela USP --como a maioria do grupo--, relembrava ter percebido diferenças ao longo das três manifestações convocadas pelo MPL durante a semana. "A gente viu que estava dando uma guinada para a direita, que muitos coxinhas' estavam vindo para cá, mas não imaginou que isso aconteceria. Como é que se pode pensar em expulsar pessoas só por empunharam bandeiras de partidos? Preferiam viver em ditaduras?"
Enquanto conversavam, as pessoas do grupo vestiam casacos para ocultar as camisetas do movimento, que, até ali, usavam com orgulho --afinal de contas, a pressão do grupo fora bem-sucedida no objetivo principal de revogar o aumento da tarifa de ônibus, trens e metrôs de R$ 3 para R$ 3,20 em São Paulo.
O rapaz de jaqueta preta avaliava se a manutenção do protesto mesmo depois do sucesso tinha sido uma boa ideia. "A gente criou uma coisa imprevisível, que não tem como controlar", lamentava uma das meninas.
O grupo debatia a melhor forma de se deslocar até a estação de metrô mais próxima sem criar novas confusões e passava os acontecimentos em revista. Consideravam a conveniência de evitar, por um tempo, postagens no Facebook, além de outras hipóteses para ação no curto prazo.
CONTROLE No dia seguinte aos protestos, Erica de Oliveira, 22, estudante de história da USP e integrante do MPL, conversou com a Folha: "Estamos em avaliação. Consideramos uma vitória do movimento a redução da tarifa, mas a coisa degringolou um pouco. Em movimentos de massa, sempre há o risco de perder o controle. Nossa pauta é o transporte, e continuaremos na causa". O Passe Livre, um movimento horizontal e que não tem lideranças declaradas, afirmou em nota na noite de sexta que seguirá na luta pela tarifa zero.
Em análise sobre o movimento Ocupe Wall Street --que tomou as ruas de Nova York em 2011, com protestos inicialmente voltados contra o sistema financeiro que se alastraram pelos EUA, com repiques em outras cidades do mundo--, o pesquisador e arabista David Dietz, da Universidade Georgetown, avalia que a falta de líderes pesou contra o movimento.
"O fracasso da liderança do Ocupe foi não assumir a liderança. Nos últimos tempos, os acampamentos tinham mais sem-teto, hippies e anarcopunks que manifestantes originais. Faltavam lideranças com quem a gente comum' pudesse se identificar. E lideranças dispostas a trabalhar dentro do sistema. Poderia ter sido criado o terceiro grande partido americano, mas isso não aconteceu", conclui o pesquisador, que passou os últimos dois anos e meio estudando o Ocupe e as revoluções árabes.
15M Outro movimento popular que guarda semelhanças com os protestos no Brasil aconteceu na Espanha, em maio de 2011. O grupo de jovens intitulados de "indignados" passou a acampar em praças públicas a partir de 15 de maio --o grupo ficou conhecido como 15M em razão da data.
O filósofo Gonçal Mayos, professor da Universidade de Barcelona, acompanhou de perto o movimento na praça Catalunha, região central da cidade catalã, onde chegou a dar aulas para os jovens do 15M.
O professor avalia que, como o 15M ou a Primavera Árabe, os protestos no Brasil mostram uma enorme capacidade de formas novas e eficazes de comunicação. "Elas surpreendem o poder, os políticos e as administrações, despertando-os de suas rotinas partidárias'.
Pablo Ortellado, professor do curso de gestão de políticas públicas da EACH-USP (Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo) e simpático ao MPL, avalia a mudança nos protestos.
"Até a quinta-feira, 13, o movimento era concentrado. Não ouvi uma profusão de pautas. Creio que a coisa mudou por duas razões: uma reorientação da imprensa sobre a cobertura dos protestos e, principalmente, a capa da revista Veja' incitando a profusão de pautas. Por alguma razão, isso encontrou eco nas ruas e tivemos a mudança das manifestações."
Nos três atos da semana seguinte, ocorridos na segunda, na terça e na quinta, o número de pessoas que compareceu às ruas cresceu de forma significativa. O professor manifestou, em redes sociais, a preocupação de que o movimento fixasse claramente sua demanda pelos R$ 0,20 a menos na tarifa de transporte coletivo.
Em Nova York, a proliferação de causas abraçadas pelo Ocupe fez com que o movimento perdesse foco, na opinião de Dietz. "Eram 5.000 pessoas com 500 bandeiras diferentes, da legalização da maconha ao casamento gay, da mudança climática ao feminismo. Todas boas causas, com certeza. Mas o ataque aos resgates bilionários aos bancos se perdeu no meio de tanta bandeira."
A estudante Erica, do MPL, aponta outra razão para que, aqui, tenha se dado a ampliação da participação popular: a desmesurada violência policial, inclusive contra jornalistas. "As pessoas ficaram comovidas a partir dos episódios de agressão, ninguém esperava o que aconteceu. Até ali, o que movia as pessoas era a repressão nas ruas, o caos em que se vive, mas a isso se acrescentou a própria repressão nos atos."
Dietz lembra que "a reação violenta da polícia sempre aumenta os movimentos. Nos anos 60, até quem era a favor da Guerra do Vietnã, protestou por causa da violência contra os garotos. Hoje nossa polícia é mais sofisticada e sabe controlar protestos e multidões sem provocar a repetição das cenas dos anos 60. A polícia só reprimiu o Ocupe quando o movimento já murchava, em dezembro". Nesse ponto, a atuação da polícia brasileira não guardou semelhanças com a dos Estados Unidos, sendo mais próximo do que aconteceu em Barcelona.
Os protestos na cidade cresceram quando a polícia catalã tentou expulsar à força os manifestantes da praça no fim da manhã de 27 de maio, com 121 feridos e imagens de manifestantes ensanguentados segurando flores. Naquele fim de tarde, o que estava confinado a poucas centenas de manifestantes tomou corpo e reuniu 12 mil pessoas em um panelaço de mais de 40 minutos.
No caso brasileiro, Ortellado crê que mesmo as pessoas que aderiram aos protestos após a violência policial e a convocação da imprensa também reivindicavam prioritariamente a redução da tarifa, e que havia um grupo político organizado --o MPL-- negociando com o poder público. "Isso foi uma sorte." Essa adesão, de acordo com o professor, beneficiou a bandeira da tarifa proposta pelo MPL, que obteve o objetivo desejado: na quarta-feira, 19, o governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo revogaram o aumento.
Ainda assim, decidiu-se manter a passeata programada para o dia seguinte, no que Erica pensava ser um ato para celebrar a conquista. Não foi bem assim.
MANIFESTAÇÕES Dizer que a Paulista foi palco de uma manifestação na quinta-feira (20) é impreciso. Foram muitas as manifestações que aconteceram na avenida a partir das 17h. Três grupos se distinguiram: pessoas que criticavam partidos e pediam mais verba para educação e saúde, os integrantes do MPL ou dos partidos de esquerda e, mais para o fim da noite, uma reunião de anarcossindicalistas.
Às 17h05, um grupo que bradava "o povo unido não precisa de partido" rumou no sentido Paraíso da avenida --a concentração era próxima à esquina com a rua da Consolação. Cartazes criticando a corrupção e pedindo hospitais e escolas no "padrão Fifa" eram recorrentes. Também fez muito sucesso entre essa multidão o lema "Copa é o caralho; educação, saúde e trabalho". Bandeiras nacionais e camisetas da seleção brasileira eram vistas por todos os lados.
Para Renato Janine Ribeiro, professor titular de filosofia da USP, o veio nacionalista não é um problema. Aliás, é uma qualidade. "O seu jornal não gosta do nacionalismo, nunca foi uma coisa de que ele goste, pelo menos nas últimas décadas", diz Janine Ribeiro.
"Mas o nacionalismo é o amor pela pátria, está presente nos movimentos de Diretas-Já, no movimento contra o Collor. As cores nacionais têm sido uma constante de admiração do país. Não vejo no nacionalismo a potencialidade de outra coisa. É claro que o nacionalismo é suprapartidário e apolítico. E é claro que o nacionalismo entregue a si próprio pode gerar o pior, o ódio ao estrangeiro. Mas o Brasil tem uma tradição muito grande de acolhimento da diferença", avalia.
Após a saída do primeiro bloco, o MPL preferiu aguardar um pouco e só deixou o local 20 minutos mais tarde, às 17h25. Logo em seguida ao seu grupo estavam os militantes e simpatizantes de partidos e agremiações de esquerda, como o movimento jovem do PSOL, o PCO, PCB, PCR e o PT, que se mostraria de longe o maior alvo de manifestantes contrários a partidos. Atrás desse bloco, a massa voltava a se parecer com o grupo que partiu inicialmente, com demandas mais difusas.
Desde o início, ficou claro que esses grupos seriam foco de problemas. Por volta das 17h40, diversos manifestantes gritavam que as agremiações eram "oportunistas" e compostas por "mensaleiros". Alguns tinham cartazes como "o po(l)vo não é Lula".
Havia pessoas mais exaltadas dos dois lados. "Fora petistas" eram contrapostos a "Fora tucanada" --embora não houvesse cartazes do PSDB à vista.
A bandeira principal do MPL nessa marcha, em vez de ameaçar com dizeres como "Se a tarifa não baixar, São Paulo vai parar", trazia o pedido "Por uma vida sem catracas". O que se via a poucos metros disso já mostrava que, mesmo sem catracas, a convivência urbana pode não ser fácil.
Uma guerra de palavras de ordem tomou conta da marcha. Aos gritos de "sem partido", os manifestantes respondiam com "Sem censura, acabou a ditadura" ou com "sem fascismo". A maior parte do público então retrucava: "Puta que o pariu, abaixa essa bandeira e levanta a do Brasil".
Beatriz, 23, estudante de ciências sociais da USP, chorava ao lado da amiga, Marina. A razão? "Esse fascismo é assustador. Não tenho partido, mas participei de todas as manifestações do MPL, e os partidos estavam ali para apoiar. Sofri com as bombas em um deles. Agora querem vir aqui e dizer como se deve protestar?"
Kalime Najn, 24, economista e com o rosto pintado de verde e amarelo, discordava. "Sou contra partidos. Eles estão se aproveitando, usam o protesto como marionete e depois vão usá-lo a favor deles. Sou a favor de uma reforma contra todos os partidos".
Em sua primeira passeata na série iniciada na semana passada, Najn se disse motivada por uma única razão: "Meus direitos. Li um cartaz e não poderia concordar mais com ele: direitos humanos para humanos direitos". Depois de morar no exterior, a economista decidiu que era hora de exigir o mesmo padrão de qualidade em sua pátria.
Um pouco à frente, dois homens negros discutiam na frente do prédio da Fundação Cásper Líbero. "Irmão negro, você não pode me censurar. Sou contra usar essas bandeiras aqui, é um erro", pediu um deles. "Isso é fascismo, é repressão", retrucou o outro.
SEQUESTRO Para Ortellado, "houve um movimento de sequestrar a mobilização popular", em processo similar ao ocorrido na Argentina em 2002, quando a população conseguiu destituir o presidente Fernando De La Rúa.
Os gritos iniciados pelo Passe Livre, no ponto em que liderava a passeata, eram rapidamente transformados: o "vem pra rua, vem, contra a tarifa" tornava-se "vem pra rua, vem, contra o governo" em questão de minutos.
Na opinião do professor, há três pontos de contato entre o movimento argentino e o que se viu na semana passada: a ojeriza aos partidos, a ideia de unidade em torno da bandeira nacional como símbolo de civismo, de respeito à coisa pública, e as manifestações populares de rua.
De fato, redes sociais estão repletas de convocações. Já há previsão, para o dia 10 de julho, de uma "Marcha da Família com Deus, em Defesa da Vida, da Liberdade e da Democracia, contra o Comunismo". Antes disso, há a organização de uma greve geral --que recentemente foi instrumento comum de pressão popular na Grécia durante a crise econômica-- para o dia 1º de julho. "Vamos mostrar ao governo que quem faz um país é o povo, e não os políticos", diz o texto da convocação no Facebook.
Durante a semana passada, o grupo de hacktivistas Anonymous divulgou um vídeo em que apresentava cinco causas para serem encampadas pela população: o arquivamento da PEC 37, sobre o poder de investigação do Ministério Público; a saída de Renan Calheiros da presidência do Congresso; a investigação e punição de irregularidades nas obras da Copa; a criação de uma lei que trate casos de corrupção de políticos como crimes hediondos; e o fim do foro privilegiado.
Muitos dos que foram à Paulista na quinta-feira já anunciavam a adesão às causas. Os integrantes do MPL não gostaram da mudança no perfil da manifestação. Erica de Oliveira lamentou as pautas conservadoras: "Isso ficou mais claro depois que conseguimos a vitória na revogação do aumento, extravasaram algumas causas".
Em conversa durante o protesto, uma das garotas ligadas ao movimento criticava o vídeo do Anonymous: "É muito fácil escolher causas como punir corrupção na Copa. Quem vai ser contra isso?".
O crítico literário Alfredo Bosi, referência para a militância de esquerda no país, tem dúvidas sobre o futuro das manifestações: "Como vai ser de alguma maneira dirigida essa massa? É imprevisto, você pode tanto ficar em reivindicações pontuais, contestar o caráter tecnocrático das decisões, como foi o caso da tarifa em São Paulo, ou então isso poderá ir longe".
Bosi, porém, evita alarme quanto ao direcionamento ideológico num futuro próximo: "Eu não veria uma coloração fascista, uma manipulação, não me parece, pelo menos nesse grupo que iniciou as manifestações, o Movimento Passe Livre. Não me parece que ele tenha qualquer conotação fascista, paramilitar. Se isso ocorrer, será por obra de outros grupos e outras conjunturas. O núcleo está muito distante dessa coloração".
SEM VIOLÊNCIA Quando a passeata se aproximou do prédio da Fiesp, que ficou boa parte da noite iluminado em verde e amarelo e exibindo a bandeira do Brasil, os ânimos se acirraram entre os grupos. Os partidos de esquerda, que ocupavam a faixa da direita, foram acuados pelos demais manifestantes, que estavam na pista esquerda. Uma bandeira foi queimada, e até gás foi lançado contra os integrantes desse grupo. Os gritos de "sem violência" recorrentes em protestos anteriores foram ignorados nesse momento. Os integrantes de agremiações políticas desistiram de prosseguir; houve um grande aplauso.
Ortellado acredita que a extrema-direita presente ao protesto estivesse provocando a população em geral a atacar, tentando ressignificar a passeata. "Quem de fato agrediu foram esses grupos".
Erica de Oliveira considerou um absurdo que manifestantes tentassem agredir outros manifestantes. "Nós repudiamos esse tipo de ação, queremos o Estado democrático de Direito". A estudante, porém, separa a violência entre os manifestantes dos atos de depredação e saques. Para ela, não lhes compete julgar esses episódios: "As pessoas vivem uma opressão".
Em nota divulgada na sexta, o MPL refutou a crítica da população de que os partidos eram oportunistas: "Oportunismo é tentar excluí-las [as organizações] da luta que construímos juntos". Para quem acompanhou a cena, portar bandeiras partidárias não parecia nada oportuno, sendo inclusive necessário que os manifestantes se organizassem em cordões de isolamento, diversas vezes rompido.
A reação contra aqueles que portam bandeiras partidárias, na opinião do filósofo Mayos, vem da profunda vontade da maioria dos manifestantes de não ser manipulados por partidos e interesses concretos. "Há uma rejeição profunda a partidos e sindicatos porque são estruturas hierárquicas e disciplinadas". Uma exigência muito notada é recusar todo aquele que não vá simplesmente como cidadão em total igualdade com os outros.
"Existe a consciência de que, se o clamor popular se identificar com um ou poucos partidos, perderá apoio popular, autenticidade, se moldará com interesses particulares e corruptelas. E não é isso que se quer."
Para o professor catalão, há grande dualidade, tanto nos indignados espanhóis quanto nos manifestantes brasileiros, quanto à participação partidária. "Muitos são aprendizes em política ou gente que até agora estava pouco politizada, mas que agora percebeu ter forças para exigir ser levada em conta em questões que afetam sua vida cotidiana: transportes, corrupção, ineficiências e contradições do rápido desenvolvimento brasileiro", elenca.
Por outro lado, muitos são "velhos lutadores políticos de várias causas que se sentem revitalizados e trazem o saber fazer'. Na Espanha, diz ele, "eram lutadores antifranquistas, ecologistas, soberanistas"; no Brasil, seus equivalentes seriam, "gente que viveu/sofreu na ditadura ou que participou de movimentos de ocupação de terras".
SINAL POSITIVO Antes e depois da manifestação, as estações de metrô da avenida Paulista eram palco da empolgação de quem comparecia à passeata. Por volta das 22h, as pessoas se deslocavam na estação Consolação aos gritos de "Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor".
Para Mayos, "as enormes, interclassistas, majoritariamente pacíficas e cívicas manifestações atuais no Brasil são um sinal positivo. Os protestos mostram que as gerações mais jovens e a classe média querem tutelar cada vez mais de perto a política e o governo".
O professor acredita que a maior parte das demandas brasileiras, apesar de dispersas, é muito factível: "Desenvolvimento mais equilibrado e justo, menor corrupção e mais eficiência administrativa, reconhecimento de necessidades cotidianas, que são reprimidas na pobreza mas que são muito importantes e que são permitidas pelo grande crescimento da economia do Brasil".