sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Quadrinhos

folha de são paulo
CHICLETE COM BANANA      ANGELI
ANGELI
PIRATAS DO TIETÊ      LAERTE
LAERTE
DAIQUIRI      CACO GALHARDO
CACO GALHARDO
NÍQUEL NÁUSEA      FERNANDO GONSALES
FERNANDO GONSALES
MUNDO MONSTRO      ADÃO ITURRUSGARAI
ADÃO ITURRUSGARAI
PRETO NO BRANCO      ALLAN SIEBER
ALLAN SIEBER
MALVADOS      ANDRÉ DAHMER
ANDRÉ DAHMER
GARFIELD      JIM DAVIS
JIM DAVIS

Município que trocar profissional será excluído do Mais Médicos, diz Ministério da Saúde

folha de são paulo
DANIEL CARVALHO
DO RECIFE
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Atualizado às 17h15.
Os municípios que substituírem médicos pagos pelas prefeituras por profissionais pagos pelo Mais Médicos podem ser excluídos do programa, segundo o Ministério da Saúde.
"Os municípios que insistirem nessa questão [de substituição] nós vamos visitar e, se observada essa prática, os médicos serão remanejados e esses municípios serão excluídos do programa", afirmou o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Sales.
Folha mostrou nesta sexta-feira (30) que em ao menos quatro Estados há prefeituras que já estão substituindo ou pretendem substituir seus profissionais pelos contratados pelo governo federal.
As cidades que já falam em trocar suas equipes estão no Amazonas (Coari, Lábrea e Anamã), Bahia (Sapeaçu, Jeremoabo, Nova Soure e Santa Bárbara --de acordo com a cooperativa Coofsaúde), Ceará (Barbalha, Cascavel, Canindé) e Pernambuco (Camaragibe).
Segundo as prefeituras, essa substituição significa economia, já que a bolsa de R$ 10 mil do Mais Médicos é totalmente custeada pela União.
"A substituição pura e simples de um profissional pelo outro, até a título de redução de despesas, como está na matéria da Folha de S. Paulo é inadmissível", disse Sales ao acompanhar a visita de médicos cubanos a uma unidade de saúde no Recife.
"Vamos ter uma atuação muito rigorosa. Está no edital, está no termo de compromisso que não é possível a substituição", disse o representante do ministério.
Durante uma audiência na Câmara, no dia 14, o ministro Alexandre Padilha afirmou que as prefeituras seriam monitoradas para evitar as substituições.
"Esse programa é Mais Médicos, não troca de médico", afirmou à época.
Editoria de Arte/Folhapress
NOTA
Hoje, em nota, o ministério disse que os municípios estão "proibidos" de trocar profissionais.
A seguir, a nota do Ministério da Saúde:
*
O Ministério da Saúde esclarece que os municípios que se inscreveram no Mais Médicos são proibidos, por força do termo de adesão e compromisso e da portaria interministerial, de demitir profissionais já contratados para substituí-los por participantes do programa. Os municípios que descumprirem esta regra serão excluídos do programa, com remanejamento dos médicos participantes para outras cidades, e serão submetidos a auditoria do Ministério da Saúde.
Para assegurar o cumprimento desta regra, o Ministério da Saúde estabeleceu um conjunto de filtros preventivos:
1) A prefeitura é obrigada a manter a quantidade de médicos na Atenção Básica que já tinha antes da adesão ao programa, sem ocupar estes postos com profissionais remunerados pelo Ministério da Saúde. Ou seja, os profissionais do Mais Médicos só podem ser incluídos para expandir a capacidade de atendimento naquela cidade, formando novas equipes de Atenção Básica ou preenchendo vagas naquelas em que faltava médico. O controle desta trava é feito online no sistema do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES), impedindo que o médico participante do projeto seja direcionado a postos que estavam ocupados antes da adesão do município.
2) Todos os médicos que já estavam cadastrados na Atenção Básica de um determinado município foram impedidos de se inscrever no programa para atuar nesta mesma localidade, o que impede a migração de profissionais para a bolsa do Mais Médicos dentro de uma mesma cidade.
Enquanto participarem do Mais Médicos, os municípios só poderão desligar médicos da Atenção Básica em situações excepcionais justificadas à coordenação nacional do Programa Mais Médicos, como, por exemplo, descumprimento comprovado de carga horária e/ou outra falha ética ou profissional do médico.

Problema é como financiar os gastos com o envelhecimento

folha de são paulo
ANÁLISE
MARCELO SOARESDE SÃO PAULOChegará mais rápido do que se imaginava o dia em que o Brasil terá mais habitantes que dependem da Previdência do que os que contribuem com ela.
Segundo a projeção do IBGE, em algum ponto de 2051 o Brasil terá mais idosos com mais de 60 anos do que jovens no auge de sua idade produtiva, entre os 20 e os 44 anos. Três a cada dez brasileiros estarão numa das faixas, outros três estarão na outra. Antes disso, a partir de 2042, a população do país passaria a cair.
Na mesma projeção feita em 2000, há meros 13 anos, chegaríamos a 2050 com um terço de brasileiros na faixa dos 20 aos 44 anos e pouco mais de um quinto com mais de 60 anos. O ponto da virada ainda demoraria um pouco mais e o momento em que a população passaria a reduzir não estava à vista.
Para que se tenha uma ideia, o "2050" de 2000 agora deve chegar 15 anos antes, quando os universitários atuais serão quarentões.
O principal fator da mudança, segundo o IBGE, é a queda na média de filhos por mulher --a taxa de fecundidade. Desde 2000, além de aumentar as chances de viver por mais tempo, os brasileiros passaram a ter menos filhos e mais tarde.
Isso contribui com o envelhecimento da população: menos jovens chegam para repor os que envelhecem. O problema é como financiar os gastos que o envelhecimento da população implica.
Há dois anos, o economista Paulo Taffner calculava, no livro "Brasil 2022", que o Brasil teria de crescer 4% ao ano entre 2010 e 2030 para poder acumular a expansão dos gastos que a nova demografia traz.
O ritmo do PIB segue errático: crescemos 7,5% em 2010, 2,7% em 2011 e 0,9% em 2012.
Nos 13 anos entre as duas projeções do IBGE, pouco mudaram os problemas previdenciários.
Enquanto a Espanha, em crise profunda, suou para alterar a idade mínima da aposentadoria (desde 2011, 67 anos), por aqui ainda se veem, sem espato, muitos aposentados sem idade para ser avós. Ontem pela manhã, um homem de 48 anos perguntava num programa de TV se podia se aposentar recebendo pelo teto.
A demografia correu mais rápido que a lei. E projeções, como é de sua natureza, mudam com os fatos. Nada impede que a virada chegue antes de 2051.

É preciso democratizar a USP

folha de são paulo
CIRO CORREIA E LUIS G. DA CUNHA SOARES
TENDÊNCIAS/DEBATES
O estatuto universitário deve prever que docentes, estudantes e funcionários sejam consultados sobre a indicação do reitor
Sua estrutura de poder extremamente conservadora impede que a Universidade de São Paulo deixe para trás o propósito de servir à elite paulista, com o qual foi criada nos anos 1930, e vise a universalidade, que deve ser sua essência.
A Constituição Federal (CF) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) consagraram o princípio da gestão democrática na universidade. Isso pressupõe participação equilibrada nos processos decisórios dos segmentos que a compõem: docentes, funcionários técnico-administrativos e estudantes. Na USP, contudo, CF e LDB têm sido ignoradas pela estrutura de poder.
Na composição dos colegiados, embora a LDB determine participação de 70% de docentes, na USP eles são sempre mais de 80% --na absoluta maioria, professores titulares. No Conselho Universitário, os funcionários ocupam apenas três assentos do total de 122, ou seja, 2,4%!
O corolário dessa estrutura é o sistema de escolha indireta de dirigentes, em especial de reitor e diretores de unidades, que descarta a participação de cerca de 60 mil estudantes de graduação, 30 mil de pós-graduação, 17 mil funcionários e 6.000 docentes.
Só docentes titulares podem candidatar-se a reitor. Só titulares e docentes associados nível 3 podem candidatar-se a diretores.
O colégio eleitoral inicial, de 1.925 pessoas, elege oito nomes; a seguir, outro colégio eleitoral ainda menor, de 325 pessoas, escolhe três daqueles nomes; um dos quais o governador do Estado nomeia reitor. Nesse processo, predominam jogos de poder e interesses de grupos encastelados na burocracia da USP, em detrimento do necessário e amplo debate sobre a instituição.
Essa estrutura hierarquizada é reproduzida em todos os níveis administrativos, em especial na composição dos conselhos departamentais, conselhos técnico-administrativos e congregações. Esse engessamento não oferece condições adequadas ao aprimoramento das práticas acadêmicas e à discussão do papel social da universidade pública.
A Associação dos Docentes (Adusp) e as entidades dos estudantes --Diretório Central dos Estudantes (DCE) e Associação dos Pós-Graduandos (APG)-- obtiveram o número de assinaturas de membros do Conselho Universitário, estipulado pelo estatuto da universidade, para submeter a esse colegiado uma proposta de alteração do processo de escolha de reitor.
Protocolada, a proposta de emenda estatutária aguarda apreciação dos conselheiros na próxima reunião -- solicitada para agosto, mas postergada pela reitoria.
São medidas simples: 1) como etapa preliminar da indicação de reitor ou reitora, cria-se uma consulta oficial à comunidade, de caráter paritário, por voto direto de todos os docentes, funcionários e estudantes; 2) quem vencer essa consulta integrará a lista tríplice a ser elaborada pelo colégio eleitoral e enviada ao governador; 3) deixa de existir a lista óctupla inicial.
Se de fato a reitoria estiver disposta a ampliar a participação democrática no processo (como alardeou recentemente), basta que convoque, o mais cedo possível, uma reunião do Conselho Universitário, com pauta aberta à discussão de novos procedimentos de eleição de dirigentes, incluída a emenda citada.
Assim, quem sabe a USP deixará de ser a única universidade pública no Estado de São Paulo que não prevê, em estatuto, consulta direta para indicação de reitor ou reitora!

    Tv Paga


    Estado de Minas: 30/08/2013 





    Saindo do armário

    Quem acredita em cura gay não pode perder o documentário The out list (foto), que a HBO exibe esta noite, às 22h. Dirigida por Timothy Greenfield-Sanders, a produção reúne depoimentos de personalidades que se assumiram como lésbicas, gays, bissexuais e transexuais, tendo como pano de fundo as sessões da Suprema Corte americana sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. São relatos de histórias de amor, perdas, experiências e vitórias de um grande número de pessoas, na maioria artistas da música, do cinema e da TV, atletas e ativistas políticos. Entre os que saíram do armário estão Ellen DeGeneres, Neil Patrick Harris, Cynthia Nixon e Wanda Sykes.

    Tatuadores inventam  desenhos corretivos


    Outra novidade de hoje é a série Tatuagens terríveis, às 22h, no TLC. O programa narra com bom humor diversas histórias de pessoas que, por razões estéticas ou simbólicas, querem se livrar da arte que carregam em seus corpos. Para resolver o problema, os tatuados arrependidos procuram os profissionais Megan, Jeremy e Tim, e estes que se virem para encobrir ou apagar um desenho gravado na pele do cliente, um nome ou mesmo uma frase.

    Vai que cola encerra  primeira temporada


    Wilson convence os moradores da pensão de que um meteoro está vindo em direção ao Rio de Janeiro e todos se desesperam. Terezinha quer realizar seu sonho de fazer “homenagem a trois” com dois homens gatos, Jéssica se descabela por não ter ficado famosa, Máicol e Lacraia dizem que Jéssica deve escolher um dos dois, Ferdinando se embebeda, Wilson quer se declarar para Dona Jô, e Velna decide contar que é brasileira. Valdo aproveita a situação para conseguir dinheiro para comprar um abrigo subterrâneo. Tudo isso vai rolar no último episódio de Vai que cola, hoje, às 22h30, no Multishow.

    SescTV resgata óperas do Theatro Municipal


    Para quem está a fim de boa música, a pedida é o SescTV, com a estreia da série Óperas, que apresenta espetáculos da temporada 2012 do Theatro Municipal de São Paulo, começando com La traviata, de Giuseppe Verdi, com a Orquestra Sinfônica Municipal e Coral Lírico e a participação especial da soprano Rosana Lamosa e do tenor Fernando Portari. No Canal Brasil, às 21h30, Charles Gavin resgata o álbum Supercarioca, que a banda Picassos Falsos gravou em 1988, e às 23h30, em O bagulho é doido, MV Bill recebe o rapper Dexter.

    Kirsten Dunst estrela  comédia no Telecine


    Estreia hoje, às 22h, no Telecine Premium, a comédia Quatro amigas e um casamento, com Kirsten Dunst, Rebel Wilson e Isla Fisher nos papéis principais. No Telecine Cult, a seleção dos premiados no Festival de Veneza prossegue com Fausto, do russo Aleksandr Sokurov, também às 22h. Na mesma faixa das 22h, o assinante tem mais seis opções: O céu de Suely, no Canal Brasil; O visitante, na Cultura; Cowboys & aliens, no Telecine Action; Vem dançar, no Glitz; Crime de amor, no Max; e De olhos bem fechados, no TCM. Outras atrações da programação: Os 39 degraus, às 21h30, no Arte 1; Miami Vice, às 21h35, no Universal; Homem de Ferro, às 22h30, no Megapix; e O casamento do meu melhor amigo, às 23h, no Comedy Central.

    Enxaqueca muda as estruturas do cérebro‏

    Estudo indica que a desordem neurológica aumenta as chances de lesões na área responsável pela comunicação entre os neurônios e pode alterar o tamanho de um dos principais órgãos do corpo humano 


    Bruna Sensêve

    Estado de Minas: 30/08/2013 


    A enxaqueca pode causar mudanças estruturais permanentes no cérebro. A conclusão é de um grupo de pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, que se baseou em uma meta-análise de 19 trabalhos focados na desordem neurológica que atinge entre 10% e 15% da população mundial. Segundo os dados reunidos, a enxaqueca aumenta o risco de lesões cerebrais na substância branca em 34%. No caso da enxaqueca com aura — tipo mais grave da doença — , o número sobe para 68%, em comparação a pessoas que não têm o problema. Alterações de volume do cérebro também são mais comuns em vítimas da enxaqueca com aura do que em indivíduos saudáveis.
    Foram avaliados os resultados obtidos em seis estudos populacionais e outras 13 pesquisas baseadas em análises clínicas para concluir o que já era uma suspeita da comunidade médica. O principal instrumento de análise dos pacientes foi a ressonância magnética, que pode medir lesões cerebrais, anormalidades silenciosas ou alterações de volume do cérebro em detalhe. “Tradicionalmente, a enxaqueca tem sido considerada uma doença benigna, sem consequências a longo prazo para o cérebro. Mas nosso trabalho de revisão e meta-análise sugere que a doença pode alterar permanentemente a estrutura do cérebro de várias maneiras”, explica Messoud Ashina, um dos autores do artigo publicado nesta semana na revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia.
    Os exames de imagem são pedidos regulares de neurologistas a pacientes com enxaqueca. O objetivo, normalmente, é excluir causas secundárias para as dores de cabeça; mas, muitas vezes, eles revelam anormalidades na substância branca cerebral e, não raro, também mostram lesões com características similares às causadas por um infarto do miocárdio ou um acidente vascular cerebral — eventos cardiovasculares em que há uma interrupção da irrigação sanguínea ao cérebro. Os dois tipos de anormalidades são uma fonte de preocupação tanto para os neurologistas quanto para o paciente.
    “Dados emergentes relatam que pacientes com enxaqueca têm um risco aumentado para lesões cerebrais clinicamente silenciosas e alterações volumétricas, detectadas na ressonância magnética. O significado patogênico e clínico dessas anormalidades, porém, ainda não é claro”, diz Ashina. O estudo do qual ele faz parte também indicou que as chances de anormalidades similares às causadas por um infarto aumentam em 44% para pessoas que têm enxaqueca com aura.

    Impacto repetitivo Os pesquisadores relatam que as anormalidades na substância branca, em alguns casos, se tratam de gliose, desmielinização e perda de axônios (leia  Saiba Mais). Esse conjunto de resultados atribuídos na grande parte das vezes a um dano microvascular pode ter bases semelhantes quando percebidos em pessoas com enxaqueca. Os autores examinaram a relação entre a frequência do ataque e as anormalidades nessa região cerebral e sugerem que o problema poderia surgir devido a um impacto cumulativo de repetidos episódios de isquemia cerebral regional, algo como uma trombose, durante um ataque de enxaqueca.
    Chefe do setor de cefaleia do Departamento de Neurologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Deusvenir de Souza Carvalho explica que a alteração de volume cerebral normalmente aponta para uma atrofia do órgão, que corresponde, em grande parte, a casos de demência. Carvalho ressalta, porém, que não é necessário se alarmar com os resultados, uma vez que as consequências dessa atrofia para a enxaqueca ainda não estão tão claras.
    “Esses resultados mostram que pessoas com enxaqueca têm estruturalmente algo no cérebro. Fora da crise, elas têm uma vida dentro dos padrões normais, mas, se for feito um exame mais refinado, é possível perceber que a atenção já não está tão boa. Elas têm mais dificuldade de lidar com coisas novas e maior ansiedade, funções que ficam entre o neurológico e o emocional exatamente pelo envolvimento da substância branca”, explica.
    A integridade da substância branca garante que conexões entre as áreas do cérebro — feitas principalmente pelos axônios dos neurônio — não sejam comprometidas. Por exemplo, para saber se um rosto é conhecido, o cérebro precisa conectar diversas áreas, como a memória e a visão. Alterações na substância branca podem levar a modificações nessas funções. “São números pequenos que não chegam nem a dobrar o risco, mas que estatisticamente mostram a existência disso e serve para estarmos em alerta que a pessoa com enxaqueca não está só tendo crises que podem ser resolvidas procurando assistência médica. Estamos vendo que a enxaqueca não é só ter dor de cabeça”, pondera Carvalho.

    Mais grave A enxaqueca com aura é mais dramática que o tipo normal. Durante a crise, o paciente não tem só dor de cabeça. Ele vê luzes brilhantes, percebe o corpo formigar, perde metade da visão, vê os braços ou as pernas ficarem mais fracos ou até anestesiados. Essas manifestações neurológicas durante a crise indicam que, durante as dores de cabeça, a região cerebral responsável pela alteração sentida pelo paciente, como o formigamento ou a anestesia, está sofrendo.
    “Hoje, já se sabe que esse sofrimento é neuronal. É um mecanismo neuroquímico que leva à inflamação e a uma má oxigenação nessa área. Por isso fica com uma lesão como se fosse um derrame, uma isquemia”, explica Carvalho. No momento da crise, acontece uma disfunção da oxigenação nessa região, que sofre efeitos parecidos aos causados por um infarto. “Se isso acontece com maior frequência, é possível que o paciente já comece a apresentar algumas alterações.”

    Causas distintas


    A gliose é uma alteração da substância branca do cérebro geralmente decorrente de doença ateroesclerótica — a formação de placas de ateroma na parede das artérias. Já a doença desmielinizante é qualquer enfermidade do sistema nervoso na qual a bainha de mielina dos neurônios é danificada. Isso prejudica a condução de sinais nos nervos afetados, causando prejuízos na sensação, no movimento, na cognição e em outras funções dependendo dos nervos envolvidos. A degeneração axonal é o resultado da destruição primária do axônio, com desintegração da bainha de mielina dele. A lesão do axônio pode advir de um evento focal, que acontece em algum ponto ao longo da extensão do nervo (como um traumatismo ou mesmo um evento isquêmico); ou de uma anormalidade mais generalizada, que afeta o corpo celular neuronal (neuronopatia) ou seu axônio (axonopatia).

    Eduardo Almeida Reis-Leituras‏

    O philosopho pergunta: se o jeito brasileiro é trepar na poltrona, por que entupir as arquibancadas de poltronas plásticas confortáveis? 


    Eduardo Almeida Reis


    Estado de Minas: 30/08/2013 

    Pela qualidade do autor, um livro de Ruy Castro não pode ser considerado caro, mas a edição pode e deve ser mais caprichada. Morrer de Prazer – Crônicas da vida por um fio, uma seleção de 59 crônicas entre as mais de 900 publicadas num jornal paulista, é o tipo do livro que merecia letrinhas maiores ocupando as inúmeras páginas em branco, invenção de algum gênio da diagramação modernosa. Portanto, pelo mesmo preço e com o mesmo número de páginas, o texto do mineiro nascido em 1948 poderia ficar de leitura muito mais fácil e gostosa. Em 1988, antes de parar de beber ao cabo de um mês internado numa clínica, Ruy nos conta que, só em casa, entornava dois litros de vodca por dia, fora o que bebia na rua. É volume impressionante mesmo para os profissionais do copo que conheci e conheço. Felizmente para ele e para os que admiramos seu trabalho, nos últimos 25 anos nunca mais entornou uma gota de álcool.

    Paraíso

    Em 2011, o Brasil tinha 196,7 milhões de habitantes contra os 11,2 milhões de Cuba, o paraíso caribenho. Desconfio das pilhas da calculadora chinesa Sheng KA-9178A, que me custou R$ 9 há três anos, como também desconfio dos meus conhecimentos de matemática, mas a calculadora informa que a população brasileira, dividida pela cubana, dá 17.488. Efetivamente, multipliquei 17.488 pelos 11,2 milhões de moradores em Cuba em 2011 e a calculadora exibiu 196.699.99, número praticamente igual aos 196,7 milhões de habitantes do Brasil naquele ano. Muito bem: ano passado, fugiram do paraíso caribenho 46.662 pessoas, algo assim como se 811.918 pessoas fugissem do Brasil, mais que 11 Maracanãs lotados. Pois é: o estádio reformado virou referência com seus 70 mil lugares em cadeiras confortáveis para os espectadores assistirem aos jogos nelas trepados. “É o jeito brasileiro de assistir a um jogo”, disse o locutor da televisão.

    E o philosopho pergunta: se o jeito brasileiro é trepar na poltrona, por que entupir as arquibancadas de poltronas plásticas confortáveis? Volto ao paraíso caribenho para constatar o óbvio: se 46.662 conseguiram fugir, o que não é fácil, pelo menos cinco vezes mais cubanos devem ter pensado ou tentado. Multiplicando por cinco o hipotético número de fugitivos brasileiros teríamos 4.059.590 só em 2012, mais que um Uruguai, que tinha 3,3 milhões de habitantes em 2011. Espero que as pilhas da calculadora chinesa tenham acertado. Só acho difícil que alguém, mesmo um daqueles gênios do Vale do Silício, consiga produzir máquina capaz de explicar a existência de brasileiros ainda entusiasmados com o regime e os governantes cubanos. Conheço uma porção deles, entre assumidos e enrustidos. O leitor também os conhece. Como explicar o fenômeno?

    Conselho

    Se um jovem me perguntar sobre o que deve fazer para subir na vida e manter-se no poleiro, ouvirá o seguinte conselho: seja solene. Ainda que burro, bandalho, cachaceiro e não muito honesto, nunca perca a solenidade. O Brasil baba para os sujeitos solenes e não é de hoje. Faz tempo que acompanho a carreira de um cavalheiro assim: sério, grave, circunspecto, passeia uma importância que nunca teve. Certa feita, há muitos e muitos anos, encontrou-me na estrada que levava à nossa fazendinha e perguntou: “Como é que você vive longe das livrarias?”. Educadíssimo que sempre fui, respondi: “Não preciso frequentar livrarias: escrevo os livros”. Nesse tempo andava pelo terceiro publicado e os livrinhos vendiam bem.
    Não o tenho visto nos últimos 20 anos, a não ser nas matérias jornalísticas sobre a sua sólida carreira de homem público. Dia desses, jovem jornalista o entrevistou e me telefonou pelo interurbano: “Entrevistei longamente o doutor Fulano: é uma anta!”. Aí é que está: um tapirídeo bem vestido, bem-visto e solene. No fundo, não faz mal a ninguém e se dedica a fazer o bem para sua carreira e sua família. Deve ter netos. Desejo que sejam felizes.

    O mundo é uma bola


    30 de agosto de 257: sucedendo ao papa Estêvão I é eleito o papa Sisto II. Em 1464, sucedendo ao papa Pio II é eleito o papa Paulo II. Em 1875 ocorre o Motim das Mulheres na cidade de Mossoró, interior do Rio Grande do Norte. Até hoje as mossoroenses, também grafadas moçoroenses, têm todos os motivos para continuar amotinadas. Em 1893, Esther Cleveland, filha do presidente Grover Cleveland, é o primeiro e único bebê a nascer na Casa Branca. Em 1911, fundação do município de Passa Tempo (MG), desmembrado de Oliveira, que tem o Morro do Ferro dos Romanos. Passa Tempo é o berço do cavalo mangalarga marchador e teve o primeiro Observatório Ufológico da América Latina, iniciativa de Antônio Faleiro, o Niginho, estudioso de discos voadores. Em 1948, criação do Departamentul Securitãtii Statului, a polícia secreta da Romênia durante o estalinismo, que nunca foi de brincadeira. No regime Ceausescu chegou a ter 11 mil agentes e 500 mil informantes.

    Ruminanças


    “Quando não somos inteligíveis é porque não somos inteligentes” (Victor Hugo, 1802-1885). 

    Ruy Castro

    folha de são paulo

    A cidade é deles

    Ouvir o texto

    RIO DE JANEIRO - Outro dia, pelo calçadão do Arpoador, vinham dois "black blocs" no rigor dos trinques: coturno, calças, mochila, camiseta e jaqueta pretos, e moletom com touca idem enrolado à cabeça, deixando apenas os olhos de fora --uma espécie de burca militar, como já se disse aqui. Imagino que trouxessem consigo os adereços de mão próprios da categoria: álcool, vinagre, pedras, molotovs e máscaras contra gases --todo cuidado é pouco quando se tem a lei pela frente.
    Mas não havia lei à vista, nem roupa mais imprópria para um "footing" àquela hora --três da tarde, com um sol de veranico sob o qual a dupla suava e parecia apenas exótica, não ameaçadora. Bem faz o Batman, que só sai à noite para trabalhar --sabe que, à luz do dia, sua roupa de morcego tem algo de ridícula. Por sinal, a fantasia dos "black blocs" é a mais próxima que eles acharam para substituir a de Batman --que, tudo indica, usavam até há pouco.
    Nossas cidades não têm opções para se trocar de roupa em público. Donde os dois devem ter saído de casa já paramentados e cruzado no prédio com seus vizinhos e porteiros --que os conhecem desde crianças e sabem muito bem quem são. Bem provável que morassem na Vieira Souto (com os pais, naturalmente) e estivessem a caminho do acampamento armado pelos meninos do "Ocupa Delfim", no Leblon.
    O fato de saírem fantasiados às ruas e com a maior naturalidade sugere que estamos nos habituando aos "black blocs". E por que não? A cidade é deles. A noite cai e a função começa. Do Leblon, seguem para o largo do Machado, onde quebram o que encontram pela frente. Destroem metade de Laranjeiras e, de lá, vão para o Castelo, a Cinelândia ou a Lapa, onde o rastro da depredação continua.
    Hoje, já não passam de 200. Mas são suficientes para subjugar os demais 5.999.800 com que convivem.
    ruy castro
    Ruy Castro, escritor e jornalista, já trabalhou nos jornais e nas revistas mais importantes do Rio e de São Paulo. Considerado um dos maiores biógrafos brasileiros, escreveu sobre Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda. Escreve às segundas, quartas, sextas e sábados na Página A2 da versão impressa.

    José Simão

    folha de são paulo
    Congresso! Nem aí pro Gigante!
    E o Danadão é o deputado que todos sonhamos: já tá preso! Superprático: um deputado que já tá preso!
    Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! O Congresso deu uma banana pro Gigante! E o Donadon? O deputado Danadão! "Câmara livra de cassação deputado condenado e preso." Qual a novidade?
    E o Danadão é o deputado que todos sonhamos: já tá preso! Superprático: um deputado que já tá preso! O primeiro deputado presidiário!
    E o tuiteiro Marcelo Amaral: "Um absurdo isso, o deputado vai ser uma péssima influência na prisão". Rarará!
    Enfim, o Congresso deu uma banana pro Gigante! Vergonha, viu? E atenção! "Bolívia pede pra Dilma devolver o Pinto". Sugestão para a Dilma: Troca um pinto por três corintianos. Rarará!
    Devolve o pinto pro ovo, e não pro Evo! E um Patriota que é patriota mesmo não vai buscar um pinto lá fora! Rarará!
    E o apagão no Nordeste? Diz que foi uma queimada no Piauí. Tão querendo dar uma queimada no Piauí. Pelo tamanho do estrago, foi uma queimada de rosca, isso sim! Queimada de rosca provoca apagão no Nordeste! Rarará!
    Eu acho que o Nordeste botou todos os celulares pra carregar ao mesmo tempo! E sabe o que a Dilma perguntou pro Lobão? "Por que esse apagão tão grande?" E o chargista Lute: "Alguém aí conhece um eletricista cubano?". Isso! Chama um eletricista cubano! Rarará.
    E a Dilma deve ter dado uma queimada de rabo no Mantega: "Maaantega! Liga essa porra dessa luz! Você não trocou a porra da lâmpada!" Rarará!
    E as três causas dos apagões: raio, balão e queimada! E gato! Gambiarra! E a Carla Perez: "Vou ligar a TV pra ver como tá o apagão". Rarará!
    E adorei essa chamada: "Veja fotos do apagão". E uma amiga baiana foi alugar um gerador no A Geradora e não conseguiu porque eles estavam sem energia. Como diz uma amiga: "No Brasil não basta ser gostosa, tem que ter gerador próprio". Rarará!
    E não é apagão, é trapagão. Trapalhada com apagão!
    É mole? É mole, mas sobe!
    E o Palmeiras? Manchete do Sensacionalista: "Furacão passa em Curitiba e mata um monte de porcos". Rarará! Tadinhos!
    E o Pato comeu a zebra! Maus-tratos aos animais! Rarará!
    Nóis sofre, mas nóis goza!
    Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno.

      Mônica Bergamo

      folha de são paulo

      Fundação Oscar Niemeyer organiza mostra com projetos inéditos do arqutieto

      A Fundação Oscar Niemeyer organiza exposição que vai reunir obras clássicas e projetos inéditos do arquiteto, morto em dezembro de 2012. Todo o acervo do criador de Brasília, com cerca de 10 mil documentos, está sendo digitalizado pelo Itaú Cultural, que receberá a mostra em junho do ano que vem, em SP. A exibição será levada também ao Paço Imperial, no Rio, em setembro.
      NIEMEYER
      Entre os 50 projetos inéditos estão dois parques desenhados para São Paulo, no governo Quércia. "Um continha uma clareira no meio de um bosque e o outro, vários serviços de uso popular", explica o curador Lauro Cavalcanti. "Estamos determinando a localização exata. Teriam sido projetados para a periferia e a marginal Tietê."
      NIEMEYER 2
      O Itaú Cultural fará seminário sobre o arquiteto no auditório Ibirapuera neste ano.
      RITMO
      Jacques Dequeker
      Ben Harper foi o cantor escolhido pela top Isabeli Fontana para posar com ela em editorial com o tema rock; o ensaio, feito nos EUA, sai na próxima "Vogue".
      CADASTRO ENXUTO
      A Serasa Experian demitiu anteontem 200 dos 2.800 funcionários.
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      Em nota, a empesa de consulta ao crédito justifica os cortes em seus quadros pela "busca de racionalização de processos e introdução de novas tecnologias".
      PEDRA
      São pequenas as chances de a AMB (Associação Médica Brasileira) derrubar o programa Mais Médicos, do governo federal, no STF (Supremo Tribunal Federal). O caso está nas mãos do ministro Marco Aurélio Mello.
      MURALHA
      Uma onda de assaltos aos alunos do Colégio Santa Cruz, no Alto de Pinheiros, em São Paulo, levou a escola a enviar carta circular aos pais para comunicar o reforço na segurança. Depois de uma solicitação, a PM "providenciou uma ronda escolar ostensiva" e já prendeu dois ladrões. Funcionários do colégio passaram a percorrer as ruas em torno da unidade. De moto ou a pé.
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      Os estudantes foram orientados a só andar em grupo ou na companhia de adultos e a não usar fone de ouvido ou celular. Os objetos preferidos dos assaltantes são telefones e iPods.
      CONEXÃO AMAZÔNICA
      José Victor e Tatianna Oliva ofereceram, na quarta-feira (28), jantar em homenagem ao empresário José Maria Muller, do grupo Tucuman, e a Virgílio Viana, conselheiro da Empresa Brasileira de Conservação de Florestas. O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), o presidente da Unilever, Fernando Fernandez, e a jornalista Ana Paula Padrão estavam entre os convidados.

      José Victor Oliva oferece jantar em sua casa

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      Zanone Fraissat/Folhapress
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      O empresário José Victor e sua mulher, Tatianna Oliva, ofereceram jantar para homenagear o empresário José Maria Muller, do grupo Tucuman, e Virgílio Viana, conselheiro da Empresa Brasileira de Conservação de Florestas, na quarta (28), em São Paulo
      FLOR DE LARANJEIRA
      Adam Clayton, baixista do U2, vai se casar com a brasileira Mariana Teixeira, em meados de setembro. Ela é filha do empresário Renato Albuquerque, um dos donos da Alphapar, que loteou Alphaville. A cerimônia íntima será realizada em uma vila no sul da França.
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      O pedido de casamento foi feito durante o Carnaval, quando Adam esteve no Brasil e chegou a circular em um camarote da Sapucaí.
      DIVA POP
      Donna Hrinak, presidente da Boeing no Brasil e ex-embaixadora dos Estados Unidos no país, respondia a perguntas da plateia em palestra anteontem, em São Paulo, quando foi questionada se uma liderança feminina tem de ter a marca de Margaret Thatcher ou de Lady Di. "Lady Gaga. Pela ousadia", disse, sob aplausos e risos.
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      E completou: "Você não planeja sua carreira com base em um único modelo, mas estuda um pouco da Thatcher, um pouco da Lady Di, um pouco da Dilma, que chegou à Presidência da sexta economia do mundo. É parte da aprendizagem da vida observar e alinhar os modelos a seus valores". A cena ocorreu na Amcham (Câmara Americana de Comércio).
      CURTO-CIRCUITO
      A exposição fotográfica "Bom Retiro e Luz: um Roteiro" fica em cartaz até 15 de dezembro, no Sesc Bom Retiro. De terça a domingo.
      Fernando de Arruda Botelho recebe homenagem póstuma nesta sexta-feira (30). O empresário será patrono de escola do Sesi em São Carlos.
      O Classic Horse Show, concurso de equitação, começa nesta sexta-feira (30), às 9h, na Sociedade Hípica Paulista, no Brooklin. Grátis.
      Com ELIANE TRINDADE, JOELMIR TAVARES e ANA KREPP
      Mônica Bergamo
      Mônica Bergamo, jornalista, assina coluna diária publicada na página 2 da versão impressa de "Ilustrada". Traz informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999.