Na campanha do candidato à Presidência, Aécio Neves (PSDB), um argumento já está pronto para ser usado contra a ex-senadora Marina Silva (PSB). O alvo é capacidade e a experiência da futura candidata como gestora e seu preparo para discutir temas econômicos com profundidade. O que os tucanos dirão é que Marina não está suficientemente habilitada em nenhuma dessas áreas.
Na campanha tucana, uma avaliação feita com base nas sondagens internas que o PSDB vem fazendo é que Marina aparecerá na próxima pesquisa de intenção de voto beirando os 15% de intenção de voto. Campos estava com 8% e Aécio, pouco acima dos 20%. Governador por duas vezes de Minas Gerais (de 2003 a 2010), o tucano tem se apresentado nas andanças pelo país como um gestor experiente e bem sucedido em seu Estado.
No núcleo da campanha presidencial do PSDB, a avaliação é que a capacidade de gestão será um dos temas importantes da campanha deste ano e que esse também era o discurso do candidato pelo PSB, Eduardo Campos, morto na semana passada. Uma das críticas que Aécio e Campos vinham fazendo contra a presidente Dilma Rousseff (PT) é que ela falha no quesito gestão e que isso se reflete, por exemplo, na lentidão de algumas obras.
"Não vemos a Marina entrando nesse assunto porque não é um assunto que ela domina", disse um integrante da campanha de Aécio. "Ela não tem ideias inovadoras nem experiência para mostrar nessa área", acrescentou. Os tucanos também se preparam para minar a imagem de Marina colocando em xeque seu preparo para lidar com a economia.
O mesmo integrante da campanha desdenhou da capacidade da candidata de entrar num debate mais aprofundado sobre como recuperar o ritmo da indústria, sobre como lidar com inflação, sobre crescimento da economia e questões relacionadas à Organização Mundial do Comércio. Não há, por ora, ajustes previstos nos primeiros programas do horário eleitoral do tucano com a confirmação da candidatura de Marina. Mas as críticas a ela estão prontas para entrarem em campo na campanha tucana.
Ontem, Aécio procurou mostrar identidade entre as propostas defendidas por sua campanha e as do ex-governador pernambucano, morto em um acidente aéreo na quarta-feira. Pouco depois de ir ao velório de Campos e participar da missa de corpo presente, no Recife, o tucano previu que "ficará clara" a convergência entre suas ideias e as do então candidato do PSB.
"Não tenho dúvida de que muitas de suas preocupações e de seus sonhos são as nossas preocupações, não só as minhas, mas de milhões de brasileiros. São também os nossos sonhos", afirmou Aécio, referindo-se a Campos. "Nunca tive dúvida de que nós nos encontraríamos em algum momento na construção de um projeto de país", declarou.
Aécio chegou atrasado à missa campal no Palácio do Campo das Princesas. Durante a homenagem, o tucano cumprimentou Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Marina. No fim da missa, saiu do pátio interno da sede do governo de Pernambuco ao mesmo tempo que Lula e Dilma, mas evitou os petistas.
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