quarta-feira, 2 de julho de 2014

Gaza em crise: Hamas tem uma voz forte feminina

Gaza em crise: Hamas tem uma voz forte feminina

Isra al-Mudallal é a nova porta-voz franca e determinada do governo do Hamas em Gaza. O objetivo dela é se tornar um modelo para as meninas – mas primeiro ela precisa superar as tradições conservadoras da região.

Dê-me um minuto, disse a mulher de aparência delicada atrás da mesa gigante. Com a mão direita, Isra al-Mudallal tira um tapete de orações da bolsa, e com a esquerda levanta sua filha do chão e a coloca no colo. Ela põe uma folha de papel e giz de cera na frente da criança, beija-a na têmpora e então a primeira porta-voz feminina da organização islâmica Hamas desaparece na sala ao lado para rezar.

Mas eu tenho um compromisso, diz um funcionário de terno cinza da Fundação Friedrich Ebert, uma fundação política alemã de centro-esquerda, enquanto ela passa por ele. "Você terá que esperar", diz Mudallal, e deixa o homem sentado lá em seu escritório no terceiro andar de um prédio alto e poeirento na Cidade de Gaza.

Quando a oração termina e o homem consegue se apresentar, ele fala sobre o ex-chanceler alemão Gerhard Schroeder, que inaugurou o escritório da fundação em Gaza. Ele pergunta se ela sabe que o ministro das Relações Exteriores Frank-Walter Steinmeier tinha feito uma visita recente.

"Interessante", disse Mudallal, com um jeito bem britânico. Seu smartphone vibra. Ela tem 23 anos, usa um blazer azul, uma saia apertada de jersey e óculos de sol Ray-Ban.

Como ela vê a situação atual? Pergunta o homem, agora gaguejando um pouco.

Mudallal levanta as sobrancelhas até a borda de seu hijab. "Estamos no meio de uma crise humanitária aqui desde 2007", diz ela, mas a situação nos últimos meses tem sido catastrófica, principalmente por causa do Egito.

Uma nova reconciliação
Durante o governo de um ano do presidente Mohammed Morsi, o Egito foi um aliado próximo do Hamas, que é um braço da Irmandade Muçulmana. Mas desde o golpe militar, Cairo e o Hamas se tornaram inimigos, e o outro aliado importante do último, o Irã, alienou o Hamas quando a organização ficou do lado dos rebeldes na Síria.

Recentemente, o Hamas isolado teve de fazer concessões. Ele tem impedido que grupos de radicais lancem foguetes em Israel, e há poucas semanas, o grupo se reconciliou com a moderada Fatah, na Cisjordânia. A nomeação de Isra al-Mudallal como porta-voz do governo do Hamas em Gaza foi, igualmente, uma tentativa de os islamitas criarem uma imagem mais amigável.

Isra al-Mudallal senta-se na beirada de sua cadeira, com as costas eretas e palmas sobre a mesa. O acordo de reconciliação com a Fatah, que governa a Cisjordânia, foi assinado depois de anos de rivalidade com o Hamas e poderia por um fim ao sofrimento, diz ela. Ambos os lados libertaram prisioneiros políticos desde então e agora os jornais da Fatah podem mais uma vez ser lidos na Faixa de Gaza. Mas de outra forma, pouca coisa mudou – o Hamas continua governando Gaza e Mudallal ainda é a porta-voz do governo, um governo que não deveria mais existir. 
Mudallal postou uma foto de si mesma com seu colega em Ramallah em sua página no Facebook, ambos sorrindo. Todas as coisas relacionadas ao governo de transição ficam a cargo de seu colega na Cisjordânia. O governo inclui quatro ministros de Gaza, mas eles não são membros nem do Hamas nem da Fatah. De fato, fazer parte do gabinete é muito mais um gesto de boa vontade; os ministros de Gaza não têm permissão para viajar para Ramallah.

Hamas em crise
O presidente palestino Mahmoud Abbas prometeu que o novo governo reconheceria Israel, mas o Hamas continua resistindo. "Eles prendem nossas crianças e destroem nossos lares", disse Mudallal, cuja família fugiu de um vilarejo não distante da cidade israelense de Ashdod em 1948. Ela está convencida de que os israelenses nunca permitirão um estado palestino. Para ela, o Hamas é a parte dominante do novo governo de transição. A Autoridade Palestina de Abbas está dialogando com os israelenses há anos, diz ela, mas não conseguiu nada. As negociações, ensina Mudallal, não têm sentido.

"Você entende?", ela pergunta ao homem da Fundação Friedrich Ebert, que também é palestino. Ele está em pé diante dela como um aluno na escola. Quando ela se irrita, normalmente fala inglês e sua voz endurece.

O homem assente e oferece a ela seu cartão de visita; ela aperta sua mão em troca. Então, pela primeira vez naquela tarde, Mudallal se recosta na cadeira.

Naquele momento, o ar condicionado para de funcionar - falta energia. Como o diesel de Israel é caro, o Hamas desligou a única usina de energia de Gaza e só há eletricidade durante algumas horas por dia.

O Qatar está atualmente pagando pelo combustível porque o Hamas está praticamente falido. Ele ficou particularmente sem dinheiro desde que o exército egípcio destruiu túneis usados para contrabando; a economia do túnel era a principal fonte de renda dos islamitas. A falta de renda advinda das mercadorias se traduziu em perdas de cerca de US$ 15 milhões por mês para o Hamas no ano passado. Para a população, isso significa falta de itens alimentares básicos, gasolina, materiais de construção e outros itens necessários.

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Morte de jovens reacende conflito Israel-palestinos36 fotos 34 / 36
1°.jul.2014 - Avi e Rachel Fraenkel, pais de Naftali Frenkel, um dos três jovens israelenses sequestrados em junho, participam de seu funeral no assentamento de Nof Ayalon, região central de Israel. Os corpos de Gilad Shaer, 16, Naftali Frenkel, 16, e Eyal Ifrach, 19, foram encontrados nesta segunda-feira (30). Israel responsabiliza o Hamas pelo sequestro e pela morte dos jovens e diz que haverá retaliação. Shaer, Frenkel and Ifrach serão velados e sepultados em cerimônia conjunta em Modiín, região central de Israel 

"Ela é tão arrogante"
Na manhã seguinte, um comitê focado em fortalecer os direitos das mulheres se reuniu no Ministério de Interior e Mudallal foi convidada a participar. Sete mulheres e dois homens sentavam-se em torno de uma mesa sob uma sura do Alcorão emoldurada. Havia biscoitos de chocolate e chá adoçado sobre a mesa. O comitê apresentou um relatório de 50 páginas detalhando seus planos para um jornal, um site e filmes para mulheres.

"Não precisamos de outra reunião de blá-blá-blá", interrompeu Mudallal, bruscamente. O grupo deveria tratar de problemas específicos em vez disso, ela argumentou. Como pode ser, por exemplo, que a mulher de um palestino assassinado seja obrigada a casar com o irmão dele?
Uma das mulheres sobre a mesa virou os olhos sob o véu dobrado. "Ela é tão arrogante", sussurrou outra.

Isra al-Mudallal sabe que ofende os outros. "Não são muitas as pessoas que gostam de mim", disse depois da reunião e isso não parece incomodá-la muito. Ela aperta as mãos dos homens e dá ordens para eles em inglês. Ela estudou em Bradford, Inglaterra, por cinco anos, onde seu pai fez Ph.D. "Lá, havia neve, cores, shoppings", diz ela. "Aqui as crianças brincam com lixo." Diferente de seu irmão e irmã, ela voltou para Gaza. Ela gostava da vida na Inglaterra, mas não era a vida dela. Mesmo assim, seus primeiros meses depois de voltar foram difíceis e ela com frequência se perguntava como as pessoas podiam viver sem o mínimo de conforto - e, às vezes, sem itens de necessidade básica.

Ela estudou comunicações na Universidade Islâmica e foi apresentadora de um canal de televisão religioso. O Hamas a havia chamado outras duas vezes antes para trabalhar para o movimento, e ela havia recusado em ambas. Nem Mudallal nem seus pais são membros de um partido político. "Então eu pensei, por que não?" Os desafios estão aí para serem aceitos, diz ela. Isso foi em novembro de 2013. Ela enfatiza que fala pelo governo, não pelo Hamas. Quando Mudallal menciona seus empregadores, ela nunca diz "nós".

Conheça os pontos da negociação entre Israel e palestinos

Estado palestino 
Os palestinos querem um Estado plenamente soberano e independente na Cisjordânia e na faixa de Gaza, com a capital em Jerusalém Oriental. Israel quer um Estado palestino desmilitarizado, presença militar no Vale da Cisjordânia da Jordânia e manutenção do controle de seu espaço aéreo e das fronteiras exteriores

Fronteiras e assentamentos judeus 
Os palestinos querem que Israel saia dos territórios que ocupou após a Guerra dos Seis Dias (1967) e desmantele por completo os assentamentos judeus. Qualquer área dada aos israelenses seria recompensada. Israel descarta voltar às fronteiras anteriores a 1967, mas aceita deixar partes da Cisjordânia se puder anexar os maiores assentamentos. Israel já retirou tropas e população da faixa de Gaza.

Jerusalém 
Israel anexou a área árabe da Jordânia após 1967 e não aceita a dividir Jerusalém por considerar o local o centro político e religioso da população judia. Já os palestinos querem o leste de Jerusalém como capital do futuro Estado da Palestina. O leste de Jerusalém é considerado um dos lugares sagrados do Islã. A comunidade não reconhece a anexação feita por Israel.

Refugiados 
Há cerca de 5 milhões de refugiados palestinos, a maioria deles descendentes dos 760 mil palestinos que foram expulsos de suas terras na criação do Estado de Israel, em 1948. Os palestinos exigem que Israel reconheça seu "direito ao retorno", o que Israel rejeita por temer a destruição do Estado de Israel pela demografia. Já Israel quer que os palestinos reconheçam seu Estado.

Segurança 
Israel teme que um Estado palestino caia nas mãos do grupo extremista Hamas e seja usado para atacar os judeus. Por isso, insiste em manter medidas de segurança no vale do rio Jordão e pedem que o Estado palestino seja amplamente desmilitarizado. Já os palestinos querem que seu Estado tenha o máximo de atributos de um Estado comum.

Água 
Israel controla a maioria das fontes subterrâneas da Cisjordânia. Os palestinos querem uma distribuição mais igualitária do recurso.
Tentando ser um modelo
Depois da reunião do comitê, ela carregou a filha, dormindo, até um táxi para ir para casa, em Rafah, no extremo-sul da Faixa de Gaza. Durante o inverno, os egípcios fecharam a travessia da fronteira por 48 dias consecutivos e milhares de palestinos foram obrigados a esperar semanas para poder sair. Esta punição coletiva, diz Isra al-Mudallal, é um abuso aos direitos humanos - o tipo de atitude raivosa que costumava ser dirigida apenas para Israel. Mas agora, algumas pessoas - ainda que em silêncio – lembram-se da época em que os israelenses controlavam a Faixa de Gaza. Na época, ainda havia liberdade de movimento e os salários eram pagos.

O táxi sacode ao longo da estrada costeira, passando por crianças sentadas em frente a barracões Quonset, fogueiras feitas em barris abertos. A filha de quatro anos de Mudallal, Mariam, na verdade mora com o ex-marido de Mudallal e a família dele na Cidade de Gaza, mas a cada duas semanas, Mudallal a pega para passar dois dias. Agora ela até comprou um apartamento em um novo prédio na Cidade de Gaza, embora ainda não esteja terminado por causa da falta de cimento.

"Eu simplesmente trabalho muito", diz Mudallal. Mas ela também diz que sua filha é o motivo pelo qual ela está fazendo tudo isso. Ela quer ser um modelo: uma mulher independente e trabalhadora, até onde for possível, em Gaza. Ainda assim, as mulheres palestinas têm uma situação melhor do que as mulheres de outros países árabes; elas podem dirigir, andar livremente e trabalhar. O problema não é o governo ou a lei, diz ela, mas a tradição. Mesmo que as meninas saibam andar de bicicleta, os pais não permitirão isso, diz.

Mariam poderá andar de bicicleta quando ficar mais velha?

"Não, não quero que as pessoas digam coisas ruins sobre ela."

Mudallal se casou aos 18 anos com um programador de computadores, mas ela disse que ele não a respeitava. "Ele só queria me controlar." Quando ela percebeu que não gostava de sua vida como esposa, divorciou-se.

Embora Mudallal diga que não é seu dever mudar a sociedade, ela recentemente confrontou o ministro de interior, um linha-dura do Hamas, quando ele só queria que mulheres com véu estivessem presentes em sua coletiva de imprensa. Uma jornalista não precisa usar véu, rebateu. Sim, disse o ministro. Não, disse Mudallal. No final, ela venceu.




Sonhos cercados
Ela sabe como é a vida fora da Faixa de Gaza. Ela sabe que às vezes há pouca diferença entre ser um modelo e ser uma camuflagem. Algumas pessoas pensam que o Hamas só se tornou mais liberal por fora enquanto se radicalizou internamente, especialmente no que diz respeito às opiniões divergentes entre seus próprios partidários.

"Todo governo comete erros, inclusive o meu", diz Mudallal. Ela não gosta da forma como o Hamas trata os manifestantes ou do fato de ele não permitir opiniões divergentes. Ela fez um acordo com seus supervisores de que, caso ela não aprove alguma coisa, não será obrigada a comentar sobre. Nesses casos, outro porta-voz assumirá.

Quando ela finalmente chegou a Rafah, descarregou caixas do porta-malas contendo uma torradeira e um liquidificador. Sua família mora em uma casa espaçosa com um jardim com grama curta e verde que parece quase britânico. Seu pai, Walid al-Mudallal, um professor de história de 50 anos, está sentado na varanda. Um homem calmo e equilibrado usando um paletó de tweed, ele sempre se manteve distante da política palestina, diz. De que vale a política se não há espaço para apoiar a mudança? Em Gaza, ele acrescenta, até os sonhadores são cercados. 

Ele conta como aconselhou sua filha a não aceitar o emprego de porta-voz do Hamas. É muito difícil, ele argumentou. Não para sua filha, mas para a sociedade palestina que não está acostumada a uma mulher como ela.

Tradutor: Eloise De Vylder

MARTHA MEDEIROS - Um beijo só

Zero Hora 02/07/2014

Duas retas finais: a da novela Em Família e a da Copa do Mundo no Brasil. Acompanho as duas. A novela das nove, comecei a assistir pra valer só no último mês, e façamos justiça ao autor Manoel Carlos: a audiência pode não ser a esperada, mas é uma delícia ver diálogos hiper-realistas e cenas domésticas que se desenrolam num ritmo muito parecido com o nosso, nos dando a possibilidade de sermos voyeurs olhando pelo buraco da fechadura de portas alheias. Me divirto, relaxo, esqueço da vida.

Só uma coisa me aflige, não sei se quem assiste à novela também percebeu: alguns personagens dão três beijinhos quando se encontram. Três. Será o novo modismo da zona sul carioca? Fiquei nervosa, confesso.

Logo agora, quando estamos observando um avanço aqui no Sul: o fim dos dois beijinhos. Não sei como essas coisas iniciam, quem introduz, como pega, mas agora, na capital dos gaúchos, a gente está fazendo como os paulistas, dá um beijo só e basta.

Gosto de simplificações. Gosto de tudo que é enxuto, econômico, objetivo. Poucos meses atrás, estive em São Paulo visitando uma amiga e ela me apresentou sua turma, e saí tascando dois beijos, um que era retribuído e outro que ficava no ar, porque acostumados com um só, os paulistas logo afastavam suas suculentas bochechas depois do primeiro, fazendo com que eu parecesse uma caipira. Oh, infernais dois beijos, para que o excesso?

Pois agora, para complicar, vem a novela das nove lançar três beijinhos. Tem gente que ficou apreensivo com o insosso beijo gay da Clara e da Marina, mas escandalosos mesmo são os três beijinhos entre a Helena e a Shirley. Vamos nos preocupar com coisa séria, por favor.

Não suporto dar três beijos, mas dou quando não há a mínima chance de fuga. Três beijos é um exagero, porém não se sintam menosprezados os que possuem o costume, pois na aristocrática Suíça se dá o mesmo. Três beijos. Por que motivo, não sei.

Mas, excetuando-se a Suíça, o interior do Rio Grande do Sul e os estúdios do Projac, a tendência mundial é a da subtração, os modos se refinam. Me garantiram: em Porto Alegre não se dá mais dois beijinhos. É um só.

Saiu no Diário Oficial?

Um beijo só, aleluia. Tenho dúvida se a ideia já está disseminada, mas diante do desserviço da novela global, ofereço minha contribuição com essa crônica, apoiando. Um único beijo é a elegância da economia. Um único beijo é suficiente para demonstrar nossa simpatia. Um beijo rápido, talvez com o adendo de um abraço nos casos mais íntimos e em situações calorosas, e estaremos todos devidamente cumprimentados.

Antes que me perguntem: no ombro, de preferência, nenhum. E mordida, só entre lençóis.

TeVê

tv paga
Estado de Minas: 02/07/2014


 (Discovery/Divulgação )

Aventura selvagem

A rede Discovery tem sempre uma surpresa para o assinante. Às vezes é até mesmo um canal que poucos sabem que existe, como é o caso do Discovery Civilization. Mas ele tem muito a mostrar. Para hoje, a novidade é Monstros da montanha (foto), que estreia às 21h, acompanhando uma expedição à procura das criaturas místicas que habitariam os bosques, lagos e vales da cadeia dos Apalaches, nos Estados Unidos.

Outras bizarrices
no Animal Planet

No Animal Planet, estreia hoje, às 22h, a segunda temporada de Planeta mutante, série que utiliza imagens impressionantes e reconstituições computadorizadas para demonstrar como os caminhos evolutivos deram origem a criaturas bizarras. A aventura vai levar os assinantes a Bornéu, ao Congo e à Índia.

Film&Arts estreia
produção inglesa

Novidade também no Film&Arts, com a estreia, às 20h, da minissérie inglesa Collision. Tudo começa com um acidente de carro em uma estrada, gerando pânico em um grupo de pessoas aleatórias que passam a compartilhar um momento decisivo em suas vidas após a tragédia.

Futura aposta em
série documental

A série documental Minha rua, apresentada por Leandro Firmino, estreia hoje, às 20h10, no Futura, falando de moradores de periferias que usam as ruas para praticar várias modalidades de esportes. Já às 23h, na GloboNews, o programa Arquivo N fará uma homenagem a Mané Garrincha.Fim de temporadaesvazia Multishow

Duas das mais interessantes atrações em cartaz atualmente no Multishow encerram temporada hoje. Às 21h30, vai ao ar o último episódio da série Só garotas. Na sequência, às 22h, Fernando Caruso fecha mais um ano de Estranha mente, com as participações de Gregório Duvivier e Marcus Majella. No GNT, também chega ao fim hoje a série Questão de família, às 22h30.

Muitas alternativas
no pacote de filmes

Em 1964, Clouzot tentou rodar um filme, mas tudo deu errado e a fita ficou inacabada, fato explorado por Serge Bromberg e Ruxandra Medrea em O inferno de Henri Georges Clouzot, que o Arte 1 exibe hoje, às 22h. No mesmo horário, o assinante tem mais oito opções: O incrível mágico Burt Wonderstone, na HBO; Um brinde à amizade, na HBO 2; Uma loucura, no Max HD; Além da escuridão – Star trek, no Telecine; As Torres Gêmeas, no Telecine Touch; Inimigos públicos, no Telecine Action; Dose dupla, no Telecine Pipoca; e Donnie Brasco, no MGM. Outras atrações da programação: Enigma do espaço, às 21h, no Cinemax; Mentiras à vista, às 21h30, no Sony Spin; e Na companhia do medo, às 22h10, no Glitz.

CARAS E BOCAS » APENAS FICÇÃO



Viviane Araújo, rainha de bateria do Salgueiro, fala de sua personagem na novela Império (Gil Rodrigues/Esp. Aqui BH/D.A Press-6/2/14)
Viviane Araújo, rainha de bateria do Salgueiro, fala de sua personagem na novela Império

O telespectador não precisa esperar que Naná, personagem de Viviane Araújo em Império (Globo), seja um replay de sua história na vida real, remetendo ao seu passado com o cantor Belo. Há algum tempo, quando o autor Aguinaldo Silva ainda delineava sua nova trama, especulações davam conta de que a rainha de bateria do Salgueiro, escola de samba carioca, viveria uma ex-rainha e mulher de um detento, a quem se dedicava de corpo e alma mas, no fim, acabou traída por ele enquanto ainda estava preso. O ti-ti-ti desta trama de Viviane e Belo rendeu assunto na vida real. “Não tem nada parecido com a minha história, com o meu passado. Tinha saído (na imprensa) isso sim, essa coisa do meu passado, mas não havia nada definido”, disse Viviane ao site Uol, no lançamento de Império, que substitui Em família a partir do dia 21, ontem, no Rio de Janeiro. Viviane será Naná, manicure do salão de Xana Summer, gay interpretado por Aílton Graça, de quem a moça será amiga inseparável e confidente.

MULHER Do GOLEIRO BRUNO
FALA HOJE AO TV VERDADE

Com exclusividade o TV verdade desta quarta-feira, às 13h20, na TV Alterosa, traz revelações bombásticas da mulher do goleiro Bruno. Ingrid Calheiros fala da mudança para Montes Claros, cidade onde vai morar depois da transferência de Bruno para um presídio na região. Ela conta, ainda, sobre o filho que perdeu e da certeza de o atleta voltar aos gramados. Com apresentação de Ricardo Carlini, TV verdade vai ao ar logo depois do Jornal da Alterosa – 1ª edição.

TROCA DE ATRIZES NO
EXTRA ORDINÁRIOS

Sai Maitê Proença, entra Christine Fernandes. O programa Extra ordinários, do SportTV (TV paga), trocará de atriz nos comentários sobre a Copa do Mundo por causa de compromissos previamente assumidos de Maitê.

BRUNA MARQUEZINE VAI
FILMAR EM HOLLYWOOD

Intérprete da irritante Luiza de Em família, Bruna Marquezine vai para os Estados Unidos logo que a novela terminar. Ela vai filmar, a partir de agosto, em Los Angeles, o longa-metragem Breaking through. Sua personagem será Roseli. A atriz vai falar inglês e mostrará passos de dança. A trama será centrada na dança urbana e no poder da mídia social em transformar celebridades na internet. O produtor Uri Singer já trabalhou com outras atrizes brasileiras, como Juliana Paes, Fernanda Machado e Luiza Valdetaro. 


BEIJOS E BEIJOS

Depois de meses e meses de Em família (Globo), um selinho coroou o namoro de colegiais vivido por Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller). Só faltou a ex de Cadu (Reynaldo Gianecchini) aparecer de macacão e franjinha como no início da modorrenta trama de Manoel Carlos e a fotógrafa usar um vestido à la princesa da Disney para a cena ficar completa. Uma cena insossa para uma trama sem graça que não conseguiu decolar. A essa altura, chegou a ser dispensável. Em compensação, em Meu pedacinho de chão (Globo), Juliana (Bruna Linzmeyer) e Zelão (Irandhir Santos) (foto) trocaram beijos dignos de um bom romance, numa sequência emocionante. E olha que o envolvimento dos personagens só está no começo. Mas, já deu para conjugar tanto delicadeza quanto paixão. Uma aula para beijos entre casais hétero e homossexuais. E para autores e diretores de novelas. 

Negócio de gente grande

Produção brasileira de desenhos animados em longa-metragem ganha prêmios e conquista interesse do mercado internacional. Televisão também atrai realizadores



Walter Sebastião
Estado de Minas: 02/07/2014



As aventuras do avião vermelho, de José Maia e Frederico Pinto, foi inspirado em livro de Erico Verissimo (Gava Productions/Divulgação)
As aventuras do avião vermelho, de José Maia e Frederico Pinto, foi inspirado em livro de Erico Verissimo


O cinema brasileiro ganhou este ano o Prêmio Cristal no Festival International du Film d'Animation d'Annecy (França), com O menino e o mundo, de Alê Abreu. No ano passado, havia conquistado o mesmo festival com Uma história de amor e fúria, de Luiz Bolognesi. O bicampeonato em mostra que para os profissionais da área é o Oscar da animação, evidencia bom momento da produção nacional. A animação brasileira está em expansão e anda despertando interesse internacional. Longas e séries para a televisão já são realizadas de olho nesse mercado. Entre as produções nacionais, a tendência é de filmes de conteúdo histórico.
“O novo na área de animação, no mundo, são as criações brasileiras”, afirma Rodrigo Gava, de 35 anos. Diretor de animação de Xuxinha e Guto contra os monstros do espaço, co-diretor de Turma da Mônica – Uma aventura no espaço, ele lança em dezembro Nautilus. Os personagens são Cristóvão Colombo, Leonardo da Vinci e Mona Lisa quando tinham 12 anos. Filme em 3D, “com pegada popular”, realizado por especialistas em todas as áreas, da produção à distribuição. Com direito a consultoria de roteiro feita por técnicos da todo-poderosa DreamWorks (EUA) e trilha do reconhecido Ary Sperling. Entre os dubladores está José Wilker, em um dos seus últimos trabalhos.

“O forte das produções brasileiras é a criatividade. Somos novos no mercado, trabalhamos sem vícios e com originalidade”, explica Gava. A produção no setor, confirma o diretor, está em alta em todo o Brasil, em especial nas séries para televisão. O circuito anda tão aquecido que houve produções que tiveram de ser adiadas por falta de mão de obra. “Somos limitados produtivamente, então não dá para crescer em alta velocidade”, observa Gava, lembrando que fazer animação consome tempo. “As produções estão divulgando nossa cultura, o que é bom tanto para o Brasil quanto no exterior”, observa.

A história de Rodrigo Gava indica o perfil dos novos profissionais do setor. Ele gostava de desenhar e de vídeo, estudou desenho industrial “e caiu na área de animação”. O curta As aventuras de Joca (2004), realizado como projeto de conclusão de curso, foi premiado no Anima Mundi e deu a ele segurança para continuar na área. “É um mercado que precisa de profissionais em todos os setores, de animador a diretor de arte”, explica. O interesse por animação tem levado à descoberta de muitos cineastas que têm projetos de animação, mas que não os realizaram ainda por falta de condições, situação que começa a ser mudada.

No Sul Além do Rio de Janeiro, outro polo importante de produção de desenhos animados é Porto Alegre. Vêm de lá dois longas: Até que a Sbornia nos separe, de Otto Guerra, e As aventuras do avião vermelho, de Frederico Pinto e José Maia. O primeiro com lançamento previsto para setembro; o segundo programado para chegar às telas em outubro. As aventuras do avião vermelho foi inspirado em livro do escritor gaúcho Erico Verissimo (1905-1975) sobre menino que, impressionado com uma história que lê, mergulha no livro para salvar um personagem. O diretor José Maia acredita que a narrativa foi escrita para o também escritor Luís Fernando Verissimo, filho do autor do livro. “É viagem pelo mundo da leitura”, define o diretor.

Entre a primeira ideia e a conclusão do projeto, conta o diretor, foram 10 anos de trabalho. Três anos de trabalho direto de equipe com cerca de 40 pessoas. Devido à falta de mão de obra especializada, conta José Maia, quase metade da equipe era formada por gente de várias regiões do Brasil, participando do projeto via internet e com reuniões por Skype. “Quando começamos a fazer desenho animado era loucura só minha e do Otto Guerra”, brinca Maia, pioneiro da área. As equipes eram formadas por alunos das oficinas que eles ministravam. “Aprendíamos a fazer fazendo”, observa.

“A novidade é que surgiu e vem se consolidando um mercado que não existia. Hoje, temos mais gente envolvida com animação, melhorou a qualidade técnica das obras, um projeto de desenho animado não é mais visto com estranheza nas produtoras”, conta José Maia. Os prêmios, além da participação regular dos brasileiros em várias mostras, são para ele registro do salto de qualidade no setor. José Maia e Otto Guerra já têm novos projetos em andamento. Está pronta a série Boa-noite, Marta, para televisão e já foi iniciada outra série, Filosofinhos, que traz conceitos dos filósofos clássicos para crianças. Em andamento está o novo longa de Otto Guerra, Piratas, inspirado nos desenhos de Laerte.

Arca de Noé Foi anunciado pela Gullane Filmes e Videofilmes projeto ambicioso: o longa Arca de Noé, inspirado em obra de Vinicius de Moraes. O filme tem apoio da família do poeta. Quem está desenvolvendo o roteiro e vai ser o codiretor é Sérgio Machado, que vai trabalhar com parceiro especialista em animação. A previsão é lançar o filme no segundo semestre de 2016. “A animação brasileira está vivendo um momento muito positivo”, afirma Fabiano Gullane. A evidência é a multiplicação de projetos de curtas, longas e as séries para a TV.

A movimentação na área é produto da soma de talento do animador brasileiro, linhas de financiamento e apoio aos filmes, criação de espaço para exibir as produções, associações de realizadores e produtores e políticas voltadas à exportação do audiovisual. Os prêmios em Annecy trouxeram interesse internacional em conhecer e participar dos projetos nacionais. Até o Oscar, observa Gullane, está abrindo os olhos para a animação brasileira. A prova é Uma história de amor e fúria, de Luiz Bolognesi, entre os 19 filmes selecionados em mais de 2 mil, entre os quais foram definidos os cinco indicados ao Oscar deste ano.

“O brasileiro precisa entender que a disputa por um Oscar é muito competitiva, custa caro, depende de campanhas muito bem elaboradas, de esforço de todos os envolvidos no filme e do governo”, enumera Fabiano Gullane.


Mônica vem aí

Vai ser lançado no segundo semestre série para a TV com a Turma da Mônica Jovem, com 26 episódios. Para 2016, está previsto filme em 3D tendo como personagem o dinossauro Horácio. É trabalho de olho no mercado internacional, com assessoria norte-americana. Maurício de Souza, pioneiro na montagem de estúdios de animação, mudou a estratégia de produção e está terceirizando os trabalhos. “A produção de animação é cara e exige constante investimento em arte e tecnologia. Optei por ficar com o lado da arte, da criação e do conteúdo e fazer parcerias com estúdios que já estivessem focados na tecnologia”, diz Maurício de Souza. 

Os percalços da desaposentadoria‏

Roberto de Carvalho Santos
Diretor de seguridade da OABPrev MG
Estado de Minas: 02/07/2014 



Depois de anos de atuação no mercado de trabalho, o cidadão que contribuiu para a Previdência Social tem direito à aposentadoria, benefício previdenciário concedido pelo INSS e garantido pela Constituição Federal. Porém, em alguns casos, o valor recebido é insuficiente para suprir os gastos e necessidades pessoais, sobretudo diante da incidência do fator previdenciário criado em 1999, que reduz significativamente o valor da aposentadoria. Diante desse cenário, o cidadão se vê obrigado a recorrer à desaposentadoria, pois continua trabalhando e recolhendo as contribuições previdenciárias de caráter obrigatório. Com isso, a busca de aposentados por uma recolocação no mercado está se tornando cada vez mais comum no país.

Tendo em vista que continuam trabalhando, mesmo aposentados, e a contribuição previdenciária recolhida não lhes garante qualquer vantagem pela via administrativa junto ao INSS, os brasileiros insatisfeitos são obrigados a recorrer à Justiça para que a aposentadoria anterior seja substituída por um benefício mais vantajoso. De acordo com estudo realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2013, cerca de 500 mil aposentados continuam trabalhando e contribuindo com a Previdência Social no país, sendo que aproximadamente 70 mil pessoas já solicitaram na Justiça a desaposentadoria. A ação busca obter uma decisão do Poder Judiciário que garanta ao aposentado o direito de computar o tempo trabalhado antes e depois da data da aposentadoria para gerar um benefício mais favorável, principalmente porque houve aumento do tempo de contribuição e na idade do contribuinte, o que gerará um fator previdenciário mais benéfico ao que foi aplicado pelo INSS no ato da primeira aposentadoria.

Apesar de não ser uma medida prevista expressamente na legislação, a desaposentadoria é amparada pela jurisprudência e considerada por muitos a renúncia de um direito em favor de outro melhor. Uma boa notícia para aqueles que desejam entrar na Justiça com o processo de desaposentação, mas têm receio da devolução de benefícios: em março, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que os aposentados não precisam devolver os valores já recebidos. Caso o aposentado opte por dar início ao processo, ele não deixa de receber o benefício enquanto o requerimento corre na Justiça.

É preciso, entretanto, fazer uma observação relevante: nem todas as pessoas que se aposentaram e continuaram trabalhando poderão ser beneficiadas com a desaposentação. É preciso fazer um cálculo antes para saber se vai haver vantagens. Aconselha-se que o segurado procure um advogado especialista em direito previdenciário e lhe apresente um documento expedido pelo INSS chamado Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) contendo a relação de todos os salários de contribuição. O profissional vai fazer um cálculo para saber se a concessão de uma nova aposentadoria será vantajosa para o cliente.

Este ano, tramita no Senado um projeto de lei que prevê a instituição da desaposentadoria no Brasil. O assunto, tão repercutido e polêmico, agora aguarda o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) para vincular as decisões dos demais juízes e facilitar a busca do cidadão por esse direito. Enquanto não é oficializado, os aposentados devem recorrer à Justiça para conseguir a troca de benefícios e receber o valor necessário para suprir as suas necessidades.

Eduardo Almeida Reis - Imigrantes‏

Imigrantes
Pipocam na internet, agora, diversas críticas à onda de haitianos que está pintando no pedaço


Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 02/07/2014





Até hoje o Brasil festeja, com razão, os imigrantes que chegaram de diversas partes do planeta. Os japoneses da primeira leva, desembarcados em junho de 1908, todos com instrução equivalente ao curso ginasial completo. Em 1845, os alemães da Imperial Colônia de Petrópolis. Alemães em diversos períodos para os estados do Sul e em 1858 para Juiz de Fora, gente notável. O filho de um deles, mesmo não sendo engenheiro diplomado, lecionava engenharia elétrica na faculdade juiz-forana, que tinha o prestígio de um ITA, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica. Engenheiros formados em JF tinham empregos garantidos no país inteiro.

Pomeranos, italianos, ingleses, açorianos emigraram de suas terras para ajudar a construir o Brasil e não têm culpa de o Florão da América ter sido transformado neste pais grande e bobo. Pipocam na internet, agora, diversas críticas à onda de haitianos que está pintando no pedaço. Na mídia impressa, falada e televisada o assunto é evitado, porque tem aquela história de racismo, de crime de racismo, e os haitianos, como temos visto, diferem dos suecos e dos noruegueses no item cor da pele.

Os críticos internéticos falam em 50 mil haitianos e dizem que o Brasil nunca teve relações muito próximas, muito especiais com o Haiti, o que é verdade. Logo teremos a Justiça às voltas com os vídeos evangélicos no YouTube dizendo que Sèvis Gine não é religião. Ninguém sabe que Sèvis Gine ou serviço africano, nomes do vodu haitiano, tem fortes elementos dos povos ibo e congo da África Central, e yoruba da Nigéria, embora muitos povos diferentes da África tenham representação litúrgica no Sèvis Gine, assim como os índios tainos, que habitavam a ilha transformada em Haiti e República Dominicana.

No meu entendimento de philosopho, enquanto procuram chifres nas cabeças dos cavalos, os críticos dos haitianos se esquecem do seguinte: em 2014, o Brasil orça pelos 200 milhões de habitantes. Trinta anos depois da chegada dos alemães a Petrópolis, o país ainda tinha 9 milhões de habitantes. Quando chegaram os primeiros japoneses, nossa população andava pelos 20 milhões, 10% da atual. Havia espaço de sobra e faltava gente. Hoje só há espaço no extremo oeste do Amazonas, mas faltam empregos, que também não abundam no Sudeste.

O Acre tem um biquinho no extremo oeste brasileiro e a área do estado é de 164 mil km2, com escassos 776 mil habitantes. Comparemos com o Rio de Janeiro, que tem 16 milhões de habitantes em 43 mil km2, cerca de 1/4 da área acreana. Portanto, o Acre tem espaço de sobra para acolher 50 mil ou 100 mil haitianos. Só pode ser implicância do governo a mania de embarcar grupos de haitianos nos ônibus para despejar no centro da cidade de São Paulo. Mal sabe que os imigrantes remetidos para a terra da garoa e dos engarrafamentos, não encontrando empregos, vão espetar agulhas em bonequinhos feitos à imagem e semelhança do governador. Sèvis Gine funciona que é uma beleza.

Eleições

Com a corda toda recomeçou a temporada de pesquisas eleitorais, quase diárias, transmitidas pela maioria dos telejornais. Se me consultassem, saberiam que os ganhadores das próximas eleições já são conhecidos: os controladores do Bolsa-Família, programa que rende muitas dezenas de milhões de votos.

Há que pensar, também e muito, nas urnas eletrônicas, começando pela pergunta: além do Brasil, que país usa urnas eletrônicas? É claro, como também é lógico e evidente, que as urnas podem ser violadas. Se os hackers invadem os computadores do Pentágono, da CIA e dos serviços de segurança dos países do Primeiro Mundo, que, por sinal, se recusam a usar urnas eletrônicas, basta um aprendiz de hacker para alterar a propalada inviolabilidade de nossas urnas. É um negócio tão elementar que me recuso a tomar o nosso tempo, o meu e o do leitor, tratando de urnas eletrônicas. Cuidemos de coisas sérias, como pessoas de bem e de tino.

O mundo é uma bola

2 de julho de 455: Genserico, rei dos vândalos e alanos, entra em Roma e saqueia a cidade. Que se pode esperar de um sujeito chamado Genserico? Foi o sucessor de Gunderico. O vandalismo nas manifestações brasileiras é “ação própria dos vândalos ('povo'), que consiste em atacar produzindo ruína, devastação, destruição”. Vândalos eram os germânicos, que, por volta do século 5, invadiram, promovendo devastação, a Hispânia e o Norte da África, onde fundaram um reino.

Em 963, na Capadócia, o Exército bizantino proclama Nicéforo I Focas imperador romano do Ocidente. Como deu para perceber, Nicéforo era da família Focas. Morreu em 969, coitado, aos 57 anos.

Em 1698, Thomas Savery patenteia o primeiro motor a vapor. Hoje é o Dia do Bombeiro e o Dia do Hospital.

Brasil na Copa gastronômica

Brasil na Copa gastronômica
Tempero brasileiro para seduzir o turista estrangeiro 
 
Mateus Reis
Estado de Minas: 02/07/2014


A gente conquista um povo pelo estômago. O tempero brasileiro é hoje uma das principais estratégias do mercado de turismo para flechar de vez os visitantes estrangeiros. Se o futebol tem o mérito de ter atraído milhares de turistas para as nossas terras em 2014, a gastronomia é o nosso trunfo para garantir que eles voltem em qualquer época – e tragam consigo conterrâneos ávidos por experimentar as delícias de um cardápio multicultural. Belo Horizonte é a capital dos bares e restaurantes, e a aglomeração de turistas estrangeiros em torno das nossas mesas nos últimos dias mostra a força que o prato exerce no intercâmbio entre as culturas. A palavra gastronomia vem do grego “gastros”, que significa estômago, e “nomia”, que quer dizer conhecimento, mas a atualização do conceito mostra que a comida nos leva a saberes muito mais profundos.

A gastronomia é sem dúvida uma forma de intercâmbio entre diferentes nações. Ela encabeça a lista de costumes, e sempre é citada quando se faz referência ao que é típico de cada país. Os pratos preferidos dos nativos dizem muito sobre quem eles são. A fartura da massa italiana tem a tradição das famílias que almoçam juntas aos domingos; os sofisticados creps e escargots parisienses traduzem a áurea romântica da cidade; o fast-food americano é reflexo direto do “american way of life”, voltado para a produção e consumo em larga escala. No Brasil, a culinária é, pois, retrato fiel da mistura de povos que aqui viviam e vieram, para colonizar ou trabalhar. Uma interação que não foi isenta de feridas, mas que resultou em uma cultura inquestionavelmente rica, que se manifesta de forma pungente em cada prato, servido em cada restaurante, cada bar e cada casa desse país. Um estrangeiro que quer ir além dos estereótipos brasileiros tem na culinária uma forte aliada. Muito além do feijão com arroz, nossos 27 estados têm riquezas que não concorrem entre si pela complexidade gastronômica de cada uma delas. Do exótico pato ao tucupi à tradicional feijoada, oferecemos aos estrangeiros a chance de experimentar chimarrão, churrasco, moqueca, pão de queijo e outras iguarias regionais. Quantos universos estão reunidos nos pratos brasileiros? Os mineiros têm no cardápio as viagens dos tropeiros que pernoitavam nas estradas em busca do ouro; e também as mãos firmes das quitandeiras que faziam doce de amendoim e tinham que censurar os meninos que tentavam comê-los antes da hora, dizendo “pede, moleque!”. (Sim, essa é uma das prováveis origens do nome do doce pé de moleque.)

Muitas outras histórias estão reunidas na culinária do país, que recebe o mundo inteiro para um campeonato de futebol. E quando esses turistas não estiverem em campo vibrando pela sua Seleção, estarão certamente acomodados em algum restaurante, diante da televisão, imersos no intercâmbio promovido pela gastronomia, no qual a língua não é entrave, mas facilitadora da troca cultural. 

Zona Mista

ZONA MISTA » À beira de um ataque de nervos
Kelen Cristina, com Paulo Galvão
Estado de Minas: 02/07/2014


 (Fotos: Twitter/reprodução de internet)

Com o coração na boca. Em espanhol, alemão, francês e inglês há variações para a expressão, mas em qualquer idioma ela representa bem o que estão sentindo, mundo afora, os torcedores com os jogos do mata-mata na Copa do Mundo. Anônimos e famosos, no estádio ou a milhares de quilômetros de distância, está todo mundo assim, a roer as unhas. Pelo gol que não sai. Pela grande defesa do goleiro. Pelo chute errado do atacante. Pelo correr do relógio. Não há calmante que dê jeito.

A rodada que definiu o último confronto das quartas de final foi mais um exemplo. Se para quem viu de fora foi emocionante, imagina para os envolvidos. O duelo Argentina x Suíça deixou o tenista Roger Federer (1), sempre sereno nas quadras, à beira de um ataque de nervos em Londres, onde está para a disputa do Torneio de Wimbledon. Cada lance merecia um post no Twitter. O persistente 0 a 0 encheu-lhe de esperança. “Continuem lutando, corram! Acreditem!” Até piadinha com o “rival” Del Potro ele fez: “Eu me pergunto se o Del Potro está assistindo… hihi”. Assim que o jogo acabou, com o triunfo hermano, o suíço levou o troco. “Seus garotos fizeram um grande jogo, mas… boa sorte em Wimbledon. Haha”, escreveu Del Potro. A Federer, coube reconhecer o esforço dos adversários e dos compatriotas: “Muito difícil, parabéns à Argentina. Obrigado por esses momentos, Suíça”.

 Em maioria no Itaquerão, os argentinos não ficaram atrás. Na plateia, esbanjando confiança, o tenista David Nalbandián até posou para uma descontraída foto ao lado de Gisela Dulko, também tenista e mulher do volante da seleção Fernando Gago. Mas assim que a bola rolou, o drama começou. E uma legítima representante da agonia argentina foi Antonella Rocuzzo (2), mulher de Messi, flagrada com uma expressão de pânico.

Bélgica x EUA seguiu o roteiro hollywoodiano de drama, suspense e emoção. A Casa Branca, sede do governo norte-americano, interrompeu os serviços, com o presidente Barack Obama (3) assistindo ao jogo ao lado dos jornalistas – chegou a cornetar o árbitro, pedindo cartão para um belga. O país, literalmente, parou. Estádios ficaram lotados, mostrando a partida em telões. O lutador do UFC Jon Jones lançou mão de um jargão do octógono. “It’sss timeeee”, tuitou, destacando que a frase deveria ser lida com a entonação do mais famoso locutor da organização de MMA, Bruce Buffer. Na casa do ator Tom Hanks (4) todos assistiram ao confronto com os dedos cruzados. Não deu certo, já que a Bélgica, finalmente, mostrou a que veio e se classificou. Não sem sofrimento, afinal, como diria um célebre narrador, “É Copa do Mundo, amigo”.



Treino x jogo
O prolongamento das partidas nas oitavas de final, com definições na prorrogação e até nos pênaltis, está afetando diretamente o planejamento das seleções que assistem aos confrontos de camarote. O treino da Seleção Brasileira ontem estava marcado para começar às 15h30, mas o início foi retardado. Não se sabe se por reunião da comissão técnica (a psicóloga Regina Brandão foi chamada à Granja Comary, em Teresópolis) ou por causa de Argentina x Suíça. Fato é que os jogadores só apareceram no campo depois que a parada foi definida na capital paulista.


Guerra fria?
Ao convocar uma reunião com seis jornalistas na Granja Comary, na segunda-feira, o técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, acabou provocando um velado acirramento da rivalidade entre a imprensa carioca e paulista. Cinco dos eleitos de Felipão eram de São Paulo e apenas um do Rio, fazendo com que os cariocas se sentissem desprestigiados. Houve repórter que prometeu até represália, em conversa informal com os colegas.


Hotéis cheios
Levantamento do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), associação que reúne cerca de 600 hotéis em operação e 97 mil unidades habitacionais, indica que a taxa de ocupação do setor nas 12 cidades-sede da Copa chegou à média de 80% durante a primeira semana do torneio. A expectativa inicial era de 46% de ocupação, em fevereiro, e chegou à previsão de 74% em maio. A cidade de São Paulo, que tem o maior número de leitos do país, está na liderança de vendas, no período entre 11 e 18 de junho, com mais de 28 mil diárias comercializadas. Na sequência, vêm Rio de Janeiro (20 mil), Belo Horizonte (14 mil), Salvador (13.327) e Manaus (6.592). Brasília aparece em nono lugar (2.683) e Recife, em 12º (1.684). Já no ranking das cidades com maior taxa de ocupação, estão Rio de Janeiro (92%), Salvador (90%), Cuiabá (88%), Recife (87%) e BH (85%). Brasília teve 73%.


BOMBANDO

“Que maneira de sofrer, um passo a mais para alcançar o sonho de todos nós, argentinos! Vamos, Argentinaaaaaaaaaa!”

Walter Montillo (@Montil10), armador argentino, sofrendo como simples mortal com a seleção de seu país

“Faltou tão pouco! A Seleção da Suíça se despede com um desempenho sensacional na Copa do Mundo! Estamos orgulhosos
de vocês!”

SFVASF (@SFV_ASF), página oficial da Seleção    Suíça no Twitter, consolando    a equipe

“Tenho de admitir. Hoje eu sou torcedor dos EUA”
Wayne Rooney (@WayneRooney), atacante da Seleção Inglesa, que depois da eliminação no Mundial curte as férias em Las Vegas e talvez por isso tenha se unido aos locais

MURALHAS » Ah, se não fossem eles...‏

MURALHAS » Ah, se não fossem eles...
A média de gols no Mundial seria muito maior se os goleiros não estivessem em grande fase 

Roger Dias
Estado de Minas: 02/07/2014


Se dependesse deles, a Copa do Mundo do Brasil teria o menor número de gols possível. Por cima ou por baixo, com as mãos ou com os pés, tentam, de todas as formas, evitar que atacantes levem vantagem. Numa competição cuja média de gols é de 2,8 por jogo, os goleiros também dividem os holofotes com os atletas de linha. Embora o espanhol Casillas e o italiano Buffon não tenham se destacado – suas seleções caíram ainda na primeira fase –, outros arqueiros mostraram visão de jogo e posicionamento debaixo das traves. É o caso do mexicano Ochoa, do nigeriano Enyeama e do norte-americano Howard, que também já deixaram o Mundial. Já o belga Cuortois, vice-campeão europeu com o Atlético de Madrid e um dos mais badalados na posição, ainda não mostrou muito, mas tem chance de justificar a fama com a classificação de sua equipe para as quartas de final.


 (Leonhard Foeger/Reuters)

Júlio César (ACIMA)
Quatro anos depois de ter falhado nas semifinais contra a Holanda, conseguiu a redenção na disputa de pênaltis contra o Chile, com duas defesas precisas. Todavia, ainda é visto com descrédito pelos torcedores, que pedem constantemente Victor e Jefferson como titulares. Aos 34 anos, conquistou a confiança de Luiz Felipe Scolari e escolheu o modesto Toronto-CAN para manter o ritmo e a forma. Apesar de deficiente nos chutes de longe, é um dos melhores pegadores de pênalti do mundo e pode ajudar o Brasil na reta decisiva da Copa.


Ochoa
Grandes defesas na primeira fase, sobretudo quando parou o ataque do Brasil, em Fortaleza, ajudaram o goleiro de 28 anos a ser o melhor da posição até o momento. O curioso é que ele esteve desempregado antes de vir para a Copa, já que rompeu seu contrato com o Ajaccio em maio. Mas agora Tottenham, Sevilla e Olympique de Marselha, além do poderoso Barcelona, estariam interessados em tê-lo na próxima temporada. Fez três defesas difíceis contra a Holanda, nas oitavas de final, mas elas foram insuficientes para assegurar os mexicanos na fase seguinte.

 (Ood Andersen/AFP)

Cláudio Bravo (FOTO)
Mesmo caindo nas oitavas de final contra o Brasil, o goleiro mostrou regularidade e experiência nos momentos certos. Capitão do time, teve a tranquilidade e liderança no grupo, que caiu numa chave difícil, com Espanha, Holanda e Austrália. É muito respeitado em seu país e ganhou uma rua com seu nome na cidade de Buin, onde nasceu. Por causa das boas atuações antes mesmo da Copa, foi contratado pelo Barcelona por quase R$ 40 milhões.


Rais M’Bolhi
Filho de pais congolês com mãe argelina, o goleiro de 28 anos disputou também a Copa de 2010, sendo um dos destaques da seleção africana. Foi um dos principais nomes da Argélia, que surpreendentemente se garantiu na fase de mata-mata da Copa. Nas oitavas de final, por pouco conseguiu parar o poderoso ataque alemão, com Thomas Müller, Özil e Toni Kroos. Tem ótimos reflexos e atenção, sobretudo em chutes de longe.


Neuer
Numa seleção com tantos atacantes rápidos e versáteis, o goleiro Neuer é a garantia de regularidade e estabilidade na defesa alemã, historicamente sólida e segura. Sempre atento aos ataques do adversário, destacou-se nos lançamentos e na ligação direta com os jogadores de frente, além de ser peça fundamental para anular os contra-ataques. Contra a Argélia, foi fundamental ao sair da área diversas vezes, fazendo papel de “goleiro-linha”. Não foi muito exigido na primeira fase, mas sem dúvida será um dos pilares dos europeus nas etapas seguintes.


Enyeama
Em sua terceira Copa do Mundo, o jogador de 31 anos atravessa ótima fase. Foi um dos heróis na conquista da Copa das Nações no ano passado e é titular da Nigéria desde 2005. Conhecido pelo apelido de “Gato”, devido à agilidade em sair aos pés dos adversários, salvou os africanos contra Bósnia e Irã, na primeira fase, e teve bons momentos na derrota para a França (2 a 0), em Brasília. Joga no Maccabi Tel Aviv, de Israel, emprestado pelo Lille-FRA.


Navas
Titular da Costa Rica desde 2008, Navas é um dos personagens centrais desta Copa. Com grande elasticidade e senso de reflexo, brilhou ao se atirar aos pés dos atacantes e ajudou seu país a eliminar as forças Itália e Inglaterra e a superar a Grécia nas oitavas de final. Foi eleito o melhor do jogo nos empates contra Inglaterra e Grécia e levou apenas dois gols na competição. Desde 2011, joga no Levante (ESP). Já garantiu ao seu país a melhor participação da história, ficando entre os oito melhores. 

COLUNA DO JAECI » Felipão pede ajuda. Agora é tarde‏

COLUNA DO JAECI » Felipão pede ajuda. Agora é tarde
"As grandes equipes vêm sofrendo para ganhar. Holanda, Alemanha, França e Argentina passaram sufoco, mas têm jogadas e gente que decide"
Jaeci Carvalho
Estado de Minas: 02/07/2014


Felipão chamou seis jornalistas para conversar. Vi esse filme em 2006 e até participei dele quando Parreira nos convidou para jantar, em Weggis. Só que foi antes da Copa, não quando a vaca estava indo para o brejo. Acuado, o treinador quer buscar refúgio em quem confia, para não ter a carreira acabada. Não adianta explicar o inexplicável. Ele escolheu os jogadores e outro dia deu resposta mal-educada a um repórter: “Se eu perder ou ganhar, o problema é meu. Ninguém, nem vocês, vai mudar a minha cabeça”.

Pois é, não queira então dividir a própria incompetência com a imprensa. Ele tem apenas um atenuante: a safra é fraca. Fora isso, o péssimo grupo foi escolhido pelo técnico e perder o Mundial será responsabilidade dele. Mais grave é perceber um time sem padrão, jogadas ensaiadas ou algo parecido. A melhor jogada são as arrancadas de Neymar, que chega à área e cai, ou a ligação direta defesa-ataque, com os chutões de David Luiz para Fred.

As grandes equipes vêm sofrendo para ganhar. Holanda, Alemanha, França e Argentina passaram sufoco, mas têm jogadas e gente que decide, como Messi, Benzema, Robben e Müller. Já no Brasil, sem conjunto e qualidade, Neymar só jogou bem contra Camarões. Diante da Croácia, merecia ter sido expulso após a cotovelada num adversário. O time pode chegar, pela sorte e a camisa, mas, analisando friamente, a Colômbia é superior, tem o craque James Rodríguez e grande técnico, o argentino José Pékerman, anos-luz à frente do nosso.

Só mesmo aqui um treinador derruba um time, como Felipão no Palmeiras, e é chamado para a Seleção. Temos um capitão chorão, que pediu para não bater pênalti, meio-campo fraco e um protótipo de craque, bom de marketing, de apenas 22 anos, que não joga quando bem marcado. Messi também tem dificuldades nisso, mas decide em apenas um lance, como ontem contra a Suíça. E olhem que havia três jogadores a marcá-lo o jogo inteiro. Que jogo Neymar decidiu para nós?

Noite dessas, numa mesa-redonda, companheiros reclamavam da torcida, por expor os erros da Seleção. Bobagem. Ninguém vai torcer por Alemanha, Argentina ou Holanda. Como brasileiros, seria muito legal elogiar cada jogador que veste a camisa amarela, mas com esse time é impossível. Em cada 10 pessoas, pelo menos nove enxergam os mesmos erros e sabem que não vamos longe.

Felipão pode fazer mudanças radicais para sexta-feira: entrar com três zagueiros, mudando o esquema, com Maicon e Maxwel nas laterais; barrar Fred e fazer Neymar flutuar na frente. Talvez seja a única opção. É preciso tentar algo mesmo, pois o fim da linha parece próximo. Reflexo de técnicos que ao longo de décadas esqueceram de lapidar craques, mandaram matar jogadas e dar porrada, usaram esquemas tipo ferrolho. O resultado está aí. Não temos craque, e sim apenas um jovem talentoso, Neymar, que poderá se tornar um se parar de cair, for mais efetivo na área e aparecer menos fora de campo.

Ser eliminado pela Colômbia, algo antes inimaginável, não será vergonha. Trata-se do melhor time da Copa até aqui. Vitória será zebra mesmo em casa. A Fifa errou ao definir que o Brasil só jogará no Maracanã se for à final. A equipe não merece pisar no templo sagrado. Dos quatro que aponto há anos como semifinalistas, a Espanha foi embora, mas Alemanha, Argentina e Holanda estão firmes, e aposto num deles para campeão. Se a Colômbia não atrapalhar. E até que ela está merecendo.