quarta-feira, 5 de junho de 2013

Quadrinhos

folha de são apulo
PIRATAS DO TIETÊ      LAERTE
LAERTE
DAIQUIRI      CACO GALHARDO
CACO GALHARDO
NÍQUEL NÁUSEA      FERNANDO GONSALES
FERNANDO GONSALES
MUNDO MONSTRO      ADÃO ITURRUSGARAI
ADÃO ITURRUSGARAI
BIFALAND, A CIDADE MALDITA      ALLAN SIEBER
ALLAN SIEBER
BIFALAND, A CIDADE MALDITA      ALLAN SIEBER
ALLAN SIEBER
MALVADOS      ANDRÉ DAHMER
ANDRÉ DAHMER
GARFIELD      JIM DAVIS
JIM DAVIS

HORA DO CAFÉ      LÉZIO JUNIOR
LÉZIO JUNIOR

Sexo oral, HPV e câncer - Claudia Collucci

folha de são paulo

Sexo oral, HPV e câncer


A recente declaração do ator norte-americano Michael Douglas de que o seu câncer de garganta foi provocado pelo vírus HPV, adquirido pela prática do sexo oral, assustou muita gente, mas é preciso evitar terrorismo com o assunto.
Sim, é verdade que está clara a associação entre o HPV e o câncer de boca e orofaringe (região atrás da língua, o palato e as amígdalas). Nos EUA, 50% desses tumores já são causados por HPV.
No Brasil, não há estatísticas, mas os hospitais oncológicos dizem que na última década os casos dispararam por aqui também.
No Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, 80% dos tumores de orofaringe têm associação com o papilomavírus. Há dez anos, essa associação existia em 25% dos casos. No Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), 60% dos casos de câncer de orofaringe atendidos em 2010 tinham relação com o HPV.
Mas ainda há dúvida se houve um aumento real de casos ou simplesmente uma mudança no perfil da doença. Antes, os cânceres de boca e da orofaringe afetavam homens mais velhos, tabagistas/e ou alcoólatras (exatamente o perfil de Michael Douglas). Hoje atingem os mais jovens (entre 35 e 45 anos), que não fumam e nem bebem em excesso, mas praticam sexo oral desprotegido.
Outra hipótese é que a incidência esteja aumentando porque a tecnologia que permite o diagnóstico melhorou com o desenvolvimento de mais exames de biologia molecular capazes de detectar o HPV, o que antes não acontecia.
O que é preciso deixar claro é que o HPV é um vírus muito presente na pele ou em mucosas e afeta homens e mulheres. Cerca de 80% da população já se infectaram, mas não tiveram verrugas nem câncer.
Há mais de cem subtipos de HPV, entre 30 e 40 deles podem causar doenças, como verrugas genitais e tumores no pênis, ânus, vulva, orofaringe e, o mais comum, no colo do útero.
A boa notícia (se é que ela existe numa situação dessas) é que os tumores de orofaringe relacionados ao HPV têm um melhor prognóstico em relação àqueles provocados pelo fumo. Eles respondem melhor à quimioterapia e à radioterapia e, muitas vezes, não há necessidade de cirurgia.
Avener Prado/Folhapress
Cláudia Collucci é repórter especial da Folha, especializada na área da saúde. Mestre em história da ciência pela PUC-SP e pós graduanda em gestão de saúde pela FGV-SP, foi bolsista da University of Michigan (2010) e da Georgetown University (2011), onde pesquisou sobre conflitos de interesse e o impacto das novas tecnologias em saúde. É autora dos livros "Quero ser mãe" e "Por que a gravidez não vem?" e coautora de "Experimentos e Experimentações". Escreve às quartas, no site.

Julia Sweig

folha de são paulo
Ortodoxia e geografia
Se a lógica geográfica da Aliança do Pacífico mudar a geoeconomia na América Latina, será tão ruim assim?
Lendo a cobertura feita pela imprensa regional e internacional da Aliança do Pacífico, poderíamos concluir que os problemas da América da Latina acabaram, pelo menos para seus países-membros.
Sim, o livre movimento de pessoas e capitais, a integração das cadeias de oferta e a ampliação do comércio global são essenciais para prosperar numa economia global. E, sim, todo país precisa de estratégia para enfrentar os altos e baixos da China.
Mas respiremos fundo antes de supor que a marca latino-americana mais recente seja uma "divisa continental" permanente ou a panaceia que vá superar os obstáculos estruturais à conquista de democracias seguras e de classe média.
Acordos comerciais são estratégias de investimento; a comunidade empresarial, ao menos a moderna, os adora. Mas eles não são arquitetados para substituir políticas públicas cruciais para o desenvolvimento humano, a segurança dos cidadãos ou a solvência fiscal.
Na realidade, mexicanos, chilenos, colombianos e peruanos sabem muito bem que o comércio, por si só, não substitui um Estado inteligente e que crescimento sem inclusão social e instituições fortes é uma receita de conflitos violentos e instabilidade. Em comparação com o modelo de crescimento a qualquer custo visto alguns anos atrás, o consenso entre cidadãos e líderes dos países da Aliança do Pacífico sobre investir na educação e no bem-estar das populações, e em estratégias para reduzir a pobreza e a desigualdade, tranquiliza esta cética aqui.
Mais perturbadora é a sugestão frequente de que a Aliança do Pacífico seria a irmandade da liberdade capitalista dos modernos do século 21, enquanto o Mercosul teria se tornado o clubinho de militantes socialistas antiquados que preferem ler Lênin e Galeano a Hayek e De Soto. E a corrida para apontar vencedores regionais, seja em contextos econômicos, seja nos diplomáticos e institucionais, mostra que o apelo irresistível do concurso de beleza continua forte na América Latina.
E é aqui que surge a pergunta: para onde vai o Brasil? O boom econômico de 2003-2010 chegou ao fim. A inflação ganha força aos poucos.
Dentro da América Latina, o Brasil parece ter tomado a decisão de buscar o máximo benefício comercial do seu mercado interno e do interior das fronteiras altamente imperfeitas, mas ampliadas, do Mercosul. Na outra margem, do Atlântico, como acaba de demonstrar a viagem da presidente à África, oportunidades enormes aguardam.
No entanto, a nova normalidade inescapável parece ser que o Brasil, mesmo com um brasileiro na direção da OMC, fica de fora de várias novas constelações de blocos comerciais internacionais.
É verdade que a autonomia na política externa tem raízes profundas na história brasileira. Mas, para um país que aprecia a tolerância da heterodoxia --nas esferas econômica, política, ideológica e diplomática--, poderia a ortodoxia comercial às vezes ser dolorosa?
Por outro lado, se estivermos de fato vendo a lógica da geografia reescrever a geoeconomia da América Latina, isso seria realmente tão terrível assim?

USP propõe bônus a aluno de escola pública que se definir preto ou pardo

folha de são paulo
Pela proposta a ser votada neste mês, grupo terá acréscimo de 5% na nota do vestibular
Projeto prevê ainda ampliar bônus para demais estudantes da rede pública dos atuais 15% para até 20%
FÁBIO TAKAHASHIDE SÃO PAULOA USP votará neste mês proposta que prevê a criação de bônus de 5% no vestibular para candidatos de escolas públicas que se declararem pretos, pardos ou indígenas.
Hoje, não há benefício específico para esse grupo.
Está previsto ainda aumento do bônus para demais alunos da rede pública, que pode ir dos atuais 15% a até 20%.
Ou seja, um aluno pardo que cursou o ensino básico na rede pública poderá ter um acréscimo de até 25% na sua nota no vestibular. Hoje ele só pode chegar aos 15%.
O modelo é uma resposta à proposta apresentada em dezembro pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e pelos reitores de USP, Unesp e Unicamp. Consultadas, as unidades da USP rejeitaram diversos pontos.
Um dos pilares do projeto inicial era a criação do "college", um curso superior semipresencial, de dois anos, para alunos da escola pública.
Os que fossem aprovados entrariam nas universidades sem passar por vestibular.
Essa ideia não consta no novo documento desenhado pela universidade.
A instituição decidiu apostar no aumento dos bônus para atingir as metas do projeto inicial (que estão mantidas): 50% de calouros de escolas públicas, em cada curso, sendo 35% deles pretos, pardos e indígenas.
Hoje, 28% dos aprovados na USP são da rede oficial.
O prazo para chegar aos patamares, porém, foi alterado, de 2016 para 2018.
DIVERGÊNCIAS
A nova proposta da USP, à qual a Folha teve acesso, é uma síntese das sugestões feitas pelas suas 42 unidades. Ela foi sistematizada pela pró-reitoria de graduação e será votada no seu conselho.
Segundo a reportagem apurou com membros do órgão, a maioria dos itens da proposta deve ser aprovada com facilidade.
Apenas o trecho sobre pretos, pardos e índios deve sofrer resistências.
Nas discussões internas, o projeto inicial do governo e dos reitores sofreu críticas diversas e até opostas.
A direção da Faculdade de Medicina, por exemplo, entendeu que ele mudaria muito o perfil do alunato, o que poderia reduzir a qualidade da USP.
Já a FFLCH (área de humanas) disse haver espaço para uma opção mais ousada, com adoção de cotas --reserva de vagas a alunos de escolas públicas, pretos, pardos e índios.
Já o "college" foi criticado pela maioria das faculdades, que entenderam que seria pouco atrativo deixar alunos dois anos em curso "à parte".
A nova proposta da USP tenta acomodar as divergências internas.
Em carta às faculdades, a pró-reitora de graduação, Telma Zorn, afirma que o prazo mais longo para atingir as metas foi colocado para que o processo seja feito "de modo responsável".
A reitoria disse que não se manifestará agora publicamente porque a proposta pode mudar. O projeto prevê ainda um cursinho para mil alunos, ministrado pela USP.

    MARTHA MEDEIROS - O direito de tirar sarro

    Zero Hora - 05/06/2013

    As pessoas sonham em ser famosas, sem perceber o tamanho da encrenca. O Neymar, por exemplo. Por ser um fazedor de gols, ganhou muito dinheiro, o que é ótimo, e também ganhou fama, que nem tanto. A fama não permite que você seja apenas aquilo que sonhava: no caso dele, um craque. Você passa a ser considerado um exemplo de magnanimidade e a ter todas as suas ações julgadas.

    Pois o Neymar, coitado, que drible esta: mal colocou os pés em Barcelona, o Observatório contra a Homofobia da Espanha pediu que o jogador se desculpasse por causa de um comercial gravado para uma empresa de roupa íntima, em que ele aparece de cueca ao fundo de uma loja, se exibe para as garotas, mas foge quando aparece um cliente grandão. Foi considerada uma atitude homofóbica. Tudo agora é homofóbico. O Neymar gosta de mulher, não de homem, quem não sabe? Se amanhã aparecer um comercial mostrando um gay fazendo cara de nojo para a Gisele Bündchen, será que não acharemos graça? Será o caso de nos sentirmos ofendidos também?

    Compreendo que está em curso uma luta ainda nova, difícil e que precisa se fortalecer com o combate a todas as reações culturais impregnadas na sociedade e que limitam os direitos dos cidadãos homossexuais. O movimento tem em mim uma aliada: não faço nenhuma restrição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e inclusive apoio a adoção – como alguém pode acreditar que uma criança viverá melhor num orfanato do que dentro de um lar, sendo amada por duas pessoas que a escolheram?

    No entanto, há que se deixar um espaço para vazar o que não é violento, o que não é repressor, e sim uma manifestação saudável de preferência, senão viveremos uma caça às bruxas às avessas. Os héteros não podem agora se sentir constrangidos por valorizarem o sexo oposto em detrimento do seu, ainda mais quando se trata de uma situação claramente bem-humorada, sem depreciar ninguém. Me vem à lembrança aquele episódio da Porta dos Fundos, programa cômico veiculado na internet, em que um atendente de uma loja de conveniências desestimula uma freguesa a procurar seu nome na lata de refrigerante, já que os disponíveis são Patricia, Renata, Mariana...

    O dela, Kellen, tsk, tsk,sem chance. Quem não assistiu talvez fique horrorizado. Que preconceito! Pois assista no YouTube, divirta-se com a sinceridade atrevida do personagem e entenda que não ganhamos nada com o paternalismo que confunde galhofa com ofensa, ou pegação de pé com bullying. Se engessarmos as possibilidades de riso que as diferenças ofertam, viraremos uma sociedade extremista na defesa do igualitário e asfixiada pelo politicamente correto, essa chatice que caiu nas graças de quem não a tem.

    Antonio Prata

    folha de são paulo
    Recordação
    'Não faz sentido, pra que que a pessoa quer gravar as coisas que não são da vida dela e as coisas que são, não?'
    "Hoje a gente ia fazer 25 anos de casado", ele disse, me olhando pelo retrovisor. Fiquei sem reação: tinha pegado o táxi na Nove de Julho, o trânsito estava ruim, levamos meia hora para percorrer a Faria Lima e chegar à rua dos Pinheiros, tudo no mais asséptico silêncio, aí, então, ele me encara pelo espelhinho e, como se fosse a continuação de uma longa conversa, solta essa: "Hoje a gente ia fazer 25 anos de casado".
    Meu espanto, contudo, não durou muito, pois ele logo emendou: "Nunca vou esquecer: 1º de junho de 1988. A gente se conheceu num barzinho, lá em Santos, e dali pra frente nunca ficou um dia sem se falar! Até que cinco anos atrás... Fazer o que, né? Se Deus quis assim...".
    Houve um breve silêncio, enquanto ultrapassávamos um caminhão de lixo e consegui encaixar um "Sinto muito". "Obrigado. No começo foi complicado, agora tô me acostumando. Mas sabe que que é mais difícil? Não ter foto dela." "Cê não tem nenhuma?" "Não, tenho foto, sim, eu até fiz um álbum, mas não tem foto dela fazendo as coisas dela, entendeu? Que nem: tem ela no casamento da nossa mais velha, toda arrumada. Mas ela não era daquele jeito, com penteado, com vestido. Sabe o jeito que eu mais lembro dela? De avental. Só que toda vez que tinha almoço lá em casa, festa e alguém aparecia com uma câmera na cozinha, ela tirava correndo o avental, ia arrumar o cabelo, até ficar de um jeito que não era ela. Tenho pensado muito nisso aí, das fotos, falo com os passageiros e tal e descobri que é assim, é do ser humano, mesmo. A pessoa, olha só, a pessoa trabalha todo dia numa firma, vamos dizer, todo dia ela vai lá e nunca tira uma foto da portaria, do bebedor, do banheiro, desses lugares que ela fica o tempo inteiro. Aí, num fim de semana ela vai pra uma praia qualquer, leva a câmera, o celular e tchuf, tchuf, tchuf. Não faz sentido, pra que que a pessoa quer gravar as coisas que não são da vida dela e as coisas que são, não? Tá acompanhando? Não tenho uma foto da minha esposa no sofá, assistindo novela, mas tem uma dela no jet ski do meu cunhado, lá na Guarapiranga. Entro aqui na Joaquim?" "Isso."
    "Ano passado me deu uma agonia, uma saudade, peguei o álbum, só tinha aqueles retratos de casório, de viagem, do jet ski, sabe o que eu fiz? Fui pra Santos. Sei lá, quis voltar naquele bar." "E aí?!" "Aí que o bar tinha fechado em 94, mas o proprietário, um senhor de idade, ainda morava no imóvel. Eu expliquei a minha história, ele falou: Entra'. Foi lá num armário, trouxe uma caixa de sapatos e disse: É tudo foto do bar, pode escolher uma, leva de recordação'."
    Paramos num farol. Ele tirou a carteira do bolso, pegou a foto e me deu: umas 50 pessoas pelas mesas, mais umas tantas no balcão. "Olha a data aí no cantinho, embaixo." "1º de junho de 1988?" "Pois é. Quando eu peguei essa foto e vi a data, nem acreditei, corri o olho pelas mesas, vendo se achava nós aí no meio, mas não. Todo dia eu olho essa foto e fico danado, pensando: será que a gente ainda vai chegar ou será que a gente já foi embora? Vou morrer com essa dúvida. De qualquer forma, taí o testemunho: foi nesse lugar, nesse dia, tá fazendo 25 anos, hoje. Ali do lado da banca, tá bom pra você?"

    Painel - Vera Magalhães

    folha de são paulo
    FHC no mercado
    O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, 81 anos, constituiu uma empresa de investimento imobiliário com seus ex-ministros Pedro Parente e Celso Lafer, o historiador Boris Fausto e mais seis sócios. A Sarlat Empreendimentos e Participações Ltda. foi criada em maio, com capital de R$ 1,9 milhão. FHC disse à coluna que aplicou R$ 222,3 mil na empresa porque o rendimento no mercado financeiro é baixo. "É difícil encontrar investimento em renda fixa que dê alguma coisa."
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    Foco O objetivo da sociedade, segundo FHC, é investir o dinheiro do grupo na construção de um único empreendimento imobiliário, que ainda será escolhido.
    Feira... O programa de TV do DEM que será exibido amanhã bate na tecla da alta da inflação, assim como o do PSDB. A propaganda mostra pessoas numa feira livre reclamando dos preços de produtos, entre eles o tomate.
    ... liberal O DEM também foi a vários canteiros de obras do governo Dilma Rousseff, como a transposição do rio São Francisco, para mostrar que estão inacabadas. Em cada uma delas, carimba: "Prometeu; não entregou''.
    Escassez Vieram da Bahia tanto o marqueteiro, José Fernandes, quanto a principal estrela do programa, o prefeito de Salvador, ACM Neto. A governadora Rosalba Ciarlini (RN), com baixa avaliação, não aparece.
    Tribuna O ministro Gilmar Mendes admitiu pedido para que o senador Pedro Taques (PDT-MT), a ex-senadora Marina Silva e o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) façam sustentação oral contra o projeto que dificulta a criação de novos partidos. O plenário do STF analisa hoje a liminar que paralisou a tramitação da proposta no Senado.
    Recuo tático O diretório paulista do PSDB decidiu ficar afastado da polêmica do acúmulo dos cargos de ministro e vice-governador por Guilherme Afif (PSD).
    Banho-maria O deputado estadual Pedro Tobias pediu que a sigla se manifestasse contra a permanência de Afif na vice, mas o presidente da seção paulista, Duarte Nogueira, disse que o partido só vai se pronunciar depois de consultar as bancadas.
    Sem-tribo Uma das alternativas estudadas pelo governo federal para a demarcação de terras indígenas é a compra de áreas pela União para os índios ou para pequenos produtores que tiverem de deixar os locais de reservas, nos moldes do que ocorre com a reforma agrária.
    Escambo Segundo interlocutores do Planalto, como o governo não pode indenizar índios, porque as terras demarcadas pertencem à União, a ideia seria realizar uma compensação. "A ideia é distensionar a relação. É uma disputa entre pobre e pobre, pequeno contra pequeno'', afirma um auxiliar que acompanha as discussões.
    Energético Na visita de Dilma ao Rio Grande do Norte, o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB), pediu um minuto de palmas ininterruptas. "Quero chegar ainda mais forte ao gabinete dela amanhã'', disparou.
    De fora Peemedebistas relataram que Ideli Salvatti (Relações Institucionais) telefonou para líderes do partido minutos antes da reunião de Dilma com a cúpula da sigla, anteontem, para saber se ela ocorreria ou não. Ela e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) não participaram.
    Visita à Folha Fernando Grella Vieira, secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Fábio Santos, assessor de imprensa.
    com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN
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    TIROTEIO
    "A contundência de Aloysio Nunes em defesa de Afif não consegue mascarar a realidade: o acúmulo de cargos é uma imoralidade."
    DO SECRETÁRIO DE ENERGIA DE SÃO PAULO, JOSÉ ANÍBAL, sobre a posição do senador tucano contra a perda do mandato do vice-governador do Estado.
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    CONTRAPONTO
    O favorito
    Sérgio Cabral telefonou para Dilma Rousseff logo após a nomeação de Guilherme Afif para a Secretaria da Micro e Pequena Empresa. Ao lado do vice-governador Luiz Fernando Pezão, o governador do Rio disse:
    --Dilma, o Pezão está aqui arrasado!
    Surpresa, a presidente quis saber o motivo. Cabral, ainda tentando manter o tom sério, respondeu:
    --Você escolheu um vice-governador e preferiu Afif, que nem fez campanha para você, enquanto o Pezão pediu voto no Estado todo!
    A petista percebeu a brincadeira e caiu na risada.

      Personalidades sugerem 10 perguntas a serem feitas a indicado ao STF

      folha de são paulo
      Indicado pela presidente Dilma Rousseff para o Supremo Tribunal Federal, o advogado Luís Roberto Barroso será sabatinado hoje na Comissão de Constituição e Justiça do Senado em meio a protestos da bancada evangélica.
      Leogump Carvalho - 24.mai.2013/Folhapress
      Luís Roberto Barroso, indicado para ser ministro do STF
      Luís Roberto Barroso, indicado para ser ministro do STF
      Religiosos questionam sua escolha por causa do apoio que deu no passado ao aborto de fetos anencéfalos, às pesquisas com células tronco e às uniões homoafetivas.
      O advogado deve ter seu nome submetido hoje mesmo ao plenário do Senado. Ele fez nesta semana um périplo pelos gabinetes da Casa em busca de apoio.
      A pedido da Folha, dez personalidades sugeriram perguntas que poderiam ser submetidas a Barroso:
      Editoria de Arte/Folhapress

      ANÁLISE
      Sabatina também é oportunidade para diálogo com o eleitor
      JOAQUIM FALCÃOESPECIAL PARA A FOLHAPor que Luís Roberto Barroso tem que ser sabatinado publicamente pelos senadores, isto é, pelos representantes eleitos do povo brasileiro? Ele e qualquer outro candidato ao Supremo Tribunal Federal?
      Por um motivo fundamental. Ministro do Supremo é também um representante do povo brasileiro. Não para fazer leis, política econômica ou segurança pública. Mas para fazer a justiça. Não a de sua preferência, mas a da Constituição --interpretada pelo sentimento e necessidade de justiça do brasileiro.
      Mas, para bem representar, o brasileiro precisa confiar no candidato. Confiar civicamente não é ato gratuito. É fundamentado. Quem é? O que pensa? Como chegou até aqui? A sabatina é para isso.
      Primeiro, para informar. Quem se candidata abre mão de parte de sua privacidade em nome do direito do público a se informar sobre ele.
      Segundo, para avaliar. Cada senador e o eleitor tem que julgar quem vai julgar. Agora e sempre. Avaliar o seu comportamento moral, o seu saber jurídico e a sua independência política.
      Terceiro, para dialogar. Sabatinar não é apenas perguntar, criticar ou homenagear. É dialogar. Os senadores com o candidato --e todos com os eleitores.
      Nada disso é estranho ou será difícil para Barroso. Advogado, procurador do Estado e professor de sucesso. Mas juiz nunca foi. Como será? São profissionais convergentes --todos buscam a justiça--, mas divergentes nos objetivos, interesses e posições. Como Barroso pretende conciliar o seu múltiplo passado profissional com o cargo de magistrado?
      Não há como escapar. Como pretende votar, se aprovado, no mensalão? Evidentemente ele não vai adiantar voto. É proibido. Mas vai se julgar apto a votar? Barroso considera que o julgamento transmitido ao vivo para todo mundo prejudicou direito fundamental dos réus? Justifica absolver ou reduzir penas? Qual direito, este?
      Sua resposta, sim ou não, percebida agora e explicitada depois, terá que convencer os ministros, a Constituição e a opinião pública. Aí sim começará seu novo futuro, que se avizinha.

        Elio Gaspari

        folha de são paulo
        Um governo 'estratégico'
        Ganha uma viagem a Havana quem souber o significado da palavra e outra a Paris quem mostrar um resultado
        Madame Natasha tem horror ao uso de expressões que não querem dizer nada e, com um significado vago, destinam-se a empulhar a plateia, complicando a conversa. Dor de cabeça vira cefaleia.
        A doutora Dilma louvou duas operações militares e policiais que fazem parte do "Plano Estratégico de Fronteiras". Outro dia, ao justificar o perdão de uma dívida de US$ 900 milhões de cleptocratas africanos, disse que "o engajamento com a África tem um sentido estratégico".
        A Presidência da República, assim como diversos governos estaduais, tem uma Secretaria de Assuntos Estratégicos. Quase todos os ministérios tem programas de "gestão estratégica" e o do Planejamento oferece o software Geplanes, destinado a "monitorar o desempenho dos objetivos estratégicos".
        Trata-se de puro blá-blá-blá, destinado a confeitar promessas ou, na melhor das hipóteses, desejos. Dizer que a economia brasileira crescerá 4% num determinado ano nada tem de enunciado estratégico. É apenas um objetivo, quando não, pura mentira. A empolação destina-se apenas a envernizar o comissário que anuncia o rio de mel.
        Em 1812, o marechal russo Kutusov enfureceu seus generais porque a certa altura deixou Napoleão Bonaparte escapulir com suas tropas. Por mais que detestasse o corso, achava que a destruição de seu exército e sua eventual captura favoreceriam os interesses da Inglaterra.
        Preferiu fritá-lo, deixando que chegasse a Paris, onde os franceses forçaram-no a abdicar e um príncipe russo ocupou a cidade. Kutusov tomou uma decisão estratégica.
        Não se pode confundir esse tipo de conduta com coisas mais imediatistas. Por exemplo: quando ocupava uma diretoria da Caixa Econômica, o doutor Moreira Franco queria ser ministro e aceitou a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência. Pensava em coisa melhor. Em março passado tornou-se secretário de Aviação Civil. Foi apenas astucioso.
        Juscelino Kubitschek jamais anunciou estratégias. O que ele apresentou ao país foi um "Plano de Metas". Eram 30. Duplicou a produção de energia, aumentou em 70% o número de leitos em hospitais e, onde foi mal, incrementou em apenas 40% a produção agrícola. JK nunca disse que o apoio de seu governo ao colonialismo português na África era uma estratégia, pois era só oportunismo.
        A diferença entre uma meta e uma estratégia está no fato de que uma pode ser cobrada e a outra pode ser transferida para o próximo governo, a quem se acusará de ter abandonado um plano que tinha tudo para dar certo. O trem-bala Rio-São Paulo da doutora Dilma é considerado um projeto estratégico. Deveria ficar pronto para a Copa do Mundo, talvez um pouco depois. Seria inteiramente financiado pela iniciativa privada e custaria US$ 9 bilhões. Já custou à Viúva R$ 63,5 milhões, ainda não saiu do papel, mas já pariu uma estatal e terá os Correios como "sócio estratégico". Indo até Campinas, há transportecas que estimam seu custo em US$ 17,5 bilhões. Não há empreiteiro que fale em menos de US$ 25 bilhões. A conta? Irá quase toda para a Viúva. "Estratégia"? Apenas uma falsa promessa.
        Madame Natasha não espera que se cumpram as promessas. Pede apenas que deixem o idioma em paz.

          FERNANDO BRANT » Liberdade sempre‏

          Sou de uma terra e um povo, o mineiro, marcado profundamente pelo sentido libertário


          Estado de Minas: 05/06/2013 


          Um mês e meio depois do golpe militar de 64, Millôr Fernandes lançou a revista Pif Paf, primeira publicação a enfrentar o regime policialesco que nos infelicitou por quase um quarto de século. Em seu primeiro número exemplar a revista dizia: “Em todos os números do Pif Paf falaremos de liberdade. É um assunto que nos tem presos.” Foram somente oito edições, a censura inviabilizou sua sobrevivência. Mas essa é uma obra que todos os brasileiros deveriam conhecer.

          Falo com satisfação de Millôr, um verdadeiro gênio no que criou, e da aspiração humana pela liberdade, aquela que, como diz Cecília Meireles, não se explica, mas todos entendem. Sou de uma terra e um povo, o mineiro, marcado profundamente pelo sentido libertário, pelo gosto de ir e vir, de cuidar de suas coisas e dos seus do jeito que quer. Somos essencialmente antiautoritários. Gostamos de respirar o ar de nossas montanhas sem entraves. Não que não existam mineiros que sejam o oposto disso. Generalizar é perigoso, mas ouso afirmar que na essência de nossa gente reina soberano o senso humanitário, libertário, apaziguador e humano.

          A liberdade de imprensa é uma garantia, que a nossa Constituição nos oferta, de que os arroubos ditatoriais dos poderosos, de todos os níveis e escalões, não vão prevalecer. É uma arma do povo, mesmo quando muitos jornalistas e muitas mídias distorcem, desinformam e se corrompem. A liberdade de imprensa é um bem da cidadania e não dos jornalistas. Conheci durante um bom período de minha vida o quanto o país e todos perdem quando a nuvem da mentira e da opressão não permite que as verdades sejam reveladas.

          No meu cotidiano consigo perceber que muitos da imprensa não são dignos desse direito que todos temos de saber o que é feito em nosso nome. Mas essa é uma conquista da civilização, que não pertence à imprensa nem às empresas que a comandam. O livre fluir das informações jorra por todos os cantos, tornando possível que o jornalismo de caráter possa ser conhecido. Os fatos e opiniões se espalham por milhares de veículos, sendo possível garimpar, entre tendências honestas ou não, o que é informação e o que é deformação.

          Prefiro esse trabalho difícil de buscar na variedade o que entendo ser correto do que me fiar em órgão único de qualquer partido, governo ou seita. A história humana é uma luta constante entre oprimidos e opressores, uma dolorosa caminhada no rumo da reconquista de um direito natural.

          Quem nasceu do amor só pode querer, para si e para todos, os direitos à liberdade, à igualdade e à fraternidade. 

          Frei Betto -Drogas e soluções‏

          O que leva uma pessoa a consumir drogas é a carência de autoestima. O drogado grita em outra linguagem: "Eu quero ser amado!" 


          Estado de Minas: 05/06/2013 



          O fenômeno das drogas atinge todos nós. Não há exceção. Ainda que você não tenha um dependente químico na família, o perigo reside no assalto. Nada pior do que ser assaltado por uma pessoa drogada. Qualquer gesto, por mais inocente, pode representar na cabeça dele uma reação que merece a morte. Não é apenas nas ruas que a existência de grande número de viciados preocupa. Em todas as classes sociais há quem seja dependente de drogas. Não somente das proibidas, como cocaína e ópio, mas também das que se podem adquirir em farmácias (com receitas falsas) ou em hospitais (por desvio). Nos dois casos, uma grana extra faz do funcionário um corrupto, e a droga de tarja preta chega fácil às mãos do usuário.

          Famílias de classes média e alta conhecem a tortura do que significa ter um parente dependente químico. Por sua vez, o poder público, incomodado com a paisagem urbana das cracolândias, advoga a internação compulsória. Medida, aliás, adotada por certas famílias com recursos para pagar internação em clínicas de (suposta) recuperação. Restam as perguntas que não querem calar, mas que famílias e poder público insistem em abafar: o que induz uma pessoa a consumir drogas? Qual a solução para o problema?

          Se amanhã hóstia de igreja, que é oferecida gratuitamente, virar grife, terá preço de mercado, como jeans esfarrapados vendidos hoje em lojas sofisticadas. Ocorre que só quem comunga por razões religiosas consome hóstias. Do mesmo modo, o narcotráfico – que deve ser combatido com todo o rigor – só existe porque há um amplo e voraz mercado de consumo.

          O que leva uma pessoa a consumir drogas é a carência de autoestima. Sentindo-se inferior, desamada, pressionada pelo estresse competitivo, ela encontra nas drogas o recurso para alterar seu estado de consciência. Assim, se sente bem melhor do que ao enfrentar, de cuca limpa, a realidade. Sobretudo com certas drogas, como a cocaína, que imprimem sensação de onipotência.

          Todo drogado é um místico em potencial. Sabe que a felicidade é uma experiência da subjetividade. Nada fora do ser humano é capaz de trazer felicidade. Dê a um dependente químico barras de ouro para que abandone a droga e inicie vida nova. Ele logo tratará de vendê-las para comprar drogas. A droga decorre de nossa escala de valores. Há nisso forte componente educativo. Se um jovem é educado priorizando como valores riqueza, sucesso, poder e beleza, tende a se tornar vulnerável às drogas. Elas funcionarão, periódica e provisoriamente, como cobertor ao frio de suas ambições frustradas.

          Alerto meus amigos que têm filhos pequenos: deem a eles muita atenção e carinho até que completem 12 anos. Internações podem ser úteis em situações de crise ou surto. Nunca como solução. Todo drogado grita em outra linguagem: “Eu quero ser amado!” E o poder público, o que fazer diante desta epidemia química? Internação compulsória? Funciona provisoriamente como limpeza da paisagem urbana. Em um país como o nosso, em que o sistema de saúde é tão precário, difícil acreditar que existam clínicas de internação em número suficiente para atender todos os dependentes e que tenham suficiente pedagogia de recuperação.

          A solução talvez não seja fácil para aqueles que já romperam vínculos familiares. Contudo, há, sim, solução preventiva se o poder público cumprir seu dever de assegurar a todas as crianças e jovens educação de qualidade. Um jovem que sonha ser um profissional competente jamais entrará nas drogas se tiver educação garantida, sobretudo centrada em valores altruístas, solidários, espirituais.

          Morei cinco anos em favela. Aprendi que nenhum traficante deseja que seu filho siga os seus passos. O sonho é que o filho seja doutor. Portanto, no dia em que o poder público levar aos ninhos do tráfico mais escolas, música, teatro, academias de ginástica, bibliotecas, e menos batidas policiais e balas “perdidas”, teremos menos viciados e traficantes.

          Portugal ensinou muito ao Brasil: o idioma, o prazer do queijo, a religiosidade cristã, a arte sacra, o gosto pela literatura etc. É hora de aprendermos também com Portugal como lidar com as drogas. Lisboa é a capital europeia com menor índice de homicídios.

          Valério não aceita acordo e esvazia apuração contra Lula

          folha de são paulo
          MATHEUS LEITÃO
          DE BRASÍLIA

          O empresário Marcos Valério de Souza recusou a oferta de delação premiada no inquérito que investiga a suspeita de envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-ministro Antonio Palocci com o esquema do mensalão.
          Autor das acusações contra Lula e Palocci, Valério disse em depoimento em abril à Polícia Federal e ao Ministério Público, em Minas Gerais, que só aceitaria o acordo caso fosse beneficiado em todos os outros inquéritos criminais abertos contra ele.
          A delação é um instrumento legal que estimula acusados a colaborar com investigações em troca de benefícios que vão da redução da pena até o perdão judicial.
          Com a recusa de Valério --condenado pelo Supremo Tribunal Federal a mais de 40 anos de prisão por operar o mensalão--, a Folha apurou que aumentou o ceticismo dos investigadores em relação ao desenrolar da apuração.
          A investigação contra Lula e Palocci começou após Valério ter declarado ao Ministério Público, em setembro do ano passado, que os dois petistas negociaram com Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, repasse de US$ 7 milhões ao PT.

          Marcos Valério

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          Marcelo Prates/Hoje em Dia/Folhapress
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          Empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, pivô do escândalo do mensalão, quando foi preso em dezembro de 2011 Leia mais
          Essa é a primeira vez que se investiga a possível participação do ex-presidente no esquema do mensalão.
          A tentativa de ouvir Valério em Minas foi a primeira iniciativa da delegada Andrea Pinho, a responsável na PF pelo inquérito. Mas, na maior parte do tempo, o empresário ficou calado.
          DIFICULDADES
          Folha apurou que os investigadores definiram a apuração como difícil devido ao longo tempo passado desde a suposta reunião e pelo fato também de o empresário recusar a delação.
          Editoria de Arte/Folhapress
          Ao prestar o depoimento em setembro, Valério fez outras acusações, pediu proteção e disse estar disposto a aceitar a delação premiada, que agora recusou.
          As negociações entre o Ministério Público Federal e o empresário não prosperaram porque, na opinião do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, Valério queria apenas "melar o julgamento" do mensalão.
          Segundo a Folha apurou, ao ser ouvido em abril ele não tirou a principal dúvida dos investigadores: descobrir quando exatamente teria acontecido a suposta reunião em que Lula, Palocci e Horta teriam tratado do repasse da Portugal Telecom ao PT.
          No mensalão, Valério foi condenado no STF pelos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, peculato e evasão de divisas.
          A lei que trata da delação premiada prevê, por exemplo, que em casos de crimes como lavagem de dinheiro, o beneficiado pode ter a pena reduzida "de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto".
          O juiz pode decidir pela concessão da medida a "qualquer tempo". Há casos de delações premiadas aceitas inclusive durante a execução da pena pelo acusado.
          OUTRO LADO
          Na ocasião da abertura do inquérito, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, afirmou não haver informação nova "em relação às publicadas há cinco meses", se referindo ao depoimento de Valério ao Ministério Público. Ele nega envolvimento de Lula com o mensalão.
          À época, o advogado do ex-ministro Palocci, José Roberto Batochio, chamou o depoimento de Valério de "invencionice" e afirmou que o próprio Horta já havia negado publicamente qualquer pedido de ajuda financeira ao PT.
          Na opinião de Batochio, a investigação da PF é sobre algo que não ocorreu.