Correio Braziliense - 12/11/2013
Hillary Clinton pediu que se façam “conversações sensíveis e adultas”
capazes de estabelecer limites à ação dos aparatos estatais de
vigilância. “Clinton diz que é necessário falar de espionagem” é o
título da matéria do Guardian sobre a palestra de Hillary na Chattan
House de Londres, também conhecida como Royal Institute off Foreing
Affairs, de comprovado rigor e comprovada independência em seu palanque.
O que disse Hillary teve como referências, avaliadas por ela como
“questões muito importantes”, as fichas secretas subtraídas dos arquivos
da Agência Nacional de Segurança, dos Estados Unidos.
O peso pesado da intervenção de Hillary tem comprovantes conhecidos. Foi
secretária de Estado, a cargo de cuidar das questões externas dos
Estados Unidos, com registros de incursões em quantidade superior a de
quase todos os seus antecessores no cargo. Pesquisas constatam, desde
já, que, mesmo sem declarar-se postulante, é a favorita numa disputa
pela candidatura presidencial do partido Democrata em 2016. Mantêm um
favoritismo capaz de torná-la a primeira mulher a ocupar a Casa Branca,
com o controle, portanto, da Agência Nacional de Segurança.
De acordo com Hillary, é preciso que se faça bem recebido um debate
sobre a vigilância na coleta de informações de inteligência. Ela evitou
bater de frente com Obama, cujo approuach seria mais ou menos o mesmo.
Mas o fato é que Hillary não deixa de insistir em que o “povo precisa
ser mais bem informado”. O M-15, é significativo, é contra. Trata-se do
serviço secreto inglês, que 007 tornou famoso. “A divulgação de
informações secretas é um presente aos terroristas”, disse seu diretor,
general Andrew Parker. Quanto a Hillary, em se tratando de conseguir
vitalidade eleitoral, ela não perde tempo.
A volta de um democrata à prefeitura de Nova York, depois de longo
reinado republicano, pode ajudá-la. Ela elegeu-se em dois mandatos
senadora pelo estado de Nova York. Também o fato de tornar-se a primeira
mulher a disputar a Casa Branca, embora seu marido, quando presidente,
tenha enfrentado um processo de impeachment em razão de pecados
inscritos na agenda feminista. Mas, mesmo nas primárias das eleições
presidenciais passadas, Hillary conseguiu amplo apoio das mulheres,
condição assentada com as disputas da senatoria por Nova York.
O feminismo, provavelmente, de novo se mobilizará em defesa da sua
candidatura, desde que ela se imponha nas primárias e seja afinal a
candidata presidencial do partido Democrata. Hillary nasceu em
Massachussets, terra dos Kennnedy, e lançou-se em disputas nas urnas em
Nova York. Optou por adotar o liberalismo, forte nesses dois estados, e
não o conservadorismo do sul, onde seu marido foi governador. Mas saiu
em defesa dele dizendo que foi vítima de uma conspiração de
conservadores contra um liberal, tese bem aceita, mas não o suficiente
para torná-la candidata do partido Democrata.
E agora, provavelmente, num segundo lance? É preciso retomar algumas
preocupações tradicionais “do nosso partido, como níveis de vida, saúde e
pleno emprego”. Fala de um ex-presidente partidário inspirada na
tradição rooseveltiana. Adoção de ideias de intelectuais como E. J.
Dionne, que querem “um novo progressismo para um novo século”. Hillary
poderia encarná-lo? Ela foi ativa primeira-dama durante oito anos, tem
experiência em trabalhos comunitários, atuou com competência como
advogada e se elegeu duas vezes senadora por Nova York. Com Obama, como
vimos, destacou-se como secretária de Estado, com uma agenda carregada
nas costas.
Mas Hillary, em seu compromisso “inevitável” com a agenda de Obama, não
terá de enfrentar somente conservadores, caso vá às urnas. Um dos
expoentes da bancada democrata, o deputado Dick Gephardt, amigo de
sindicalistas, foi um dos artífices da pior derrota de Bill Clinton no
Congresso, a não aprovação do fast track, lei autorizando a Casa Branca a
negociar acordos comerciais com outros países independentemente de
sinal verde parlamentar. Gephardt não parou por aí.
Num discurso na Kennedy School of Government, em Massachussets, sobre “o
coração dos valores democratas”, o líder do partido de Clinton na
Câmara dos Deputados disse que “pragmatismo, por mais importante que
seja, não pode substituir princípios que nos orientam e nos dão razão de
ser”. Estratégia política, segundo Gephardt, não deve tomar o lugar da
“verdadeira política”. É preciso retomar algumas preocupações
tradicionais “do nosso partido, como níveis de vida, saúde e pleno
emprego”. Um pedido com o dom da persistência.
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Atendimento e lojas do futuro na ordem do dia
Correio Braziliense - 12/11/2013
A loja do futuro terá prateleiras modernas com leiaute inovador, atendimento personalizado e pagamento por meio do celular. Essas e outras novidades prometem atrair a atenção de empresários, gestores públicos, profissionais liberais, especialistas e acadêmicos no Simpósio Brasileiro de Políticas Públicas para Comércio e Serviços — Simbracs 2013. O evento começa às 9h30 de hoje e segue até amanhã no Centro de Convenções. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no local.
Composto por sete eixos temáticos — empreendedorismo, relações de consumo, fomento, inovação e negócios, capital humano e indicadores, desenvolvimento regional e comércio exterior —, o Simbracs apresentará painéis que discutirão temas como a transição da pequena para a média empresa, bem-estar do consumidor, competitividade, terceirização, meios de pagamento, combate à pirataria, compras governamentais, relações entre franquias, lojistas e centros comerciais.
A novidade desta segunda edição do Simpósio será um espaço de exposição de soluções inovadoras. Dez entidades, entre elas Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Câmara E-Net (Câmara Brasil de Comércio Eletrônico), apresentarão as melhores soluções em inovação e tecnologia. A mostra será composta por loja e restaurante do futuro, plataformas de comércio eletrônico, além de uso e aplicabilidade de etiquetas inteligentes e impressoras 3D.
Promovido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o Simbracs faz parte das ações do Plano Brasil Maior e do Plano Plurianual do governo federal para alavancar o setor. O objetivo é fortalecer as políticas públicas que promovam a inovação, a competitividade e a internacionalização do setor terciário brasileiro, com foco no bem-estar do consumidor. O evento tem o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
De acordo com o secretário de Comércio e Serviços do Mdic, Humberto Luiz Ribeiro, os debates que ocorrem no evento contribuem para a formação de uma agenda de trabalho. “Os assuntos discutidos em 2012 se transformaram em metas para o evento deste ano, além de contribuir para o fomento de novas políticas públicas para o setor.”
Segundo ele, o uso do cartão de crédito como pagamento exclusivo nas compras, um dos temas mais polêmicos do evento do ano passado, possibilitou a criação de um projeto de lei que pretende desonerar o gasto com transações e máquinas de cartões ao sugerir a quitação de uma conta com o uso do celular. “A proposta está em análise no Congresso e depende de regulamentação do Banco Central. Isso só aconteceu depois de uma demanda e sugestão do setor e da sociedade civil”, explicou Humberto Ribeiro. (SO)
Brasil Maior
A primeira edição do Simbracs ocorreu em 26 e 27 de novembro de 2012 e contou com a participação de 1,6 mil pessoas entre prefeitos, secretários de governo e entidades sindicais. O evento faz parte do Plano Brasil Maior, política industrial, tecnológica e de comércio exterior do governo Dilma Rousseff.
A loja do futuro terá prateleiras modernas com leiaute inovador, atendimento personalizado e pagamento por meio do celular. Essas e outras novidades prometem atrair a atenção de empresários, gestores públicos, profissionais liberais, especialistas e acadêmicos no Simpósio Brasileiro de Políticas Públicas para Comércio e Serviços — Simbracs 2013. O evento começa às 9h30 de hoje e segue até amanhã no Centro de Convenções. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no local.
Composto por sete eixos temáticos — empreendedorismo, relações de consumo, fomento, inovação e negócios, capital humano e indicadores, desenvolvimento regional e comércio exterior —, o Simbracs apresentará painéis que discutirão temas como a transição da pequena para a média empresa, bem-estar do consumidor, competitividade, terceirização, meios de pagamento, combate à pirataria, compras governamentais, relações entre franquias, lojistas e centros comerciais.
A novidade desta segunda edição do Simpósio será um espaço de exposição de soluções inovadoras. Dez entidades, entre elas Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Câmara E-Net (Câmara Brasil de Comércio Eletrônico), apresentarão as melhores soluções em inovação e tecnologia. A mostra será composta por loja e restaurante do futuro, plataformas de comércio eletrônico, além de uso e aplicabilidade de etiquetas inteligentes e impressoras 3D.
Promovido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o Simbracs faz parte das ações do Plano Brasil Maior e do Plano Plurianual do governo federal para alavancar o setor. O objetivo é fortalecer as políticas públicas que promovam a inovação, a competitividade e a internacionalização do setor terciário brasileiro, com foco no bem-estar do consumidor. O evento tem o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
De acordo com o secretário de Comércio e Serviços do Mdic, Humberto Luiz Ribeiro, os debates que ocorrem no evento contribuem para a formação de uma agenda de trabalho. “Os assuntos discutidos em 2012 se transformaram em metas para o evento deste ano, além de contribuir para o fomento de novas políticas públicas para o setor.”
Segundo ele, o uso do cartão de crédito como pagamento exclusivo nas compras, um dos temas mais polêmicos do evento do ano passado, possibilitou a criação de um projeto de lei que pretende desonerar o gasto com transações e máquinas de cartões ao sugerir a quitação de uma conta com o uso do celular. “A proposta está em análise no Congresso e depende de regulamentação do Banco Central. Isso só aconteceu depois de uma demanda e sugestão do setor e da sociedade civil”, explicou Humberto Ribeiro. (SO)
Brasil Maior
A primeira edição do Simbracs ocorreu em 26 e 27 de novembro de 2012 e contou com a participação de 1,6 mil pessoas entre prefeitos, secretários de governo e entidades sindicais. O evento faz parte do Plano Brasil Maior, política industrial, tecnológica e de comércio exterior do governo Dilma Rousseff.
Maria Esther Maciel-A coruja, o corujinha e o papagaio
A coruja, o corujinha e o papagaio
Maria Esther Maciel - memaciel.em@gmail.com
Estado de Minas: 12/11/2013
A coruja, tendo
aprendido a lidar com a tecnologia do Skype, ligou para o corujinha, seu
filhote, que está vivendo num outro país. A novidade é que, pela
primeira vez, a mãe-coruja pôde ver a imagem dele na tela do computador,
o que a deixou muito emocionada. Até então eles se falavam (quase todos
os dias, é claro) pelo Viber, um prático e eficaz aplicativo de celular
que dispensa operadoras de telefone e exige apenas acesso à internet.
Mas se a imagem do corujinha foi um alento para a saudade da mãe, não
deixou também de ser motivo de preocupação. Com os olhos sempre
arregalados e atentos, ela notou que o filhote estava com uma levíssima
sombra de tristeza no olhar, e, por causa disso, nem dormiu direito
naquele dia. Moral óbvia da história: o que os olhos veem, o coração
sente.
Sim, se Esopo ou La Fontaine escrevessem nos dias de hoje, os computadores e celulares entrariam em suas histórias. É o que penso ao folhear, com prazer, dois livros de fábulas recentemente publicados pela Editora Cosac e Naify, em novíssimas traduções feitas diretamente das línguas originais: Fábulas completas, de Esopo, e Fábulas selecionadas, de La Fontaine.
Interessante que, até há muito pouco tempo, eu tinha uma certa reserva em relação às fábulas, por causa dos seus exagerados artifícios de antropomorfismo, ou seja, da humanização excessiva dos animais – usados como meras representações do comportamento humano, com seus vícios e (poucas) virtudes. Mas agora já penso de forma um pouco diferente. Elas são histórias que fazem parte de um gênero literário próprio da época em que foram criadas e não deixam de evidenciar, pela força da ficção, as relações de poder e de afinidade entre seres humanos e animais nesses tempos passados. Atestam, desse modo, a importância que os bichos tiveram (e ainda têm) para a nossa imaginação e nossa vida cotidiana.
Etimologicamente vinculada à palavra “fala”, a fábula não tem uma idade certa. Surgiu no Oriente, foi da Índia à China e à Persia, chegando à Grécia graças a Esopo (620-560 a.C.), que reinventou o gênero no mundo ocidental. Mesmo que ainda haja dúvidas quanto à própria existência do autor (há quem diga que ele foi um escravo corcunda, gago e muito talentoso), a ele são atribuídas essas divertidas histórias de feição moralizante que até hoje alimentam a nossa fantasia. Já o francês La Fontaine – que recriou o legado de Esopo no século 17 e restituiu às fábulas o antigo formato em versos – nelas imprimiu um tom fortemente irônico, valendo-se das histórias de animais para criticar a política e os costumes da sociedade francesa do tempo.
As 386 fábulas de Esopo, que compõem a edição recém-publicada no Brasil, foram traduzidas diretamente do grego pela professora Maria Celeste C. Dezzotti, com ousadas ilustrações do artista carioca Eduardo Berliner. Quanto ao volume de La Fontaine, as 36 fábulas que a integram tiveram tradução cuidadosa do poeta Leonardo Fróes e foram ilustradas pelo renomado artista americano Alexander Calder (1898-1976).
Agora, em off: um papagaio me contou, esta manhã, que a tal coruja vai dar esses dois livros de presente ao corujinha, seu filhote, no Natal. Acho que vou fazer isso também.
Sim, se Esopo ou La Fontaine escrevessem nos dias de hoje, os computadores e celulares entrariam em suas histórias. É o que penso ao folhear, com prazer, dois livros de fábulas recentemente publicados pela Editora Cosac e Naify, em novíssimas traduções feitas diretamente das línguas originais: Fábulas completas, de Esopo, e Fábulas selecionadas, de La Fontaine.
Interessante que, até há muito pouco tempo, eu tinha uma certa reserva em relação às fábulas, por causa dos seus exagerados artifícios de antropomorfismo, ou seja, da humanização excessiva dos animais – usados como meras representações do comportamento humano, com seus vícios e (poucas) virtudes. Mas agora já penso de forma um pouco diferente. Elas são histórias que fazem parte de um gênero literário próprio da época em que foram criadas e não deixam de evidenciar, pela força da ficção, as relações de poder e de afinidade entre seres humanos e animais nesses tempos passados. Atestam, desse modo, a importância que os bichos tiveram (e ainda têm) para a nossa imaginação e nossa vida cotidiana.
Etimologicamente vinculada à palavra “fala”, a fábula não tem uma idade certa. Surgiu no Oriente, foi da Índia à China e à Persia, chegando à Grécia graças a Esopo (620-560 a.C.), que reinventou o gênero no mundo ocidental. Mesmo que ainda haja dúvidas quanto à própria existência do autor (há quem diga que ele foi um escravo corcunda, gago e muito talentoso), a ele são atribuídas essas divertidas histórias de feição moralizante que até hoje alimentam a nossa fantasia. Já o francês La Fontaine – que recriou o legado de Esopo no século 17 e restituiu às fábulas o antigo formato em versos – nelas imprimiu um tom fortemente irônico, valendo-se das histórias de animais para criticar a política e os costumes da sociedade francesa do tempo.
As 386 fábulas de Esopo, que compõem a edição recém-publicada no Brasil, foram traduzidas diretamente do grego pela professora Maria Celeste C. Dezzotti, com ousadas ilustrações do artista carioca Eduardo Berliner. Quanto ao volume de La Fontaine, as 36 fábulas que a integram tiveram tradução cuidadosa do poeta Leonardo Fróes e foram ilustradas pelo renomado artista americano Alexander Calder (1898-1976).
Agora, em off: um papagaio me contou, esta manhã, que a tal coruja vai dar esses dois livros de presente ao corujinha, seu filhote, no Natal. Acho que vou fazer isso também.
Tv Paga
Estado de Minas: 12/11/2013
Ela e talentosa
Papo reto é um programa de entrevistas com atletas, bandas, músicos e personalidades ligadas ao mundo dos esportes de ação, que abrem o verbo para a galera do Woohoo. Falam sobre o início de carreira, curiosidades da vida pessoal e os novos planos. Pois bem, para hoje, às 22h30, foi convidada a bela Karina Zeviani (foto), cantora paulista que já trabalhou com a Thivery Corporation e participou do Nouvelle Vague, dois dos mais interessantes projetos de música pop eletrônica. Para quem não sabe – mas a estampa da moça até sugere isso –, Karina correu a Europa como modelo, mas logo percebeu que sua verdadeira paixão era a música. Seu primeiro álbum solo foi batizado Amor inventado.
Será que Puentes vai hipnotizar Abujamra?
O hipnólogo espanhol Fabio Puentes vai ter que encarar um desafio esta noite: ele é o convidado do programa Provocações, comandado por Antonio Abujamra toda terça-feira à noite, às 23h30. Fabio conta, por exemplo, que começou hipnotizando animais aos 11 anos. Hoje é um hipnólogo respeitado, trabalhando há 15 anos no Hospital das Clínicas, no Grupo de Dor, em São Paulo. “E lá, quem vai se expõe, porque dor ninguém merece. A pessoa já vai aberta a ser hipnotizada. Temos excelentes resultados”, garante.
Soropositivos tentam levar uma vida normal
Estudar, trabalhar, amar, lutar por direitos, fazer planos para o futuro. Mesmo com todas as barreiras impostas pelo HIV, dois jovens soropositivos, Ozzy e Micaela, mostram que é possível ter uma vida normal e muito mais. Ambos atuam em causas relacionadas ao HIV como uma forma de se aproximarem de pessoas que vivenciam as mesmas questões, o que os tornou jovens referências no assunto. É isso que mostra o documentário HIV, e daí?, dirigido por Claudio
Maneja Jr., que será exibido
hoje no Sala de noticias, às
14h35, no canal Futura.
Veja como a Yakuza é retratada pelo cinema
Por falar em documentário, outro destaque de hoje é A Yakuza no cinema, que vai ao ar às 21h30, no Arte 1. Dirigido pelo francês Yves Montmayeur, em 2008, o filme resgata a história da máfia japonesa no cinema. Além de entrevistas de cineastas locais famosos, como Takeshi Kitano, membros da Yakuza também dão depoimentos, contando como a organização surgiu no início do século 17, unindo várias gangues da atual Tóquio, e passou a influenciar diversos segmentos da sociedade e da política japonesa.
Ivan Cardoso gosta de juntar terror e humor
A jovem Natasha parte com seus amigos para a floresta amazônica, entusiasmada em experimentar o alucinógeno Chá do Santo Daime. Tudo corre bem até que eles encontram uma estranha criatura. Este é o enredo do filme Um lobisomem na Amazônia, que o Canal Brasl exibe esta noite, às 22h. A culpa de tudo é de Ivan Cardoso, o mesmo de As sete vampiras e O segredo da múmia. Ou seja, o rei do besteirol na linha do “terrir”. Aqui, o elenco reúne Toni Tornado, Evandro Mesquita, Danielle Winits e Nuno Leal Maia.
Muitas alternativas na programação de filmes
Na mesma faixa das 22h, o assinante tem pelo menos 10 opções interessantes no pacote de filmes: Diário de um banana 3: dias de cão, no Telecine Pipoca; A voz adormecida, no Telecine Cult; Virada no jogo, na HBO; Cabana do inferno, na HBO 2; Perigo em Bangkok, na MGM; Chamas da vingança, na MGM HD; Os supremos – O filme, no Disney XD; Click, no Sony Spin; 16 quadras, no ID; e Mod Squad – O filme, no TCM. Outros destaques da programação: Entrando numa fria maior ainda com a família, às 20h15, no Universal; Terra fria, às 21h, na Warner; Transformers: o lado oculto da Lua, às 22h30, no FX; As loucuras de Dick e Jane, às 23h, no Comedy Central; e Freud, além da alma, à meia-noite, na Cultura.
Ela e talentosa
Papo reto é um programa de entrevistas com atletas, bandas, músicos e personalidades ligadas ao mundo dos esportes de ação, que abrem o verbo para a galera do Woohoo. Falam sobre o início de carreira, curiosidades da vida pessoal e os novos planos. Pois bem, para hoje, às 22h30, foi convidada a bela Karina Zeviani (foto), cantora paulista que já trabalhou com a Thivery Corporation e participou do Nouvelle Vague, dois dos mais interessantes projetos de música pop eletrônica. Para quem não sabe – mas a estampa da moça até sugere isso –, Karina correu a Europa como modelo, mas logo percebeu que sua verdadeira paixão era a música. Seu primeiro álbum solo foi batizado Amor inventado.
Será que Puentes vai hipnotizar Abujamra?
O hipnólogo espanhol Fabio Puentes vai ter que encarar um desafio esta noite: ele é o convidado do programa Provocações, comandado por Antonio Abujamra toda terça-feira à noite, às 23h30. Fabio conta, por exemplo, que começou hipnotizando animais aos 11 anos. Hoje é um hipnólogo respeitado, trabalhando há 15 anos no Hospital das Clínicas, no Grupo de Dor, em São Paulo. “E lá, quem vai se expõe, porque dor ninguém merece. A pessoa já vai aberta a ser hipnotizada. Temos excelentes resultados”, garante.
Soropositivos tentam levar uma vida normal
Estudar, trabalhar, amar, lutar por direitos, fazer planos para o futuro. Mesmo com todas as barreiras impostas pelo HIV, dois jovens soropositivos, Ozzy e Micaela, mostram que é possível ter uma vida normal e muito mais. Ambos atuam em causas relacionadas ao HIV como uma forma de se aproximarem de pessoas que vivenciam as mesmas questões, o que os tornou jovens referências no assunto. É isso que mostra o documentário HIV, e daí?, dirigido por Claudio
Maneja Jr., que será exibido
hoje no Sala de noticias, às
14h35, no canal Futura.
Veja como a Yakuza é retratada pelo cinema
Por falar em documentário, outro destaque de hoje é A Yakuza no cinema, que vai ao ar às 21h30, no Arte 1. Dirigido pelo francês Yves Montmayeur, em 2008, o filme resgata a história da máfia japonesa no cinema. Além de entrevistas de cineastas locais famosos, como Takeshi Kitano, membros da Yakuza também dão depoimentos, contando como a organização surgiu no início do século 17, unindo várias gangues da atual Tóquio, e passou a influenciar diversos segmentos da sociedade e da política japonesa.
Ivan Cardoso gosta de juntar terror e humor
A jovem Natasha parte com seus amigos para a floresta amazônica, entusiasmada em experimentar o alucinógeno Chá do Santo Daime. Tudo corre bem até que eles encontram uma estranha criatura. Este é o enredo do filme Um lobisomem na Amazônia, que o Canal Brasl exibe esta noite, às 22h. A culpa de tudo é de Ivan Cardoso, o mesmo de As sete vampiras e O segredo da múmia. Ou seja, o rei do besteirol na linha do “terrir”. Aqui, o elenco reúne Toni Tornado, Evandro Mesquita, Danielle Winits e Nuno Leal Maia.
Muitas alternativas na programação de filmes
Na mesma faixa das 22h, o assinante tem pelo menos 10 opções interessantes no pacote de filmes: Diário de um banana 3: dias de cão, no Telecine Pipoca; A voz adormecida, no Telecine Cult; Virada no jogo, na HBO; Cabana do inferno, na HBO 2; Perigo em Bangkok, na MGM; Chamas da vingança, na MGM HD; Os supremos – O filme, no Disney XD; Click, no Sony Spin; 16 quadras, no ID; e Mod Squad – O filme, no TCM. Outros destaques da programação: Entrando numa fria maior ainda com a família, às 20h15, no Universal; Terra fria, às 21h, na Warner; Transformers: o lado oculto da Lua, às 22h30, no FX; As loucuras de Dick e Jane, às 23h, no Comedy Central; e Freud, além da alma, à meia-noite, na Cultura.
MEIO AMBIENTE » Companhia alegre e agitada
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Companhia alegre e agitada
Atraídos pela diversidade de árvores
frutíferas, periquitos e outras espécies invadem áreas verdes de BH.
Longe de incomodar, eles ganham cada vez mais admiradores
Valquiria Lopes
Estado de Minas: 12/11/2013
Revoadas e cantos estridentes na copa das árvores são uma companhia cada mais comum dos moradores de BH. Bandos de periquitos estão invadindo a capital atraídos pelas diversidade de plantas que dão frutos na temporada quente da primavera. Não só pelo som, mas pela beleza do verde, do amarelo-canarinho e do laranja, os periquitos chamam a atenção e encantam quem tem tempo para admirá-los em meio ao corre-corre diário. Em BH, predominam as espécies rei e o ouro.
A algazarra começa logo cedo, quando motoristas enfrentam o horário de pico nas principais ruas e avenidas de BH. “Quando chego de manhã, praticamente não ouço o barulho dos carros porque os periquitos estão alvoroçados”, afirmou o encarregado de jardinagem José do Carmo Andrade, que há quatro anos trabalha na Praça Floriano Peixoto, no Bairro Santa Efigênia (Centro-Sul). Eles ficam em grupos, pulam de um galho para o outro e preferem palmeiras, fícus e castanheiras, porque têm mais alimentos, segundo José do Carmo. “Quando ligo o aspersor de água, eles vêm tomar banho e depois passam o dia de galho em galho, se alimentando”, conta.
O encarregado confirma que os periquitos são a espécie mais abundante na área verde, que foi revitalizada há três anos. Desde então, a população de aves aumentou, mas a de periquitos é de impressionar, disse José do Carmo. No local vivem espécies como sabiás, bem-te-vi, rolinha, joão-de-barro, canarinho-chapinha e pomba-trocal, “De vez em quando tem tucano aqui também”, afirmou.
Segundo o professor do Departamento de Biologia da PUC Minas Bruno Garzon, a invasão dos periquitos é um movimento em busca de alimentos, que se intensificou nos últimos anos e está ainda mais forte na primavera. “Com certeza, eles têm encontrado comida no espaço urbano, principalmente porque BH tem espécies bem diversificadas. Na primavera, especialmente, os periquitos encontram ainda mais frutinhas”, informou. Outro fenômeno, de acordo com o professor, é que cada vez mais os pássaros nativos se acostumam com o ambiente urbano. “No início eles estranham, mas com o passar do tempo se adaptam e aprendem a ter menos medo dos ruídos de carros e pessoas”, afirmou.
Sobre o som dos periquitos que chega a confundido com o de maritacas, Bruno diz que ele funciona como uma espécie de resposta a uma lista de chamadas. “Eles são do tipo gregários. Andam em bandos e gritam todo o tempo para afirmarem que estão por ali”, diz.
BELEZA De olho no espetáculo diário nas árvores estão admiradores. Enquanto esperam a mãe em uma consulta médica, pai e filho aproveitam para apreciar a beleza dos periquitos na Praça Floriano Peixoto. Rodrigo Couto, de 33, e Lucas Couto, de 7, não fizeram cerimônia. Sentados no chão, não desgrudaram os olhos das árvores. “Eles são magníficos e têm uma beleza de impressionar. Chamam a atenção por esse som que se destaca entre o vaivém dos carros”, disse Rodrigo.
Depois de fechar os olhos e ouvir os sons ao seu redor, o pequeno Lucas diz que o barulho dos pássaros é o mais bonito. “Ouvi os carros, uma máquina e os periquitos e gostei mais dos pássaros”, afirmou, sorrindo. A atendente Cristiane Fernanda Neves, que sempre vai à Praça Floriano Peixoto para ler ou apreciar a paisagem, gosta da presença dos pássaros. “Eles criam um ambiente perfeito para o descanso mental. É um som agradável. Bom para relaxar”, afirmou.
O lugar inspira também romantismo, o que levou o casal de namorados Warley Santos, de 20, e Thaís Corrêa, de 19, a aproveitar a tarde para namorar. “Aqui é um lugar bonito, agradável. Melhor ainda com o barulho dos pássaros”, disse o rapaz, enquanto recebia o carinho da namorada deitado na grama.
Valquiria Lopes
Estado de Minas: 12/11/2013
A presença de periquitos, sabiás e muitas outras espécies se intensificou nos últimos anos na capital |
Revoadas e cantos estridentes na copa das árvores são uma companhia cada mais comum dos moradores de BH. Bandos de periquitos estão invadindo a capital atraídos pelas diversidade de plantas que dão frutos na temporada quente da primavera. Não só pelo som, mas pela beleza do verde, do amarelo-canarinho e do laranja, os periquitos chamam a atenção e encantam quem tem tempo para admirá-los em meio ao corre-corre diário. Em BH, predominam as espécies rei e o ouro.
A algazarra começa logo cedo, quando motoristas enfrentam o horário de pico nas principais ruas e avenidas de BH. “Quando chego de manhã, praticamente não ouço o barulho dos carros porque os periquitos estão alvoroçados”, afirmou o encarregado de jardinagem José do Carmo Andrade, que há quatro anos trabalha na Praça Floriano Peixoto, no Bairro Santa Efigênia (Centro-Sul). Eles ficam em grupos, pulam de um galho para o outro e preferem palmeiras, fícus e castanheiras, porque têm mais alimentos, segundo José do Carmo. “Quando ligo o aspersor de água, eles vêm tomar banho e depois passam o dia de galho em galho, se alimentando”, conta.
O encarregado confirma que os periquitos são a espécie mais abundante na área verde, que foi revitalizada há três anos. Desde então, a população de aves aumentou, mas a de periquitos é de impressionar, disse José do Carmo. No local vivem espécies como sabiás, bem-te-vi, rolinha, joão-de-barro, canarinho-chapinha e pomba-trocal, “De vez em quando tem tucano aqui também”, afirmou.
Segundo o professor do Departamento de Biologia da PUC Minas Bruno Garzon, a invasão dos periquitos é um movimento em busca de alimentos, que se intensificou nos últimos anos e está ainda mais forte na primavera. “Com certeza, eles têm encontrado comida no espaço urbano, principalmente porque BH tem espécies bem diversificadas. Na primavera, especialmente, os periquitos encontram ainda mais frutinhas”, informou. Outro fenômeno, de acordo com o professor, é que cada vez mais os pássaros nativos se acostumam com o ambiente urbano. “No início eles estranham, mas com o passar do tempo se adaptam e aprendem a ter menos medo dos ruídos de carros e pessoas”, afirmou.
Atraídos pela diversidade de árvores frutíferas, periquitos e outras espécies invadem áreas verdes de BH |
Sobre o som dos periquitos que chega a confundido com o de maritacas, Bruno diz que ele funciona como uma espécie de resposta a uma lista de chamadas. “Eles são do tipo gregários. Andam em bandos e gritam todo o tempo para afirmarem que estão por ali”, diz.
BELEZA De olho no espetáculo diário nas árvores estão admiradores. Enquanto esperam a mãe em uma consulta médica, pai e filho aproveitam para apreciar a beleza dos periquitos na Praça Floriano Peixoto. Rodrigo Couto, de 33, e Lucas Couto, de 7, não fizeram cerimônia. Sentados no chão, não desgrudaram os olhos das árvores. “Eles são magníficos e têm uma beleza de impressionar. Chamam a atenção por esse som que se destaca entre o vaivém dos carros”, disse Rodrigo.
Depois de fechar os olhos e ouvir os sons ao seu redor, o pequeno Lucas diz que o barulho dos pássaros é o mais bonito. “Ouvi os carros, uma máquina e os periquitos e gostei mais dos pássaros”, afirmou, sorrindo. A atendente Cristiane Fernanda Neves, que sempre vai à Praça Floriano Peixoto para ler ou apreciar a paisagem, gosta da presença dos pássaros. “Eles criam um ambiente perfeito para o descanso mental. É um som agradável. Bom para relaxar”, afirmou.
O lugar inspira também romantismo, o que levou o casal de namorados Warley Santos, de 20, e Thaís Corrêa, de 19, a aproveitar a tarde para namorar. “Aqui é um lugar bonito, agradável. Melhor ainda com o barulho dos pássaros”, disse o rapaz, enquanto recebia o carinho da namorada deitado na grama.
Longe de incomodar, pássaros ganham cada vez mais admiradores |
Festival Internacional de Quadrinhos começa amanhã
Pronto para zarpar
Festival Internacional de Quadrinhos começa amanhã, na Serraria Souza Pinto, com programação que vai permitir acompanhar a criação de histórias em tempo real
Carolina Braga
Estado de Minas: 12/11/2013
Seja profundo conhecedor dos quadrinhos ou iniciante no ramo. Não importa. Quem se propõe a “navegar” pelos mares do Festival Internacional dos Quadrinhos, que vai de amanhã a domingo, na Serraria Souza Pinto, é melhor estar aberto a explorar tudo que o evento propõe. E vá sabendo que, ainda assim, será difícil. Na oitava edição, o FIQ consolida o formato inaugurado na edição de 2011, porém com números mais robustos, variedade de linguagens e muitos convidados internacionais.
A quantidade de lançamentos oficiais, por exemplo, subiu de 50 para mais de 100. Sendo que o dado de 2013 ainda é uma estimativa. “Muita gente que estava publicando de maneira independente começou a ver no FIQ uma data para lançar as coisas. Virou uma data de referência”, diz Daniel Werneck, um dos curadores. Os formatos serão os mais variados possíveis – e os preços também. De fanzines feitos do dia para a noite a álbuns luxuosos, de capa dura e papel sofisticado.
“Pensar no leitor: isso é uma diferença de tudo que está sendo feito agora”, sintetiza Wellignton Srbek, editor da Nemo, selo especializado na publicação de quadrinhos. O número de lançamentos da empresa durante o FIQ saltou de 10 para 55 este ano. Entre eles estão As aventuras do Capitão Nemo: o navio fantasma! além das adaptações de duas peças de Shakespeare –A tempestade e Macbeth. “Na última década, o mercado de quadrinhos mudou muito no Brasil. Saímos de uma situação, nos anos 1990, em que praticamente não existiam editoras publicando quadrinhos e, a partir de 2006, temos um crescimento do mercado voltado para os brasileiros”, completa.
Uma das provas desse incremento é que os limites da Serraria Souza Pinto já não dão conta da dimensão que o FIQ conquistou. Organizado de modo independente pelo grupo Kamelô Gráfico, no Facebook, o FIQ Aqui será uma feira paralela à programação oficial. Um chamado pela rede social convida artistas a ocupar o Viaduto Santa Tereza com a exposição de seus trabalhos. Venda, troca, está tudo liberado.
EM AÇÃO Dentro da serraria, a proposta é fazer do FIQ um catalisador: dar oportunidade para que profissionais conheçam cada vez mais ferramentas para inovar em sua arte ao mesmo tempo em que buscam conquistar novas audiências. É por isso que cada vez mais demonstrações de processo ganham espaço na programação. “Sentia falta de ver os quadrinistas em ação”, comenta Daniel Werneck.
Revelar os bastidores da criação não deixa de ser também um modo de formar novos desenhistas. “Quadrinho não é um tipo de história, é um jeito de contar história”, ressalta o curador. Como explica, a evolução dessa linguagem no Brasil passou por várias fases. Os anos 1990 foram marcados pela descoberta dos quadrinhos pelos adultos, depois da fase dos heróis. Na década seguinte, o crescimento da produção japonesa de mangá marcou a reconquista do público feminino. Tudo isso fez com que o interesse – e a audiência – ampliasse.
“O mangá ajudou a diversificar o mercado. Está mais aberto. Quadrinho hoje é um tipo de entretenimento que tem para todo mundo”, opina Daniel Werneck. O volume de lançamentos na programação do FIQ confirma essa avaliação. Sendo uma linguagem que, em essência, mistura imagem e texto, tem sido usada para comunicar vários temas e de diversas formas.
FESTIVAL INTERNACIONAL DE QUADRINHOS
De amanhã a domingo, das 9h às 22h, na Serraria Souza Pinto. Av. Assis Chateaubriand, 809, Floresta, (31) 3213-3434. Entrada franca.
SAIBA MAIS
FIQ
Criado em 1999 e organizado pela Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, o FIQ substituiu a antiga Bienal dos Quadrinhos. Começou pequeno, na casa de shows Matrix, no Terminal Turístico JK, e hoje é considerado o maior evento de quadrinhos das Américas. A edição de 2011 superou o público da Comic-con, de San Diego: recebeu 148 mil visitantes, quase o dobro do público de 2009. Desde 2007, o FIQ é realizado na Serraria Souza Pinto. Este ano, o cartunista Laerte é o homenageado e baterá um papo com o público no domingo. Todas as atividades são gratuitas.
FIQ em números
85 convidados
18 artistas internacionais
32 mineiros
28 estandes
100 lançamentos
Os quadrinistas se encontram
Carolina Braga
Este ano, a grade do FIQ se divide em pelo menos 10 atividades diferentes. Demonstrações de processos estarão no Estúdio ao vivo, com a apresentação de técnicas e também o OuBaPo, uma rodada de improviso. A ideia vem da França e funciona assim: cinco desenhistas ocupam a mesa e recebem uma página em branco dividida em seis quadros. Cada um começará uma história e, a cada oito minutos, os trabalhos trocam de mão. De vez em quando, novos desafios aparecem no percurso dos artistas.
Serão cinco exposições, entre elas uma dedicada à obra do homenageado, Laerte, outra com 100 interpretações de personagens clássicos por quadrinistas do mundo inteiro. O quadrinista e ilustrador mineiro Marcelo Lélis, do Estado de Minas, também terá 50 obras originais expostos.
“Existem várias ações para mostrar o quanto a linguagem é importante em termos de formação e de entretenimento. Tudo gira em torno disso”, observa João Marcos, de Governador Valadares, que participou de todas as edições do evento. “É um ponto de convergência, vem gente do Brasil inteiro”, destaca João Marcos. O intercâmbio proporcionado pelo festival é destacado por vários participantes. “O FIQ foi se modificando ao longo de suas edições para tentar atender essa variedade e ampliar o leque de público”, observa o quadrinista e professor Erick Azevedo.
No quesito troca de experiências, outro salto. Serão 18 convidados internacionais e, entre eles, figuras de peso como o norte-americano George Pérez e o italiano Ivo Millazo. Referência no gênero western, Ivo, criador do Ken Parker, participará de uma mesa sobre o tema. “É um dos três melhores da história dos quadrinhos”, ressalta Erick Azevedo. Outro nome que desperta atenção é o do africano Jérémie Nsingi. “É uma característica do FIQ trazer pessoas de certa forma desconhecidas do grande público. Tenho curiosidade em conhecer gente nova”, revela João Marcos, quadrinista e pesquisador.
PROGRAMAÇÃO
Amanhã
9h30 – Conversa em quadrinhos com a Chantal e mediação de Samanta Coan
18h – Debate sobre mercado atual com Jal, Mitie Taketani, Ricardo Tokumoto (Ryot) e Sidney Gusman e mediação de Afonso Andrade
20h – Por que quadrinhos?, com Erick Azevedo, Lucas Ed e Sônia Luyten e mediação de Paulo Ramos.
Quinta-feira
9h30 – Desenhe sua palestra, com João Marcos
11h – Qualquer um pode fazer quadrinhos!, com Luís Felipe Garrocho (Gomba) e Ricardo Tokumoto (Ryot) e mediação de Eduardo Damasceno
13h30 – Conversa em quadrinhos, com Peter Kuper e Jéremie e mediação de Felipe
14h – Conversa em quadrinhos, com Jérémie Nsingi e mediação de Sonia Luyten
14h30 – OuBaPo, com Becky Cloonan, Boulet, Daniel Werneck, Fabio Cobiaco, Magenta King e Paulo Crumbim
16h – Quatro cores que valem por 1 milhão, com Cris Peter e Rod Reis e mediação
de Giovanna
18h – Webfunding crowdcomics, com Fábio Coala, Luis Otávio Ribeiro, Rodrigo Maia e Paulo Crumbim, mediação de Ricardo
Tokumoto (Ryot)
20h – HQ & rock, com Lu Cafaggi, Marcatti, Pedro Cobiaco, Raphael Fernandes e mediação de Sérgio Luiz.
Festival Internacional de Quadrinhos começa amanhã, na Serraria Souza Pinto, com programação que vai permitir acompanhar a criação de histórias em tempo real
Carolina Braga
Estado de Minas: 12/11/2013
Seja profundo conhecedor dos quadrinhos ou iniciante no ramo. Não importa. Quem se propõe a “navegar” pelos mares do Festival Internacional dos Quadrinhos, que vai de amanhã a domingo, na Serraria Souza Pinto, é melhor estar aberto a explorar tudo que o evento propõe. E vá sabendo que, ainda assim, será difícil. Na oitava edição, o FIQ consolida o formato inaugurado na edição de 2011, porém com números mais robustos, variedade de linguagens e muitos convidados internacionais.
A quantidade de lançamentos oficiais, por exemplo, subiu de 50 para mais de 100. Sendo que o dado de 2013 ainda é uma estimativa. “Muita gente que estava publicando de maneira independente começou a ver no FIQ uma data para lançar as coisas. Virou uma data de referência”, diz Daniel Werneck, um dos curadores. Os formatos serão os mais variados possíveis – e os preços também. De fanzines feitos do dia para a noite a álbuns luxuosos, de capa dura e papel sofisticado.
“Pensar no leitor: isso é uma diferença de tudo que está sendo feito agora”, sintetiza Wellignton Srbek, editor da Nemo, selo especializado na publicação de quadrinhos. O número de lançamentos da empresa durante o FIQ saltou de 10 para 55 este ano. Entre eles estão As aventuras do Capitão Nemo: o navio fantasma! além das adaptações de duas peças de Shakespeare –A tempestade e Macbeth. “Na última década, o mercado de quadrinhos mudou muito no Brasil. Saímos de uma situação, nos anos 1990, em que praticamente não existiam editoras publicando quadrinhos e, a partir de 2006, temos um crescimento do mercado voltado para os brasileiros”, completa.
Uma das provas desse incremento é que os limites da Serraria Souza Pinto já não dão conta da dimensão que o FIQ conquistou. Organizado de modo independente pelo grupo Kamelô Gráfico, no Facebook, o FIQ Aqui será uma feira paralela à programação oficial. Um chamado pela rede social convida artistas a ocupar o Viaduto Santa Tereza com a exposição de seus trabalhos. Venda, troca, está tudo liberado.
EM AÇÃO Dentro da serraria, a proposta é fazer do FIQ um catalisador: dar oportunidade para que profissionais conheçam cada vez mais ferramentas para inovar em sua arte ao mesmo tempo em que buscam conquistar novas audiências. É por isso que cada vez mais demonstrações de processo ganham espaço na programação. “Sentia falta de ver os quadrinistas em ação”, comenta Daniel Werneck.
Revelar os bastidores da criação não deixa de ser também um modo de formar novos desenhistas. “Quadrinho não é um tipo de história, é um jeito de contar história”, ressalta o curador. Como explica, a evolução dessa linguagem no Brasil passou por várias fases. Os anos 1990 foram marcados pela descoberta dos quadrinhos pelos adultos, depois da fase dos heróis. Na década seguinte, o crescimento da produção japonesa de mangá marcou a reconquista do público feminino. Tudo isso fez com que o interesse – e a audiência – ampliasse.
“O mangá ajudou a diversificar o mercado. Está mais aberto. Quadrinho hoje é um tipo de entretenimento que tem para todo mundo”, opina Daniel Werneck. O volume de lançamentos na programação do FIQ confirma essa avaliação. Sendo uma linguagem que, em essência, mistura imagem e texto, tem sido usada para comunicar vários temas e de diversas formas.
FESTIVAL INTERNACIONAL DE QUADRINHOS
De amanhã a domingo, das 9h às 22h, na Serraria Souza Pinto. Av. Assis Chateaubriand, 809, Floresta, (31) 3213-3434. Entrada franca.
SAIBA MAIS
FIQ
Criado em 1999 e organizado pela Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, o FIQ substituiu a antiga Bienal dos Quadrinhos. Começou pequeno, na casa de shows Matrix, no Terminal Turístico JK, e hoje é considerado o maior evento de quadrinhos das Américas. A edição de 2011 superou o público da Comic-con, de San Diego: recebeu 148 mil visitantes, quase o dobro do público de 2009. Desde 2007, o FIQ é realizado na Serraria Souza Pinto. Este ano, o cartunista Laerte é o homenageado e baterá um papo com o público no domingo. Todas as atividades são gratuitas.
FIQ em números
85 convidados
18 artistas internacionais
32 mineiros
28 estandes
100 lançamentos
Os quadrinistas se encontram
Carolina Braga
Laerte é o homenageado do FIQ e é tema de mostra especial na Serraria Souza Pinto |
Este ano, a grade do FIQ se divide em pelo menos 10 atividades diferentes. Demonstrações de processos estarão no Estúdio ao vivo, com a apresentação de técnicas e também o OuBaPo, uma rodada de improviso. A ideia vem da França e funciona assim: cinco desenhistas ocupam a mesa e recebem uma página em branco dividida em seis quadros. Cada um começará uma história e, a cada oito minutos, os trabalhos trocam de mão. De vez em quando, novos desafios aparecem no percurso dos artistas.
Serão cinco exposições, entre elas uma dedicada à obra do homenageado, Laerte, outra com 100 interpretações de personagens clássicos por quadrinistas do mundo inteiro. O quadrinista e ilustrador mineiro Marcelo Lélis, do Estado de Minas, também terá 50 obras originais expostos.
“Existem várias ações para mostrar o quanto a linguagem é importante em termos de formação e de entretenimento. Tudo gira em torno disso”, observa João Marcos, de Governador Valadares, que participou de todas as edições do evento. “É um ponto de convergência, vem gente do Brasil inteiro”, destaca João Marcos. O intercâmbio proporcionado pelo festival é destacado por vários participantes. “O FIQ foi se modificando ao longo de suas edições para tentar atender essa variedade e ampliar o leque de público”, observa o quadrinista e professor Erick Azevedo.
No quesito troca de experiências, outro salto. Serão 18 convidados internacionais e, entre eles, figuras de peso como o norte-americano George Pérez e o italiano Ivo Millazo. Referência no gênero western, Ivo, criador do Ken Parker, participará de uma mesa sobre o tema. “É um dos três melhores da história dos quadrinhos”, ressalta Erick Azevedo. Outro nome que desperta atenção é o do africano Jérémie Nsingi. “É uma característica do FIQ trazer pessoas de certa forma desconhecidas do grande público. Tenho curiosidade em conhecer gente nova”, revela João Marcos, quadrinista e pesquisador.
PROGRAMAÇÃO
Amanhã
9h30 – Conversa em quadrinhos com a Chantal e mediação de Samanta Coan
18h – Debate sobre mercado atual com Jal, Mitie Taketani, Ricardo Tokumoto (Ryot) e Sidney Gusman e mediação de Afonso Andrade
20h – Por que quadrinhos?, com Erick Azevedo, Lucas Ed e Sônia Luyten e mediação de Paulo Ramos.
Quinta-feira
9h30 – Desenhe sua palestra, com João Marcos
11h – Qualquer um pode fazer quadrinhos!, com Luís Felipe Garrocho (Gomba) e Ricardo Tokumoto (Ryot) e mediação de Eduardo Damasceno
13h30 – Conversa em quadrinhos, com Peter Kuper e Jéremie e mediação de Felipe
14h – Conversa em quadrinhos, com Jérémie Nsingi e mediação de Sonia Luyten
14h30 – OuBaPo, com Becky Cloonan, Boulet, Daniel Werneck, Fabio Cobiaco, Magenta King e Paulo Crumbim
16h – Quatro cores que valem por 1 milhão, com Cris Peter e Rod Reis e mediação
de Giovanna
18h – Webfunding crowdcomics, com Fábio Coala, Luis Otávio Ribeiro, Rodrigo Maia e Paulo Crumbim, mediação de Ricardo
Tokumoto (Ryot)
20h – HQ & rock, com Lu Cafaggi, Marcatti, Pedro Cobiaco, Raphael Fernandes e mediação de Sérgio Luiz.
História do Brasil - Walter Sebastião
História do Brasil
Museu de Artes e Ofícios exibe exposição de oratórios, peças emblemáticas no cotidiano dos brasileiros. Arte e fé marcam importante coleção mineira que deu origem à mostra itinerante
Walter Sebastião
Estado de Minas: 12/11/2013
Oratórios revelam a saga do desbravamento do Brasil colônia |
Chega a Belo Horizonte uma exposição que tem encantado católicos e
apreciadores da arte: Oratórios – Relíquias do barroco brasileiro, que
ficará em cartaz até 6 de janeiro no Museu de Artes e Ofícios, no Centro
da capital. A mostra reúne 115 peças, entre oratórios, objetos e
imagens sacras dos séculos 17 a 20 pertencentes ao Museu do Oratório,
que funciona em Ouro Preto.
Merecedor de considerações respeitosas do público e de especialistas, o conjunto reúne trabalhos surgidos da soma de fé, arte e artesanato, revelando a fusão de contribuições africanas, portuguesas e indígenas para a cultura e a vida social brasileira.
As peças integram o núcleo dedicado a mostras itinerantes do Museu do Oratório. Curadora da mostra, Ângela Gutierrez explica que se propõe o mesmo percurso oferecido nas visitas ao acervo permanente da instituição ouro-pretana. O roteiro começa com oratórios de viagem – pequenas peças simples, que revelam a fé popular, carregadas na bagagem em deslocamentos em viagens áridas por terras hostis do Brasil colônia.
Em outra etapa do acervo veem-se peças eruditas e elaboradas, comprometidas com estilos de época, mostrando o quanto a religião se fazia presente em contextos abastados. A colecionadora Ângela Gutierrez explica que ali estão trabalhos representativos de cada setor da sociedade que carregam histórias.
Papa
Um dos oratórios que têm chamado a atenção traz Nossa Senhora do Rosário e é atribuído a Francisco Xavier Servas (1720 –1811), nome importante do barroco mineiro. Em 1997, ele ficou no quarto ocupado pelo papa João Paulo II, durante visita ao Brasil. O oratório foi escolhido por Ângela Gutierrez a pedido do cardeal dom Eugênio Salles. “Selecionei um bem mineiro, bonito e erudito. Barroco clássico”, conta ela. Outra atração é a casa de Santo Antônio, datada do século 19, encontrada no Rio de Janeiro e recém-inserida no acervo. “É uma peça curiosíssima. Não vou dizer mais nada porque quero que as pessoas a vejam ao vivo”, provoca a curadora.
Este ano, a exposição passou pelo Centro Cultural Metropolitano de Quito (Equador) e pelo Museu Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro, integrando a programação oficial da Jornada Mundial da Juventude ao lado da mostra Tesouros do Vaticano.
A grande empatia despertada pela exposição em vários países não se deve, necessariamente, ao fato de ser arte ligada à religião, observa Ângela Gutierrez. “A magia dos oratórios seduz qualquer observador, estudioso ou não, tenha fé ou não. O fato de serem objetos religiosos é parte da simpatia que despertam. Oratórios emanam energia diferente. Em volta deles há um clima especial, que, para mim, vem da fé depositada no sagrado”, argumenta Ângela Gutierrez, dizendo-se “católica, mineira e com santo de devoção”.
Dia do Barroco
Ângela Gutierrez considera importante o
recém-instituído Dia do Barroco, que passa a ser comemorado em 18 de
novembro. “Temos 65% do patrimônio tombado e a celebração reflete essa
situação”, argumenta. Com relação aos temas que gostaria de ver
lembrados nessa data, a colecionadora aponta a necessidade de
recuperação e preservação do patrimônio.
“Não se trata de um tema esquecido. Todo mundo ligado à questão pensa nisso o tempo todo”, avisa ela, lembrando que recuperar e preservar é processo caro, demorado e que exige mão de obra qualificada. “Gostaria que as pessoas – não estou falando só do poder público – se envolvessem com essa questão. Só a comoção geral é capaz de fazer com que as coisas se desenvolvam com mais rapidez”, conclui.
Quinze anos
Criado em Ouro Preto (MG) há 15 anos, o Museu do Oratório já superou 1 milhão de visitantes. Seu acervo reúne 162 oratórios e 300 imagens. Pequenos retábulos de uso particular, os oratórios se originaram nos primórdios da Idade Média e chegaram ao Brasil por meio do colonizador português, espalhando-se por fazendas, senzalas e residências.
ORATÓRIOS – RELÍQUIAS DO BARROCO BRASILEIRO
Museu de Artes e Ofícios. Praça da Estação, s/nº, Centro, (31) 3248-8600. Terça e sexta-feira, das 12h às 19h; quarta e quinta-feira, das 12h às 21h; sábado, domingo e feriado, das 11h às 17h. Até 6 de janeiro. Entrada franca.
Merecedor de considerações respeitosas do público e de especialistas, o conjunto reúne trabalhos surgidos da soma de fé, arte e artesanato, revelando a fusão de contribuições africanas, portuguesas e indígenas para a cultura e a vida social brasileira.
As peças integram o núcleo dedicado a mostras itinerantes do Museu do Oratório. Curadora da mostra, Ângela Gutierrez explica que se propõe o mesmo percurso oferecido nas visitas ao acervo permanente da instituição ouro-pretana. O roteiro começa com oratórios de viagem – pequenas peças simples, que revelam a fé popular, carregadas na bagagem em deslocamentos em viagens áridas por terras hostis do Brasil colônia.
Em outra etapa do acervo veem-se peças eruditas e elaboradas, comprometidas com estilos de época, mostrando o quanto a religião se fazia presente em contextos abastados. A colecionadora Ângela Gutierrez explica que ali estão trabalhos representativos de cada setor da sociedade que carregam histórias.
Papa
Um dos oratórios que têm chamado a atenção traz Nossa Senhora do Rosário e é atribuído a Francisco Xavier Servas (1720 –1811), nome importante do barroco mineiro. Em 1997, ele ficou no quarto ocupado pelo papa João Paulo II, durante visita ao Brasil. O oratório foi escolhido por Ângela Gutierrez a pedido do cardeal dom Eugênio Salles. “Selecionei um bem mineiro, bonito e erudito. Barroco clássico”, conta ela. Outra atração é a casa de Santo Antônio, datada do século 19, encontrada no Rio de Janeiro e recém-inserida no acervo. “É uma peça curiosíssima. Não vou dizer mais nada porque quero que as pessoas a vejam ao vivo”, provoca a curadora.
Este ano, a exposição passou pelo Centro Cultural Metropolitano de Quito (Equador) e pelo Museu Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro, integrando a programação oficial da Jornada Mundial da Juventude ao lado da mostra Tesouros do Vaticano.
A grande empatia despertada pela exposição em vários países não se deve, necessariamente, ao fato de ser arte ligada à religião, observa Ângela Gutierrez. “A magia dos oratórios seduz qualquer observador, estudioso ou não, tenha fé ou não. O fato de serem objetos religiosos é parte da simpatia que despertam. Oratórios emanam energia diferente. Em volta deles há um clima especial, que, para mim, vem da fé depositada no sagrado”, argumenta Ângela Gutierrez, dizendo-se “católica, mineira e com santo de devoção”.
Dia do Barroco
Oratórios revelam a saga do desbravamento do Brasil colônia |
“Não se trata de um tema esquecido. Todo mundo ligado à questão pensa nisso o tempo todo”, avisa ela, lembrando que recuperar e preservar é processo caro, demorado e que exige mão de obra qualificada. “Gostaria que as pessoas – não estou falando só do poder público – se envolvessem com essa questão. Só a comoção geral é capaz de fazer com que as coisas se desenvolvam com mais rapidez”, conclui.
Quinze anos
Criado em Ouro Preto (MG) há 15 anos, o Museu do Oratório já superou 1 milhão de visitantes. Seu acervo reúne 162 oratórios e 300 imagens. Pequenos retábulos de uso particular, os oratórios se originaram nos primórdios da Idade Média e chegaram ao Brasil por meio do colonizador português, espalhando-se por fazendas, senzalas e residências.
ORATÓRIOS – RELÍQUIAS DO BARROCO BRASILEIRO
Museu de Artes e Ofícios. Praça da Estação, s/nº, Centro, (31) 3248-8600. Terça e sexta-feira, das 12h às 19h; quarta e quinta-feira, das 12h às 21h; sábado, domingo e feriado, das 11h às 17h. Até 6 de janeiro. Entrada franca.
Estudo aponta que 30% da população mundial sofre de algum tipo de alergia
Mitos da alergia
Estima-se que 30% da população mundial tenha algum tipo de manifestação, mas há muita desinformação e confusão sobre o mal
Paloma Oliveto
Estado de Minas: 12/11/2013
De repente, as
atenções se voltaram ao glúten. De ingrediente desconhecido à grande
vilã dos rótulos alimentares, a proteína virou bode expiatório para toda
sorte de desconforto gastrointestinal. Mesmo sem nunca ter sido
diagnosticada, muita gente “resolveu” que tem alergia a esse componente
dos grãos e o baniu do cardápio. A vacina contra a influenza também
recebe torcidas de nariz. Como é preparada com vírus inoculados em
embriões de ovo, pessoas que não podem com esse alimento preferem pegar
gripe a enfrentar uma reação. O que poucos sabem, porém, é que a
imunização não provoca nenhum tipo de dano mesmo aos mais sensíveis à
clara. Por sua vez, alergia a glúten é uma condição extremamente rara – o
que existe é intolerância a ele.
Mitos a respeito de alergias alimentares, medicamentosas e respiratórias são comuns. Ainda mais quando cerca de 70% dos usuários de internet buscam, na rede, informações sobre saúde. A falta de filtros que garantam a confiança dos dados faz com que muitas publicações tragam conceitos errados, que acabam compartilhados e reproduzidos em páginas do mundo todo. Essa é uma preocupação do alergologista e imunologista David Stukus, do Hospital Infantil da Nação, em Columbia (EUA). Durante o 70º Encontro Anual do Colégio Americano de Alergia, Asma e Imunologia (Acaai), evento que terminou ontem nos Estados Unidos, o médico advertiu que as informações incorretas levam os pacientes a tomar atitudes perigosas e desnecessárias.
Segundo Stukus, cerca de 30% da população mundial sofre de algum tipo de alergia, o que justifica o grande interesse pelo assunto. Principalmente por parte dos pais, já que, com o sistema imunológico ainda em desenvolvimento, crianças pequenas costumam ser as grandes vítimas dessa reação exagerada do organismo a algum agente externo. O médico, aliás, diz que muitas pessoas não sabem ao certo o que é uma alergia, o que pode aumentar as confusões. “Trata-se de uma resposta do sistema imunológico a uma substância específica, que chamamos de alérgeno. Em contato com essa substância, que pode ser pólen, ácaros e algumas proteínas contidas em alimentos, por exemplo, o organismo responde lançando histaminas e outros agentes químicos”, diz. A reação tem como consequência os conhecidos sintomas: espirro, tosse, coceira na garganta e nos ouvidos, irritação na pele e dor no estômago, entre outros.
Riscos Com controle, é possível levar uma vida normal, mesmo rodeado por substâncias irritantes. Para isso, porém, David Stukus alerta que a informação de qualidade é fundamental. “O mesmo vale em relação a pessoas saudáveis. Muitas alteram suas dietas e deixam de consumir coisas de que gostam porque leem sobre alergias alimentares e acham que sofrem daquilo. Essa história da alergia a glúten é uma das mais disseminadas. Quanta gente deixa de comer pão e diz que é porque é alérgica a glúten, sem que médico algum tenha dito isso a ela. Agora, tudo é culpa do glúten”, observa.
Stukus esclarece que a proteína encontrada em grãos pode desencadear efeitos adversos, como diarreia, perda de peso, cansaço e distenção abdominal. Mas isso em pessoas que sofrem de doença celíaca, um mal autoimune, no qual o organismo interpreta que o glúten é uma ameaça e passa a atacá-lo, provocando danos na superfície do intestino. “A doença celíaca é uma condição digestiva relativamente comum e não deve ser confundida com alergia”, afirma. “Quem acha que tem problemas ao ingerir alimentos com glúten precisa ir ao médico e fazer exames, em vez de mexer na dieta por conta própria”, alerta.
Outra preocupação do médico é com a vacina da gripe. Temendo reações extremas, pessoas alérgicas a proteínas da clara do ovo evitam a imunização, ficando suscetíveis aos males da influenza. “Nos últimos anos, foram feitos diversos estudos para avaliar se a vacina desencadearia reações em alérgicos a ovo. Ficou constatado que não há o que temer. A dose é única e muito baixa para provocar qualquer problema”, esclarece o alergologista John Kelso, integrante da Acaai e autor de um estudo sobre a segurança da vacina, publicado na edição do mês passado da revista Annals of Allergy, Asthma and Immunology.
“Pessoas que sofrem de asma e alergia respiratória costumam apresentar sintomas mais severos quando estão com gripe, e isso pode levar a um alto índice de complicações. Nos Estados Unidos, mais de 20 mil crianças com menos de 5 anos são internadas anualmente por causa da influenza”, conta Kelso. “Os benefícios da vacina são maiores que qualquer risco associado. Embora crianças alérgicas a ovo possam até morrer caso comam o alimento, elas não estão em perigo por tomarem a vacina injetável”, garante.
Enquanto alguns deixam de se proteger por medo de reações alérgicas, outros se expõem ao risco, pensando que estão seguros. É o caso de quem é hipersensível a enzimas liberadas por animais domésticos e, por isso, compram cães e gatos “hipoalergênicos”. Um exemplo é Bo, o cão da família Obama. Como uma das filhas do presidente americano é alérgica, ao escolher a mascote da Casa Branca, ele levou para casa um cão d’água português, raça que não tem subpelo e, por isso, não desencadearia reações. Cachorros antialérgicos, contudo, são ficção, pois não é o pelo que causa alergia, mas uma enzima que é secretada pela glândula anal e pela saliva.
“Não há bases científicas para afirmar que determinadas raças são menos alergênicas que outras”, garante Christine Cole Johnson, pesquisadora do Departamento de Saúde Pública do Hospital Henry Ford. Há dois anos, ela publicou um estudo sobre o potencial de animais domésticos desencadearem crises alérgicas. “Posso dizer que a exposição a cães no início da vida fornece proteção contra substâncias alergênicas lançadas por esse animal. Mas a ideia de que você pode comprar certas raças que vão causar menos problemas a uma pessoa já alérgica não encontrou apoio na pesquisa”, conta.
Mitos a respeito de alergias alimentares, medicamentosas e respiratórias são comuns. Ainda mais quando cerca de 70% dos usuários de internet buscam, na rede, informações sobre saúde. A falta de filtros que garantam a confiança dos dados faz com que muitas publicações tragam conceitos errados, que acabam compartilhados e reproduzidos em páginas do mundo todo. Essa é uma preocupação do alergologista e imunologista David Stukus, do Hospital Infantil da Nação, em Columbia (EUA). Durante o 70º Encontro Anual do Colégio Americano de Alergia, Asma e Imunologia (Acaai), evento que terminou ontem nos Estados Unidos, o médico advertiu que as informações incorretas levam os pacientes a tomar atitudes perigosas e desnecessárias.
Segundo Stukus, cerca de 30% da população mundial sofre de algum tipo de alergia, o que justifica o grande interesse pelo assunto. Principalmente por parte dos pais, já que, com o sistema imunológico ainda em desenvolvimento, crianças pequenas costumam ser as grandes vítimas dessa reação exagerada do organismo a algum agente externo. O médico, aliás, diz que muitas pessoas não sabem ao certo o que é uma alergia, o que pode aumentar as confusões. “Trata-se de uma resposta do sistema imunológico a uma substância específica, que chamamos de alérgeno. Em contato com essa substância, que pode ser pólen, ácaros e algumas proteínas contidas em alimentos, por exemplo, o organismo responde lançando histaminas e outros agentes químicos”, diz. A reação tem como consequência os conhecidos sintomas: espirro, tosse, coceira na garganta e nos ouvidos, irritação na pele e dor no estômago, entre outros.
Riscos Com controle, é possível levar uma vida normal, mesmo rodeado por substâncias irritantes. Para isso, porém, David Stukus alerta que a informação de qualidade é fundamental. “O mesmo vale em relação a pessoas saudáveis. Muitas alteram suas dietas e deixam de consumir coisas de que gostam porque leem sobre alergias alimentares e acham que sofrem daquilo. Essa história da alergia a glúten é uma das mais disseminadas. Quanta gente deixa de comer pão e diz que é porque é alérgica a glúten, sem que médico algum tenha dito isso a ela. Agora, tudo é culpa do glúten”, observa.
Stukus esclarece que a proteína encontrada em grãos pode desencadear efeitos adversos, como diarreia, perda de peso, cansaço e distenção abdominal. Mas isso em pessoas que sofrem de doença celíaca, um mal autoimune, no qual o organismo interpreta que o glúten é uma ameaça e passa a atacá-lo, provocando danos na superfície do intestino. “A doença celíaca é uma condição digestiva relativamente comum e não deve ser confundida com alergia”, afirma. “Quem acha que tem problemas ao ingerir alimentos com glúten precisa ir ao médico e fazer exames, em vez de mexer na dieta por conta própria”, alerta.
Outra preocupação do médico é com a vacina da gripe. Temendo reações extremas, pessoas alérgicas a proteínas da clara do ovo evitam a imunização, ficando suscetíveis aos males da influenza. “Nos últimos anos, foram feitos diversos estudos para avaliar se a vacina desencadearia reações em alérgicos a ovo. Ficou constatado que não há o que temer. A dose é única e muito baixa para provocar qualquer problema”, esclarece o alergologista John Kelso, integrante da Acaai e autor de um estudo sobre a segurança da vacina, publicado na edição do mês passado da revista Annals of Allergy, Asthma and Immunology.
“Pessoas que sofrem de asma e alergia respiratória costumam apresentar sintomas mais severos quando estão com gripe, e isso pode levar a um alto índice de complicações. Nos Estados Unidos, mais de 20 mil crianças com menos de 5 anos são internadas anualmente por causa da influenza”, conta Kelso. “Os benefícios da vacina são maiores que qualquer risco associado. Embora crianças alérgicas a ovo possam até morrer caso comam o alimento, elas não estão em perigo por tomarem a vacina injetável”, garante.
Enquanto alguns deixam de se proteger por medo de reações alérgicas, outros se expõem ao risco, pensando que estão seguros. É o caso de quem é hipersensível a enzimas liberadas por animais domésticos e, por isso, compram cães e gatos “hipoalergênicos”. Um exemplo é Bo, o cão da família Obama. Como uma das filhas do presidente americano é alérgica, ao escolher a mascote da Casa Branca, ele levou para casa um cão d’água português, raça que não tem subpelo e, por isso, não desencadearia reações. Cachorros antialérgicos, contudo, são ficção, pois não é o pelo que causa alergia, mas uma enzima que é secretada pela glândula anal e pela saliva.
“Não há bases científicas para afirmar que determinadas raças são menos alergênicas que outras”, garante Christine Cole Johnson, pesquisadora do Departamento de Saúde Pública do Hospital Henry Ford. Há dois anos, ela publicou um estudo sobre o potencial de animais domésticos desencadearem crises alérgicas. “Posso dizer que a exposição a cães no início da vida fornece proteção contra substâncias alergênicas lançadas por esse animal. Mas a ideia de que você pode comprar certas raças que vão causar menos problemas a uma pessoa já alérgica não encontrou apoio na pesquisa”, conta.
Novembro Azul
Novembro Azul
Campanhas de conscientização da saúde do homem precisam atingir todas as culturas e classes sociais
Sandro Salim Lana
Oncologista do Cetus hospital dia em Betim, especializado em medicina oncológica
Estado de Minas: 12/11/2013
Chegou a vez deles. A
exemplo do que ocorreu em outubro, que foi marcado pela campanha de
prevenção e combate ao câncer de mama, novembro chega trazendo uma
campanha ainda pouco conhecida dos brasileiros: o Novembro Azul.
Dirigida ao público masculino sobre a importância da prevenção e do
diagnóstico precoce do câncer de próstata, a campanha acende um debate
fundamental sobre a doença e o comportamento masculino. Os dados são
alarmantes. O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens
no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. De acordo com o
Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de próstata atinge todos
os anos no Brasil cerca de 60 mil homens. Em 2014 mais de 12 mil deles
vão morrer da doença.
O movimento surgiu na Austrália, em 2013, e pegou carona no Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, comemorado em 17 de novembro. Em muitos países o November é mais do que uma simples campanha de conscientização. Instituições realizam reuniões entre os homens com o cultivo de bigodes (ao estilo Mário Bros), símbolo da campanha, em que são debatidos, além do câncer de próstata, outras doenças, como o câncer de testículos, depressão entre os homens e cultivo da saúde do homem.
Apesar de estarmos em pleno século 21, os homens de hoje ainda são resistentes a cuidar da própria saúde. Digo no masculino mesmo, porque as mulheres são mais cuidadosas quando o assunto é o bem-estar e a saúde. Muitos homens só procuram um consultório médico quando a situação já está complicada ou a dor intolerável. Essa é uma cultura enraizada da sociedade. Os homens foram criados para serem fortes, protetores e autossuficientes. Para grande parte da população masculina ir a um médico é sinal de fraqueza. Com isso ficam mais suscetíveis a uma série de doenças, inclusive o câncer de próstata, o mais temível para o homem.
A raiz do problema é o temor da prevenção. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia realizada com 1061 homens, de 10 capitais brasileiras, na faixa etária de 40 a 70 anos, mostrou que apenas 32% dos homens fizeram o exame de toque retal, apesar de 76% saberem que o exame é usado para detectar o câncer de próstata. O levantamento revelou também que 77% dos homens não fazem exame de toque retal por preconceito e 54% percebem que os homens têm medo do exame. Quando questionados sobre a não realização do exame, apenas 8% admitem preconceito em relação ao toque, enquanto 13% afirmam descuido, preguiça e falta de tempo.
A próstata é uma glândula que está localizada na parte baixa do abdômen do homem. Ela produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual. O câncer de próstata apresenta uma evolução lenta, não produz sintomas na fase inicial, por isso é importante ir anualmente ao médico e realizar os exames de PSA e de toque, principalmente a partir dos 50 anos e em caso de incidência familiar em homens a partir dos 40 anos. Quando diagnosticado em sua fase inicial, o tratamento é bastante eficaz.
Com o avanço de novos métodos de tratamento, hoje em dia os homens com câncer de próstata estão vivendo por mais tempo, com menor desconforto e menos efeitos colaterais. O importante é que quanto mais rápido descoberto o tumor, maiores as chances de cura e de vida normal para o homem. Campanhas de conscientização da saúde do homem precisam atingir todas as culturas e classes sociais. Quem sabe em um futuro próximo o homem seja tão cuidadoso com a saúde quanto as mulheres.
O movimento surgiu na Austrália, em 2013, e pegou carona no Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, comemorado em 17 de novembro. Em muitos países o November é mais do que uma simples campanha de conscientização. Instituições realizam reuniões entre os homens com o cultivo de bigodes (ao estilo Mário Bros), símbolo da campanha, em que são debatidos, além do câncer de próstata, outras doenças, como o câncer de testículos, depressão entre os homens e cultivo da saúde do homem.
Apesar de estarmos em pleno século 21, os homens de hoje ainda são resistentes a cuidar da própria saúde. Digo no masculino mesmo, porque as mulheres são mais cuidadosas quando o assunto é o bem-estar e a saúde. Muitos homens só procuram um consultório médico quando a situação já está complicada ou a dor intolerável. Essa é uma cultura enraizada da sociedade. Os homens foram criados para serem fortes, protetores e autossuficientes. Para grande parte da população masculina ir a um médico é sinal de fraqueza. Com isso ficam mais suscetíveis a uma série de doenças, inclusive o câncer de próstata, o mais temível para o homem.
A raiz do problema é o temor da prevenção. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia realizada com 1061 homens, de 10 capitais brasileiras, na faixa etária de 40 a 70 anos, mostrou que apenas 32% dos homens fizeram o exame de toque retal, apesar de 76% saberem que o exame é usado para detectar o câncer de próstata. O levantamento revelou também que 77% dos homens não fazem exame de toque retal por preconceito e 54% percebem que os homens têm medo do exame. Quando questionados sobre a não realização do exame, apenas 8% admitem preconceito em relação ao toque, enquanto 13% afirmam descuido, preguiça e falta de tempo.
A próstata é uma glândula que está localizada na parte baixa do abdômen do homem. Ela produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual. O câncer de próstata apresenta uma evolução lenta, não produz sintomas na fase inicial, por isso é importante ir anualmente ao médico e realizar os exames de PSA e de toque, principalmente a partir dos 50 anos e em caso de incidência familiar em homens a partir dos 40 anos. Quando diagnosticado em sua fase inicial, o tratamento é bastante eficaz.
Com o avanço de novos métodos de tratamento, hoje em dia os homens com câncer de próstata estão vivendo por mais tempo, com menor desconforto e menos efeitos colaterais. O importante é que quanto mais rápido descoberto o tumor, maiores as chances de cura e de vida normal para o homem. Campanhas de conscientização da saúde do homem precisam atingir todas as culturas e classes sociais. Quem sabe em um futuro próximo o homem seja tão cuidadoso com a saúde quanto as mulheres.
Médicos cubanos, engenheiros alemães - Ronaldo Gusmão
Médicos cubanos, engenheiros alemães
Ronaldo Gusmão
Presidente do Instituto de Educação Tecnológica (Ietec)
Estado de Minas: 12/11/2013
O Brasil vive hoje um
momento delicado em relação à classe médica e ao não atendimento das
necessidades básicas de saúde da população mais necessitada: estamos
importando profissionais por negligência ou falta de planejamento do
governo, por falta de recursos ou má administração de governos
municipais. Na engenharia, a situação poderá ser pior. Qualquer médico
atende as necessidades básicas do ser humano, mas na engenharia isso não
acontece. A formação de um engenheiro eletricista é completamente
diferente da de um engenheiro ambiental, nuclear, etc. Atualmente,
existem mais de 30 modalidades básicas de engenharia, e outras tantas
surgirão nos próximos anos.
Em 2011, o número de matrículas na engenharia superou as de direito: foram 227 mil em engenharia e 198 mil em direito, mas ainda distante da quantidade de matrículas em administração: 508 mil. O crescimento é motivo para comemoração, porém, com algumas preocupações: qual o nível de qualidade das escolas, dos estudantes, e em quais modalidades da engenharia eles irão se formar? A distribuição de vagas das engenharias é preocupante, pois somente quatro modalidades respondem por mais de 65% das vagas: civil (24%), produção (18%), mecânica (11%), e elétrica (11%). Hoje existem 49 especialidades de engenharia autorizadas no MEC e essa concentração nas quatro áreas pode criar uma falsa expectativa de que iremos formar profissionais em quantidade suficiente para atender as necessidades de um país desenvolvido.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), somente 28% dos profissionais formados em engenharia exercem efetivamente a função típica de engenheiro. Na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego de 2011, consta que a profissão de engenheiro é exercida no país por somente 232 mil profissionais.
A qualidade dos engenheiros formados, segundo dados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes 2005 a 2008 (Enade), é questionável, pois 42,3% dos formandos nesse período obtiveram seus diplomas em instituições de baixo desempenho, 29,6% obtiveram desempenho mediano e somente 28,1% das instituições de ensino de engenharia obtiveram alto desempenho.
Precisamos proporcionar a união da teoria acadêmica avançada dos pesquisadores com a prática profissional dos engenheiros de campo, formando assim profissionais com base conceitual sólida associada à necessidade empresarial. É assim que se faz num dos países que mais exportam tecnologia: a Alemanha. Em 2013 é comemorado o Ano da Alemanha no Brasil e o país é uma referência a ser seguida por nós. A formação do engenheiro alemão tem contato muito íntimo com as empresas, num processo misto, isso é, escola-empresa. Diferentemente de outros países, o estudo lá é fundamentalmente voltado para a aplicação prática e industrial. A receita do sucesso da formação alemã de engenheiros é a combinação de uma base ampla de conhecimento matemático teórico com know-how prático.
Hoje, há no Brasil 6 engenheiros por cada mil trabalhadores; nos Estados Unidos e Japão esse número é de 25, e na Alemanha há 39 engenheiros por cada mil trabalhadores. Não há como comparar. O Brasil tem cerca de 668 mil engenheiros registrados nos conselhos regionais de Engenharia e Agronomia (Creas). Em 2010, o Brasil tinha 1,4 doutores para cada mil trabalhadores, já na Alemanha eram 15,4. Além de termos menos doutores que a Alemanha, no Brasil somente 7,1% desses doutores estão na indústria, enquanto na Alemanha são 26,7%. Em 2007, somente 5% dos formandos em cursos superiores no Brasil eram de engenharia, na Alemanha, 12,4%. Conclusão: temos que ser mais ousados.
Como despertar os jovens para os estudos de engenharia? Os estudantes de nível médio não se apaixonam por equações matemáticas, derivadas e integrais; mas são loucos por computadores, aviões, carros e smartphones. Como formar engenheiros, e principalmente bons engenheiros, se não conseguimos sequer ensinar matemática no nível médio? Devemos ter como objetivo nacional melhorar substancialmente o ensino da matemática nas escolas de nível fundamental e médio
É necessário subsidiar intensamente as atuais escolas de engenharia, a flexibilização dos currículos e, principalmente, a internacionalização de nossas escolas por meio de intercâmbio com as melhores escolas mundiais (aproveitar este momento de grande desemprego na Europa). O programa Ciência sem Fronteiras pode contribuir para a melhoria da qualidade na formação desses futuros engenheiros.
Engenheiros brasileiros, fiquem tranquilos! Pelo menos quanto à concorrência dos engenheiros alemães. O mercado alemão tem atualmente aproximadamente 1,5 milhão de engenheiros (o que é considerado baixo por eles) e havia 111 mil vagas disponíveis para engenheiros em abril de 2012 no país. Quanta precisão!
Em 2011, o número de matrículas na engenharia superou as de direito: foram 227 mil em engenharia e 198 mil em direito, mas ainda distante da quantidade de matrículas em administração: 508 mil. O crescimento é motivo para comemoração, porém, com algumas preocupações: qual o nível de qualidade das escolas, dos estudantes, e em quais modalidades da engenharia eles irão se formar? A distribuição de vagas das engenharias é preocupante, pois somente quatro modalidades respondem por mais de 65% das vagas: civil (24%), produção (18%), mecânica (11%), e elétrica (11%). Hoje existem 49 especialidades de engenharia autorizadas no MEC e essa concentração nas quatro áreas pode criar uma falsa expectativa de que iremos formar profissionais em quantidade suficiente para atender as necessidades de um país desenvolvido.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), somente 28% dos profissionais formados em engenharia exercem efetivamente a função típica de engenheiro. Na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego de 2011, consta que a profissão de engenheiro é exercida no país por somente 232 mil profissionais.
A qualidade dos engenheiros formados, segundo dados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes 2005 a 2008 (Enade), é questionável, pois 42,3% dos formandos nesse período obtiveram seus diplomas em instituições de baixo desempenho, 29,6% obtiveram desempenho mediano e somente 28,1% das instituições de ensino de engenharia obtiveram alto desempenho.
Precisamos proporcionar a união da teoria acadêmica avançada dos pesquisadores com a prática profissional dos engenheiros de campo, formando assim profissionais com base conceitual sólida associada à necessidade empresarial. É assim que se faz num dos países que mais exportam tecnologia: a Alemanha. Em 2013 é comemorado o Ano da Alemanha no Brasil e o país é uma referência a ser seguida por nós. A formação do engenheiro alemão tem contato muito íntimo com as empresas, num processo misto, isso é, escola-empresa. Diferentemente de outros países, o estudo lá é fundamentalmente voltado para a aplicação prática e industrial. A receita do sucesso da formação alemã de engenheiros é a combinação de uma base ampla de conhecimento matemático teórico com know-how prático.
Hoje, há no Brasil 6 engenheiros por cada mil trabalhadores; nos Estados Unidos e Japão esse número é de 25, e na Alemanha há 39 engenheiros por cada mil trabalhadores. Não há como comparar. O Brasil tem cerca de 668 mil engenheiros registrados nos conselhos regionais de Engenharia e Agronomia (Creas). Em 2010, o Brasil tinha 1,4 doutores para cada mil trabalhadores, já na Alemanha eram 15,4. Além de termos menos doutores que a Alemanha, no Brasil somente 7,1% desses doutores estão na indústria, enquanto na Alemanha são 26,7%. Em 2007, somente 5% dos formandos em cursos superiores no Brasil eram de engenharia, na Alemanha, 12,4%. Conclusão: temos que ser mais ousados.
Como despertar os jovens para os estudos de engenharia? Os estudantes de nível médio não se apaixonam por equações matemáticas, derivadas e integrais; mas são loucos por computadores, aviões, carros e smartphones. Como formar engenheiros, e principalmente bons engenheiros, se não conseguimos sequer ensinar matemática no nível médio? Devemos ter como objetivo nacional melhorar substancialmente o ensino da matemática nas escolas de nível fundamental e médio
É necessário subsidiar intensamente as atuais escolas de engenharia, a flexibilização dos currículos e, principalmente, a internacionalização de nossas escolas por meio de intercâmbio com as melhores escolas mundiais (aproveitar este momento de grande desemprego na Europa). O programa Ciência sem Fronteiras pode contribuir para a melhoria da qualidade na formação desses futuros engenheiros.
Engenheiros brasileiros, fiquem tranquilos! Pelo menos quanto à concorrência dos engenheiros alemães. O mercado alemão tem atualmente aproximadamente 1,5 milhão de engenheiros (o que é considerado baixo por eles) e havia 111 mil vagas disponíveis para engenheiros em abril de 2012 no país. Quanta precisão!
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